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Direito Civil III - Contratos Conteúdo digitado foi baseado nas aulas do Prof. Luís Eduardo Leança Soares Obs.: Apesar das anotações serem feitas das aulas dada pelo Professor, todo o conteúdo é de total responsabilidade minha, ou seja, se houver algum equívoco, algo desatualizado, alguma falha, foi engano e erro da minha parte. Peço que entrem em contato comigo para ser consertado/atualizado o erro. Obrigado e bom estudo!! Iremos estudar do Art. 421 até pelo menos o art. 627, porem o objetivo será até o art. 757 O mais importante é do art. 421 ao art. 480 (parte geral dos contratos) Esquema de aula será tirado do site do Rafael de Menezes CONTRATOS PARTE GERAL Fontes das Obrigações ou Contratos Contratos Atos Unilaterais Atos Ilícitos A Lei Propriamente Dita Contrato é o acordo de duas ou mais vontades na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes , com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial . Maria H. Diniz Contrato é um Negócio Jurídico resultante de um acordo de vontades que produz efeitos obrigacionais. O Principio em que tudo isso se baseia é a Autonomia da Vontade, ou seja, a evolução do Direito se deu exatamente

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Direito Civil III - Contratos

Conteúdo digitado foi baseado nas aulas do Prof. Luís Eduardo Leança

Soares

Obs.: Apesar das anotações serem feitas das aulas dada pelo Professor, todo

o conteúdo é de total responsabilidade minha, ou seja, se houver algum

equívoco, algo desatualizado, alguma falha, foi engano e erro da minha parte.

Peço que entrem em contato comigo para ser consertado/atualizado o erro.

Obrigado e bom estudo!!

Iremos estudar do Art. 421 até pelo menos o art. 627, porem o objetivo será até

o art. 757

O mais importante é do art. 421 ao art. 480 (parte geral dos contratos)

Esquema de aula será tirado do site do Rafael de Menezes

CONTRATOS PARTE GERAL

Fontes das Obrigações ou Contratos

Contratos

Atos Unilaterais

Atos Ilícitos

A Lei Propriamente Dita

Contrato é o acordo de duas ou mais vontades na conformidade da ordem

jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as

partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de

natureza patrimonial. Maria H. Diniz

Contrato é um Negócio Jurídico resultante de um acordo de vontades que

produz efeitos obrigacionais. O Principio em que tudo isso se baseia é a

Autonomia da Vontade, ou seja, a evolução do Direito se deu exatamente

CONTRATOS D. CIVIL

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porque os homens precisavam se relacionar, com bases comuns, “faça o que

você quiser desde que não seja vedado em lei aquilo que você esteja fazendo

ou que esteja expressamente em Lei”. Ex. Contratar um matador de aluguel,

não será possível executa-lo se ele não cumprir o contrato; ou fizer um contrato

em que a Lei determine como o faça.

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO

a) Negócio Jurídico é uma declaração de vontade para produzir efeito

jurídico

b) Acordo de Vontades é exigir um consenso nos contratos

c) Efeitos Obrigacionais são divididos em:

1. Transitoriedade: Os contratos em geral são transitórios (de curto

prazo, ex. compra e venda de balcão); ou são duradouros (ex:

locação por tantos meses); porém os contratos nunca poderão

ser permanentes (Permanência são características dos Direitos

Reais).

2. Valor econômico: Todo contrato, como toda obrigação, precisa

ter um valor econômico para viabilizar a responsabilidade

patrimonial do inadimplente se o contrato não for cumprido.

PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS

Autonomia da Vontade – Caracterizado pela tripla função: liberdade

de contratar, com quem contratar e a forma de contratar. A

autonomia da vontade é o grande motor que deu origem a todo o direito

privado, entretanto para efetuar algum contrato, é usado o principio da

liberdade contratual, que está “dentro” do principio da autonomia da

vontade. Há várias limitações da autonomia da vontade:

A principal limitação é a função social, a ideia é que tudo tem uma

função social (art. 1º, III; art. 5º, XXIII; art. 170 CF), de certa forma

envolve todos os conceitos de justiça social e propriedade da função

social. Outras limitações são as Normas de Ordem Pública e os

Bons Costumes.

CONTRATOS D. CIVIL

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Consensualismo – Todo contrato exige o acordo de vontades. A

vontade é tão importante que ela pode predominar sobre a palavra

escrita.

Pacta sunt Servanda Obrigatoriedade – Os contratos devem ser

cumpridos, o contrato faz lei entre as partes, deve ser cumprido por

uma questão de segurança jurídica e paz social. A obrigatoriedade pode

ser relativizada/anulada, através de caso fortuito ou força maior.

Teoria da Imprevisão é a ocorrência que torna impossível o

cumprimento do contrato, desta forma é a consequência da função

social do contrato, que exige trocas úteis e justas.

Relatividade dos Efeitos – Não pode depender, beneficiar ou dar

prejuízo a terceiros. O contrato é relativo às partes celebrantes. A

única exceção é de terceiro cúmplice, ex: Caso do Ketchup Heinz, se o

problema de pelo de rato no produto aconteceu no México, a empresa

do México é considerada terceiro cúmplice, se o problema aconteceu

aqui no Brasil não há terceiro e a responsabilidade é da empresa do

Brasil.

Boa-fé Objetiva (Principio da Probidade) – O contrato deve obedecer

muito mais a vontade das partes do que está expresso nele, permeia a

execução em si do contrato. Obriga as partes a agirem num clima de

honestidade e colaboração recíproca. Fere a boa-fé objetiva aquele

que quebra o contrato. Há várias vertentes, conceitos que correm

paralelos à boa-fé objetiva (Princípios da Probidade):

Supressio – Perde o exercício do direito por não ter executado

no tempo certo, ex. art. 330.

Surrectio – Surge um direito em virtude da pratica de usos e

costumes, ex. art. 330.

Tu quoque – Não faça contra o outro o que você não faria para

você mesmo, regra de ouro.

Exceptio doli – Exceção de Inadimplemento Contratual, o

contrato não foi cumprido, desta forma não terá o pagamento,

entretanto deve estar constada uma clausula de exceção de

inadimplemento, ex. art. 476.

CONTRATOS D. CIVIL

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Venire contra factum proprium – Principio antiguíssimo, as

suas ações não podem contradizer as suas palavras, a forma de

como está agindo dentro do contrato não pode ser contrario ao

comportamento especificado em contrato. Ex: Teoria dos atos

próprios, STJ.

Duty to mitigate the loss – Mitigação das perdas, o segurado

deve comunicar o segurador, ex: art. 769 e o art. 771 CC.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

A) Quanto às partes envolvidas:

Unilaterais: Criam obrigações apenas para uma das partes; “no

momento em que se forma, origina obrigação tão somente para

uma das partes – ex uno latere” Orlando Gomes. Ex: Doação

Pura, Fiança

Bilaterais: Obrigações recíprocas para ambas as partes

(sinalagmáticos); “ambas as partes contraem obrigações (...)

não necessariamente equivalentes” Karl Larenz. Ex: Compra e

Venda

Plurilaterais: Mais de duas partes, que perseguem o mesmo fim.

Ex: consórcio e sociedade

Vantagens práticas dessa distinção:

I. Exceptio non adimpleti contractus – exceção como defesa

– art. 476: exigir obrigação antes do cumprimento da sua.

II. Cláusula resolutiva tácita – o descumprimento culposo

constitui justa causa para a resolução do contrato – aplica nos

contratos bilaterais em regra.

III. Teoria do risco – um dos contraentes pode sofrer excesso de

onerosidade (empobrecimento)

IV. Vícios redibitórios – art. 441 – defeitos ocultos que tornam

impróprio o uso da coisa, ou lhe diminuam o valor.

CONTRATOS D. CIVIL

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Contrato Bilateral Imperfeito ou Contrato Unilateral Imperfeito

A doutrina trata como uma categoria intermediária, que reconhece a

UNILATERALIDADE na formação do contrato, e, eventualmente,

surge a BILATERALIDADE na execução desse mesmo contrato.

Para Orlando Gomes: “não deixa de ser unilateral, pois gera

obrigações na formação apenas para um dos contratantes”. Ex:

Contrato de depósito – indenização por prejuízos (art. 643)

B) Quanto ao sacrifício patrimonial

Onerosos: Ambos os contratantes obtém proveito, ao qual

corresponde um “ônus”. Ex: Compra e venda, Locação e

empreitada.

Gratuitos: Apenas uma das partes tem benefício ou vantagem.

Ex: Doação pura ou comodato.

Obs.: Há uma grande similitude entre a classificação dos contratos

unilaterais/bilaterais e gratuitos/onerosos, mas não se deve

confundir.

Em regra todo contrato oneroso é bilateral, e todo contrato

gratuito é unilateral, mas não necessariamente. Carlos R.

Gonçalves

C) Quanto ao momento de aperfeiçoamento

Consensual – Se formam unicamente pelo acordo de vontades,

independentemente da entrega da coisa e da observância de

determinada forma. Embora todo contrato pressupõe o

consentimento, alguns contratos a lei exige expressamente

esse consentimento para que ocorra o aperfeiçoamento.

Real – Exige além do consentimento a entrega da coisa. O

contrato não se forma sem a tradição do objeto.

D) Quanto aos riscos

Comutativo – Prestação certa e determinada. As partes podem

antever as vantagens e os sacrifícios, porque não envolvem

nenhum risco

CONTRATOS D. CIVIL

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Aleatório – Um dos contraentes não pode antever a vantagem

que receberá, em troca da prestação fornecida. Há uma incerteza

para as duas partes sobre as vantagens e sacrifícios que dele

podem advir. A perda ou lucro dependem de um fato futuro e

imprevisível.

E) Quanto à previsão legal

Típico – São regulados pela lei, é o tipo de contrato que as suas

características e requisitos estão escritas na lei.

Atípico – Não está regulado pela lei, suas características e

requisitos não estão definidos na Lei. Basta o consenso mútuo.

F) Quanto à negociação do conteúdo

Adesão – Prepondera a vontade de um dos contratantes, sendo

elaboradas todas as cláusulas por apenas um contratante. O

outro adere ao modelo de contrato não podendo modifica-las.

Paritário – São os contratos tradicionais, em que as partes

discutem livremente as condições, porque se encontram em

situação de igualdade

Contrato-Tipo – Aproxima-se do contrato de adesão, porque é

apresentado em fórmula impressa, mas é possível a discussão

sobre o seu conteúdo.

G) Quanto à independência

Principal – Tem existência própria e não dependem de qualquer

outro contrato

Acessório – Tem existência subordinada à do contrato principal

Derivados ou subcontratos – Tem por objeto direito

estabelecidos em outro contrato

H) Quanto ao momento de sua execução

Execução Instantânea – Consuma em um só ato, sendo

cumpridos imediatamente após a sua celebração

Execução Diferida – Deve ser cumprida também em um só ato,

mas em momento futuro

Execução Continuada – Cumpre por meio de atos reiterados

I) Quanto à Pessoalidade

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Pessoal ou intuitu personae – Celebrados em atenção às

qualidades pessoais de um dos contraentes

Impessoais – A prestação pode ser cumprida, indiferentemente,

pelo obrigado ou por terceiro

Individuais – As vontades são individualmente consideradas,

ainda que envolva várias pessoas

Coletivos – Perfazem pelo acordo de vontades entre duas

pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias

profissionais

J) Quanto à definitividade

Contrato definitivo – Tem objetos diversos de acordo com a

natureza de cada avença

Contrato preliminar – Tem por objeto a celebração de um

contrato definitivo, desta forma só há um único objeto

FORMAÇÃO DO CONTRATO

Arts. 427 aos 435/ arts. 462 aos 466 do CC

Esse processo de formação dos contratos, via de regra, é composto por três

fases distintas, quais sejam: as negociações ou tratativas preliminares, a

proposta e a aceitação.

1. Fase Preliminar (Negociações ou tratativas): Na economia moderna,

especialmente quando se trata de grandes negócios entre empresas, a

celebração dos contratos é frequentemente precedida de longas e

complexas negociações, desta forma o contrato terá uma fase preliminar

ou puntuação, disciplinado pelos arts. 462 a 466.

Nesta fase define se as partes querem ou não fechar o contrato, é a

negociação, em tese não gera responsabilidade (ônus financeiros entre

as partes), mas em alguns casos poderá gerar ônus (situações de

contratos de emergência, no qual poderá gerar perdas e danos, art.

465).

CONTRATOS D. CIVIL

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Contrato Preliminar é uma situação em que já inicia o contrato, não

estando todas as bases acertadas porem já tem algumas medidas

certas. Desta forma as partes tem responsabilidade aquiliana, no qual

não irá responder por inadimplemento, mas por atos jurídicos ilícitos (art.

186 CC).

2. Proposta policitação/oblação: Nesta fase é criado o vínculo

contratual, a declaração de vontade por meio da qual uma pessoa

propõe à outra os termos para conclusão de um contrato.

Quem faz a proposta é chamado de policitante/ofertante/proponente,

quem recebe a proposta é o policitado/oblato/solicitado. Quando o

policitado aceita a proposta do policitante é chamado de aceitante.

A proposta tem força vinculante para o proponente, nos termos do art.

427, CC. Isso decorre do fato de que a proposta cria no oblato a

expectativa da realização do contrato. Trata-se, aqui, da aplicação do

“princípio da vinculação ou da obrigatoriedade da proposta, diretriz

normativa umbilicalmente ligada ao dogma da segurança jurídica”.

Se feita a proposta e for retirada, o proponente estará sujeito ao

pagamento das perdas e danos, salvo as suas exceções (morte,

interdição do policitante)

3. Aceitação: Fase em que é feita a concordância com os temos da

proposta. É a manifestação da vontade imprescindível para que se

repute concluído o contrato.

Deve ser pura e simples. Se apresentada fora do prazo, com adições,

restrições, ou modificações, importará nova proposta (art. 431 CC),

denominada contraproposta

A aceitação pode ser expressa ou tácita:

Expressa: Decorre de declaração do aceitante, manifestando a

sua anuência

Tácita: Decorre de sua conduta, reveladora de consentimento

As hipóteses em que não tem força vinculante são 1) quando chegar

tarde ao conhecimento do proponente, caso em que este deverá avisar o

CONTRATOS D. CIVIL

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aceitante, sob pena de pagar perdas e danos (art. 430); 2) se antes dela

ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433)

Instrumento Contratual: entre ausente (inter absentes) / entre presentes

(inter praesentes)

Contrato entre presente não há dificuldade de comunicação, contrato entre

ausentes há uma dificuldade de comunicação.

Quando o contrato for entre presentes considera concluído no momento da

aceitação.

Quando o contrato for entre ausentes é considerado aceito quando:

a. Da informação – Aperfeiçoa-se o negócio quando o policitante se inteira

da resposta.

b. Da declaração – Subdivide-se em:

Declaração propriamente dita – Considera o momento da redação

Expedição e da recepção – Entrega ao destinatário

O Lugar da celebração será no lugar em que foi proposto – art. 435 CC;

entretanto a LINDB, art. 9 §2º estatui que será no lugar em que residir o

proponente.

REVISÃO CONTRATUAL

A necessidade da revisão de cláusulas contratuais decorre do desequilíbrio

entre os direitos das partes.

A Cláusula Rebus Sic Stantibus fundamenta a Teoria da Imprevisão

Contratual que constitui uma exceção à regra do pacta sunt servanda

A Teoria da Imprevisão, ou Princípio da Revisão dos Contratos, trata da

possibilidade de que um contrato seja alterado, a despeito da obrigatoriedade,

sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as

mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a

CONTRATOS D. CIVIL

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prejudicar uma parte em benefício da outra. Há necessidade de um ajuste no

contrato.

A revisão no Código Civil está prevista nos arts. 317 e 478 do CC e a revisão

se da por imprevisibilidade somada à onerosidade excessiva, sendo

necessário ocorrer um fato imprevisível e/ou extraordinário

A revisão no CDC está prevista no art. 6º, V da lei 8.078/1990 e a revisão se

da por simples onerosidade excessiva, sendo necessário apenas um fato

novo, que motive o desequilíbrio do contrato, não exigindo ser um fato

imprevisível.

Resilição é o término unilateral do contrato, uma das partes quebra o contrato.

Ocorre por vontade ou por uma situação determinada conforme especifica o

art. 317. A resilição pode ser imotivada.

VÍCIOS REDIBITÓRIOS

Não existe um impedimento de colocar um produto com vício no mercado,

entretanto o consumidor deve ser avisado que tal produto está viciado.

Contrato comutativo especifica as características do contrato.

Vícios Redibitórios são defeitos ocultos e existentes na coisa alienada

As ações sobre vícios redibitórios são chamadas de ações edilícias

Três hipóteses que são geradas pelo art. 443:

Ignorância do vicio pelo alienante (Má fé (restitui o valor+ perda e danos)

e Boa fé (restitui apenas o valor)) - Em tese é responsabilidade objetiva,

desta forma nada impede de haver uma clausula contratual que exima

essa responsabilidade.

CONTRATOS D. CIVIL

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EVICÇÃO

Perda da propriedade para terceiro. O alienante responde perante aquela o

comprador pela perda da propriedade para um terceiro alheio.

Evicção é a perda da coisa por força de decisão judicial fundada em motivo

jurídico anterior que a confere a outrem, seu verdadeiro dono com o

reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa não

denunciado oportunamente no contrato

Alienante - A / Evicto (evencido) - B / Evictor (evencente) – C

Art. 199 do CC – Caso de suspensão de prazo de prescrição durante o curso

da ação de evicção.

Possibilidades: Clausula expressa mais conhecimento do risco de evicção

isenta de responsabilidade ; Clausula expressa sem a ciência especifica do

risco o alienante fica responsável só pela devolução do preço ; Clausula

expressa mas o adquirente não quis assumir o risco o adquirente acaba

conseguindo o reembolso só do que e se realmente desembolsou algo

Vale a regra do art. 456, parágrafo único

Questões para a prova:

1. Diferencie a revisão judicial dos contratos pelo Código Civil e pelo

Código de Defesa do Consumidor

R. A revisão judicial dos contratos pelo Código Civil se da pela

imprevisibilidade somada à onerosidade excessiva, sendo necessário

ocorrer um fato imprevisível e/ou extraordinário. Já a revisão judicial pelo

Código de Defesa do Consumidor se da pela simples onerosidade

excessiva, sendo necessário apenas um fato novo, que motive o

desequilíbrio contratual, não sendo exigível um fato imprevisível, pois o

consumidor é hipossuficiente e vulnerável.

CONTRATOS D. CIVIL

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2. Quais os efeitos jurídicos da oblação em relação a aceitação

imediata

R. Existem duas hipóteses para os efeitos jurídicos da oblação em relação a

aceitação imediata, se o oblato aceitar imediatamente, sem prazo, gera a

obrigação, pois a proposta tem força vinculante, e se o oblato não aceitar

imediatamente, sem prazo, não irá gerar obrigação, pois deixa de ser

obrigatória a proposta que não for imediatamente aceita

3. Diferencie fase preliminar de contrato preliminar

R. Na fase preliminar define se as partes querem ou não fechar o contrato,

é a negociação, sendo que em tese não gera responsabilidade, no contrato

preliminar já inicia o contrato, não estão todas as bases acertadas porem já

tem algumas medidas certas, sendo assim as partes tem uma

responsabilidade aquiliana, no qual não irá responder por inadimplemento

mas por atos jurídicos ilícitos.

4. Disserte sobre a responsabilidade do alienante na evicção

R. A responsabilidade do alienante na evicção é se responsabilizar no caso

do objeto sofrer evicção a indenizar o evicto. Entretanto as partes podem

por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela

evicção.

5. A sociedade empresária X42, Ltda. oferta e celebra com vários

estudantes universitários, contratos individuais de fornecimento de

material didático nos quais garante a entrega com 25% de desconto

sobre o valor indicado pela editora dos livros didáticos escolhidos

pelos contratantes (de lista de editoras de antemão definidas). Os

contratos tem duração de 24 meses e cada estudante compromete-

se a pagar valor mensal, que fica como crédito a ser abatido do

valor dos livros escolhidos. Posteriormente a capacidade de

entrega da sociedade diminui, devido a dívidas e problemas

judiciais. Em razão disso, ela pretende rever judicialmente os

contratos para obter aumento do valor mensal ou então liberar-se

do vinculo. Acerca dessa situação, assinale a alternativa correta

CONTRATOS D. CIVIL

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a. A empresa não pode se valer do Código de Defesa do

Consumidor e não há base a luz do indicado para rever contratos

b. Aplica-se o CDC já que os estudantes são destinatários finais do

serviço, mas o aumento só será concedido se provada a

dificuldade financeira o que ademais ainda assim o contrato seja

proveitoso para os compradores

c. Aplica-se o CDC mas a pretendida revisão da clausula contratual

só poderá ser efetuada se provado que os problemas tem

natureza imprevisível, característica indispensável no sistema do

consumidor para autorizar a revisão

d. A revisão é cabível, assentada na teoria da imprevisão, pois

existe o contrato de execução deferida, a superveniência de

onerosidade excessiva de prestação, a extrema vantagem para

outra parte e a ocorrência de acontecimento extraordinário e

imprevisível.

6. Indo se mais adiante havendo a ideia em que o credor e devedor é

necessário a colaboração, um ajudando o outro na execução do

contrato, a tanto, evidentemente, não se pode chegar, dada a

contraposição de interesses, mas é certo que a conduta, tanto de

um quanto de outro, subordina-se as regras que dificulte uma parte

a ação da outra. Pode se identificar o texto acima com o seguinte

principio aplicado aos contratos

a. Intangibilidade

b. Consensualismo

c. Força obrigatória

d. Boa fé

e. Relatividade das obrigações pactuadas

CONTRATOS D. CIVIL

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CONTRATOS EM ESPÉCIE

CONTRATO DE COMPRA E VENDA

Art. 481 aos 532 CC.

Este é o primeiro e principal contrato que nós vamos estudar

Contrato de compra e venda é um contrato em que uma das partes se obriga

a transferir a outro o domínio de uma coisa mediante o pagamento

convencionado de certo preço em dinheiro (Art. 481 CC)

O Contrato de compra e venda não transfere o domínio, a propriedade, e sim

obriga o vendedor a transferir o domínio da coisa, sendo cabíveis perdas e

danos se não o fizer pelo art. 389 CC.

Quando for coisa móvel a transferência se dá pela tradição (entrega da

coisa).

Quando for coisa imóvel a transferência se dá pelo registro em Cartório.

Registro e tradição são assuntos de Direito Reais.

Antes da tradição ou do registro a coisa pertence ao vendedor (art. 492

CC), no qual é adotado o princípio res perit domino (a coisa perece para o

dono).

EELLEEMMEENNTTOOSS DDOO CCOONNTTRRAATTOO DDEE CCOOMMPPRRAA EE VVEENNDDAA

Elementos constitutivos da compra e venda: Coisa, Consentimento e Preço.

I. Coisa: é o objeto da obrigação de dar do vendedor, sendo, em regra,

corpórea ou incorpórea1. A coisa geralmente está presente, comutativa2,

1 Corpórea ocupa lugar no espaço físico; Incorpórea é propriedade intelectual, direitos do autor e

fundo de comércio. 2 Prestação certa e determinada

CONTRATOS D. CIVIL

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mas pode ser futura, aleatória3, emptio spei e emptio spei speratae, art.

458 e 459.

II. Consentimento: Sempre é exigido o açodo de vontade e o mútuo

consentimento sobre o preço, o objeto e dos demais detalhes do

negócio. (Art. 482)

III. Preço: Objeto da obrigação de dar do comprador, as despesas relativas

a transporte ou registro da coisa deverão ser pagas conforme o acordo

entre as partes. No preço não pode haver uma desproporção absurda.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDOO CCOONNTTRRAATTOO DDEE CCOOMMPPRRAA EE VVEENNDDAA

Bilateral – Ambas as partes são credoras e devedoras, contrato sinalagmático.

Consensual – Nasce do acordo de vontades

Oneroso – Não é gratuito, pois ambas as partes tem interesse econômico e

vantagem patrimonial

Geralmente Comutativo – Regra geral é comutativo, pois existe uma

equivalência entre preço pago e a coisa adquirida

3 Incerteza para as duas partes sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. A perda ou

lucro dependem de um fato futuro e imprevisível.

Bilateral

Consensual

Oneroso Geralmente Comutativo

Instantâneo

CONTRATOS D. CIVIL

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Instantâneo – O contrato dura poucos minutos, ou se sequer alguns segundos

para se realizar, e mesmo que seja o pagamento à prazo, continua sendo

instantâneo, só que de execução diferida

Outra característica que merece destaque é a translatividade, porque o

contrato de compra e venda não garante a propriedade, sendo necessária a

observação dos atos solenes quando exigidos, pois caso contrário não será

transferido a propriedade.

LLEEGGIITTIIMMIIDDAADDEE DDOO CCOONNTTRRAATTOO DDEE CCOOMMPPRRAA EE VVEENNDDAA

Legitimidade é um limitador de capacidade, que mesmo sendo capazes não

tem autorização para comprar ou vender determinados bens, vejamos:

Outorga uxória: O cônjuge não pode vender um bem imóvel sem a

autorização do outro cônjuge, sob pena de anulabilidade.

Proteção à igualdade de herança entre os filhos: Um pai não pode

vender um bem a um filho sem autorização dos demais filhos, sob pena

de anulabilidade

Questão Moral: Necessita parecer honesto o contrato, tutor não pode

comprar os bens do tutelado, bem como o Juiz não pode comprar os

bens que ele mandou penhorar do devedor em processo de execução,

sob pena de nulidade, art. 497 I e III CC

Facilitar a extinção do condomínio: Um condômino não pode vender a

sua parte em bem indivisível para terceiro se o outro condômino quiser

comprar, sendo que deverá ser oferecido primeiro para o outro

condômino, sob pena de anulabilidade, art. 504 CC

CCLLÁÁUUSSUULLAASS EESSPPEECCIIAAIISS DDOO CCOONNTTRRAATTOO DDEE CCOOMMPPRRAA EE VVEENNDDAA

1. Venda ad mensuram e venda ad corpus são aplicáveis em bens

imóveis

CONTRATOS D. CIVIL

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Compra e venda por Ad corpus é quando os contratantes levam em

consideração o corpo, o objeto e as características de localização, suas

comodidades e outras características que são levadas em consideração,

sendo que a área do imóvel não tem quase importância.

Compra e venda Ad mensuram a área do imóvel é o fator preponderante

para a negociação. Neste caso, se o imóvel comprado tiver área menor

do que constante no contrato há direito ao: I. Abatimento do preço; II.

Complementação da área; III. Resolução do contrato

2. Retrovenda

Cláusula em que o vendedor, entre acordo com o comprador, fica com

o direito de recomprar, em três anos, o imóvel vendido, devolvendo o

preço e todas as despesas feitas pelo comprador, art. 505. Só é aplicada

em bem imóvel, nunca em bem móvel. A resolução da retrovenda se

dá pela decadência do prazo de três anos, pela destruição do imóvel ou

pela renúncia do vendedor.

3. Venda a Contento

Cláusula em que permite desfazer o contrato se o comprador não gostar

da coisa adquirida, sendo que não é necessário expor os motivos por

não querer ficar com o bem (direito potestativo), e o vendedor não

pode discutir a respeito desta manifestação.

Dividido em duas espécies: suspensiva – o comprador não paga o

preço e adquire a coisa por empréstimo, se gostar paga o preço e

adquire a coisa, se não gostar devolve sem explicações, caso a coisa

perecer será de responsabilidade do vendedor (a coisa perece para o

Ad mensuram é quando determina a área do imóvel vendido ou o preço de cada metro ou hectare. O erro no tamanho traz consequências conforme o art. 500 CC.

Ad corpus adquire-se coisa certa e que se presume conhecida pelo comprador, de modo que nao se fala em abatimento do preço, art. 500 § 3º CC.

CONTRATOS D. CIVIL

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dono); resolutiva – o comprador paga o preço e adquire a coisa como

dono, se não gostar devolve a coisa, desfaz a compra e exige o dinheiro

de volta, caso a coisa perecer será de responsabilidade do comprador.

4. Preempção ou Preferência

Cláusula que obriga o comprador de coisa móvel ou imóvel oferecer ao

vendedor caso resolva vender o bem para um terceiro, com a finalidade

de o vendedor exercer seu direito de preferência. É muito parecida com

retrovenda, porem possui características diferentes, ver arts. 513 ao 520

do CC.

5. Venda com reserva de domínio

Modalidade especial de venda de coisa móvel em que o vendedor

reserva para si a propriedade do bem até o momento que se realize o

pagamento integral do preço, art. 521 aos 528 CC.

6. Venda sobre documentos

Modalidade que traz garantias de propriedade plena ao comprador,

contribuindo para uma maior autonomia e mobilidade contratual. Desta

forma a tradição da coisa é substituída pela entrega dos documentos

exigidos pelo contrato.

7. Condições de venda - Incoterms

Incoterms estabelece regras/cláusulas de responsabilidade de contrato e

direito do importador, de que ponto da transação até que ponto. É uma

clausula de contrato de compra e venda internacional que indica

responsabilidades e direitos do comprador e do vendedor.

Tem como objetivo: 1. O ponto de entrega da mercadoria 2. Local exato

de divisão das responsabilidades 3. Custo das partes.

Divididos em 4 grupos: E – O vendedor não tem custo nem

responsabilidade. O comprador vem buscar no estabelecimento; F – O

vendedor não paga os custos principais da transação, apenas entrega o

produto ao transportador do comprador; C – O custo de manuseio e frete

é do vendedor até chegar no porto do país do cliente; D – Toda

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responsabilidade e do vendedor, paga tudo até o ponto de destino

determinado, no terminal indicado

CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA

Também chamado de escambo, previsto no Art. 533 CC

Contrato pelo qual as partes se obrigam a trocar bens, que não seja dinheiro.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDOO CCOONNTTRRAATTOO DDEE LLOOCCAAÇÇÃÃOO

Obs. Translativo de propriedade no sentido de servir como titulus

adquirendi, gerando para cada contratante, a obrigação de transferir para

o outro o domínio da coisa, objeto de sua prestação.

Tudo que puder ser aplicado na compra e venda poderá ser aplicado na troca

ou permuta, com duas ressalvas (art. 533, I e II CC):

1. Cada um dos contratantes pagará por metade as despesas da troca

2. É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e

descendentes, sem o consentimento dos outros descendentes e do

cônjuge

O desequilíbrio na troca prevê a nulidade do contrato, porque enseja fraude.

Se ocorrer a troca de um bem por um bem de valor inferior mais uma quantia

em dinheiro será considerado contrato de troca ou de compra e venda?

Bilateral

Consensual

Oneroso Geralmente Comutativo

Translativo

CONTRATOS D. CIVIL

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R. Depende do valor em dinheiro envolvido, se pouco dinheiro será

considerado contrato de troca, se o saldo em dinheiro representar mais da

metade do pagamento dai será considerado contrato de compra e venda.

CONTRATO ESTIMATÓRIO ou de CONSIGNAÇÃO

Art. 534 aos 537 CC

Negócio jurídico em que alguém recebe de outra pessoa bens móveis,

ficando autorizado a vendê-los, obrigando-se a pagar um preço estimado

previamente se não restituir as coisas consignadas dentro do prazo ajustado.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDOO CCOONNTTRRAATTOO EESSTTIIMMAATTÓÓRRIIOO//CCOONNSSIIGGNNAAÇÇÃÃOO

Real – Se aperfeiçoa com a entrega do bem ao consignatário

Oneroso – Ambas as partes obtêm proveito

Comutativo – Não envolve risco

Bilateral – Acarreta obrigações recíprocas

Informal – Pode ser um contrato verbal

Bilateral

Real

Oneroso Comutativo

Informal

CONTRATOS D. CIVIL

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Possuem Obrigação facultativa (possibilidade de uma hipótese) e obrigação

alternativa (possibilidade de escolha).

O consignante (quem deu o bem) não perderá o domínio dos bens até que o

consignatário (quem recebeu o bem) os negocie com terceiros.

O consignante não poderá dispor das coisas consignadas antes de lhe serem

restituídas ou de lhe ser comunicada a restituição.

As coisas consignadas não poderão ser objeto de penhora ou sequestro pelos

credores do consignatário, enquanto não for pago integralmente o seu preço.

O consignatário deverá pagar as despesas, compensando com a diferença

entre preço estimado e o preço da venda a terceiro.

CONTRATO DE DOAÇÃO

Art. 538 ao 564 CC

Contrato pelo qual o doador se obriga a transferir gratuitamente um bem de

sua propriedade para outra pessoa (donatário).

REQUISITOS

Gratuito

Gera obrigação

Bem lícito Aceitação

Entre vivos

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Gratuito – A circulação do bem de uma pessoa para a outra, em regra, é

gratuita, porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus

ou encargo ao beneficiário.

Gera obrigação – Apenas o ato de doar não transfere a propriedade, no qual é

necessária a tradição e o registro para completar o contrato.

Bem lícito – O objeto da obrigação deve ser lícito e pertencer ao doador,

pois não se pode doar coisa alheia.

Aceitação – Como todo contrato é exigido a vontade das partes, mesmo que

seja um contrato gratuito dependerá da aceitação do donatário.

Entre vivos (Inter Vivos) – A doação deve ser feita entre pessoas vivas, a

doação mortis causa é a herança e o legado, no qual será estudado em Civil 7.

ELEMENTOS

Dois são os elementos peculiares à doação:

CARACTERÍSTICAS

Sendo assim o contrato de doação é:

Objetivos

•Empobrecimento do doador e enriquecimento do donatário

Subjetivos

•Vontade do doador de praticar uma generosidade, no qual é a intenção de doar (animus donandi)

Unilateral Solene Gratuito Consesual

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Unilateral – Obrigação apenas para o doador de entregar a coisa

Solene4 – Exige forma escrita, entretanto para os bens móveis de pequeno

valor pode ser verbal/informal (não solene)

Gratuito – Em regra apenas o donatário tem proveito econômico

Consensual – Se aperfeiçoa com o acordo de vontade do doador e do

donatário

OBSERVACÕES IMPORTANTES

A coisa doada que possuir algum defeito, o doador não fica sujeito a

evicção5 ou vícios redibitórios6, pois esses efeitos só se aplicam a contratos

bilaterais. Entretanto se a doação for onerosa/com encargo, esses efeitos

serão admitidos.

Pessoa em dificuldade financeira, com muitas dívidas, ou seja, insolvente, não

pode doar os seus bens para não prejudicar os credores. Se ocorrer a doação,

será anulável por se tratar de fraude contra credores.

Promessa de doação pela maioria dos doutrinadores é inexigível o

cumprimento de promessa de doação pura/simples, porque representa uma

liberdade plena. Contudo na doação com encargo/onerosa é imposto ao

donatário um dever exigível do doador, no qual não existe promessa de

doação.

O nascituro tem todos os direitos, menos os patrimoniais, só após o

nascimento com vida a doação terá eficácia.

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Solenes são os contratos que necessitam de formalidades nas execuções após ser concordado

por ambas as partes, dando a elas segurança e algumas formalidades da lei, como na compra de um

imóvel, sendo necessário um registro em cartório para que este seja válido. Não solenes são aqueles que

não precisam dessas formalidades, necessitando apenas da aceitação de ambas as partes.

5 Evicção é a perda de um bem por motivo de decisão judicial ou ato administrativo (art. 447 CC)

6 Vicio Redibitório são falhas ou defeitos ocultos no bem adquirido (art. 443 CC)

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ESPÉCIES DE DOAÇÃO

a) Doação Pura: É a doação simples em que o doador não impõe

nenhuma restrição ao beneficiário, desta forma não tem nenhuma

exigência, motivação, limitação, condição ou encargo. O ato

constitui uma liberalidade plena.

b) Doação Condicional: Subordinada a evento futuro e incerto (ex.

Darei este terreno se você casar)

c) Doação a Prazo ou a Termo: Subordinada a evento futuro e certo (ex.

Darei este carro para você quando tirar habilitação de motorista)

d) Doação Modal: Sujeitada ao encargo, no qual é uma doação onerosa7

pois existe uma obrigação por parte do donatário (ex. Doo este violão à

você com ônus de tocar todo final de semana em meu barzinho).

e) Doação Remuneratória: Feita por gratidão, com a finalidade de retribuir

um favor (ex. Dentista que faz nova dentadura para sua avó e não cobra

nada, depois ganha um tapete importado do Egito).

f) Doação Conjuntiva: Feita em comum com mais de uma pessoa, sendo

distribuída por igual entre os diversos donatários, salvo se o contrato

estipulou o contrário.

g) Doação Ilegítima: É feita a donatário sem legitimidade para receber a

doação.

h) Doação Incapaz: Apenas pode ser feita doação a incapaz se for pura

(ex. dar um presente a criança).

i) Doação em contemplação de casamento futuro: Tipo de doação

condicional, ou seja, fica sujeita ao casamento entre certas pessoas. A

aceitação do casal ao contrato de doação vem com o matrimônio.

REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO

A doação é um favor, uma generosidade, um benefício, uma liberalidade, e

sendo assim não é admitido que o donatário seja ingrato com o doador,

devendo o mesmo ser respeitado.

7 Classificado pela Doutrina como contrato unilateral imperfeito/bilateral imperfeito

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Desta forma só há 2 maneiras da Revogação da Doação:

Por ingratidão do donatário se a doação for pura e simples

Por descumprimento de encargo