20
Direito das Obrigações Aspectos introdutórios

Direito das Obrigações

  • Upload
    kobe

  • View
    23

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito das Obrigações. Aspectos introdutórios. Definição. O senso comum Dever, ônus, sujeição, obrigação O pensar da relação obrigacional dentro de um contexto de direito civil-constitucional - Perlingieri, caráter dinâmico e cooperativo da relação obrigacional - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Direito das Obrigações

Direito das Obrigações

Aspectos introdutórios

Page 2: Direito das Obrigações

Definição• O senso comum• Dever, ônus, sujeição, obrigação• O pensar da relação obrigacional dentro de um contexto de direito civil-

constitucional - Perlingieri, caráter dinâmico e cooperativo da relação obrigacional

• Obrigação e (des)igualdade – Relação Civil, Empresarial e de Consumo• Sentido técnico

– Relação jurídica transitória, estabelecendo vínculos jurídicos entre duas diferentes partes, cujo objeto é uma prestação pessoal, positiva ou negativa, garantindo o cumprimento sob pena de coerção judicial

• Características– Transitoriedade – Visa a sua extinção– Vínculo jurídico entre as partes– Caráter patrimonial – Polêmica entre linhas patrimonialista e não patrimonialista

no tocante à prestação– Prestação positiva ou negativa

Page 3: Direito das Obrigações

Definição

– Dicotomia interna à obrigação• Débito (schuld) e Responsabilidade (haftung)• Débito

– Prestação a ser espontaneamente cumprida pelo devedor, é o próprio direito subjetivo do credor à prestação

• Responsabilidade– Oneração que recai sobre o patrimônio do devedor, como

garantia do direito do credor, em face do inadimplemento– Responsabilidade é intrínse à própria obrigação; mesmo que

só exercida quando do inadimplemento, ela já existe potencial/latentemente na própria estrutura obrigacional

Page 4: Direito das Obrigações

Definição

– Situações excepcionais• Débito sem responsabilidade– Relação material válida, mas com a possibilidade de afastamento da

pretensão à realização da prestação» Ex.: Dívidas prescritas e obrigações naturais

• Responsabilidade sem débito– Responsabilidade que atinge determinadas pessoas que não são partes na

relação obrigacional, mas que por previsão normativa podem ser responsabilizadas por débito de outrem» Ex.: Desconsideração da personalidade jurídica e responsabilização

dos sócios/administradores

• Responsabilidade sem dívida atual– Assunção de responsabilidade anteriormente à própria constituição da

exigibilidade do débito» Ex.: Fiança

Page 5: Direito das Obrigações

Elementos

• Elementos da relação obrigacional– Elemento Subjetivo• Credor e devedor• Possibilidade de pluralidade nos polos (obrigações

solidárias e indivisiveis)• Possibilidade de entes despersonalizados (sujeito de

direito despersonalizado) figurarem nos pólos (massa falida, sociedade de fato)

Page 6: Direito das Obrigações

Elementos

– Elemento objetivo• A prestação• Objeto da obrigação – Prestação• Objeto da prestação – Bem da vida• Prestação pode ser: Dar, fazer(prestação positiva), não

fazer (prestação negativa)• Prestação deve observar requisitos objetivos de validade

do negócio jurídico (art. 104, II, CC)– Licitude– Possibilidade física e jurídica– Determinabilidade– E a patrimonialidade?

Page 7: Direito das Obrigações

Elementos

• A polêmica da patrimonialidade– Apreciação econômica da prestação, para doutrina

majoritária, seria requisito essencial, o que não afastaria o status protetivo jurídico de outras relações jurídicas não patrimoniais, que não seriam entendidas, contudo, como obrigacionais

– Corrente não-patrimonialista sustenta (em diálogo com Código Português) que seria necessário apenas o interesse digno de tutela jurídica, mesmo que apenas moral, desprovido de patrimonialidade, a qual residiria apenas na responsabilidade

Page 8: Direito das Obrigações

Elementos• Críticas de Konder

– Não-patrimonialistas confundiriam efeitos do descumprimento (meios de tutela patrimonial) com o próprio conteúdo da prestação

– O caráter patrimonial não é estanque, mas condicionado sócio-juridicamente (Perlingieri)

– Confusão entre prestação e interesse do credor; aquela seria necessariamente patrimonial, esse poderia ser moral ou afetivo» Exemplo: Vizinho barulhento, obrigação de não fazer e

patrimonialidade – Prestação de caráter patrimonial, interesse não econômico

– Os riscos da leitura não-patrimonialista ao equiparar outras categorias (deveres de ordem não-patrimonial) a obrigações» Deveres do casamento e “débito conjugal”

Page 9: Direito das Obrigações

Elementos

– Elemento abstrato (espiritual)• Vínculo jurídico

– Liame abstrato que une as partes, dando azo à exigibilidade do objeto da prestação por uma parte em face da outra

– Marcado pela coercibilidade potencial do credor em face ao credor, de modo marcadamente patrimonial

– Coercibilidade, inadimplemente, tutela específica e prisão civil» Arts. 461 e 461-A CPC» O RE 466.343

Page 10: Direito das Obrigações

Posicionamento em face de outras categorias

– Direitos reais e direitos obrigacionais• Os limites das classificações e seus critérios

Direitos reais Direitos obrigacionais

Absoluto (erga omnes) Relativo (inter partes)

Atributivo (um só sujeito) Cooperativo (conjunto de sujeitos)

Permanente Transitório

Direito de sequela Patrimonio do devedor como garantia

Numerus clausus Numerus apertus

Jus in re (direito à coisa) Jus ad rem (direito em face de uma coisa)

Objeto: a coisa Objeto: A prestação

Page 11: Direito das Obrigações

Posicionamento em face de outras categorias

– Obrigações propter rem– Relação obrigacional (prestação) surgida a partir da

aquisição/titularidade do direito real– Também chamada de obrigação mista ou ambulatória– Exemplo: Direitos de vizinhança e condôminos para

conservação da coisa comum– Aproximação com ônus reais

Ônus Reais Obrigações Propter Rem

Responsabilidade limitada ao valor do bem onerado

O devedor responde com todo o seu patrimônio

Perecendo o objeto, perece o ônus real Podem permanecer mesmo após o perecimento da coisa

Implicam sempre uma prestação positiva

Podem se configurar numa prestação negativa

Page 12: Direito das Obrigações

Posicionamento em face de outras categorias

• Direitos da personalidade x direitos personalíssimos x direitos pessoais

Page 13: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

– Abordagem funcional da gênese das obrigações (tripartição)

• Negócio Jurídico• Responsabilidade Civil• Enriquecimento sem causa

Page 14: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

• Negócio Jurídico

– Teoria do fato jurídico– Ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico

Page 15: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

– Responsabilidade civil• Responsabilidade contratual e extracontratual• Ilícito relativo (violão de obrigação configurando a

responsabilidade contratual) e ilícito absoluto ou stricto sensu (inexistência de relação entre ofensor e ofendido, havendo a violação de dever genério de cuidado, caracterizando, dessa forma, a responsabilidade extracontratual).

• O consumidor por equiparação e a ressignificação da responsabilidade civil

• Ato ilícito subjetivo (Art. 186), ato ilícito objetivo (art. 187 – abuso de direito) e Responsabilidade Civil objetiva (927)

Page 16: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

– Enriquecimento sem causa• Finalidade: Remover de um patrimônio acréscimos

indevidos• Desnecessidade de dano ou ilícito, sendo suficiente a

ocorrência de vantagem indevida, sem contraprestação• Justa causa, indenização, relação de consumo e

jurisprudência atual nos danos morais em relação de consumo

Page 17: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

– Boa fé objetiva como fonte de obrigações e obrigação como processo• Processo como série de atividades exigidas de ambas as

partes cuja finalidade é o adimplemento, evitando-se danos de uma parte à outra• Dinamismo – Ambas as partes devem buscar o

adimplemento• Cooperação, que enseja obrigações complexas, ou seja,

obrigações principais acrescidas de deveres anexos/laterais, relacionados notadamente à função social e boa-fé objetiva

Page 18: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

– Princípio da boa-fé objetiva• Boa-fé objetiva x boa-fé subjetiva

– Boa fé subjetiva – Situação psicológica ou de espírito de agente que realiza determinado ato ou vivencia certa situação sem ter ciência do vício que a atinge, acreditando estar a agir conforme o direito – Exemplo: Casamento putativo

– Boa-fé objetiva – Conceito jurídico indeterminado consistente em regra de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica, relacionados à idéia de

Page 19: Direito das Obrigações

Abordagem funcional– Funções da boa-fé objetiva• Função interpretativa

– Negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo com a boa-fé (parâmetros de probidade), a fim de permitir que se observem os propósitos e intenções dos contratantes

– Art. 113 CC-02

• Função criadora de deveres jurídicos anexos ou de proteção– Numerus apertus– Dever de lealdade recíproca

» Relações calcadas na transparência e inter-relação entre vontade manifestada e conduta

– Dever de assistência» Cooperação entre as partes para o correto cumprimento da prestação principal

– Dever de informação» Comunicação entre as partes acerca de circunstâncias e características do

negócio jurídico em diálogo com a lealdade– Dever de sigilo ou confidencialidade

Page 20: Direito das Obrigações

Abordagem funcional

• Função delimitadora do exercício de direitos subjetivos– Limita a imposição de cláusulas abusivas (mesmo em

contratos civis) e de exercício abusivo de direito– Gera a possibilidade de responsabilização civil por violação de

boa fé