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1 DIREITO ELEITORAL 1 - APRESENTAÇÃO DO PLANO E CRONOGRAMA DE AULA S 2- legislação eleitoral – História da Justiça Eleitoral no Brasil As constituições sempre dispuseram sobre matéria eleitoral: Imperial ( 1824 ) nela existia previsão de eleição indireta para deputados e senadores; Republicana ( 1891) eleição direta para Presidente vice- presidente; (1934) criou a Justiça Eleitoral e estabeleceu a competência privativa; (1937 ) extinguiu a Justiça Eleitoral dispondo sobre eleitores, direitos políticos e inelegibilidade; (1946) restaurou a Justiça Eleitoral dispondo sobre competência, alistamento direitos políticos inelegibilidade, surge a figura da filiação partidária; ( 1967) manteve a Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário dispondo sobre direitos políticos e partidos políticos; (1969) quase não houve alteração - manteve a Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário dispondo sobre direitos políticos e partidos políticos; (1988) direitos políticos art. 14 a 16; partidos políticos art. 17. Justiça Eleitoral como um dos órgãos do Poder Judiciário. Artigos 92,V e 118 a 121 Quanto a origem podemos dizer que as Constituições foram: Constituições promulgadas, populares ou democráticas (grifadas na

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DIREITO ELEITORAL

1 - APRESENTAÇÃO DO PLANO E CRONOGRAMA DE AULA S

2- legislação eleitoral – História da Justiça Eleitoral no Brasil

As constituições sempre dispuseram sobre matéria eleitoral:Imperial ( 1824) nela existia previsão de eleição indireta para deputados e senadores;

Republicana (1891) eleição direta para Presidente vice-presidente;

(1934) criou a Justiça Eleitoral e estabeleceu a competência privativa;

(1937) extinguiu a Justiça Eleitoral dispondo sobre eleitores, direitos políticos e inelegibilidade;

(1946) restaurou a Justiça Eleitoral dispondo sobre competência,

alistamento direitos políticos inelegibilidade, surge a figura da filiação partidária;

(1967) manteve a Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário dispondo sobre direitos políticos e partidos políticos;

(1969) quase não houve alteração - manteve a Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário dispondo sobre direitos políticos e partidos políticos;

(1988) direitos políticos art. 14 a 16; partidos políticos art. 17.

Justiça Eleitoral como um dos órgãos do Poder Judiciário. Artigos 92,V e 118 a 121

Quanto a origem podemos dizer que as Constituições foram:Constituições promulgadas, populares ou democráticas (grifadas na cor azul) Constituições outorgadas ou impostas (Grifadas na cor verde)

As leis eleitorais são estudadas tendo o seguinte marco: a) Do império até 1889. Com a promulgação da República o novo período foi dividido em 4 fases - 1º período de 1889 a 1930; 2º período 1930 a 1945; 3º período de 1945 a 1964 e finalmente o 4º período de 1964 até os nossos dias.

Pinto Ferreira classificava em quatro fases: Império; 1ª Republica de 1889 até 1930, após a Revolução de 1930 até 1946 e partir de 1946 até a atual.

Antônio Roque Citadini divide em três fases império, Republica velha ( 1989 até 1930) e após este período com a revolução de 1930 até os nossos dias.

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A legislação eleitoral passou por um período anterior a 1930 onde a legislação era esparsa, após aquela revolução passamos a ter uma legislação eleitoral condensada surgindo assim:

Primeiro Código Eleitoral Dec. Nº 21.076 de 24-02-1932

Segundo Código Eleitoral Lei nº 48 de -4-05-1935

Terceiro Código Eleitoral Lei nº 7.586 de 28-05-1945 - referida Lei não foi editada ou denominada de Código Eleitoral daí a divergência se teria sido ou não um código eleitoral.

Quarto Código Eleitoral Lei nº 1.164 de 24-07-1950

Quinto Código Eleitoral Lei nº 4.737 de 15-07-1965

Outras leis complementam o ordenamento eleitoral dentre elas citamos:

Lei nº 6.091 de 15-08-1974 – dispõe sobre o transporte gratuito

Lei nº 6.996 de 6-9-1982 – processamento eletrônico de dados

Lei nº 7.444 de 20-12-1985 – processamento eletrônico, revisão do eleitorado

Lei Complementar nº 64 de 18-05.1990 – revogou a Lei Complementar 5/1970 estabelece casos de inelegibilidade, alterada pela Lei Complementar 81 de 13-04-1994 (ver art. 14, § 9º da CF e consonância com a Emenda Constitucional de Revisão nº 4, 9.6.1994).

Lei Complementar nº 135 de 04-06-2010 – lei da ficha limpa

Lei nº 9.096/95 – chamada lei dos partidos políticos, foi elaborada com fundamento na CF//88,

Lei Complementar nº 86 de 14-05-1996, permite a ação rescisória em caso de inelegibilidade

Lei nº 9.504 de 30-09-1997 – chamada de Leis das Eleições sofreu varias alterações (Lei 9840/99, 10.408/2002, 10.740/2003, 11.300/2006 e 12.034/2009).

Emendas nºs. EC 16/1997 altera a redação do § 9º, do art. 14, permite a reeleição de detentores do cargo eletivos para o executivo municipal, estadual e federal, EC 45/2004 altera vários artigos da CF, EC 52/2006 dá nova redação ao art. 17 da CF e disciplina as coligaçõesEm complementação ao tema trazemos a exame texto constante do Portal do TRE de Santa Catarina www.tre-sc.gov.br acesso em 01.02.2012, a seguir :

Histórico da Justiça Eleitoral no Brasil

A história da Justiça Eleitoral está intimamente relacionada à evolução política

e administrativa do Brasil, espelhando cada um dos períodos pelos quais o país

passou desde o descobrimento, passando pelo período colonial, Império e as

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diversas fases da República, com alterações profundas no Estado Novo e no

regime militar pós-1964, por exemplo.

A evolução da Justiça Eleitoral acompanhou o desenvolvimento político e

institucional do país, e também o avanço da legislação pertinente.

Veremos a seguir um panorama deste processo histórico, iniciando com o

período anterior à existência da Justiça Eleitoral como instituição, e

prosseguindo com as diversas fases de sua evolução.

1. Período colonial e Império

As eleições não são uma experiência recente no País. O livre exercício do voto

surgiu com os primeiros núcleos de povoadores, logo depois da chegada dos

colonizadores, resultado da tradição portuguesa de eleger os administradores

dos povoados sob domínio luso. Mal pisavam a nova terra descoberta,

passavam logo a realizar votações para eleger os que iriam governar as vilas e

cidades que fundavam.

Este posicionamento foi mantido ao longo do período colonial. Os bandeirantes

paulistas, por exemplo, iam em suas missões imbuídos da idéia de votar e de

serem votados. Chegando no seu destino, de imediato realizavam eleição do

guarda-mor regente. Somente após esse ato eram fundadas as cidades, já sob

a égide da lei e da ordem.

As eleições para governanças locais foram realizadas até a Independência. A

primeira de que há registro histórico aconteceu em 1532, para eleger o

Conselho Municipal da Vila de São Vicente-SP.

Pressões populares e o crescimento econômico do país, contudo, passaram a

exigir a efetiva participação de representantes brasileiros nas decisões da

corte. Assim, em 1821, foram realizadas eleições gerais para escolher os

deputados que iriam representar o Brasil nas Cortes de Lisboa. Essas eleições

duraram vários meses, devido a suas inúmeras formalidades, e algumas

províncias sequer chegaram a eleger seus deputados.

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Em 19 de junho de 1822 foi publicada a primeira lei eleitoral brasileira, que

regulamentava a escolha de uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa,

a qual, eleita após a Proclamação da Independência, elaborou a Constituição

do Império, outorgada em 1824.

Seguiram-se vários regulamentos complementares, entre eles:

Decreto n. 157, de 4 de maio de 1842: alistamento prévio e a eleição para membros das Mesas Receptoras, proibindo o voto por procuração;

Decreto n. 842, de 19 de setembro de 1855 (Lei dos Círculos): voto por distritos ou círculos eleitorais;

Decreto n. 2.675, de 20 de outubro de 1875 (Lei do Terço): título de eleitor; e

Decreto n. 3.029, de 9 de janeiro de 1881 (Lei Saraiva): voto secreto e eleições diretas.

2. República: Cronologia da legislação e da Justiça Eleitoral no Brasil

O Código Eleitoral de 1932 criou a Justiça Eleitoral, que passou a ser

responsável por todos os trabalhos eleitorais – alistamento, organização das

mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos

eleitos. Além disso, regulou em todo o País as eleições federais, estaduais e

municipais.

Com o advento do Estado Novo, a Constituição de 1937, outorgada por Getúlio

Vargas, excluiu a Justiça Eleitoral dos órgãos do Poder Judiciário. De 1937 a

1945 foram nomeados interventores para o Poder Executivo Estadual e

Municipal, e as Casas Legislativas foram dissolvidas, cancelando-se as eleições

em todo o país. A Justiça Eleitoral somente retoma suas atividades com a

Edição do Decreto-Lei n. 7.586, de 28 de maio, que regulamentou as eleições

e restabeleceu-a, retomando suas atividades em 7 de junho de 1945.

Após a queda do Estado Novo, o parlamento eleito em 2 de dezembro de

1945, valendo-se dos poderes ilimitados a ele conferidos pela Lei

Constitucional n. 13/45, reuniu-se em Assembléia Constituinte e votou a nova

Constituição. Com isso, em 5 de outubro de 1946, os Tribunais Regionais

Eleitorais foram extintos e reinstalados a seguir nos moldes estabelecidos pela

Constituição de 1946. Logo a seguir, em 1950, foi introduzida a Lei n. 1.164 ,

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que até 1965 foi a base pela qual os partidos políticos e toda matéria relativa a

alistamento, eleições e propaganda eleitoral foram regidos.

Até 1955, os próprios candidatos confeccionavam e distribuíam as cédulas aos

eleitores. Com a edição da Lei n. 2.582, de 30 de agosto do mesmo ano, a

cédula da eleição presidencial passou a ser oficial, sendo que o mesmo critério

foi estendido aos demais cargos somente em 1962.

A partir de 1964, com a instalação do regime militar e a deposição do

Presidente João Goulart, o processo eleitoral foi várias vezes modificado por

atos institucionais, emendas constitucionais, leis e decretos-leis. Nessa época,

foram realizadas eleições indiretas para presidente da República,

governadores dos Estados e Territórios e para prefeitos das capitais, estâncias

hidrominerais e municípios caracterizados como área de segurança nacional. O

período foi marcado, ainda, pela extinção dos partidos e a cassação de direitos

políticos.

O Código Eleitoral hoje em vigor teve origem na Lei n. 4.737, de 15 de julho de

1965, a qual estabeleceu os princípios básicos do atual sistema eleitoral

brasileiro e ampliou o campo de atuação desta Justiça Especializada.

O Ato Institucional n. 2, de 27 de outubro de 1965, extinguiu os partidos

políticos existentes à época, dando origem ao bipartidarismo, representado

pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e pelo MDB (Movimento

Democrático Brasileiro). O pluripartidarismo foi restabelecido somente em

1979.

Com a não-aprovação da "Emenda Dante de Oliveira" (1984), que previa a

realização de eleições diretas para presidente e vice-presidente da República,

restou adiado para 1989 o pleito que instituiria novamente o sufrágio direto

para tais cargos.

Nos termos da Emenda Constitucional n. 25/85, de 15 de maio foram

instituídos dois turnos de votação para os cargos de Chefe dos Executivos,

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eleições diretas para as capitais dos Estados, estâncias hidrominerais e áreas

consideradas de segurança nacional.

Em face das exigências de segurança e rapidez, e visando ao aperfeiçoamento

do sistema eleitoral e à eliminação de fraudes, a Justiça Eleitoral implantou, a

partir de 1986, grandes modificações, tais como o controle informatizado do

cadastro eleitoral, o recadastramento de 69.371.495 eleitores, bem como o

processamento eletrônico dos resultados dos pleitos.

Com a promulgação da Constituição de 1988, foi estabelecido o sistema de

eleição em dois turnos para os cargos de presidente da República e de

governador, além do voto facultativo para os analfabetos e para os maiores de

dezesseis anos. Previu, ainda, a realização de plebiscito para escolha do

sistema de governo (organizado em 1993), bem como assegurou ampla

autonomia aos partidos políticos para definir sua estrutura interna,

organização e funcionamento.

Dentre as transformações sofridas pelo referido ordenamento constitucional,

convém destacar o critério de aplicação da lei eleitoral somente um ano após

a data de sua vigência (Emenda Constitucional n. 4), bem como a possibilidade

de reeleição dos Chefes dos Executivos (Emenda Constitucional n. 16).

Atualmente, as normas concernentes ao funcionamento do sistema eleitoral

brasileiro encontram-se previstas, em síntese, na Constituição Federal de 1988

e nos dispositivos a seguir relacionados: Lei n. 4.737/1965 (Código Eleitoral);

Lei n. 9.504/1997 (normas para as eleições); Lei Complementar n. 64/1990

(inelegibilidades) e Lei n. 9.096/1995 (partidos políticos). Além disso, devem

ser observadas, anualmente, as resoluções expedidas pelo Tribunal Superior

Eleitoral.

Como percebemos a Justiça Eleitoral Brasileira é um ramo especializado do Poder Judiciário, com autuação em três esferas, a saber: jurisdicional, administrativa , responsável pela organização e realização de eleições, referendos e plebiscitos e regulamentar , estabelece regras e regulamentos para as eleições.

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Composta atualmente, pelo Tribunal Superior Eleitoral,(TSE); por 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e pelos Juízes Eleitorais.

INTRODUÇÃO

O Direito Eleitoral constitui um desafio, principalmente por ser assunto complexo e polêmico,

que afeta e altera toda a sociedade. O trabalho apresentado adiante traz fato relevante que é retratado, de

tempos em tempos, nos diversos instrumentos da mídia, referindo-se à eleição e ao voto.

Tomando por base pesquisas em livros, foi possível conceituar eleição, identificar e sintetizar

a origem do sistema eleitoral no cenário mundial e nacional, mostrar as modalidades existentes no nosso

país, as suas características e a importância das eleições e do voto para o cidadão.

Segundo Ferreira (2006, p.627) pesquisar é “buscar com diligência; inquirir; informar-se a

respeito de; fazer pesquisa”.

A pesquisa como princípio básico, apresentar e esclarecer pontos trabalhados como

prioridade, a fim de, elucidar quaisquer dúvidas e divulgar a relevância do tema em questão aos diversos

públicos integrantes da sociedade brasileira.

É neste contexto que este estudo, será destinado à sociedade em geral, a fim de, conscientizar

as pessoas a denunciarem quaisquer irregularidades durante o processo eleitoral e no decorrer do

exercício do mandato de cada político eleito.

1. CONCEITO DE ELEIÇÃO

Eleição é o processo mediante o qual um grupo social escolhe seu governante ou seu

representante político por meio do voto.

Nos países democráticos, o exercício do voto é um dos direitos fundamentais dos cidadãos. É

por meio dele que o individuo participa do poder público e manifesta sua vontade.

No Brasil, o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os analfabetos,

maiores de 70 anos e para os jovens que tenham entre 16 e 18 anos.

As pessoas que deixam de votar, em qualquer eleição, devem justificar-se diante da Justiça

Eleitoral para conservar seus direitos sociais.

2. ORIGEM DA ELEIÇÃO

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2.1. NO MUNDO

O voto teve origem na escolha dos chefes militares da antiguidade, por meio da aclamação

dos guerreiros. Como esses chefes passaram a governar também em tempo de paz, surgiu a necessidade

de organizar a escolha. As referências mais antigas sobre o processo eleitoral remontam a Grécia do

século IX a. C., com Licurgo, o lendário legislador de Esparta, que definiu as regras para escolha da

assembléia, e ao século VI a. C., com Sólon, legislador ateniense que, mediante a expressão da vontade

popular, conseguiu um maior equilíbrio do poder, antes exercido quase com exclusividade pela

aristocracia. Na mesma época, em Roma, a reforma de Sérvio Túlio favoreceu a formação de um corpo

eleitoral e de processos de votação.

2.2. NO BRASIL

As eleições no nosso país foram modificadas inúmeras vezes ao passar dos anos.

Elas são realizadas no país a nível local desde o Século XVI, sendo o corpo eleitoral alargado

com o passar da evolução histórica aos homens adultos, acima de 21 anos, independente de renda,

somente com a República; as mulheres, somente em 1932; os analfabetos, e maiores de 16 anos, somente

a partir da Constituição de 1988.

O voto também é secreto desde 1932, com a edição do Código Eleitoral, que vem sendo

periodicamente revisado, e regulamenta todo o procedimento, desde o alistamento dos eleitores, até a

contagem dos votos, a fiscalização e participação dos partidos, a propaganda e os crimes eleitorais. Do

mesmo ano é a criação da Justiça Eleitoral, cujo órgão máximo no Brasil é o Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) que organiza, dirige e coordena as eleições. O diploma legal atual é a lei nº 4.737/65, além da

chamada Lei das Eleições nº 9.504/97.

O Brasil já teve eleições indiretas, no Império. Na República, algumas eleições presidenciais e

estaduais foram indiretas, com o Congresso servindo de Colégio Eleitoral (1891, 1933, 1964, 1966), ou

mesmo um Colégio Eleitoral formado a partir do Congresso, no restante do período militar, até a eleição

de Tancredo Neves, em 1985. De 1966 a 1982, as eleições para governador também foram indiretas.

Municípios em área de segurança nacional e capitais dos Estados voltaram a ter eleições

diretas a partir de 1985, com regularidade até hoje, de 4 em 4 anos, desde 1988.

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A partir de 1950 se utiliza uma cédula única, para marcar ou escrever o nome ou número dos

candidatos, depositadas em urnas manuais. Desde 1996, vem sendo implantado o voto eletrônico. Este,

nas eleições de 2008, é universalmente utilizado em todo o país e vem sendo objeto de louvores por parte

de muitos. As eleições federais (presidente, senadores e deputados federais) atualmente coincidem com as

eleições estaduais (governadores e deputados estaduais). As eleições municipais são sempre realizadas

dois anos após as eleições federais, para a escolha dos prefeitos e vereadores.

As eleições em dois turnos foram introduzidas pela Constituição de 1988, para os cargos

executivos (presidente e vice-presidente, governadores e vice-governadores, prefeitos e vice-prefeitos). Se

nenhum candidato obtiver a maioria dos votos válidos (isto é, excluídos os votos brancos e nulos) quando

da realização do primeiro pleito, haverá segundo turno (exceto para as eleições municipais em municípios

com duzentos mil eleitores ou menos).

3. SISTEMAS ELEITORAIS

Tem por conceito ser o conjunto de técnicas legais que objetiva organizar a representação

popular, ou seja, então o sistema eleitoral é o conjunto de procedimentos eleitorais utilizados para eleger

representantes e governantes.

Nosso atual sistema é definido pela constituição de 1988 e pelo código eleitoral (Lei 4.737 de

1965), além de ser regulado pelo TSE no que lhe for delegado pela lei. Na própria Constituição Federal

do Brasil já são definidos três sistemas eleitorais distintos, que são detalhados no código eleitoral:

Eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, espelhado nos legislativos das esferas estadual e

municipal, eleições majoritárias com 1 ou 2 eleitos para o Senado Federal e eleições majoritárias em um

ou dois turnos para presidente e demais chefes dos executivos nas outras esferas. A constituição define

ainda em seu artigo 14 o "sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos",

princípio que pauta os três sistemas eleitorais presentes no país.

Tal classificação do sistema em três tipos é reconhecida por alguns estudiosos. Outros

entendem como existindo no Brasil somente dois sistemas eleitorais, o majoritário e o proporcional, isso

quando consideram que o majoritário para senador é uma exceção a regra do majoritário do executivo,

distinto somente pela duração do mandato do senador que é de oito anos.

3.1. SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO

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Os candidatos aos cargos majoritários, presidente da República, governadores de Estados,

prefeitos de cidades com mais de 200 mil eleitores e senadores são escolhidos pelo sistema majoritário,

sendo vencedores aqueles que obtiverem o maior número de votos.

A maioria absoluta dá-se em dois turnos: no primeiro é eleito o candidato que tiver mais

votos, que os votos de todos os concorrentes somados, obtendo 50% + 1 dos votos válidos, excluindo

votos brancos e nulos, não ocorrendo esta hipótese, é realizado segundo turno com os dois mais votados

no primeiro turno, sendo eleito o que obter mais votos, independente do percentual, ou seja, por maioria

relativa.

Diferentemente dos cargos para o poder executivo que têm mandato de 4 anos, os senadores

têm mandato de 8 anos, e cada Estado da Federação tem três cadeiras no Senado Federal, mas as eleições

ocorrem alternadamente, a cada 4 anos. Em 2006 foi renovado um terço dos senadores, um por Estado, e

em 2010 foi renovado dois terços, ou seja, foram eleitos dois senadores por Unidade da Federação. Por

esse motivo, a eleição para o Senado se dá de forma majoritária dentro de cada Estado, para escolher os

senadores que o representarão.

Quando apenas um candidato deve ser escolhido, usa-se a maioria relativa dos votos com

eleições separadas para cada Estado. Neste sistema cada eleitor vota em apenas um candidato e vence a

eleição aquele que obtiver o maior número de votos, sem necessidade de segundo turno caso não obtenha

maioria absoluta.

A eleição por maioria relativa também ocorre para eleger prefeitos das cidades com até

200.000 eleitores.

Crítica constante dos sistemas majoritários no Brasil é a formação de chapas: Os candidatos

ao cargo de vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito, bem como os dois suplentes de cada senador

devem registrar sua candidatura junto com a candidatura do titular da chapa. Quando o eleitor vota, ele

escolhe apenas o titular, sendo que o vice ou suplente é eleito automaticamente. Este sistema, apesar de

amplamente empregado para o poder executivo em todo o mundo, é criticado no caso do Senado pois

alguns suplentes "usam" a imagem do titular para eventualmente assumir o cargo em seu lugar.

3.2. SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL

Na eleição proporcional são eleitos os vereadores, os deputados estaduais, federais e distritais.

Por esse sistema, o total de votos válidos é dividido pelo número de vagas em disputa. O resultado é o

quociente eleitoral, ou o número de votos correspondentes a cada cadeira. Ao dividir o total de votos de

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um partido pelo quociente eleitoral, chega-se ao quociente partidário, que é o número de vagas que ele

obteve.

Se o quociente partidário der 6,5, por exemplo, significa que aquele partido elegeu 6 de seus

candidatos mais votados. Uma nova conta é feita das frações de cada partido até que todas as cadeiras

sejam distribuídas.

O sistema proporcional privilegia o partido, e não o candidato, Assegurando aos diferentes

partidos políticos uma representação correspondente à força numérica de cada um.

Por isso, é comum ocorrer de candidatos serem eleitos com menos votos que outros que ficam de fora.

Os deputados federais representam os segmentos da população de cada Estado no Congresso

Nacional, mas a Constituição limita o número de representantes por unidade da federação em no mínimo

oito e no máximo 70. Dessa forma, não há uma verdadeira proporcionalidade. Assim, o estado de São

Paulo precisou nas eleições de 1998 de mais de 333 mil votos para eleger um deputado federal, enquanto

em Roraima foram necessários apenas 17 mil - uma diferença de quase 20 vezes.

4. REFORMA POLÍTICA

O Brasil possui vários entraves que dificultam o seu crescimento econômico- político-social,

necessitando de reformas em suas legislações. Nos últimos anos foram analisadas e discutidas inúmeras

propostas por deputados e senadores, dentre outras, a cláusula de barreira, a proibição de coligações em

eleições proporcionais e o voto distrital e o distrital misto.

A cláusula de barreira exige que, além de eleger seus candidatos, os partidos tenham um

número mínimo de votos distribuídos pelo país para que tenham assento no Parlamento. A intenção é

eliminar os partidos "nanicos e ou de aluguel", aqueles que têm pouca representatividade e muitas vezes

são utilizados por legendas maiores.

Algumas propostas foram descartadas, outras aceitas com alterações, a exemplo da Lei

Complementar nº 135 de 4 de junho de 2010 – Lei da Ficha Limpa, que mesmo com participação efetiva

das organizações não governamentais, entidades de classes, instituições religiosas e o povo, tal lei entrou

em vigor enfraquecida, devido às constantes revisões dos parlamentares no seu texto original.

4.1. SISTEMA DISTRITAL

Em 2001 ganhava corpo no Congresso a discussão em torno da adoção de um terceiro

modelo, o distrital.

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Com o voto distrital e o distrital misto, os legisladores dariam mais representatividade aos

candidatos regionais, de modo que, toda região estaria representada nos parlamentos estadual e federal,

diferentemente do que ocorre atualmente, onde um distrito pode ter dois ou mais representantes e outro,

nenhum.

No âmbito internacional, existem Estados que adotam tais modelos, a exemplo da Inglaterra

que além de se basear nos costumes com força de lei, adota o voto distrital. Por esse modelo o país é

dividido em pequenas regiões, onde cada partido lança seus candidatos e o mais votado em cada uma é

eleito.

Já na Alemanha o voto é distrital misto e como o nome diz, é uma mistura dos outros dois

sistemas, culminado com uma porcentagem sendo eleita pelos distritos e outra por eleições proporcionais.

5. FIDELIDADE PARTIDÁRIA

Esse princípio já vigorou no Brasil, em especial durante o regime militar, a intenção era

impedir que políticos ligados ao governo votassem contra sua orientação ou passassem para a oposição (e

vice-versa) no decorrer do mandato. Agora a motivação é evitar o que se convencionou chamar de "troca-

troca" de partidos. Entre 1987 e 1998, 31% dos deputados federais abandonaram a sigla pela qual foram

eleitos. Com a fidelidade partidária, o detentor de cargo eletivo que abandonasse o partido perderia o

mandato ou ficaria impedido de disputar eleições por um período que, nas discussões travadas no

Congresso, varia de dois a quatro anos.

6. REGISTRO DE CANDIDATOS

Os registros dos candidatos ocorrem na fase preparatória do processo eleitoral, assumindo o

caráter oficial após seu deferimento através de reuniões/convenções realizadas pelos partidos políticos ou

coligações.

O rito acompanhado nestas reuniões é geralmente traçado pelo lançamento em ata, em livro

próprio, aberto e rubricado pela Justiça Federal.

Ao se falar nas regulamentações desse registro a legislação estabelece apenas o período em

que ocorrem tais convenções, cabendo ao estatuto de cada partido a definição de regras.

Nas coligações é aplicada a regra de que somente os filiados aos partidos políticos poderão

inscrever-se e concorrerem a uma vaga na chapa.

Em se tratando dos números de candidatos aplicado aos partidos e coligações nas eleições

majoritárias (cargos do Poder Executivo e do Senado Federal) será escolhido um candidato ao cargo

principal com os respectivos vices ou dois suplentes, em se tratando de candidato a Senador.

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Já nas eleições proporcionais (para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembléias

Legislativas e Câmaras Municipais), a Lei Eleitoral estabelecia regras quanto aos números de candidatos

baseados em maiores ou menores de vinte cargos.

Contudo, no processo de formalização desse registro os partidos ou coligações deverão

apresentar-se dentro do prazo legal, munido dos formulários e documentos necessários para sua inclusão.

Nos casos de atraso por parte destes, o próprio candidato poderá fazê-lo dentro de 48 horas após

encerramento do prazo acima mencionado, correndo até às 19 horas do dia 05 de julho do ano da eleição.

É de competência da justiça eleitoral tal mister, zelando por candidaturas que possuam os

requisitos e condições constitucionais e legais de elegibilidade na forma do artigo 3º do Código Eleitoral e

do artigo 1º da Lei Complementar nº 64 de 1990, atentando para as causas de perda ou suspensão dos

direitos políticos de acordo com o artigo 15 da Constituição Federal.

Há de salientar que a escolha dos pré-candidatos é feita em convenções partidárias.

O artigo 89 do Código Eleitoral discorre acerca da competência para registrar as candidaturas.

A competência é ratione materiae, portanto, enseja nulidade absoluta quando violada a regra especial.

7. CÉDULA ELEITORAL

A cédula eleitoral caiu em desuso a partir da instituição do voto eletrônico, porém ainda é

utilizada como procedimento alternativo em caso de falha no equipamento, ou na estrutura para acolhê-lo

ou ainda utilizada em regiões onde o equipamento não tem condição de funcionamento, como no caso de

vilas ribeirinhas ou tribos indígenas.

8. VOTO ELETRÔNICO

O sistema eletrônico de votação é seguro e confiável, fabricado no formato IBM-PC,

conferindo à eleição rapidez e robustez, uma vez que evita fraudes na computação de votos.

Somente nas eleições municipais de 1996 é que a Justiça Eleitoral deu início ao processo de

informatização do voto, com cerca de 33 milhões de eleitores.

utilizando a urna eletrônica.

Na eleição geral de 1998, o voto informatizado alcançou cerca de 75 milhões de eleitores e

no ano 2000, todos os eleitores puderam utilizar as urnas eletrônicas para eleger prefeitos e vereadores,

permanecendo até hoje como o melhor, mais barato e eficiente processo de votação já utilizado no

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mundo, sendo elogiado por líderes internacionais e inclusive tais máquinas já foram cedidas para

realização de eleições em outros países.

Dentre as principais premissas estabelecidas, foram obtidos: Solução universal - registro do

voto pelo número do candidato ou partido; Aderência à legislação vigente, com possibilidade de

evolução para garantir que mudanças na legislação eleitoral não obrigasse a alterações na urna eletrônica

e Processo de fácil utilização pelo eleitor, com a visualização na tela dos dados do candidato antes da

confirmação do voto.

Também conseguiu: Custo reduzido – o projeto deveria ser economicamente viável, em

função do elevado número de seções eleitorais; Perenidade – possibilidade de uso em várias eleições,

diminuindo o custo do voto; Segurança - eliminação da possibilidade de fraude no registro do voto e

apuração do resultado; Facilidade na logística - pequena, rústica, peso reduzido, de fácil armazenamento

e transporte; Autonomia - uso de bateria nos locais onde não há energia elétrica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o exposto é notória a importância do exercício da cidadania, que através da garantia

constitucional e de legislações infraconstitucionais do direito em participar das eleições e da prática do

voto, o cidadão externa a sua pretensão de escolha e de agente fiscalizador da atuação dos seus

representantes políticos, quanto aos princípios constitucionais, éticos, morais e bons costumes.

Igualmente às eleições, o voto também é imprescindível à realização do plebiscito e do

referendo, servindo para aprovar ou recusar determinado projeto de lei ou a própria lei, já redigida e a

espera da publicação.

Percebe-se que por meio do voto, o eleitor tem o poder de buscar melhorias para a sociedade da

qual faz parte, escolhendo com consciência os melhores candidatos aos cargos políticos onde

representarão o povo, outrossim no voto para aprovação de lei já formulada ou para sua elaboração pelos

parlamentares, que legislarão sobre quaisquer temas, desde conservação e ampliação do patrimônio

público, histórico e cultural, até adoção de medidas protetivas às pessoas e ao meio ambiente, culminando

com o benefício da coletividade.

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Direito Eleitoral

Da Apuração das Eleições

Vejamos as explicações sobre o tema na obra de Joel Jose Candido, Direito Eleitoral Brasileiro, 13. Ed, Bauru, SP: EDIPRO, 2008. Fls 205/206:

“Compete, evidentemente, a Justiça Eleitoral apurar os votos. Nas eleições municipais, onde os eleitos são prefeitos, vices e vereadores, será competente, para apurar, a Junta eleitoral – e não só o Juiz Eleitoral. Nas eleições gerais – onde se elegem senadores, deputado federal, governador, vice-governador e deputado estadual – a apuração compete aos Tribunais Regionais. Finalmente, nas eleições presidenciais, onde os escolhidos são o Presidente e Vice-Presidente da República, a apuração é de competência do Tribunal Superior Eleitoral (CE, art.158).

Mas não é só essa a lição extraída do art. 158 do Código Eleitoral. É evidente que, sempre, toda a máquina judiciária, em qualquer dessas eleições, funcionará apurando votos, já que os tribunais – regionais e TSE – não poderiam, jamais, apurar uma eleição sozinhos, dispensando os serviços das Juntas eleitorais. Estas, sempre escrutinarão, mesmo em eleições gerais e presidenciais, sob orientação daquelas cortes. Como os tribunais não tem condições físicas de apurar os votos de todas as Zonas Eleitorais, fazem-no através das Juntas Eleitorais, sem prejuízo de suas competências privativas. O correto é que as Juntas Eleitorais, apuradas suas urnas, remetam os resultados ao TRE. Se este for competente, totalizará e divulgará esses resultados. Se não for, encaminhará ao TSE que, então, divulgará a totalização.”

Após a realização e fiscalização das Eleições de acordo com os artigos 104 e 114 a 156, do Código Eleitoral, (Lei Federal 4.737 de 15 de julho de 1965) são iniciadas as fases de apuração, impugnações e demais recursos disciplinados pelos artigos 158 a 195, do Código Eleitoral.

Compete ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentar, até o dia 5 de março do ano das eleições, os procedimentos relativos à votação e à apuração dos respectivos pleitos eleitorais.

São legitimados para fiscalizar a votação e a apuração: o Ministério Público, os fiscais e os delegados dos partidos, desde que devidamente credenciados e os candidatos que são fiscais natos.

As impugnações devem ser formalizadas verbalmente no ato da apuração do voto e dirigidas para a Junta Apuradora, órgão colegiado presidido por um Juiz de Direito e composto por mais dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade, de acordo com o artigo 36 do Código Eleitoral. As decisões das Juntas são tomadas por maioria de votos.

Por sua vez a impugnação no ato da apuração é um requisito indispensável para que se possa recorrer da decisão da Junta Apuradora como estabelece o artigo 171 do Código Eleitoral.

O recurso deve ser interposto de forma imediata, por escrito ou verbalmente, iniciando-se então o prazo de 48 horas para apresentação das razões (artigos 169 e 265 do Código Eleitoral).

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Contra a diplomação do Candidato após eleito, cabe o recurso previsto no artigo 262 do Código Eleitoral e pode ser interposto pelo Ministério Público, partido político, coligações ou candidatos.

No pólo passivo da ação impugnatória figuram além do candidato eleito, o partido político a que pertence como litisconsorte passivo necessário.

O prazo para a imposição do recurso é de três dias, contados da diplomação, devendo o pedido inicial ser instruído com prova pré-constituída obtida na investigação judicial prevista nos artigos 19 e 24 da Lei Complementar nº 64/90 (Lei das inelegibilidades) na hipótese do inciso IV do artigo 262, do Código Eleitoral.

O recurso é interposto perante o órgão diplomador que é o Juiz Eleitoral ou Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para remessa ao órgão imediatamente superior Tribunal Regional Eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral, respectivamente.

O diplomado exerce seu mandato, nos termos autorizados pelo artigo 216 do Diploma Eleitoral, enquanto estiver pendente de julgamento o recurso.

Contra a decisão originária do Tribunal Regional Eleitoral cabe Recurso Ordinário (RO) para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contra a decisão originária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá ser cabível o Mandado de Segurança (MS) de acordo com a Súmula nº 267 do Supremo Tribunal Federal (STF), ou o Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.

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Do Domicílio

Como sabemos, conforme dispõe o artigo 14, § 3º da Constituição Federal, são as seguintes as condições de elegibilidade na forma da lei: I – a nacionalidade brasileira;II – o pleno exercício dos direitos políticos;III – o alistamento eleitoral;IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;V – a filiação partidária;VI – a idade mínima, de 35 anos para Presidente, Vice Presidente da República e Senador; de 30 anos para Governador e Vice Governador (de Estado e do Distrito Federal); de 21 anos, para Deputado Federal, Deputado Estadual, Prefeito, Vice Prefeito e Juiz de Paz e, de 18 anos para ser eleito vereador.Quanto ao Domicílio eleitoral na circunscrição, transcrevemos a seguir os ensinamentos de Antonio Araldo Ferraz Dal Pozzo e outros, na obra Lei eleitoral: Lei n. 9.504/97: estrutura; análise e jurisprudência / Eduardo domingos Bottallo, Antonio araldo Ferraz Dal Pozzo, Daniela Puglia Weiss – 4. Ed. rev. e atual. – S.Paulo: Saraiva, 2010, p.25/26:

“A Lei Eleitoral refere-se ao domicílio eleitoral do candidato, que deve ser de pelo menos um ano na respectiva circunscrição eleitoral, ou seja:(i) No Brasil, isto e, em qualquer município do território nacional, se for candidato a Presidente da República ou Vice;(ii) No Estado, se for candidato a Senador, Deputado Federal, Governador ou Vice e Deputado Estadual; ou(iii) No Município, se candidato a Vereador, Prefeito Municipal ou Vice-Prefeito. (Código Eleitoral – Lei n. 4.737, de 15.7.1965 – art.86: `Nas eleições presidenciais a circunscrição será o Pais; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e, nas municipais, o respectivo Município.’O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum, regido pelo Direito Civil. O Tribunal Superior Eleitoral tem flexibilizado a caracterização do domicílio para fim eleitoral, identificando-o com a residência mas também com o lugar onde o interessado possui vínculos políticos, sociais, profissionais, econômicos e até mesmo afetivos. Assim, ainda que o interessado deixe de manter residência civil na circunscrição, o domicílio eleitoral pode ser mantido, desde que persistam os vínculos com a localidade. (AAG n.4.769, de 2-10-2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros; Respe n.18.803, de 11-9-2001, rel. Min. Sepúlveda Pertence; Respe n. 18.124, de 16-11-2000, rel. Min. Garcia Vieira, red. Designado Min. Fernando Neves; Respe n. 16.397, de 29.8.2000 rel. Min. Garcia Vieira, red. Designado Min. Sálvio de Figueiredo; e Respe n. 15.241, de 25-5-1999, rel. Min. Eduardo Alckmin.)

Em idêntico sentido, a doutrina já proclamou que domicílio eleitoral e o domicílio que o eleitor elege como seu, dentre vários lugares onde tenha residência pessoal` (ROLLO, Alberto e BRAGA, Enir. Comentários a Lei 9.504/97. São Paulo: Fiusa Ed., 1998 p.61.)

Outro requisito que a Lei Eleitoral menciona diz respeito à idade mínima estabelecida na Constituição Federal para os cargos eletivos, que deve ser completada antes da data da posse do eleito, podendo o Juiz Eleitoral, se necessário, abrir um prazo para verificação (Lei Eleitoral: “Art.11. (...)§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.§ 3º Caso entenda necessário, o Juiz abrirá prazo de setenta e duas horas para diligências”.)

Por fim, registre-se que o prazo mínimo de domicílio na circunscrição eleitoral é contado do requerimento da transferência, mesmo que o deferimento ocorra posteriormente. (AgR-Respe n. 34.800,

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publicado em sessão de 27-11-2008.)”

Propaganda Eleitoral

Sobre o tema, transcrevemos tópicos da lição de Francisco Emerenciano, na sua obra Direito Eleitoral Brasileiro – Teoria e Prática - São Paulo. Conceito Editorial, 2011, p.108 a 116:

“O art. 36, caput, da Lei nº 9.504/97, estabelece o dia seguinte ao registro como prazo para que os candidatos, partidos e coligações, possam iniciar a propaganda com vistas à eleição.

Iniciada, portanto, a campanha eleitoral, tem-se o momento da propaganda eleitoral. Propaganda, do latim propagare, relaciona-se com a noção de publicidade, propagação ou divulgação de determinada informação, idéia, nome, etc.

A propaganda eleitoral, portanto, é aquela que tem por finalidade divulgar o nome do candidato aos cargos públicos pretendidos, induzindo o eleitor a escolher determinados nomes. Ocorre exclusivamente durante o período eleitoral, sob pena de cometimento de ilícito.

Diversos princípios regem a propaganda eleitoral. Primeiramente, vale destacar que ela está submetida ao princípio da legalidade. Deve, portanto, seguir rigorosamente o que a legislação determina, inclusive as Resoluções da Justiça Eleitoral.

Também é regida pelo princípio da liberdade ou da disponibilidade, que determina ser possível a escolha de qualquer meio de propaganda eleitoral dentro das alternativas lícitas.

O princípio da responsabilidade impõe um agir responsável, de modo que qualquer ilícito cometido durante a propaganda eleitoral poderá implicar responsabilização direta do partido, do candidato ou até de terceiro.

Desse modo, caso a propaganda não observe o tônus da responsabilidade, poderá ensejar multa, cancelamento do registro do candidato, perda do cargo público, inelegibilidade, ou até mesmo responsabilidade criminal.

Pelo princípio da igualdade, todos estão sujeitos às mesmas regras. Decorre deste princípio, por exemplo, a proibição de favorecimento de qualquer candidato no caso de propaganda eleitoral gratuita.

Enfim, destaca-se o princípio do controle judicial da propaganda. Com efeito, toda propaganda eleitoral está submetida ao controle do Poder Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação.

Nessa linha, na perspectiva do direito eleitoral, pode-se conceituar a propaganda como um conjunto de técnicas tendentes a sugestionar o eleitor a tomar uma decisão. (RIBEIRO, Fávila. Direito eleitoral, p.379, citado em ALMEIDA, Roberto Moreira. Curso de Direito Eleitoral, 3ª Ed, Salvador: Juspodvum, 2010.

A propaganda no âmbito do direito eleitoral constitui gênero, dentro do qual é possível enumerar as seguintes espécies:a) Propaganda institucional;b) Propaganda partidária;c) Propaganda Intrapartidária;d) Propaganda eleitoral. Convém estudar cada uma das modalidades, diferenciando-as da propaganda eleitoral em sentido estrito, o que se faz doravante.Propaganda institucionalPropaganda institucional é aquela utilizada pelo Estado, possuindo caráter educativo, informativo ou de orientação social. Exemplo seria uma propaganda que veicula informações sobre a epidemia da dengue no Distrito Federal.

Neste sentido, é oportuno citar o art. 37, § 1º, da Constituição Federal, segundo o qual:Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá

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ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Destaque-se que, no ano das eleições, a propaganda institucional sofre uma série de restrições. Não poderá, por exemplo, haver gastos com propaganda institucional superior ao gasto médio dos três anos anteriores. Ademais, no período eleitoral a propaganda deve se marcar pela excepcionalidade.

Propaganda partidáriaPropaganda partidária é a propaganda do próprio partido político. Consiste na divulgação realizada

pela entidade com o intuito primordial de propagar o programa e a ideologia político-partidária e receber da população novos filiados (ALMEIDA, Roberto Moreira. Curso de Direito Eleitoral, 3ª Ed, Salvador: Juspodvum, 2010).

Esta modalidade de propaganda é regida pela Lei dos Partidos Políticos e pela Lei das Eleições e ocorre regularmente durante todo o ano, tendo os partidos o direito de usar os sistemas de rádio e televisão gratuitamente, com objetivo de atrair novos filiados.

Tal meio de divulgação dos partidos mostra-se de grande importância ideológica, consolidando as bases da democracia e do pluralismo político.

Com a Carta Republicana de 1988, descortinou-se um novo período da história da publicidade política nacional, ante a possibilidade de ampla difusão de premissas doutrinárias, informações partidárias, fortalecimento e, sobretudo, popularização da imagem das siglas partidárias através de veículos de comunicação de massa.

Na forma preconizada pelo artigo 45 da vigente Lei dos Partidos Políticos, o direito ao acesso gratuito ao rádio e à televisão corresponde a uma garantia constitucional disponibilizada às agremiações para (I) difusão de programas partidários, (II) transmissão de mensagens sobre a execução do estatuto, atividades e eventos partidários aos filiados e (III) divulgação da posição do partido relativamente aos temas político-comunitários.

Acerca da propaganda eleitoral, dispõe o § 2º do artigo 47 da Lei nº 9.504/97:“Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos do parágrafo anterior, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato e representação na Câmara dos Deputados, observados os seguintes critérios (...)”Para participar de tal divisão de horários, é necessário, portanto, que os partidos/coligações cumpram certas premissas.

A primeira delas é que possuam candidatos registrados para concorrer a determinado cargo. Por exemplo: um partido lança um candidato a prefeito (eleição majoritária), mas não lança um candidato a vereador (eleição proporcional). Então, só terá direito à reserva de tempo nos dias destinados à propaganda eleitoral do candidato a prefeito.

A segunda premissa é que os partidos ou coligações tenham representação na Câmara dos Deputados, ou seja, possuam deputados federais eleitos. Tal requisito deixa margem para interpretações divergentes.

Entendendo-se restritivamente, poder-se-ia dizer que é necessário que todos os partidos/coligações tenham representantes na Câmara dos Deputados para que obtenham o direito de participarem da divisão de tempo do horário eleitoral.

O Tribunal Superior Eleitoral tem adotado interpretação mais branda, reservando o primeiro terço de tempo (dez minutos) para divisão igualitária entre todos os partidos/coligações com candidatos ao pleito, inclusive aqueles que não tenham representantes na Câmara dos Deputados. Os dois terços restantes (vinte minutos) são reservados, exclusivamente, para os partidos/coligações que possuam representação na Câmara Federal, dividindo-se o tempo de forma proporcional ao número de representantes de cada partido/coligação.

Assim, para que um partido/coligação possa participar da divisão dos dois terços do tempo reservado para o horário eleitoral, é necessário que preencha os seguintes requisitos fixados em lei.

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- tenha lançado candidatos;- tenha representação na Câmara dos Deputados.Estes dois terços do horário eleitoral gratuito serão divididos entre os partidos/coligações, de

forma proporcional ao número de seus deputados federais eleitos na eleição anterior, ou seja, “a representação de cada partido na Câmara dos Deputados é a resultante da eleição.” (art.47, §3º da Lei nº 9.504/97).

Tendo em vista não haver possibilidade de exibição de programa de rádio e televisão em tempo inferior a 30 segundos, na hipótese de, após a distribuição do tempo de horário eleitoral, um partido/coligação obter tempo inferior a 30 segundos, a lei assegura o direito de acumular este tempo até atingir o limite de 30 segundos, e apresentar um só programa.

Releva destacar, por fim que, segundo dados do IBGE, a televisão é o meio de comunicação mais difundido no Brasil (90,0%), ultrapassando nas áreas urbanas, o rádio (87,8%). Com isso, superam-se as publicações impressas e tornam-se estratégicos os programas partidários no cenário da comunicação audiovisual.

Propaganda intrapartidáriaTrata-se da propaganda feita pelos pré-candidatos estritamente no âmbito interno dos partidos, e

que tem por objetivo a obtenção da indicação oficial para concorrer às eleições.Esta espécie de propaganda só poderá acontecer na quinzena anterior à realização da Convenção

de escolha dos candidatos.Períodos de propaganda eleitoralA propaganda eleitoral ocorrerá no período compreendido entre 6 de julho e antevéspera das

eleições (48h antes das eleições).Como regra, não poderá haver propaganda eleitoral até 24h após as eleições. Assim, no dia 30.09,

às 23h59, encerra a propaganda. Inicia-se, em 01.10 o período de “quarentena”, que dura de 4 dias (2 dias antes da eleição, no dia da eleição e um dia depois).

Como exceções ao período de propaganda eleitoral, tem-se a carreata, que pode ocorrer até às 22h do dia anterior à eleição, e a internet, que não sofre restrições nesse sentido.

A Lei 9.504/97, em seu art. 36, com redação que lhe foi dada pela Lei 12.034/2009, prescreve que a propaganda eleitoral somente é permitida após 5 de julho do ano da eleição, sendo certo que sua violação implicará em sanções a quem a praticar. Senão vejamos:

Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição.§ 1º Ao postulante a candidatura a cargo eletivo é permitida a realização, na quinzena anterior à escolha pelo partido, de propaganda intrapartidária com vistas à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio, televisão e outdoor;§ 2º No segundo semestre do ano da eleição, não será veiculada a propaganda partidária gratuita prevista em lei nem permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão;§ 3º A violação do disposto neste artigo neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado o seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.§ 4º Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular.§ 5º A comprovação do cumprimento das determinações da Justiça Eleitoral relacionadas à propaganda realizada em desconformidade com o disposto nesta Lei poderá ser apresentada no Tribunal Superior Eleitoral, no caso de candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República, nas sedes dos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais, no caso de candidatos a Governador, Vice-Governador, Deputado Federal,

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Senador da República, Deputado Estadual e Distrital, e, no Juízo Eleitoral, na hipótese de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.Nem todo tipo de propaganda realizado antes do período permitido legalmente pode ser considerado propaganda antecipada. Por vezes, a linha entre a propaganda institucional ou partidária e a eleitoral é sensivelmente tênue, o que, se não bem tratado pelos julgadores, pode levar, de um lado, à censura de uma propaganda lícita, ou, de outro, à complacência diante de um ilícito.Também fruto das inovações implementadas pela Lei n º 12.034/2009, passou-se a regras mais claras acerca dos atos que não caracterizam propaganda eleitoral antecipada, quais sejam:I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico;II – a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos de governos ou alianças partidárias visando as eleições;III – a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária;IV – a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral.Assim, tem-se por propaganda extemporânea, também denominada propaganda fora de época ou antecipada, aquela realizada antes do dia 6 de julho do ano eleitoral. É importante lembrar que a propaganda eleitoral tem em vista a divulgação de um determinado candidato a cargo eletivo, que pleiteia votos para uma eleição de fato.Nesse sentido, doutrina e jurisprudência são unânimes. Adriano Soares da Costa ensina que:“ao permitir a propaganda eleitoral apenas após o dia 05 de julho, a contrario sensu, preceito proibiu a realização de propaganda eleitoral antes dessa data, cuja realização seria ilícita e passível de sanção legal”.No mesmo sentido é entendimento esposado pelo e. Tribunal Superior Eleitoral, que transcrevemos:“Consulta. Delegado nacional. Partido Progressista Brasileiro (PPB). Respondido negativamente quanto aos primeiro e segundo itens. Quanto ao terceiro, não há marco inicial de proibição. O que a lei estabelece é um marco inicial de sua permissão (art. 36, caput, da Lei nº 9.504/07)”.(Res. nº 20.507-TSE, de 18.11.99, rel. Min. Costa Porto) Importante ressaltar que a proibição da propaganda eleitoral, fora do lapso tolerado pela Lei, não ofende a liberdade de expressão constitucionalmente consagrada. Explica-se: a isonomia entre os candidatos, da qual decorre tal limitação, também é princípio com fincas na Constituição. Como ensina Alexandre de Moraes, “há necessidade de compatibilizar a comunicação social com os demais preceitos constitucionais”.Propaganda intrapartidáriaA propaganda classifica-se em direta ou indireta. Sendo direta, pode ser informal ou elaborada. A propaganda direta ocorre quando se exibe fotografia, nome ou algum signo congênere com o cargo a que o candidato pretende concorrer, constando ainda, o ano do pleito ou referência clara deste e do cargo pretendido. Como se situa no campo da denotação, menos penoso é o seu combate.

Por outro lado, a propaganda informal, apesar da ilegalidade, é de difícil enquadramento, uma vez que não há autoria definida. Isto porque se manifesta através de pichações, afixação em postes, viadutos, muros de terrenos abandonados, pinturas grosseiras em grandes pedras às margens de rodovias, além de outros locais vedados pela lei.

Assim, ante a dificuldade de se delinear a autoria do ilícito, fica a Justiça Eleitoral limitada no exercício de suas funções.

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A propaganda elaborada, por seu turno, por ser construída com requintes mínimos, é de mais fácil verificação no que toca à autoria. Aparece em panfletos, cartazes, adesivos, pinturas em muros, placas etc. Registre-se, entretanto, que, embora seja mais simples detectar sua autoria, é preciso analisá-la de modo preciso, pois nem sempre a mensagem eleitoral é explícita. Desta análise depende a sua legalidade ou ilegalidade.

A propaganda indireta, por fim, mostra-se muito bem preparada, de modo que avançados conhecimentos de marketing e mesmo de psicologia são utilizados na sua feitura.

Quanto a esta última modalidade de propaganda, a dubiedade lhe é inerente, vez que o chamamento eleitoral está amiúde dissimulado. É que, quando não divulga claramente a candidatura, apenas sugerindo que esta seja possível, sem indicá-la ou pleitear votos, resta configurada apenas a promoção pessoal.”