Direito Penal Aula 04

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    1/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 62

    AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO

    DE CRIMES

    SUMRIO PGINAApresentao da aula e sumrio 01I Concurso de Pessoas 02II Concurso de Crimes 17Lista das Questes 30Questes comentadas 40Gabarito 61

    Ol, meus amigos concurseiros! Devorando os papiros?

    Hoje dia de estudarmos dois institutos que costumam ser

    bastante cobrados em provas de concursos pblicos: Concurso de

    pessoas e concurso de crimes.

    Na aula de hoje temos muitas questes, todas do

    CESPE/UnB!Chega de papo. Ao trabalho!

    Prof. Renan Araujo

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    2/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 62

    I CONCURSO DE PESSOAS

    O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaborao

    de dois ou mais agentes para a prtica de um delito ou

    contraveno penal.

    O concurso de pessoas regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:

    Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide

    nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    1 - Se a participao for de menor importncia, a pena pode

    ser diminuda de um sexto a um tero. (Redao dada pela Lei

    n 7.209, de 11.7.1984)

    2 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime

    menos grave, ser-lhe- aplicada a pena deste; essa pena ser

    aumentada at metade, na hiptese de ter sido previsvel oresultado mais grave. (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Circunstncias incomunicveis

    Art. 30 - No se comunicam as circunstncias e as condies de

    carter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redao

    dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Casos de impunibilidade

    Art. 31 - O ajuste, a determinao ou instigao e o auxlio,

    salvo disposio expressa em contrrio, no so punveis, se o

    crime no chega, pelo menos, a ser tentado.(Redao dada pela

    Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    3/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 62

    Cinco so os requisitos para que seja caracterizado o concurso de

    pessoas:

    Pluralidade de agentes culpveis Para que possamos

    falar em concurso de pessoas, necessrio que ambos os

    agentes sejam imputveis. Assim, se um maior de 18 anos

    (penalmente imputvel) determina a um menor de 18 anos

    (inimputvel) que realize um homicdio, no h concurso de

    pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o

    mandante, que se valeu de um inimputvel para praticar o

    crime. No h concurso, pois um dos agentes no era

    imputvel. Essa regra s se aplica aos crimes

    unissubjetivos (aqueles em que basta um agente para sua

    caracterizao). Nos crimes plurissubjetivos (aqueles em

    que necessariamente deve haver mais de um agente, como

    no crime de quadrilha ou bando, por exemplo art. 288 do

    CP), se um dos colaboradores inimputvel (ou no culpvel por qualquer razo), mesmo assim permanece

    o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime

    de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime

    qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra,

    unissubjetivo) tambm no necessrio que todos os agentes

    sejam imputveis, bastando que apenas um o seja. Nessas

    duas ltimas hipteses, no entanto, no h propriamenteconcurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de

    concurso imprprio, ou concurso aparente de pessoas.

    Relevncia da colaborao A participao do agente deve

    ser relevante para a produo do resultado, de forma que a

    colaborao que em nada contribui para o resultado um

    indiferente penal. Alm disso, a colaborao deve ser prvia

    ou concomitante execuo, ou seja, anterior consumao

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    4/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 62

    do delito. Se a colaborao for posterior consumao do

    delito, como o fato j ocorreu, no h concurso de pessoas,

    podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real,

    receptao, etc). Porm, se a colaborao for posterior consumao, mas combinada previamente, h concurso de

    pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e

    combina com seu namorado para que ele esteja s 20h em

    ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a

    conduta do namorado (auxiliar na fuga) posterior

    consumao, mas fora combinada anteriormente, havendo,

    portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hiptese, noentanto, se o namorado tivesse ido casa da namorada sem

    saber que deveria lhe ajudar na fuga. L chegando, a

    namorada conta o ocorrido e ele, a partir da, concorda em

    auxili-la na fuga. Nessa hiptese, o namorado comete o

    crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do

    CP). Cuidado com isso!

    Vnculo subjetivo (ou liame subjetivo) Tambm

    conhecido como concurso de vontades. Assim, para que

    haja concurso de pessoas, necessrio que a colaborao dos

    agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a

    colaborao meramente causal, sem que tenha havido

    combinao entre os agentes, no caracteriza o concurso de

    pessoas. Trata-se do princpio da convergncia. Caso hajacolaborao dos agentes para a conduta criminosa, mas sem

    vnculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria

    colateral, e no da coautoria.

    Unidade de crime (ou contraveno) para todos os

    agentes Nos termos do art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de

    qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este

    cominadas, na medida de sua culpabilidade.(Redao dada pela Lei

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    5/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 62

    n 7.209, de 11.7.1984). Da podemos perceber que se 20

    pessoas colaboram para a prtica de um delito (homicdio, por

    exemplo), todas elas respondem pelo homicdio,

    independentemente da conduta que tenham praticado (umapenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veculo da fuga,

    outro atraiu a vtima, etc.). Trata-se da teoria unitria ou

    monista, adotada como regra pelo Cdigo Penal. No

    entanto, existem excees teoria monista, ou seja,

    existem casos em que o Cdigo Penal adota a teoria

    pluralista, estabelecendo que a colaborao de cada um dos

    agentes acarretar no enquadramento de cada um em crimeespecfico. Por exemplo: Quando um particular oferece

    propina a um funcionrio pblico, que aceita, o particular

    comete o crime de corrupo ativa (art. 333) e o funcionrio

    pblico comete o crime de corrupo passiva (art. 317 do CP);

    Existncia de fato punvel Trata-se do princpio da

    exterioridade. Assim, necessrio que o fato praticado pelos

    agentes seja punvel, o que de um modo geral exige pelo

    menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou

    crime tentado. Para a caracterizao do crime tentado,

    necessrio que seja dado incio execuo do crime. Se o fato

    ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitao,

    no h fato punvel, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31

    do CP determina, ainda, de modo especfico para a hiptese

    de concurso de pessoas, que a colaborao s punvel se o

    crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a

    determinao ou instigao e o auxlio, salvo disposio

    expressa em contrrio, no so punveis, se o crime no

    chega, pelo menos, a ser tentado. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    6/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 62

    I.a) Modalidades de concurso de pessoas

    A) Coautoria

    Para entendermos o fenmeno da coautoria, devemos,

    primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito.

    Vrias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir quem seria o

    autor do crime.

    A teoria subjetiva ou unitria no diferenciava autor e partcipe,considerando que todos aqueles que concorriam para o crime eram

    autores do delito.

    J a teoria extensiva, apesar de entender, tambm, que todos os

    colaboradores eram autores do crime, estabelecia penas diversas

    conforme o grau de culpa de cada um deles.

    Por fim, a teoria objetiva ou dualista faz clara distino entre

    autor e partcipe. Foi a teoria adotada pelo CP. Agora que j

    sabemos que o CP diferencia autor e partcipe, precisamos saber qual o

    critrio para se diferenciar um do outro. Trs teorias surgiram.

    A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor

    quem realiza a conduta prevista no ncleo do tipo, sendo partcipes

    todos os outros que colaboraram para isso, mas no realizaram a conduta

    descrita no ncleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime dehomicdio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a

    conduta de matar algum. Todos os outros colaboradores seriam

    partcipes. O grande problema desta teoria considerar o autor

    intelectual (mandante) como partcipe, e no como autor. Mais que isso:

    Essa teoria no explica o fenmeno da autoria mediata (quando algum

    se vale de um inimputvel para cometer um crime).

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    7/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 62

    A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor

    quem colabora com participao de maior importncia para o crime, e

    partcipe quem colabora com participao de menor importncia,

    independentemente de quem pratica o ncleo do tipo (verbo quedescreve a conduta criminosa matar, subtrair, etc).

    A terceira e ltima teoria, a teoria do domnio final do fato,

    criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel, entende que autor todo

    aquele que possui o domnio da conduta criminosa, seja ele o executor

    (quem pratica a conduta prevista no ncleo do tipo) ou no. Para esta

    teoria, o autor seria aquele que decide o trmite do crime, sua prtica ou

    no, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por

    exemplo, que mesmo sem praticar o ncleo do tipo (matar algum),

    possui o domnio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da

    prtica delituosa.

    Para esta teoria, o partcipe existe, e aquele que contribui para a

    prtica do delito, embora no tenha poder de direo sobre a conduta

    delituosa. O partcipe s controla a prpria vontade, mas a no a condutacriminosa em si, pois esta no lhe pertence.

    O erro desta ltima teoria no se aplicar aos crimes culposos, pois

    neste no h domnio final do fato, pois o fato final (resultado) no

    buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado.

    A teoria adotada pelo CP a teoria objetivo-formal,

    considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no ncleo do

    tipo. Entretanto, deve ser usada a teoria do domnio do fato para os

    crimes em que h autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma

    a complementar a teoria adotada.

    Desta maneira, aps entendermos quem seria considerado autor do

    delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espcie de concurso

    de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no

    ncleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    8/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 62

    entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas

    praticaram a conduta descrita no ncleo do tipo do art. 157, 2, I e II

    do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violncia ou grave

    ameaa...). Logo, todas so coautoras do delito.Porm, no mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o

    piloto de fuga) considerado partcipe, pois embora concorra para a

    prtica do delito, no pratica a conduta descrita no ncleo do tipo penal.

    A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que aquela na qual

    a conduta dos agentes so diversas e se somam, de forma a produzir o

    resultado. Assim, se Ricardo segura a vtima para que Poliana a

    espanque, ambos so coautores do crime de leso corporal, mediante

    coautoria funcional.

    Porm, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que a

    hiptese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim,

    no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vtima, ambos

    seriam coautores mediante coautoria material.

    No quadro abaixo vou mostrar para vocs algumas hiptese

    polmicas de aplicao do instituto da coautoria:

    Admite-se a coautoria nos crimes prprios, desde que ambos

    os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles

    que no a possuem, ao menos tenham cincia de que o outro

    agente age nessa qualidade;

    No se admite a coautoria nos crimes de mo-prpria, pois

    so considerados de conduta infungvel, s podendo ser praticados

    pelo sujeito especificamente descrito pela lei;

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    9/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 62

    A Doutrina se divide quanto possibilidade de coautoria em crimes

    omissivos, mas boa parte entende ser possvel;

    Na autoria mediata no h concurso de pessoas entre autor

    mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, quese valeu de algum sem culpabilidade para a execuo do delito;

    Entretanto, possvel coautoria e tambm participao na autoria

    mediata, desde que haja colaborao entre os agentes mediatos.

    NUNCA HAVER CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR

    MEDIATO E AUTOR IMEDIATO;

    CUIDADO! Na coao fsica irresistvel, no h autoria mediata,

    mas autoria direta, pois o agente que realiza a ao no possui

    conduta, j que no h vontade. Nesse caso, aquele que pratica a

    coao fsica irresistvel autor direto, no mediato;

    Admite-se a autoria mediata nos crimes prprios, mas no nos

    crimes de mo prpria (h alguns doutrinadores que entendem ser

    possvel).

    B) Participao

    Conforme estudamos, no Brasil adotou-se a teoria objetivo-

    formal, distinguindo-se autor e partcipe. Assim, podemos definir a

    participao como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agentecolabora para a prtica delituosa, mas no pratica a conduta descrita no

    ncleo do tipo penal.

    A participao pode ser:

    Moral aquela na qual o agente no ajuda materialmente

    na prtica do crime, mas instiga ou induz algum a praticar o

    crime. A instigao ocorre quando o partcipe age no

    psicolgico do autor do crime, reforando a idia criminosa,

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    10/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 62

    que j existe na mente deste. O induzimento, por sua vez,

    ocorre quando o partcipe faz surgir a vontade criminosa na

    mente do autor, que no tinha pensado no delito;

    Material A participao material aquela na qual o

    partcipe presta auxlio ao autor, seja fornecendo objeto para

    a prtica do crime, seja fornecendo auxlio para a fuga, etc.

    Este auxlio no pode ser prestado aps a consumao, salvo

    se o auxlio foi previamente ajustado.

    Como o partcipe no pratica a conduta descrita no ncleo dotipo penal, como puni-lo?

    Como a conduta do partcipe considerada acessria em relao

    conduta do autor (que principal), o partcipe punido em razo da

    teoria da acessoriedade. Porm, trs teorias da acessoriedade existem:

    Teoria da acessoriedade mnima Entende que a conduta

    principal deva ser um fato tpico, no importando se ou no

    um fato ilcito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e Joo

    combinam de matar Paulo. Na data combinada para a

    execuo, Marcio guia o carro at o local e fica esperando do

    lado de fora. Joo se dirige at Paulo e, aps uma discusso,

    Paulo comea a agredir Joo, que na verdade mata Paulo em

    legtima defesa. Joo matou Paulo em legtima defesa e no

    em razo do ajuste com Marcio (no tendo praticado fatoilcito, mas apenas tpico), mas por esta teoria, mesmo assim

    Marcio responderia como partcipe do crime. Veja que Joo,

    de fato, matou Paulo. Contudo, o fato no ilcito, pois Joo

    agiu em legtima defesa. Porm, para esta teoria, ainda que a

    conduta de Joo seja considerada apenas tpica, mas no

    ilcita, Marcio deveria ser punido;

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    11/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 62

    Teoria da acessoriedade limitada Exige que o fato

    praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta

    tpica e ilcita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do

    partcipe Marcio no punvel, pois a conduta principal,apesar de tpica, no ilcita. Veja que, para esta corrente

    Doutrinria, se o fato praticado pelo autor NO FOR

    ILCITO (Ainda que seja um fato tpico), em razo de

    legtima defesa, etc., o partcipe no deve ser punido;

    Teoria da acessoriedade mxima Para esta teoria, o

    partcipe s ser punido se o fato for tpico, ilcito e praticado

    por agente culpvel. Essa teoria faz exigncia irrazovel, pois

    a culpabilidade uma questo pessoal do agente, no

    guardando relao com o fato. Assim, imagine que Carlos,

    maior de idade, seja partcipe de um roubo praticado por

    Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos no

    poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade

    de partcipe), pois Lucas (o autor principal)

    inimputvel (no tem culpabilidade), sendo o fato

    apenas tpico e ilcito, sem o complemento da

    culpabilidade.

    Teoria da hiperacessoriedade Exige que, alm de o fato

    ser tpico e ilcito e o agente culpvel, o autor tenha sido

    efetivamente punido para que o partcipe responda pelo

    crime. ainda mais irrazovel que a ltima. Imagine que Josseja partcipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer

    do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extino da

    punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta

    corrente, como houve extino da punibilidade em

    relao a Marcelo (o autor do delito), o partcipe (Jos)

    no poder mais ser punido.

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    12/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 62

    O Nosso CP no adotou expressamente nenhuma das quatro

    teorias, mas com certeza no adotou a teoria da acessoriedade mnima

    nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas).

    A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda aonosso sistema a teoria da acessoriedade limitada, exigindo que o

    fato seja somente tpico e ilcito para que o partcipe responda pelo crime.

    No entanto, a acessoriedade mxima a que mais se coaduna com

    o instituto da autoria mediata, razo pela qual deve ser citada

    quando a questo se referir autoria mediata.

    Questes interessantes acerca da participao:

    A lei admite a reduo da pena de 1/6 a 1/3 se a participao de

    menor importncia (art. 29, 1 do CP). Isto no se aplica s

    hipteses de coautoria, mas apenas participao; A Doutrina admite a participao nos crimes omissivos por

    omisso, quando o partcipe devia e podia evitar o resultado (art.

    13, 2 do CP);

    A participao incua no se pune. Assim, se A empresta uma

    faca a B, de forma a auxili-lo a matar C, e B mata C usando seu

    revlver, a participao de A foi absolutamente incua, pois em

    nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a

    matar C, e B realiza a conduta porque j estava determinado a

    isso, a instigao promovida por A no teve qualquer eficcia, pois

    B j mataria C de qualquer forma;

    Participao em cadeia possvel: Assim, se A empresta uma

    arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este ltimo

    mate D, tanto A quanto B so partcipes do crime, por prestarem

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    13/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 62

    auxlio material em cadeia;

    A participao em ao alheia ocorre quando o partcipe, sem

    qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa

    para a prtica do delito. Assim, o funcionrio pblico que notranca a porta da repartio ao final do expediente, e esta vem a

    ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato

    culposo (art. 312, 2 do CP), enquanto o particular responde por

    furto. No h concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo

    entre ambos (coerncia de vontades).

    I.c) Circunstncias incomunicveis

    O art. 30 do CP estabelece que:

    Art. 30 - No se comunicam as circunstncias e as condies

    de carter pessoal, salvo quando elementares do crime.

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Antes de estudarmos a comunicabilidade ou no das circunstncias,

    devemos diferenciar a mera circunstncia da circunstncia elementar do

    crime.

    A circunstncia elementar aquela que se refere a algoindispensvel para a caracterizao do crime. Assim, a circunstncia

    algum no crime de homicdio, uma elementar, pois se o fato for

    praticado contra um animal, no haver homicdio.

    Por sua vez, a mera circunstncia no indispensvel

    caracterizao do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente,

    aumenta ou diminui a pena. Assim, o motivo torpe uma circunstncia

    no-elementar, ou mera circunstncia, pois caso o fato seja praticado

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    14/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 62

    sem essa circunstncia, continua a existir homicdio, no entanto, sem a

    qualificadora.

    A) Espcies de elementares e de circunstncias

    Podem ser subjetivas (de carter pessoal), quando relativas

    pessoa do agente. o caso da condio de funcionrio pblico, que

    pessoal, pois se refere ao agente.

    Podem ser, ainda, objetivas (ou de carter real), quando se

    referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o

    emprego de violncia, no crime de roubo (art. 157 do CP) umaelementar objetiva.

    As condies pessoais no se confundem com as

    circunstncias ou elementares de carter pessoal. As primeiras so

    fatores pessoais do agente, que independem da prtica da infrao penal.

    Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos uma condio pessoal,

    e no uma circunstncia de carter pessoal, tampouco uma elementar.

    Com base nesses trs institutos (elementares, circunstncias e

    condies pessoais), podemos extrair trs regras do CP:

    As circunstncias e condies de carter pessoal no se

    comunicam Se A contrata B, para que este mate C, em

    razo deste ltimo ter estuprado sua filha, A comete o crime

    de homicdio privilegiado, em razo do relevante valor moral

    (art. 121, 1 do CP). Entretanto, B comete o crime de

    homicdio simples (art. 121), pois a circunstncia relevante

    valor moral pessoal, no se estendendo ao coautor;

    As circunstncias de carter real, ou objetivas, se

    comunicam Porm, necessrio que a circunstncia

    tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais

    agentes. Imagine que A contra B para matar C. B informa aA que usar de emboscada (portanto, homicdio qualificado,

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    15/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 62

    nos termos do art. 121, 2 do CP), e A concorda com isto.

    Nesse caso, a circunstncia objetiva emboscada (relativa ao

    meio utilizado), se comunica, pois embora A no tenha usado

    de emboscada, concordou com esta prtica por B.Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada

    sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstncia no

    se comunicaria, por no ter entrado na esfera de

    conhecimento de A;

    As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas

    ou subjetivas No entanto, mais uma vez se exige que

    estas elementares tenham entrado no mbito de

    conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Jlio,

    servidor pblico, convida Marcelo a entrar na repartio onde

    trabalham, valendo-se da condio de Jlio, para subtrair

    alguns computadores. Caso Marcelo conhea a condio de

    funcionrio pblico de Jlio, ambos respondem pelo crime de

    peculato-furto (art. 312, 1 do CP). Caso Marcelo

    desconhea essa circunstncia elementar, responde ele

    apenas pelo crime de furto, pois a ausncia dessa

    circunstncia faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas

    a conduta ainda punvel como furto comum.

    No confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve

    haver vnculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na

    autoria colateral, ambos praticam o ncleo do tipo, mas um no

    age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B,

    desafetos de C, sem que um saiba da existncia do outro, escondem-se

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    16/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 62

    atrs de rvores esperando a passagem de C, a fim de mat-lo. Quando

    C passa, ambos atiram, e C vem a bito. Nesse caso, no houve

    coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, a vai mais uma informao:

    Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, diretona cabea, levando-o a bito. Nesse caso, o laudo no conseguiu apontar

    de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como no se pode

    definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de

    homicdio TENTADO, pois no se pode atribuir a nenhum deles o

    homicdio consumado, j que o laudo inconclusivo quanto a isto. Este

    o fenmeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo

    em conluio, com vnculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso depessoas, ambos responderiam por crime de homicdio CONSUMADO,

    pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que

    levou C a bito.

    I.d) Cooperao dolosamente distinta

    A cooperao dolosamente distinta, tambm chamada de

    participao em crime menos grave, ocorre quando ambos os agentes

    decidem praticar determinado crime, mas durante a execuo, um deles

    decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29,

    2 do CP:

    Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide

    nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    (...)

    2 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime

    menos grave, ser-lhe- aplicada a pena deste; essa pena seraumentada at metade, na hiptese de ter sido previsvel o

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    17/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 62

    resultado mais grave. (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Vou dar um exemplo: Imaginem que Camila e Herval combinam de

    realizar um furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no

    carro enquanto Herval adentra residncia. Entretanto, ao chegar

    residncia, Herval se depara com dois seguranas, e troca tiros com

    ambos, levando-os a bito (sinistro esse cara). Aps, entra na casa e

    subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem.

    Camila no quis participar de um latrocnio (que foi o que

    efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a

    primeira parte do 2 do art. 29 do CP, responder somente pelo furto.

    Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o

    latrocnio era provvel (se soubesse, por exemplo, que Herval estava

    armado e que havia a possibilidade de ter seguranas na casa), a pena do

    crime de furto (no a do latrocnio!!) ser aumentada at a metade.A lei diz at a metade, logo, o aumento pode no chegar a esse

    patamar. O aumento de pena ir variar conforme o grau de previsibilidade

    do crime mais grave para o qual Camila no se predisps mas era

    previsvel.

    II

    CONCURSO DE CRIMES

    Assim como plenamente possvel que duas ou mais pessoas se

    unam para praticar determinado delito, plenamente possvel que de

    uma mesma conduta (ou de uma srie de condutas interligadas) surjam

    vrios crimes.

    O concurso de crimes pode ser de trs espcies: concursoformal, concurso material e crime continuado.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    18/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 62

    A exata caracterizao de cada um dos institutos bastante

    importante, pois isso influenciar na adoo do sistema de aplicao da

    pena.

    Trs tambm so os sistemas de aplicao da pena:

    Sistema do cmulo material Aqui, ao agente aplicada a

    pena correspondente ao somatrio das penas relativas a cada

    um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que

    tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso

    formal imprprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2 parte) e no

    concurso de penas de multa (art. 72 do CP);

    Sistema da exasperaoAplica-se ao agente somente

    a pena da infrao penal mais grave, acrescida de

    determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao

    concurso formal prprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira

    parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP);

    Sistema da absoro Aplica-se somente a pena da

    infrao penal mais grave, dentre todas as praticadas, sem

    que haja qualquer aumento. Foi adotado

    (jurisprudencialmente) em relao aos crimes falimentares.

    II.a) Concurso material (ou real) de crimes

    Est regulado pelo art. 69 do CP:

    Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou

    omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplicam-

    se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que

    haja incorrido. No caso de aplicao cumulativa de penas de

    recluso e de deteno, executa-se primeiro aquela. (Redao

    dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    19/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 62

    1 - Na hiptese deste artigo, quando ao agente tiver sido

    aplicada pena privativa de liberdade, no suspensa, por um dos

    crimes, para os demais ser incabvel a substituio de que trata

    o art. 44 deste Cdigo. (Redao dada pela Lei n 7.209, de11.7.1984)

    2 - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o

    condenado cumprir simultaneamente as que forem compatveis

    entre si e sucessivamente as demais.(Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    Nesse fenmeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz

    dois ou mais resultados. Pode ser homogneo, quando todos os crimes

    praticados so idnticos, ou heterogneo, quando os crimes so

    diferentes.

    Esse cmulo de penas deve ser aplicado pelo Juiz na hora da

    sentena, se os processos tiverem sido reunidos por conexo, ou pelo Juizda execuo, caso tenham sido aplicadas as penas em processos diversos

    (nos termos do art. 66, III, a da LEP).

    Se for imposta pena de recluso a um dos crimes e de deteno a

    outro, executa-se primeiramente a de recluso, nos termos do art. 69,

    caput, segunda parte, do CP.

    S ser possvel a aplicao de penas restritivas de direitos a umdos crimes se em relao aos outros foi aplicada pena tambm restritiva

    de direitos ou, em caso de ter sido aplicada pena privativa de liberdade,

    esta foi suspensa ( o chamado sursis), nos termos do art. 69, 1 do

    CP.

    As penas restritivas de direitos podem ser cumpridas

    simultaneamente, desde que compatveis. Assim, a pena de limitao de

    final de semana no pode ser cumprida simultaneamente com outra

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    20/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 62

    restritiva de direitos idntica (limitao de final de semana), pois nesse

    caso o agente estaria cumprindo apenas uma das penas (e pagando as

    duas o malandro!). Entretanto, plenamente possvel o cumprimento

    simultneo de pena restritiva de direitos consistente em prestao deservios comunidade e outra consistente em prestao pecuniria ($$),

    pois isso no importa em prejuzo a ningum (nem ao Estado nem ao

    infrator).

    S possvel a suspenso condicional do processo (art. 89 da Lei

    9.099/95) se o somatrio das penas mnimas previstas para todos os

    crimes for inferior a um ano. Assim, se o acusado praticou dois crimes em

    concurso material, sendo a pena mnima de ambos estipulada em 03

    meses de deteno, possvel a suspenso condicional do processo.

    II.b) Concurso formal de crimes

    No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma nica

    conduta, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no. Nos termos do

    art. 70 do CP:

    Art. 70 - Quando o agente, mediante uma s ao ou omisso,

    pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplica-se-lhe a

    mais grave das penas cabveis ou, se iguais, somente uma

    delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto at

    metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se

    a ao ou omisso dolosa e os crimes concorrentes resultam

    de desgnios autnomos, consoante o disposto no artigo

    anterior.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Pargrafo nico - No poder a pena exceder a que seria cabvel

    pela regra do art. 69 deste Cdigo. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    21/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 62

    Primeiramente, deve ser esclarecido a vocs que deve haver

    unidade de conduta e pluralidade de resultados. No entanto, a

    unidade de conduta no significa unidade de atos, pois existem condutasque podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de algum

    que mata outra pessoa com diversas pauladas na cabea. Embora neste

    caso haja diversos atos, h unidade de conduta.

    O concurso formal ser homogneo se todos os crimes cometidos

    mediante a conduta nica forem idnticos, e ser heterogneo se os

    crimes praticados forem diversos.

    O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito:

    Concurso formal perfeito (prprio) Aqui o agente pratica

    uma nica conduta e acaba por produzir dois resultados,

    embora no pretendesse realizar ambos, ou seja, no h

    desgnios autnomos (inteno de, com uma nica conduta,

    praticar dolosamente mais de um crime). Esse tipo de

    concurso s pode ocorrer, portanto, entre crimes culposos, ou

    entre um crime doloso e um ou vrios crimes culposos.

    Exemplo: Imaginem que Camila, dirigindo seu Bugatti pelas

    ruas de So Paulo, em altssima velocidade, atropela, sem

    querer, um pedestre, que vem a bito, e causa leses graves

    em outro pedestre. Nesse caso, Camila responde pelos crimes

    de homicdio culposo e leso corporal culposa em concurso

    formal, aplicando-se a ela a pena do homicdio culposo (mais

    grave) acrescida de 1/6 at a metade;

    Concurso formal imperfeito (imprprio) Aqui o agente

    se vale de uma nica conduta para, dolosamente, produzir

    mais de um crime. Imaginem que, no exemplo anterior,

    Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto, bem

    como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim, com

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    22/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 62

    sua nica conduta, Camila objetivou praticar ambos os

    crimes, respondendo por ambos em concurso formal

    imperfeito, e lhe ser aplica a pena de ambos

    cumulativamente (sistema do cmulo material), pois esseconcurso formal formal apenas no nome, j que deriva de

    intenes (desgnios) autnomas, nos termos do art. 70,

    segunda parte, do CP.

    A) Aplicao da pena no concurso formal

    Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado o da

    exasperao, utilizando-se como base a pena do crime mais grave,

    aumentada (exasperada) de 1/6 at a metade (art. 70, primeira parte, do

    CP).

    O quantum do aumento (entre 1/6 e metade da pena usada como

    base) ser definido mediante a anlise da quantidade de crimes

    praticados. Se praticados poucos crimes, aplica-se o aumento mnimo; se

    praticados diversos crimes mediante a nica conduta, aplica-se o

    aumento em seu montante mximo.

    Trata-se, portanto, de uma frmula de aplicao da pena que visa a

    beneficiar o ru, em razo do menor desvalor de sua conduta.

    Entretanto, se estivermos diante de concurso formal

    imperfeito (imprprio), aplica-se a regra estabelecida pelo art. 70,

    segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cmulo material , pois

    o agente se valeu de uma nica conduta para praticar diversos crimes de

    maneira dolosa, agindo com intenes autnomas (desgnios autnomos).

    H, ainda, a figura que se denominou de concurso material

    benfico, que ocorre quando o sistema da exasperao se mostra

    prejudicial ao ru em relao ao sistema da cumulao. Explico:Imaginem que o agente tenha cometido homicdio doloso simples (pena

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    23/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 62

    de 06 a 20 anos) e tenha, culposamente, mediante a mesma conduta,

    lesionado levemente uma terceira pessoa, cometendo o crime de leses

    corporais culposas em concurso formal com o homicdio (art. 129, 6 do

    CP, pena de 02 meses a um ano de deteno).Nesse exemplo acima, o sistema da exasperao muito prejudicial

    ao ru. Imaginem que o infrator tenha sido condenado pelo crime de

    homicdio a 10 anos de recluso (crime mais grave). Nesse caso, pelo

    sistema da exasperao, por ter havido concurso formal, essa pena deve

    ser aumentada de 1/6 at a metade. Logo, a pena dele variar de 11

    anos e 08 meses a 15 anos de recluso (pena base + 1/6 e pena base +

    metade). Pelo sistema do cmulo material, como a pena de leses

    culposas bem pequena, a pena do agente variaria de 10 anos e dois

    meses a 11 anos de recluso. Nesse caso, percebam, o sistema da

    exasperao prejudicial ao ru. Assim, a lei estabelece que, nesse caso,

    ELE NO SE APLICA, aplicando-se o sistema do cmulo material, pois o

    sistema da exasperao foi criado para beneficiar o ru e no pode ser

    aplicado quando resultar em prejuzo a ele. Nos termos do nico do art.

    70 do CP:

    Pargrafo nico - No poder a pena exceder a que seria cabvel

    pela regra do art. 69 deste Cdigo. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    II.c) Crime continuado

    Tambm conhecido como continuidade delitiva, a espcie de

    concurso de crimes na qual o agente pratica diversas condutas,

    praticando dois ou mais crimes, que por determinadas condies, fazem

    entender que todos fazem parte de uma nica cadeia delitiva. Nos termos

    do art. 71 do CP:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    24/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 62

    Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou

    omisso, pratica dois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas

    condies de tempo, lugar, maneira de execuo e outras

    semelhantes, devem os subseqentes ser havidos comocontinuao do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um s dos

    crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,

    em qualquer caso, de um sexto a dois teros. (Redao dada

    pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Pargrafo nico - Nos crimes dolosos, contra vtimas diferentes,

    cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa, poder ojuiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta

    social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as

    circunstncias, aumentar a pena de um s dos crimes, se

    idnticas, ou a mais grave, se diversas, at o triplo, observadas

    as regras do pargrafo nico do art. 70 e do art. 75 deste

    Cdigo.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Duas teorias buscam explicar este instituto:

    Teoria da fico jurdica Para esta teoria, a

    continuidade delitiva uma fico, pois, na verdade,

    existem diversos crimes, tendo a Lei considerado os diversos

    atos como apenas um crime, para fins de aplicao da pena.

    Esta teoria foi desenvolvida por Francesco Carrara;

    Teoria da realidade, ou da unidade real Para esta teoria, o

    crime continuado , por sua prpria natureza, um nico delito,

    no havendo que se falar em fico jurdica.

    O nosso CP adotou a teoria da fico jurdica, pois a

    considerao dos diversos delitos como um nico crime se d apenas para

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    25/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 62

    fins de aplicao da pena, tanto que, no que tange prescrio, eles so

    considerados crimes autnomos, nos termos do art. 119 do CP:

    Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extino da

    punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    A) Requisitos para a configurao do crime continuado

    A Doutrina entende serem trs os requisitos do crime continuado:a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma

    espcie; e c) condies semelhantes de tempo, lugar, modo de

    execuo e outras semelhanas.

    H divergncia doutrinria quanto necessidade de haver ou no

    unidade de desgnio.

    A pluralidade de conduta decorre da redao do art. 71, que falaem mediante mais de uma ao ou omisso.

    A pluralidade de crimes causa polmica. O que seriam crimes da

    mesma espcie? A Doutrina e a Jurisprudncia no so pacficas. Parte

    minoritria entende que crimes da mesma espcie so aqueles que

    tutelam o mesmo bem jurdico. Assim, para essa corrente, furto,

    estelionato, apropriao indbita, etc, seriam todos crimes da mesma

    espcie, pois seriam todos crimes contra o patrimnio.

    No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, a de que

    crimes da mesma espcie so aqueles tipificados pelo mesmo dispositivo

    legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada, consumados ou

    tentados. Assim, seriam crimes da mesma espcie roubo e roubo

    qualificado.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art119http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art119http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art119
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    26/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 62

    Entretanto, essa corrente entende que, alm de serem tratados no

    mesmo dispositivo legal, devem tutelar o mesmo bem jurdico. Assim,

    roubo simples (art. 157) e latrocnio (art. 157, 3 do CP) no seriam

    crimes da mesma espcie, pois o latrocnio tutela, ainda, o direito vida,e no somente o patrimnio.

    Por fim, a semelhana entre os delitos deve obedecer conexo

    de quatro gneros: temporal, espacial, modal e ocasional.

    A conexo temporal exige que os crimes tenham sido cometidos

    na mesma poca. Mesma poca no implica mesmo momento. A

    jurisprudncia tem entendido que os crimes no podem ter sido

    cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que

    se refere aos crimes contra a ordem tributria, o STF j entendeu que

    pode haver continuidade delitiva desde que os delitos tenham sido

    cometidos em lapso temporal no superior a 03 anos.

    A conexo espacial indica que, para que seja considerada

    continuidade delitiva, os crimes devem ser cometidos no mesmo local. A

    Jurisprudncia entende que a conexo espacial s estar presente se oscrimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no mximo, na mesma

    regio metropolitana.

    A conexo modal se verifica quando o agente pratica o crime

    sempre da mesma maneira, seja pelo modo de execuo, pela utilizao

    de comparsas, etc.

    A conexo ocasional no possui previso expressa na Lei, masparte da Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros

    crimes tenham proporcionado uma ocasio que gerou a prtica dos

    crimes subseqentes.

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    27/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 62

    Com relao unidade de desgnios, ou seja, a necessidade de que

    todos os crimes praticados na verdade tenham sido partes de um nico

    projeto criminoso, a Doutrina dividida, mas a maioria da Doutrina,

    bem como a Jurisprudncia, entendem ser necessria essaunidade de desgnios, de forma que a mera reunio dos demais

    requisitos no configura a continuidade delitiva se os crimes

    foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vnculo entre

    eles. Isso significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudncia adotam

    a teoria objetivo-subjetiva, desprezando a teoria objetiva pura, que no

    prev a necessidade de unidade de desgnios.

    B) Aplicao da pena no crime continuado

    Existem trs espcies de crime continuado: simples, qualificado e

    especfico. Entretanto, em todos os casos se aplica o sistema da

    exasperao.

    No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares so as

    mesmas. Exemplo: 10 furtos simples praticados em continuidade delitiva.

    Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles, acrescida de 1/6 a 2/3

    (varia conforme a quantidade de delitos).

    No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados so

    diferentes, de modo que se aplica a pena do mais grave deles, aumentada

    de 1/6 a 2/3.

    Por fim, o crime continuado especfico est previsto no nico do

    art. 71 do CP:

    Pargrafo nico - Nos crimes dolosos, contra vtimas diferentes,

    cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa, poder o

    juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta

    social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    28/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 62

    circunstncias, aumentar a pena de um s dos crimes, se

    idnticas, ou a mais grave, se diversas, at o triplo, observadas

    as regras do pargrafo nico do art. 70 e do art. 75 deste

    Cdigo.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Assim, nos crimes dolosos cometidos com violncia ou grave

    ameaa pessoa, sendo as vtimas diferentes, poder o Juiz aplicar a

    pena de um deles (ou a mais grave, se diversas), aumentada at o triplo.

    Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperao, entretanto, o

    nico previu um quantum maior a ser acrescido pena-base. A lei noestabelece a quantidade mnima nesse caso, mas a Jurisprudncia,

    inclusive o STF, entende que o mnimo aqui tambm de 1/6.

    Aqui tambm se aplica a regra do concurso material benfico, ou

    seja, se o sistema da exasperao se mostrar mais gravoso, dever ser

    aplicado o sistema do cmulo material.

    C) Crime continuado e conflito de leis penais no tempo

    Se durante a execuo do crime continuado sobrevir lei nova, mais

    gravosa ao ru, esta ltima aplicada, pois o crime continuado se

    considera praticado quando cessa a continuidade delitiva. Assim, sendo o

    tempo do crime o momento em que cessa a continuidade, a lei novachegou a vigorar antes de sua consumao, aplicando-se a este, por ser a

    lei vigente ao tempo do crime.

    Este entendimento est, inclusive, sumulado pelo STF:

    SMULA N 711

    A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME

    CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    29/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 62

    SUA VIGNCIA ANTERIOR CESSAO DA

    CONTINUIDADE OU DA PERMANNCIA.

    D) Prescrio

    Nos crimes continuados, por haver mera fico jurdica de crime

    nico, apenas para fins de aplicao da pena, a prescrio calculada

    em relao a cada crime isoladamente.

    Entretanto, para o clculo da prescrio, leva-se em conta a pena

    mnima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o acrscimo que

    seria aplicado. Assim, se h dois furtos simples praticados em

    continuidade delitiva (penas mnimas de um ano), tendo a sentena

    aplicado a pena mnima, por exemplo, acrescida de determinado

    percentual, a prescrio calculada tendo por base a pena mnima

    aplicada, e no a pena mnima de um ano acrescida do percentual de

    exasperao. Isso o que consta do verbete n 497 da smula do STF:

    SMULA N 497

    QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIO

    REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENA, NO SE

    COMPUTANDO O ACRSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAO.

    II.d) Multa e o concurso de crimes

    Assim prev o art. 72 do CP:

    Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa so

    aplicadas distinta e integralmente. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=497.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=497.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=497.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    30/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 62

    Assim, o art. 72 do CP prev a aplicao do sistema do

    cmulo material no que tange s penas de multa. Essa aplicao

    inquestionvel no concurso material e no concurso formal.

    No entanto, no que se refere ao crime continuado, h forte

    divergncia.

    A primeira corrente (amplamente majoritria na Doutrina) entende

    que esta regra tambm se aplica ao crime continuado, por no ter a Lei

    feito qualquer distino.

    A segunda corrente (majoritria na Jurisprudncia, inclusiveno STJ), entende que, nesse caso, no se aplica a regra do art. 72,

    por ter a lei entendido que se trata de crime nico, mediante

    fico jurdica.

    At a prxima!

    Prof. Renan Araujo

    LISTA DAS QUESTES

    01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ)

    No concurso de pessoas, h quatro teorias que explicam o tratamento da

    acessoriedade na participao. De acordo com a teoria da

    hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partcipe, preciso que o

    fato principal seja:

    I tpico.

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-tj-pi-juizhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-tj-pi-juiz
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    31/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 62

    II antijurdico.

    II culpvel.

    IV punvel.

    A quantidade de itens certos igual a

    A) 0.

    B) 1.

    C) 2.

    D) 3.

    E) 4.

    02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)

    Acerca do concurso de pessoas, assinale a opo correta.

    A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro

    quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que atravessava na

    faixa de segurana. Nessa situao hipottica, Lia e Lena devero

    responder pela prtica de homicdio culposo.

    B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participao.

    C) Considere que Mvio e Leo tenham resolvido furtar uma casa

    supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha ficado

    vigiando a entrada, enquanto Mvio entrou para subtrair os bens; dentro

    da residncia, Mvio descobriu que a mesma estava habitada e acabou

    agredindo o morador; aps levarem os objetos para um local seguro,

    Mvio narrou o fato para Leo. Considerando essa situao hipottica,

    Mvio dever responder pelo crime de roubo e Leo, por furto.

    D) No crime de induzimento ou instigao ao suicdio, o agente que

    instiga age como partcipe e o suicida , ao mesmo tempo, sujeito ativo e

    passivo.

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-pc-rn-agente-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-pc-rn-agente-de-policia
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    32/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 62

    E) As circunstncias e as condies de carter pessoal se comunicam

    entre os coautores e partcipes do crime.

    03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIRIO - DIREITO -

    REA JUDICIRIA - ESPECFICOS)

    Considere que os indivduos Joo e Jos ambos com animus necani,

    mas um desconhecendo a conduta do outro atirem contra Francisco, e

    que a percia, na anlise dos atos, identifique que Jos seja o

    responsvel pela morte de Francisco. Nessa situao hipottica, Jos

    responder por homicdio consumado e Joo, por tentativa de homicdio.Certo ou Errado?

    04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -

    ESPECFICOS)

    O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria

    monstica, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus departicipao, em obedincia ao princpio da individualizao da pena.

    Certo ou Errado?

    05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA -

    REA DE DIREITO)

    A teoria do domnio do fato aplicvel para a delimitao de coautoria eparticipao, sendo coautor aquele que presta contribuio independente

    e essencial prtica do delito, mas no obrigatoriamente sua

    execuo. Certo ou Errado?

    06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PBLICO)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificos
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    33/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 62

    Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade no

    pode exceder a que seria cabvel pela regra do concurso material. Certo

    ou Errado?

    07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO)

    No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre

    a pena de cada um deles, isoladamente.

    08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Fernando, Cludio e Maria, penalmente imputveis, associaram-se com

    Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato.

    Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessrios

    prtica delituosa, chegando, em conluio, concretizao de um nico

    crime.

    Nessa situao, o grupo, com exceo do adolescente, responderapenas pelo crime de estelionato, no se caracterizando o delito de

    quadrilha ou bando, em face da necessidade de associao de, no

    mnimo, quatro pessoas para a tipificao desse delito, todas penalmente

    imputveis.

    09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Luiz, imputvel, aderiu deliberadamente conduta de Pedro, auxiliando-

    o no arrombamento de uma porta para a prtica de um furto, vindo a

    adentrar na residncia, onde se limitou, apenas, a observar Pedro,

    durante a subtrao dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos.

    Nessa situao, Luiz responder apenas como partcipe do delito pois

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-agu-advogadohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-agu-advogado
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    34/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 62

    atuou em atos diversos dos executrios praticados por Pedro, autor

    direto.

    10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -

    ESPECFICOS)

    O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria

    monstica, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de

    participao, em obedincia ao princpio da individualizao da pena.

    11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLCIA -

    ESPECFICOS)

    Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria

    monista, segundo a qual todos os indivduos que colaboraram para a

    prtica delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime.

    Tal situao pode ser, todavia, afastada, por aplicao do princpio da

    intranscendncia das penas, para a hiptese legal em que um doscolaboradores tenha desejado participar de delito menos grave, caso em

    que dever ser aplicada a pena deste.

    12 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA -

    REA DE DIREITO)

    A teoria do domnio do fato aplicvel para a delimitao de coautoria eparticipao, sendo coautor aquele que presta contribuio independente

    e essencial prtica do delito, mas no obrigatoriamente sua

    execuo.

    13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PBLICO)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-abin-oficial-tecnico-de-inteligencia-area-de-direitohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificos
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    35/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 62

    Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstncias, prevista

    no Cdigo Penal brasileiro, as condies e circunstncias pessoais que

    formam a elementar do injusto, tanto bsico como qualificado,

    comunicam-se dos autores aos partcipes e, de igual modo, as condiese circunstncias pessoais dos partcipes comunicam-se aos autores.

    14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIA)

    Ocorre a co-autoria sucessiva quando, aps iniciada a conduta tpica por

    um nico agente, houver a adeso de um segundo agente empreitada

    criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de umcritrio de diviso de tarefas e unio de desgnios, devem ser capazes de

    interferir na consumao da infrao penal.

    15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIA)

    No tocante participao, o CP adota o critrio da hiperacessoriedade,

    razo pela qual, para que o partcipe seja punvel, ser necessrio secomprovar que ele concorreu para a prtica de fato tpico e ilcito.

    16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIRIO - REA

    JUDICIRIA)

    A participao nfima ou de somenos tratada pelo CP da mesma

    maneira que a menor participao, tendo ambas como conseqncia aincidncia de minorante da pena em um sexto a um tero.

    17 - (CESPE - 2004 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA -

    REGIONAL)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-mpe-rr-promotor-de-justicahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-mpe-rr-promotor-de-justicahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stj-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stj-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-delegado-de-policia-regionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-delegado-de-policia-regionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-delegado-de-policia-regionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-delegado-de-policia-regionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stj-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stj-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-mpe-rr-promotor-de-justicahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-mpe-rr-promotor-de-justica
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    36/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 62

    De acordo com o sistema adotado pelo Cdigo Penal, possvel impor

    aos partcipes da mesma atividade delituosa penas de intensidades

    desiguais.

    18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIRIO - REA

    JUDICIRIA)

    Em caso de concurso de pessoas para a prtica de crime, se algum dos

    concorrentes participar apenas do crime menos grave, ser aplicada a

    ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsvel o resultado

    mais grave.

    19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR)

    Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extenso do art. 29 do

    Cdigo Penal, que dispe sobre o concurso de pessoas, sendo esta

    exemplo de norma de adequao tpica mediata.

    20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - REA

    JUDICIRIA)

    Valdir e Jlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando

    definida a diviso de tarefas entre ambos: Valdir entraria na residncia

    de seu ex-patro Cludio, pois este estava viajando de frias e, portanto,

    a casa estaria vazia; Jlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado

    na casa e Jlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles tivessem

    conhecimento, dentro da residncia estava um agente de segurana

    contratado por Cludio. Ao se deparar com o segurana, Valdir constatou

    que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em

    seu colo. Valdir ento pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em

    face da resistncia do segurana, findou por atirar em sua direo,

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stf-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stf-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-agu-procuradorhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-agu-procuradorhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stf-analista-judiciario-area-judiciariahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-stf-analista-judiciario-area-judiciaria
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    37/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 62

    lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que

    guarneciam a residncia.

    Nessa situao, deve-se aplicar a Jlio a pena do crime de furto, uma

    vez que o resultado mais grave no foi previsvel.

    21 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)

    Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o

    item em seguida.

    Se Raul estimula ngelo a matar Honrio, o que efetivamente ocorreu,

    Raul no dever responder pelo crime de homicdio em concurso com

    ngelo, porque no praticou a conduta tpica "matar algum".

    22 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)

    Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o

    item em seguida.

    Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da co-autoria,

    seja na modalidade da participao, no h necessidade de que os

    agentes tenham combinado previamente a execuo do crime.

    23 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)

    Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue oitem em seguida.

    Pedro, comercirio, auxiliou Igor, funcionrio pblico, a apropriar-se de

    dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razo do cargo. Nesse

    caso, Pedro dever responder pelo crime de peculato em concurso com

    Igor.

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    38/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 62

    24 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TCNICO DE

    INTELIGNCIA)

    Julgue o item a seguir, acerca das causas excludentes de ilicitude e do

    concurso de pessoas.

    A teoria do domnio do fato aplicvel para a delimitao de coautoria e

    participao, sendo coautor aquele que presta contribuio independente

    e essencial prtica do delito, mas no obrigatoriamente sua execuo.

    25 - (CESPE 2002 SEFAZ/AL TCNICO DE FINANAS)

    luz do direito penal, julgue o item subsequente.

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Jos e Manuel praticaram um crime de peculato, em concurso de agentes.

    Instaurada a ao penal, Jos veio a falecer.

    Nessa situao, tomando conhecimento informalmente do bito de um

    dos rus, o juiz declarar a extino da punibilidade com relao a Jos e

    Manuel.

    26 - (CESPE 2010 AGU PROCURADOR FEDERAL)

    No que se refere parte geral do Cdigo Penal, julgue o item

    subsequente.

    Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extenso do art. 29 do

    Cdigo Penal, que dispe sobre o concurso de pessoas, sendo esta

    exemplo de norma de adequao tpica mediata.

    27 - (CESPE 2002 PF ESCRIVO DE POLCIA FEDERAL)

    No item seguinte, apresentada uma situao hipottica relativa ao

    direito penal, seguida de uma assertiva a ser julgada.

    Juliana era conhecida de Mcio, funcionrio de autarquia federal, e sobre

    ele a primeira possua grande ascendncia. Juliana no era funcionria

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    39/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 62

    pblica e, durante muito tempo, tentou convenc-lo a subtrair um

    equipamento, de pequeno porte mas valioso, que havia no ente pblico,

    at que Mcio anuiu e efetuou a subtrao. Nessa situao, Mcio

    cometeu peculato e, pelo fato de esse delito ser prprio de funcionriopblico, Juliana no poderia ser punida como partcipe do crime.

    28 - (CESPE 2002 PF ESCRIVO DE POLCIA FEDERAL)

    No item a seguir, apresentada uma situao hipottica relativa

    legislao penal, seguida de uma assertiva a ser julgada.

    Um agente de polcia resolveu torturar um preso sob sua guarda, e, antesque isso ocorresse, o delegado responsvel tomou conhecimento da

    inteno do agente. O delegado no concordava com a tortura e no a

    praticou, mas nada fez para evit-la. Nessa situao, tanto o agente

    quanto o delegado poderiam ser responsabilizados penalmente, com base

    na lei que define os crimes de tortura.

    29 - (CESPE 2002 PF ESCRIVO DE POLCIA FEDERAL)

    Acerca dos crimes contra o patrimnio e a administrao pblica, julgue o

    item abaixo.

    Por ser a concusso crime prprio, inadmissvel a participao de

    pessoa estranha ao quadro do funcionalismo pblico (particular).

    30 - (CESPE 2002 TC/DF PROCURADOR DO MINISTRIO

    PBLICO)

    Julgue o item abaixo.

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Juvenal, servidor pblico federal, participou de desvio de verbas pblicas,

    juntamente com outros coautores. Com a soma, adquiriu diversos bens

  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    40/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 62

    no Brasil e no exterior. Sua esposa, Vitria, usufruiu de todos os confortos

    propiciados pelo desvio dos valores pblicos.

    Nessa situao, no houve por parte de Vitria ato de execuo algum.

    No entanto, vislumbra-se sua participao nos crimes, uma vez que tinhaconhecimento de todos os atos criminais do marido e poderia t-los

    evitado.

    QUESTES COMENTADAS

    01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ)

    No concurso de pessoas, h quatro teorias que explicam o

    tratamento da acessoriedade na participao. De acordo com a

    teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do

    partcipe, preciso que o fato principal seja

    I tpico.

    II antijurdico.

    II culpvel.

    IV punvel.

    A quantidade de itens certos igual a

    A) 0.

    B) 1.

    C) 2.

    D) 3.

    E) 4.

    COMENTRIOS: Conforme estudamos, a teoria da hiperacessoriedade

    a mais radical de todas as quatro, exigindo para a punibilidade do

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-tj-pi-juizhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-tj-pi-juiz
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    41/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 62

    partcipe, que a conduta principal deva ser tpica, ilcita, culpvel e

    punvel. Assim, a alternativa correta a letra E.

    02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)

    Acerca do concurso de pessoas, assinale a opo correta.

    A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro

    quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que

    atravessava na faixa de segurana. Nessa situao hipottica, Lia

    e Lena devero responder pela prtica de homicdio culposo.

    ERRADA: Nesse caso no h concurso de agentes, pois no h

    participao culposa em crime culposo;

    B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participao.

    ERRADA: A grande maioria da Doutrina entende no haver possibilidade

    de concurso de agentes nesse caso, por se tratar de crime de mo-

    prpria. No entanto, parte da Doutrina entende que pode haver coautoria

    quando h coao moral resistvel de um terceiro sobre aquele quecomete o crime.

    C) Considere que Mvio e Leo tenham resolvido furtar uma casa

    supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha

    ficado vigiando a entrada, enquanto Mvio entrou para subtrair os

    bens; dentro da residncia, Mvio descobriu que a mesma estava

    habitada e acabou agredindo o morador; aps levarem os objetos

    para um local seguro, Mvio narrou o fato para Leo. Considerando

    essa situao hipottica, Mvio dever responder pelo crime de

    roubo e Leo, por furto.

    CORRETA: Aqui, trata-se da hiptese de cooperao dolosamente

    distinta. Leo no pretendeu praticar um roubo, e sim um furto, devendo

    responder apenas por este, e no pelo roubo, que foi praticado apenas

    por Mvio. Entretanto, nos termos do art. 29, 2 do CP, se o crime de

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-pc-rn-agente-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-pc-rn-agente-de-policia
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    42/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 42 de 62

    roubo era previsvel, a pena de Leo pode ser aumentada at a metade,

    mas ele sempre responder pelo crime de furto apenas.

    D) No crime de induzimento ou instigao ao suicdio, o agente

    que instiga age como partcipe e o suicida , ao mesmo tempo,sujeito ativo e passivo.

    ERRADA: No crime de instigao ao suicdio, quem instiga autor do

    crime (pratica o ncleo do tipo), e no mero partcipe do delito. Assim, a

    alternativa est errada.

    E) As circunstncias e as condies de carter pessoal se

    comunicam entre os coautores e partcipes do crime.ERRADA: As circunstncias e condies de carter pessoal no se

    comunicam, nos termos do art. 30 do CP, salvo se forem elementares do

    delito.

    03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIRIO - DIREITO -

    REA JUDICIRIA - ESPECFICOS)Considere que os indivduos Joo e Jos ambos com animus

    necandi, mas um desconhecendo a conduta do outro atirem

    contra Francisco, e que a percia, na anlise dos atos, identifique

    que Jos seja o responsvel pela morte de Francisco. Nessa

    situao hipottica, Jos responder por homicdio consumado e

    Joo, por tentativa de homicdio. Certo ou Errado?

    CORRETA: Como ambos no agiram com vnculo subjetivo, no h

    coautoria, mas autoria colateral, afastando-se, desta forma, o concurso

    de pessoas, respondendo cada um apenas pela sua conduta. Assim, a

    afirmativa est correta.

    04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -

    ESPECFICOS)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificos
  • 7/27/2019 Direito Penal Aula 04

    43/62

    Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 04

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 43 de 62

    O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a

    teoria monstica, com temperamentos, uma vez que estabelece

    certos graus de participao, em obedincia ao princpio da

    individualizao da pena. Certo ou Errado?CORRETA: Conforme estudamos, o nosso CP adotou a teoria monista no

    concurso de pessoas, de forma que todos aqueles que cooperam para a

    prtica do delito, por ele respondem, nos termos do art. 29 do CP. No

    entanto, o CP determina que a pena de cada um dos agentes deve ser

    calculada na medida de sua culpabilidade, o que demonstra a adoo de

    uma teoria monista mitigada, ou temperada.

    05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA -

    REA DE DIREITO)

    A teoria do domnio do fato aplicvel para a delimitao de

    coautoria e participao, sendo coautor aquele que presta

    contribuio independente e essencial prtica do delito, mas

    no obrigatoriamente sua execuo. Certo ou Errado?

    CORRETA: A teoria do domnio do fato uma teoria adotada pelo nosso

    sistema jurdico como complementao teoria objetivo-formal, adotada

    como regra, pois a teoria objetivo-formal no explica satisfatoriamente a

    hiptese de autoria mediata. Assim, pela teoria do domnio do fato, autor

    todo aquele que pratica conduta essencial ao delito, e possui o poder

    de definir o seu destino, sua ocorrncia ou no.