Upload
gabrielhaine
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
1/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 126
AULA 06: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO
SUMRIO PGINA
Apresentao da aula e sumrio 01I Introduo 02II Do Furto 02III Do Roubo e da Extorso 09IV Da Usurpao 19V Do Dano 22VI Da Apropriao Indbita 26VII Do Estelionato e outras Fraudes 34VIII Da Receptao 49IX Disposies Gerais 54
Lista das Questes 56Questes comentadas 75Gabarito 125
Ol, meus amigos concurseiros!
Hoje vamos estudar a respeito dos Crimes contra o Patrimnio.
Trata-se de um tema de extrema importncia, pois so pontos
da matria com algum grau de complexidade e com
posicionamentos jurisprudenciais importantes.
No se assustem com o nmero de pginas. A aula s ficou
grande porque hoje temos mais de 40 questes EXCLUSIVAS do
CESPE/UnB.
Chega de papo!Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
2/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
3/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 126
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
1 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime praticadodurante o repouso noturno.
2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de
deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a
pena de multa.
3 - Equipara-se coisa mvel a energia eltrica ou qualquer
outra que tenha valor econmico.
4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o
crime cometido:
I - com destruio ou rompimento de obstculo subtrao da
coisa;
II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
5 - A pena de recluso de 3 (trs) a 8 (oito) anos, se a
subtrao for de veculo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Includo pela
Lei n 9.426, de 1996)
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
4/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 126
qualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a coisa subtrada.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU
PARA OUTREM, coisa alheia mvel. O conceito de
mvel aqui tudo aquilo que pode ser movido de um
lugar para outro sem perda de suas caractersticas ou
funcionalidades. A coisa subtrada no pode ser de
propriedade do infrator, caso contrrio, no h furto,
podendo haver, se for o caso, EXERCCIO
ARBITRRIO DAS PRPRIAS RAZES (art. 345
do CP). Este um crime comum e genrico. Nada
impede que, em determinadas circunstncias, a
subtrao de coisa mvel alheia configure outro
crime, como ocorre, por exemplo, quando um
funcionrio pblico, no exerccio de suas funes,
subtrai bem da administrao pblico, hiptese naqual teremos um PECULATO-FURTO (art. 312, 1
do CP). A maioria da Doutrina entende que a coisa
no precisa ter valor econmico significativo (embora
a ausncia de valor significativo possa gerar a
atipicidade da conduta por ausncia de lesividade).
CUIDADO! O cadver pode ser objeto do furto,
desde que pertena a algum (ex.: Cadverpertencente a uma faculdade de medicina).
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. O agente
dever possuir o nimo, a inteno de SE
APODERAR DA COISA furtada. Essa inteno
chamada de animus rem sibi habendi). No
havendo essa inteno, sendo a inteno somente a
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
5/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 126
de usar a coisa e logo aps devolv-la, teremos o que
se chama de FURTO DE USO, que NO CRIME.
Se o agente pratica o crime para saciar a fome (furto
famlico), a Jurisprudncia reconhece a excludente deilicitude do estado de necessidade (art. 24 do CP).
CONSUMAO
E TENTATIVA
O momento da consumao do delito muito
discutido na Doutrina, havendo quatro correntes. O
que vocs devem saber que o STF e o STJ
adotam a teoria segundo a qual o crime se
consuma quando o agente passa a ter o poder
sobre a coisa, ainda que por um curto espao de
tempo, ainda que no tenha tido a posse mansa e
pacfica sobre a coisa furtada. A tentativa
plenamente possvel.
O 1 prev a majorante no caso de o crime ser praticado durante o
repouso noturno (aumenta-se de 1/3). Essa majorante s incidir se
ocorrer o furto em residncia e ocorrer no momento reservado ao repouso
noturno, que deve ser analisado em cada caso. Essa a posio
dominante.
O 2 prev o chamado FURTO PRIVILEGIADO, que aquele no
qual o ru possui bons antecedentes e a coisa de pequeno valor,
hiptese na qual o Juiz pode substituir a pena de recluso pela dedeteno, diminu-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa.
A Jurisprudncia vem entendendo como coisa de pequeno
valor aquela que no ultrapassa um salrio mnimo vigente.
Os Tribunais Superiores vem entendendo ser possvel a
aplicao do PRIVILGIO ao furto QUALIFICADO, por no haver
impedimento legal (Inf. 379 do STJ)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
6/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 126
J o 3 traz uma CLUSULA DE EQUIPARAO, estabelecendo
que se equipara a coisa mvel a ENERGIA ELTRICA ou qualquer outra
energia que possua valor econmico.
CUIDADO! O crime de furto de energia eltrica s ocorrer se oagente se apodera daquilo que no est em sua posse, daquilo que
no seu. Se o agente altera o medidor de Luz (fraude), haver o
crime de estelionato.
O 4 e seus incisos, bem como o 5 do art. 155 estabelecem as
hipteses em que o furto ser considerado QUALIFICADO, ou seja, mais
grave, sendo previstas penas mnimas e mximas mais elevadas.
Vejamos as hipteses:
Destruio ou rompimento de obstculo subtrao da
coisa Aquela conduta do agente que destri ou rompe um
obstculo colocado de forma a impedir o furto: Ex.: Quebra de
cadeado. Se a violncia for exercida contra o prprio bem
furtado, no h a qualificadora (ex.: Quebrar o vidro do carro
para furtar o prprio carro). E se o agente quebrar o vidropara furtar um MP3 player?Deveria incidir a qualificadora,
mas por equidade (proporcionalidade) a Jurisprudncia
vem entendendo que no incide a qualificadora, pois no
incidiria se o agente furtasse o prprio carro!
Abuso de confiana, fraude, escalada ou destreza No
abuso de confiana o agente se aproveita da confiana nele
depositada, de forma que o proprietrio no exerce vigilncia
sobre o bem, por confiar no infrator. Na fraude o infrator
emprega algum artifcio para enganar o agente e furt-lo. No
se deve confundir com o estelionato. No estelionato o agente
emprega algum ardil, artifcio para fazer com que a vtima lhe
entregue a vantagem. Aqui o agente emprega o artifcio para
criar a situao que lhe permita subtrair a coisa (ex.:Camarada se veste de instalador da TV a Cabo para, mediante
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
7/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
8/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 126
Art. 156 - Subtrair o condmino, co-herdeiro ou scio, para si ou
para outrem, a quem legitimamente a detm, a coisa comum:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
1 - Somente se procede mediante representao.
2 - No punvel a subtrao de coisa comum fungvel, cujo
valor no excede a quota a que tem direito o agente.
O crime aqui , tambm, de furto, motivo pelo qual se aplicam asmesmas consideraes relativas ao crime de furto comum.
No entanto, o crime aqui PRPRIO, ou seja, somente pode ser
cometido pela pessoa que possua uma daquelas caractersticas (seja
scio, condmino, etc.). O sujeito passivo tambm s poder ser alguma
daquelas pessoas.
Vejam que a pena menor que a do furto comum, exatamente
porque a coisa no de outrem (alheia), mas comum, ou seja, tambm
do infrator.
Vejam, ainda, que se a coisa FUNGVEL, e a subtrao no
excede a quota-parte do infrator, no h crime.
Coisa fungvel aquela que pode ser substituda por outra da mesma
espcie, qualidade e quantidade, sem prejuzo algum (exemplo: dinheiro).
EXEMPLO: Imagine que trs pessoas so condminas de uma parcela em
dinheiro no valor de R$ 90.000,00, possuindo cotas iguais (trinta mil para
cada). Se um dos condminos furtar R$ 30.000,00 no comete crime,
pois a coisa fungvel (dinheiro) e o montante no excede sua cota-
parte.
A ao penal pblica, MAS DEPENDE DE REPRESENTAO
DA VTIMA.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
9/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 126
III DO ROUBO E DA EXTORSO
Aqui se tutelam, alm do patrimnio, a integridade fsica, mental e a
vida da vtima, pois as condutas no violam somente o patrimnio destas,
mas colocam em risco, tambm, estes bens jurdicos.
Vejamos cada um deles.
A) Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de
hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a
coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa
para si ou para terceiro.
2 - A pena aumenta-se de um tero at metade:
I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de arma;
II - se h o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vtima est em servio de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstncia.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
10/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 126
IV - se a subtrao for de veculo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Includo
pela Lei n 9.426, de 1996)
V - se o agente mantm a vtima em seu poder, restringindo sua
liberdade. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)
3 Se da violncia resulta leso corporal grave, a pena de
recluso, de sete a quinze anos, alm da multa; se resulta
morte, a recluso de vinte a trinta anos, sem prejuzo da
multa. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)Vide Lei n
8.072, de 25.7.90
BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a integridade fsica e psquica da
vtima.
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a coisa subtrada mediante violncia
ou grave ameaa, ou ainda, depois de ter sido
reduzida impossibilidade de defesa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU
PARA OUTREM, coisa alheia mvel, MEDIANTE
VIOLNCIA, GRAVE AMEAA, OU APS REDUZIR
A VTIMA A UMA SITUAO DE
IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA. Com relao
leso ao patrimnio, aplicam-se as mesmas regras
faladas em relao ao furto. Mas, por se tratar de
crime complexo (rene dos outros crimes: furto +
constrangimento ilegal), devemos analisar, ainda, sob
o aspecto da violncia ou grave ameaa pessoa. A
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
11/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 126
violncia pode ser prpria, quando o agente aplica
fora fsica sobre a vitima, ou imprpria, quando
aplica alguma medida que torna a vtima indefesa
(Boa-noite-cinderela, por exemplo). Aqui o STFentende no e aplicar o privilgio previsto para o
furto e nem o princpio da insignificncia.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. O agente
dever possuir o nimo, a inteno de SE
APODERAR DA COISA furtada, MEDIANTE
VIOLNCIA, GRAVE AMEAA OU REDUO DA
VTIMA SITUAO DE IMPOSSIBILIDADE DE
DEFESA. No se admite na forma culposa. O roubo
de uso crime! Ou seja, o agente que rouba alguma
coisa para somente us-la e devolver, comete crime
de roubo. Parte da Doutrina entende, entretanto, que
nesse, caso, haveria apenas constrangimento ilegal
ou leses corporais, no havendo roubo (minoritrio).
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o
crime se consuma quando o agente passa a ter o
poder sobre a coisa, aps ter praticado a violncia ou
grave ameaa. Se o agente pratica a violncia ou
grave ameaa, mas no subtrai a coisa, o crime
TENTADO.
O 1 traz a figura do roubo IMPRPRIO. O roubo imprprio
ocorre quando a violncia ou ameaa praticada APS A
SUBTRAO DA COISA, como meio de garantir a impunidade do crime
ou assegurar o proveito do crime.
EXEMPLO: Imagine que o agente subtraia uma TV de uma loja de
eletroeletrnicos. At a, nada de roubo, apenas furto. No entanto, ao ser
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
12/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 126
abordado pelos seguranas, j do lado de fora da loja, tenta fugir e acaba
agredindo os seguranas, fugindo com a coisa. Nesse caso, diz-se que o
furto IMPRPRIO, pois a grave ameaa ou violncia posterior, e no
tem como finalidade efetivar a subtrao (que j ocorreu), mas garantir aimpunidade ou a posse tranquila sobre o bem.
O 2 prev majorantes (causas de aumento de pena), que se
aplicam tanto ao roubo PRPRIO (caput) quanto ao roubo IMPRPRIO.
Algumas observaes quanto s majorantes do 2:
O termo arma, no inciso I, considerado, pela Doutrina e
Jurisprudncia dominantes, QUALQUER INSTRUMENTO QUE POSSA
SER USADO COMO ARMA, independentemente de ter sido fabricado
para esse fim (faca, por exemplo).
Ainda com relao arma, a Doutrina e Jurisprudncia entendem
que deve haver o USO EFETIVO DA ARMA, no bastando que o agente
esteja portanto, ainda que ostensivamente, a arma (Luiz Rgis Prado
discorda).
O USO DE ARMA DE BRINQUEDO NO QUALIFICA O CRIME.
O inciso V traz a hiptese na qual a vtima privada de sua
liberdade, sendo mantida em poder do criminoso. Temos aqui, na
verdade, a questo do refm. Havendo utilizao de refm para garantir
sucesso na fuga, por exemplo, haver a causa de aumento de pena.
O 3, por sua vez, traz o que se chama de ROUBO QUALIFICADO
PELO RESULTADO MORTE (Leso corporal grave ou morte). No seexige que o resultado tenha sido querido pelo agente, bastando que ele
tenha agido pelo menos de maneira culposa em relao a eles (pois a
redao do diz: se da violncia resulta...). Alm disso, no incide
essa QUALIFICADORA quando o roubo realizado mediante
GRAVE AMEAA.
Ao crime de ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO NO SE
APLICAM AS MAJORANTES DO 2.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
13/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
14/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 126
1 - Se o crime cometido por duas ou mais pessoas, ou com
emprego de arma, aumenta-se a pena de um tero at metade.
2 - Aplica-se extorso praticada mediante violncia o
disposto no 3 do artigo anterior. Vide Lei n 8.072, de
25.7.90
3o Se o crime cometido mediante a restrio da liberdade da
vtima, e essa condio necessria para a obteno da
vantagem econmica, a pena de recluso, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, alm da multa; se resulta leso corporal grave ou
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2o e 3o,
respectivamente. (Includo pela Lei n 11.923, de 2009)
BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a liberdade individual da vtima
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado porqualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a sua liberdade individual ou
patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
Aqui o constrangimento mero meio para a
obteno da vantagem indevida. O verbo
constranger, que sinnimo de forar, obrigar
algum a fazer o que no deseja. No se confunde
com o delito de roubo, pois naquele o agente se vale
da violncia ou grave ameaa para subtrair o bem da
vtima. Neste o agente se vale destes meios para
fazer com que a vtima LHE ENTREGUE A COISA,
ESPONTANEAMENTE, ou seja, deve haver a
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
15/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 126
colaborao da vtima.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. Se a
vantagem for:
Devida Teremos crime de exerccio arbitrrio
das prprias razes (art. 345 do CP);
Sexual Teremos estupro;
Meramente moral, sem valor econmico
Constrangimento ilegal (art. 146 do CP);
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STJ entende que se trata de CRIME FORMAL, que
se consuma com o mero emprego da violncia ou
grave ameaa, INDEPENDENTEMENTE DA
OBTENO DA VANTAGEM VISADA PELO
AGENTE (smula n 92 do STJ).
O 1 traz uma causa de aumento de pena (1/3 at a metade), caso
o crime seja cometido por duas ou mais pessoas ou mediante o uso de
arma. Aplicam-se as mesmas observaes feitas no crime de roubo.
Tambm se aplica o disposto no 3 do art. 157 (roubo qualificado
pelo resultado), ou seja, ocorrendo leso grave ou morte, teremos o
crime de EXTORSO QUALIFICADA PELO RESULTADO, com as
mesmas penas previstas no 3 do art. 157 do CP.
O 3 do art. 158 representa uma inovao legislativa (realizada
em 2009) que criou a figura do SEQUESTRO RELMPAGO. A pena
mais elevada (seis a doze anos), e tambm se aplica o 3 do art. 157
(crime qualificado pelo resultado).
A ao penal no crime de extorso, em qualquer hiptese,
PBLICA INCONDICIONADA.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
16/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 126
O art. 160, por sua vez, cria a figura da EXTORSO INDIRETA,
que ocorre quando um credor EXIGE ou RECEBE, do devedor,
DOCUMENTO QUE POSSA DAR CAUSA INSTAURAO DE
PROCESSO CRIMINAL CONTRA ELE. Vejamos:
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dvida, abusando
da situao de algum, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vtima ou contra terceiro:
Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.
Exige-se, nesse caso, o dolo especfico, consistente na inteno de
exigir ou receber o documento COMO GARANTIA DE DVIDA.
Necessrio, ainda, que o agente SE VALHA DA CONDIO DA VTIMA,
que se encontra em situao de fragilidade (desesperada, aflita), de
forma a exigir dela esta garantia abusiva.
O crime se consuma com a mera realizao da exigncia (nesse caso,crime formal) ou com o efetivo recebimento (nesse caso, material) do
documento. A tentativa possvel.
A ao penal pblica incondicionada.
C) Extorso mediante sequestro
Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do
resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90
Pena - recluso, de oito a quinze anos. (Redao dada pela Lei
n 8.072, de 25.7.1990)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
17/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 126
1o Se o seqestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o
seqestrado menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
anos, ou se o crime cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei
n 8.072, de 25.7.90 (Redao dada pela Lei n 10.741, de2003)
Pena - recluso, de doze a vinte anos. (Redao dada pela Lei n
8.072, de 25.7.1990)
2 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave: Vide
Lei n 8.072, de 25.7.90
Pena - recluso, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redao
dada pela Lei n 8.072, de 25.7.1990)
3 - Se resulta a morte: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90
4 - Se o crime cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar autoridade, facilitando a libertao do seqestrado,
ter sua pena reduzida de um a dois teros. (Redao dada pela
Lei n 9.269, de 1996)
BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a liberdade individual da vtima
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado porqualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a sua liberdade individual ou
patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
O verbo (ncleo do tipo) sequestrar, ou seja,
impedir, por qualquer meio, que a pessoa exera seu
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
18/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 126
direito de ir e vir. O CRIME OCORRER AINDA QUE
A VTIMA NO SEJA TRANSFERIDA PARA
OUTRO LOCAL. Aqui a privao da liberdade se d
como meio para se obter um RESGATE, que umpagamento pela liberdade de algum. Embora a lei
diga qualquer vantagem, a Doutrina entende que a
vantagem deve ser PATRIMONIAL e INDEVIDA,
pois se for DEVIDA, teremos o crime de exerccio
arbitrrio das prprias razes.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. Exige-se a FINALIDADE ESPECIAL DE AGIR,
consistente na inteno de obter uma vantagem
patrimonial como resgate.
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STF entende que se trata de CRIME FORMAL, que
se consuma com a mera privao da liberdade da
vtima, INDEPENDENTEMENTE DA OBTENO DA
VANTAGEM VISADA PELO AGENTE (informativo
n 27 do STF). A tentativa plenamentepossvel. TRATA-SE DE CRIME PERMANENTE,
QUE SE PROLONGA NO TEMPO, PODENDO
HAVER FLAGRANTE A QUALQUER MOMENTO EM
QUANTO DURAR A PRIVAO DA LIBERDADE.
Segundo o 1, a pena ser de DOZE A VINTE ANOS SE:
O sequestro dura mais de 24 horas;
Se o seqestrado menor de 18 anos ou maior de 60 anos;
Se o crime cometido por quadrilha ou bando;
Se do crime resultar leso corporal GRAVE ou morte, tambm
h formas QUALIFICADAS, cujas penas, nos termos dos 2 e 3
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
19/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 126
do art. 159, sero de 16 a 24 anos e de 24 a 30 anos,
RESPECTIVAMENTE.
A Doutrina no unnime quanto quem possa ser a vtima da leso
grave ou morte. No entanto, a maioria da Doutrina entende que oresultado (leso grave ou morte) qualifica o crime, QUALQUER QUE
SEJA A PESSOA QUE SOFRA A LESO, ainda que no seja o prprio
seqestrado, mas desde que ocorra no contexto ftico do delito de
extorso mediante sequestro.
O 4 prev a chamada DELAO PREMIADA, que uma
recompensa para o dedo-duro, ou seja, um abatimento na pena daquele
que delata os demais cmplices (reduo de 1/3 a 2/3). indispensvel
que dessa delao decorra uma facilitao na liberao do seqestrado
(Doutrina majoritria).
A ao pena ser pblica incondicionada.
IV DA USURPAO
Os crimes previstos neste captulo so pouco exigidos em provas de
concursos pblicos, motivo pelo qual abordaremos o tema de forma
menos aprofundada que os crimes anteriores, para que vocs no tenham
que estudar aquilo que no ser objeto de cobrana na prova.
A) Alterao de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
outro sinal indicativo de linha divisria, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imvel alheia:
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
20/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
21/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 126
Esbulhar a posse significa TOMAR A POSSE, retirar a posse de
quem a exera sobre o bem. Se o agente se valer de violncia, responde,
ainda, pelo crime relativo violncia.
A ao penal, em regra, PBLICA INCONDICIONADA. Noentanto, se a propriedade lesada for particular e no tiver havido
emprego de violncia, A AO PENAL SER PRIVADA (3 do art.
161).
B) Supresso ou alterao de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa.
Aqui se pune a conduta do agente que retira (suprime) ou altera
marca ou sinal referente propriedade de gado ou rebanho alheio.
A Doutrina exige o dolo, mas no pacfica quanto necessidade de
dolo especfico (especial fim de agir).
O crime se consuma com a mera realizao da supresso ou
alterao da marca ou sinal, no havendo necessidade de que o agente se
apodere dos animais cujas marcas foram adulteradas.
No entanto, se o agente se apoderar dos animais, teremos o crime
de furto mediante fraude (art. 155, 4, II do CP), que absorve este
crime de usurpao. A tentativa plenamente possvel.
A ao penal ser sempre pblica incondicionada.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
22/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 126
V - DO DANO
Os crimes de dano so crimes nos quais no h necessidade de umaumento patrimonial do agente, ou seja, no h necessidade que ele se
apodere de algo pertencente a outrem, bastando que ele provoque um
prejuzo vtima. Vejamos:
A) Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Pargrafo nico - Se o crime cometido:
I - com violncia pessoa ou grave ameaa;
II - com emprego de substncia inflamvel ou explosiva, se o
fato no constitui crime mais grave
III - contra o patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa
concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia
mista; (Redao dada pela Lei n 5.346, de 3.11.1967)
IV - por motivo egostico ou com prejuzo considervel para a
vtima:
Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa, alm da
pena correspondente violncia.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
23/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 126
O crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo
como sujeito passivo o proprietrio ou possuidor do bem danificado. O
condmino pode ser sujeito ativo, mas se a coisa fungvel e o
agente deteriora apenas a sua cota-parte, no h crime, poranalogia ao furto de coisa comum (Posio do STF).
O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destruio (danificao
total), a inutilizao (danificao, ainda que parcial, mas que torna o bem
intil) ou deteriorao (danificao parcial do bem) da coisa.
Pode ocorrer na forma COMISSIVA OU OMISSIVA, esta ltima, por
exemplo, quando um segurana v algum danificar o patrimnio que ele
deve zelar, e nada faz.
Exige-se o dolo. NO H CRIME DE DANO CULPOSO.
CUIDADO!O crime de pichao definido como CRIME CONTRA
O MEIO AMBIENTE (ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei
9.605/98.
Alis, este crime de dano bastante genrico, ocorrendo apenas
quando no houver uma hiptese especfica.
EXEMPLO: Danificar objeto destinado a culto religioso. Esta conduta
configura o crime do art. 210 do CP, e no o crime de dano.
O crime se consuma com a ocorrncia do dano. No havendo a
ocorrncia do dano, o crime ser tentado.
O 1 do art. 163 traz algumas formas qualificadas do delito, que
elevam a pena para seis meses a trs anos, patamares bem mais altos
que os do caputdo artigo.
Se o dano praticado contra OBJETO TOMBADO pela autoridade
competente, em razo de seu valor histrico, artstico ou arqueolgico, o
crime ser o do art. 165 do CP:
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
24/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 126
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
autoridade competente em virtude de valor artstico,
arqueolgico ou histrico:
Pena - deteno, deseis meses a dois anos, e multa.
No entanto, este artigo foi TACITAMENTE REVOGADO pelo art. 62,
I da Lei de Crimes Ambientais.
B) Introduo ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia,
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte
prejuzo:
Pena - deteno, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Percebam que o final da redao do artigo menciona que
INDISPENSVEL A OCORRNCIA DE PREJUZO. Sim, pois a mera
conduta do agente, por si s, no causa dano. Aqui podemos ter o que se
chama de pastagem indevida, que aquela na qual se levam os animais
para outro terreno, de propriedade alheia, para pastar.
O crime comum e pode ser praticado na modalidade introduzir ou
deixar (manter) animais na propriedade alheia. O termo sem o
consentimento de quem de direito ELEMENTO NORMATIVO DO
TIPO PENAL. Se houver o consentimento, no h fato tpico.
O crime se consuma, como vimos, com a ocorrncia do efetivo
prejuzo. A Doutrina no pacfica quanto tentativa, mas a maioria
entende ser impossvel, ao argumento de que o tipo exige o dano, de
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
25/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 126
forma que, ou ele ocorre, ou o crime sequer tentado ( o que
prevalece).
C) Alterao de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licena da autoridade competente, o
aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.
Aqui temos a conduta daquele que altera os aspectos (internos ou
externos) de algum local que esteja protegido por lei (um bem tombado,
por exemplo). No h necessidade de deteriorao ou dano, mas
necessrio que o agente altere o aspecto (aparncia) do local.
No entanto, este artigo tambm foi revogado pela Lei de Crimes
Ambientais, que trouxe, em seu art. 63, normatizao acerca da conduta.
D) Ao Penal
A ao penal ser, em todos os crimes de dano, PBLICA
INCONDICIONADA. No entanto, se o crime o de dano simples (art.163), ou se praticado por motivo egostico ou com prejuzo considervel
vtima (163, nico, IV), ou no caso de introduo ou abandono de
animais em propriedade alheia, o crime ser de AO PENAL PRIVADA:
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu pargrafo e
do art. 164, somente se procede mediante queixa.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
26/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 126
VI DA APROPRIAO INDBITA
Os crimes de apropriao indbita diferem dos crimes de furto eroubo, pois aqui o agente POSSUI A POSSE SOBRE O BEM, mas se
RECUSA A DEVOLV-LO ou REPASS-LO a quem de direito. Ou
seja, aqui o crime se d pela INVERSO DO ANIMUSDO AGENTE,
QUE ANTES ESTAVE DE BOA-F, e passa a estar de m-f.
A) Apropriao indbita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a
posse ou a deteno:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
1 - A pena aumentada de um tero, quando o agente
recebeu a coisa:
I - em depsito necessrio;
II - na qualidade de tutor, curador, sndico, liquidatrio,
inventariante, testamenteiro ou depositrio judicial;
III - em razo de ofcio, emprego ou profisso.
Apropriao indbita previdenciria (Includo pela Lei n 9.983,
de 2000)
Vejam que a coisa lhe foi entregue espontaneamente, e o
agente deveria devolv-la, mas no o faz. H, portanto, violao
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
27/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 126
confiana eu lhe fora depositada. O crime comum, podendo ser
praticado por qualquer pessoa.
Trata-se, ainda, de crime genrico, podendo ser afastada sua
aplicao no caso de haver norma especfica, como ocorre no caso defuncionrio pblico que se apropria de bens que lhe foram confiados em
razo da funo (crime de peculato, art. 312 do CP).
A posse que o infrator tem sobre a coisa deve ser DESVIGIADA,
ou seja, sem vigilncia, decorrendo de confiana entre o dono da coisa e
o infrator. Caso haja mera deteno, estaremos diante do crime de furto.
EXEMPLO: Caixa da loja que aproveita a distrao do dono parasurrupiar alguns reais do caixa. Temos aqui, crime de furto.
O elemento exigido o dolo, no se punindo a forma culposa.
O crime se consuma com a inverso da inteno do agente. A
inteno, que antes era boa (a de apenas guardar a coisa), agora no
to boa assim, pois se torna em inteno de ter a coisa como sua, se
apoderar de algo que lhe fora confiado. Trata-se, portanto, de crime
unissubsistente, sendo invivel a tentativa (embora Doutrina minoritria
entenda o contrrio).
O 1 traz causas de aumento de pena (1/3), quando o agente tiver
recebido a coisa em determinadas situaes especficas.
B) Apropriao indbita previdenciria
Art. 168-A. Deixar de repassar previdncia social as
contribuies recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
legal ou convencional: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Includo
pela Lei n 9.983, de 2000)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
28/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 126
1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Includo pela
Lei n 9.983, de 2000)
I - recolher, no prazo legal, contribuio ou outra importncia
destinada previdncia social que tenha sido descontada de
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
pblico; (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
II - recolher contribuies devidas previdncia social que
tenham integrado despesas contbeis ou custos relativos
venda de produtos ou prestao de servios; (Includo pela Lei
n 9.983, de 2000)
III - pagar benefcio devido a segurado, quando as respectivas
cotas ou valores j tiverem sido reembolsados empresa pela
previdncia social. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
2o extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuies,importncias ou valores e presta as informaes devidas
previdncia social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do incio da ao fiscal. (Includo pela Lei n 9.983, de
2000)
3o facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primrio e de bons
antecedentes, desde que: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
I - tenha promovido, aps o incio da ao fiscal e antes de
oferecida a denncia, o pagamento da contribuio social
previdenciria, inclusive acessrios; ou (Includo pela Lei n
9.983, de 2000)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
29/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 126
II - o valor das contribuies devidas, inclusive acessrios, seja
igual ou inferior quele estabelecido pela previdncia social,
administrativamente, como sendo o mnimo para o ajuizamento
de suas execues fiscais. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
O sujeito ativo aqui o RESPONSVEL TRIBUTRIO, aquele que
por lei est obrigado a reter na fonte a contribuio previdenciria ao
INSS e repass-la, mas no o faz. O sujeito passivo a UNIO.
A conduta apenas uma: deixar de repassar, ou seja, reter, mas
no repassar ao rgo responsvel, os valores referentes s contribuies
previdencirias.
Trata-se de norma penal em branco, pois deve haver a
complementao com as normas previdencirias, que estabelecem o
prazo para repasse das contribuies retidas pelo responsvel tributrio.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no se punindo a conduta
culposa, daquele que apenas se esqueceu de repassar as contribuiesrecolhidas. No se exige o dolo especfico (Posio do STF, embora
existam julgados do STJ em contrrio).
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.CRIMINAL. CONTROVRSIA ACERCA DA NECESSIDADE DE PRODUODE PROVA PERICIAL. QUESTO RESTRITA AO MBITOINFRACONSTITUCIONAL. ALEGAO DE OFENSA S GARANTIASCONSTITUCIONAIS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA.INEXISTNCIA. NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIOPREVIDENCIRIA. DESNECESSIDADE DE CONFIGURAO DE DOLOESPECFICO. 1. No caracteriza cerceamento de defesa a deciso que,motivadamente, indefere determinada diligncia probatria. Precedentes:
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
30/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 126
AIs 382.214, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 114.548-AgR, darelatoria do ministro Seplveda Pertence. 2. De mais a mais, o acrdoimpugnado afina com a jurisprudncia desta nossa Corte, que, em sedede habeas corpus, assentou o entendimento de que no se exige aconfigurao do dolo especfico para caracterizao do crime deapropriao indbita previdenciria. Precedentes: RHC 86.072, darelatoria do ministro Eros Grau; HC 96.092, da relatoria da ministraCarmen Lcia; e HC 87.107, da relatoria do ministro Cezar Peluso. 3.Agravo desprovido.(AI 699103 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma,julgado em 17/08/2010, DJe-173 DIVULG 16-09-2010 PUBLIC 17-09-2010 EMENT VOL-02415-05 PP-01028 LEXSTF v. 32, n. 381, 2010, p.341-344)
O crime se consuma no momento em que se exaure o prazo para o
repasse dos valores. Tratando-se de CRIME OMISSIVO PURO, no
possvel o fracionamento da conduta, de forma que INCABVEL A
TENTATIVA.
O 1 traz formas equiparadas (assemelhadas), nas quais o agente
estar sujeito s mesmas penas previstas no caputdo artigo.
Se o agente se arrepende e resolve a situao, declarando o dbito epagando o que for necessrio, ANTES DO INCIO DA AO FISCAL (a
atividade desenvolvida pelo Fisco), estar EXTINTA A PUNIBILIDADE,
nos termos do 2 do art. 168-A.
Entretanto, o STF j decidiu que o pagamento, A QUALQUER
TEMPO, extingue a punibilidade.
EMENTA: HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO.APROPRIAO INDBITA DE CONTRIBUIES PREVIDENCIRIASDESCONTADAS DOS EMPREGADOS. PARCELAMENTO E QUITAO APSO RECEBIMENTO DA DENNCIA. EXTINO DA PUNIBILIDADE, PORFORA DA RETROAO DE LEI BENFICA. As regras referentes ao
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
31/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 126
parcelamento so dirigidas autoridade tributria. Se esta defere afaculdade de parcelar e quitar as contribuies descontadas dosempregados, e no repassadas ao INSS, e o paciente cumpre arespectiva obrigao, deve ser beneficiado pelo que dispe o artigo 9, 2, da citada Lei n. 10.684/03. Este preceito, que no faz distinoentre as contribuies previdencirias descontadas dosempregados e as patronais, limita-se a autorizar a extino dapunibilidade referente aos crimes ali relacionados. Nada importase o parcelamento foi deferido antes ou depois da vigncia dasleis que o probe: se de qualquer forma ocorreu, deve incidir omencionado artigo 9. O paciente obteve o parcelamento ecumpriu a obrigao. Podia faz-lo, poca, antes dorecebimento da denncia, mas assim no procedeu. A lei novapermite que o faa depois, sendo portanto, lex mitior, cujaretroao deve operar-se por fora do artigo 5, XL da
Constituio do Brasil. Ordem deferida. Extenso a paciente que seencontra em situao idntica.(HC 85452, Relator(a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em17/05/2005, DJ 03-06-2005 PP-00045 EMENT VOL-02194-02 PP-00418RTJ VOL-00195-01 PP-00249 RDDT n. 120, 2005, p. 221)
O 3 traz o chamado perdo judicial, ao afirmar que o Juiz poder
deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa (nesse ltimo caso
teremos um crime privilegiado) quando:
Ru seja primrio e de bons antecedentes;
Tenha promovido, aps o incio da execuo fiscal e antes do
oferecimento da denncia, o pagamento da contribuio social
devida; ou
O valor do dbito seja igual ou inferior ao estabelecido pela
previdncia como sendo o mnimo para ajuizamento das aes
fiscais.
Ora, se o valor insignificante para o Estado (previdncia social)
cobr-lo do indivduo, com muito mais razo ser considerado
insignificante para ensejar a punio penal.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
32/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 126
Vem se entendendo que, neste ltimo caso (dbitos de valor
insignificante), o FATO ATPICO.
C) Apropriao de coisa havida por erro, caso fortuito ou fora
maior
Art. 169 - Apropriar-se algum de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou fora da natureza:
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.
Pargrafo nico - Na mesma pena incorre:
Apropriao de tesouro
I - quem acha tesouro em prdio alheio e se apropria, no todo
ou em parte, da quota a que tem direito o proprietrio do
prdio;
Apropriao de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou legtimo
possuidor ou de entreg-la autoridade competente, dentro no
prazo de 15 (quinze) dias.
Aqui se pune a conduta daquele que se apodera de algo que no
seu, mas veio ao seu poder em razo de caso fortuito, fora maior, ou
erro, e no em razo da confiana depositada nele.
EXEMPLO: Imagine o caso de algum que entrega uma mercadoria
em local errado. Se aquele que recebeu a mercadoria por erro dela se
apropriar, comete este crime.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
33/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 126
Aplicam-se a este crime as demais disposies j faladas
acerca do crime de apropriao indbita.
O nico traz duas hipteses interessantes de apropriao indbita.
A primeira a da apropriao de tesouro, que pode ocorrer quandoalgum se apodera da parte relativa ao DONO DO PRDIO (TERRENO)
NO QUAL FOI ACHADO O TESOURO.
A segunda hiptese a que muita gente no deve conhecer.
Tambm crime se apoderar de algo que foi achado, desde que esta
coisa tenha sido perdida por algum, caso o infrator no entregue a coisa
achada em 15 dias.
Portanto, a mxima de que achado no roubado at que est
certa, pois no h roubo, mas poderamos alter-la para achado
indebitamente apropriado (rsrs).
O art. 170, por sua vez, estabelece que:
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Captulo, aplica-se o
disposto no art. 155, 2.
Ora, o art. 155, 2 trata da possibilidade do furto privilegiado,
quando ocorrerem determinadas circunstncias. Vejamos:
2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela dedeteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a
pena de multa.
Estas disposies se aplicam aos delitos de apropriao indbita.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
34/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 126
VII DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Este captulo cuida dos crimes de estelionato e fraudes diversas, queso aqueles nos quais h leso patrimonial, mas com a peculiaridade de
que o infrator se vale de algum meio ardiloso para obter a vantagem
indevida em prejuzo da vtima.
Vejamos cada um dos tipos penais:
A) Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilcita, em
prejuzo alheio, induzindo ou mantendo algum em erro,
mediante artifcio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.
1 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor oprejuzo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art.
155, 2.
2 - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposio de coisa alheia como prpria
I - vende, permuta, d em pagamento, em locao ou emgarantia coisa alheia como prpria;
Alienao ou onerao fraudulenta de coisa prpria
II - vende, permuta, d em pagamento ou em garantia coisa
prpria inalienvel, gravada de nus ou litigiosa, ou imvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestaes, silenciando sobre qualquer dessas circunstncias;
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
35/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 126
Defraudao de penhor
III - defrauda, mediante alienao no consentida pelo credor ou
por outro modo, a garantia pignoratcia, quando tem a posse do
objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substncia, qualidade ou quantidade de coisa que
deve entregar a algum;
Fraude para recebimento de indenizao ou valor de
seguro
V - destri, total ou parcialmente, ou oculta coisa prpria, ou
lesa o prprio corpo ou a sade, ou agrava as conseqncias da
leso ou doena, com o intuito de haver indenizao ou valor de
seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente proviso de fundos em poder
do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
3 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime cometido
em detrimento de entidade de direito pblico ou de instituto de
economia popular, assistncia social ou beneficncia.
O bem jurdico tutelado aqui o patrimnio e a boa-f que se deve
ter nas relaes sociais. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo,
portanto, CRIME COMUM. O sujeito passivo pode ser tanto aquele que
foi enganado pela fraude do agente ou aquele que teve a efetiva leso
patrimonial (pois podem ser pessoas distintas).
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
36/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 126
O elemento subjetivo exigido O DOLO, e, alm dele, se exige a
finalidade especial de agir, consistente na inteno de obter vantagem
ilcita em detrimento (prejuzo) de outrem.
A vantagem perquirida pelo agente deve ser patrimonial (maioria daDoutrina), embora haja Doutrinadores que entendam que pode ser
qualquer vantagem.
Temos aqui outro crime genrico, que ter sua aplicao afastada
quando estivermos diante de um caso em que haja regulamentao em
norma penal especfica.
E se o agente fraudar concurso pblico?A conduta, que antes foiconsiderada atpica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art.
311-A do CPP, includo pela Lei 12.550/11.
E se o agente praticar o estelionato mediante a utilizao de
documento falso?
O STJ e o STF entendem que se trata de concurso FORMAL.
Uma terceira corrente, menos aceita nos Tribunais, entende que o crime
de falso absorve o de estelionato, pois a pena daquele mais severa.
No entanto, embora ambos entendam tratar-se de concurso
formal, entendem que se a potencialidade lesiva do falso se
exaure no estelionato, o crime de estelionato absorve o falso, que
foi apenas um meio para a sua prtica.
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL MILITAR. PENALMILITAR. CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 315 DO CPM).INCOMPETNCIA DA JUSTIA MILITAR. INOCORRNCIA. CRIMEPRATICADO POR MILITAR DA RESERVA CONTRA AS INSTITUIES
MILITARES. ART. 9, III, A, DO CDIGO PENAL MILITAR. INPCIA DADENNCIA. MATRIA SUSCITADA, MAS NO EXAMINADA PELO
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
37/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 126
TRIBUNAL A QUO. SUPRESSO DE INSTNCIA NESTA SUPREMA CORTE.CONCESSO DA ORDEM DE OFCIO. (...) IV - pacfica, de resto, ajurisprudncia desta Corte no sentido de no ser admissvel aabsoro do crime de uso de documento falso pelo de estelionato.(...)(HC 98526, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma,julgado em 29/06/2010, DJe-154 DIVULG 19-08-2010 PUBLIC 20-08-2010 EMENT VOL-02411-03 PP-00510)
O crime somente se consuma com a efetiva obteno da vantagem
indevida com prejuzo a terceiro. A tentativa plenamente admissvel.
E se o agente obtm um cheque da vtima? O crime tentado
ou consumado?
Enquanto o agente no obtiver o valor prescrito no cheque, o crime
ainda tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor
constante no cheque (posio majoritria da Doutrina).
O 1 prev o ESTELIONATO PRIVILEGIADO, que aquele no
qual o agente PRIMRIO e o prejuzo DE PEQUENO VALOR.
Nesse caso, o Juiz pode reduzir a pena ou aplicar somente a pena demulta, CONFORME O ART. 155, 2.
J o 2 prev diversas formas pelas quais se pode praticar o
estelionato, e, em todas elas, o agente responder pelas mesmas penas
previstas no caput. Algumas observaes devem ser feitas:
No inciso V (fraude contra seguro), o sujeito ativo o segurado
(infrator) e o sujeito passivo a seguradora, e no o prprio segurado,embora a coisa destruda seja sua, pois o prejuzo patrimonial, ao fim e
ao cabo, ser da seguradora, que dever pagar o prejuzo.
Essa a nica das modalidades equiparadas que constitui CRIME
FORMAL, pois se consuma com o emprego da fraude,
independentemente da obteno do recebimento da indenizao de
seguro.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
38/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 126
J no inciso VI, temos o famoso cheque voador. Entretanto,
CUIDADO! Para que se configure crime, necessrio que o agente
tenha, de antemo, a inteno de no pagar, ou seja, o agente sabe que
no possui fundos para adimplir a obrigao contrada. Diferente dahiptese na qual o agente possui fundos, mas, antes da data prevista
para o desconto do cheque, tem que retirar o dinheiro por algum motivo e
o cheque bate sem fundos. Isso no crime.
Se o agente repara o dano ANTES DO RECEBIMENTO DA
DENNCIA, obsta o prosseguimento da ao penal (smula 554 do STF).
A emisso de cheques sem fundos para pagamento de dvidas de
jogo NO CONFIGURA CRIME, pois estas dvidas no so passveis de
cobrana judicial, nos termos do art. 1477 do CC.
O 3 prev o chamado estelionato contra entidade de direito
pblico, que aquele cometido contra qualquer das instituies previstas
na norma penal citada. Nesses casos, a pena aumenta-se de 1/3.
B) Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que no
corresponda mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,
ou ao servio prestado. (Redao dada pela Lei n 8.137, de
27.12.1990)
Pena - deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redao dada pela Lei n 8.137, de 27.12.1990)
Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorrer aqule que
falsificar ou adulterar a escriturao do Livro de Registro de
Duplicatas. (Includo pela Lei n 5.474. de 1968)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
39/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 126
Aqui se pune a conduta daquele que emite fatura, duplicata ou nota
de venda que no corresponda realidade. O sujeito ativo ser aquele
que emite o ttulo em desconformidade com a realidade. O sujeito passivo
ser o sacado, quando aceita o ttulo de boa-f ou o tomador, que aquele desconta a duplicata.
Como esta redao foi dada pela Lei 8.137/90, excluindo a meno
anterior a expedir ou aceitar duplicata que no corresponda, juntamente
com a fatura respectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real
prestao de servio, parte da Doutrina entendeu que a emisso de
duplicata FRIA passou a ser fato atpico. Entretanto, a maioria da
Doutrina e o STF entendem que a emisso de duplicata fria no
fato atpico, pois se a lei pune a conduta daquele que emite uma
duplicata em desacordo parcial com a realidade, com muito mais razo
este tipo penal pune aquele que emite uma duplicata em COMPLETO
DESACORDO COM A REALIDADE.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no existindo forma culposa.
O crime se consuma com a mera emisso do ttulo, no sendonecessria sua colocao em circulao. Logo, mais dispensvel ainda a
efetiva obteno da vantagem. A tentativa possvel.
O nico traz a forma equiparada, que a daquela pessoa que
falsifica ou adultera o livro de registro das duplicatas. Embora seja um
crime de falsidade, a lei decidiu por bem coloc-la no Ttulo relativo aos
crimes contra o patrimnio. O sujeito passivo aqui o Estado!
C) Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, de
necessidade, paixo ou inexperincia de menor, ou da alienao
ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
40/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 126
prtica de ato suscetvel de produzir efeito jurdico, em prejuzo
prprio ou de terceiro:
Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa.
Tutela-se aqui o patrimnio destas pessoas que possuem uma
fragilidade maior, ou seja, que esto mais vulnerveis a serem
enganadas. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, mas o sujeito
passivo s poder ser uma das pessoas descritas no caputdo artigo.
Na verdade, aqui no h propriamente fraude, mas abuso de umacondio de vulnerabilidade, sendo, portanto, dispensvel o emprego de
algum meio ardiloso, pois a vtima bastante vulnervel.
O elemento subjetivo, mais uma vez, o dolo, no havendo forma
culposa. A lei no exclui a possibilidade de DOLO EVENTUAL.
O crime se consuma com a prtica do ato pela vtima, pouco
importando se o agente aufere o proveito ou se a vtima vem a ter efetivo
prejuzo (Posio do STF).
D) Induzimento especulao
Art. 174 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, da
inexperincia ou da simplicidade ou inferioridade mental de
outrem, induzindo-o prtica de jogo ou aposta, ou
especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operao ruinosa:
Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
41/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 126
Aqui temos um crime no qual tambm h abuso de uma condio de
vulnerabilidade da vtima. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O
sujeito passivo tambm pode ser qualquer pessoa, desde que se
enquadre numa das caractersticas estabelecidas (pessoa inexperiente,mentalmente inferior, etc...).
A conduta muito similar anterior, com a diferena de que, aqui, o
agente no induz a vtima a praticar ato jurdico, mas a induz prtica de
jogo ou aposta, ou especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo
OU DEVENDO SABERque a operao ser ruinosa.
O elemento subjetivo exigido o dolo, com a finalidade especial de
agir consistente na INTENO de obter proveito prprio ou alheio.
Quando a lei fala em devendo saber estabelece uma espcie de dolo
eventual em relao possibilidade de a operao qual a vtima foi
induzida ser ruinosa.
O crime se consuma com a prtica do jogo ou aposta ou com a
especulao, independentemente da obteno do proveito pelo infrator. A
tentativa plenamente possvel.
E) Fraude no comrcio
Art. 175 - Enganar, no exerccio de atividade comercial, o
adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
42/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 42 de 126
1 - Alterar em obra que lhe encomendada a qualidade ou o
peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira
por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por
verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outraqualidade:
Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.
2 - aplicvel o disposto no art. 155, 2.
Aqui se busca tutelar a boa-f nas relaes comerciais, bem como o
patrimnio daquele que for lesado. O sujeito ativo s pode ser aquele que
EXERA A ATIVIDADE COMERCIAL (com habitualidade e
profissionalismo), sendo sujeito passivo somente o consumidor ou
adquirente.
Parte da Doutrina entende que este artigo foi revogado pelas Leis
8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor) e 8.137/90 (Crimes contra aordem tributria, econmica e contra as relaes de consumo).
Entretanto, para a maioria da Doutrina, ele continua em vigor, e
deve ser aplicado como norma geral. Havendo enquadramento em
norma especfica, ficar afastada sua aplicao.
A conduta pode ser praticada mediante a VENDA (somente esta
forma comercial) de mercadoria FALSA OU DETERIORADA, desde que
tenha sido informado ao comprador que se tratava de mercadoria
verdadeira ou perfeita. Caso o consumidor saiba que se trata de
mercadoria falsa ou com defeito, e tenha pagado o preo a menor,
sabendo disso, no h crime, pois no houve leso boa-f nos
contratos.
A segunda aquela na qual o agente entrega uma mercadoria
quando deveria entregar outra.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
43/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 43 de 126
O elemento subjetivo somente o dolo, no havendo forma culposa.
O crime se consuma com a efetiva entrega ou venda da mercadoria,
atravs da fraude sobre a vtima. A tentativa admitida.
O 1 prev uma forma qualificada do delito, que ocorrer nas
hipteses ali previstas, cuja pena ser de UM A CINCO ANOS E MULTA.
J o 2 estabelece que se aplica o disposto no 2 do art. 155, que
nada mais que a aplicao do PRIVILGIO, referente possibilidade
de diminuio de pena ou aplicao somente da multa, nas hipteses em
que o ru seja primrio e a leso seja de pequeno valor.
F) Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeio em restaurante, alojar-se em hotel ou
utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
efetuar o pagamento:
Pena - deteno, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Pargrafo nico - Somente se procede mediante representao,
e o juiz pode, conforme as circunstncias, deixar de aplicar a
pena.
Aqui se pune a conduta daquele que se alimenta, se hospeda ou
toma transporte, cujo pagamento deva se dar ao final do servio
prestado, mas que NO DISPONHA DE RECURSOS PARA PAGAR.
O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O
sujeito passivo tambm poder ser qualquer pessoa.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
44/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 44 de 126
As expresses restaurante e hotel devem ser interpretadas de
maneira extensiva, de forma a abarcar motis, pousadas,
lanchonetes, bares, etc.
CUIDADO! O agente no deve dispor dos recursos necessrios. Casoo agente disponha dos recursos e se recuse ao pagamento, por algum
motivo (ex.: m prestao do servio), no h crime. Na verdade, ainda
que o agente no possua nenhum motivo justo, apenas se negando ao
pagamento, no h crime, desde que tenha recursos para tal.
Mas e o que fazer se o agente no quiser pagar?O que resta
mover ao civil para cobrana dos valores devidos, nada mais.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no se admitindo a forma
culposa. Se h erro sobre um dos elementos do tipo, como sabemos, no
h crime. Portanto, se o agente utiliza os servios, acreditando possuir os
recursos e, ao final, verifica que teve sua carteira furtada, ou que deixou
cair o dinheiro na rua, no pratica crime.
A consumao controvertida, mas a maioria da Doutrina entende
que o crime formal, consumando-se com a mera realizao das
condutas, independentemente de haver efetivo prejuzo ou do pagamento
posterior da conta. No entanto, h posies em contrrio. A tentativa
admissvel.
A ao penal PBLICA CONDICIONADA REPRESENTAO,
e o Juiz pode conceder o PERDO JUDICIAL, nos termos do nico
do artigo.
G) Fraudes ou abusos na fundao ou administrao de de
sociedades por aes
Fraudes e abusos na fundao ou administrao de
sociedade por aes
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
45/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 45 de 126
Art. 177 - Promover a fundao de sociedade por aes,
fazendo, em prospecto ou em comunicao ao pblico ou
assemblia, afirmao falsa sobre a constituio da sociedade,
ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa, se o fato no
constitui crime contra a economia popular.
1 - Incorrem na mesma pena, se o fato no constitui crime
contra a economia popular: (Vide Lei n 1.521, de 1951)
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por aes, que,em prospecto, relatrio, parecer, balano ou comunicao ao
pblico ou assemblia, faz afirmao falsa sobre as condies
econmicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo
ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
artifcio, falsa cotao das aes ou de outros ttulos dasociedade;
III - o diretor ou o gerente que toma emprstimo sociedade ou
usa, em proveito prprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
sociais, sem prvia autorizao da assemblia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
sociedade, aes por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crdito social,
aceita em penhor ou em cauo aes da prpria sociedade;
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balano, em
desacordo com este, ou mediante balano falso, distribui lucros
ou dividendos fictcios;
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
46/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 46 de 126
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
ou conluiado com acionista, consegue a aprovao de conta ou
parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade annima estrangeira,
autorizada a funcionar no Pas, que pratica os atos mencionados
nos ns. I e II, ou d falsa informao ao Governo.
2 - Incorre na pena de deteno, de seis meses a dois anos,
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si oupara outrem, negocia o voto nas deliberaes de assemblia
geral.
A conduta prevista no caput do artigo visa a proteger o patrimnio e
a boa-f dos futuros scios da sociedade por aes. O sujeito ativo
SOMENTE PODE SER SCIO-FUNDADOR da sociedade por aes.Sujeito passivo poder ser qualquer pessoa.
A conduta a de fazer afirmao falsa ou ocultar
FRAUDULENTAMENTE fato relativo sociedade por aes a ser
constituda. Portanto, so duas as condutas incriminadas no tipo penal do
caput.
O elemento subjetivo exigido somente o dolo, no se admitindoforma culposa.
O crime se consuma com a mera realizao das condutas (CRIME
FORMAL), sendo irrelevante a efetiva ocorrncia de prejuzo. A tentativa
admissvel somente na forma comissiva (Fazer declarao falsa...).
O preceito secundrio (aquele que prev a sano penal) diz
que s haver crime se o fato no constituir crime contra a
economia popular. Na verdade a Doutrina entende que os crimes contra
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
47/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 47 de 126
a economia popular tutelam a coletividade, as boas prticas na economia
como direito de todos ns e, portanto, o crime que afetasse pessoas
incertas e indeterminadas seria crime contra a economia popular, e
aquele que lesasse pessoas certas e determinadas seria este crime contrao patrimnio.
O 1 prev as formas equiparadas, que no se referem mais
fundao da sociedade por aes, mas sua ADMINISTRAO.
Naquelas hipteses, sendo uma figura equiparada ao caput, aplicam-se as
mesmas penas.
O 2, por sua vez, trata da conduta do acionista que negocia seu
voto nas assembleias, com a finalidade de obter vantagem para si ou para
outrem. H necessidade, aqui, do dolo especfico, referente inteno de
obter vantagem atravs da negociao de seu voto.
H) Emisso irregular de conhecimento de depsito ou warrant
Art. 178 - Emitir conhecimento de depsito ou warrant, emdesacordo com disposio legal:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo ser o endossatrio do ttulo, que ignore a sua naturezade ttulo emitido ilegalmente.
O conhecimento de depsito e o warrant so ttulo emitidos por
donos de estabelecimentos de guarda de mercadoria (geralmente, os
armazns-gerais) quando uma mercadoria deixada no estabelecimento,
de forma que este ttulo representativo dos bens ali deixados, podendo
ser negociado pelo depositante no mercado (pois possui valor
econmico).
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
48/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 48 de 126
A conduta a de emitir, ou seja, pr em circulao o ttulo, sem as
formalidades legais. Trata-se de norma penal em branco, pois deve ser
complementada por outra norma.
O elemento subjetivo exigido o dolo, direto ou eventual.
O crime se consuma com a mera emisso do conhecimento de
depsito ou warrant, no importando se h ou no prejuzo a terceiros. A
tentativa NO ADMITIDA, eis que o crime UNISSUBSISTENTE.
I) Fraude execuo
Art. 179 - Fraudar execuo, alienando, desviando, destruindo
ou danificando bens, ou simulando dvidas:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
Pargrafo nico - Somente se procede mediante queixa.
Aqui se pune a conduta daquele que deliberadamente se desfaz dos
seus bens, seja alienando-os, desviando-os, destruindo-os ou
danificando-os, com a finalidade de FRUSTRAR A SATISFAO DO
CRDITO QUE EST SENDO COBRADO EM SEDE DE EXECUO. A
conduta pode ser praticada, ainda, na modalidade de SIMULAO DE
DVIDAS.
O sujeito ativo o devedor que est sendo executado, e o sujeito
passivo ser o credor prejudicado na satisfao do seu crdito.
O elemento subjetivo exigido o dolo, consistente na vontade de se
desfazer dos seus bens ou simular dvidas, com a finalidade de frustrar a
solvncia do crdito de seu credor.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
49/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 49 de 126
O crime se consuma quando o agente pratica efetivamente o ato de
alienao ou destruio do bem, ou simula a existncia das dvidas, no
importando se h o efetivo prejuzo.
CUIDADO! Este crime s poder ser praticado se J ESTIVER EMCURSO A AO NO JUZO CVEL, E J TIVER SIDO O DEVEDOR
CITADO, conforme posio da Jurisprudncia.
A ao penal PRIVADA, nos termos do nico.
VIII DA RECEPTAO
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou
oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
Receptao qualificada(Redao dada pela Lei n 9.426, de
1996)
1 - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depsito, desmontar, montar, remontar, vender, expor venda,ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no
exerccio de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (Redao dada pela Lei n 9.426,
de 1996)
Pena - recluso, de trs a oito anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
50/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 50 de 126
2 - Equipara-se atividade comercial, para efeito do
pargrafo anterior, qualquer forma de comrcio irregular ou
clandestino, inclusive o exerccio em residncia. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
3 - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
(Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa, ou ambas as
penas. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
4 - A receptao punvel, ainda que desconhecido ou isento
de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
5 - Na hiptese do 3, se o criminoso primrio, pode o
juiz, tendo em considerao as circunstncias, deixar de aplicara pena. Na receptao dolosa aplica-se o disposto no 2 do
art. 155. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)
6 - Tratando-se de bens e instalaes do patrimnio da
Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios
pblicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no
caput deste artigo aplica-se em dobro. (Includo pela Lei n
9.426, de 1996)
A figura prevista no caput do artigo possui como sujeito ativo
QUALQUER PESSOA, sendo, portanto, crime comum, exceto aquele
que participou do crime anterior, pois a obteno, pelo cmplice, da sua
cota-parte no delito, no configura o crime de receptao, sendoconsiderada como PS-FATO IMPUNVEL (Ps-factum impunvel). O
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
51/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 51 de 126
sujeito passivo pode ser o terceiro de boa-f que adquire o bem sem
saber ser produto de crime ou a vtima do crime anterior.
A conduta (tipo objetivo) pode ser dividida em duas partes:
RECEPTAO PRPRIA (1 parte do caput do artigo)
Aqui o agente sabe que a coisa produto de crime e a adquire,
recebe, transporta, conduz ou oculta. NO NECESSRIO
AJUSTE, CONLUIO ENTRE O ADQUIRENTE (RECEPTADOR)
E O VENDEDOR (O QUE PRATICOU O CRIME ANTERIOR);
RECEPTAO IMPRPRIA (2 parte do caputdo artigo)
Aqui o agente no adquire o bem, mas, sabendo que produtode crime, INLUI PARA QUE TERCEIRO DE BOA-F O
ADQUIRA, RECEBA OU OCULTE.
E se a coisa for produto de ato infracional (praticado por
adolescente) e no crime. Haver o crime de receptao? A
Doutrina majoritria entende que sim.
Somente a coisa mvel poder ser objeto material do delito
(Posio adotada pelo STF).
O elemento subjetivo exigido o dolo, aliado ao dolo especfico,
consistente na inteno de obter vantagem, ainda que para terceira
pessoa. Se no houver inteno de obteno de vantagem, mas mera
inteno de ajudar aquele que praticou o crime anterior, poderemos estar
diante do crime de FAVORECIMENTO REAL (art. 349 do CP).
A consumao, na RECEPTAO PRPRIA, se d com a efetiva
incluso da coisa na esfera de posse do agente (CRIME
MATERIAL). J a RECEPTAO IMPRPRIA CRIME FORMAL,
bastando que o infrator influencie o terceiro a praticar a conduta, pouco
importando se este vem a pratic-la ou no. A Doutrina s admite a
tentativa na receptao prpria (mas existem posies em contrrio).
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
52/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 52 de 126
A receptao QUALIFICADA est prevista no 1 do art. 180, e
traz uma srie de condutas que se assemelham RECEPTAO
PRPRIA, mas o artigo traz um rol de condutas bem maior.
A diferena na receptao qualificada , basicamente, que a condutadeva ter sido praticada NO EXERCCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL,
sendo, portanto, crime PRPRIO. A atividade comercial se equipara
qualquer forma de comrcio, ainda que irregular ou clandestino
(camels), nos termos do 2.
O elemento subjetivo aqui tanto o dolo DIRETO QUANTO O DOLO
EVENTUAL, pois a lei usa a expresso deva saber.... Entretanto, h um
impasse. A receptao qualificada (mais grave) punida at mesmo
quando h apenas DOLO EVENTUAL, j a receptao simples (prpria e
imprpria) s punida a ttulo de dolo direto. Assim, teramos a
possibilidade de aplicar uma pena mais grave quele que apenas deveria
saber (embora no soubesse) que a coisa era produto de crime e uma
pena mais branda quele que SABIA ser produto de crime.
Os Tribunais esto bem divididos, ora julgando pelainconstitucionalidade desta previso (do 1, relativa penalidade mais
grave), ora julgando pela constitucionalidade. No entanto, o STF possui
posio no sentido de que NO H INCONSTITUCIONALIDADE,
tendo a lei buscado punir mais severamente aquele que pratica
receptao no exerccio de atividade comercial, ainda que por dolo
eventual, embora isso no exclua o dolo direto.
DIREITO PENAL. RECURSO EXTRAORDINRIO. ALEGAO DEINCONSTITUCIONALIDADE. ART. 180, 1, CP. PRINCPIOS DAPROPORCIONALIDADE E DA INDIVIDUALIZAO DA PENA. DOLO
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
53/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 53 de 126
DIRETO E EVENTUAL. MTODOS E CRITRIOS DE INTERPRETAO.CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA PENAL. IMPROVIMENTO. 1. Aquesto de direito de que trata o recurso extraordinrio diz respeito alegada inconstitucionalidade do art. 180, 1, do Cdigo Penal,relativamente ao seu preceito secundrio (pena de recluso de 3 a 8anos), por suposta violao aos princpios constitucionais daproporcionalidade e da individualizao da pena. 2. Trata-se de aparentecontradio que resolvida pelos critrios e mtodos de interpretaojurdica. 3. No h dvida acerca do objetivo da criao da figuratpica da receptao qualificada que, inclusive, crime prpriorelacionado pessoa do comerciante ou do industrial. A idia exatamente a de apenar mais severamente aquele que, em razodo exerccio de sua atividade comercial ou industrial, praticaalguma das condutas descritas no referido 1, valendo-se desua maior facilidade para tanto devido infra-estrutura que lhe
favorece. 4. A lei expressamente pretendeu tambm punir oagente que, ao praticar qualquer uma das aes tpicascontempladas no 1, do art. 180, agiu com dolo eventual, mastal medida no exclui, por bvio, as hipteses em que o agenteagiu com dolo direto (e no apenas eventual). Trata-se de crime dereceptao qualificada pela condio do agente que, por sua atividadeprofissional, deve ser mais severamente punido com base na maiorreprovabilidade de sua conduta. 5. No h proibio de, com base noscritrios e mtodos interpretativos, ser alcanada a concluso acerca dapresena do elemento subjetivo representado pelo dolo direto no tipo do
1, do art. 180, do Cdigo Penal, no havendo violao ao princpio dareserva absoluta de lei com a concluso acima referida. 6. Inocorrnciade violao aos princpios constitucionais da proporcionalidade eda individualizao da pena. Cuida-se de opo poltico-legislativana apenao com maior severidade aos sujeitos ativos dascondutas elencadas na norma penal incriminadora e,consequentemente, falece competncia ao Poder Judiciriointerferir nas escolhas feitas pelo Poder Legislativo na edio dareferida norma. 7. Recurso extraordinrio improvido.(RE 443388, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado
em 18/08/2009, DJe-171 DIVULG 10-09-2009 PUBLIC 11-09-2009EMENT VOL-02373-02 PP-00375)
O 3 prev a receptao culposa, que ocorre quando o agente age
com imprudncia, adquirindo um bem em circunstncias anmalas, sem
atentar para o fato e que bem provvel que seja produto de crime.
O 4 estabelece que a receptao seja punvel ainda que seja
desconhecido ou isento de pena o autor do CRIME ANTERIOR.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
54/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 54 de 126
Entretanto, deve haver prova da ocorrncia do crime anterior, ainda que
no se exija a condenao de qualquer pessoa por ele. Porm, se tiver
havido a absolvio no CRIME ANTERIOR, em razo do reconhecimento
da INEXISTNCIA DE CRIME, da existncia de circunstncia que excluio crime ou pelo fato de no constituir infrao penal, a receptao no
ser punvel.
O 5, por sua vez, trata do PERDO JUDICIAL E DO
PRIVILGIO. O perdo judicial pode ser aplicado somente
RECEPTAO CULPOSA, caso o ru seja primrio. Caso a receptao
seja dolosa, pode ser aplicada a norma prevista no 2 do art. 155 do CP
(que trata do furto privilegiado).
Por fim, o 6 nos traz uma causa de aumento de pena aplicvel
receptao SIMPLES, quando praticada em detrimento de bens das
entidades ali discriminadas. Nestes casos, a pena ser aplicada EM
DOBRO.
IX DISPOSIES GERAIS
Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O
PATRIMNIO isento de pena se pratica o fato contra:
Art. 181 - isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste ttulo, em prejuzo:
I - do cnjuge, na constncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legtimo
ou ilegtimo, seja civil ou natural.
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
55/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
56/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 56 de 126
Vejam, portanto, que se o crime praticado contra pessoa
maior de 60 anos e se o crime de roubo ou extorso (ou
praticado com violncia ou grave ameaa em geral), no se aplica
a regra dos arts. 181 e 182, que, no primeiro caso, traz uma causa deimunidade absoluta (iseno de pena) e, no segundo, que exige
representao como condio de procedibilidade da ao penal.
O inciso II, por sua vez, retira do raio de aplicao dos arts. 181 e
182, a figura do comparsa, ou seja, se duas pessoas praticam o delito, os
arts. 181 e 182 s se aplicam ao parente da vtima, e no ao seu
comparsa que no tenha vnculo com a vtima.
Bons estudos pra vocs!
Prof. Renan Araujo
01 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
Considere a seguinte situao hipottica.
Francisco, imputvel, realizou uma compra de produtos alimentcios em
um supermercado e, desprovido de fundos suficientes no momento da
compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para
apresentao futura, quando imaginou poder cobrir o deficit.
Apresentado o ttulo ao banco na data acordada, no houve
compensao por insuficiente proviso de fundos.
Nessa situao, o entendimento doutrinrio e a jurisprudncia
dominantes no sentido de que, no tendo havido fraude do emitente,
LISTA DAS QUESTES
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
57/126
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
58/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 58 de 126
Arnaldo.
Nessa situao hipottica, Celso cometeu o crime de
A) extorso indireta.
B) ameaa.
C) extorso.
D) exerccio arbitrrio das prprias razes.
E) abuso de incapazes.
06 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Tlio furtou determinado veculo. Quando chegou em casa, constatou
que no banco de trs encontrava-se uma criana dormindo. Por esse
motivo, Tlio resolveu devolver o carro no local da subtrao.
Com relao a essa situao hipottica, assinale a opo correta.
A) Tlio cometeu furto, sendo irrelevante a devoluo do veculo na
medida que houve a consumao do crime.
B) Tlio praticou furto, mas dever ter sua pena reduzida em face do
arrependimento posterior.
C) Tlio cometeu furto e sequestro culposo, ficando isento de pena em
face do arrependimento eficaz..
D) Tlio dever responder por roubo, pois o constrangimento liberdade
da vtima caracteriza ameaa..
E) Tlio no praticou crime, posto que, ao devolver voluntariamente o
veculo, tornou a conduta atpica em face da desistncia voluntria.
07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Nilo, do interior da penitenciria em que se encontra preso, ligou para
Ctia e exigiu que a mesma comprasse determinada quantidade de
cartes para telefone celular sob pena de que se no o fizesse, mandaria
7/27/2019 Direito Penal Aula 06
59/126
Direito PenalPC-DF (ESCRIVO)ESCRIVO DE POLCIA
Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 06
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 59 de 126
matar seus filhos. Intimidada e com receio de que as ameaas se
concretizassem, Ctia cumpriu a exigncia. Na situao apresentada,
Nilo praticou o crime de
A) roubo.
B) furto.
C) extorso.
D) apropriao indbita.
E) estelionato.
08 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
O furto privilegiado no se confunde com a aplicao do princpio da
bagatela, pois, ao contrrio do que se d nas hipteses de aplicao
deste ltimo, no h excluso da tipicidade, e mantm-se presentes os
elementos do crime, ainda que a pena ao final aplicada seja to somente
de multa.
09 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)