Direito Penal Aula 06

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    AULA 06: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO

    SUMRIO PGINA

    Apresentao da aula e sumrio 01I Introduo 02II Do Furto 02III Do Roubo e da Extorso 09IV Da Usurpao 19V Do Dano 22VI Da Apropriao Indbita 26VII Do Estelionato e outras Fraudes 34VIII Da Receptao 49IX Disposies Gerais 54

    Lista das Questes 56Questes comentadas 75Gabarito 125

    Ol, meus amigos concurseiros!

    Hoje vamos estudar a respeito dos Crimes contra o Patrimnio.

    Trata-se de um tema de extrema importncia, pois so pontos

    da matria com algum grau de complexidade e com

    posicionamentos jurisprudenciais importantes.

    No se assustem com o nmero de pginas. A aula s ficou

    grande porque hoje temos mais de 40 questes EXCLUSIVAS do

    CESPE/UnB.

    Chega de papo!Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

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    Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

    1 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime praticadodurante o repouso noturno.

    2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa

    furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de

    deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a

    pena de multa.

    3 - Equipara-se coisa mvel a energia eltrica ou qualquer

    outra que tenha valor econmico.

    4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o

    crime cometido:

    I - com destruio ou rompimento de obstculo subtrao da

    coisa;

    II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou

    destreza;

    III - com emprego de chave falsa;

    IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

    5 - A pena de recluso de 3 (trs) a 8 (oito) anos, se a

    subtrao for de veculo automotor que venha a ser

    transportado para outro Estado ou para o exterior. (Includo pela

    Lei n 9.426, de 1996)

    SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por

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    qualquer pessoa.

    SUJEITO

    PASSIVO

    Aquele que teve a coisa subtrada.

    TIPO OBJETIVO

    (conduta)

    A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU

    PARA OUTREM, coisa alheia mvel. O conceito de

    mvel aqui tudo aquilo que pode ser movido de um

    lugar para outro sem perda de suas caractersticas ou

    funcionalidades. A coisa subtrada no pode ser de

    propriedade do infrator, caso contrrio, no h furto,

    podendo haver, se for o caso, EXERCCIO

    ARBITRRIO DAS PRPRIAS RAZES (art. 345

    do CP). Este um crime comum e genrico. Nada

    impede que, em determinadas circunstncias, a

    subtrao de coisa mvel alheia configure outro

    crime, como ocorre, por exemplo, quando um

    funcionrio pblico, no exerccio de suas funes,

    subtrai bem da administrao pblico, hiptese naqual teremos um PECULATO-FURTO (art. 312, 1

    do CP). A maioria da Doutrina entende que a coisa

    no precisa ter valor econmico significativo (embora

    a ausncia de valor significativo possa gerar a

    atipicidade da conduta por ausncia de lesividade).

    CUIDADO! O cadver pode ser objeto do furto,

    desde que pertena a algum (ex.: Cadverpertencente a uma faculdade de medicina).

    TIPO

    SUBJETIVO

    Dolo. No se admite na forma culposa. O agente

    dever possuir o nimo, a inteno de SE

    APODERAR DA COISA furtada. Essa inteno

    chamada de animus rem sibi habendi). No

    havendo essa inteno, sendo a inteno somente a

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    de usar a coisa e logo aps devolv-la, teremos o que

    se chama de FURTO DE USO, que NO CRIME.

    Se o agente pratica o crime para saciar a fome (furto

    famlico), a Jurisprudncia reconhece a excludente deilicitude do estado de necessidade (art. 24 do CP).

    CONSUMAO

    E TENTATIVA

    O momento da consumao do delito muito

    discutido na Doutrina, havendo quatro correntes. O

    que vocs devem saber que o STF e o STJ

    adotam a teoria segundo a qual o crime se

    consuma quando o agente passa a ter o poder

    sobre a coisa, ainda que por um curto espao de

    tempo, ainda que no tenha tido a posse mansa e

    pacfica sobre a coisa furtada. A tentativa

    plenamente possvel.

    O 1 prev a majorante no caso de o crime ser praticado durante o

    repouso noturno (aumenta-se de 1/3). Essa majorante s incidir se

    ocorrer o furto em residncia e ocorrer no momento reservado ao repouso

    noturno, que deve ser analisado em cada caso. Essa a posio

    dominante.

    O 2 prev o chamado FURTO PRIVILEGIADO, que aquele no

    qual o ru possui bons antecedentes e a coisa de pequeno valor,

    hiptese na qual o Juiz pode substituir a pena de recluso pela dedeteno, diminu-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa.

    A Jurisprudncia vem entendendo como coisa de pequeno

    valor aquela que no ultrapassa um salrio mnimo vigente.

    Os Tribunais Superiores vem entendendo ser possvel a

    aplicao do PRIVILGIO ao furto QUALIFICADO, por no haver

    impedimento legal (Inf. 379 do STJ)

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    J o 3 traz uma CLUSULA DE EQUIPARAO, estabelecendo

    que se equipara a coisa mvel a ENERGIA ELTRICA ou qualquer outra

    energia que possua valor econmico.

    CUIDADO! O crime de furto de energia eltrica s ocorrer se oagente se apodera daquilo que no est em sua posse, daquilo que

    no seu. Se o agente altera o medidor de Luz (fraude), haver o

    crime de estelionato.

    O 4 e seus incisos, bem como o 5 do art. 155 estabelecem as

    hipteses em que o furto ser considerado QUALIFICADO, ou seja, mais

    grave, sendo previstas penas mnimas e mximas mais elevadas.

    Vejamos as hipteses:

    Destruio ou rompimento de obstculo subtrao da

    coisa Aquela conduta do agente que destri ou rompe um

    obstculo colocado de forma a impedir o furto: Ex.: Quebra de

    cadeado. Se a violncia for exercida contra o prprio bem

    furtado, no h a qualificadora (ex.: Quebrar o vidro do carro

    para furtar o prprio carro). E se o agente quebrar o vidropara furtar um MP3 player?Deveria incidir a qualificadora,

    mas por equidade (proporcionalidade) a Jurisprudncia

    vem entendendo que no incide a qualificadora, pois no

    incidiria se o agente furtasse o prprio carro!

    Abuso de confiana, fraude, escalada ou destreza No

    abuso de confiana o agente se aproveita da confiana nele

    depositada, de forma que o proprietrio no exerce vigilncia

    sobre o bem, por confiar no infrator. Na fraude o infrator

    emprega algum artifcio para enganar o agente e furt-lo. No

    se deve confundir com o estelionato. No estelionato o agente

    emprega algum ardil, artifcio para fazer com que a vtima lhe

    entregue a vantagem. Aqui o agente emprega o artifcio para

    criar a situao que lhe permita subtrair a coisa (ex.:Camarada se veste de instalador da TV a Cabo para, mediante

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    Art. 156 - Subtrair o condmino, co-herdeiro ou scio, para si ou

    para outrem, a quem legitimamente a detm, a coisa comum:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.

    1 - Somente se procede mediante representao.

    2 - No punvel a subtrao de coisa comum fungvel, cujo

    valor no excede a quota a que tem direito o agente.

    O crime aqui , tambm, de furto, motivo pelo qual se aplicam asmesmas consideraes relativas ao crime de furto comum.

    No entanto, o crime aqui PRPRIO, ou seja, somente pode ser

    cometido pela pessoa que possua uma daquelas caractersticas (seja

    scio, condmino, etc.). O sujeito passivo tambm s poder ser alguma

    daquelas pessoas.

    Vejam que a pena menor que a do furto comum, exatamente

    porque a coisa no de outrem (alheia), mas comum, ou seja, tambm

    do infrator.

    Vejam, ainda, que se a coisa FUNGVEL, e a subtrao no

    excede a quota-parte do infrator, no h crime.

    Coisa fungvel aquela que pode ser substituda por outra da mesma

    espcie, qualidade e quantidade, sem prejuzo algum (exemplo: dinheiro).

    EXEMPLO: Imagine que trs pessoas so condminas de uma parcela em

    dinheiro no valor de R$ 90.000,00, possuindo cotas iguais (trinta mil para

    cada). Se um dos condminos furtar R$ 30.000,00 no comete crime,

    pois a coisa fungvel (dinheiro) e o montante no excede sua cota-

    parte.

    A ao penal pblica, MAS DEPENDE DE REPRESENTAO

    DA VTIMA.

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    III DO ROUBO E DA EXTORSO

    Aqui se tutelam, alm do patrimnio, a integridade fsica, mental e a

    vida da vtima, pois as condutas no violam somente o patrimnio destas,

    mas colocam em risco, tambm, estes bens jurdicos.

    Vejamos cada um deles.

    A) Roubo

    Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,

    mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de

    hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de

    resistncia:

    Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.

    1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a

    coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim

    de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa

    para si ou para terceiro.

    2 - A pena aumenta-se de um tero at metade:

    I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de arma;

    II - se h o concurso de duas ou mais pessoas;

    III - se a vtima est em servio de transporte de valores e o

    agente conhece tal circunstncia.

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    IV - se a subtrao for de veculo automotor que venha a ser

    transportado para outro Estado ou para o exterior; (Includo

    pela Lei n 9.426, de 1996)

    V - se o agente mantm a vtima em seu poder, restringindo sua

    liberdade. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)

    3 Se da violncia resulta leso corporal grave, a pena de

    recluso, de sete a quinze anos, alm da multa; se resulta

    morte, a recluso de vinte a trinta anos, sem prejuzo da

    multa. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)Vide Lei n

    8.072, de 25.7.90

    BEM JURDICO

    TUTELADO

    O patrimnio e a integridade fsica e psquica da

    vtima.

    SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por

    qualquer pessoa.SUJEITO

    PASSIVO

    Aquele que teve a coisa subtrada mediante violncia

    ou grave ameaa, ou ainda, depois de ter sido

    reduzida impossibilidade de defesa.

    TIPO OBJETIVO

    (conduta)

    A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU

    PARA OUTREM, coisa alheia mvel, MEDIANTE

    VIOLNCIA, GRAVE AMEAA, OU APS REDUZIR

    A VTIMA A UMA SITUAO DE

    IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA. Com relao

    leso ao patrimnio, aplicam-se as mesmas regras

    faladas em relao ao furto. Mas, por se tratar de

    crime complexo (rene dos outros crimes: furto +

    constrangimento ilegal), devemos analisar, ainda, sob

    o aspecto da violncia ou grave ameaa pessoa. A

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    violncia pode ser prpria, quando o agente aplica

    fora fsica sobre a vitima, ou imprpria, quando

    aplica alguma medida que torna a vtima indefesa

    (Boa-noite-cinderela, por exemplo). Aqui o STFentende no e aplicar o privilgio previsto para o

    furto e nem o princpio da insignificncia.

    TIPO

    SUBJETIVO

    Dolo. No se admite na forma culposa. O agente

    dever possuir o nimo, a inteno de SE

    APODERAR DA COISA furtada, MEDIANTE

    VIOLNCIA, GRAVE AMEAA OU REDUO DA

    VTIMA SITUAO DE IMPOSSIBILIDADE DE

    DEFESA. No se admite na forma culposa. O roubo

    de uso crime! Ou seja, o agente que rouba alguma

    coisa para somente us-la e devolver, comete crime

    de roubo. Parte da Doutrina entende, entretanto, que

    nesse, caso, haveria apenas constrangimento ilegal

    ou leses corporais, no havendo roubo (minoritrio).

    CONSUMAO

    E TENTATIVA

    O STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o

    crime se consuma quando o agente passa a ter o

    poder sobre a coisa, aps ter praticado a violncia ou

    grave ameaa. Se o agente pratica a violncia ou

    grave ameaa, mas no subtrai a coisa, o crime

    TENTADO.

    O 1 traz a figura do roubo IMPRPRIO. O roubo imprprio

    ocorre quando a violncia ou ameaa praticada APS A

    SUBTRAO DA COISA, como meio de garantir a impunidade do crime

    ou assegurar o proveito do crime.

    EXEMPLO: Imagine que o agente subtraia uma TV de uma loja de

    eletroeletrnicos. At a, nada de roubo, apenas furto. No entanto, ao ser

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    abordado pelos seguranas, j do lado de fora da loja, tenta fugir e acaba

    agredindo os seguranas, fugindo com a coisa. Nesse caso, diz-se que o

    furto IMPRPRIO, pois a grave ameaa ou violncia posterior, e no

    tem como finalidade efetivar a subtrao (que j ocorreu), mas garantir aimpunidade ou a posse tranquila sobre o bem.

    O 2 prev majorantes (causas de aumento de pena), que se

    aplicam tanto ao roubo PRPRIO (caput) quanto ao roubo IMPRPRIO.

    Algumas observaes quanto s majorantes do 2:

    O termo arma, no inciso I, considerado, pela Doutrina e

    Jurisprudncia dominantes, QUALQUER INSTRUMENTO QUE POSSA

    SER USADO COMO ARMA, independentemente de ter sido fabricado

    para esse fim (faca, por exemplo).

    Ainda com relao arma, a Doutrina e Jurisprudncia entendem

    que deve haver o USO EFETIVO DA ARMA, no bastando que o agente

    esteja portanto, ainda que ostensivamente, a arma (Luiz Rgis Prado

    discorda).

    O USO DE ARMA DE BRINQUEDO NO QUALIFICA O CRIME.

    O inciso V traz a hiptese na qual a vtima privada de sua

    liberdade, sendo mantida em poder do criminoso. Temos aqui, na

    verdade, a questo do refm. Havendo utilizao de refm para garantir

    sucesso na fuga, por exemplo, haver a causa de aumento de pena.

    O 3, por sua vez, traz o que se chama de ROUBO QUALIFICADO

    PELO RESULTADO MORTE (Leso corporal grave ou morte). No seexige que o resultado tenha sido querido pelo agente, bastando que ele

    tenha agido pelo menos de maneira culposa em relao a eles (pois a

    redao do diz: se da violncia resulta...). Alm disso, no incide

    essa QUALIFICADORA quando o roubo realizado mediante

    GRAVE AMEAA.

    Ao crime de ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO NO SE

    APLICAM AS MAJORANTES DO 2.

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    1 - Se o crime cometido por duas ou mais pessoas, ou com

    emprego de arma, aumenta-se a pena de um tero at metade.

    2 - Aplica-se extorso praticada mediante violncia o

    disposto no 3 do artigo anterior. Vide Lei n 8.072, de

    25.7.90

    3o Se o crime cometido mediante a restrio da liberdade da

    vtima, e essa condio necessria para a obteno da

    vantagem econmica, a pena de recluso, de 6 (seis) a 12

    (doze) anos, alm da multa; se resulta leso corporal grave ou

    morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2o e 3o,

    respectivamente. (Includo pela Lei n 11.923, de 2009)

    BEM JURDICO

    TUTELADO

    O patrimnio e a liberdade individual da vtima

    SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado porqualquer pessoa.

    SUJEITO

    PASSIVO

    Aquele que teve a sua liberdade individual ou

    patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser

    qualquer pessoa.

    TIPO OBJETIVO

    (conduta)

    Aqui o constrangimento mero meio para a

    obteno da vantagem indevida. O verbo

    constranger, que sinnimo de forar, obrigar

    algum a fazer o que no deseja. No se confunde

    com o delito de roubo, pois naquele o agente se vale

    da violncia ou grave ameaa para subtrair o bem da

    vtima. Neste o agente se vale destes meios para

    fazer com que a vtima LHE ENTREGUE A COISA,

    ESPONTANEAMENTE, ou seja, deve haver a

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    colaborao da vtima.

    TIPO

    SUBJETIVO

    Dolo. No se admite na forma culposa. Se a

    vantagem for:

    Devida Teremos crime de exerccio arbitrrio

    das prprias razes (art. 345 do CP);

    Sexual Teremos estupro;

    Meramente moral, sem valor econmico

    Constrangimento ilegal (art. 146 do CP);

    CONSUMAO

    E TENTATIVA

    O STJ entende que se trata de CRIME FORMAL, que

    se consuma com o mero emprego da violncia ou

    grave ameaa, INDEPENDENTEMENTE DA

    OBTENO DA VANTAGEM VISADA PELO

    AGENTE (smula n 92 do STJ).

    O 1 traz uma causa de aumento de pena (1/3 at a metade), caso

    o crime seja cometido por duas ou mais pessoas ou mediante o uso de

    arma. Aplicam-se as mesmas observaes feitas no crime de roubo.

    Tambm se aplica o disposto no 3 do art. 157 (roubo qualificado

    pelo resultado), ou seja, ocorrendo leso grave ou morte, teremos o

    crime de EXTORSO QUALIFICADA PELO RESULTADO, com as

    mesmas penas previstas no 3 do art. 157 do CP.

    O 3 do art. 158 representa uma inovao legislativa (realizada

    em 2009) que criou a figura do SEQUESTRO RELMPAGO. A pena

    mais elevada (seis a doze anos), e tambm se aplica o 3 do art. 157

    (crime qualificado pelo resultado).

    A ao penal no crime de extorso, em qualquer hiptese,

    PBLICA INCONDICIONADA.

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    O art. 160, por sua vez, cria a figura da EXTORSO INDIRETA,

    que ocorre quando um credor EXIGE ou RECEBE, do devedor,

    DOCUMENTO QUE POSSA DAR CAUSA INSTAURAO DE

    PROCESSO CRIMINAL CONTRA ELE. Vejamos:

    Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dvida, abusando

    da situao de algum, documento que pode dar causa a

    procedimento criminal contra a vtima ou contra terceiro:

    Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.

    Exige-se, nesse caso, o dolo especfico, consistente na inteno de

    exigir ou receber o documento COMO GARANTIA DE DVIDA.

    Necessrio, ainda, que o agente SE VALHA DA CONDIO DA VTIMA,

    que se encontra em situao de fragilidade (desesperada, aflita), de

    forma a exigir dela esta garantia abusiva.

    O crime se consuma com a mera realizao da exigncia (nesse caso,crime formal) ou com o efetivo recebimento (nesse caso, material) do

    documento. A tentativa possvel.

    A ao penal pblica incondicionada.

    C) Extorso mediante sequestro

    Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para

    outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do

    resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90

    Pena - recluso, de oito a quinze anos. (Redao dada pela Lei

    n 8.072, de 25.7.1990)

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    1o Se o seqestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o

    seqestrado menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)

    anos, ou se o crime cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei

    n 8.072, de 25.7.90 (Redao dada pela Lei n 10.741, de2003)

    Pena - recluso, de doze a vinte anos. (Redao dada pela Lei n

    8.072, de 25.7.1990)

    2 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave: Vide

    Lei n 8.072, de 25.7.90

    Pena - recluso, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redao

    dada pela Lei n 8.072, de 25.7.1990)

    3 - Se resulta a morte: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90

    4 - Se o crime cometido em concurso, o concorrente que o

    denunciar autoridade, facilitando a libertao do seqestrado,

    ter sua pena reduzida de um a dois teros. (Redao dada pela

    Lei n 9.269, de 1996)

    BEM JURDICO

    TUTELADO

    O patrimnio e a liberdade individual da vtima

    SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado porqualquer pessoa.

    SUJEITO

    PASSIVO

    Aquele que teve a sua liberdade individual ou

    patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser

    qualquer pessoa.

    TIPO OBJETIVO

    (conduta)

    O verbo (ncleo do tipo) sequestrar, ou seja,

    impedir, por qualquer meio, que a pessoa exera seu

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    direito de ir e vir. O CRIME OCORRER AINDA QUE

    A VTIMA NO SEJA TRANSFERIDA PARA

    OUTRO LOCAL. Aqui a privao da liberdade se d

    como meio para se obter um RESGATE, que umpagamento pela liberdade de algum. Embora a lei

    diga qualquer vantagem, a Doutrina entende que a

    vantagem deve ser PATRIMONIAL e INDEVIDA,

    pois se for DEVIDA, teremos o crime de exerccio

    arbitrrio das prprias razes.

    TIPO

    SUBJETIVO

    Dolo. Exige-se a FINALIDADE ESPECIAL DE AGIR,

    consistente na inteno de obter uma vantagem

    patrimonial como resgate.

    CONSUMAO

    E TENTATIVA

    O STF entende que se trata de CRIME FORMAL, que

    se consuma com a mera privao da liberdade da

    vtima, INDEPENDENTEMENTE DA OBTENO DA

    VANTAGEM VISADA PELO AGENTE (informativo

    n 27 do STF). A tentativa plenamentepossvel. TRATA-SE DE CRIME PERMANENTE,

    QUE SE PROLONGA NO TEMPO, PODENDO

    HAVER FLAGRANTE A QUALQUER MOMENTO EM

    QUANTO DURAR A PRIVAO DA LIBERDADE.

    Segundo o 1, a pena ser de DOZE A VINTE ANOS SE:

    O sequestro dura mais de 24 horas;

    Se o seqestrado menor de 18 anos ou maior de 60 anos;

    Se o crime cometido por quadrilha ou bando;

    Se do crime resultar leso corporal GRAVE ou morte, tambm

    h formas QUALIFICADAS, cujas penas, nos termos dos 2 e 3

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    do art. 159, sero de 16 a 24 anos e de 24 a 30 anos,

    RESPECTIVAMENTE.

    A Doutrina no unnime quanto quem possa ser a vtima da leso

    grave ou morte. No entanto, a maioria da Doutrina entende que oresultado (leso grave ou morte) qualifica o crime, QUALQUER QUE

    SEJA A PESSOA QUE SOFRA A LESO, ainda que no seja o prprio

    seqestrado, mas desde que ocorra no contexto ftico do delito de

    extorso mediante sequestro.

    O 4 prev a chamada DELAO PREMIADA, que uma

    recompensa para o dedo-duro, ou seja, um abatimento na pena daquele

    que delata os demais cmplices (reduo de 1/3 a 2/3). indispensvel

    que dessa delao decorra uma facilitao na liberao do seqestrado

    (Doutrina majoritria).

    A ao pena ser pblica incondicionada.

    IV DA USURPAO

    Os crimes previstos neste captulo so pouco exigidos em provas de

    concursos pblicos, motivo pelo qual abordaremos o tema de forma

    menos aprofundada que os crimes anteriores, para que vocs no tenham

    que estudar aquilo que no ser objeto de cobrana na prova.

    A) Alterao de limites

    Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer

    outro sinal indicativo de linha divisria, para apropriar-se, no

    todo ou em parte, de coisa imvel alheia:

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    Esbulhar a posse significa TOMAR A POSSE, retirar a posse de

    quem a exera sobre o bem. Se o agente se valer de violncia, responde,

    ainda, pelo crime relativo violncia.

    A ao penal, em regra, PBLICA INCONDICIONADA. Noentanto, se a propriedade lesada for particular e no tiver havido

    emprego de violncia, A AO PENAL SER PRIVADA (3 do art.

    161).

    B) Supresso ou alterao de marca em animais

    Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou

    rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:

    Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa.

    Aqui se pune a conduta do agente que retira (suprime) ou altera

    marca ou sinal referente propriedade de gado ou rebanho alheio.

    A Doutrina exige o dolo, mas no pacfica quanto necessidade de

    dolo especfico (especial fim de agir).

    O crime se consuma com a mera realizao da supresso ou

    alterao da marca ou sinal, no havendo necessidade de que o agente se

    apodere dos animais cujas marcas foram adulteradas.

    No entanto, se o agente se apoderar dos animais, teremos o crime

    de furto mediante fraude (art. 155, 4, II do CP), que absorve este

    crime de usurpao. A tentativa plenamente possvel.

    A ao penal ser sempre pblica incondicionada.

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    V - DO DANO

    Os crimes de dano so crimes nos quais no h necessidade de umaumento patrimonial do agente, ou seja, no h necessidade que ele se

    apodere de algo pertencente a outrem, bastando que ele provoque um

    prejuzo vtima. Vejamos:

    A) Dano

    Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

    Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.

    Dano qualificado

    Pargrafo nico - Se o crime cometido:

    I - com violncia pessoa ou grave ameaa;

    II - com emprego de substncia inflamvel ou explosiva, se o

    fato no constitui crime mais grave

    III - contra o patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa

    concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia

    mista; (Redao dada pela Lei n 5.346, de 3.11.1967)

    IV - por motivo egostico ou com prejuzo considervel para a

    vtima:

    Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa, alm da

    pena correspondente violncia.

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    O crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo

    como sujeito passivo o proprietrio ou possuidor do bem danificado. O

    condmino pode ser sujeito ativo, mas se a coisa fungvel e o

    agente deteriora apenas a sua cota-parte, no h crime, poranalogia ao furto de coisa comum (Posio do STF).

    O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destruio (danificao

    total), a inutilizao (danificao, ainda que parcial, mas que torna o bem

    intil) ou deteriorao (danificao parcial do bem) da coisa.

    Pode ocorrer na forma COMISSIVA OU OMISSIVA, esta ltima, por

    exemplo, quando um segurana v algum danificar o patrimnio que ele

    deve zelar, e nada faz.

    Exige-se o dolo. NO H CRIME DE DANO CULPOSO.

    CUIDADO!O crime de pichao definido como CRIME CONTRA

    O MEIO AMBIENTE (ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei

    9.605/98.

    Alis, este crime de dano bastante genrico, ocorrendo apenas

    quando no houver uma hiptese especfica.

    EXEMPLO: Danificar objeto destinado a culto religioso. Esta conduta

    configura o crime do art. 210 do CP, e no o crime de dano.

    O crime se consuma com a ocorrncia do dano. No havendo a

    ocorrncia do dano, o crime ser tentado.

    O 1 do art. 163 traz algumas formas qualificadas do delito, que

    elevam a pena para seis meses a trs anos, patamares bem mais altos

    que os do caputdo artigo.

    Se o dano praticado contra OBJETO TOMBADO pela autoridade

    competente, em razo de seu valor histrico, artstico ou arqueolgico, o

    crime ser o do art. 165 do CP:

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    Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela

    autoridade competente em virtude de valor artstico,

    arqueolgico ou histrico:

    Pena - deteno, deseis meses a dois anos, e multa.

    No entanto, este artigo foi TACITAMENTE REVOGADO pelo art. 62,

    I da Lei de Crimes Ambientais.

    B) Introduo ou abandono de animais em propriedade alheia

    Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia,

    sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte

    prejuzo:

    Pena - deteno, de quinze dias a seis meses, ou multa.

    Percebam que o final da redao do artigo menciona que

    INDISPENSVEL A OCORRNCIA DE PREJUZO. Sim, pois a mera

    conduta do agente, por si s, no causa dano. Aqui podemos ter o que se

    chama de pastagem indevida, que aquela na qual se levam os animais

    para outro terreno, de propriedade alheia, para pastar.

    O crime comum e pode ser praticado na modalidade introduzir ou

    deixar (manter) animais na propriedade alheia. O termo sem o

    consentimento de quem de direito ELEMENTO NORMATIVO DO

    TIPO PENAL. Se houver o consentimento, no h fato tpico.

    O crime se consuma, como vimos, com a ocorrncia do efetivo

    prejuzo. A Doutrina no pacfica quanto tentativa, mas a maioria

    entende ser impossvel, ao argumento de que o tipo exige o dano, de

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    forma que, ou ele ocorre, ou o crime sequer tentado ( o que

    prevalece).

    C) Alterao de local especialmente protegido

    Art. 166 - Alterar, sem licena da autoridade competente, o

    aspecto de local especialmente protegido por lei:

    Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.

    Aqui temos a conduta daquele que altera os aspectos (internos ou

    externos) de algum local que esteja protegido por lei (um bem tombado,

    por exemplo). No h necessidade de deteriorao ou dano, mas

    necessrio que o agente altere o aspecto (aparncia) do local.

    No entanto, este artigo tambm foi revogado pela Lei de Crimes

    Ambientais, que trouxe, em seu art. 63, normatizao acerca da conduta.

    D) Ao Penal

    A ao penal ser, em todos os crimes de dano, PBLICA

    INCONDICIONADA. No entanto, se o crime o de dano simples (art.163), ou se praticado por motivo egostico ou com prejuzo considervel

    vtima (163, nico, IV), ou no caso de introduo ou abandono de

    animais em propriedade alheia, o crime ser de AO PENAL PRIVADA:

    Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu pargrafo e

    do art. 164, somente se procede mediante queixa.

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    VI DA APROPRIAO INDBITA

    Os crimes de apropriao indbita diferem dos crimes de furto eroubo, pois aqui o agente POSSUI A POSSE SOBRE O BEM, mas se

    RECUSA A DEVOLV-LO ou REPASS-LO a quem de direito. Ou

    seja, aqui o crime se d pela INVERSO DO ANIMUSDO AGENTE,

    QUE ANTES ESTAVE DE BOA-F, e passa a estar de m-f.

    A) Apropriao indbita

    Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a

    posse ou a deteno:

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

    Aumento de pena

    1 - A pena aumentada de um tero, quando o agente

    recebeu a coisa:

    I - em depsito necessrio;

    II - na qualidade de tutor, curador, sndico, liquidatrio,

    inventariante, testamenteiro ou depositrio judicial;

    III - em razo de ofcio, emprego ou profisso.

    Apropriao indbita previdenciria (Includo pela Lei n 9.983,

    de 2000)

    Vejam que a coisa lhe foi entregue espontaneamente, e o

    agente deveria devolv-la, mas no o faz. H, portanto, violao

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    confiana eu lhe fora depositada. O crime comum, podendo ser

    praticado por qualquer pessoa.

    Trata-se, ainda, de crime genrico, podendo ser afastada sua

    aplicao no caso de haver norma especfica, como ocorre no caso defuncionrio pblico que se apropria de bens que lhe foram confiados em

    razo da funo (crime de peculato, art. 312 do CP).

    A posse que o infrator tem sobre a coisa deve ser DESVIGIADA,

    ou seja, sem vigilncia, decorrendo de confiana entre o dono da coisa e

    o infrator. Caso haja mera deteno, estaremos diante do crime de furto.

    EXEMPLO: Caixa da loja que aproveita a distrao do dono parasurrupiar alguns reais do caixa. Temos aqui, crime de furto.

    O elemento exigido o dolo, no se punindo a forma culposa.

    O crime se consuma com a inverso da inteno do agente. A

    inteno, que antes era boa (a de apenas guardar a coisa), agora no

    to boa assim, pois se torna em inteno de ter a coisa como sua, se

    apoderar de algo que lhe fora confiado. Trata-se, portanto, de crime

    unissubsistente, sendo invivel a tentativa (embora Doutrina minoritria

    entenda o contrrio).

    O 1 traz causas de aumento de pena (1/3), quando o agente tiver

    recebido a coisa em determinadas situaes especficas.

    B) Apropriao indbita previdenciria

    Art. 168-A. Deixar de repassar previdncia social as

    contribuies recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma

    legal ou convencional: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Includo

    pela Lei n 9.983, de 2000)

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    1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Includo pela

    Lei n 9.983, de 2000)

    I - recolher, no prazo legal, contribuio ou outra importncia

    destinada previdncia social que tenha sido descontada de

    pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do

    pblico; (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    II - recolher contribuies devidas previdncia social que

    tenham integrado despesas contbeis ou custos relativos

    venda de produtos ou prestao de servios; (Includo pela Lei

    n 9.983, de 2000)

    III - pagar benefcio devido a segurado, quando as respectivas

    cotas ou valores j tiverem sido reembolsados empresa pela

    previdncia social. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    2o extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,

    declara, confessa e efetua o pagamento das contribuies,importncias ou valores e presta as informaes devidas

    previdncia social, na forma definida em lei ou regulamento,

    antes do incio da ao fiscal. (Includo pela Lei n 9.983, de

    2000)

    3o facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar

    somente a de multa se o agente for primrio e de bons

    antecedentes, desde que: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    I - tenha promovido, aps o incio da ao fiscal e antes de

    oferecida a denncia, o pagamento da contribuio social

    previdenciria, inclusive acessrios; ou (Includo pela Lei n

    9.983, de 2000)

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    II - o valor das contribuies devidas, inclusive acessrios, seja

    igual ou inferior quele estabelecido pela previdncia social,

    administrativamente, como sendo o mnimo para o ajuizamento

    de suas execues fiscais. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    O sujeito ativo aqui o RESPONSVEL TRIBUTRIO, aquele que

    por lei est obrigado a reter na fonte a contribuio previdenciria ao

    INSS e repass-la, mas no o faz. O sujeito passivo a UNIO.

    A conduta apenas uma: deixar de repassar, ou seja, reter, mas

    no repassar ao rgo responsvel, os valores referentes s contribuies

    previdencirias.

    Trata-se de norma penal em branco, pois deve haver a

    complementao com as normas previdencirias, que estabelecem o

    prazo para repasse das contribuies retidas pelo responsvel tributrio.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, no se punindo a conduta

    culposa, daquele que apenas se esqueceu de repassar as contribuiesrecolhidas. No se exige o dolo especfico (Posio do STF, embora

    existam julgados do STJ em contrrio).

    EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.CRIMINAL. CONTROVRSIA ACERCA DA NECESSIDADE DE PRODUODE PROVA PERICIAL. QUESTO RESTRITA AO MBITOINFRACONSTITUCIONAL. ALEGAO DE OFENSA S GARANTIASCONSTITUCIONAIS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA.INEXISTNCIA. NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIOPREVIDENCIRIA. DESNECESSIDADE DE CONFIGURAO DE DOLOESPECFICO. 1. No caracteriza cerceamento de defesa a deciso que,motivadamente, indefere determinada diligncia probatria. Precedentes:

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    AIs 382.214, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 114.548-AgR, darelatoria do ministro Seplveda Pertence. 2. De mais a mais, o acrdoimpugnado afina com a jurisprudncia desta nossa Corte, que, em sedede habeas corpus, assentou o entendimento de que no se exige aconfigurao do dolo especfico para caracterizao do crime deapropriao indbita previdenciria. Precedentes: RHC 86.072, darelatoria do ministro Eros Grau; HC 96.092, da relatoria da ministraCarmen Lcia; e HC 87.107, da relatoria do ministro Cezar Peluso. 3.Agravo desprovido.(AI 699103 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma,julgado em 17/08/2010, DJe-173 DIVULG 16-09-2010 PUBLIC 17-09-2010 EMENT VOL-02415-05 PP-01028 LEXSTF v. 32, n. 381, 2010, p.341-344)

    O crime se consuma no momento em que se exaure o prazo para o

    repasse dos valores. Tratando-se de CRIME OMISSIVO PURO, no

    possvel o fracionamento da conduta, de forma que INCABVEL A

    TENTATIVA.

    O 1 traz formas equiparadas (assemelhadas), nas quais o agente

    estar sujeito s mesmas penas previstas no caputdo artigo.

    Se o agente se arrepende e resolve a situao, declarando o dbito epagando o que for necessrio, ANTES DO INCIO DA AO FISCAL (a

    atividade desenvolvida pelo Fisco), estar EXTINTA A PUNIBILIDADE,

    nos termos do 2 do art. 168-A.

    Entretanto, o STF j decidiu que o pagamento, A QUALQUER

    TEMPO, extingue a punibilidade.

    EMENTA: HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO.APROPRIAO INDBITA DE CONTRIBUIES PREVIDENCIRIASDESCONTADAS DOS EMPREGADOS. PARCELAMENTO E QUITAO APSO RECEBIMENTO DA DENNCIA. EXTINO DA PUNIBILIDADE, PORFORA DA RETROAO DE LEI BENFICA. As regras referentes ao

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    parcelamento so dirigidas autoridade tributria. Se esta defere afaculdade de parcelar e quitar as contribuies descontadas dosempregados, e no repassadas ao INSS, e o paciente cumpre arespectiva obrigao, deve ser beneficiado pelo que dispe o artigo 9, 2, da citada Lei n. 10.684/03. Este preceito, que no faz distinoentre as contribuies previdencirias descontadas dosempregados e as patronais, limita-se a autorizar a extino dapunibilidade referente aos crimes ali relacionados. Nada importase o parcelamento foi deferido antes ou depois da vigncia dasleis que o probe: se de qualquer forma ocorreu, deve incidir omencionado artigo 9. O paciente obteve o parcelamento ecumpriu a obrigao. Podia faz-lo, poca, antes dorecebimento da denncia, mas assim no procedeu. A lei novapermite que o faa depois, sendo portanto, lex mitior, cujaretroao deve operar-se por fora do artigo 5, XL da

    Constituio do Brasil. Ordem deferida. Extenso a paciente que seencontra em situao idntica.(HC 85452, Relator(a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em17/05/2005, DJ 03-06-2005 PP-00045 EMENT VOL-02194-02 PP-00418RTJ VOL-00195-01 PP-00249 RDDT n. 120, 2005, p. 221)

    O 3 traz o chamado perdo judicial, ao afirmar que o Juiz poder

    deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa (nesse ltimo caso

    teremos um crime privilegiado) quando:

    Ru seja primrio e de bons antecedentes;

    Tenha promovido, aps o incio da execuo fiscal e antes do

    oferecimento da denncia, o pagamento da contribuio social

    devida; ou

    O valor do dbito seja igual ou inferior ao estabelecido pela

    previdncia como sendo o mnimo para ajuizamento das aes

    fiscais.

    Ora, se o valor insignificante para o Estado (previdncia social)

    cobr-lo do indivduo, com muito mais razo ser considerado

    insignificante para ensejar a punio penal.

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    Vem se entendendo que, neste ltimo caso (dbitos de valor

    insignificante), o FATO ATPICO.

    C) Apropriao de coisa havida por erro, caso fortuito ou fora

    maior

    Art. 169 - Apropriar-se algum de coisa alheia vinda ao seu

    poder por erro, caso fortuito ou fora da natureza:

    Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.

    Pargrafo nico - Na mesma pena incorre:

    Apropriao de tesouro

    I - quem acha tesouro em prdio alheio e se apropria, no todo

    ou em parte, da quota a que tem direito o proprietrio do

    prdio;

    Apropriao de coisa achada

    II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou

    parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou legtimo

    possuidor ou de entreg-la autoridade competente, dentro no

    prazo de 15 (quinze) dias.

    Aqui se pune a conduta daquele que se apodera de algo que no

    seu, mas veio ao seu poder em razo de caso fortuito, fora maior, ou

    erro, e no em razo da confiana depositada nele.

    EXEMPLO: Imagine o caso de algum que entrega uma mercadoria

    em local errado. Se aquele que recebeu a mercadoria por erro dela se

    apropriar, comete este crime.

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    Aplicam-se a este crime as demais disposies j faladas

    acerca do crime de apropriao indbita.

    O nico traz duas hipteses interessantes de apropriao indbita.

    A primeira a da apropriao de tesouro, que pode ocorrer quandoalgum se apodera da parte relativa ao DONO DO PRDIO (TERRENO)

    NO QUAL FOI ACHADO O TESOURO.

    A segunda hiptese a que muita gente no deve conhecer.

    Tambm crime se apoderar de algo que foi achado, desde que esta

    coisa tenha sido perdida por algum, caso o infrator no entregue a coisa

    achada em 15 dias.

    Portanto, a mxima de que achado no roubado at que est

    certa, pois no h roubo, mas poderamos alter-la para achado

    indebitamente apropriado (rsrs).

    O art. 170, por sua vez, estabelece que:

    Art. 170 - Nos crimes previstos neste Captulo, aplica-se o

    disposto no art. 155, 2.

    Ora, o art. 155, 2 trata da possibilidade do furto privilegiado,

    quando ocorrerem determinadas circunstncias. Vejamos:

    2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa

    furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela dedeteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a

    pena de multa.

    Estas disposies se aplicam aos delitos de apropriao indbita.

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    VII DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

    Este captulo cuida dos crimes de estelionato e fraudes diversas, queso aqueles nos quais h leso patrimonial, mas com a peculiaridade de

    que o infrator se vale de algum meio ardiloso para obter a vantagem

    indevida em prejuzo da vtima.

    Vejamos cada um dos tipos penais:

    A) Estelionato

    Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilcita, em

    prejuzo alheio, induzindo ou mantendo algum em erro,

    mediante artifcio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

    Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.

    1 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor oprejuzo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art.

    155, 2.

    2 - Nas mesmas penas incorre quem:

    Disposio de coisa alheia como prpria

    I - vende, permuta, d em pagamento, em locao ou emgarantia coisa alheia como prpria;

    Alienao ou onerao fraudulenta de coisa prpria

    II - vende, permuta, d em pagamento ou em garantia coisa

    prpria inalienvel, gravada de nus ou litigiosa, ou imvel que

    prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em

    prestaes, silenciando sobre qualquer dessas circunstncias;

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    Defraudao de penhor

    III - defrauda, mediante alienao no consentida pelo credor ou

    por outro modo, a garantia pignoratcia, quando tem a posse do

    objeto empenhado;

    Fraude na entrega de coisa

    IV - defrauda substncia, qualidade ou quantidade de coisa que

    deve entregar a algum;

    Fraude para recebimento de indenizao ou valor de

    seguro

    V - destri, total ou parcialmente, ou oculta coisa prpria, ou

    lesa o prprio corpo ou a sade, ou agrava as conseqncias da

    leso ou doena, com o intuito de haver indenizao ou valor de

    seguro;

    Fraude no pagamento por meio de cheque

    VI - emite cheque, sem suficiente proviso de fundos em poder

    do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

    3 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime cometido

    em detrimento de entidade de direito pblico ou de instituto de

    economia popular, assistncia social ou beneficncia.

    O bem jurdico tutelado aqui o patrimnio e a boa-f que se deve

    ter nas relaes sociais. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo,

    portanto, CRIME COMUM. O sujeito passivo pode ser tanto aquele que

    foi enganado pela fraude do agente ou aquele que teve a efetiva leso

    patrimonial (pois podem ser pessoas distintas).

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    O elemento subjetivo exigido O DOLO, e, alm dele, se exige a

    finalidade especial de agir, consistente na inteno de obter vantagem

    ilcita em detrimento (prejuzo) de outrem.

    A vantagem perquirida pelo agente deve ser patrimonial (maioria daDoutrina), embora haja Doutrinadores que entendam que pode ser

    qualquer vantagem.

    Temos aqui outro crime genrico, que ter sua aplicao afastada

    quando estivermos diante de um caso em que haja regulamentao em

    norma penal especfica.

    E se o agente fraudar concurso pblico?A conduta, que antes foiconsiderada atpica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art.

    311-A do CPP, includo pela Lei 12.550/11.

    E se o agente praticar o estelionato mediante a utilizao de

    documento falso?

    O STJ e o STF entendem que se trata de concurso FORMAL.

    Uma terceira corrente, menos aceita nos Tribunais, entende que o crime

    de falso absorve o de estelionato, pois a pena daquele mais severa.

    No entanto, embora ambos entendam tratar-se de concurso

    formal, entendem que se a potencialidade lesiva do falso se

    exaure no estelionato, o crime de estelionato absorve o falso, que

    foi apenas um meio para a sua prtica.

    EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL MILITAR. PENALMILITAR. CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 315 DO CPM).INCOMPETNCIA DA JUSTIA MILITAR. INOCORRNCIA. CRIMEPRATICADO POR MILITAR DA RESERVA CONTRA AS INSTITUIES

    MILITARES. ART. 9, III, A, DO CDIGO PENAL MILITAR. INPCIA DADENNCIA. MATRIA SUSCITADA, MAS NO EXAMINADA PELO

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    TRIBUNAL A QUO. SUPRESSO DE INSTNCIA NESTA SUPREMA CORTE.CONCESSO DA ORDEM DE OFCIO. (...) IV - pacfica, de resto, ajurisprudncia desta Corte no sentido de no ser admissvel aabsoro do crime de uso de documento falso pelo de estelionato.(...)(HC 98526, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma,julgado em 29/06/2010, DJe-154 DIVULG 19-08-2010 PUBLIC 20-08-2010 EMENT VOL-02411-03 PP-00510)

    O crime somente se consuma com a efetiva obteno da vantagem

    indevida com prejuzo a terceiro. A tentativa plenamente admissvel.

    E se o agente obtm um cheque da vtima? O crime tentado

    ou consumado?

    Enquanto o agente no obtiver o valor prescrito no cheque, o crime

    ainda tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor

    constante no cheque (posio majoritria da Doutrina).

    O 1 prev o ESTELIONATO PRIVILEGIADO, que aquele no

    qual o agente PRIMRIO e o prejuzo DE PEQUENO VALOR.

    Nesse caso, o Juiz pode reduzir a pena ou aplicar somente a pena demulta, CONFORME O ART. 155, 2.

    J o 2 prev diversas formas pelas quais se pode praticar o

    estelionato, e, em todas elas, o agente responder pelas mesmas penas

    previstas no caput. Algumas observaes devem ser feitas:

    No inciso V (fraude contra seguro), o sujeito ativo o segurado

    (infrator) e o sujeito passivo a seguradora, e no o prprio segurado,embora a coisa destruda seja sua, pois o prejuzo patrimonial, ao fim e

    ao cabo, ser da seguradora, que dever pagar o prejuzo.

    Essa a nica das modalidades equiparadas que constitui CRIME

    FORMAL, pois se consuma com o emprego da fraude,

    independentemente da obteno do recebimento da indenizao de

    seguro.

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    J no inciso VI, temos o famoso cheque voador. Entretanto,

    CUIDADO! Para que se configure crime, necessrio que o agente

    tenha, de antemo, a inteno de no pagar, ou seja, o agente sabe que

    no possui fundos para adimplir a obrigao contrada. Diferente dahiptese na qual o agente possui fundos, mas, antes da data prevista

    para o desconto do cheque, tem que retirar o dinheiro por algum motivo e

    o cheque bate sem fundos. Isso no crime.

    Se o agente repara o dano ANTES DO RECEBIMENTO DA

    DENNCIA, obsta o prosseguimento da ao penal (smula 554 do STF).

    A emisso de cheques sem fundos para pagamento de dvidas de

    jogo NO CONFIGURA CRIME, pois estas dvidas no so passveis de

    cobrana judicial, nos termos do art. 1477 do CC.

    O 3 prev o chamado estelionato contra entidade de direito

    pblico, que aquele cometido contra qualquer das instituies previstas

    na norma penal citada. Nesses casos, a pena aumenta-se de 1/3.

    B) Duplicata simulada

    Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que no

    corresponda mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,

    ou ao servio prestado. (Redao dada pela Lei n 8.137, de

    27.12.1990)

    Pena - deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

    (Redao dada pela Lei n 8.137, de 27.12.1990)

    Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorrer aqule que

    falsificar ou adulterar a escriturao do Livro de Registro de

    Duplicatas. (Includo pela Lei n 5.474. de 1968)

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    Aqui se pune a conduta daquele que emite fatura, duplicata ou nota

    de venda que no corresponda realidade. O sujeito ativo ser aquele

    que emite o ttulo em desconformidade com a realidade. O sujeito passivo

    ser o sacado, quando aceita o ttulo de boa-f ou o tomador, que aquele desconta a duplicata.

    Como esta redao foi dada pela Lei 8.137/90, excluindo a meno

    anterior a expedir ou aceitar duplicata que no corresponda, juntamente

    com a fatura respectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real

    prestao de servio, parte da Doutrina entendeu que a emisso de

    duplicata FRIA passou a ser fato atpico. Entretanto, a maioria da

    Doutrina e o STF entendem que a emisso de duplicata fria no

    fato atpico, pois se a lei pune a conduta daquele que emite uma

    duplicata em desacordo parcial com a realidade, com muito mais razo

    este tipo penal pune aquele que emite uma duplicata em COMPLETO

    DESACORDO COM A REALIDADE.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, no existindo forma culposa.

    O crime se consuma com a mera emisso do ttulo, no sendonecessria sua colocao em circulao. Logo, mais dispensvel ainda a

    efetiva obteno da vantagem. A tentativa possvel.

    O nico traz a forma equiparada, que a daquela pessoa que

    falsifica ou adultera o livro de registro das duplicatas. Embora seja um

    crime de falsidade, a lei decidiu por bem coloc-la no Ttulo relativo aos

    crimes contra o patrimnio. O sujeito passivo aqui o Estado!

    C) Abuso de incapazes

    Art. 173 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, de

    necessidade, paixo ou inexperincia de menor, ou da alienao

    ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles

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    prtica de ato suscetvel de produzir efeito jurdico, em prejuzo

    prprio ou de terceiro:

    Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa.

    Tutela-se aqui o patrimnio destas pessoas que possuem uma

    fragilidade maior, ou seja, que esto mais vulnerveis a serem

    enganadas. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, mas o sujeito

    passivo s poder ser uma das pessoas descritas no caputdo artigo.

    Na verdade, aqui no h propriamente fraude, mas abuso de umacondio de vulnerabilidade, sendo, portanto, dispensvel o emprego de

    algum meio ardiloso, pois a vtima bastante vulnervel.

    O elemento subjetivo, mais uma vez, o dolo, no havendo forma

    culposa. A lei no exclui a possibilidade de DOLO EVENTUAL.

    O crime se consuma com a prtica do ato pela vtima, pouco

    importando se o agente aufere o proveito ou se a vtima vem a ter efetivo

    prejuzo (Posio do STF).

    D) Induzimento especulao

    Art. 174 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, da

    inexperincia ou da simplicidade ou inferioridade mental de

    outrem, induzindo-o prtica de jogo ou aposta, ou

    especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo ou devendo

    saber que a operao ruinosa:

    Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.

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    Aqui temos um crime no qual tambm h abuso de uma condio de

    vulnerabilidade da vtima. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O

    sujeito passivo tambm pode ser qualquer pessoa, desde que se

    enquadre numa das caractersticas estabelecidas (pessoa inexperiente,mentalmente inferior, etc...).

    A conduta muito similar anterior, com a diferena de que, aqui, o

    agente no induz a vtima a praticar ato jurdico, mas a induz prtica de

    jogo ou aposta, ou especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo

    OU DEVENDO SABERque a operao ser ruinosa.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, com a finalidade especial de

    agir consistente na INTENO de obter proveito prprio ou alheio.

    Quando a lei fala em devendo saber estabelece uma espcie de dolo

    eventual em relao possibilidade de a operao qual a vtima foi

    induzida ser ruinosa.

    O crime se consuma com a prtica do jogo ou aposta ou com a

    especulao, independentemente da obteno do proveito pelo infrator. A

    tentativa plenamente possvel.

    E) Fraude no comrcio

    Art. 175 - Enganar, no exerccio de atividade comercial, o

    adquirente ou consumidor:

    I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria

    falsificada ou deteriorada;

    II - entregando uma mercadoria por outra:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.

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    1 - Alterar em obra que lhe encomendada a qualidade ou o

    peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira

    por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por

    verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outraqualidade:

    Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.

    2 - aplicvel o disposto no art. 155, 2.

    Aqui se busca tutelar a boa-f nas relaes comerciais, bem como o

    patrimnio daquele que for lesado. O sujeito ativo s pode ser aquele que

    EXERA A ATIVIDADE COMERCIAL (com habitualidade e

    profissionalismo), sendo sujeito passivo somente o consumidor ou

    adquirente.

    Parte da Doutrina entende que este artigo foi revogado pelas Leis

    8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor) e 8.137/90 (Crimes contra aordem tributria, econmica e contra as relaes de consumo).

    Entretanto, para a maioria da Doutrina, ele continua em vigor, e

    deve ser aplicado como norma geral. Havendo enquadramento em

    norma especfica, ficar afastada sua aplicao.

    A conduta pode ser praticada mediante a VENDA (somente esta

    forma comercial) de mercadoria FALSA OU DETERIORADA, desde que

    tenha sido informado ao comprador que se tratava de mercadoria

    verdadeira ou perfeita. Caso o consumidor saiba que se trata de

    mercadoria falsa ou com defeito, e tenha pagado o preo a menor,

    sabendo disso, no h crime, pois no houve leso boa-f nos

    contratos.

    A segunda aquela na qual o agente entrega uma mercadoria

    quando deveria entregar outra.

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    O elemento subjetivo somente o dolo, no havendo forma culposa.

    O crime se consuma com a efetiva entrega ou venda da mercadoria,

    atravs da fraude sobre a vtima. A tentativa admitida.

    O 1 prev uma forma qualificada do delito, que ocorrer nas

    hipteses ali previstas, cuja pena ser de UM A CINCO ANOS E MULTA.

    J o 2 estabelece que se aplica o disposto no 2 do art. 155, que

    nada mais que a aplicao do PRIVILGIO, referente possibilidade

    de diminuio de pena ou aplicao somente da multa, nas hipteses em

    que o ru seja primrio e a leso seja de pequeno valor.

    F) Outras fraudes

    Art. 176 - Tomar refeio em restaurante, alojar-se em hotel ou

    utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para

    efetuar o pagamento:

    Pena - deteno, de quinze dias a dois meses, ou multa.

    Pargrafo nico - Somente se procede mediante representao,

    e o juiz pode, conforme as circunstncias, deixar de aplicar a

    pena.

    Aqui se pune a conduta daquele que se alimenta, se hospeda ou

    toma transporte, cujo pagamento deva se dar ao final do servio

    prestado, mas que NO DISPONHA DE RECURSOS PARA PAGAR.

    O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O

    sujeito passivo tambm poder ser qualquer pessoa.

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    As expresses restaurante e hotel devem ser interpretadas de

    maneira extensiva, de forma a abarcar motis, pousadas,

    lanchonetes, bares, etc.

    CUIDADO! O agente no deve dispor dos recursos necessrios. Casoo agente disponha dos recursos e se recuse ao pagamento, por algum

    motivo (ex.: m prestao do servio), no h crime. Na verdade, ainda

    que o agente no possua nenhum motivo justo, apenas se negando ao

    pagamento, no h crime, desde que tenha recursos para tal.

    Mas e o que fazer se o agente no quiser pagar?O que resta

    mover ao civil para cobrana dos valores devidos, nada mais.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, no se admitindo a forma

    culposa. Se h erro sobre um dos elementos do tipo, como sabemos, no

    h crime. Portanto, se o agente utiliza os servios, acreditando possuir os

    recursos e, ao final, verifica que teve sua carteira furtada, ou que deixou

    cair o dinheiro na rua, no pratica crime.

    A consumao controvertida, mas a maioria da Doutrina entende

    que o crime formal, consumando-se com a mera realizao das

    condutas, independentemente de haver efetivo prejuzo ou do pagamento

    posterior da conta. No entanto, h posies em contrrio. A tentativa

    admissvel.

    A ao penal PBLICA CONDICIONADA REPRESENTAO,

    e o Juiz pode conceder o PERDO JUDICIAL, nos termos do nico

    do artigo.

    G) Fraudes ou abusos na fundao ou administrao de de

    sociedades por aes

    Fraudes e abusos na fundao ou administrao de

    sociedade por aes

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    Art. 177 - Promover a fundao de sociedade por aes,

    fazendo, em prospecto ou em comunicao ao pblico ou

    assemblia, afirmao falsa sobre a constituio da sociedade,

    ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa, se o fato no

    constitui crime contra a economia popular.

    1 - Incorrem na mesma pena, se o fato no constitui crime

    contra a economia popular: (Vide Lei n 1.521, de 1951)

    I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por aes, que,em prospecto, relatrio, parecer, balano ou comunicao ao

    pblico ou assemblia, faz afirmao falsa sobre as condies

    econmicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo

    ou em parte, fato a elas relativo;

    II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer

    artifcio, falsa cotao das aes ou de outros ttulos dasociedade;

    III - o diretor ou o gerente que toma emprstimo sociedade ou

    usa, em proveito prprio ou de terceiro, dos bens ou haveres

    sociais, sem prvia autorizao da assemblia geral;

    IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da

    sociedade, aes por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;

    V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crdito social,

    aceita em penhor ou em cauo aes da prpria sociedade;

    VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balano, em

    desacordo com este, ou mediante balano falso, distribui lucros

    ou dividendos fictcios;

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    VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,

    ou conluiado com acionista, consegue a aprovao de conta ou

    parecer;

    VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

    IX - o representante da sociedade annima estrangeira,

    autorizada a funcionar no Pas, que pratica os atos mencionados

    nos ns. I e II, ou d falsa informao ao Governo.

    2 - Incorre na pena de deteno, de seis meses a dois anos,

    e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si oupara outrem, negocia o voto nas deliberaes de assemblia

    geral.

    A conduta prevista no caput do artigo visa a proteger o patrimnio e

    a boa-f dos futuros scios da sociedade por aes. O sujeito ativo

    SOMENTE PODE SER SCIO-FUNDADOR da sociedade por aes.Sujeito passivo poder ser qualquer pessoa.

    A conduta a de fazer afirmao falsa ou ocultar

    FRAUDULENTAMENTE fato relativo sociedade por aes a ser

    constituda. Portanto, so duas as condutas incriminadas no tipo penal do

    caput.

    O elemento subjetivo exigido somente o dolo, no se admitindoforma culposa.

    O crime se consuma com a mera realizao das condutas (CRIME

    FORMAL), sendo irrelevante a efetiva ocorrncia de prejuzo. A tentativa

    admissvel somente na forma comissiva (Fazer declarao falsa...).

    O preceito secundrio (aquele que prev a sano penal) diz

    que s haver crime se o fato no constituir crime contra a

    economia popular. Na verdade a Doutrina entende que os crimes contra

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    a economia popular tutelam a coletividade, as boas prticas na economia

    como direito de todos ns e, portanto, o crime que afetasse pessoas

    incertas e indeterminadas seria crime contra a economia popular, e

    aquele que lesasse pessoas certas e determinadas seria este crime contrao patrimnio.

    O 1 prev as formas equiparadas, que no se referem mais

    fundao da sociedade por aes, mas sua ADMINISTRAO.

    Naquelas hipteses, sendo uma figura equiparada ao caput, aplicam-se as

    mesmas penas.

    O 2, por sua vez, trata da conduta do acionista que negocia seu

    voto nas assembleias, com a finalidade de obter vantagem para si ou para

    outrem. H necessidade, aqui, do dolo especfico, referente inteno de

    obter vantagem atravs da negociao de seu voto.

    H) Emisso irregular de conhecimento de depsito ou warrant

    Art. 178 - Emitir conhecimento de depsito ou warrant, emdesacordo com disposio legal:

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

    O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa.

    Sujeito passivo ser o endossatrio do ttulo, que ignore a sua naturezade ttulo emitido ilegalmente.

    O conhecimento de depsito e o warrant so ttulo emitidos por

    donos de estabelecimentos de guarda de mercadoria (geralmente, os

    armazns-gerais) quando uma mercadoria deixada no estabelecimento,

    de forma que este ttulo representativo dos bens ali deixados, podendo

    ser negociado pelo depositante no mercado (pois possui valor

    econmico).

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    A conduta a de emitir, ou seja, pr em circulao o ttulo, sem as

    formalidades legais. Trata-se de norma penal em branco, pois deve ser

    complementada por outra norma.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, direto ou eventual.

    O crime se consuma com a mera emisso do conhecimento de

    depsito ou warrant, no importando se h ou no prejuzo a terceiros. A

    tentativa NO ADMITIDA, eis que o crime UNISSUBSISTENTE.

    I) Fraude execuo

    Art. 179 - Fraudar execuo, alienando, desviando, destruindo

    ou danificando bens, ou simulando dvidas:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.

    Pargrafo nico - Somente se procede mediante queixa.

    Aqui se pune a conduta daquele que deliberadamente se desfaz dos

    seus bens, seja alienando-os, desviando-os, destruindo-os ou

    danificando-os, com a finalidade de FRUSTRAR A SATISFAO DO

    CRDITO QUE EST SENDO COBRADO EM SEDE DE EXECUO. A

    conduta pode ser praticada, ainda, na modalidade de SIMULAO DE

    DVIDAS.

    O sujeito ativo o devedor que est sendo executado, e o sujeito

    passivo ser o credor prejudicado na satisfao do seu crdito.

    O elemento subjetivo exigido o dolo, consistente na vontade de se

    desfazer dos seus bens ou simular dvidas, com a finalidade de frustrar a

    solvncia do crdito de seu credor.

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    O crime se consuma quando o agente pratica efetivamente o ato de

    alienao ou destruio do bem, ou simula a existncia das dvidas, no

    importando se h o efetivo prejuzo.

    CUIDADO! Este crime s poder ser praticado se J ESTIVER EMCURSO A AO NO JUZO CVEL, E J TIVER SIDO O DEVEDOR

    CITADO, conforme posio da Jurisprudncia.

    A ao penal PRIVADA, nos termos do nico.

    VIII DA RECEPTAO

    Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em

    proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,

    ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou

    oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. (Redao dada

    pela Lei n 9.426, de 1996)

    Receptao qualificada(Redao dada pela Lei n 9.426, de

    1996)

    1 - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em

    depsito, desmontar, montar, remontar, vender, expor venda,ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no

    exerccio de atividade comercial ou industrial, coisa que deve

    saber ser produto de crime: (Redao dada pela Lei n 9.426,

    de 1996)

    Pena - recluso, de trs a oito anos, e multa. (Redao dada

    pela Lei n 9.426, de 1996)

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    2 - Equipara-se atividade comercial, para efeito do

    pargrafo anterior, qualquer forma de comrcio irregular ou

    clandestino, inclusive o exerccio em residncia. (Redao dada

    pela Lei n 9.426, de 1996)

    3 - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela

    desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem

    a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:

    (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)

    Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa, ou ambas as

    penas. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)

    4 - A receptao punvel, ainda que desconhecido ou isento

    de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redao dada

    pela Lei n 9.426, de 1996)

    5 - Na hiptese do 3, se o criminoso primrio, pode o

    juiz, tendo em considerao as circunstncias, deixar de aplicara pena. Na receptao dolosa aplica-se o disposto no 2 do

    art. 155. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)

    6 - Tratando-se de bens e instalaes do patrimnio da

    Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios

    pblicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no

    caput deste artigo aplica-se em dobro. (Includo pela Lei n

    9.426, de 1996)

    A figura prevista no caput do artigo possui como sujeito ativo

    QUALQUER PESSOA, sendo, portanto, crime comum, exceto aquele

    que participou do crime anterior, pois a obteno, pelo cmplice, da sua

    cota-parte no delito, no configura o crime de receptao, sendoconsiderada como PS-FATO IMPUNVEL (Ps-factum impunvel). O

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    sujeito passivo pode ser o terceiro de boa-f que adquire o bem sem

    saber ser produto de crime ou a vtima do crime anterior.

    A conduta (tipo objetivo) pode ser dividida em duas partes:

    RECEPTAO PRPRIA (1 parte do caput do artigo)

    Aqui o agente sabe que a coisa produto de crime e a adquire,

    recebe, transporta, conduz ou oculta. NO NECESSRIO

    AJUSTE, CONLUIO ENTRE O ADQUIRENTE (RECEPTADOR)

    E O VENDEDOR (O QUE PRATICOU O CRIME ANTERIOR);

    RECEPTAO IMPRPRIA (2 parte do caputdo artigo)

    Aqui o agente no adquire o bem, mas, sabendo que produtode crime, INLUI PARA QUE TERCEIRO DE BOA-F O

    ADQUIRA, RECEBA OU OCULTE.

    E se a coisa for produto de ato infracional (praticado por

    adolescente) e no crime. Haver o crime de receptao? A

    Doutrina majoritria entende que sim.

    Somente a coisa mvel poder ser objeto material do delito

    (Posio adotada pelo STF).

    O elemento subjetivo exigido o dolo, aliado ao dolo especfico,

    consistente na inteno de obter vantagem, ainda que para terceira

    pessoa. Se no houver inteno de obteno de vantagem, mas mera

    inteno de ajudar aquele que praticou o crime anterior, poderemos estar

    diante do crime de FAVORECIMENTO REAL (art. 349 do CP).

    A consumao, na RECEPTAO PRPRIA, se d com a efetiva

    incluso da coisa na esfera de posse do agente (CRIME

    MATERIAL). J a RECEPTAO IMPRPRIA CRIME FORMAL,

    bastando que o infrator influencie o terceiro a praticar a conduta, pouco

    importando se este vem a pratic-la ou no. A Doutrina s admite a

    tentativa na receptao prpria (mas existem posies em contrrio).

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    A receptao QUALIFICADA est prevista no 1 do art. 180, e

    traz uma srie de condutas que se assemelham RECEPTAO

    PRPRIA, mas o artigo traz um rol de condutas bem maior.

    A diferena na receptao qualificada , basicamente, que a condutadeva ter sido praticada NO EXERCCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL,

    sendo, portanto, crime PRPRIO. A atividade comercial se equipara

    qualquer forma de comrcio, ainda que irregular ou clandestino

    (camels), nos termos do 2.

    O elemento subjetivo aqui tanto o dolo DIRETO QUANTO O DOLO

    EVENTUAL, pois a lei usa a expresso deva saber.... Entretanto, h um

    impasse. A receptao qualificada (mais grave) punida at mesmo

    quando h apenas DOLO EVENTUAL, j a receptao simples (prpria e

    imprpria) s punida a ttulo de dolo direto. Assim, teramos a

    possibilidade de aplicar uma pena mais grave quele que apenas deveria

    saber (embora no soubesse) que a coisa era produto de crime e uma

    pena mais branda quele que SABIA ser produto de crime.

    Os Tribunais esto bem divididos, ora julgando pelainconstitucionalidade desta previso (do 1, relativa penalidade mais

    grave), ora julgando pela constitucionalidade. No entanto, o STF possui

    posio no sentido de que NO H INCONSTITUCIONALIDADE,

    tendo a lei buscado punir mais severamente aquele que pratica

    receptao no exerccio de atividade comercial, ainda que por dolo

    eventual, embora isso no exclua o dolo direto.

    DIREITO PENAL. RECURSO EXTRAORDINRIO. ALEGAO DEINCONSTITUCIONALIDADE. ART. 180, 1, CP. PRINCPIOS DAPROPORCIONALIDADE E DA INDIVIDUALIZAO DA PENA. DOLO

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    DIRETO E EVENTUAL. MTODOS E CRITRIOS DE INTERPRETAO.CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA PENAL. IMPROVIMENTO. 1. Aquesto de direito de que trata o recurso extraordinrio diz respeito alegada inconstitucionalidade do art. 180, 1, do Cdigo Penal,relativamente ao seu preceito secundrio (pena de recluso de 3 a 8anos), por suposta violao aos princpios constitucionais daproporcionalidade e da individualizao da pena. 2. Trata-se de aparentecontradio que resolvida pelos critrios e mtodos de interpretaojurdica. 3. No h dvida acerca do objetivo da criao da figuratpica da receptao qualificada que, inclusive, crime prpriorelacionado pessoa do comerciante ou do industrial. A idia exatamente a de apenar mais severamente aquele que, em razodo exerccio de sua atividade comercial ou industrial, praticaalguma das condutas descritas no referido 1, valendo-se desua maior facilidade para tanto devido infra-estrutura que lhe

    favorece. 4. A lei expressamente pretendeu tambm punir oagente que, ao praticar qualquer uma das aes tpicascontempladas no 1, do art. 180, agiu com dolo eventual, mastal medida no exclui, por bvio, as hipteses em que o agenteagiu com dolo direto (e no apenas eventual). Trata-se de crime dereceptao qualificada pela condio do agente que, por sua atividadeprofissional, deve ser mais severamente punido com base na maiorreprovabilidade de sua conduta. 5. No h proibio de, com base noscritrios e mtodos interpretativos, ser alcanada a concluso acerca dapresena do elemento subjetivo representado pelo dolo direto no tipo do

    1, do art. 180, do Cdigo Penal, no havendo violao ao princpio dareserva absoluta de lei com a concluso acima referida. 6. Inocorrnciade violao aos princpios constitucionais da proporcionalidade eda individualizao da pena. Cuida-se de opo poltico-legislativana apenao com maior severidade aos sujeitos ativos dascondutas elencadas na norma penal incriminadora e,consequentemente, falece competncia ao Poder Judiciriointerferir nas escolhas feitas pelo Poder Legislativo na edio dareferida norma. 7. Recurso extraordinrio improvido.(RE 443388, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado

    em 18/08/2009, DJe-171 DIVULG 10-09-2009 PUBLIC 11-09-2009EMENT VOL-02373-02 PP-00375)

    O 3 prev a receptao culposa, que ocorre quando o agente age

    com imprudncia, adquirindo um bem em circunstncias anmalas, sem

    atentar para o fato e que bem provvel que seja produto de crime.

    O 4 estabelece que a receptao seja punvel ainda que seja

    desconhecido ou isento de pena o autor do CRIME ANTERIOR.

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    Entretanto, deve haver prova da ocorrncia do crime anterior, ainda que

    no se exija a condenao de qualquer pessoa por ele. Porm, se tiver

    havido a absolvio no CRIME ANTERIOR, em razo do reconhecimento

    da INEXISTNCIA DE CRIME, da existncia de circunstncia que excluio crime ou pelo fato de no constituir infrao penal, a receptao no

    ser punvel.

    O 5, por sua vez, trata do PERDO JUDICIAL E DO

    PRIVILGIO. O perdo judicial pode ser aplicado somente

    RECEPTAO CULPOSA, caso o ru seja primrio. Caso a receptao

    seja dolosa, pode ser aplicada a norma prevista no 2 do art. 155 do CP

    (que trata do furto privilegiado).

    Por fim, o 6 nos traz uma causa de aumento de pena aplicvel

    receptao SIMPLES, quando praticada em detrimento de bens das

    entidades ali discriminadas. Nestes casos, a pena ser aplicada EM

    DOBRO.

    IX DISPOSIES GERAIS

    Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O

    PATRIMNIO isento de pena se pratica o fato contra:

    Art. 181 - isento de pena quem comete qualquer dos crimes

    previstos neste ttulo, em prejuzo:

    I - do cnjuge, na constncia da sociedade conjugal;

    II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legtimo

    ou ilegtimo, seja civil ou natural.

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    Vejam, portanto, que se o crime praticado contra pessoa

    maior de 60 anos e se o crime de roubo ou extorso (ou

    praticado com violncia ou grave ameaa em geral), no se aplica

    a regra dos arts. 181 e 182, que, no primeiro caso, traz uma causa deimunidade absoluta (iseno de pena) e, no segundo, que exige

    representao como condio de procedibilidade da ao penal.

    O inciso II, por sua vez, retira do raio de aplicao dos arts. 181 e

    182, a figura do comparsa, ou seja, se duas pessoas praticam o delito, os

    arts. 181 e 182 s se aplicam ao parente da vtima, e no ao seu

    comparsa que no tenha vnculo com a vtima.

    Bons estudos pra vocs!

    Prof. Renan Araujo

    01 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Francisco, imputvel, realizou uma compra de produtos alimentcios em

    um supermercado e, desprovido de fundos suficientes no momento da

    compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para

    apresentao futura, quando imaginou poder cobrir o deficit.

    Apresentado o ttulo ao banco na data acordada, no houve

    compensao por insuficiente proviso de fundos.

    Nessa situao, o entendimento doutrinrio e a jurisprudncia

    dominantes no sentido de que, no tendo havido fraude do emitente,

    LISTA DAS QUESTES

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    Arnaldo.

    Nessa situao hipottica, Celso cometeu o crime de

    A) extorso indireta.

    B) ameaa.

    C) extorso.

    D) exerccio arbitrrio das prprias razes.

    E) abuso de incapazes.

    06 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)

    Tlio furtou determinado veculo. Quando chegou em casa, constatou

    que no banco de trs encontrava-se uma criana dormindo. Por esse

    motivo, Tlio resolveu devolver o carro no local da subtrao.

    Com relao a essa situao hipottica, assinale a opo correta.

    A) Tlio cometeu furto, sendo irrelevante a devoluo do veculo na

    medida que houve a consumao do crime.

    B) Tlio praticou furto, mas dever ter sua pena reduzida em face do

    arrependimento posterior.

    C) Tlio cometeu furto e sequestro culposo, ficando isento de pena em

    face do arrependimento eficaz..

    D) Tlio dever responder por roubo, pois o constrangimento liberdade

    da vtima caracteriza ameaa..

    E) Tlio no praticou crime, posto que, ao devolver voluntariamente o

    veculo, tornou a conduta atpica em face da desistncia voluntria.

    07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)

    Nilo, do interior da penitenciria em que se encontra preso, ligou para

    Ctia e exigiu que a mesma comprasse determinada quantidade de

    cartes para telefone celular sob pena de que se no o fizesse, mandaria

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    matar seus filhos. Intimidada e com receio de que as ameaas se

    concretizassem, Ctia cumpriu a exigncia. Na situao apresentada,

    Nilo praticou o crime de

    A) roubo.

    B) furto.

    C) extorso.

    D) apropriao indbita.

    E) estelionato.

    08 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -

    ESPECFICOS)

    O furto privilegiado no se confunde com a aplicao do princpio da

    bagatela, pois, ao contrrio do que se d nas hipteses de aplicao

    deste ltimo, no h excluso da tipicidade, e mantm-se presentes os

    elementos do crime, ainda que a pena ao final aplicada seja to somente

    de multa.

    09 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -

    ESPECFICOS)