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DIREITO PENAL III CASOS CONCRETOS SEMANA 1 CASO CONCRETO 1 João e Gilberto, na intenção de matar Carlos, planejam o uso de uma moto para efetuar a execução. Assim sendo, seguindo o carro de Carlos, João, que está pilotando a moto, emparelha com o carro da vítima enquanto Gilberto, que está na garupa efetua dois disparos certeiros contra Carlos, os quais vêm a ocasionar sua morte. Ante o caso concreto exposto, com base nos estudos feitos acerca das teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, analise as condutas de João e Gilberto. Responda de forma fundamentada. CASO CONCRETO 2 Marcos, feirante, com a finalidade de prejudicar Beto, concorrente seu, convence Tuco a derrubar sua barraca, dizendo que aquele ficaria contente e lhe daria um doce. Tuco, animado com a idéia, corre e joga a barraca de Beto no chão, o que vem a lhe render uma boa sova. Sendo certo que Marcos aproveitou-se do fato de Tuco ser doente mental - inimputável, bem como sequer encostou na barraca de Beto, com base nos estudos feitos acerca das teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, analise a responsabilidade penal das condutas de Marcos e Tuco. Responda de forma fundamentada. QUESTÕES OBJETIVAS 1)Em relação ao concurso de pessoas, é INCORRETO afirmar que: (131° Exame OAB/SP). a) ele pode realizar-se por meio de co-autoria e participação. b) co-autor é quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou omissão que caracteriza a infração penal. c) o partícipe realiza a conduta descrita pelo tipo penal. d) o partícipe pratica uma conduta que contribui para a realização da infração penal, embora não esteja descrita no tipo penal. 2)Fulgêncio, com animus necandi , coloca na xícara de chá servida a Arnaldo certa dose de veneno. Batista, igualmente interessado na morte de Arnaldo, desconhecendo a ação de Fulgêncio, também coloca uma dose de veneno na mesma xícara. Arnaldo vem a falecer pelo efeito combinado das duas doses de veneno ingeridas, pois cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente para produzir a morte, segundo a conclusão da perícia. Fulgêncio e Batista agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano do outro. Pergunta-se:( Juiz de Direito – MG). a) Fulgêncio e Batista respondem por tentativa de homicídio doloso qualificado. b) Fulgêncio e Batista respondem, cada um, por homicídio culposo. c) Fulgêncio e Batista respondem por lesão corporal seguida de morte. d) Fulgêncio e Batista respondem, como co-autores, por homicídio doloso, qualificado, consumado. 1

Direito PenalII 2009.1 II

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DIREITO PENAL III

CASOS CONCRETOS

SEMANA 1

CASO CONCRETO 1

João e Gilberto, na intenção de matar Carlos, planejam o uso de uma moto para efetuar a execução. Assim sendo, seguindo o carro de Carlos, João, que está pilotando a moto, emparelha com o carro da vítima enquanto Gilberto, que está na garupa efetua dois disparos certeiros contra Carlos, os quais vêm a ocasionar sua morte. Ante o caso concreto exposto, com base nos estudos feitos acerca das teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, analise as condutas de João e Gilberto. Responda de forma fundamentada.

CASO CONCRETO 2

Marcos, feirante, com a finalidade de prejudicar Beto, concorrente seu, convence Tuco a derrubar sua barraca, dizendo que aquele ficaria contente e lhe daria um doce. Tuco, animado com a idéia, corre e joga a barraca de Beto no chão, o que vem a lhe render uma boa sova. Sendo certo que Marcos aproveitou-se do fato de Tuco ser doente mental - inimputável, bem como sequer encostou na barraca de Beto, com base nos estudos feitos acerca das teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, analise a responsabilidade penal das condutas de Marcos e Tuco. Responda de forma fundamentada.

QUESTÕES OBJETIVAS

1)Em relação ao concurso de pessoas, é INCORRETO afirmar que: (131° Exame OAB/SP).a) ele pode realizar-se por meio de co-autoria e participação.b) co-autor é quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou omissão que caracteriza a infração penal.c) o partícipe realiza a conduta descrita pelo tipo penal.d) o partícipe pratica uma conduta que contribui para a realização da infração penal, embora não esteja descrita no tipo penal.

2)Fulgêncio, com animus necandi , coloca na xícara de chá servida a Arnaldo certa dose de veneno. Batista, igualmente interessado na morte de Arnaldo, desconhecendo a ação de Fulgêncio, também coloca uma dose de veneno na mesma xícara. Arnaldo vem a falecer pelo efeito combinado das duas doses de veneno ingeridas, pois cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente para produzir a morte, segundo a conclusão da perícia. Fulgêncio e Batista agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano do outro.Pergunta-se:( Juiz de Direito – MG).

a) Fulgêncio e Batista respondem por tentativa de homicídio doloso qualificado.b) Fulgêncio e Batista respondem, cada um, por homicídio culposo.c) Fulgêncio e Batista respondem por lesão corporal seguida de morte.d) Fulgêncio e Batista respondem, como co-autores, por homicídio doloso, qualificado, consumado.

SEMANA 2

CASO CONCRETO 1

Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade, disse para Lúcio, maior de idade, que pretendia subtrair o aparelho de som (CD player) do interior de um veículo. Para tanto, Lúcio emprestou-lhe uma chave falsa, plenamente apta a abrir a porta de qualquer automóvel. Utilizando a chave, Ricardo conseguiu seu intento. Na situação acima narrada, o é partícipe de furto executado por menor de idade responde normalmente por esse crime? Fundamente sua resposta de acordo com teoria adotada pelo Código Penal quanto à natureza jurídica da participação.(135° Exame de Ordem/SP – 2ª Fase. Cespe/UnB).

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CASO CONCRETO 2

Daniel e Ivo, na intenção de efetuar o seqüestro de um rico empresário (art. 159 do CP), conseguem que Heitor lhes empreste uma pequena casa localizada no interior do Estado para servir de cativeiro, sendo que o mesmo, apesar de não acompanhá-los sabia da pretensão dos dois amigos. Considerando que Daniel e Ivo conseguiram efetuar o seqüestro, mas logo após definir em entrega do resgate, Daniel, sem o conhecimento de Ivo, mata o refém, a fim de não serem reconhecidos. Assim, analisando o concurso de pessoas, defina a responsabilidade penal de Heitor, Daniel e Ivo. Justifique sua resposta com base nos estudos feitos sobre o tema concurso de pessoas.

QUESTÕES OBJETIVAS

1)Cleomar e Ricardo acordaram previamente a prática de um roubo contra um taxista, tendo simulado o interesse em fazer uma corrida, e já no veículo o primeiro anunciou o assalto empunhando um estilete, quando a vítima entregou a carteira com dinheiro e documentos pessoais a Ricardo. Este saiu correndo e Cleomar permaneceu no veículo por mais alguns instantes, momento em que com estocadas feriu gravemente a vítima a qual veio a falecer. Os dois foram denunciados pelo crime de latrocínio. De acordo com a legislação penal vigente, é correto afirmar que: (Defensor Público – RN).

a) Ricardo será punido pelo crime de latrocínio, pois a morte do taxista era resultado previsível da ação;b) comprovado que Ricardo quis participar do roubo na sua forma simples, o juiz poderá reduzir a pena do

latrocínio até a metade;c) Ricardo, comprovado que desejou participar apenas do crime de roubo, mas sendo previsível o resultado, será

condenado na pena do roubo na forma simples, a qual poderá ser aumentada até a metade.d) Ricardo deverá ser punido pelo crime de latrocínio, tendo em vista que, considerando a relação natural entre o

acordo para o roubo e a morte da vítima, independe se houve ou não prévio acordo sobre este último resultado.

2) Abelardo, tomado pelo sentimento de comiseração e misericórdia, com o intuito de abreviar o sofrimento de Leopoldo, amigo desde a infância e condenado pela doença, contrata Leôncio, mediante o pagamento da quantia de R$1.000,00, para este pôr fim ao sofrimento e à vida do enfermo. Diante da situação narrada, com base nas teorias adotadas sobre concurso de pessoas, é correto afirmar que Abelardo e Leôncio responderão:

a) ambos por homicídio privilegiado, pelo motivo de relevante valor moral (art. 121, § 1°, CP).b) ambos por homicídio qualificado (art. 121, § 2°, I, CP). c) Abelardo responderá por homicídio privilegiado (art. 121, § 2°, I, CP), bem como por homicídio qualificado (art. 121, § 2°, I, CP) por força da comunicabilidade das circunstâncias, haja vista ter contratado, mediante pagamento Leôncio e, este, por homicídio qualificado (art. 121, § 2°, I, CP).d) Abelardo responderá por homicídio privilegiado (art. 121, § 2°, I, CP) e Leôncio por homicídio qualificado (art. 121, § 2°, I, CP), pois as circunstâncias são incomunicáveis.

SEMANA 3

CASO CONCRETO 1

Marilsa, primária e com bons antecedentes, após encontrar na rua uma folha de cheque em branco pertencente a Joaquim, dirigiu-se a uma loja de eletrodomésticos, onde, mediante falsificação da assinatura no cheque, adquiriu diversos aparelhos eletroeletrônicos no valor de R$ 4.000,00, tendo retirado os objetos no momento da compra. Diante do caso narrado, tecnicamente a conduta de Marilsa amolda-se aos tipos penais de falsificação de documento público (art. 297, §2°, CP) e estelionato (art. 171, caput, CP). Neste caso é correto afirmar que há conflito aparente de normas ou concurso de crimes? Solucione o caso concreto com base nos estudos realizados sobre o tema.

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CASO CONCRETO 2

Júlio aproveita-se do fato de Marcos estar cochilando dentro do ônibus, em que ambos são passageiros, e subtrai sua carteira e celular. Em seguida, levanta-se e, mediante conduta atemorizadora, saca de arma de fogo e subtrai o relógio de Patrícia, o cordão de ouro de Carlos e a pasta de Roberto. Diante dos fatos narrados, indique a(s) espécie(s) de concurso de crime(s) aplicável(is) com base nos estudos realizados sobre o tema.QUESTÕES OBJETIVAS

1) Sobre o concurso material de crimes, assinale a assertiva correta: (Exame de Ordem – 1ª Fase. OAB/RS.2007)

a) Trata-se da hipótese em que o agente, por meio de um único golpe, atinge a integridade física de várias pessoas, querendo os resultados diversos.b) Trata-se da hipótese em que o agente coloca uma bomba em um avião para matar apenas um passageiro e, quando a aeronave está no ar, detona-a, matando todos os que estavam a bordo.c) Trata-se da hipótese em que o agente dispara dois tiros, que atingem pessoas diferentes, querendo ambos os resultados.d) Trata-se da hipótese em que o agente pratica diversas ações (e, por conseguinte, vários tipos) nas mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhantes, perfazendo, pelo seu conjunto, um único crime.

2) Francisco teve seu carro furtado. Soube, por testemunhas, que o autor da subtração foi Fernando. No dia seguinte, localizou-o numa via pública do bairro, dirigindo o veículo subtraído, e o abordou. Fernando desferiu-lhe vários golpes com uma barra de ferro, causando-lhe ferimentos graves, deixando, a seguir, o local com o automóvel que subtraíra. Diante disso, Fernando cometeu crime de:(Promotor de Justiça/ PE)

a) furto e crime de lesões corporais graves, em concurso materialb) roubo impróprio.c) roubo qualificado pelo resultado, em virtude de ter resultado lesões corporais graves.d) furto tentado e crime de lesões corporais graves, em continuação.e) roubo simples e crime de lesões corporais graves, em concurso material.

SEMANA 4

CASO CONCRETO 1

Adalto, frustrado pelas negativas de sua mulher Belízia, emprega grave ameaça com o fim de manter relações sexuais com esta por acreditar que o referido ”débito conjugal” lhe assegure o “direito de estuprar sua mulher”. Após a prática da conjunção carnal e irritado com Belízia, Adalto decide procurar outra mulher e dirige-se a um conhecido ponto de prostituição de sua cidade. Horas depois, encontra Débora, pessoa portadora de rara beleza e a indaga acerca de seus serviços. Débora, entretanto, afirma que não é prostituta, mas, garçonete e se nega a manter relações sexuais com Adalto que, ainda muito nervoso, utiliza-se de violência e obriga a vítima a retirar seu vestido, quando é surpreendido pelo fato de Débora tratar-se de um homem e não de uma mulher, razão pela qual praticou com a vítima ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Diante do caso concreto, a conduta de Adalto amolda-se, respectivamente, aos tipos penais de estupro e atentado violento ao pudor. Com base nos estudos realizados acerca do concurso de crimes e continuidade delitiva é correto afirmar que os delitos foram perpetrados em continuidade delitiva?

CASO CONCRETO 2

Em 17 de abril de 2005, Juliano desferiu dois tiros em direção a Caio com animus necandi , tendo ocasionado sua morte. Ocorre que ao disparar em direção a seu desafeto Caio, Juliano atingiu também Carlos, que em decorrência dos disparos, sofreu lesão corporal. Ressalte-se que Juliano jamais teve intenção de atingir Carlos, até porque não o conhecia, mas por coincidência, Carlos passou pelo local justamente no momento dos disparos. Aproximadamente um ano após o fato, Juliano foi condenado pelo crime de homicídio doloso (art. 121, § 2º, II, CP) e por lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, CP) na forma dos art. 71 e 73 do CP, tendo o magistrado aplicado a pena privativa de liberdade de 12 anos pelo crime de homicídio qualificado, aumentada de 1/6 pela existência do concurso formal, resultando na pena privativa de liberdade total de 14 anos de reclusão. Diante do caso narrado, foi correta a dosimetria de pena

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utilizada pelo magistrado no que tange ao concurso formal de crimes? Responda de forma fundamentada de acordo com os estudos realizados sobre o tema.

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Segundo o Código Penal (CP) brasileiro, quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, em vez de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, ele deve responder como se tivesse praticado o crime contra aquela. No caso de ser, também, atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do: (136° Exame OAB/SP, 1ª Fase)

a) concurso material.b) concurso formal.c) crime continuado.d) crime habitual.

2) João ingressou em um Shopping Center, tarde da noite, burlando a vigilância do local. Invadiu cinco lojas de proprietários diversos, valendo-se, para tanto, de chaves falsas. De cada uma das lojas, subtraiu inúmeras peças de roupas. Após a ação, deixou o local e foi preso passada meia hora, abordado por policiais militares que estranharam o volume de pacotes que carregava. João foi denunciado e condenado por cinco furtos qualificados. Na fixação da pena, o Juiz deve considerar as condutas como praticadas:

a) em concurso formal.b) como crime continuado.c) como crime único.d) em concurso material.

SEMANA 5

CASO CONCRETO 1

Haroldo foi condenado a pena definitiva de 08 (oito) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão pela prática dos crimes de furto qualificado e roubo majorado pelo emprego de arma e concurso de pessoas a ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. Em 06 de março de 2006, deu início à execução da reprimenda e, em 06 de julho de 2007, tendo adimplido 1/6 (um sexto) da pena e implementado mais de 1/4 (um quarto) do tempo total de cárcere, solicitou ao Magistrado da Vara de Execução Penal a progressão de regimes. Não obstante, os laudos técnicos não terem indicado coisa alguma além do esperado para criminosos - que os mesmos fazem uso de substâncias psicoativas, Haroldo teve seu pedido indeferido em 26 de fevereiro de 2008, sob o fundamento de ausência de requisitos subjetivos para a concessão da progressão, com base unicamente no laudo psicossocial do apenado. Irresignada com a decisão do Douto Julgador, a defesa interpôs Agravo em Execução com vistas a obtenção da progressão de regimes, tendo sustentado, inclusive, que os atestados de conduta carcerária indicam bom comportamento, conforme o exigido pela Lei 7210/84 como requisito subjetivo para a progressão de regime. Diante dos fatos narrados, solucione o caso concreto com base nos estudos realizados sobre os regimes de cumprimento de pena e sua progressão, bem como nos princípios constitucionais aplicáveis.

CASO CONCRETO 2

Kleber, condenado pela prática de delito contra os costumes, atentado violento ao pudor previsto no art. 214 do Código Penal, durante a execução de sua pena privativa de liberdade formulou, junto à Vara de Execuções Penais, autorização para freqüentar curso noturno de alfabetização e, ao término deste, formulou novo pedido, desta vez com vistas à aplicação analógica do art. 126 da Lei n. 7210/1984 (LEP), para fins de remição da pena pelos dias de estudo, sob o argumento de que o estudo, tanto quanto a atividade laborativa prevista na Lei de Execuções Penais, possui caráter ressocializador. Diante dos fatos narrados, solucione o caso concreto com base nos estudos realizados sobre o tema finalidade da pena e remição.

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QUESTÕES OBJETIVAS

1)Assinale a opção correta com base nos princípios de direito penal na CF: (136° Exame OAB/SP, 1ª Fase).

a) O princípio básico que orienta a construção do direito penal é o da intranscendência da pena, resumido na fórmula nullum crimen, nulla poena, sine lege .b) Segundo a CF, é proibida a retroação de leis penais, ainda que estas sejam mais favoráveis ao acusado.c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas até os sucessores e contra eles executadas, mesmo que ultrapassem o limite do valor do patrimônio transferido.d) O princípio da humanidade veda as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, bem como as de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e as cruéis.

2) Com base na Lei de Execução Penal, assinale a opção correta: (36° Exame de Ordem Cespe/UnB. 1ª Fase).

a) Os presos, sem distinção, têm direito a contato com o mundo exterior por meio de visitas, inclusive íntimas, correspondência escrita, leitura e demais meios de comunicação e informação. b) A assistência material ao preso consiste no fornecimento de alimentação, vestuário, objetos de higiene pessoal e da limpeza da cela, bem como instrumentos de trabalho e educacionais. c) A assistência à saúde do preso, de caráter preventivo e curativo, compreende atendimento médico, farmacêutico e odontológico. d) A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do preso faltoso e incluí-lo em regime disciplinar diferenciado, por interesse da disciplina, independentemente de despacho do juiz competente.

SEMANA 6

CASO CONCRETO 1

Júlio César, pai de Rodrigo, jovem de 7 anos, foi condenado a pena privativa de liberdade de seis meses de detenção, em regime aberto, por lesões corporais leves perpetradas em face de Adriano, de 10 anos, colega de escola de seu filho, ao acompanhar Rodrigo à festa junina de sua escola. Conforme testemunho de pessoas presentes no local, dentre elas professores da escola, Júlio César teria discutido e, consequentemente, agredido Adriano, por meio de apertões e empurrões, ao tentar retirar Rodrigo da barraca da “cadeia”, cujo “xerife” era Adriano e que estipulara, como condição para a soltura de Rodrigo, o pagamento de “fichas” de valor equivalente a R$1,00, o que fora prontamente negado por Júlio César, advindo, deste contexto fático, as lesões corporais descritas no auto de exame de corpo de delito. Irresignado com a pena fixada, Júlio César, por meio de seu advogado, interpõe recurso de Apelação com vistas à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa. Diante dos fatos narrados, solucione a questão com base nos estudos realizados sobre as medidas alternativas à pena privativa de liberdade e sua finalidade.

CASO CONCRETO 2

Adalto e Leonardo foram condenados, isoladamente, à pena de 08 (oito) anos e 10 (dez) meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela prática do delito de tráfico e associação para fins de tráfico ilícito de drogas, previstos nos art. 33, c/c 40, VI, e art. 35, todos da Lei 11.343/06, pois, consoante sentença penal condenatória, ambos foram presos em flagrante delito por trazerem consigo 50 papelotes de cocaína e 2 buchas de maconha. Irresignados, apelam os réus, apresentando razões recursais em separado, com vistas à absolvição por ausência de provas em relação à associação para fins de tráfico, prevista no art. 35 da referida Lei e, a redução da pena para o mínimo legal com base na aplicação da benesse prevista no § 4°, do art. 33, bem como a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. As contra-razões e a douta Procuradoria de Justiça abraçam as conclusões da sentença e, especificamente, no que concerne à substituição de pena, por força do disposto no art. 44 da Lei n. 11343/2006. Diante dos fatos narrados, SOLUCIONE O CASO CONCRETO NO QUE CONCERNE À POSSIBILIDADE DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS

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PARA OS CRIMES DE TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS – EQUIPARADOS A HEDIONDOS com base nos princípios constitucionais aplicáveis à Teoria da Pena .

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, intimado a pagar a pena de multa que lhe fora fixada, mas não o fazendo, o condenado poderá:(32 Exame de Ordem Cespe/UnB. Março 2008):

a) Ter a pena de multa convertida em pena privativa de liberdade.b) Ter sua dívida inscrita na fazenda pública, com a conseqüente execução fiscal.c) Ter sua pena de multa convertida em pena restritiva de direitos.d) Ter o valor da pena de multa aumentado

2) Sobre a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, assinale a alternativa INCORRETA: (132° Exame OAB/SP– 1ª Fase).

a) Consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.b) Deve ser aplicada nas condenações acima de 01 (um) mês e até 02 (dois) anosde privação de liberdade.c) Dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.d) Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.

SEMANA 7

CASO CONCRETO 1

Glicério foi condenado à pena de de 11 (onze) anos e 4 (quatro) meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela prática dos delitos de peculato e formação de quadrilha, capitulados, respectivamente, nos art.312, caput, e 288, em concurso, de crimes, ambos do Código Penal. Irresignado com a decisão proferida em 1ª e 2ª Instâncias, impetra Habeas Corpus , com pedido de liminar, face ao Superior Tribunal de Justiça e sustenta, em síntese, a nulidade presente na fundamentação da exasperação da pena imposta, sob o argumento de que não constitui motivação idônea para o aumento da pena-base a consideração de inquéritos ou processos em andamento como maus antecedentes e Aduz, finalmente, que a pena teria sido aumentada em demasia em razão da inadequada consideração dos critérios fixados no art. 59 do Código Penal (maus antecedentes, culpabilidade, conduta social e conseqüências do crime) e do excesso de rigor no incremento decorrente da continuidade delitiva, tendo sido as penas-base dos delitos de peculato e de quadrilha ou bando estabelecidas no máximo. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados acerca dos critérios de fixação de pena-base, a ordem deve ser concedida, ou seja,o pedido de Glicério deve prosperar?

CASO CONCRETO 2

Jonas, Delegado de Polícia Federal, foi condenado à pena de 9 anos de reclusão pela prática dos delitos de peculato e concussão, previstos nos art. 312, §1° e 316, respectivamente, do Código Penal. Inconformado com as decisões proferidas em 1ª e 2ª Instâncias, impetra Habeas Corpus face ao Supremo Tribunal Federal com vistas a anular sentença penal condenatória e acórdão proferido sob o argumento de que, no que concerne à dosimetria de pena, houve a incidência de bis in idem , pois a condição de funcionário público é elementar do crime, por referir-se a crime funcional, e não pode ser utilizada como circunstância para fins de majoração de pena. Diante dos fatos narrados, solucione o caso concreto, com base nos estudos realizados sobre o tema.

QUESTÕES OBJETIVAS

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1)Entre as circunstâncias que sempre atenuam a pena, não está incluído o fato de o agente: (34° Exame OAB- Cespe/UnB):

a) desconhecer a lei;b) ter cometido o crime sob coação a que pudesse resistir; c) ter cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o tiver provocado;d) ter cometido o crime em ocasião de incêndio, inundação ou qualquer calamidade pública.

2) Sobre a aplicação da pena (CP, art. 59 a 76), assinale a alternativa INCORRETA: (Juiz de Direito/PR)

a) no concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na Parte Especial do Código Penal, o juiz deve levar em consideração todos os aumentos e/ou diminuições, não podendo limitar-se à causa que mais aumente ou diminua a pena.b) segundo o entendimento majoritário, inclusive sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.c)verifica-se a circunstância agravante da reincidência quando o agente comete novo crime, mesmo que a condenação anterior já transitada em julgado seja no estrangeiro.d)o rol das circunstâncias atenuantes não é taxativo, eis que o Código Penal expressamente admite outras hipóteses, mesmo que não previstas em lei.

SEMANA 8

CASO CONCRETO 1

CAIO, TÍCIO, MÉVIO E NERO, auditores fiscais, nascidos respectivamente em 12.06.1937, 14.08.1931, 23.04.1944 e 19.10.1947, foram denunciados no dia 04.07.2002 pela prática dos crimes de concussão e quadrilha ou bando, em continuidade delitiva. De acordo com a acusação, teriam comparecido à loja de CÉSAR, comerciante, no dia 23.08.2000, com o fim de realizarem fiscalização nos livros contábeis do estabelecimento e, mesmo não tendo encontrado qualquer irregularidade, teriam decidido no local exigir de CÉSAR que pagasse R$ 2.000,00 a cada um deles, com o que CÉSAR haveria concordado. Por esses mesmos fatos, CESAR foi denunciado pela prática do crime de corrupção ativa, também em continuidade delitiva. Após o oferecimento de defesa preliminar, foi a denúncia recebida no dia 06.08.2002. No dia 10.08.2006, foi proferida sentença condenando os fiscais como incursos nos crimes de concussão e quadrilha ou bando, praticados em continuidade delitiva, bem como CESAR, como incurso no crime de corrupção ativa, também em continuidade delitiva. Analisando as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal e atendendo às diretrizes do artigo 71 do Código Penal, o juiz fixou a pena mínima do delito mais grave imputado a CAIO, MÉVIO E NERO e aumentou-a de 1/6, chegando, assim, ao patamar final de 02 (dois) anos e 04 (quatro) meses de reclusão e 10 dias multa, no valor unitário de 1/30 do salário mínimo, para cada um. Tendo em vista que TÍCIO era reincidente e portador de péssima conduta social, o magistrado aumentou a pena base do delito mais grave a ele imputado, fixando-a em 03 (três) anos de reclusão, a qual foi, ainda, aumentada de 1/6 em razão da continuidade delitiva, chegando-se ao patamar final de 03 (três) anos e 06 (seis) meses de reclusão e 30 dias multa, no valor unitário de 1/30 do salário mínimo. No tocante a CÉSAR, sendo os crimes idênticos, estabeleceu a pena mínima e aumentou-a de um sexto, chegando ao patamar final de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de reclusão e 10 dias multa, no valor unitário de 1/30 do salário mínimo. A sentença transitou em julgado para o Ministério Público. Diante dos fatos narrados, analise fundamentadamente, com base nos estudos realizados sobre dosimetria de pena, a conduta de cada um dos envolvidos, indicando todos os argumentos que podem ser desenvolvidos em favor de cada um dos acusados no que se refere ao quantum de fixação de pena.

CASO CONCRETO 2

João foi condenado a 12 anos de reclusão pela prática de crime de homicídio doloso qualificado contra a vítima Paulo, e a dois meses de detenção pela prática do crime de lesão corporal culposa contra a vítima Maria, ambos os fatos resultantes da explosão de uma bomba caseira detonada por João. O magistrado, ao proferir seu decreto condenatório, fez incidir a norma estampada no caput do artigo 70 do Código Penal, tornando a pena de João

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definitiva, em 14 anos de prisão. Para tanto, ele usou o seguinte critério: 12 anos pelo cometimento do crime de homicídio, aumentados em 1/6, em razão da regra do caput do artigo 70 do Código Penal. Na condição de advogado contratado para elaborar as razões de apelação de João, exponha, de forma juridicamente fundamentada, a tese defensiva no que diz respeito unicamente ao quantum de pena aplicado. (33° Exame de Ordem Cespe/UnB - Prova Prático-Profissional Direito Penal e Direito Processual Penal)

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Acerca da reincidência, assinale a opção correta (35ª Exame OAB- Cespe/UnB):

a) para efeito de reincidência específica, prevalece a condenação anterior, se, entre a data do cumprimento da pena e a infração posterior, tiver decorrido tempo superior a 5 anos;b) para efeitos de reincidência, são considerados os crimes eleitorais, os crimes militares próprios e os crimes políticos;c) para se caracterizar a reincidência na prática de crime, é necessário que haja trânsito em julgado de sentença condenatória por prática de crime anterior;d) o agente que, na fase de recurso de sentença condenatória pela prática de crime, comete contravenção penal, deve ser considerado reincidente não-específico.

2) Com relação à aplicação da Pena é CORRETO afirmar que: (Juiz de Direito/ MG)

a) se o réu é primário e de bons antecedentes, a pena deve ser fixada no mínimo legal.b) as circunstâncias atenuantes e agravantes devem ser levadas em consideração na fixação da pena-base.c) a circunstância atenuante pode reduzir a pena aquém do mínimo legal, assim como a agravante pode

aumentá-la além do máximo cominado.d) é possível considerar as circunstâncias que qualificam o homicídio com as que o tornam privilegiado, desde

que sejam aquelas de natureza objetiva.

SEMANA 9

CASO CONCRETO 1

Caio, doente mental irrecuperável, diagnosticado por laudo pericial psiquiátrico, ficou tutelado por sua única irmã, maior de 18 anos, após a morte de seus genitores, que lhes deixaram uma pequena pensão, no valor de R$ 1.200,00, uma vez que seu pai, além de funcionário público, também descontava para um instituto de previdência privada. Enquanto era criança, morando na casa deixada por seus pais, Caio ainda não demonstrava sinais visíveis de periculosidade, permitindo que sua irmã trabalhasse, enquanto ficava sob a vigilância continuada de uma empregada doméstica diarista, sua “cuidadora” até que sua irmã retornasse do trabalho. Tornando-se maior, ainda residindo com a irmã, agora casada e trabalhando com o marido, Caio passou a agredir os “cuidadores” contratados pela família, sendo internado em Hospital Psiquiátrico Público, mas, por força a Lei 10.216/2001, retornando para casa, tão logo apresentasse um quadro sintomático de menor periculosidade, necessitando, cada vez mais, de maior número de “cuidadores”. Não suportando tantas despesas, sua irmã parou de trabalhar, sendo inúmeras vezes agredida por Caio, efetuando os Registros de Ocorrência Policial, mas manifestando a não intenção de representar contra seu próprio irmão doente.Ocorre que, Caio continuou agredindo violentamente sua irmã, causando-lhe lesões corporais leves, tornando tal situação insustentável para ela. Sem saber mais o que fazer, e como advogado consultado pela irmã de Caio encontre uma solução jurídico-penal para dar mais tranqüilidade a esta família, e os cuidados necessitados por Caio. Com base nos estudos realizados sobre o tema, solucione a seguinte questão: em caso de medida de internação, qual seria a duração prevista?

CASO CONCRETO 2

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Tício, condenado a 12 anos de reclusão, após o segundo ano preso, apresenta sintomas de doença mental. Submetido a exame psiquiátrico para verificação de sua periculosidade, constata-se que a doença mental sobreveio durante a execução a pena. Diante do caso narrado, qual procedência deve ser tomada pelo Juízo da Vara de Execuções Penais? Responda de forma fundamentada, com base nos estudos realizados sobre o tema e indique o tempo de duração da respectiva Medida de Segurança.

QUESTÕES OBJETIVAS

1) As medidas de segurança diferem das penas nos seguintes pontos:a) as penas são proporcionais à periculosidade do agente;b) as medidas de segurança e as penas são aplicáveis tanto aos inimputáveis como aos semi-imputáveis;

c) as penas têm natureza retributiva-preventiva e as medidas de segurança são preventivas;

d) as medidas de segurança ligam-se ao sujeito ativo pelo juízo de culpabilidade;e) as medidas de segurança são proporcionais à reprovação social.

2) Com relação à aplicação das medidas de segurança aos inimputáveis, o nosso Código Penal adotou o sistema:

a) vicariante, aplicando-se somente medida de segurança; b) duplo binário, aplicando-se pena e a medida de segurança ao mesmo tempo; c) duplo binário, aplicando-se primeiro a medida de segurança e, em seguida, a pena; d) vicariante, aplicando-se a pena ou medida de segurança;e) duplo binário, primeiro a pena e depois

medida de segurança.

SEMANA 10

CASO CONCRETO 1

Barney, foi condenado a dois anos de reclusão em regime fechado e 36 dias-multa, à razão unitária mínima, pela prática do injusto descrito no art.157, caput, n.f. art.14,II ambos do Código Penal (crime de roubo na forma tentada). O condenado, teve a execução da pena privativa de liberdade suspensa pelo prazo de três anos, mediante o cumprimento das condições estatuídas no art. 78, §§ 1º e 2º, do Código Penal, realizando-se a audiência admonitória no juízo da condenação. Diante do caso narrado, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda justificadamente às questões propostas:a) O prazo da suspensão precisa ser justificado?b) Aplicado o sursis, deve o juiz estabelecer o regime de cumprimento de pena?c) As condições previstas nos § § 1º e 2º do art.78 podem ser aplicadas de forma cumulativa?

CASO CONCRETO 2

Fred, rapaz trabalhador de 25 anos de idade, mêcanico de uma oficina de carros, foi processado e condenado pela prática de um crime hediondo, elencado pela lei 8.072/90, em março de 2008, a cumprir pena de reclusão em regime fechado. Fred, inconformado com a decisão proferida interpôs recurso de Apelação com vistas à concessão da suspensão condicional da pena, sob o argumento que o apelante é primário e sem antecedentes e, que, portanto contempla os pressupostos exigidos para a referida concessão que, na verdade, resta configurada como direito subjetivo seu. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados sobre o tema, solucione o caso concreto de modo a analisar a possibilidade de aplicação do sursis a crimes hediondos e equiparados. Caso o delito perpetrado por Fred fosse delito de tráfico ilícito de drogas, equiparado a hediondo, previsto no art. 33 da Lei n. 11343/2006, a resposta seria a mesma?

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QUESTÕES OBJETIVAS

1) A suspensão condicional da pena é providência que evita a prisão de condenados a penas de duração curta, sendo certo que sua concessão depende do atendimento de certos requisitos. Neste tema, o que se entende por sursis humanitário?

a)É aquele concedido na execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, podendo ser suspensa por 2 a 4 anos, independentemente da situação pessoal do condenado.

b) Entende-se por sursis humanitário aquele que beneficia pessoa com mais de 70 anos de idade, sendo aplicado a penas superiores a 2 anos, não ultrapassando 4 anos, no qual o período de prova é fixado entre 4 e 6 anos.

c) É aquele disciplinado no Código Penal, aplicável mesmo que a pena definida seja superior a 2 anos, não superando 4 anos, se razões de saúde do condenado justificarem o benefício.

d) É aquele em que o agente é beneficiado com a suspensão condicional da pena em razão de questões humanitárias,

tais quais, luto familiar, doenças graves de membros da família etc.

2) Assinale a opção correta quanto à suspensão condicional do processo: (134° Exame de Ordem OAB/SP).

a) Corre prescrição durante o prazo de suspensão do processo.b) O juiz pode especificar condições não-expressas em lei a que fica submetida a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação do acusado.c) O não-cumprimento da condição de reparação do dano, sendo possível ao réu fazê-lo, é causa de revogação facultativa.d) A instauração de processo por suposta prática de outro crime no período de prova é causa de revogação facultativa

SEMANA 11

CASO CONCRETO 1

André, Delegado de Polícia Civil, foi condenado como incurso no art. 1º, I, a, c.c. o § 4º, III, da Lei n. 9.455/97, ou seja, pela prática do denominado delito de tortura-prova, à pena de 03 anos e 06 meses de reclusão. Inconformado com as decisões proferidas em 1ª e 2ª Instâncias, impetra Habeas Corpus face ao Superior Tribunal de Justiça com vistas a anular sentença penal condenatória e acórdão proferido, sob o argumento de que, no que concerne aos efeitos extrapenais da condenação, especificamente, a perda de cargo, função ou emprego público, previsto no art. 92, I, do Código Penal, não configura efeito automático e, portanto, resta obrigatória a sua expressa determinação na sentença penal condenatória e, após seu trânsito em julgado, na respectiva carta de sentença, para fins de regular trâmite junto à Vara de Execuções Penais. Diante dos fatos narrados, solucione o caso concreto, com base nos estudos realizados sobre o tema e responda de forma fundamentada às questões abaixo:

a) A tese defensiva deve prosperar de modo a ser concedida a ordem?b) Caso André tivesse sido condenado, não pela prática do delito de tortura, mas pela prática de delitos contra a

Administração Pública, a saber: peculato e concussão, previstos nos art. 312, §1° e 316, respectivamente, do Código Penal a resposta seria a mesma?

CASO CONCRETO 2

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Alexandre da Silva foi condenado, à pena de um ano e quatro meses de reclusão como incurso nas sanções do art. 317, § 1º, do Código Penal, e art. 4º, alínea h, da Lei n 4.898/65,ou seja, pela prática dos delitos de corrupção passiva e abuso de autoridade, em concurso de crimes. A sentença penal condenatória foi prolatada em 9 de novembro de 2000, tendo a decisão transitado em julgado em 30 de outubro de 2001, sendo declarada extinta a pena pelo cumprimento em 26 de março de 2005 e, consequentemente, deferido o pedido de expedição de declaração de Reabilitação, nos termos do artigo 743 e seguintes do Código de Processo Penal. Com base na referida declaração, com base nos estudos realizados sobre o tema reabilitação responda, de forma fundamentada:um dos principais efeitos da declaração de Reabilitação é o direito ao sigilo de seus registros criminais, que não podem constar de folha de antecedentes ou certidão. Este direito configura-se como absoluto ou relativo? Quais situações fáticas podem ensejar a quebra do referido sigilo?

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Constituem efeitos genéricos da condenação e independem de declaração de sentença: (Procurador do Estado/MA)

a) A perda do cargo e a perda de mandato eletivob) A incapacidade para o exercício do poder-familiar e a perda em favor da União do produto do crime.c) A obrigação de indenizar o dano causado e a perda em favor da União dos instrumentos do crime, se a posse

destes constituir fato ilícitod) A perda de função pública e a obrigação de indenizar o dano causadoe) A perda de mandato eletivo e a perda do produto do crime em favor do respectivo Estado.

2) Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. No que se refere à reparação do dano no Código Penal, assinale a opção em que a assertiva está correta:(135° Exame de Ordem OAB/SP -Cespe/UnB)a) Pedro cometeu crime de furto, mas reparou o dano à vítima, por ato voluntário, na audiência de instrução criminal. Nessa situação, a reparação do dano é causa de diminuição de pena.b) Zeca foi condenado por roubo e, para reabilitar-se, consultou seu advogado, informando-lhe que já haviam passado mais de dois anos da extinção da pena, que manteve domicílio no país durante o referido prazo e que nada havia a desabonar sua conduta pública ou privada. Informou, ainda, que não reparou o dano causado pelo crime nem possuía documentos que demonstrassem a impossibilidade de fazê-lo. Nessa situação, a reparação do dano não é condição para a reabilitação.c) Hugo foi condenado à pena privativa de liberdade de dois anos de reclusão. Cumpriu mais de um terço da pena, comprovou comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto. Nessa situação, a reparação do dano não é condição para concessão do livramento condicional.d) Eduardo, funcionário público, praticou peculato culposo. Nessa situação, a reparação do dano, caso preceda à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.

SEMANA 12

CASO CONCRETO 1

Anderson, pedreiro e jovem de 27 anos, convivendo maritalmente com Alice, de 22 anos, há mais de dois anos, certa noite chega à sua casa, tarde e embriagado. Questionado por Alice acerca do seu paradeiro e comportamento, Anderson, irritado, desfere um soco na face da vítima, que cai no chão da cozinha e sofre lesões corporais de natureza leve. Revoltada com a conduta de seu companheiro, Alice, com a ajuda se sua vizinha Márcia, dirige-se à Delegacia de Defesa à Mulher e noticia à autoridade competente o ocorrido. Deste fato, resulta a condenação de Anderson à pena de 04 meses de detenção, em regime aberto, consoante pelo delito previsto no art. 129, § 9º, do Código Penal. Inconformado com a decisão proferida, haja vista ter sido julgado revel, Anderson interpõe recurso de Apelação com vistas à anulação da sentença proferida e, conseqüente absolvição, sob o fundamento de ausência de representação por parte de Alice. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados sobre ação penal, responda de forma fundamentada se o pedido de Anderson deve ser provido (deferido).

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CASO CONCRETO 2

Fernando, Pedro e Bernardo ofenderam a dignidade e o decoro de Clara durante uma festa visando humilhá-la.Após três meses do fato, Clara, ainda muito triste com as ofensas atribuídas a ela durante a festa, procura Alberto, conhecido advogado, a fim de propor queixa-crime contra os autores do fato. Entretanto, após alguns meses, no decorrer da ação, a ofendida passou a namorar Bernardo e, por tal motivo, o perdoou desistindo de prosseguir a ação penal face seu namorado. Diante do exposto, com base nos estudos realizados sobre os princípios aplicáveis à ação penal, é correto afirmar que o referido perdão não gerará qualquer conseqüência jurídica para os demais querelados?

QUESTÕES OBJETIVAS

1) A respeito da ação penal privada, é correto afirmar, EXCETO: (Exame OAB/MG. Abril de 2006):

a) a queixa contra um dos autores do crime obriga o processo de todos.b) a ação penal privada será considerada perempta se não houver pedido de condenação nas alegações finaisc) a renúncia ao direito de ação em favor de um dos querelados aproveita a todosd) na ação penal privada o Ministério Público não poderá aditar a queixa.2) Assinale a opção correta acerca da ação penal.(136° Exame OAB/SP – Cespe/UnB) a) Se, em qualquer fase do processo, o juiz reconhecer extinta a punibilidade, deverá aguardar o requerimento do MP, do querelante ou do réu, apontando a causa de extinção da punibilidade, para poder declará-la.b) A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, não se estende aos demais agentes.c) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o MP velará pela sua indivisibilidade.d) O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, inclusive ao querelado que o recusar.

SEMANA 13

CASO CONCRETO 1

Manoel Tobias, funcionário público do extinto SNI, na época do período de ditadura militar, se utilizou, por diversas vezes, de violência contra os presos políticos sob a égide daquele regime para obter deles a confissão, além do paradeiro de seus comparsas. Novamente volta à cena a discussão sobre a possibilidade de punição, agora, das agressões praticadas pelos torturadores na época do regime militar, sob o argumento de que a tortura é crime imprescritível. Com base nos estudos realizados sobre prescrição penal, responda, de forma fundamentada, se é correto afirmar que existem delitos imprescritíveis no ordenamento jurídico brasileiro. Ainda, indique a finalidade do instituto da prescrição e o lapso temporal máximo, previsto no ordenamento jurídico brasileiro, para a responsabilização penal do autor de uma infração penal.

CASO CONCRETO 2

Pedro das Dores, reincidente, nascido em 21/01/1986, foi denunciado pelo Ministério Público porque no dia 13/02/2006 subtraiu para si uma motocicleta, sendo perseguido e preso em flagrante delito pela polícia no momento da prática do crime. Após o recebimento da denúncia em 14/01/2007, o feito teve seu regular processamento, sendo certo que todas as testemunhas foram ouvidas, bem como o réu também pode apresentar a sua versão para os fatos. Em 15/04/2008, o juiz da 30ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro condena Pedro das Dores pelo crime de furto à pena de dez meses de reclusão em regime semi-aberto mais multa, porque reconheceu a ocorrência do crime na modalidade tentada, o que pôde trazer a pena na terceira fase aquém do mínimo legal. Intimados da sentença, nenhuma das partes recorreu. O magistrado, então, manda expedir mandado de prisão em desfavor de Pedro das Dores para que cumpra a pena privativa de liberdade imposta. A família do réu lhe procura desesperada, considerando que o oficial de justiça esteve na casa dos pais de Pedro Das Dores em busca do mesmo. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados sobre prescrição, responda às questões apresentadas.

a) Há alguma medida judicial para ser adotada em favor de Pedro Das Dores? Em caso afirmativo, qual o argumento?

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b) Na hipótese em análise, a reincidência influencia no cômputo do prazo prescricional?

SEMANA 14

CASO CONCRETO 1

RAIMUNDO NONATO foi preso e processado pelo crime de estupro cometido contra a sua própria filha. Julgado e condenado pelo delito descrito no artigo 213 do Código Penal a pena de reclusão, o magistrado reconheceu também na sentença em desfavor do réu a perda do poder familiar na forma do artigo 92, II do Código Penal. Depois de transitada em julgado a sentença penal condenatória foi expedido mandado de prisão em desfavor do condenado, mas o Estado demorou demais para prendê-lo, tendo sido declarada extinta a pretensão executória estatal pela ocorrência da prescrição. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados sobre prescrição, responda: uma vez declarada extinta a punibilidade pela ocorrência da prescrição da pretensão executória, tal declaração atinge a segunda parte da sentença que decretou a perda do poder familiar?

CASO CONCRETO 2

JOÃO foi processado, por ter sido preso em flagrante delito, na posse de substância entorpecente (dez cigarros de maconha) para consumo pessoal, sendo certo que na sentença o magistrado reconheceu a inimputabilidade do réu em razão da dependência toxicológica, impondo-lhe medida de segurança de tratamento ambulatorial. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados sobre prescrição, responda: qual o prazo prescricional da pretensão executória estatal de compelir o réu a cumprir a medida de segurança imposta?

QUESTÕES OBJETIVAS

1) A respeito da prescrição, assinale a opção correta: (35ª Exame OAB- Cespe/UnB):a) nas infrações permanentes, assim como na bigamia e na falsificação, a prescrição da pretensão punitiva começa a correr a partir do primeiro dia em que o crime ocorreu;b) no caso de o condenado evadir-se, a prescrição da pretensão executória deve ser regulada pelo tempo que resta da pena;c) a prescrição começa a correr a partir do dia em que transita em julgado, para a defesa, a sentença condenatória;d) o curso da prescrição interrompe-se pelo oferecimento da denúncia e pela sentença condenatória ou absolutória recorrível.2) Acerca do instituto da prescrição penal e seus efeitos, assinale a opção correta (34° Exame OAB- Cespe/UnB):a) a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, começa a correr o prazo da prescrição da pretensão punitiva;b) o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva significa que o réu pode ser considerado reincidente caso pratique novo crime; c) ocorrendo a prescrição da pretensão executória, o título executório é formado com o trânsito em julgado; entretanto, o Estado perde o direito de executar a sentença penal condenatória;d) ocorrendo a prescrição da pretensão executória, a vítima não tem à sua disposição o título executivo judicial para promover a liquidação e execução cível.

SEMANA 15

CASO CONCRETO 1

Ambrósio, com 20 anos de idade, pratica o injusto do art. 157, § 2º, I n/f art. 14, II, todos do Código Penal. O fato restou provado, sendo que, no curso da instrução criminal, apurou-se que o acusado havia morrido, tendo a defesa juntado o atestado de óbito de Ambrósio. O Juiz criminal ao prolatar sua decisão, julgou extinta a punibilidade com base no

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art.107, I, do Código Penal. Entretanto, após o trânsito em julgado da decisão, descobre-se por meio de prova pericial que, a Certidão de Óbito utilizada como documento comprobatório para a declaração extintiva de punibilidade era materialmente falsa. Diante dos fatos narrados, é possível a revisão desta sentença, ainda que transitada em julgado para a acusação, de modo a prejudicar o réu? Fundamente sua resposta com base nos estudos realizados sobre o tema extinção de punibilidade.

CASO CONCRETO 2

Setembrino, jovem de 26 anos, experiente e mulherengo, aproveita-se da ingenuidade de Angélica, jovem de 15 anos de idade, virgem e apaixonada por ele e a convence a manter relações sexuais por meio da promessa de casamento e amor eterno. A referida conjunção carnal ocorre em 13 de setembro de 2002, aniversário de Angélica. Face à sua conduta, Setembrino é preso, vindo a ser proferida sentença penal condenatória com a cominação da pena máxima de 4 anos de reclusão pela prática do delito previsto no art. 217, do Código Penal, cuja execução penal teve como termo a quo a data de 15 de julho de 2003, não tendo sido possível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, pois ausentes os pressupostos previstos no art. 44, do Código penal e, tampouco a concessão da suspensão condicional da pena, prevista no art. 77, do Código Penal. Em 28 de março de 2005 é publicada a Lei n. 11106 que revoga expressamente o delito de sedução previsto no art. 217, do Código Penal (seduzir mulher virgem, menor de 18 e maior de 14 anos e ter com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança. Pena: reclusão, de 2 a 4 anos). Diante da referida revogação é possível a Setembrino ser beneficiado, mesmo já tendo ocorrido o trânsito em julgado da sentença penal condenatória? Responda, justificadamente, com base nos estudos realizados sobre o tema extinção de punibilidade.

QUESTÕES OBJETIVAS

1) No que diz respeito ao indulto, assinale a opção correta:(134° Exame OAB/SP)

a) O indulto somente pode ser concedido por lei elaborada pelo Congresso Nacionalb) Trata-se de atribuição do presidente da República, exercida por meio de expedição de decreto.c) Não se admite indulto parcial.d) Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, este benefício não pode ser reconhecido, de ofício, pelo juízo das execuções penais competente.

2) Aponte a alternativa que está em desacordo com disposição do Código Penal relacionada com extinção de punibilidade: (Promotor de Justiça/SP)

a) Não se estende à receptação a extinção de punibilidade do crime antecedente, que é seu pressuposto.b) A sentença que concede perdão judicial pode ser considerada para efeito de reincidênciac) A perempção só pode ser reconhecida em ação penal exclusivamente privadad) No delito de falso testemunho, a retratação só produz efeito se ocorrida antes da sentença no processo em

que se deu esse ilícitoe) Reconhecida a prescrição da pretensão executória, subsistem os efeitos secundários da condenação.