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INSTITUTO SUPERIOR TUPY PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO JAQUELINE SCHNEIDER KLEINA A GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADA NA TERCEIRIZAÇÃO: UMA ANÁLISE NA RELAÇÃO ENTRE TERCEIRIZADOS E CONTRATANTES

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Dissertação Engenharia de Produção SOCIESC

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INSTITUTO SUPERIOR TUPYPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JAQUELINE SCHNEIDER KLEINA

A GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADA NA TERCEIRIZAÇÃO: UMA

ANÁLISE NA RELAÇÃO ENTRE TERCEIRIZADOS E CONTRATANTES

Joinville 2013

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JAQUELINE SCHNEIDER KLEINA

A GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADA NA TERCEIRIZAÇÃO: UMA

ANÁLISE NA RELAÇÃO ENTRE TERCEIRIZADOS E CONTRATANTES

Dissertação submetida ao Colegiado do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção em cumprimento parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Macedo

Joinville2013

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INSTITUTO SUPERIOR TUPYPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADA NA TERCEIRIZAÇÃO: UMA

ANÁLISE NA RELAÇÃO ENTRE TERCEIRIZADOS E CONTRATANTES

Dissertação submetida ao Colegiado do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção em cumprimento parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção

Dr. Marcelo Macedo – (Orientador)

Drª.(Examinadora)

Dr. (SOCIESC – Examinador)

Dr. Eduardo Concepción Batiz

Coordenador do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção

Jaqueline Schneider Kleina

Joinville, Santa Catarina, data

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Claudio Kleina, pelo amor,

apoio, incentivo e por me fazer tão feliz.

À minha filha Mirella que me enche de

alegria,força e inspiração. A vocês, dedico

este trabalho e minha vida.

Aos meus pais Izaura e Rodolfo, pelas

orações, incentivo e apoio.

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(Jaqueline)

AGRADECIMENTOS

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EPÍGRAFE

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RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo identificar as melhores práticas de transferência de conhecimento na relação entre empresas contratantes e empresas fornecedoras de serviços terceirizados. Partindo do pressuposto que funcionários terceirizados também contribuem para o resultado da equipe de uma empresa contratante, é importante que se pesquise sobre a transferência de conhecimento com funcionários terceirizados. Por meio de revisão bibliográfica, a pesquisa busca compreender os fundamentos da gestão do conhecimento e da terceirização. Com o entendimento destes dois elementos, visa identificar práticas que caracterizem a transferência de conhecimento entre os funcionários da empresa que contrata serviço – contratante – para os funcionários que executam tais serviços - terceirizados. Para se estabelecer tal relação será realizado estudo de caso múltiplo em empresas que adotam a terceirização, buscando-se relacionar os fundamentos da gestão do conhecimento com as práticas identificadas na relação dos funcionários contratados e contratantes conexas à transferência de conhecimento. Tem-se como objetivos específicos, contextualizar os fundamentos da gestão do conhecimento e terceirização; analisar o processo de transferência de conhecimento na área de serviços, bem como identificar as práticas dos trabalhadores terceirizados e contratantes relacionadas ao processo de transferência de conhecimento. Ao final, busca-se elaborar um framework com as melhores práticas de transferência de conhecimento identificadas no estudo.

Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Transferência de conhecimento. Terceirização

CK, 30/08/13,
inserir uma frase com resultados da pesquisa
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ABSTRACT

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Principais práticas identificadas no estudo setor farmacêutico 84

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Dados, informação e conhecimento..............................................

27

Quadro 2 Dois tipos de conhecimento.........................................................

31

Quadro 3 Divisão da Classificação Nacional das Atividades Econômicas – CNAE 2.0................................................................................. 44

Quadro 4 Transformações nas características dos serviços ......................

47 47

Quadro 5 Critérios competitivos para operações de serviços......................

56

Quadro 6 Diferenças entre atividade-meio e atividade-fim..........................

60

Quadro 7 Vantagens e desvantagens da terceirização ..............................

65

Quadro 8 Estágios da Implementação da terceirização estratégica ...........

68

Quadro 9 Processo de Gestão do Conhecimento na Terceirização ...........

72

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Espiral do Conhecimento ............................................................ 32

Figura 2 Modelo de Compartilhamento do Conhecimento de Tonet e Paz(2006) ...................................................................................

37

Figura 3 Distribuição de emprego por setor – Fevereiro 2013 ................. 54

Figura 4 Estoque de trabalhadores por segmento de serviços ................ 55

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LISTA DE ABREVIATURAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 17

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................... 19

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 19

1.1.2 Objetivos específicos................................................................................. 19

1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 19

1.3 ADERÊNCIA AO OBJETO DO PROGRAMA ................................................. 21

1.4 RESULTADOS ESPERADOS......................................................................... 23

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 23

2 GESTÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ..................................... 25

2.1 CONHECIMENTO E SUA ABORDAGEM NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ...............................................................................................

25

2.1.1 Transformando dados em informações e informações em

conhecimento ...................................................................................................... 28

2.2 A GESTÃO DO CONHECIMENTO ................................................................ 29

2.3 CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ................................. 31

2.3.1 A Espiral do Conhecimento ...................................................................... 33

2.4 TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO ..................................................... 34

3 SETOR DE SERVIÇOS ..................................................................................... 43

3.1 CARACTERÍSTICAS DO SETOR DE SERVIÇOS ......................................... 43

3.2 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA CONJUNTURA ECONÔMICA..........................................................................................................

50

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3.3 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA... 52

4 TERCEIRIZAÇÃO.............................................................................................. 59

4.1 O QUE É TERCEIRIZAÇÃO............................................................................ 59

4.1.1 Dificuldades das empresas contratantes ................................................. 62

4.1.2 Dificuldades das empresas prestadoras de serviços ............................. 63

4.1.3 Ferramentas de facilitação ........................................................................ 63

4.2 TERCEIRIZAÇÃO – PRINCIPAIS ASPECTOS TRABALHISTAS NO

BRASIL .................................................................................................................. 64

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO ............................ 65

4.4 TERCEIRIZAÇÃO COMO PRÁTICA ESTRATÉGICA .................................... 67

4.5 GESTÃO DO CONHECIMENTO NA TERCEIRIZAÇÃO ................................. 69

5 PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO .............................................. 75

5.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL ........................................................... 76

5.2 BENCHMARKING ........................................................................................... 77

5.3 COACHING ..................................................................................................... 78

5.4 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................. 78

5.5 COMUNIDADES DE PRÁTICA ....................................................................... 78

5.6 EDUCAÇÃO CORPORATIVA ......................................................................... 79

5.7 GESTÃO DE MARCAS E PATENTES ............................................................ 80

5.8 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM CLIENTES ..................................... 80

5.9 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ................................................................... 81

5.10 INTELIGÊNCIA COMPETITIVA .................................................................... 81

5.11 MAPEAMENTO DE CONHECIMENTOS ...................................................... 82

5.12 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................................... 82

5.13 MELHORES PRÁTICAS ................................................................................ 83

5.14 MEMÓRIA ORGANIZACIONAL .................................................................... 83

5.15 MENTORING ................................................................................................. 84

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5.16 PORTAIS CORPORATIVOS ......................................................................... 84

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 87

6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................... 87

6.1.1 Quanto à abordagem do problema ........................................................... 87

6.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos ........................................................ 87

6.1.3 Quanto aos objetivos ................................................................................. 88

6.3 O CASO ESTUDADO : EMPRESAS X, Y, Z ................................................... 88

6.3.1 Fontes de informação para a pesquisa .................................................... 88

6.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS ....................... 88

6.4.1 Observação sistemática ............................................................................ 89

6.4.2 Questionário ................................................................................................ 90

6.4.3 Entrevistas .................................................................................................. 91

6.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 92

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 92

REFERÊNCIAS 95

APÊNDICES 107

APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO 108

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1 INTRODUÇÃO

O panorama econômico que surge ao final do século XX revela que o

conhecimento, capacidade criativa ou bens cognitivos tornaram-se os principais

determinantes da capacidade competitiva das organizações no mercado mundial.

Este fenômeno passou a ser interpretado, a partir do instante em que se nota a

transformação de um regime de acumulação para a emergência de novas formas

produtivas suportadas pelo conhecimento criativo e capacidade inovadora das

pessoas e das organizações. Adverte-se ainda, um cenário no qual as empresas

consistem de características idiossincrática, baseadas em ativos e competências, e

nas quais a vantagem competitiva flui a partir do conhecimento dos indivíduos

(DRUCKER, 1998; CASTELLS, 2007; TEECE, 2007, TENG e SONG, 2011).

Figueiredo (2004) acrescenta que, no século XXI as organizações atuam sob

uma perspectiva voltada para a inovação. Dessa forma, os avanços econômicos e

sociais passam a depender da construção e orquestração de um conjunto de

organizações e instituições, cujos esforços precisam convergir para a geração de

conhecimentos inovadores que contribuam para avanços significativos nas

condições de vida das pessoas.

Entre as estratégias utilizadas para ampliar a vantagem competitiva, inclui-se

as atividades de negócios desenvolvidas nas relações interempresas. As redes

formadas entre as empresas propiciam um ambiente colaborativo, na busca de

resultados em iniciativas conjuntas. As empresas que mantem relações entre si

formam ligações, encontram pontos em comum, trocam informações e

conhecimento, criam bases de dados e geram elementos relevantes para o setor

(TOMAÉL, 2007; VERSCHOORE, 2008).

Para Dubbeld (2013), a cooperação e compartilhamento do conhecimento

entre empresas são essenciais para criar e manter vantagem competitiva. Para o

autor, a forma como o conhecimento é compartilhado e aplicado está diretamente

relacionado às características de gestão da empresa com os indivíduos que

possuem o conhecimento.

Neste contexto, configuram-se as discussões a respeito do processo de

terceirização. Pochmann (2012) expõe que a terceirização do trabalho reflete uma

das maiores alterações no modo de produção e distribuição de bens e serviços

verificados durante a passagem para o século XXI nas economias capitalistas. O

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autor acrescenta que nas economias desenvolvidas a terceirização se expressa,

muitas vezes, da opção pela ampliação dos ganhos de produtividade. No entanto, é

possível observar a adoção de novos meios de gestão da mão de obra e

incorporação tecnológica, que agrega um conjunto de novas formas de produção.

O contexto exposto por Pochamnn (2012), no qual novas formas de gestão

estão sendo aplicadas na terceirização, aponta à necessidade de analisar a

relevância da gestão do conhecimento neste processo. Os avanços na

terceirização permitem uma amplitude na relação entre as empresas envolvidas,

nas quais são possíveis a construção e transferência de conhecimento mais

robusta. Dessa forma, a terceirização se consolida justamente no momento em que

as empresas percebem que são necessárias mudanças na gestão, a fim de

atender clientes cada vez mais exigentes e presentes nas relações da empresa.

Partindo da ideia de que os funcionários terceirizados também contribuem

para gerar este conhecimento, o estudo tem como objetivo identificar as melhores

práticas de transferência de conhecimento na relação entre empresas contratantes

e empresas fornecedoras de serviços terceirizados. Para tanto, por meio de estudo

de caso, busca-se relacionar os fundamentos da gestão do conhecimento com as

práticas identificadas na relação dos funcionários contratados e contratantes

conexas a transferência de conhecimento.

Trata-se de estudo de caráter qualitativo e quantitativo. O estudo se realiza

primeiramente por pesquisa bibliográfica e, a partir deste material desenvolve-se o

estudo abordando os fundamentos que caracterizam a gestão do conhecimento e

terceirização de serviços.

A pesquisa se realiza também por meio de estudo de caso múltiplo,

aplicando-se questionário e entrevista, os quais possibilitarão analisar como ocorre

a transferência de conhecimento nas empresas estudadas, quantificar os dados

coletados e estabelecer uma relação entre os fundamentos da gestão do

conhecimento com as práticas identificadas na relação entre funcionários

contratados e contratantes.

O início do estudo ocorre buscando-se aprofundar o entendimento dos dois

grandes temas da pesquisa: gestão do conhecimento e terceirização de serviços.

O conhecimento tem se difundido como um dos principais fundamentos para

a construção de vantagem competitiva e lucratividade das empresas (TEECE,

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2007). Desta maneira, aplicar o conhecimento existente na organização de maneira

que este possa gerar novos conhecimentos continuamente é o ponto central de

qualquer estratégia de gestão do conhecimento (MARODIN E VARGAS, 2004;

GRANDO, 2012).

Para Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento é entendido como um

fenômeno humano pragmático, sempre em desenvolvimento. May e Taylor (2003)

asseguram que o conhecimento tem origem na experiência individual, emergindo

como uma combinação de habilidades, percepções, experiências e memórias

individuais.

Já a terceirização é definida por Ruduit-Garcia (2006) como um processo de

descentralização das atividades da empresa no sentido de desconcentrá-las para

que sejam desempenhadas em conjunto por diversos centros de prestação de

serviços e não somente em uma instituição. Beulen et al. (2011), resumidamente,

definem terceirização como o uso de agentes externos para realizar uma ou mais

atividades de uma empresa

Para Bernardes et al. (2007), a terceirização possibilita a produção e

transferência de conhecimento entre empresas contratantes e contratadas quando

aplicadas de forma a aproveitar a profundidade intelectual, as economias de escala

e as rápidas transformações no conhecimento especializado oferecidas pelos

fornecedores.

Diante de tais conceitos, tem-se como questão de pesquisa: quais ações de

gestão do conhecimento são identificadas na relação interempresas em uma

instituição de ensino superior e uma terceirizada de serviços de tecnologia e

informação?

Como resultado da pesquisa espera-se relacionar os fundamentos da gestão

do conhecimento com as práticas de transferência de conhecimento levantado no

estudo de caso e a partir de tais informações, elaborar um framework que possa

auxiliar gestores que atuam nas relações das empresas envolvidas na

terceirização.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar as melhores práticas de transferência de conhecimento na relação

entre empresas contratantes e empresas fornecedoras de serviços terceirizados,

através do estudo de caso com uma empresa de tecnologia e informação

prestadora de serviços para uma instituição de ensino.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Contextualizar o processo de gestão do conhecimento entre empresas,

focando o processo de transferência de conhecimento.

b) Analisar o processo de transferência de conhecimento na área de serviços.

c) Identificar as práticas dos trabalhadores de empresas fornecedoras de

serviços terceirizados relacionados ao processo de transferência de

conhecimento.

d) Identificar as práticas dos responsáveis pela contratação de serviços

terceirizados relacionados ao processo de transferência de conhecimento.

e) Elaborar um framework com as melhores práticas de transferência de

conhecimento identificadas entre empresas contratantes e terceirizadas

estudadas.

1.2 JUSTIFICATIVA

As abordagens relacionadas à adesão das organizações por modelos de

negócios e gestão que contemplam a relação interempresas apontam para a

necessidade de estudar como ocorre o gerenciamento do intercâmbio de recursos

e informações que envolvem esta relação. Neste cenário, pode-se citar a prática de

terceirização, também denominada globalmente como outsourcing. Mediante

revisão da literatura, nota-se um avanço na terceirização, no qual as empresas

estão cada vez mais adotando este modelo em atividades nucleares, diretamente

conexas ao negócio da empresa, buscando agregar, criar valor e vantagem

competitiva (PRADO, 2005; PLUGGE e JANSSEN, 2009). Por conseguinte, mais

recursos são envolvidos nesta relação, entre elas o conhecimento.

Durante muito tempo a terceirização foi vista somente como prática de

subcontratação, de segregação social e exploração, sem nenhuma perspectiva de

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gerenciamento. No entanto, os avanços na terceirização mostram que ele vem

assumindo posições não só em atividades de apoio, mas também em atividades de

caráter estratégico (PEUKERT, 2011). Ao adotarem a terceirização as empresas

vislumbram a possibilidade de captar conhecimento do terceiro e usá-lo para criar

vantagem competitiva (MOJSILOVIC et al., 2007). Assim, em razão da diversidade

de conhecimentos abrangidos na terceirização, considera-se que a relação das

práticas da gestão do conhecimento, como a criação, combinação e transferência

de conhecimento interempresas, favorecem o uso da terceirização e a busca pela

vantagem competitiva.

Esta pesquisa busca identificar as melhores práticas de transferência de

conhecimento na relação entre empresas contratantes e empresas fornecedoras de

serviços terceirizados. Katzenbach e Smith (2003) relacionam transferência de

conhecimento com ações que criam e transferem habilidades para membros da

equipe de uma empresa. Ma, Qi e Wang (2008) acrescentam que o

compartilhamento do conhecimento entre membros da organização, bem como a

organização e seus clientes, fornecedores e parceiros, desempenham um papel

fundamental na melhoria da qualidade dos serviços aos clientes, reduzindo os

ciclos de produção e aumentando a cooperação entre as unidades. Dessa forma,

partindo-se do pressuposto que funcionários terceirizados também contribuem para

o resultado da equipe de uma empresa contratante, é importante que se pesquise

sobre a transferência de conhecimento com funcionários terceirizados.

1.3 ADERÊNCIA AO OBJETO DO PROGRAMA

Tendo em vista que o objeto de pesquisa do programa se assinala pelo

estudo da gestão dos meios de produção - caracterizado pela existência de um

espaço de comunicação e elementos de infraestrutura inseridos em uma

organização - a aderência se justifica pelo grande tema desta pesquisa: Gestão do

Conhecimento.

Quel (2006) releva que a gestão do conhecimento suporta as ações

estratégicas da organização que promovem desenvolvimento sustentável a todos

envolvido na produção, direta ou indiretamente. O autor acrescenta ainda que, ao

se tratar do indivíduo, a capacitação e aprimoramento dos recursos humanos

passam a representar um trunfo para a organização, de forma a potencializar seu

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mercado de atuação. Reginato (2012) infere que a informação e o conhecimento

adquirido por meio da experiência dos participantes da organização poderão ser

combinados e fornecer subsídios para o aprimoramento ou desenvolvimento de

novos produtos ou meios de produção. Desta forma, o conhecimento armazenado,

o aprendizado e a experiência adquirida pelos membros da organização

possibilitam agregar valor e vantagem competitiva para a empresa.

A terceirização do trabalho expressa uma das maiores alterações no modo

de produção e distribuição de bens e serviços verificados durante a passagem para

o século XXI nas economias capitalistas. Podem-se observar, nesta modalidade de

produção, diferenças importantes no movimento geral de terceirização do trabalho

em diversas empresas (PONCHMANN, 2012). O autor acrescenta que, nas

economias desenvolvidas, a terceirização do trabalho resulta da opção patronal

pela ampliação dos ganhos de produtividades. A partir da adoção de novos meios

de gestão da mão-de-obra e incorporação tecnológica, o processo produtivo

passou a ser crescentemente compartilhado por um conjunto de diversas empresas

que subcontratam seus empregados. Leocádio (2005) infere que a terceirização se

destaca no momento que ela se constitui uma solução para problemas

organizacionais que vão da simples redução de custos até a canalização de uma

base de conhecimento especializada para processos que associam maior valor.

Mediante este contexto, Terra e Gordon (2011) explicam que ao se buscar

um modelo de substituição de mão de obra barata pela gestão do conhecimento,

as organizações passam a compreender de forma mais efetiva as necessidades

individuais e coletivas associadas aos processos de criação e aprendizado, visto

que a gestão do conhecimento é um processo contínuo que visa gerar o capital

intangível da empresa e estimular a conversão do conhecimento em todos os

pontos estratégicos da empresa.

Deste modo, dimensionada como um método produtivo e elemento

estratégico (Leocádio, 2005), o processo de terceirização nas organizações

necessita ser administrado de forma que permita a conversão do conhecimento dos

indivíduos envolvidos, para que estejam inseridos e participem do processo de

gestão de conhecimento nas organizações.

1.4 RESULTADOS ESPERADOS

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O objetivo desta pesquisa é identificar as melhores práticas de transferência

de conhecimento na relação entre empresas contratantes e empresas fornecedoras

de serviços terceirizados.

Na ambiente acadêmico percebe-se que há escassez de pesquisas que

relatam de forma clara, objetiva e aplicável como deve ocorrer a gestão de

conhecimento na relação interempresas, neste caso, entre as empresas envolvidas

na terceirização de serviços.

Portanto, o resultado esperado para a pesquisa, é relacionar os

fundamentos da gestão do conhecimento com as práticas de transferência de

conhecimento levantadas no estudo de caso e a partir de tais informações, elaborar

um framework que possa auxiliar gestores que atuem nas relações entre empresas

envolvidas na terceirização e demais modalidades que caracterizem relação

interempresas.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho se encontra estruturado em oito capítulos. O primeiro apresenta a

introdução, o objetivo geral e específicos, a justificativa do tema, a aderência ao

programa de pesquisa, os resultados esperados e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo faz uma análise descritiva dos principais fundamentos

da gestão do conhecimento, focando na criação e transferência de conhecimento.

O terceiro expõe um levantamento do setor de serviços, buscando-se

compreender e elencar as principais áreas que compõe este setor e caracterizar as

áreas estudadas nesta pesquisa.

O quarto capítulo introduz os principais conceitos a respeito da terceirização,

características, bem como os avanços na gestão das atividades provenientes da

terceirização de serviços.

O quinto capítulo elenca as principais práticas identificadas na gestão do

conhecimento na literatura. Através deste entendimento será possível estabelecer

relações com as práticas identificadas no estudo de caso.

O sexto capítulo caracteriza a pesquisa através da exposição da

metodologia adotada, técnicas e instrumentos utilizados para a coleta e análise dos

dados da pesquisa.

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Por fim, o capítulo oito apresenta as principais considerações da pesquisa,

ressaltando que se trata de um estudo em andamento.

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2 GESTÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

Diante dos avanços nos modelos de gestão, as empresas buscam meios de

empregar seus recursos de forma a gerar diferencial e vantagem competitiva. É

neste contexto que o conhecimento se destaca como um importante recurso para

as empresas, fundamental no desempenho estratégico (SCUMPARIM et al, 2011)

O grande desafio das empresas está em aliar o conhecimento a uma gestão,

que proporcione o uso adequado e eficaz deste valioso recurso. Mediante isso,

torna-se importante compreender os fundamentos que permitem a gestão do

conhecimento (LAURING e SELMER, 2011).

Este capítulo, portanto, tem por finalidade abordar os principais fundamentos

da gestão do conhecimento, tratando dos conceitos e criação do conhecimento,

conhecimento no contexto organizacional, a gestão do conhecimento e

transferência de conhecimento.

2.1 CONHECIMENTO E SUA ABORDAGEM NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL

O estudo do conhecimento e seus fundamentos filosóficos é um tema antigo

e é chamado de “Epistemologia” ou “Teoria do Conhecimento”. As questões

principais da epistemologia buscam definir o que é conhecimento, como alcançá-lo

e como defendê-lo contra o desafio céptico (NETO, 2006).

Uma definição de conhecimento ainda bastante utilizada foi desenvolvida por

Sócrates, e aparece em diferentes diálogos de Platão, como Teeteto, a República e

o Timeu. Na análise de Sócrates, o conhecimento seria uma opinião verdadeira

justificada, o qual Sócrates explica da seguinte forma: a opinião verdadeira,

acompanhada de razão é conhecimento e quando desprovida de razão, não é

conhecimento. Neste sentido, a opinião prefere-se a crença, assim conhecimento

implica em crença (ou opinião). Sobre esta definição, Nonaka e Takeuchi (1997)

referem-se a ela como definição “tradicional do conhecimento”. Analisando o termo

“verdadeira”, este pode ser entendido como uma adequação do intelecto e as

coisas, um enunciado teórico e uma realidade. Uma opinião seria verdadeira se, e

somente se, ela correspondesse a um fato real no mundo. É necessário também

entender o termo “justificada”, no entanto, neste aspecto o autor não adentra a

questão, uma vez que a justificativa consiste em evidências, e estas advém

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normalmente de observações, que por sua vez podem ser encontradas na ciência.

Este aspecto, porém, não integra o objetivo do presente estudo.

No que diz respeito à origem do conhecimento, Brauner e Becker (2006)

explicam que o conhecimento é intrínseco ao ser humano, como resultado de suas

experiências ou por meio de seu pensamento ou raciocínio. Lacombe e Heilborn

(2003) asseguram que o conhecimento seja o conteúdo do valor agregado ao

pensamento humano, gerado com base na percepção e manipulação inteligente de

conteúdos.

Sob a perspectiva de Sordi (2009) o conhecimento é um novo saber,

construído com base em reflexões de informações segundo valores e modelo

mental do indivíduo.

No contexto organizacional, os ambientes competitivos e globalizados

propulsionam as empresas a buscar vantagem consolidada e sustentável, para se

manterem ativas no mercado (COSTA, 2005). Para isso, Nonaka e Takeuchi (1997)

apontam que as organizações criam novos conhecimentos e aprendem, recebem

informações do ambiente externo, se adaptam a elas e criam novos

conhecimentos, dessa forma, recriam seu meio. Nesta mesma perspectiva,

Ponchirolli e Fialho (2005), explicam que o conhecimento é informação

internalizada pela pesquisa, estudo ou experiência que tem valor para organização.

Com esta mesma visão, Maraschin e Axt (1998) explicam que conhecimento é o

que fazemos com a informação, que pode estar relacionada à ação, ao exercício, a

atividades, redes, conexões. Conhecimento é a relação que o indivíduo tem com o

meio, com o que gera informação e movimento, dessa forma ele é gerado

vinculado com as condições sócio históricas de sua produção. Para os autores é

insustentável que o conhecimento se dê somente encapsulado no interior da mente

do sujeito, sendo que até mesmo a tecnociência, as novas tecnologias da

informação e a comunicação geram informações que fazem parte deste construto.

O conhecimento também pode ser definido como um conjunto de

informações, dados, relações que levam as pessoas a tomar decisões,

desempenhar atividades e a criar novas informações ou conhecimento (FIALHO et

al., 2010).

Ao relatar o conceito de conhecimento, percebe-se que sua construção está

vinculada às informações geradas no meio. As informações, por sua vez, são

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compostas por dados. Como há uma relação estreita entre estes três elementos,

torna-se importante entender a distinção entre eles.

Dado é definido por Davenport e Prusak (1998) como “um conjunto de fatos

distintos e objetivos, relativos a eventos. Num contexto organizacional, dados são

descritos como registros estruturados de transações”.

A informação é a base para a construção do conhecimento. É definida por

Fialho et al. (2010) como um produto necessário para construir o conhecimento,

alterando-o por meio do acréscimo de algo ou reestruturando. Pode ser visto sob

duas perspectivas: sintática (volume de informações) ou semântica (significado),

sendo que esta ultima é mais importante para a criação conhecimento, pois

envolve o significado transmitido, essencialmente relacionado com a ação humana.

Nas organizações, Drucker (1999) assegura que “informação é dado

investido de relevância e propósito. {...} e conhecimento, por definição é

especializado”. Assim, organizações baseadas em informações exigem, no geral,

mais especialistas para se concentrarem nas atividades operacionais, enquanto as

organizações baseadas em conhecimento precisam de atividades centrais, como

assessoria jurídica, relações públicas e assuntos trabalhistas. Estas possuem

objetivos nítidos, simples e comuns que se reflete em ações especificas.

Nonaka e Takeuchi (1997) explicam que conhecimento, ao contrário da

informação, diz respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma função

de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. O conhecimento, diferente da

informação, está relacionado à ação.

Para melhor entendimento desta relação, Davenport (1998) desmembra tais

elementos na prática. O autor explica que a informação é o elemento que serve de

conexão entre dados e conhecimento. Dados representam observações a respeito

de algum fato, acontecimento ou objeto, que podem ser analisados por pessoas ou

tecnologia destinada a este fim. A informação representa dados caracterizados

para um determinado propósito, sendo que somente os seres humanos é quem

possuem tais atributos. O conhecimento, por sua vez, é considerado pelo autor

como o mais rico elemento e o mais complexo de gerenciar e transferir. Davenport

(1998) elucida que quanto maior a evolução no processo de dados-informação-

conhecimento, maior é o envolvimento humano, visto que somente as pessoas são

dotadas para gerar o conhecimento e por estar contido na mente humana,

Page 28: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

envolvida por um contexto e significados que necessitam ser interpretados, é mais

difícil categorizá-los e sistematizá-los.

O quadro 1(um), sistematiza os conceitos expostos por Davenport (1998):

Quadro 1: Dados, informação e conhecimento

Dados Informação Conhecimento

Simples observações sobre o

estado do mundo

Dados dotados de relevância e

propósito

Informação valiosa da mente

humana

Facilmente estruturado

Facilmente obtido por

maquinas

Frequentemente

quantificado

Facilmente transferível

Requer unidade de análise

Exige consenso em

relação ao seu significado

Exige necessariamente a

mediação humana

De difícil

estruturação

De difícil captura em

máquinas

Frequentemente

tácito

De difícil

transferência

Fonte: adaptado de Davenport (1998)

Na perspectiva de Angeloni (2003) o maior desafio enfrentado pelos

tomadores de decisão é transformar dados e informação em conhecimento,

minimizando as diferenças individuais neste processo de transformação. Baseado

neste contexto, a seção a seguir destina-se a esclarecer este processo de

transformação.

2.1.1 Transformando dados em informações e informações em conhecimento

Angeloni (2003) depreende que transformar e relacionar dados, informações

e conhecimento, pode se tornar um processo arriscado e passivo de conflitos, visto

que envolve características individuais, que formam o modelo mental das pessoas

e, por conseqüente, pode interferir na codificação/decodificação destes elementos.

Desta forma, a autora assegura que ao se agir neste processo, o gestor

deve estar consciente das seguintes situações a serem enfrentadas, conforme

exposto por Pereira e Fonseca (1997) e Davenport (1998):

Existem diferenças entre os indivíduos no entendimento das informações

que se ouvem; que se falam; que se transmitem e retransmitem.

Page 29: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

As pessoas compreendem o que ouvem de acordo com seus interesses,

experiências e pré-julgamentos.

Existem informações que os indivíduos não percebem e não vêem; não

ligam ou não entendem; informações que vêem e não usam; informação que

procuram ou simplesmente pressupõe que existem.

O estado de espírito e de humor pode afetar a maneira de lidar com a

informação.

As abordagens informacionais normalmente privilegiam os atributos

racionais, seqüenciais e analíticos da informação e de seu gerenciamento,

em detrimento a outros igualmente importantes, como os relacionados às

abordagens intuitivas e não lineares.

Choo (2006) aponta que a informação é composta pelas experiências de

cada indivíduo e se torna conhecimento com significado de acordo com as

exigências da situação na qual a informação vai ser usada.

Mediante a diversidade de informações que compõe o ambiente

organizacional, bem como, as complexidades como são absorvidas e processadas

pelos indivíduos, Choo (2006) elucida que as informações necessitam ser

devidamente tratadas e gerenciadas, para que de fato sejam confiáveis e atendam

as demandas existentes no âmbito organizacional. Dessa forma, o autor orienta

que a informação precisa possuir alguns objetivos, como: responder a uma

questão, solucionar um problema, subsidiar uma decisão ou dar sentido a uma

situação.

Conforme já exposto, o conhecimento é elemento essencial para as

organizações se destacarem e se manterem competitivas. E este, por sua vez, é

construído por informações. A este respeito, Carvalho e Tavares (2001) conjeturam

que o conhecimento não se restringe a um coletivo de informações. As informações

carecem de uma percepção do contexto para gerar o conhecimento e para tanto,

necessitam do talento humano. De acordo com os autores “uma pessoa pode ter

acesso a inúmeras informações, mas se não souber colocá-las em um contexto,

interpretá-las diante do mesmo e traduzi-las em uma realidade, não estará gerando

conhecimento” (CARVALHO; TAVARES, 2001, p.46).

Diante disso, torna-se relevante que o conhecimento seja estruturado por

informações consistentes que agregam valor à organização. As informações,

Page 30: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

portanto, devem ser devidamente gerenciadas para que seus construtos atendam

adequadamente as demandas organizacionais.

2.2 A GESTÃO DO CONHECIMENTO

Segundo Álvares e Batista (2007) o termo gestão do conhecimento teve

origem na Suíça em 1986, proferido por Karl M. Wiig em uma Conferência da OIT

(Organização Internacional do Trabalho). Wiig definiu gestão do conhecimento

como construção sistemática, explícita e intencional do conhecimento e sua

aplicação para maximizar a eficiência e o retorno sobre os ativos de conhecimento

da organização.

De acordo com Takeuchi e Nonaka (2008) gestão do conhecimento pode ser

definida como o processo de criar continuamente novos conhecimentos,

disseminando-os amplamente pela organização e incorporando-os em produtos,

serviços, tecnologias e sistemas.

Albescu, Pugna e Paraschiv (2009) destacam que a gestão do conhecimento

proporciona à empresa melhoria na qualidade, possibilitando obter uma economia

mais substancial e uma visão mais abrangente da estratégia organizacional,

criando vantagens competitivas mais consistentes.

Holanda et al. (2009) sumarizam que há diversas abordagens para o tema,

com destaque para:

Abordagem de Wiig (1993): baseada nas práticas de exploração do

conhecimento e sua adequação a partir de práticas de gestão

específicas.

Abordagem de Leornard-Barton (1995): o foco da gestão do conhecimento

está nas atividades que envolvem soluções criativas; novas metodologias;

experimentos; novas tecnologias.

Abordagem de Nonaka e Takeuchi (1997): baseada na transformação do

conhecimento explícito em conhecimento tácito e vice-versa.

Abordagem de Barclay e Murray (1997): ênfase em aspectos culturais e de

redefinição de processos

Abordagem de Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001): baseada nos

capacitadores do conhecimento, como promover a visão do conhecimento;

Page 31: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

gerenciar conversas; propiciar um contexto adequado; globalizar o

conhecimento local; estratégias focadas para o conhecimento.

Abordagem de Nonaka, Toyama e Konno (2002): ênfase nas condições

favoráveis para criação do conhecimento organizacional, essas condições

necessitam de um ambiente físico, virtual e mental, os quais os japoneses

denominam Ba.

Abordagem de Probst, Raub e Romhardt (2002): aplicação de gestão do

conhecimento com base na abordagem de "elementos construtivos".

Abordagem de Choo (2003): baseada na organização do conhecimento a

partir do uso estratégico da informação.

Waltz (2003) explica que, baseado em diversas definições, é possível

elencar três características comuns no conceito de gestão do conhecimento:

A gestão do conhecimento é baseada na estratégia que aceita o

conhecimento como recurso central para alcançar os objetivos

organizacionais e que o conhecimento deve ser considerado uma forma de

capital intelectual a ser aproveitado.

A gestão do conhecimento pode ser comparada a uma cadeia de valor, uma

vez que parte da matéria prima (dados) em direção a produtos

(conhecimentos). O processo envolve aquisição (de dados), triagem,

filtragem, indexação e organização (informação), raciocínio (análise e

síntese) para criar o conhecimento e disseminá-lo na organização.

A Gestão do Conhecimento envolve disciplinas e valores culturais que são

compartilhadas em toda organização, estimulando a diversidade e promoção

de aprendizagem e resolução de problemas.

Na perspectiva de Spender (2008) a gestão do conhecimento está

relacionada à otimização dos valores econômicos entregues, ajustando o potencial

econômico do conhecimento quando ele possivelmente não esteja no local correto

ou de fácil acesso.

Sendo assim, a maneira como o conhecimento é criado e disposto na

organização é exposto na seção a seguir.

2.3 CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

Page 32: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Conforme exposto na seção anterior, a gestão do conhecimento envolve a

transformação do conhecimento individual para uma amplitude organizacional.

Neste sentido, Nonaka e Takeuchi (1997) explicam que o conhecimento pode ser

classificado em duas partes, sendo elas:

Conhecimento Tácito: é algo pessoal, difícil de formalizar, baseado em

experiências vividas, valores emoções. É peculiar ao ser humano, envolve

fatores intangíveis, oriundas de experiências, intuições e habilidades.

Conhecimento Explícito: é algo formal ou sistemático, pode ser expresso em

palavras ou números, podendo ser facilmente codificado, comunicado e

compartilhado através de linguagem comum, como fórmulas matemáticas,

manuais e assim por diante. Resulta do conhecimento tácito, podendo ser

entendido como a representação do conhecimento de alguém a partir de

algum registro, formalização entre outros. O conhecimento explícito permite

também a produção de conhecimentos novos, sejam eles tácitos ou

explícitos.

O quadro 2 (dois) demonstra a diferença entre o conhecimento tácito e o

explícito.

Quadro 2: Dois Tipos de Conhecimento

Conhecimento Tácito (Subjetivo) Conhecimento Explícito (Objetivo)

Conhecimento da experiência (corpo) Conhecimento da racionalidade (mente)

Conhecimento simultâneo (aqui e agora) Conhecimento seqüencial (lá e então)

Conhecimento análogo (prática) Conhecimento digital (teoria)

Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 67)

A geração de conhecimento está estritamente relacionada ao

compartilhamento de conhecimento entre os indivíduos que detém o conhecimento

tácito. Nonaka e Takeuchi (1997) declaram que “o modelo dinâmico da criação do

conhecimento humano é criado e expandido através da interação social entre o

conhecimento tácito e o conhecimento explícito”.

Como já exposto, o conhecimento tácito é intrínseco ao ser humano. É

subjetivo, composto por experiências, valores, crenças, habilidades e percepções

individuais.

Na esfera do conhecimento organizacional, Nonaka e Takeuchi (1997)

dispõem que a criação do conhecimento deve ser entendida como um processo

Page 33: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

que amplia para uma dimensão organizacional o conhecimento criado pelos

indivíduos. Neste mesmo sentido, Choo (2005) corrobora ao explicar que ao

permanecer guardado como know-how pessoal, o conhecimento tácito não tem

valor. É necessário que o conhecimento pessoal ou tácito, seja cultivado para que

ocorra o conhecimento explícito.

Lin (2007) acrescenta que o gerenciamento do conhecimento consiste em

capturar, organizar, reutilizar e compartilhar o conhecimento baseado na

experiência que reside dentro da organização, disponibilizando para os outros.

2.3.1 A Espiral do Conhecimento

Com respeito ao ciclo de gerenciamento exposto por Lin (2007), Nonaka e

Takeuchi (1997, p.80) apresentam o modelo de gestão do conhecimento chamado

“Espiral do Conhecimento”, mostrado na figura 1. Este modelo contempla a

interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e explícito, promovendo

a criação do conhecimento organizacional induzidos por diversos fatores.

Figura1: Espiral do Conhecimento

Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997)

A fase socialização compreende o momento no qual conhecimento tácito é

convertido novamente em conhecimento tácito, ou seja, experiências individuais

são compartilhadas, a fim de criar modelos mentais e habilidades técnicas. A

socialização favorece que um indivíduo adquira conhecimento tácito de outros sem

usar a linguagem.

Page 34: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Já na externalização, o conhecimento é expresso através da linguagem. O

conhecimento tácito é articulado em conceitos explícitos, expresso na forma de

metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos.

No processo de combinação, os conhecimentos produzidos na

externalização são sistematizados em esquemas de conhecimento. Na

combinação, o conhecimento é compartilhado por meio de documentos, reuniões,

conversas ou redes de comunicação compartilhadas.

Finalmente, no processo de internalização o conhecimento explícito é

incorporado pelo conhecimento tácito. O indivíduo absorve o conhecimento

explícito e o internaliza através de modelos mentais ou know-how técnico. Está

diretamente relacionada ao processo do “aprender”.

2.4 TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO

Na incessante busca por resultados elevados e melhor desempenho

mediante a concorrência, as organizações têm investido na constante

aprendizagem e busca por conhecimento. Para que isto ocorra, é necessário um

ambiente propício, o qual promova um espaço compartilhado para criação e

disseminação do conhecimento, espaço este denominado de contexto capacitante

ou ba, em que as pessoas possam sentir-se seguras e mobilizadas para

compartilhar informações e conhecimentos com o grupo e com a organização

(DRAGO et al., 2011). Os autores acreditam que nas organizações o conhecimento

é entendido como a experiência acumulada de seus colaboradores, seja de forma

espontânea ou estruturada entre indivíduos.

O compartilhamento do conhecimento é caracterizado por Devenport e

Prusak (2008) como a transferência do conhecimento de forma espontânea ou

estruturada entre indivíduos. Os autores acrescem que a transferência envolve

duas ações: a transmissão (envio ou apresentação do conhecimento a uma pessoa

ou grupo) e a absorção (incorporação e assimilação deste conhecimento). Na visão

de Brachos et al. (2007) compartilhar conhecimento implica tanto em doá-lo como

em recebê-lo e permite que um indivíduo possa combinar ideias, visões e

informações anteriormente díspares, tornando possível construir novo

conhecimento a partir daquele possuído por outros. Nesta mesma perspectiva, Lin,

Lee e Wang (2009) salientam que compartilhar conhecimento envolve a interação

Page 35: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

social, envolve o intercâmbio de conhecimento e habilidades de empregados em

todo departamento ou organização. Para Hosein e Bontis (2009), a transferência do

conhecimento envolve a transmissão e a difusão do conhecimento dentro de uma

organização ou entre diferentes organizações. Wechsler et al (2006) e Inkpen

(2008) acrescentam ainda que, se o conhecimento não for absorvido, então ele não

foi transferido. O fato de deixar o conhecimento disponível não caracteriza

transferência. O objetivo da transferência de conhecimento é melhorar as

habilidades das organizações e, portando, aumentar o seu valor. Mesmo quando

ocorre a absorção do conhecimento, neste não há representatividade se não

promover alguma mudança de comportamento ou desenvolvimento de uma nova

ideia que impulsione novo comportamento. Ireson e Burel (2010) concordam com

esta visão e afirmam que compartilhar conhecimento é uma atividade nos quais os

agentes envolvidos mudam seu conhecimento (informação, habilidades e

experiências).

O conhecimento baseado na experiência individual, também chamado de

conhecimento tácito, é de difícil formalização e compartilhamento em razão de se

tratar de um conhecimento pessoal, subjetivo, constituído de insights e intuições e

por isso complexo de comunicação. Em contrapartida, o conhecimento explícito é

codificado, é objetivo e pode ser representado em linguagem formal e permite

armazenamento (DRAGO et al. 2011). Este contexto representa o grande desafio

das organizações na esfera do conhecimento,

Na abordagem de Nonaka e Takeuchi (1997), ao nível organizacional, o

compartilhamento do conhecimento tácito e explícito acontece em um ciclo

ascendente do indivíduo até pontos da organização com o ambiente. No modelo

dos autores, a criação e compartilhamento do conhecimento ocorrem pela espiral

do conhecimento, baseado na conversão do conhecimento tácito e explícito, em

etapas que envolvem o indivíduo até alcançar a organização e o ambiente. Ainda

segundo os autores, as condições que motivam a espiral do conhecimento são:

intenção, autonomia, flutuação e caos criativo, redundância e variedade de

requisitos.

Quanto à tradução do conhecimento nas organizações, Davenport e Prusak

(1998) asseguram que o compartilhamento acontece quando a organização

contrata pessoas argutas e deixa que estas pessoas conversem entre si. Além

Page 36: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

disso, é necessário criar processos de orientação e/ou aprendizado para que os

conhecimentos tácitos, importantes na organização, não fiquem concentrados em

uma única pessoa. “Para que informações e conhecimentos possam ser

compartilhados de modo fácil, confortável e transparente, é preciso que haja

propício ambiente para compartilhar o conhecimento a ser implantado” acrescenta

Mcinerney, (2006, p. 57).

Chiarini e Vieira (2011) ressalvam que há duas principais maneiras para que

o conhecimento dos indivíduos se manifeste: através da pesquisa e

desenvolvimento, caracterizado como um processo off-line, de compartilhamento

do conhecimento e segundo, através do aprendizado como learn-by-doing, learn-

by-using, learn-by-interacting, etc., relacionado ao processo on-linede

compartilhamento do conhecimento. Sob o prisma de Child, Faulkner e Tallman

(2005) o compartilhamento de conhecimento e aprendizagem é decisivo para as

decisões de alianças entre empresas. Os autores explicam que nas relações entre

empresas existe a capacidade de aprendizado, representado pela competência das

organizações receberem conhecimento e aprenderem, que se convertem em

propriedade intelectual das organizações. Esta propriedade intelectual retorna as

empresas envolvidas, através da transparência nas ações colaborativas.

Por outro lado, Davenport e Prusak (1998) elencam fatores culturais

inibidores à transferência do conhecimento. Os autores explicam que os atritos

retardam e até impedem a transferência do conhecimento na organização.

Os atritos destacados pelos autores são: (a) falta de confiança mútua; (b)

diferentes culturas, vocabulários e quadros de referência; (c) falta de tempo e de

locais de encontro; ideia estreita de trabalho produtivo; (d) status e recompensas

vão para os possuidores do conhecimento; (e) falta de capacidade de absorção

pelos recipientes; (f) crença de que o conhecimento é prerrogativa de determinados

grupos, síndrome do “não inventado aqui” (g) intolerância com erros ou

necessidades de ajuda.

Convém asseverar que as práticas de gestão do conhecimento são

essenciais para minimizar os fatores inibidores da transferência do conhecimento.

Para tanto, Goulart e Angeloni (2009) explicam que gerenciar o compartilhamento

do conhecimento implica definir os agentes para a interação, mapear formas já

Page 37: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

existentes de interação e incluir novas práticas interativas de compartilhamento

focadas nos ativos de conhecimento.

Moitra e Kumar (2007) expõem que muitas empresas, apesar de terem

programas de gestão do conhecimento, não têm clareza sobre quais

conhecimentos gerenciar e por que. Em consequência disso, os sistemas de

gestão de conhecimento não eram nada mais que sofisticados repositórios de

documentos, com uma infinidade de conhecimentos arquivados. Os autores

asseveram que a gestão do conhecimento requer um ambiente orientado a

compartilhar, sendo fortemente influenciado pela atitude gerencial e crenças da

organização.

O modelo de compartilhamento de conhecimento proposto por Tonet e Paz

(2006), baseado nos pressupostos de Szulanski (1996) e Strocchia (2001) de que o

compartilhamento do conhecimento é um processo que se desdobra em quatro

fases – iniciação, implementação, apoio e incorporação – é suportado por quatro

fatores: a fonte e o destinatário do conhecimento a ser compartilhado, o

conhecimento em si (mensagem) e o contexto no qual ocorre o compartilhamento

do conhecimento. A figura 2 (dois) ilustra este modelo:

Page 38: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Figura 2: Modelo de Compartilhamento do Conhecimento de Tonet e Paz (2006)

Fonte: Adaptado de Tonet e Paz (2006, p.5)

A fase de iniciação compreende a identificação das necessidades de

conhecimento da organização e das fontes de provimento desta demanda, que

poderão ser localizadas no espaço interno ou externo da organização. Tonet e Paz

(2006) explicam que o mapeamento e desenvolvimento de competências

requeridas tanto para a fonte quanto ao destinatário, podem facilitar ou dificultar o

processo de compartilhamento do conhecimento. Aspectos relativos à estrutura

interna e a cultura organizacional são apontados como fatores impactantes no

processo.

A fase de implementação destina-se ao estabelecimento de vínculos entre a

fonte de conhecimento demandado e o destinatário, bem como condições

necessárias para esta ponte. As atitudes pessoais de ambos, aspectos do contexto

organizacional – como disponibilidade de tempo e estrutura facilitadora para o

compartilhamento – são fatores determinantes para facilitar ou dificultar a transição

desta fase.

A terceira fase tange o apoio que se tem para criar oportunidades para

esclarecer e retificar conhecimentos, em como monitorar a devida utilização dos

conhecimentos repassados, para se evitar o retorno à fase de implementação. A

fim de evitar possíveis dificuldades nesta fase, é importante advertir-se das reações

Análise das necessidades e oportunidades

Localização de fontes de

conhecimento

Interação fonte e

destinatário

Excercitamento/

prática orientada

Destinatário assimila

Destinatário não

assimila

Prática de conhecime

nto assimilada

Iniciação Implementa-ção

ApoioIncorporação

Page 39: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

do ambiente no compartilhamento do conhecimento; falta de linguagem comum

entre os transmissores do conhecimento; treinamento insuficiente dos usuários do

conhecimento; ausência de acesso às fontes de conhecimento; desempenho

insuficiente ou fora dos padrões esperados; falta de estrutura física ou materiais

para a prática dos novos conhecimentos; movimentação de pessoas,

desligamentos, remanejamentos; mudanças tempestivas que afetem a forma de

trabalho dos indivíduos.

Tonet e Paz (2006) destacam que quaisquer dificuldades ou problemas que

surgirem nesta fase, devem ser tratados com a maior brevidade possível, pois

práticas incorretas são difíceis de serem invalidadas.

Por fim, a quarta fase representada pela incorporação, envolve a prática do

conhecimento absorvido no ambiente de trabalho. Alguns aspectos merecem

especial atenção nesta fase para o maior êxito de sua aplicação: expectativas

inadequadas dos destinatários; exigência da aplicação do conhecimento em

situações adversas e/ou desconhecidas; redução do quadro funcional; mudanças

nas atividades realizadas; sobrecargas de trabalho.

Vergara e Alves (2009) notam que, embora o compartilhamento de

conhecimento aconteça, as circunstâncias que o facilitam são menos

representativas do que as que dificultam. A informalidade na construção do grupo e

satisfação com a tarefa configura-se como conjunturas facilitadoras no processo.

Considerando que grupos são constituídos por indivíduos e que suas

características afetam definitivamente o compartilhamento, as ações dos indivíduos

influenciam fortemente as ações do grupo. Neste contexto, a disposição dos

integrantes em compartilhar, direciona decisivamente os resultados objetivados.

Formas de organização, coordenação e execução do controle de trabalho

que privilegiam a competição interna agressiva, a luta por melhores cargos e

disputa pelo poder, são destacados por Vergara e Alves (2009) como inibidores do

compartilhamento de conhecimento. Como destaque, o perfil da liderança exorta

um comportamento de gestores participativos, preocupados em desenvolver

equipes de trabalho integradas, colaborativo e eficaz.

Correlato à transferência de conhecimento entre parceiros, Giannakis (2008)

assevera que transferência de conhecimento entre dois ou mais atores (indivíduos

e organizações) em um ambiente organizacional, é definido por como um processo

Page 40: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

no qual o conhecimento de um ator é adquirido por outro. A transferência incide

quando um ator é afetado por e aprende com experiência de outro ator, através de

rotinas e capacidades e em uma organização pode acontecer por meio da

interação pessoal, processos de patente, publicações entre outros.

Giannakis (2008) subsidia suas considerações através da análise de

transferência de conhecimento entre parceiros no desenvolvimento de

fornecedores -SD programmes- processo no qual há esforços cooperativos entre

uma empresa compradora e fornecedora a fim de promover melhorias às empresas

envolvidas. O estudo de caso múltiplo ocorreu em quatro grandes empresas na

Inglaterra, uma no setor de serviços financeiros, uma indústria farmacêutica, uma

empresa de telecomunicações e uma operadora de aeroporto.

Para o estudo, Giannakis (2008) definiu quatro estágios para transferência

de conhecimento:

1) Aquisição de informação de um fator externo.

2) Comunicação desta informação para o restante da organização.

(os 2 primeiros estágios se referem a quem, como e o quê é compartilhado)

3) Aplicação, e então adoção e retenção da informação na organização

(modelo para adoção do conhecimento compartilhado)

4) Assimilação da informação: representa o processo de aprendizado

cumulativo que envolve mudança em habilidades e atitudes dos indivíduos,

bem como as rotinas organizacionais, reflexos do uso do conhecimento

compartilhado.

O estudo de Giannakis (2008) revelou que os gerentes das empresas

estudadas consideram que compartilhamento de informação não acontece da

forma como desejam. Em todas as empresas, o meio mais comum pelo qual

dados, informações e conhecimento codificado são compartilhados é através de e-

mail e telefones.

Tendo como base os quatro estágios para transferência de conhecimento,

Giannakis (2008) analisou quatro variáveis no processo de aquisição e

comunicação: nível de compartilhamento das redes de informação, a frequência do

compartilhamento de informação, o tipo de conhecimento compartilhado e os meios

pelos quais ocorrem.

Page 41: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

O maior nível de processos de aquisição e comunicação foi identificado na

organização farmacêutica e operadora de aeroporto. No estágio de aplicação, os

entrevistados identificaram as boas práticas desenvolvidas ou transferidas por meio

dos SD programmes. Nas quatro empresas, as práticas mais relatadas foram

benchmarking, uso de questionários e workshops de treinamento.

Para o estágio assimilação, observou-se a dificuldade em se mensurar o

grau de assimilação do conhecimento. No entanto, a indústria farmacêutica e

operadora de aeroporto se mostrou mais avançadas neste processo.

A segunda etapa da pesquisa de Giannakis (2008) foi análise dos fatores

condicionantes para a transferência de conhecimento nas empresas que são:

Processos de interação: canais formais de interação entre parceiros

influenciam fortemente a velocidade e facilidade de transferência de

conhecimento. Na financeira não havia links diretos com fornecedor. Na

farmacêutica e operadora de aeroporto, times de Desenvolvimento de

Fornecedor são designados para agir como “guardiões” para a transmissão

de informação.

Aprendizado e ensinamento formal: nas empresas de telecomunicações e

financeira foi que o processo de transferência de conhecimento não era

fundamentado na filosofia learning by doing (aprendendo para fazer). As

duas outras organizações tinham modelos mais elaborados de treinamento,

nos quais os gerentes participavam de workshops numa área de

desenvolvimento especifica.

Habilidades dos indivíduos: nível de expertise dos indivíduos participantes.

Notou-se que em todas as empresas os gerentes não tinham conhecimento

suficiente de seus processos.

Atmosfera no programa: baseia-se na importância das empresas envolvidas

terem uma parceira forte entre entendimento mutuo e haver suporte entre os

parceiros.

No estudo realizado por Dyer e Hatch (2006) com o objetivo de analisar a

papel dos recursos de conhecimento da rede de fornecedores na performance da

empresa, os autores realizaram pesquisa na rede de fornecedores de autopeças

dos EUA que vendem tanto para Toyota montadoras americanas. O estudo

identificou que o maior de compartilhamento de conhecimento da Toyota resultou

Page 42: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

em uma taxa mais alta de aprendizado dentro das operações de manufatura dos

fornecedores para a Toyota e que entre 1990 e 1996 os fornecedores de autopeças

reduziram defeitos em 50% para a Toyota contra 26% para seus clientes

americanos.

Para Dyer e Hatch (2006) as diferenças de qualidade persistiram nos

fornecedores em virtude das rotinas interorganizacionais da GM, Ford e Chrysler,

que funcionavam como barreiras para a transferência de conhecimento nas plantas

dos fornecedores. O estudo revelou que recursos de rede influenciam no

desempenho da empresa. Também consideram que alguns recursos e

capacidades da empresa são específicos da relação e não são facilmente

transferíveis para outros compradores ou redes.

Page 43: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

3 SETOR DE SERVIÇOS

3.1 CARACTERÍSTICAS DO SETOR DE SERVIÇOS

O setor de serviços, também conhecido como terciário, foi tratado como um

setor improdutivo até os anos 30 e 40 do século XX. Seu papel era apenas

complementar os setores primário e secundário, já que estes fornecem os

produtos necessários ao setor terciário. Adiante, o setor de serviços passou a ser

motivo de estudos, principalmente a partir de meados do século XXI, devido aos

aumentos na participação do produto do setor terciário no produto total dos países

(BANCO MUNDIAL, 2011).

De modo geral, os estudos acerca do desenvolvimento econômico

demonstram que os economistas tendem a atribuir um papel secundário aos

serviços na produção da riqueza nacional. Contudo, o capitalismo evidencia uma

expansão do setor de serviços tão rápida quando as atividades produtoras de bens

(ALONSO, 2008; SILUK e DALLA NORA, 2011). O fenômeno econômico,

inaugurado, historicamente, a partir da Revolução Industrial inglesa no século XVIII,

caracteriza-se pela notável alteração da participação do setor primário, secundário

e terciário na produção. De modo geral, durante este circuito, a instalação das

primeiras estruturas manufatureiras, o setor industrial tende a ganhar peso relativo

no conjunto da economia, reduzindo, ao mesmo tempo, as participações do

emprego (inicialmente) e da renda (posteriormente) do setor agrícola.

Simultaneamente, em meio ao movimento expansivo da indústria, as atividades do

setor terciário transformam-se de modo incessante, adequando-se às crescentes

necessidades de apoio ao setor industrial. Em determinado momento, as atividades

manufatureiras, em termos das escalas setoriais do emprego e do valor adicionado,

passa a ceder espaço para as atividades do setor terciário, por meio de atividades

mais diversificadas e de maior complexidade (IPEA, 2012).

Kon (2006) considera que serviços podem ser definidos como atividades

econômicas que produzem utilidades relacionadas ao tempo, lugar, forma e

benefícios psicológicos. A autora acrescenta que as atividades de serviço facilitam

a produção e a distribuição de bens e simultaneamente atendem as necessidades

da vida pessoal dos indivíduos. Kon (2006) também observa o contraste do setor

de serviços com a produção de bens. Se por um lado um bem é considerado como

objeto tangível que pode ser produzido em um determinado momento e vendido

Page 44: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

posteriormente, os serviços são considerados intangíveis e perecíveis, pois são

criados e consumidos concomitantemente ou quase no mesmo momento.

São os serviços “em torno” do produto comercializado, que trabalham com o

objetivo de acrescentar elementos ao pacote de valor ofertado. A qualidade dos

serviços prestados é um dos principais fatores de competitividade, considerada o

marco delimitador da relação cliente/empresa (NEGI, 2009).

Meirelles (2006), considerando a conjetura de que o serviço é um trabalho

em processo, postula três atributos para a abordagem do setor:

1) Serviço representa o trabalho em toda sua amplitude, podendo ser realizado

por recursos em geral, não só por meio de recursos humanos, como o de

recursos mecânicos. Isso significa que serviços não se restringem as

atividades intensas em esforços de recursos humanos, mas abrangem

atividades ricas em capital, que abarcam a modernização e intensificam a

economia.

2) Serviço é trabalho em processo, no sentido amplo do termo. Dessa forma,

concebe um trabalho abrangido por ações. Com esse entendimento, defini-

se que os serviços possuem dinâmica intangível, já que é um trabalho em

processo e não se conhece de início qual será o produto final.

3) Todo serviço é realização de trabalho, mas nem toda realização de trabalho é

serviço, ou seja, não há uma correspondência entre serviço e trabalho. Por

meio desta definição, Meirelles (2006) explica que o trabalho realizado nas

atividades de serviço não é diferente do trabalho realizado nas atividades

produtivas, pois serviço é apenas um trabalho “automatizado”. O trabalho tanto

pode estar baseado em recursos humanos como em máquinas e equipamentos,

pois a forma de trabalho não caracteriza a atividade de serviço e sim o próprio

processo de realização de trabalho.

O setor de serviços, também denominado setor terciário, representa um

importante papel no crescimento da economia, tanto como atividade principal como

fornecedor de insumos para a indústria, destacando-se nas transações comerciais,

internacionais e na captação de investimentos externos diretos (MELO et al, 1998;

CANUTO et al., 2003; CHENAIS, 2005).

O quadro 3 (três) elucida a divisão CNAE (Classificação Nacional das

Atividades Econômicas) 2.0 dissociado em 21 atividades. As atividades A e B

Page 45: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

pertencem ao setor primário. O setor secundário engloba as atividades das seções

C D, E e F. Os demais pertencem ao setor terciário.

Quadro 3: Divisão da Classificação Nacional das Atividades Econômicas - CNAE 2.0

Seção Divisão CNAEA Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e

aqüicultura. B Indústrias extrativas C Indústrias de transformação D Eletricidade e gás E Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e

descontaminaçãoF Construção G Comércio; reparação de veículos automotores e

motocicletasH Transporte, armazenagem e correioI Alojamento e alimentação J Informação e comunicação K Atividades financeiras, de seguros e serviços

relacionadosL Atividades imobiliárias M Atividades profissionais, científicas e técnicasN Atividades administrativas e serviços complementares O Administração pública, defesa e seguridade socialP Educação Q Saúde humana e serviços sociais R Artes, cultura, esporte e recreaçãoS Outras atividades de serviços T Serviços domésticos U Organismos internacionais e outras instituições

extraterritoriais Fonte: Classificação Nacional das Atividades Econômicas – IBGE (2011)

De forma precisa, as atividades de serviço são classificadas em serviços

privados não financeiros (construção, comércio, transporte, alojamento e

alimentação, informação); serviços financeiros; administração pública; educação

saúde e assistência; outras atividades de serviços (CNS, 2013).

A partir da segunda metade do século XX é possível observar crescente

participação do setor de serviços no produto e no emprego da economia em geral.

Entretanto, esta participação não tem sido notada no âmbito econômico, uma vez

que este setor ainda é considerado pouco proeminente de inovação que a

indústria. Esta visão torna-se equivocada ao observar que as indústrias, que antes

Page 46: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

exerciam internamente as atividades de serviço, têm procurado cada vez mais

serviços profissionais especializados externos. Dessa forma, determinados

serviços atuam como transmissores de tecnologias para seus usuários - por meio

de consultoria e treinamento-e também como desenvolvedores de tecnologias,

como no caso de softwares e telecomunicações. Ainda neste contexto, as novas

tecnologias tornam possível uma série de novos serviços que, de forma recíproca

possibilita o desenvolvimento de novas tecnologias, como serviço de engenharia,

pesquisa e desenvolvimento, tecnologia da informação e outros (SILVA, NEGRI e

KUBOTA, 2006). Kon (2006) acrescenta que o crescimento de serviços na

economia mundial ocorre devido à facilidade das transações econômicas no setor

que, por sua vez, proporciona os insumos essenciais ao setor manufatureiro.

Alonso (2008) explica que o setor de serviços é fundamental para o

funcionamento da economia, principalmente em grandes centros urbanos. Por

outro lado, o autor salienta que devido à complexidade do campo-conseqüente da

difícil medição e conceituações das atividades do âmbito - a pesquisa e

entendimento do setor torna-sesubjacente, embora não reduza a importância do

mesmo.

Na perspectiva de Chenais (2002); Bianco & Colbari (2002), o crescimento

do setor terciário deve-se principalmente aos fatores citados abaixo:

a) A demanda por serviços sociais, que ocorre principalmente pelo aumento da

população feminina ativa e o envelhecimento da população. Tais fatores

incrementam os serviços de creches, asilos, escolas, etc.

b) O enredamento da organização econômica que amplia os serviços

administrativos, financeiros e de seguros.

c) A tendência de especialização das empresas e o surgimento dos “produtos-

serviços” (em que a produção e a comercialização de um bem material são

acompanhadas por uma série de serviços) tem permitido a expansão de

serviços pouco qualificados quanto as mais sofisticadas, como gerência,

relações públicas, P&D, informática, assistência técnica, etc.

Conforme a tecnologia progride e a informática avança nos processos de

serviços, alguns gêneros de serviços assumem processos fortemente baseados em

equipamentos e com baixa intensidade de trabalho, por outro lado, a própria

natureza de alguns serviços, requer alta proporção de capital fixo no processo

Page 47: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

produtivo. Desse modo alguns autores dividem as atividades de serviços de acordo

com a intensidade de capital e trabalho, serviços baseados em equipamento e mão

de obra (KON, 2004).

Alonso (2008) compartilha dessa afirmativa e acrescenta que os serviços

podem ser classificados em quatro categorias: serviços produtivos, serviços

distributivos, serviços sociais e serviços pessoais. O critério de classificação das

categorias é conforme o tipo de demanda.

Alonso (2008) apõe que os serviços produtivos são demandados, em sua

maioria, pelo setor industrial e os fatores que determinam este processo são as

decisões de investimentos no setor empresarial. Os serviços distributivos também

se acentuam na manufatura, diferenciando-se dos serviços produtivos porque não

participam diretamente na produção de mercadorias. São serviços auxiliares no

processo produtivo, sendo que sua demanda é gerada no contexto das famílias e

indivíduos. Os serviços sociais representam os consumos coletivos e em alguns

casos, comercializáveis. A demanda é proveniente, principalmente, dos indivíduos

e das famílias. Por último, os serviços pessoais são demandados,

preferencialmente por consumidores finais.

Alonso (2008) compõe as quatro categorias de serviço da seguinte forma:

1) Serviços produtivos: serviços financeiros e de seguros, serviços profissionais

e serviços imobiliários.

2) Serviços distributivos: comércio varejista, comércio atacadista, serviços de

transporte e serviços de telecomunicações.

3) Serviços sociais: serviços públicos, de saúde, de educação e serviços

sociais diversos.

4) Serviços pessoais: hotéis, bares e restaurantes, lazer, serviços domésticos,

serviços de reparos, estética, limpeza e serviços gerais.

Com base nas tipologias expostas por Alonso (2008) admite-se que os

serviços são demandados, em sua maioria, conforme são dimensionadas as

necessidades da manufatura, embora a produção de serviços não siga literalmente

a lógica de produção de bens, uma vez que existe um fator de incerteza inerente às

atividades que são realizadas conforme forem demandas. Para minimizar os riscos

e incertezas na prestação dos serviços é necessário manter a disponibilidade de

atender demanda sempre que solicitada pelo consumidor. Este aspecto é crucial

Page 48: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

para mensurar a quantidade de trabalho a ser absorvida, bem como os

mecanismos de motivação e sistema de remuneração dos trabalhadores (BIANCO

e COLBARI, 2002). Alonso (2008) acrescenta que a distinção dos serviços no setor

terciário permite avaliar quais tipos de serviços tem sido mais observados, quais as

tendências e desdobramentos das atividades do setor na economia.

.As teorias e conceitos tradicionais não se figuram suficientemente de forma

explicativa. Isto ocorre devido a constante introdução de tecnologia da informação

e industrialização de serviços, resultando em inovação organizacional e novas

formas de comercialização (KON, 2004)

O quadro 4 (quatro) especifica as principais transformações ocorridas na

produção, produto e consumo de serviços, decorrentes da inovação tecnológica.

Ressalta-se ainda, que a informação contribui e ocupa o principal fator de geração

de valor ao serviço.

Quadro 4: Transformações nas características dos serviços

PRODUÇÃO

Tecnologia e planta

Serviços anteriormente colocados em operação por meio de volumosos investimentos em edifícios, com a inovação técnica passam reduzir esses custos pelo uso da telecomunicação.

Trabalho

Serviços anteriormente altamente profissionalizados transformam-se em serviços com dependência reduzida de qualificações caras e escassas de mão-de-obra, através do uso de sistemas informatizados e inovações relacionadas, observa-se a realocação das operações-chave e áreas de baixos custos de trabalho.

Organização do processo de trabalho

A força de trabalho envolvida na produção artesanal, com limitado controle gerencial é substituído pela utilização da tecnologia da informação para monitorar ade trabalho, com o objetivo de favorecer as estruturas organizacionais, com dados dos trabalhadores diretamente introduzidos em bases de dados e nos sistemas de informações gerenciais.

Características da produção

A produção anteriormente não-contínua com limitadas economias de escala é substituída pela produção com componentes padronizados e alta divisão do trabalho.

Organização da indústria de serviços

Serviços públicos anteriormente produzidos pelo governo e outros freqüentemente em pequena escala com elevado número de empresas familiares e autônomos são substituídos por empresas terceirizadas ou privatizadas pelo governo.

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Natureza do produto

Produtos com características não-material, com dificuldades de distinção entre processo e produto, passam a adicionar componentes materiais (por exemplo, cartões de associados do cliente). Dessa forma, passa a ser utilizada a informática para as transações dos clientes.

Características do produto

Passam a ser empregada a utilização de softwares para cliente ou consumidor de serviços para arquivar as requisições dos consumidores para adequar o produto de serviços.

CONSUMO

Entrega do produtoServiços que antes eram entregues in loco, passam a ser entregues via telemática.

Papel do consumidor

Serviços que requerem insumos do consumidor no processo de planejamento e/ou produção, passam a utilizar de softwares como interface com o consumidor para captar informações e entregar encomendas.

Organização do insumo

Mediante a dificuldade na entrega dos serviços, cresce a disposição para uso de auto serviços, com a utilização de tecnologias inovadas (ex:caixa automáticos).

MERCADOS

Organização de mercadosPara diminuir custos embutidos na entrega de serviços, passa-se a utilizar sistema softwares para compra e entrega.

MarketingA dificuldade e custos para demonstração dos serviços são minimizados com a utilização da telemática.

Fonte: Adaptado de KON (2004)

Dentre as transformações que ocorrem no setor de serviço, Sundbo e

Gallouj (1998) dão ênfase as inovações que incorporam o setor. A relevância de

pesquisas de inovação tecnológica em serviços já foi adicionada inclusive na

Community Innovation Surveys, baseada no Manual de Oslo da OECD, o que

permite uma série de análises nacionais, bem como um balanço com práticas de

diversos países.

Sundbo e Gallouj (1998) e Kubota (2006) acrescentam que a inovação deve

ser um fenômeno de alguma relevância para ser considerada como tal. No setor de

serviços, os autores qualificam quatro dimensões de inovação:

1) De produto: trata-se da introdução de novas formas de produzir e entregar o

serviço.

2) De processo: são renovações de procedimentos para produzir e entregar o

serviço e podem ser subdivididas em duas categorias: no processo de

produção e no processo de entrega.

Page 50: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

3) Organizacional: diz-se respeito à introdução e participação de gestores no

processo de qualidade total.

4) De mercado: referem-se a novos comportamentos mercadológicos, como

por exemplo, encontrar um novo segmento ou ingressar em outra indústria.

Neste caso, os autores sugerem a forma de inovação chamada ad hoc, ou

seja, a construção socialmente interativa com um problema particular

proposto pelo cliente. Ela ocorre por meio da codificação e formalização da

experiência e competência.

Para a OECD (2006) as inovações em serviços apresentam as seguintes

características:

a) Dependem menos de investimento em P&D formal e mais aquisição de

conhecimento por meio da compra de equipamentos, propriedade

intelectual, assim como por meio da colaboração.

b) O desenvolvimento dos recursos humanos é crucial para os serviços, e a

falta de mão de obra qualificada se apresenta como gargalo para a

inovação.

c) Empresas menores tendem a ser menos inovativas e o empreendedorismo

favorece a inovação. Sobre este item, Silva Jr. (2013) acrescenta que as

empresas do setor de serviço empreendedoras possuem uma cultura

extremamente flexível, o que desperta o interesse dos colaboradores em

geral, pois a missão da empresa é disseminada e os meios para atingí-la

são discutidos frequentemente com toda a equipe.

d) Proteção de propriedade intelectual se torna um fator evidente,

especialmente no que diz respeito a softwares e métodos de negócios.

3.2A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA CONJUTURA ECONÔMICA

Em estudo realizado por Pena e Minayo-Gomes (2010), os autores

observaram que até o ano de 2010 o setor de serviços representava mais de dois

terços do PIB dos países desenvolvidos e, no Brasil, empregava cerca de três

quartos da população economicamente ativa.

De modo geral, as abordagens a respeito do desenvolvimento econômico,

apontam que os estudiosos da área atribuem papel secundário ao setor de serviço

na produção da riqueza nacional. Entretanto, o desenvolvimento do capitalismo

Page 51: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

vem evidenciando a expansão das atividades de serviço. Tal fato é manifesto com

o surgimento de uma gama de serviços, como resposta as renovadas exigências

do desenvolvimento em cada etapa da história, o que atesta sua forte inserção na

economia brasileira e internacional (ALONSO, 2008).

De acordo com Chesnais (1996) e Roggero (2013), o desempenho do setor

de serviços no desenvolvimento econômico tem sido analisado a partir do

desenvolvimento industrial, do processo de urbanização das sociedades e da

mundialização do capital. Oposto a esta ideia, Pena e Minayo–Gomes (2010)

acreditam que o setor de serviços não representa uma revolução, mas surge

discretamente na antiguidade, a partir da emergência tributarista, caracterizado

pela arrecadação forçada de impostos que, para isso, organizou pausadamente

atividades de serviços na esfera pública. Os autores explicam que no feudalismo o

Estado se organizava por meio da apropriação dos excedentes produzidos pelos

camponeses e servos. Na época, o setor terciário era composto pela associação

com a igreja.

Segundo Castells (1999), na passagem do fordismo para a acumulação

flexível, o setor terciário foi o grande absorvedor da mão-de-obra advinda dos

outros setores. A extensão da tecnologia e do conhecimento permitiu grandes e

significativas mudanças nas técnicas de produção, favorecendo a transição da

economia para os serviços. De forma expressiva, as mudanças da produção em

massa para a produção personalizada e flexível e das organizações verticalmente

integradas e burocratizadas para redes horizontais e flexíveis capazes de se

adaptarem conforme as demandas do mercado.

Ao longo do século XX, o setor de serviços apresenta acentuado

crescimento, acelerando-se a partir da década de 60 motivado pela revolução

microeletrônica, que induziu a reestruturação industrial a partir do crescimento da

produtividade e da globalização das atividades econômicas com impactos sobre

vários segmentos do setor de serviços, como seguros, telecomunicações,

transportes, serviços financeiros e serviços técnicos profissionais, além da

tendência de especialização das empresas, cujo resultado é a externalização tanto

de serviços menos exigentes de qualificação quanto aqueles mais sofisticados,

como gerência, publicidade, pesquisa e sistemas de informatização (BIANCO e

COLBARI, 2002).

Page 52: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

O novo contexto do setor de serviços no âmbito mundial tem permitido a

integralização e internacionalização no processo de produção ou subdivisão das

partes no processo produtivo em diferentes economias mundiais. Um exemplo

disso são produtos manufaturados que contém partes concebidas em diversos

países e funcionam por meio de programas, softwares gerados em outros países

(computador, celular, etc.) (KON, 2006).

De modo geral, alguns países como Estados Unidos, Indonésia e Brasil,

apresentam seus maiores ativos de capital humano no setor de serviços, o que

aponta um crescimento do setor tanto em empresas de manufatura, para agregar

valor a seus produtos físicos ou em empresas exclusivas na produção de serviços

(HIDAKA, 2006).

Com base neste contexto a seção a seguir se destina a aprofundar o estudo

sobre a evolução do setor de serviços no cenário econômico brasileiro.

3.3 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA

No Brasil, a proporção entre os setores primário, secundário e terciário, se

manteve praticamente igualável até a década de 1970 devido à participação do

Estado na economia. A partir de meados dos anos de 1980, ocorreu no Brasil a

estagnação da indústria e, por isso houve um crescimento do setor de serviços,

principalmente, em São Paulo devido à expansão do setor financeiro (OLIVEIRA Jr.

2011). O autor acrescenta que a partir dos anos 1990, a partir da estabilização do

Plano Real, há acentuado crescimento do setor. Em consonância com a ascensão,

destacam-se as reformas institucionais iniciadas no começo da década. Realçam-

se as reformas de desregulamentação da economia, abertura e valorização

cambial, reinserção do Brasil no fluxo internacional de capitais, com o aumento do

fluxo de investimento direto estrangeiro, além das privatizações.

Pochmann (2001) depreende que o maior impacto ocasionado pelo

crescimento do setor se reflete no mercado de trabalho, onde se observa maior

processo de terceirização, precarização do trabalho, aumento da rotatividade,

maior jornada de trabalho, além do grande aumentodo nível de desemprego, que

passa a ter características estruturais. Alves, Madeira e Macambira (2012) por sua

vez, defendem que o setor de serviços surge para apaziguar a significativa redução

do emprego no setor industrial. Neste período, observa-se crescimento do emprego

Page 53: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

no setor de comércio e serviços, que tem como papel principal absorver parte da

força de trabalho deliberada pelo setor industrial. Sob este prisma, a maior

capacidade de geração de empregos, desloca-se do setor industrial para o setor de

serviços nas décadas de 80 e 90.

Ele vem apresentando crescimento exponencial há mais de uma década.

Segundo estudo do IPEA, apontado por Oliveira Jr. (2011), há uma perspectiva de

que o setor de serviços representará 82% do PIB até 2.036. A pesquisa aponta que

em 2009 o setor contribuiu com 72,3% da geração de empregos no país, em 2010

alcançou a participação de 67,4% do PIB.

A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE aponta que em 2010, as

992.808 empresas do setor que integraram a pesquisa, obtiveram R$ 869,3 bilhões

de receita operacional líquida e despenderam R$172,5 bilhões em salários. Ainda

que a maior parte das empresas em 2010 atuasse no segmento de serviços

prestados às famílias (310.958 ou 31,3% do total), o segmento de transportes,

serviços auxiliares aos transportes e correio foram responsáveis pela maior parcela

da receita operacional líquida gerada no setor (R$ 251,1 bilhões ou 28,9% do total).

Também se destacaram, quanto à receita, os serviços de informação e

comunicação (R$ 233,5 bilhões ou 26,9% do total) e os serviços profissionais,

administrativos e complementares (R$ 220,8 bilhões ou 25,4% do total). Juntos,

estes três segmentos responderam por 81,2% da receita operacional líquida dos

serviços.

A pesquisa do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi),

citada por Gerbelli e Dantas (2013) demonstra que desde o início da crise

econômica em 2008, o setor de serviços foi o único que avançou acima do PIB.

Nestes quatro anos somados ao primeiro trimestre de 2013, o PIB do setor de

serviços avançou 11,6%, enquanto o crescimento brasileiro foi de 9,3%. No mesmo

período, a indústria cresceu apenas 2% e a agropecuária manteve-se estagnada,

com queda de 0,1%.

Fernando Rocha, economista, citado por Gerbelli e Dantas (2013) explica

que o progresso do setor de serviços no Brasil é incitado pela perda da

competitividade da indústria, em função do aumento dos custos de produção-

particularmente dos salários e valorização cambial. Outro aspecto apontado por

Rocha refere-se ao aumento da renda da população. O economista explica que

Page 54: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

quando as pessoas saem dos extratos de baixa renda para a classe média, há o

consumo de bens no primeiro momento. Posteriormente, são os serviços que

crescem mais, principalmente em saúde, educação e lazer.

Vasconcelos (2011), citando a pesquisa do IPEA que traça o perfil do setor

de serviços entre os anos de 1999-2003, explica que os serviços intensivos em

conhecimento (SIC) – empresas que podem ser caracterizadas como tecnológicas

ou cujos profissionais tem o foco no conhecimento administrativo, engenharia,

consultoria, gestão, entre outros – tem alta participação na geração de receitas do

setor. O grupo formado pelo segmento de informática, telecomunicações e serviços

técnicos voltados para as empresas é responsável por 37,9% da receita do setor

como um todo. Por outro lado, o segmento não é representativo na geração de

postos de trabalho (12,8%), por se tratarem de atividades intensivas em

conhecimento, que produzem muito valor, mas o fazem empregando pouca e

qualificada mão de obra em comparação com outros setores da economia,

conforme explica Claudio Kubota, pesquisador do IPEA. Na perspectiva de Carlos

Torres Freire, também pesquisador do IPEA, “as empresas intensivas em

conhecimento são importantes para o próprio setor de serviços e para outros

segmentos porque geram riqueza e empregam mão de obra qualificada”. Freire

explica ainda que, a contratação de empresas intensivas em conhecimento propicia

maior índice de inovação no país.

A pesquisa do Grupo Ipema, encomendada pela Central Brasileira do Setor

de Serviços – Cebrasse (2012) mostrou que 40 % das 11 mil empresas de 30

diferentes segmentos de serviços apontaram a dificuldade em contratar

profissionais qualificados como situação de alto impacto no setor.

Para 92,% dos entrevistados, a questão é a primeira entre os fatores

externos que impediram o incremento dos negócios das empresas no ano de 2011.

Em segundo lugar, com 86,5% das respostas, ficou a carga  tributária. No quesito

fatores internos (de gestão), o maior entrave para 87% dos pesquisados é atrair e

reter profissionais qualificados. Para Paulo Lofreta, presidente da Cebrasse, esta

dificuldade se encontra em qualquer atividade do mercado, desde pequenos

serviços de reparos ou serviços gerais até a contratação de profissionais

especializados, como engenheiros das áreas civil ou ambiental.

Page 55: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

A pesquisa mensal de emprego em serviços da CNS (Confederação

Nacional de Serviços) mostra que até fevereiro de 2013, a economia brasileira

totalizou cerca de 47,8 milhões de empregos com carteira assinada em fevereiro,

2,5% a mais em relação ao mesmo período de 2012. Desde montante, o setor de

serviços sustenta 54,3% (25.943,933 milhões de postos de trabalho).

Figura 3: Distribuição de emprego por setor – Fevereiro 2013

Fonte: Adaptado de Confederação Nacional de Serviços – 2013

De janeiro a fevereiro de 2013 foram criados 1,146 milhão de postos de

trabalho, sendo que o setor de serviços foi responsável por 50,9 % deste resultado,

seguido pelo comércio (30,2%) e pela construção civil (11,7%).

A pesquisa aponta ainda que, do montante de postos de trabalho no setor de

serviços gerados até fevereiro de 2013, 48% estão agrupados no setor de serviços

não financeiros (serviços prestados às famílias, serviços de informação, serviços

de transportes); 35% se encontram na administração pública; 14 % estão lotados

na educação, saúde e assistência e 3% em serviços financeiros.

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Figura 4: Estoque de trabalhadores por segmento de serviços

Fonte: Adaptado de Confederação Nacional de Serviços – 2013

Entre os segmentos dos serviços privados não financeiros, os serviços

prestados às empresas foram responsáveis pela maior parte dos postos de

trabalhos criados em fevereiro (16,2% dos empregos gerados na economia).

Serviços de informação foram os que registraram maior crescimento no ano com

3,7%.

A pesquisa indica ainda que o salário médio real dos trabalhadores

brasileiros foi de R$ 1.820,00 em janeiro de 2013, o que indica crescimento de

2,4% do salário médio desde janeiro 2012. O aumento do emprego nesse período

foi de 2,8% se comparado a janeiro de 2012. Estima-se que a folha de pagamento

tenha crescido 5,3% em termos reais. Nos serviços privados não financeiros, a

folha de pagamento cresceu 6,4% nos últimos 12 meses.

Para Silva Jr (2012) um dos maiores pilares de sustentação estratégica

deste setor é o profundo conhecimento do empresário sobre seu negócio e seu

mercado. Para tal, fica ressaltada a importância do gestor em observar e monitorar

os custos e a composição de preços do setor. Especialmente no setor de serviços,

o desperdício com tempo, material e força de trabalho, resulta a um custo final

extremamente alto para o consumidor. Além disso, para que haja sucesso em

marketing em serviços, é preciso conhecer os clientes detalhadamente; suas

Page 57: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

necessidades, preferências, seu ambiente e mudanças ocorridas diariamente em

seu meio.

A importância do setor de serviços na geração de empregos e renda exige

que resultados positivos relacionados à melhoria da qualidade sejam alcançados,

pois a concorrência encontrada nestes negócios aumenta a cada dia, apresentando

maior número de comodidades e vantagens a cada momento, impondo ao mercado

um ritmo de constante incerteza, atualização no padrão de consumo e busca

permanente no aumento da eficácia dos serviços prestados. Isto justifica o esforço

para melhorar o desempenho daqueles que sobrevivem diante das dificuldades

encontradas no mercado de trabalho no qual se compete não só em negócios, mas

no próprio trabalho em sua essência de ser (SILVA Jr. 2012).

Para tanto, o autor elenca 9 (nove) critérios para alcançar diferencial

competitivo nos negócios do setor de serviços, conforme quadro 5 (cinco):

Quadro 5: Critérios competitivos para operações de serviços

ConsistênciaConformidade com experiência anterior;

Ausência de variabilidade no resultado ou processo.

CompetênciaHabilidade para executar o serviço;

Atende as necessidades técnicas dos consumidores.

Velocidade de atendimentoProntidão da empresa e seus funcionários em prestar o

serviço.

AtendimentoAtenção personalizada ao cliente, comunicação e ambiente

adequado.

FlexibilidadeCapacidade em mudar e adaptar a operação de acordo com

necessidades dos clientes.

CredibilidadeBaixa percepção de risco;

Habilidade de transmitir confiança.

AcessoFacilidade de contato e acesso;

Localização e horas de operação convenientes.

TangíveisQualidade e aparência de qualquer evidência física (bens

facilitadores, equipamentos, instalações, pessoal).

Custo Fornecer serviço de baixo custo.

Fonte: Adaptado de Silva Jr. (2012)

Com base nos critérios adotados para potencializar e melhorar o

desempenho no setor, Silva Jr (2012) concilia que a terceirização favorece o

Page 58: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

cumprimento de tais critérios e fornece maior viabilidade e competitividade de

mercado, pois conduz a empresa a estar focada no ramo de negócios.

Ainda sob este prisma, Silva Neto (2005) infere que ao recorrerem as

prestadoras de serviços intermediários, as empresas buscam, além de vantagem

competitiva, a possibilidade de diferenciação dos serviços, concentração em sua

principal atividade, menores custos, maior qualidade nos serviços, maior

flexibilidade ao cliente, novas tecnologias e novos mercados. As empresas ao

reestruturarem suas operações e repassarem parte de suas atividades para

empresas especializadas colocam em movimento um intenso processo de

especialização produtiva. De acordo com a OECD (2006), um conjunto de serviços

intermediários bem desenvolvidos pode apresentar vantagens como a contribuição

para a diferenciação de produtos (serviços de controle de qualidade, serviços de

engenharia e design), facilita o acesso no mercado internacional (consultoria,

pesquisas de mercado), e converte custos fixos em variáveis (serviços de

alimentação, segurança, transporte). As externalidades criadas pelos serviços

prestados às empresas são, portanto, consideradas benéficas para a economia,

com geração de empregos, estímulo ao desenvolvimento de inovações entre outras

(SILVA NETO, 2005).

Page 59: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

4 TERCEIRIZAÇÃO

O conceito tradicional de empresa, na qual as atividades que geram valor

são produzidas internamente, estão sendo substituídas por ações que envolvem o

desenvolvimento de operações externamente. Neste contexto, a terceirização

assume um papel como estratégia de negócio amplamente adotada na era da

globalização (GONZALEZ et al, 2005, NATARAJAN, 2011).

Em seu surgimento na década de cinquenta, a terceirização era conhecida

apenas como contratação de terceiros com vistas à redução de custos e mão de

obra. Atualmente, Leiria (1996) aborda essa questão sob outro ponto de vista: “tudo

o que não constitui atividade essencial de um negócio pode ser confiado a

terceiros”.

Dessa forma, entende-se que enxugar a mão de obra na empresa não

significa aumento do desemprego. Pelo contrário, sua prática contribui no

desenvolvimento da economia e abre mercado para novos trabalhos e

oportunidades de emprego, pois exige mão de obra especializada para exercer sua

técnica.

4.1 O QUE É TERCEIRIZAÇÃO

De acordo com Leiria (1996) a prática de contratar terceiros surgiu nos

Estados Unidos, antes da II Guerra Mundial, e consolidou-se como técnica de

administração empresarial na década de cinquenta, com o desenvolvimento

acelerado da indústria. Alves (2012) corrobora ao explicar que na década de

cinquenta, buscando reduzir custos e aumentar a produtividade para clientes

estrangeiros, as empresas privadas contratavam serviços ou produtos de outras

empresas que se especializava em uma única atividade para atender a seus

contratantes. No Brasil, foi introduzida pelas fábricas multinacionais de automóveis.

Queiroz (1998) explica que na década de oitenta as fábricas multinacionais,

principalmente automobilísticas, adquiriam peças de outras empresas, guardando

para si a atividade fundamental de montagem de veículos.

Ramos (2001) conceitua terceirização (cujo termo em inglês, outsourcing, é

formado pelos termos out e source, ou seja, fonte externa) como a expressão

adotada para denominar um fenômeno cada vez mais presente no mundo e que

corresponde a uma forma de reorganização administrativa, por meio das quais

determinadas atividades de uma pessoa jurídica (pública ou privada) são

Page 60: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

transferidas para empresas contratadas para este fim. Nesta mesma perspectiva,

Franceschini et al. (2004) dispõem que terceirização “é uma abordagem de gestão

que permite delegar a um agente externo a responsabilidade operacional por

processos ou serviços até então realizados pela empresa”.

Zamberlan e Siqueira (2005), afirmam que a terceirização é entendida como

interveniente e intermediário na abordagem administrativa caracterizando-se como

uma modalidade através da qual se coloca um serviço de terceiros em uma

instituição que assumirá o desempenho desse serviço e que pode, dessa maneira,

ser chamada de atividade terceirizada. Segundo Santos (2002), terceirização é um

processo através do qual uma organização (contratante) contrata outra

(subcontratada), na perspectiva de manter com ela um relacionamento

mutuamente benéfico, com vista ao desempenho de uma ou várias atividades, que

para a contratante não convém ou não pode desempenhar e nas quais a

subcontratada é tida como especialista.

Campos (2004) propõe como definição de terceirização, o ato de transferir

para uma empresa prestadora de serviços especializados, os serviços não ligados

ao objetivo econômico da empresa contratante, sendo que os serviços serão

realizados através dos empregados da prestadora, dentro ou fora da empresa

contratante. De modo mais genérico, Carelli (2007) define terceirização como a

entrega de atividade periférica a empresa autônoma especializada.

Para MacIvor (2005) a terceirização surge como possibilidade de contratar

terceiro pra a realização de atividades que não constituem objeto principal da

empresa. A contratação pode envolver tanto a produção de bens ou serviços,

visando não só a redução de custos, mas também maior agilidade, flexibilidade e

competitividade à empresa. Kedia e Mukherjee (2009) explica que a terceirização

emergiu como uma prática estratégica efetiva com a qual as empresas podem

realocar suas funções de negócios (que anteriormente eram realizadas

internamente).

Para Uriarte e Colotuzzo (2009) os objetivos da terceirização, segundo a

visão empresarial são:

a) Centrar mais no que melhor faz para obter lucro e deixar que os outros

executem funções de apoio que, ainda que básicas na manutenção da

organização, não são produtoras intrínsecas de beneficio empresarial.

Page 61: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

b) Externalizar operações específicas a empresas especializadas, obtendo

maior eficiência e economia e evitando a aquisição de infraestrutura de

atividades periféricas.

c) Conseguir se adaptar as instabilidades do mercado.

Franceschini et al. (2004) sumarizam que a essência da terceirização é a

interface organizacional entre contratante e terceirizado durante todas as

atividades da terceirização. Giosa (1997) acrescenta que as atividades

terceirizadas podem ser classificadas em três modalidades:

1) Atividades-acessórias: como limpeza, segurança, manutenção,

alimentação.

2) Atividades-meio: como departamento de pessoal, manutenção de

máquinas, contabilidade.

3) Atividades-fim: como produção, vendas, transporte de produtos.

Como na legislação brasileira traz em seus critérios de terceirização por

várias vezes os termos atividade-meio e atividade-fim, cabe aqui fazer uma

descrição das diferenças de tais atividades, exposta no quadro 6 (seis):

Quadro 6: Diferenças entre atividade-meio e atividade-fim

MEIO FIM

São aquelas que agregam custo ao produto

São aquelas que agregam valor ao produto

Caracterizam-se como ações e atitudes administrativas ou intermediárias no processo produtivo, nas empresas, apoiando ou suportando a produção, sem interferir no funcionamento do produto.

Fazem parte intrínseca do processo produtivo sendo essenciais na montagem, construção e manufatura do produto. Está diretamente ligadas a qualidade e ao funcionamento do produto.

Mantê-las como gestão própria, administrando-as diretamente, traz incrementos no custo operacional das empresas, que, repassando ao preço final do produto, vai encarecê-lo, reduzindo sua competitividade e atratividade.

O gerenciamento desta atividade está sempre dirigido para a melhoria do produto, tecnologia, adquirindo novos conhecimentos que, aplicados no produto, o farão mais atrativo e eficaz, moderno, tecnicamente mais competitivo, atendendo as necessidades do mercado. Com isso aumenta o seu consumo, melhorando a rentabilidade das empresas.

Fonte: Adaptado de Queiroz (1998)

Giosa (1997) acredita que na terceirização deve ocorrer uma parceria entre

as duas partes, para que exista foco na gestão da empresa. Neste mesmo sentido,

Page 62: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Valença e Barbosa (2002) asseguram que um indivíduo que se identifica

culturalmente com a organização a que pertence somará esforços para que os

objetivos organizacionais sejam alcançados. De maneira inversa, se um indivíduo

se desvirtuar da identidade cultural dos demais colaboradores da empresa, poderá

desenvolver esforços menores e comprometer os resultados pretendidos. Para que

exista uma sintonia entre os indivíduos da empresa terceirizada com a empresa

contratante, Valença e Barbosa (2002) sugerem que sejam feitos ajustes baseados

em suas diferenças culturais em uma das duas empresas. Dessa forma, deve

haver uma compreensão e preparação das empresas envolvidas, para que possam

desenvolver seus papéis propiciando o crescimento mútuo.

Kauling (2005) explica que até a década de oitenta, não havia uma relação

de parceria mutua entre contratante e contratada. O autor depreende que a

preocupação com o terceiro, a eficiência, a especialização, eficácia, efetividade e

produtividade, ainda não faziam parte da cultura das empresas. Por outro lado, as

empresas contratadas também não se preocupavam em melhorar os serviços

prestados, por meio de especialização dos funcionários, equipamentos,

instrumentos utilizados e afins. Atentavam-se tão somente a manter seus

funcionários nas empresas contratantes. Além desta realidade, Leiria (1993) aponta

algumas dificuldades encontradas na terceirização e sugere ferramentas para

facilitar este processo. As principais dificuldades da empresa tomadora de serviço

ou contratante são descritas a seguir.

4.1.1 Dificuldades das empresas contratantes

Cultura da empresa contratante: descrita por Leiria (1993) como uma

resistência localizada principalmente na gerencia intermediária, o que exige

maior esforço para vender a idéia de terceirização.

Experiências anteriores: consiste na análise de experiências anteriores

realizadas na empresa, com o intuito de identificar aspectos a serem

melhorados e formular uma nova idéia a proposta a empresa contratada.

Atuação sindical: necessidade de desenvolver relacionamento articulado e

proativo com sindicato, visto que ocorrerão mudanças na relação sindicato-

empresa.

Page 63: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Eleição do perfil do terceiro: deve-se identificar a cultura da empresa, saber

se a cultura do prestador do serviço é compatível com a empresa

contratante.

Prova documental: deve-se estudar o histórico do terceiro e analisar a

qualidade ou potencial de qualidade de seus serviços.

4.1.2 Dificuldades das empresas prestadoras de serviços

Neste caso, Leiria (1996) sugere um roteiro de ação. O autor explica que

para as empresas prestadoras de serviço a principal dificuldade é inserir e atender

o mercado de empresas já consagradas, face à competitividade nacional. Roteiro

de ação:

Cadastrar empresas idôneas que potencialmente possam terceirizar.

Conciliar a dificuldade do empresário em abrir mão de suas atividades

terceirizáveis.

Apresentar ao empresário as vantagens e desvantagens da terceirização.

Provar a capacidade técnica da prestadora de serviços.

Negociar custo e produtividade a médio e longo prazo.

Adaptar o prestador de serviço ao contratante.

Justificar, facilitar, minimizar o impacto das demissões existentes na fase

inicial da terceirização.

Provar que ao longo prazo a terceirização gera maior número de empresas

especializadas e empregos especializados.

4.1.3 Ferramentas de facilitação

A fim de minimizar as dificuldades descritas, Leiria (1993) sugere as

seguintes ferramentas que poderão facilitar a terceirização:

Informação quanto a risco, números, metas e objetivos da empresa.

Conhecimento dos casos positivos e negativos da terceirização, bem como

os motivos de sucesso ou fracasso.

Identificação da necessidade de mudança e instrumentos para tal.

Desemprego: recolocação (contratar serviços de terceiro); encaminhar ao

terceiro contratado para que este recoloque o ex-empregado da contratante

Page 64: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

noutra empresa onde o terceiro presta serviços, com vistas a diminuir o

impacto da demissão.

Crescimento com segurança sem aumentar o quadro: procurar parcerias,

criar demanda na comunidade, incentivar a criação de terceiros.

Qualidade: acompanhar via auditoria de processo a manutenção e

crescimento da qualidade; eleger a qualidade como elemento contratual.

4.2 TERCEIRIZAÇÃO – PRINCIPAIS ASPECTOS TRABALHISTAS NO BRASIL

De acordo com Belmonte (2008) a atividade de terceirização está suscetível

a afastar o vínculo empregatício entre a empresa tomadora e os trabalhadores da

empresa prestadora de serviços. Portanto, torna-se necessário traçar limites que

assegurem a iniciativa de terceirização e ao mesmo tempo a dignidade do

trabalhador.

Para tanto, esta seção destina-se a apontar os principais aspectos

trabalhistas que norteiam esta prática.

Belmonte (2008) explica que a lei prevê alguns casos de terceirização:

vigilância bancária (Lei nº. 7.102/83), trabalho temporário (Lei nº. 6.019/74),

subempreitada (art. 455, CLT) e serviços de telecomunicação (Lei nº. 9472/97, art.

94).

Outros casos de terceirização podem ser apontados: assistência jurídica,

transporte e propaganda, seleção e treinamento de pessoal, auditoria e

contabilidade, elaboração de software para empresa de outro ramo, locação de

equipamentos e máquinas, manutenção de máquinas e elevadores, limpeza e

vigilância.

A terceirização de mão de obra é passível ocorrer em:

a) atividade-fim: entendida como aquela essencial ao desenvolvimento

empresarial (por exemplo, o trabalho temporário da Lei 6.019/74), e em atividade

secundária, significando o que é desenvolvido como meio, apoio ou suporte para

desenvolvimento de atividade principal (como transporte, limpeza, vigilância,

assistência médica e manutenção de máquinas);

b) de forma temporária: (casos da Lei 6.019/74) e permanente (casos da

vigilância bancária e serviços de limpeza);

Page 65: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

c) na atividade pública e na atividade privada.

Mediante várias possibilidades de terceirização e a fim de evitar

precarização nas condições de trabalho, a jurisprudência trabalhista editou em

1986 o Enunciado 256, restritiva a terceirização, o qual dispõe que salvo nos casos

de trabalho temporário e serviço de vigilância, é ilegal a contratação de

trabalhadores por empresa interposta, formando vínculo empregatício diretamente

com a empresa tomadora de serviços.

Por outro lado, mediante as transformações econômicas e sociais, em 1993

o Tribunal Superior do Trabalho passou a admitir à terceirização por meio da

Súmula nº. 331, que observa parâmetros como a ilegalidade na contratação de

trabalhadores por empresa interposta, salvo nos casos de trabalho temporário; a

descaracterização de vínculo empregatício entre tomador de serviços de vigilância,

de conservação e limpeza, bem como serviços especializados ligados a atividade-

meio; o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,

implica a responsabilidade subsidiária ao tomador de serviços.

Em termos gerais, a terceirização autorizada pela jurisprudência, uma

empresa contrata uma terceira para executar serviços não correspondentes a sua

atividade-fim, o contratado é quem utiliza, subordina e remunera. A empresa

tomadora ou contratante, responde subsidiariamente, pelo cumprimento das

obrigações trabalhistas.

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO

Primeiramente, vale ressaltar que assim como qualquer outro modelo de

gestão, a terceirização poderá apresentar aspectos positivos ou negativos.

Portanto, deverá o gestor preparar a empresa e seguir as diretrizes necessárias

para aplicar a terceirização.

Segundo Imhoff e Mortari (2005) a terceirização pode indicar a perda do

emprego pelo trabalhador, que antes tinha uma remuneração certa por mês,

passando à incerta, além da perda dos benefícios sociais.

Para Martins (2003) o maior risco está em contratar empresas inadequadas

para realizar os serviços, sem competência ou idoneidade financeira. Outro risco

elencado pelo autor é o de pensar na terceirização apenas como uma forma de

Page 66: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

reduzir custos, pois se este objetivo não for alcançado acarretará em perdas de

todo o processo.

Como vantagem, Martins (2003) descreve a possibilidade de melhorar a

qualidade do produto ou serviço vendido e também a produtividade, além de ser

uma forma de se obter um controle de qualidade total dentro da empresa. Outra

possibilidade é a diminuição dos encargos trabalhistas e previdenciários que

contribui na redução do preço final do produto ou serviço. Corroborando com o

autor Imhoff e Mortari (2005) explicam que adotando a terceirização a empresa

poderá concentrar seus esforços na área que é especializada, aumentando os

lucros da empresa, gerando eficiência e eficácia em suas ações. Terceirizando

determinadas atividades, ocorrerá criação de empregos na terceirizada,

impulsionando o aperfeiçoamento de mão de obra, distribuição de renda entre os

participantes do processo, concorrência e produtividade. A terceirização também

contribui para gerar novas empresas, novos empregos e, em contrapartida,

arrecadação de impostos na área de serviços.

O quadro 7 (sete) apresenta de forma sumarizada as principais vantagens e

desvantagens da terceirização:

Quadro 7: Vantagens e desvantagens da terceirização

Aspectos positivos da terceirização Aspectos negativos da terceirização

Diminuição de desperdício Aumento de risco a ser administrado

Aumento da qualidade Dificuldade no aproveitamento dos funcionários já treinados

Aumento do lucro Mudança na estrutura do poder

Favorecimento da economia de mercado Falta de parâmetros de preço nas contratações iniciais

Otimização dos serviços Custo das demissões

Obtenção de efetividade Relação com sindicatos

Redução dos níveis hierárquicos Má escolha de parceiros

Criação de empregos Má administração do processo

Aumento da produtividade Aumento da dependência de terceiros

Desmobilização para greves Perda da identidade cultural da empresa

Page 67: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Diminuição do passivo trabalhista Desconhecimento da legislação

Diminuição das reclamatórias trabalhistas Resistências e conservadorismo

Aumento de empregados especializados Risco de coordenação dos contratos

Fonte: Adaptado de Leiria (1993) e Moretto (2000)

Rezende (1997) depreende que a terceirização não pode ser vista como

modismo, como ocorreu durante muitos anos. Ele explica que esta prática surgiu

para ficar e constituir-se numa das principais estratégias requeridas pelo atual

processo produtivo e competitivo. Para o autor, a terceirização é uma decisão

estratégica de suma importância e deve ser tomada após análise cuidadosa das

vantagens e dificuldades em curto, médio e longos prazos. Dentro deste aspecto, a

seção a seguir tem como objetivo aprofundar o estudo enfatizando a terceirização

como fator estratégico para a empresa.

4.4 TERCEIRIZAÇÃO COMO PRÁTICA ESTRATÉGICA

Dentre os diversos aspectos apontados como característicos daterceirização

pode-se destacar seu cunho estratégico. Conforme já exposto por Franceschini et

al. (2004) seu aspecto estratégico se caracteriza quanto a empresa terceiriza várias

atividades, exceto aquelas que podem lhe gerar vantagem competitiva.

No Brasil, Kauling (2005) explica que a grande dificuldade está na

concepção que a terceirização tem, pois é visualizada muito mais pela

possibilidade de reduzir custos, principalmente no que diz respeito à corte de

funcionários, do que de ganhar em qualidade, eficiência e produtividade como é

visto nos países mais desenvolvidos, nos quais é considerada uma técnica de

aprimoramento para maior competitividade e possibilidades de sucesso.

Exemplo disso é uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria

Accenture, publicado na revista HSM Management, baseado em entrevista com

executivos de 26 empresas, das quais 65 % sediadas nos Estados Unidos e 35%

na Europa e Ásia, 65% estão envolvidas em relacionamentos de colaboração com

sócios de terceirização para criar operações de alto desempenho. O estudo

mostrou que as empresas que utilizam a terceirização conseguem reduções de

custo de ordem de 50% em média se comparado com 20% na década de 90. Além

disso, a terceirização viabiliza o acesso dessas organizações a novas

Page 68: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

capacitações, melhoram seus níveis de serviços, aumentam sua capacidade de

responder as constantes transformações do mercado.

O estudo também mostrou que quase um terço das organizações faz

parceria com fornecedores de serviços de terceirização não apenas para reformular

os processos de apoio, mas também para melhorar os processos cruciais para o

negócio da empresa. Esta nova modalidade vem sendo denominada “terceirização

voltada para a transformação do negócio” ou “terceirização transformacional” que

consiste em utilizar a terceirização para alcançar melhoria rápida, sustentável e

radical.

As empresas que adotam esta abordagem possuem uma estratégia arrojada

em parceria com o terceiro. Compartilham riscos e ganhos ao colaborarem

mutuamente para transformar processos de negócios em armas competitivas. Os

resultados obtidos são traduzidos por ganhos nos preços das ações, na posição no

mercado e no retorno sobre o capital.

Chiesa, Manzini e Pizzurno (2004) declaram que a terceirização tem âmbito

estratégico quando possibilita o acesso a especialistas talentosos, atrai talentos

para a empresa, aumenta a inovação tecnológica, acesso rápido a tecnologias

provadas, além de permitir o compartilhamento de riscos e custos.

McIvor (2005) relaciona os potenciais benefícios da utilização da

terceirização: redução de custos, especialização e acesso as inovações. Mol

(2007) acrescenta que os provedores externos são frequentemente e altamente

especializados na produção de certos componentes e produtos, possibilitando que

estes sejam produzidos a custos menores do que a empresa que a contrata.

Kauling (2005) contribui ao explicar que atualmente a terceirização assume

uma técnica moderna de administração e que se baseia num processo de gestão

que leva a mudanças estruturais da empresa, a mudanças de culturas,

procedimentos, sistemas e controles, assumindo toda a organização um objetivo

único. Dessa forma, todos os esforços são concentrados na atividade principal,

pois não é desprendido esforço nas atividades terceirizadas.

Outro aspecto estratégico é apontado por Bezerra (2009) ao assegurar que

a terceirização bem planejada pode servir como estratégia quando permite

replanejar o quadro funcional para extinguir funções que não mais condizem com a

estratégia da empresa. Além disso, pode motivar e auxiliar a empresa a redefinir

Page 69: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

seu negócio e pensar sobre qual é seu foco, repensar seus valores, inovar seus

processos e por conseqüência seus serviços e produtos.

Em um estudo realizado por Valença e Barbosa (2002) em três grandes

empresas de Minas Gerais dos setores siderúrgicos e minerador, apontou que há

por parte das empresas uma preocupação maior com os objetivos estratégicos ao

decidir terceirizar suas atividades, uma vez que um dos principais fatores

determinantes na decisão da terceirização foi seguir visão estratégica e existência

de fornecedor especializado na área. Além disso, o problema não está na

capacidade técnica da empresa realizar um novo serviço, mas no desejo de

recorrer a terceirização como opção de modernizar e investir, a fim de tornar a

organização mais competitiva.

O estudo publicado pela revista HSM Management também aponta que a

terceirização estratégica é composta de quatro estágios de implementação,

conforme quadro 8 (oito):

Quadro 8: Estágios de implementação da terceirização estratégica

Elaborar o acordoAdministrar a

transição

Transformar os

processos fundamentais

Explorar as novas

capacitações

Procurar um aliado

estratégico

Designar a liderança e

o controle

Estabelecer expectativas

claras

Envolver os

funcionários

Aproveitar a

“marca” do parceiroComunicação clara

Unir recursos e trabalhar

lado a lado

Aproveitar os parceiros

dos parceiros

Alinhar incentivos e

resultados

Manter o ritmo no

avanço das ações

Impulsionar melhorias de

desempenho

Exigir a inovação

contínua

Fazer acordos

flexíveis

Fonte: adaptado de HSM Management (2004)

De um modo geral, esta abordagem da terceirização visa integrar os

serviços de forma a mudar o negócio da empresa; possui a estrutura financeira

baseada em resultados e compartilhamento de riscos; prestação de serviços

acelerada.

4.5 GESTÃO DO CONHECIMENTO NA TERCEIRIZAÇÃO

Ao se desdobrar nas abordagens da terceirização, nota-se que esta prática

evoluiu quanto ferramenta gerencial e passou a ser adotada pelas organizações

Page 70: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

nas atividades de apoio até as mais importantes do processo produtivo. Nos

processos, ela se apresenta nas questões relativas à qualidade, produtividade e

atividades de maior complexidade, observando áreas de integração, comunicação

entre outras (LEOCÁDIO et al. 2009).

Leocádio et al. (2009) também asseguram que, quando estratégica, a

terceirização permite inserir uma base de conhecimento mais robusta e

especializada, a partir de interações que facilitam a combinação dos

conhecimentos da empresa contratante e contratada.

Portanto, compreende-se que as ações que envolvem a relação entre as

empresas envolvidas na terceirização requerem o gerenciamento efetivo e

sistêmico. Neste caso, este estudo trata da gestão do conhecimento inserido nesta

relação. Neste sentido, Shreiber et al. (2002) apontam que é o modelo de gestão

que possibilita e melhoria da infra-estrutura do conhecimento nas organizações,

com o objetivo de fornecer o conhecimento certo para as pessoas certas e no

momento certo.

Nicolau (2002) depreende que, por vezes, não é viável para a empresa deter

e gerir o conhecimento que pontualmente é usado. A decisão de transferi-lo pode

depender de diversos fatores, como preço, importância estratégica, frequência de

uso, disponibilidade no mercado, entre outros. Independente, porém, do fator que

irá motivar a terceirização, este conhecimento deverá ser gerido, visto que, a

transferência de conhecimento é uma das atividades que compõe a gestão do

conhecimento (GRANT, 2001). A autora também assegura que as empresas

especializadas são, em princípio, mais experientes, detém os profissionais mais

qualificados nas respectivas áreas e estão adequadamente alocados nas redes de

conhecimento relevante, podendo acumulá-lo e aproveitá-lo de forma mais rápida e

eficaz.

Corroborando com Nicolau (2002), Davenport (2005), Maldonado, Souza e

Varvakis (2010) ressaltam que à medida que as empresas conseguem analisar,

padronizar e checar a qualidade de seus processos de negócios, das atividades

mais simples as mais complexas, a decisão de externalizar recebe uma conotação

estratégica e as empresas iniciam a expansão da terceirização. Neste sentido, os

gestores devem analisar quais produtos ou atividades demandam conhecimento

Page 71: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

externo especializado e que, dessa forma, podem responder as demandas internas

e alavancar vantagens competitivas.

Nicolau (2002) ressalta que transparência é uma questão fundamental

quando se recorre à terceirização. A autora explica que nas atividades de

conhecimento mais intensivos deve haver acompanhamento mais acentuado dos

objetivos, cumprimento e contínua avaliação dos resultados que permitam que os

processos de aprendizagem ocorram elevando e difundindo internamente novos

conhecimentos necessários ao desenvolvimento da organização.

A partir desta concepção, é pertinente lembrar que a gestão do

conhecimento consiste na transferência do conhecimento, além da criação de

novos conhecimentos e retenção dos mesmos (ARGOTE e INGRAM, 2000).

Contractor e Lorange (2002) dispõem há muitas mudanças ocorrendo na

política governamental, gestão do conhecimento e nas formas de produzir e

distribuir. Em decorrência deste cenário, muitas alianças e parcerias tem se

levantado entre as empresas. Os autores definem aliança como sendo “qualquer

cooperação entre firmas que se situe entre os extremos do espaço discreto entre

contratos de curto prazo e uma fusão completa entre duas ou mais organizações”.

As alianças compõem contratos de terceirização ou racionais, relacionamento de

provimento de produtos dentro da cadeia e até mesmo em empresas de capital

misto.

Com relação aos maiores desafios na formação de alianças, Contractor e

Lorange (2002) citam a dificuldade no processo de transferência do conhecimento.

Os autores acreditam que alianças entre empresas com grande desnível de

conhecimento podem ser maléficas para a parte que entrar com o maior nível de

informações, devido ao risco de apropriação por aliados que em um dado momento

poderiam se tornar concorrentes. Por outro lado, a tecnologia da informação

poderia suprir uma debilidade na transferência de conhecimento. Neste mesmo

sentido, Quinn (2012) sugere que a empresa contratante potencialize a capacidade

de gestão por meio de softwares que ajudem a capturar o conhecimento entre as

empresas envolvidas, a fim de garantir o êxito nas relações.

Ainda neste contexto, Leocádio et al. (2009), sugerem que ao adotar a

terceirização, os gestores devem comparar a base de conhecimento interna com a

do terceiro, objetivando uma base de conhecimento conjunta, mais robusta e

Page 72: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

especializada, a fim de assegurar um melhor desempenho da organização, agregar

valor ao fluxo produtivo a ser repassado ao cliente. Ao fazer uso da terceirização, a

empresa deve fazê-lo visando especializar um processo ou produto que,

posteriormente, será reintegrado as suas operações com a mesma qualidade.

Ao se referir as alianças Doz e Hamel (2000), declaram que elas devem

estabelecer entre si três objetivos:

a) Cooptação: a transformação de concorrentes potenciais em aliados e

fornecedores de bens e serviços complementares;

b) Co-especialização: é a criação de valor sinergético que resulta da

combinação de recursos, posições, habilidades e fontes de conhecimentos

anteriormente isolados. Tornam-se mais valiosos quando reunidos em um

esforço conjunto do que quando mantidos separados.

c) Aprendizagem e internalização: as alianças podem ser um canal para a

aprendizagem e para a internalização de novas habilidades, particularmente

aquelas que são tácitas, coletivas e internalizadas.

Observando os objetivos propostos pelas alianças, considera-se pertinente

analisar como a gestão do conhecimento pode atuar neste processo.

O cooptação envolve a exploração de novas oportunidades no mercado, a

construção de posições nodais privilegiadas em uma rede, liderança competitiva,

pioneirismo (ZAMPESE e ZILBER, 2011). Para Forte (2001) a cooptação está

inserida dentro de estratégias de desenvolvimento organizacional, quando a

empresa está focada nas suas capacidades internas e o ambiente está favorável a

oportunidades.

Neste cenário, visualiza-se o famoso modelo “cinco forças” de Porter (1985)

que proporciona uma compreensão da estrutura de um setor ou organização e,

como se encontra as forças competitivas. Ainda nesta perspectiva, Porter (1985)

propõe o modelo chamado “cadeia de valor” para analisar as fontes de vantagem

competitiva. No entanto, Nonaka e Takeuchi (1997), explicam que este modelo não

favorece a gestão do conhecimento, visto que são detidos os conhecimentos

tácitos, crenças, valores e outros aspectos individuais. Somente a alta gerência

explicita o conhecimento. Enfatiza-se o conhecimento lógico e analítico (dedutivo

ou indutivo). Dessa forma, Terra (2000) assegura que a gestão do conhecimento

na formulação de estratégia, implica na coordenação sistêmica de esforços em

Page 73: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

vários planos: organizacional e individual; estratégico e operacional; normas

formais e informais. É indispensável envolver a alta administração na definição de

campos de conhecimento, nos quais os funcionários devem focar seus esforços no

aprendizado contínuo; estruturas organizacionais voltadas à inovação e geração de

conhecimento; melhorar a capacidade da organização em atrair e manter pessoas

com habilidades e comportamentos voltados à criação e multiplicação de novos

conhecimentos; prover tecnologias que facilitem o compartilhamento de

conhecimento, com foco nos ativos intangíveis da empresa.

Para finalizar este item, Balestrin e Verschoore (2008) ressaltam que o

planejamento estratégico deve envolver todas as empresas terceirizadas na

definição de objetivos, estratégicas, metas e cronogramas.

No que tange a co-especialização, Grotto (2001) explica que a gestão do

conhecimento compõe o processo de compartilhar, armazenar e utilizar

aprendizados para a mensuração de conhecimento, experiências e especializações

nas organizações. Além do fator humano no envolvimento na co-especialização,

Seleme e Gonçalves (1998) afirmam que deve haver contribuição na formulação de

tecnologias utilizadas pela organização para o compartilhamento do conhecimento.

Na perspectiva da aprendizagem e internalização, Dazi e Angeloni (2008)

depreendem que as pessoas são os autores principais, pois são elas as detentoras

do conhecimento tácito. É necessário compreender a importância e aproveitamento

dos insights, intuições e dos conhecimentos tácitos, que muitas vezes ocorrem de

forma subjetiva e diferente dos modelos formais.

A partir do modelo “Espiral do Conhecimento” de Nonaka e Takeuchi (1997),

Leocádio et al. (2009) configuram algumas relações da Gestão do Conhecimento

com fatos que ocorrem durante o processo de terceirização, conforme quadro 9

(nove):

Quadro 9: Processo de Gestão do Conhecimento na Terceirização

FASE CONVERSÃO FATORES PRODUTO

Socialização Tácito – Tácito

Fluxo informacional existentes nas negociações

(prazos, preços, pacote de serviços, etc.).

Conhecimento

compartilhado

(tácito)

Externalização Tácito – Explícito

Especificações dos padrões de bens e serviços

por parte do contratante. Elaboração de

manuais e procedimentos por parte do terceiro

Conhecimento

conceitual

(explícito)

Page 74: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Combinação Explícito-Explícito

Incorporação das melhores práticas do terceiro

(manuais, procedimentos) nos sistemas de

conhecimento da empresa. Intercâmbio de

protótipos e partes de produção.

Conhecimento

sistêmico

(explícito)

Internalização Explícito-Tácito

O novo conhecimento da empresa contratante

permite capacitar seu pessoal, disponibilizando

o novo conhecimento sistematizado. Podem ser

criadas rotinas para reter o novo conhecimento.

Conhecimento

operacional

(tácito)

Fonte: adaptado de Leocádio et al. (2009)

Dentro dessas combinações, Batista (2006), Salim (2002) Oliveira Jr. et al

(2007) e Keyes (2006) propõem que a empresa contratante deve buscar explicitar e

disponibilizar os procedimentos para execução, por meio de banco de dados

manuais ou diretrizes, para facilitar a compreensão do conhecimento por um maior

número de funcionários terceirizados.

E, para se acompanhar e certificar a qualidade de desempenho no processo

de terceirização, Mohr e Spekman (1994) sugerem uma estrutura de atributos que

apontem os fatores de sucesso na relação interorganizacional, denominados

“fatores estruturais”. Os construtos destes fatores permitem visualizar e

compreender aspectos relacionados à confiança, comprometimento, coordenação,

técnicas de resolução de conflitos, qualidade e compartilhamento da informação.

Kinnula e Juntunen (2005) sugerem que os “fatores estruturais” devem promover

canais adequados e que facilitem a comunicação freqüente entre funcionários da

empresa contratada e contratante; incluir a participação da empresa contratada nos

projetos da contratante; favorecer a formação de equipe multidisciplinar e job

rotation; infraestrutura adequada; promover o compartilhamento de projetos entre

as partes.

Page 75: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

5 PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO

As práticas de Gestão do Conhecimento são definidas como práticas de

gestão organizacional voltadas para a produção, retenção, disseminação e

aplicação do conhecimento dentro das organizações (BATISTA, 2004).

Melo et al. (2009) contribuem ao afirmar que as práticas de gestão de

conhecimento representam ferramentas de gestão que possibilitam a criação,

disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro de um

ambiente e sua relação com o ambiente externo.

As práticas da gestão do conhecimento podem ser compreendidas a partir

de sete dimensões, conforme exposto por Terra (2001):

1) O papel indispensável da alta administração na definição dos campos de

conhecimento, nos quais funcionários da organização devem focalizar seus

esforços de aprendizado, além do seu papel indispensável na clarificação da

estratégia e na definição de metas desafiadoras e motivantes.

2) O desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada à inovação, a

experimentação, ao aprendizado contínuo e comprometida com os

resultados de longo prazo e com a otimização de todas as áreas da empresa

deve ser uma das preocupações fundamentais da alta administração. A

cultura organizacional torna-se fundamental para o desenvolvimento

estratégico, pois ganha um caráter mais tático, de alavancagem baseada em

habilidades centrais e deformação de alianças.

3) As novas estruturas organizacionais e práticas da gestão do conhecimento

que diversas empresas vêm adotando, baseiam-se no trabalho de equipe

multidisciplinares com alto grau de autonomia.

4) Práticas associadas à aquisição de conhecimento externo e interno para a

empresa como: atrair e manter pessoas com habilidades, comportamentos e

competências que adicionem ao conhecimento a empresa. Planos de

carreira e treinamentos que ampliem as experiências, assim como

interações com pessoas dentro e fora da empresa; adotar planos de

remuneração relacionados à aquisição de competências individuais e do

grupo.

5) Avanços da informática, tecnologias de comunicação e nos sistemas de

informação, sempre associados ao contato pessoal e conhecimento tácito.

Page 76: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Reconhecer que os melhores sistemas de informação e ferramentas

tecnológicas dependem dos inputs individuais.

6) Mensurar os resultados e comunicá-los por toda organização. Destacam-se

os esforços em avaliar as várias dimensões do capital intelectual.

7) Crescente engajamento das empresas em processos de aprendizagem com

o ambiente, e em particular, por meio de alianças com outras empresas e do

estreitamento do relacionamento com clientes.

Partindo das dimensões citadas por Terra (2001) foi possível identificar na

literatura diversas práticas da gestão do conhecimento. As mais destacadas serão

abordadas na sequência deste estudo.

5.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

A aprendizagem organizacional é tida por Terra (2001) como um dos pilares

da gestão do conhecimento, pois leva a promoção, interligação e apoio às formas

de aprendizagem. Garvin (2001) acrescenta que a organização que aprende é

aquela que possui habilidades em criar, adquirir e transferir conhecimentos. Além

disso, se dispõe a realizar mudanças e refletir novas ideias.

Para que uma organização possa aprender ela deve possuir habilidade em

cinco atividades principais, conforme explica Garvin (2001): na solução de

problemas de modo sistemático, experimentação de novas abordagens,

aprendizado com as próprias experiências e antecedentes, aprendizado com as

experiências e melhores práticas alheias e a transferência rápida e eficiente de

conhecimento em toda organização.

No âmbito da gestão do conhecimento, a aprendizagem ocorre quando há o

conhecimento por meio das interações que ocorrem no ambiente de negócios

(FLEURY e OLIVEIRA JUNIOR, 2002).

Na prática, este conhecimento é fluído na troca de experiências, valores,

informações, insights, o qual é enraizado na forma de experiência individual e de

difícil codificação. Nas organizações, ele se apresenta na forma documental,

processos, rotinas e normas organizacionais, conforme expõem Davenport e

Prusak (2001).

Baseado na visão de vários estudiosos como Alvesson e Karreman (2001),

Gherardi, Nicolini e Odella (1998), Wenger, Mcdermontt e Snyder (2002), Silva e

Page 77: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Davel (2007) depreendem que duas perspectivas se sobrepõem na compreensão

da aprendizagem organizacional: a de cunho mais individual-cognitivista e a de

caráter sócio prático.

Silva e Davel (2007) depreendem que na perspectiva individual-cognitivista,

o conhecimento se processa a partir de construções cognitivas e é compilado fora

do contexto onde foi gerado. A luz de Blacker (1995) o conhecimento cognitivo é

entendido como dependente de talentos conceituais e habilidades cognitivas,

também denominadas de conhecimento abstrato.

Na vertente da aprendizagem sócio prática, ela acontece por meio das

interações entre as pessoas. Neste sentido, Gherardi (1999) explica que a

aprendizagem organizacional não é somente um processo cognitivo, mas uma

realização coletiva, com intercâmbio de experiências, conhecimentos esignificados

sobre práticas profissionais.

5.2 BENCHMARKING

O benchmarking pode ser definido como uma atividade contínua de

comparação dos próprios processos, produtos e serviços com a atividade similar

mais conhecida, de modo que metas desafiadoras mais atingíveis sejam

estabelecidas e um curso de ação realista seja implementado, a fim de se tornar e

continuar sendo eficientemente o melhor num prazo razoável (CAMP, 1998).

Garvin (2001) explica que o benchmarking representa um processo de

aprendizado com os outros, possibilitando um estudo dos modos como os

processos são realizados, permitindo a identificação das organizações que

possuem as melhores práticas e na análise comparativa de desempenho destas

práticas com as que são desenvolvidas dentro da própria empresa.

Há uma tendência em visualizar o benchmarking como um processo de

realizar cópia de melhores práticas, no entanto, Boxwel (1996) assevera que esta

prática consiste em aprender novas maneiras de pensar sobre problemas antigos.

Baseado nos conceitos apresentados, o benchmarking se vislumbra como

uma ferramenta da gestão do conhecimento, pois possibilita introduzir na empresa

melhores práticas do mercado, aprendê-las e utilizá-las para melhorar o

desempenho organizacional.

Page 78: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

5.3 COACHING

Possibilita maiores oportunidades de aprendizado, beneficiando tanto a

organização quanto o indivíduo. O coaching baseia-se na ideia de que para

conseguir resultados as pessoas precisam de apoio de outros indivíduos, logo o

desenvolvimento de cada um passa ser responsabilidade de todos (MELO et al.

2009).

Na perspectiva de Olalla (2001) o coaching está relacionado à criação de um

espaço na empresa, no qual se reconheça que, para se obter resultados no que

fazem, as pessoas precisam de apoio das outras. É uma resposta intuitiva a uma

necessidade de aprendizado. De forma sumarizada, é uma prática que procura

integrar a totalidade da pessoa ao aprendizado e não trabalhar apenas a

informação ou o aspecto exclusivo das habilidades.

O primeiro caso de utilização do coaching registrado como prática de gestão

do conhecimento na literatura brasileira é citada por Batista (2004). O fato ocorreu

na empresa estatal brasileira Petrobrás, Petróleo Brasileiro S.A e os motivos que

levaram a escolha do coaching foram: a importância de estimular o

compartilhamento de conhecimento em área estratégica para a empresa e o país

(exploração do petróleo). A Petrobrás entende que o coaching representa uma

prática que retém competências e preserva práticas, acelera a formação gerencial

e o compartilhamento de conhecimentos, fixa comportamentos e valores desejados

a cultura corporativa, além de desenvolver talentos e potencial das pessoas.

5.4 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

As organizações devem buscar constantemente informações importantes a

respeito do ambiente em que estão inseridas para se manterem competitivas.

Neste sentido, Medeiros (1998) destaca que as organizações somente se

consolidam quando possuem os meios apropriados para obter informações sobre si

mesmas e sobre seu ambiente e permanecem, quando existe comunicação interna

e externa, estáveis.

5.5 COMUNIDADES DE PRÁTICA

A comunidade de prática emerge de uma perspectiva da prática do

processo de aprendizado. Neste sentido, Wenger (1998) sustenta que comunidade

Page 79: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

de prática, reflete um ambiente no qual há um engajamento voluntário de pessoas,

as quais buscam a partilha de conhecimentos e a aprendizagem. Estes

conhecimentos estão conectados as práticas dos membros desta comunidade.

Neste ambiente, a aprendizagem é contextualizada na prática.

As comunidades de prática representam grupos de indivíduos de uma

determinada área do conhecimento que procuram dividir vivências e experiências

para conseguir solucionar problemas e aperfeiçoar suas performances (MELO et al.

2009).

Botha et al. (2008) inferem que as comunidades de prática implicam a

gestão do conhecimento pois compreendem um fenômeno de ordem social; integra

conhecimento, que por sua vez é conexo a cultura, valores e a comunidade; integra

a aprendizagem e a prática; capacita a aprendizagem e por fim, são ambientes

criados para a aprendizagem na prática do individuo e sua comunidade.

5.6 EDUCAÇÃO CORPORATIVA

A Educação corporativa é exposta por Eboli (2004) como um processo e

uma mentalidade que transpassa toda a organização, com o intuito de estimular as

pessoas a compartilhar os conhecimentos tidos como críticos para o negócio da

empresa formando e revigorando uma rede interna e externa de relacionamentos.

No campo da gestão do conhecimento, Eboli (2004) apresenta algumas

práticas que devem ser integradas na gestão para que se beneficie a construção e

a troca de conhecimento e experiências:

propiciar um ambiente e um processo de trabalho que incentivem a criação

de novos conhecimentos, bem como conexões e utilização de

conhecimentos já existentes;

utilizar a tecnologia de modo ativo aplicada a gestão do conhecimento,

unindo o técnico ao conhecimento tácito;

ampliar a rede de relacionamentos e promover processos que propiciem a

troca de experiências e conhecimentos com o público interno e externo;

criar processos que viabilizem a transformação do conhecimento tácito em

conhecimento explícito;

delegar responsabilidade aos líderes e gestores para que estes viabilizem

processos de gestão do conhecimento e aprendizagem.

Page 80: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

5.7 GESTÃO DE MARCAS E PATENTES

Os avanços tecnológicos têm tornado perceptível a preocupação das

instituições em desenvolver políticas de gestão e proteção a propriedade

intelectual. Tal questão é ressaltada por Pereira (2011) ao explicar que a proteção

à propriedade intelectual se apresenta como uma área sensível e importante para

apoiar o desenvolvimento do país.

Edvinsson e Malone (1998) abordam a disseminação do conhecimento sob

uma perspectiva do capital intelectual. De acordo com os autores esta proposta

visa ponderar o conhecimento e a aprendizagem avaliando os recursos não

tangíveis da empresa, envolvendo entre eles marcas e patentes, valores

considerados respeitados pela sociedade.

Chavanne e Burst (1993 apud PEREIRA, 2011) compreendem ainda que a

propriedade intelectual é relativa à proteção aos direitos de propriedade industrial,

direitos do autor e habilidades. Assim, a patente de invenção estimula a atividade

inventiva, o intercâmbio do conhecimento, de informações científicas e técnicas,

contribui, assim, para o enriquecimento tecnológico da sociedade.

5.8 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM CLIENTES

Garvin (2001) assegura que os clientes proporcionam informações

atualizadas sobre produtos, instituir comparações entre concorrentes, expor ideias

sobre mudanças nas preferências e dar feedback imediato sobre serviços e

padrões de uso.

Brown (2001) afirma que a Gestão do Relacionamento com Clientes (CRM-

Customer Relationship Management) é uma estratégia de negócios que visa

entender, antecipar e administrar as necessidades dos clientes atuais e potenciais

de uma organização. O autor acrescenta que o CRM deve ser utilizado pelas

empresas que visam compreender melhor os seus clientes, uma vez que

compreende utilizar informações a respeito dos clientes para equilibrar rendimentos

e lucros com o máximo de satisfação dos clientes.

As práticas da gestão do conhecimento conexas ao CRM são exploradas no

estudo de Teixeira e Hourneaux (2003). Dentre eles, destacam-se nesta pesquisa:

Page 81: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

a) Explorar a base de conhecimento sobre os clientes. Esta prática é essencial

para empresas que visam aprimorar os processos envolvendo conhecimento

tácito e explícito.

b) Por meio da estruturação de dados, as empresas tem como identificar quais

as características dos clientes que são mais significativas e relevantes para

ações personalizadas.

c) Um exemplo de transferência de conhecimento em CRM é a elaboração de

relatórios gerenciais (conhecimento explícito) baseados nos dados obtidos

no CRM analítico. Constitui-se fonte de conhecimento tácito a apresentação

de tais dados em reuniões e treinamentos com a troca de ideias entre os

participantes.

5.9 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

O conceito de competência implica em atribuir a um indivíduo o saber agir,

mobilizar, integrar, transferir conhecimento, habilidades que agreguem valor

econômico a sociedade e a organização. No contexto organizacional, Fleury e

Fleury (2001) explicam que o indivíduo transfere para a empresa a noção de um

portfólio de competências.

Rossetti et al. (2008) inferem que no programa de gestão do conhecimento,

a gestão por competências deve programar o mapeamento de competências

organizacionais,de forma que esses repositórios de conhecimentos agreguem a

cultura e conhecimento da organização, servindo de apoio á construção de padrões

para a estruturação da memória organizacional.

5.10 INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Garcia Torres (1997) compreende a inteligência competitiva como um

sistema de monitoramento, com a função de coletar a analisar informações sobre o

macro ambiente, que possibilita a organização um processo de aprendizagem

contínuo voltado ao planejamento e as decisões estratégicas.

Conforme asseguram Lesca et al. (1996), a inteligência competitiva é o

processo que diagnostica antecipadamente incertezas do seu ambiente sócio

econômico com o objetivo de descobrir oportunidades e de reduzir riscos ligados a

ameaças. Por meio da inteligência competitiva é possível obter maiores

Page 82: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

informações do ambiente competitivo, perceber ações dos concorrentes, controlar

a ação global e agir rapidamente.

5.11 MAPEAMENTO DE CONHECIMENTOS

A principal finalidade dos mapas de conhecimentos é indicar o caminho onde

encontrar o conhecimento. Assim asseguram Davenport e Prussak (1998) ao

afirmarem que mapas de conhecimentos apontam para pessoas e também para

documentos e banco de dados.

Renaux (2001) acrescenta que o mapa funciona como um guia que mostra

qual caminho a ser percorrido na busca do conhecimento, revelando os pontos

fortes a serem explorados e as lacunas a serem preenchidas.

Relacionado à gestão do conhecimento, a ideia do mapa é criar

oportunidades de troca de conhecimentos entre indivíduos, conforme explicam

Passos et al. (2004). O principal objetivo dos mapas de conhecimentos em uma

organização é facilitar a socialização, integrar as pessoas, processos e projetos.

Passos et al (2004) acrescentam que os mapas de conhecimentos criam

oportunidades para colocar especialistas em contato com aprendizes que podem

resultar em interações face-a-face, onde as pessoas envolvidas compartilham

experiências e aprendem por observações, imitações e práticas.

5.12 MAPEAMENTO DE PROCESSOS

No entendimento de Hunt (1996) o mapeamento de processos é uma

ferramenta de comunicação que tem por objetivo melhorar os processos existentes

ou implantar uma nova estrutura voltada para os processos dentro da organização.

Ela permite a redução de falhas e a melhora do desempenho da organização, além

de proporcionar melhor entendimento dos processos atuais e simplificar ou

melhorar aqueles que necessitam de mudanças.

Villela (2000) corrobora ao afirmar que o mapeamento de processos ganha

importância na sua função de registro e documentação histórica da organização.

Partindo do pressuposto que o aprendizado é construído com base em

conhecimentos e experiências advindas dos indivíduos (conhecimentos tácitos) a

organização registra por meio do mapeamento as experiências conseguidas por

meio dos funcionários.

Page 83: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

5.13 MELHORES PRÁTICAS

Baseado nos conceitos de Prochno (2004), O’dell e Grayson (2000), Miranda

e Moresi (2010) depreendem que a transferência de melhores práticas tem sido

estudo de destaque nos últimos anos. Tal fato acontece diante da importância das

redes organizacionais, a expansão geográfica das organizações e o uso difundido

do benchmarking como recurso na melhoria de desempenho.

Os autores explicam que melhores práticas representam uma evolução do

benchmarking, porém com uma visão interna, com uma perspectiva de identificar,

compartilhar e usar o conhecimento e práticas dentro da sua própria organização.

Probst, Raub e Romhardt (2002, p. 159) acrescentam que “as melhores

práticas só podem ser disseminadas através de diferentes áreas da empresa se

houver compartilhamento e distribuição sistemáticos de conhecimento”.

Nesta perspectiva, as melhores práticas são sustentadas como práticas da

gestão do conhecimento que compreendem a disseminação, utilização e

manutenção do conhecimento organizacional de forma sistemática.

5.14 MEMÓRIA ORGANIZACIONAL

A memória organizacional precisa ser socialmente construída, mantida e

administrada, pois ela representa um componente importante nas iniciativas da

gestão do conhecimento, uma vez que é a memória que retém o conhecimento e

experiências da organização, que irá contribuir para o aprendizado que dará

sustentação aos processos decisórios (MENEZES, 2006).

Miranda e Moresi (2010) depreendem que a memória organizacional refere-

se a um mecanismo que possibilita o armazenamento contínuo e manipulação do

conhecimento organizacional. O conhecimento relevante que contribui para o

desempenho de uma organização deveria ser armazenado nesta memória. Nela o

conhecimento é recuperado para ser utilizado em ações do presente, tais como:

tomada de decisão, direção, controle, reestruturação, comunicação, planejamento,

motivação.

Page 84: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

5.15 MENTORING

O mentor desempenha papel no crescimento e desenvolvimento de

habilidades de outra pessoa, disponibiliza energia e tempo na transferência de

conhecimento e nessa convivência o mentor procura apoiar e direcionar através de

atitudes positivas como integridade, compromisso, experiência e perseverança

(BATISTA, 2004).

Santos (2007) explica que mentoring envolve a participação de uma pessoa

experiente (mentor) para ensinar e preparar outra pessoa (orientado) com menos

conhecimento ou familiaridade em determinada área ou assunto.

Entre suas atribuições, o mentoring inclui aprendizagem e compartilhamento

de informações entre empresas e parceiros. Neste aspecto, exposto por Santos

(2007), compreende-se sua relação com a gestão do conhecimento essencial para

o sucesso do negócio da empresa.

5.16 PORTAIS CORPORATIVOS

Shons e Costa (2008) introduzem que os portais corporativos representam

um conjunto de serviços agrupados que apóiam o processamento de informações e

atua como uma plataforma central favorecendo a conversão da informação em

conhecimento. Sua principal finalidade é permitir que os colaboradores consigam

extrair o valor da informação e transformá-la em conhecimento e, posteriormente,

retransformar esse conhecimento em novo conhecimento.

No ambiente externo, os autores acrescentam que os portais são voltados,

sobretudo aos clientes, são fornecidas informações referentes a novidades sobre a

organização, governança corporativa, promoção de produtos, divulgação de

serviços e pós-venda, promoção de vendas on-line, apresentação de filias, dentre

outros.

Leme e Carvalho (2005) explicam que os portais corporativos integram

aplicações internas como e-mail, acesso a banco de dados e gestão de

documentos com aplicações externas, como serviços de notícias e web sites de

consumo.

Cunha, Vasconcelos e Afonso (2010) diagnosticaram em um estudo com 18

empresas do setor farmacêutico relacionadas na Revista Exame “As 150 melhores

empresas para você trabalhar” (2004), por meio do levantamento de dados e da

Page 85: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

análise de conteúdo nos sites das revistas supracitadas, as principais variáveis das

práticas da gestão do conhecimento baseadas em Garvin (2001), Terra (2001),

Vansconcelos (2000), Davenport e Prusak (1998), Fleury e Fleury (2000), conforme

tabela 1:

Tabela 1: Principais práticas identificadas no estudo setor farmacêutico

PRÁTICANº DE

EMPRESASDESCRISÃO DA PRÁTICA

Manutenção de um clima aberto 15Liberdade de expressão, abertura a críticas e

questionamentos

Importância do conhecimento,

aprendizagem e inovação15

Importância de tornar o conhecimento explícito e

a inovação como algo fundamental para a

empresa

Incentivo e subsidio para a educação e

investimento em treinamento10

A educação continuada é uma preocupação no

mundo de trabalho, no qual os indivíduos

representam o principal fator de

desenvolvimento.

Comunicação interna eficiente 10A comunicação clara, ágil e objetiva tem papel

fundamental para a difusão do conhecimento

Rodízio de funções 9Uma das melhores formas de disseminar o

conhecimento na empresa

Programa de desenvolvimento profissional 8Visam desenvolver a potencialização das

pessoas ao alto desempenho

Investimento em P&D 8Devem visar principalmente a inovação, redução

de custos e otimização de processos

Parcerias estratégicas 8Visam principalmente a combinação de

habilidades

Acesso livre a departamentos ou chefias 7

A proximidade propicia a comunicação, as novas

idéias, a confiança, a criação e compartilhamento

do conhecimento

Processo para coleta de idéias e sugestões 5Prover meios para motivar idéias e sugestões

provenientes de funcionários

Integração entre áreas 3

Promove um ambiente onde o conhecimento flui

de forma natural possibilitando a criatividade e a

criação de uma visão comum

Autonomia 3Promove a iniciativa, a experimentação, a

improvisação e a aprendizagem

Reuniões periódicas com líderes 2 Reuniões facilitam a obtenção de conhecimento

Clareza nas metas organizacionais 2Propicia o comprometimento dos funcionários

com os resultados

Trabalho em equipe 2 Propicia o crescimento dos indivíduos, criação e

Page 86: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

compartilhamento do conhecimento

Poucos níveis hierárquicos 1 Promove maior agilidade na tomada de decisão

Fonte: Adaptado de Cunha, Vasconcelos e Afonso (2010)

A construção dessa seção possibilitou a amplitude da compreensão dos

recursos necessários para tradução do conhecimento em práticas gerenciais. Os

recursos estão disponíveis no mercado, no entanto, nota-se a necessidade ações

que viabilizem a inserção e utilização de tais recursos na organização. Neste

contexto, destacam-se, sobretudo, os recursos intangíveis. Autores, como

Davenport, por exemplo, destacam a necessidade de introduzir nas empresas

recursos intangíveis, os indivíduos, que figuram como importantes fontes de

vantagem competitiva.

Page 87: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

6.1.1 Quanto à abordagem do problema

Em função da abordagem do problema, se classifica em qualitativa e

quantitativa. De acordo com Marconi e Lakatos (1986) na abordagem qualitativa

não se utiliza métodos e técnicas estatísticas. Ela é feita por meio da interpretação

dos fenômenos e a atribuição de significados. Nesta pesquisa, o levantamento

prévio e os procedimentos de observação levarão o pesquisador às informações

qualitativas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a

analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos

principais de abordagem

A pesquisa é também quantitativa, pois irá mensurar as informações

coletados no questionário e convertê-las em dados estatísticos. Marconi e

Lakatos (1986) definem abordagem quantitativa como aquela que considera que

tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e

informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de

técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,

coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

6.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos

A pesquisa se realizará através de estudo de caso múltiplo, em no mínimo

três empresas que adotam a terceirização em serviços.

Gil (1991) depreende que o estudo de caso é caracterizado pelo estudo

exaustivo e em profundidade de um ou de poucos objetos, de forma a permitir

conhecimento amplo e específico do mesmo; tarefa praticamente impossível

mediante os outros delineamentos considerados. Gil (1991) depreende ainda que:

a) Os estudos de caso revelam experiência vicária e permitem generalizações.

b) Estudos de caso procuram representar os diferentes e às vezes conflitantes

pontos de vista presentes numa situação social.

c) Os relatos do estudo de caso utilizam uma linguagem e uma forma mais

acessível do que os outros relatórios de pesquisa.

Page 88: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

6.1.3 Quanto aos objetivos

A pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva. Sua finalidade é

exploratória, uma vez visa identificar práticas de transferência de conhecimento da

terceirização de serviços e relacioná-las com os fundamentos de gestão do

conhecimento.

Para Gil (1991) a pesquisa exploratória possui a finalidade de desenvolver,

esclarecer o modificar ideias com o objetivo de formular abordagens posteriores.

Visa proporcionar maior conhecimento acerca de um assunto.

Ainda segundo Gil (1999), as pesquisas exploratórias buscam uma visão

geral a respeito de determinado assunto, do tipo aproximativo. Gil (1999)

acrescenta ainda que, as pesquisas exploratórias habitualmente envolvem

levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudo de

caso.

6.3 O CASO ESTUDADO: EMPRESAS X, Y, Z

6.3.1 Fontes de informação para a pesquisa

As informações serão coletadas por meio de questionário que será aplicado

aos empregadores em cargo de gestão e funcionários de três empresas do setor

de tecnologia e informação que prestam serviços a instituição de ensino superior,

com assuntos e questões que visam identificar práticas utilizadas na transferência

de conhecimento na interação com funcionários terceirizados, bem como, analisar

a percepção dos indivíduos envolvidos a respeito de tais práticas. Além do

questionário, os empregadores serão conduzidos por uma entrevista

semiestruturada pelo pesquisador.

6.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Para Rudio (1992) uma vez identificadas as delimitações do problema de

pesquisa, o pesquisador pode partir para a coleta sistemática de informações,

utilizando para isso instrumentos mais ou menos estruturados, técnicas mais ou

menos variadas; sua escolha deve ser determinada pelas características próprias

do objeto estudado. Yin (2005, p.109) sugere seis fontes distintas para evidências

Page 89: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

de um estudo de caso, são elas: documentos, observação participante, artefatos

físicos em arquivos, entrevistas, observação direta e artefatos físicos.

A primeira técnica utilizada é a constituição do referencial teórico que servirá

como embasamento na construção dos demais instrumentos empregados na coleta

de dados. Para o estudo de caso, serão utilizados questionários e entrevistas, além

da observação sistemática.

O questionário será aplicado a empregadores e funcionários de três

empresas contratantes da terceirização, com assuntos e questões que visam

identificar práticas utilizadas na transferência de conhecimento na relação de

contratação de serviços terceirizados, bem como, analisar a percepção dos

indivíduos envolvidos a respeito de tais práticas. Além do questionário, os

empregadores serão conduzidos por uma entrevista semiestruturada pelo

pesquisador.

6.4.1 Observação sistemática

Segundo Marconi e Lakatos (1990), na observação sistemática o observador

sabe o que procura e o que carece de importância em determinada situação. Deve

ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou

recolhe.

A observação sistemática é frequentemente utilizada em pesquisas que

possuem o objetivo de descrever de forma precisa os fenômenos. Para essa

técnica o pesquisador, antes da coleta de dados, elabora um plano especifico pra a

organização e registro das informações coletadas (GIL, 1999).

Para a pesquisa serão feitas observações e anotações sobre o ambiente de

pesquisa. Os seguintes aspectos deverão ser observados:

a) Se há transferência de conhecimento para colaboradores terceirizados.

b) Quais os documentos e registros são utilizados para transmitir o

conhecimento.

c) Quais atividades são desempenhadas pelos colaboradores terceirizados.

d) Quais os acessos utilizados pelos colaboradores terceirizados para obter

novos conhecimentos.

Page 90: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

6.4.2 Questionário

Segundo Gil (1996), questionário é uma técnica de investigação composta

de um número mais ou menos elevado de questões, apresentadas por escrito às

pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.

O questionário usado na pesquisa direcionado aos gestores (Apêndice A) é

composto por sessenta questões que tem por objetivo:

a) Avaliar a percepção do respondente em relação às práticas de GC.

b) Verificar se no ambiente da empresa há práticas de GC.

c) Verificar se há cultura de GC.

d) Verificar como as práticas de GC são disseminadas na empresa.

e) Verificar se os colaborados tem acesso às práticas de GC.

f) Verificar se há transferência de conhecimento entre os funcionários efetivos

e terceirizados.

g) Verificar se a prática facilita os processos de transferência de conhecimento.

Os questionários serão aplicados em xx/xx/xxxx e serão preenchidos pelos

respondentes utilizando uma escala de Likert, com as seguintes indicações:

1 - Discordo totalmente

2 - Discordo parcialmente

3 - Concordo

4 - Concordo parcialmente

5 - Concordo totalmente

A escala de Likert requer que os entrevistados indiquem seu grau de

concordância ou discordância as declarações relativas à atitude que está sendo

medida (BACKER, 2005). Rensis Likert, em 1932, elaborou uma escala para medir

esses níveis. As escalas de Likert requerem que os entrevistados indiquem seu

grau de concordância ou discordância com declarações relativas à atitude que está

sendo medida. Atribui-se valores numéricos e/ou sinais às respostas para refletir a

força e a direção da reação do entrevistado à declaração. As declarações de

Page 91: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

concordância devem receber valores positivos ou altos enquanto as declarações

das quais discordam devem receber valores negativos ou baixos (BAKER, 2005).

Para se realizar a análise e estabelecer uma relação com a gestão do

conhecimento, sugere-se utilizar o cálculo do Ranking Médio, proposto por Oliveira

(2005). O modelo atribui um valor de 1 a 5 para cada resposta, a partir da qual é

calculada a média ponderada para cada item, baseando-se na frequência das

respostas.

Média Ponderada (MP) = Σ(fi.Vi)Ranking Médio (RM) = MP / (NS)

fi = frequência observada de cada resposta para cada itemVi = valor de cada resposta

NS = nº de sujeitos

Quanto maior o RM estiver de 5, maior a concordância com as práticas de gestão

do conhecimento.

6.4.3 Entrevistas

Para Yin (2005), a entrevista é uma das mais importantes fontes de

informações em estudos de caso. O autor assevera que o pesquisador tem duas

tarefas a realizar durante a entrevista: seguir a sua própria linha de investigação,

como reflexo do protocolo do seu estudo de caso e, segundo, fazer as questões

reais de forma tão tendenciosa, mas que atenda as sua linha de investigação.

Para Farias (2002), a entrevista é um procedimento utilizado na investigação

social para coleta de dados, com a finalidade de fornecer subsídios para

diagnósticos, análises e pesquisas ou com o objetivo de buscar soluções para

alguma problemática.

O autor declara ainda que a entrevista tem como objetivo:

Averiguação de fatos.

Investigação de opiniões sobre fatos.

Identificação e descrição de sentimentos.

Identificação de planos de ação.

Identificação de condutas atuais ou passadas.

Page 92: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

Para a pesquisa, será utilizado o formato de entrevista semiestruturada

conduzida pelo pesquisador. Para Lakatos e Marconi (2001), as entrevistas

semiestruturadas permitem ao pesquisador ter autonomia para desenvolver cada

situação e direcionar a entrevista para uma posição que considere adequada e que

permita explorar amplamente as questões.

6.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

A análise da transcrição da entrevista será realizada por meio do programa

Atlas TI, com o objetivo que levantar a freqüência de práticas de Gestão do

Conhecimento relatadas pelo entrevistado.

Para Queiroz e Cavalcante (2011), o software Atlas TI possibilita o uso em

diferentes tipos de pesquisas e emprego de estratégias de análise sistemáticas e

complexas. Conforme os dados, os objetivos e estratégias de pesquisa, o software

apresenta flexibilidade para geração de dados. Os autores acrescentam que o

programa conduz na geração de dados qualitativos, por meio da análise e

apresentação dos resultados, possibilitando a construção de redes semânticas.

A análise das práticas de gestão do conhecimento na terceirização será

realizada com base nos conceitos e práticas fundamentados na revisão

bibliográfica, as práticas apontadas nos questionários e entrevistas, além de

observações e anotações sobre o ambiente de pesquisa no que tange as

atividades desempenhadas pelos colaboradores terceirizados; quais documentos,

ferramentas, registros são utilizados para transferir conhecimento e quais os

acessos utilizados pelos colaboradores terceirizados para obter novos

conhecimentos.

A partir da análise das práticas adotadas para transmissão de conhecimento

entre funcionários da empresa contratada e contratante, tem-se como resultado

esperado a elaboração de um framework que possa auxiliar gestores que atuam

nas relações interempresas.

Page 93: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo em andamento procura analisar a relação existente entre as

práticas da gestão do conhecimento e os mecanismos que envolvem a adoção da

terceirização nas organizações. Os estudos bibliográficos a respeito do

conhecimento organizacional, gestão do conhecimento e da terceirização,

permitiram analisar a congruência entre estas práticas.

Primeiramente, notou-se no aprofundamento da discussão sobre a

terceirização, que essa prática assumiu dimensões mais significativas ao longo do

tempo. Os avanços desta abordagem mostram que ao optar pela externalização de

atividades, as empresas não buscam somente redução de custos com mão de

obra, como ocorria até a década de 80. A terceirização é um processo que vem

crescendo e assumindo papel importante, inclusive nas atividades conexas aos

negócios das empresas. Muito mais do que subcontratar, as organizações buscam

mão de obra especializada, com vistas a aumentar a qualidade de seus negócios e

alcançar posições importantes no mercado.

Ao se adotar a terceirização, a empresa contratante fica passiva de se

deparar com conceitos, equipes, culturas, valores e formas diferentes de se

produzir um produto ou serviço. Portanto, é essencial que esta conexão seja

suprida com uma gestão adequada e suportada de ferramentas que auxiliem a

relação.

Diante deste contexto, há o intercâmbio de informações conexas às

atividades desenvolvidas. Mediante isso, é indispensável o gerenciamento

adequado do conhecimento que surge durante a relação das empresas envolvidas

na terceirização. Afinal, este processo envolve a transferência e compartilhamento

de conhecimentos importantes que irão definir o desempenho e sucesso da

terceirização.

Desta forma, nota-se na gestão do conhecimento um facilitador que permite

a alienação do conhecimento das empresas envolvidas insira uma base de

conhecimento mais especializada, agregando maior valor ao processo, bens e

serviços.

Os métodos de pesquisa e análise descritos possibilitarão o diagnóstico de

demais itens que devem ser observados na relação da terceirização e gestão do

conhecimento. O estudo de caso conduzirá para o avanço na análise do processo

Page 94: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

de transferência de conhecimento entre funcionários, bem como na identificação

das práticas de gestão de conhecimento adotadas pelas empresas envolvidas na

terceirização.

Este trabalho para qualificação mostra a primeira parte da pesquisa que

propõe a elaboração de framework que auxilie gestores na coordenação das

práticas da gestão do conhecimento no processo de outsourcing. Os resultados

futuros, propostas e avanços na pesquisa, serão apresentados na defesa da

dissertação.

Page 95: Dissertação Com Considerações Prof 3008 - Formatado

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Apêndice A –

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Questionário

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GESTORES E FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO

Objetivos

a) Avaliar a percepção do respondente em relação às práticas de GC.

b) Verificar se no ambiente da empresa há práticas de GC.

c) Verificar se há cultura de GC.

d) Verificar como as práticas de GC são disseminadas na empresa.

e) Verificar se os colaborados tem acesso as práticas de GC.

f) Verificar se há transferência de conhecimento entre os funcionários efetivos

e terceirizados.

g) Verificar se a prática facilita os processos de transferência de conhecimento.

Respondente:___________________________________________________

Setor: __________________________________________________________

Data: __________________________________________________________

Função na empresa: _____________________________________________

Tempo de empresa: ______________________________________________

Em relação as afirmações abaixo, assinale seu grau de concordância ou

discordância com cada uma das afirmações:

Legenda:

1 Discordo totalmente

2 Discordo parcialmente

3 Concordo

4 Concordo parcialmente

5 Concordo totalmente

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Aprendizagem organizacional

1 Existe na organização a visão compartilhada (objetivo comum ) entre funcionários efetivos e terceirizados.

2 Há constante diálogo na equipe de trabalho entre funcionários efetivos e terceiros.

3 Há pensamento sistêmico entre funcionários efetivos e terceiros, com a finalidade de se integrar o trabalho destes funcionários.

4 O conhecimento obtido por um funcionário terceirizado é disseminado na equipe e outros setores.

5 A transferência de conhecimento entre funcionários é rápida e eficiente.

6 Os funcionários observam muito claramente os objetivos do aprendizado

7 Há investimento em treinamento tanto para funcionários internos quanto terceirizados.

8 Estimula-se o aprendizado pela ampliação dos contatos e interações com outras pessoas de dentro e fora da empresa.

Benchmarking

9 Os funcionários terceirizados são motivados a identificar melhores práticas internas e externas a organização.

10Há na organização a busca por soluções no mercado que agreguem valor ao processo de decisão. Funcionários terceirizados tem a oportunidade de participar deste processo.

11 A decisão de formar alianças e buscar soluções externas está estritamente relacionada ao objetivo de aprendizagem.

12 A empresa regularmente capta e utiliza conhecimento obtidos de associações, competidores, clientes e fornecedores.

Coaching

13 A empresa dispõe de programas destinados ao desenvolvimento de talentos.

14 Funcionários terceirizados são contemplados pelos programas.

15 Funcionários terceirizados tem a possibilidade de serem orientadores do programa.

16 Os funcionários terceirizados tem acesso a diálogo com gestores quando desejam compartilhar suas escolhas relacionadas a carreira e desenvolvimento profissional.

17 O planejamento da carreira tem como objetivo dotar tanto funcionários internos quanto terceirizados, com diferentes perspectivas e experiências.

Comunicação Institucional

18 A comunicação é eficiente em todos os sentidos, hierarquias e áreas distintas.

19 A empresa compreende o potencial do funcionário terceirizado como construto da imagem da empresa.

Comunidades de prática

20 A empresa disponibiliza canais pelos quais os funcionários tem possibilidade de transferir melhores práticas a respeito de determinado assunto/atividade.

21 As comunidades são organizadas de modo que permita a colaboração de pessoas internas ou externas à organização.

22 As informações são compartilhadas. Existe amplo acesso, por parte de todos os funcionários, à base de dados e conhecimento da organização.

Educação Corporativa

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23 Há um de equipes multidisciplinares e formais, nas quais os funcionários são orientados a focar no aprendizado contínuo e autodesenvolvimento.

24 Funcionários terceirizados compõem tais equipes.

25 Há empresa se utiliza da tecnologia aplicada à educação.

26 A empresa considera o investimento em educação dos funcionários terceirizados como parte do objetivo do negócio.

27 A empresa compõe parcerias com instituições de ensino para ampliação da formação educacional dos funcionários terceirizados.

Gestão de marcas e patentes

28 A missão e os valores da empresa são promovidos por atos simbólicos e ações.

29 Há um elevado sentimento de confiança entre empresa e funcionários terceirizados. Estes, apontam certo orgulho em se trabalhar na empresa.

Gestão do Relacionamento com Cliente

30 A empresa aprende muito com seus clientes. Existem mecanismos estabelecidos para esta finalidade

31 Funcionários terceirizados participam de processos de aprendizagem e conhecimento mútuo para intensificação do relacionamento com clientes.

32 Funcionários terceirizados interagem com os clientes com o objetivo de promover a troca de benefícios e vantagens para ambas as partes.

Gestão por Competências

33 Há um uso constante de equipes permanentes ou temporárias, com grande autonomia, totalmente dedicadas a projetos inovadores, nas quais funcionários terceirizados também participam.

34 Funcionários terceirizados são alocados em atividades ou setores a partir da identificação de competências comportamentais.

35 Funcionários terceirizados também participam de avaliação de desempenho para acompanhamento do desenvolvimento de suas competências.

36 A gestão por competências é utilizada também visando o reconhecimento do funcionário terceirizado.

Inteligência competitiva

37 Reorganizações nas atividades ocorrem com frequência, para se adaptar as demandas do ambiente competitivo.

38 Funcionários terceirizados participam das reorganizações.

39 Existe elevado nível de consenso por parte dos funcionários terceirizados de quais são os pontos fortes da empresa em termos de habilidades e competências.

40 Os funcionários terceirizados são estimulados a agir de forma intensa, baseados no core competence da empresa.

Mapeamento de conhecimentos

41 Existe na empresa o mapeamento de conhecimento.

42 O mapeamento do conhecimento contribui para retenção de conhecimento dos funcionários efetivos.

43 O mapeamento do conhecimento contribui para retenção de conhecimentos dos funcionários terceirizados.

44 A empresa avalia o conhecimento dos funcionários terceirizados, a fim de identificar pontos fortes a serem explorados e aspectos a serem melhorados.

Mapeamento de processos

45 A empresa reconhece a necessidade de incluir todos os colaboradores, inclusive terceirizados, no mapeamento de processos.

46 A empresa possui arranjos físicos bem projetados, que propiciam e facilitam o acesso

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aos processos da empresa.47 Funcionários terceirizados são arranjados fisicamente em seus setores, de forma que

favoreça o acesso a participação, conhecimento e acesso aos processos, bem como ferramentas utilizadas para os mesmos.

Melhores práticas

48 Os conhecimentos compartilhados são disponibilizados por meio de bases de dados de boas práticas e lições aprendidas.

49 Funcionários terceirizados tem acessos e participam da base de dados.

50 As melhores práticas geradas por funcionários terceirizados são disseminadas na empresa.

51 As melhores práticas selecionadas podem se tornar soluções corporativas.

52 Os funcionários possuem metas para registrar melhores práticas.

53 Funcionários terceirizados são orientados com técnicas fáceis e rápidas para registro de melhores práticas e lições aprendidas.

Memória organizacional

54 A empresa viabiliza a integração dos conhecimentos dos funcionários terceirizados em sua estrutura organizacional.

55 A empresa dispõe de manuais e outros recursos que armazenam as experiências organizacionais vividas através do compartilhamento de conhecimento.

56 O conhecimento transferido pelos funcionários terceirizados são armazenados para acesso da empresa.

57 Funcionários terceirizados são direcionados a conhecerem e integrarem a cultura organizacional da empresa.

Mentoring

58 Há um mentor encarregado de modela as competências de um indivíduo ou grupo, incluindo funcionários terceirizados.

Portais Corporativos

59 A organização possui ferramentas tecnológicas pra capturar e disseminar o conhecimento, nas quais funcionários terceirizados podem utilizar.

60 A organização possui uma arquitetura de informação corporativa.