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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA
COMARCA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP
Maria da Silva, brasileira, casada, funcionária pública estadual, CPF 9999999999999,
residente e domiciliada na Rua 25, Cidade de São Bernardo do Campo, SP, CEP: 49000-000,
por conduto do advogado infra-assinado, com endereço para intimações na Av. 26, nº 1000,
Centro, São Bernardo do Campos - SP, vem perante Vossa Excelência propor a
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C GUARDA, ALIMENTOS E PARTILHA DE BENS
Em face de João da Silva, brasileiro, casado, Médico, CPF: 9999999990 residente e domiciliado na Av. 27, São Bernardo do Campo - SP CEP: 49000-001
I. Dos Fatos
Maria da Silva é casada com o senhor João da Silva no regime de comunhão UNIVERSAL de bens, desde o ano de 1998 conforme certidão de casamento anexa aos autos. Da união
nasceram-lhe três filhos como é provado mediante as certidões de nascimento colacionadas.
A autora e o réu residem na cidade de São Bernardo do Campo desde o ano de 1990, época
em que o requerido foi aprovado em um concurso da CESP para o cargo de Professora e
desde então começaram a ter uma vida financeira confortável. Tendo um bom salário (cerca de R$ 15.000, 00, conforme contracheque anexo) o casal adquiriu uma casa para sua moradia
que hoje está alugada, localizada na Rua 28, desde município.
A requerente buscando auxiliar o esposo nas despesas domésticas, mesmo tendo que cuidar
de duas crianças, se esforçou e foi aprovada no concurso estadual para o cargo de professora
pedagoga e hoje graças a sua competência a responsabilidade ocupa atualmente a função de diretora da Escola Estadual Thomaz Edson, recebendo por volta de ¼ do salário do requerido.
Com o aumento do padrão aquisitivo do casal, somando o esforço mútuo adquiriram em 2009 um apartamento de luxo na Avenida 30, o qual está atualmente quitado e onde residia a
requerente com seus filhos até o fatídico dia 28 de abril de 2009.
A vida harmoniosa teve fim quando o réu passou a não mais respeitar a requerente como esposa e mãe dos seus filhos, pois após a jornada de trabalho, ao invés de retornar ao lar para
desfrutar do conforto de sua residência e do carinho da família, o réu passou a frequentar bares da capital regressando altas horas da noite visivelmente embriagado.
A situação foi tolerada durante alguns meses, contudo se tornou insuportável a convivência
quando no dia 28 de abril do corrente ano, após mais uma noite de farras, o réu ao chegar em
casa após às 3h da manhã, foi questionado pela senhora Maria da Silva por onde tinha andado
e este totalmente fora de si, arremessou em direção a esposa um vaso de plantas que ficava
na entrada do apartamento quase atingindo-a na cabeça.
Temerosa pela sua vida e pela vida de seus filhos, na mesma noite Maria da Silva tomou os
filhos consigo e se dirigiu até a casa de seus tios onde está residindo com as crianças até a
presente data.
Certa de que não mais deseja viver o sr. João da Silva, o procuramos para estabelecer as
condições de um divórcio consensual porém fomos brutalmente repelidos, ao não aceitar
qualquer tipo de acordo. Sem outra opção tivemos que recorrer a intervenção judicial para
resolução do caso.
II. Do Direito
Preceitua o Novo Código Civil em seu artigo 1.571, inciso IV, c/c o §2º que a sociedade
conjugal termina com o divórcio.
De acordo com a nova redação dada pelo artigo 226, §6º, da Constituição Federal é perfeitamente possível a decretação do divórcio direto sem a necessidade de anterior separação de fato ou jurídica.
Certo é que também não convém perquirir sobre a culpa dos envolvidos no rompimento do
enlace matrimonial, mas no caso em comento cabe ressaltar que a requerente a todo instante tentou manter o vínculo matrimonial sendo que este se tornou insuportável diante da conduta
adotada pelo réu nos últimos meses.
Quanto aos bens do casal
Por serem casados no regime da comunhão universal de bens “Art. 1.667. O regime de
comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges.”, pede a sua meação em todos os bens do casal.
1. Casa localizada na rua 28 (em nome do requerido), avaliada em R$150.000, 002. Apartamento localizado na Av.30 (em nome do requerido), avaliado em R$ 1 milhão e
meio de reais.
3. Casa Localizada na Rua 25, (recebido por doação, em nome da requerente sem cláusula de incomunicabilidade), avaliado em R$ 350.000,00
Quanto a guarda e alimentos
Preceitua o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 22 “Aos
pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
Dispõe o artigo 4º, parágrafo único, da Lei nº 5.478/68 (Alimentos Provisórios).
Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Parágrafo único. Se tratar de alimentos provisórios pedidos por cônjuge, casado pelo regime
de comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor.
Devendo a guarda dos menores permanecer com a requerente como de fato já ocorre desde o
dia 28 de abril.
Da justiça Gratuita
Que seja concedido a justiça gratuita, pois a requerente não tem condições de arcar com as
custas judiciais que estão orçadas em R$ 6.707,93, sem prejuízo de sua sobrevivência e a de seus filhos, conforme contracheque em anexo.
III. Do Pedido
Diante do exposto, pede que seja julgada procedente a presente Ação, sendo deferido o
Divórcio Litigioso em face do sr. João da Silva, com a concessão da guarda unilateral dos filhos
à requerente, a fixação dos alimentos definitivos em 30% destinado aos filhos e de 10% em favor da sra. Maria da Silva, sendo-lhe concedida a meação de todos os bens do casal.
IV. Dos Requerimentos
Para tanto requer:
O deferimento da Justiça Gratuita, por não poder arcar com as despesas processuais
sem prejuízo de sua sobrevivência e dos filhos. A intimação do Ilustre representante do Ministério Público para intervenção no feito.
A citação do requerido para responder a presente demanda e querendo contestar os
fatos alegados sob pena de revelia. O deferimento dos alimentos provisionais no percentual de 40% dos rendimentos
brutos do requerido, sendo 30% destinados aos filhos e 10% à requerente, para
manutenção do padrão de vida do casal. A expedição do mandado de averbação para a o Cartório de Registro Civil competente,
voltando a usar o nome de solteira, qual seja Maria de Silva. O reconhecimento da veracidade dos fatos alegados, com a procedência total de todos
os pedidos. A condenação do requerido no pagamento de honorários de sucumbência em 10% o
valor da causa.
Requer, ainda, a produção de prova documental, testemunhal, bem assim a utilização
de qualquer outro meio probatório em direito admitido que, porventura, se faça necessário.
Dá-se à causa o valor de R$ 2.072.000,00 (dois milhões e setenta e dois mil reais).
Neste termos, Pede e espera deferimento,
_______________________________________
João de Deus
OAB 8888888888/34