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5108 Diário da República, 1.ª série — N.º 188 — 30 de setembro de 2014 3 — O processo de reconhecimento pelo Ministério da Saúde de um Centro de Referência é iniciado com a publicação, pela Direção-Geral da Saúde, de aviso para apresentação de candidaturas, que fixa os critérios espe- cíficos aplicáveis. 4 — O aviso de abertura do processo de candidatura é publicitado, pela Direção-Geral da Saúde, em Diário da República e no seu sítio eletrónico. 5 — O aviso de abertura fixa as condições e os termos em que podem ser apresentadas as candidaturas. 6 — O processo de candidatura é instruído com docu- mentação que demonstre a evidência do cumprimento dos critérios gerais e específicos aplicáveis, bem como dos normativos legais aplicáveis à atividade de prestação de cuidados de saúde. Artigo 4.º Avaliação das candidaturas 1 — A avaliação das candidaturas compete à Comissão Nacional para os Centros de Referência. 2 – A Comissão Nacional para os Centros de Referência avalia as candidaturas de acordo com os critérios constantes do aviso de abertura do processo de candidatura. 3 — Sempre que considere necessário, a Comissão Nacional para os Centros de Referência pode solicitar documentos e esclarecimentos adicionais às entidades candidatas. 4 — A Comissão Nacional para os Centros de Referência elabora um Relatório de avaliação de cada candidatura, que é notificado à administração da instituição candidata, aplicando-se o disposto no Código do Procedimento Ad- ministrativo em matéria de audiência dos interessados. 5 — A Comissão Nacional para os Centros de Referên- cia elabora um Relatório final sobre as candidaturas para efeitos do artigo 8.º alínea c) da presente portaria. Artigo 5.º Avaliação periódica 1 — A avaliação periódica, por auditoria externa, do cumprimento dos requisitos gerais e específicos que estive- ram na base do reconhecimento dos Centros de Referência cabe à Comissão Nacional para os Centros de Referência, sem prejuízo do apoio de outras instituições do Ministério da Saúde. 2 — A Comissão Nacional para os Centros de Referên- cia elabora um relatório anual das atividades de avaliação periódica previstas no número anterior. MINISTÉRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL Decreto-Lei n.º 144/2014 de 30 de setembro Nos termos do acordo assinado em dezembro de 2006, no âmbito da Comissão Permanente de Concertação So- cial do Conselho Económico e Social, o então Governo e parceiros sociais, comprometeram-se quantos aos termos de fixação e evolução da retribuição mínima mensal ga- rantida (RMMG). No âmbito desse acordo, a evolução da RMMG far-se- -ia por relação a um objetivo de médio prazo, o valor de 500 euros em 2011, tendo em vista assegurar previsibili- dade e confiança a empresas e trabalhadores, sendo a sua fixação anual ponderada de forma flexível, tendo em conta a situação económica para o período em causa. Na apresentação do Programa de Estabilidade e Cres- cimento (PEC IV) em 2011, o então Governo assumiu, a respeito da revisão da RMMG, a decisão de não existirem compromissos de aumentos adicionais no futuro e que qualquer decisão seria também condicionada pela situação económica, bem como pelo impacto do salário mínimo no funcionamento do mercado de trabalho regional e sectorial. Findas as condicionantes que levaram à não atualiza- ção da RMMG desde 2010, o atual Governo iniciou um processo de auscultação e negociação com os parceiros sociais, com o propósito de proporcionar convergências em matéria de fixação e atualização da RMMG, em sede de Comissão Permanente de Concertação Social do Conselho Económico e Social. O crescimento da produtividade do trabalho em Por- tugal e o diferencial entre esta e a média dos países com que concorremos nos mercados internacionais são deter- minantes do crescimento económico. Ora, considera o Governo que a evolução futura da RMMG, sem prejuízo de outros princípios genéricos que devem estar presentes no processo de atualização do respetivo valor, conforme previsto no artigo 59.º da Constituição da República Por- tuguesa e no artigo 273.º do Código do Trabalho, apro- vado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, deverá ter o seu princípio orientador na evolução da produtividade do trabalho, sendo tal princípio enquadrado nos objeti- vos que estejam presentes na política de rendimentos. Considerando a importância de conjugar a atualização da RMMG com a evolução da produtividade do trabalho, de forma a assegurar a competitividade das empresas e da economia portuguesa, num quadro de forte concorrência internacional, a relevância de outros fatores, tais como a evolução da economia, a situação do mercado de emprego e o custo de vida, e tendo ainda presentes critérios da política de rendimentos, o Governo entende que, para o período compreendido entre 1 de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2015, o valor da RMMG deverá ser de €505, o que se concretiza através do presente decreto-lei. Esta atualização foi o resultado das negociações entre o Governo e os parceiros sociais subscritores do Acordo Tripartido sobre a atualização da RMMG e promoção da competitividade e emprego, assinado no dia 24 de setem- bro de 2014. Foram ouvidos todos os parceiros sociais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social do Conselho Económico e Social. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- tituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto O presente decreto-lei atualiza o valor da retribuição mínima mensal garantida para o período compreendido entre 1 de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2015.

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  • 5108 Dirio da Repblica, 1. srie N. 188 30 de setembro de 2014

    3 O processo de reconhecimento pelo Ministrio da Sade de um Centro de Referncia iniciado com a publicao, pela Direo -Geral da Sade, de aviso para apresentao de candidaturas, que fixa os critrios espe-cficos aplicveis.

    4 O aviso de abertura do processo de candidatura publicitado, pela Direo -Geral da Sade, em Dirio da Repblica e no seu stio eletrnico.

    5 O aviso de abertura fixa as condies e os termos em que podem ser apresentadas as candidaturas.

    6 O processo de candidatura instrudo com docu-mentao que demonstre a evidncia do cumprimento dos critrios gerais e especficos aplicveis, bem como dos normativos legais aplicveis atividade de prestao de cuidados de sade.

    Artigo 4.Avaliao das candidaturas

    1 A avaliao das candidaturas compete Comisso Nacional para os Centros de Referncia.

    2 A Comisso Nacional para os Centros de Referncia avalia as candidaturas de acordo com os critrios constantes do aviso de abertura do processo de candidatura.

    3 Sempre que considere necessrio, a Comisso Nacional para os Centros de Referncia pode solicitar documentos e esclarecimentos adicionais s entidades candidatas.

    4 A Comisso Nacional para os Centros de Referncia elabora um Relatrio de avaliao de cada candidatura, que notificado administrao da instituio candidata, aplicando -se o disposto no Cdigo do Procedimento Ad-ministrativo em matria de audincia dos interessados.

    5 A Comisso Nacional para os Centros de Refern-cia elabora um Relatrio final sobre as candidaturas para efeitos do artigo 8. alnea c) da presente portaria.

    Artigo 5.

    Avaliao peridica

    1 A avaliao peridica, por auditoria externa, do cumprimento dos requisitos gerais e especficos que estive-ram na base do reconhecimento dos Centros de Referncia cabe Comisso Nacional para os Centros de Referncia, sem prejuzo do apoio de outras instituies do Ministrio da Sade.

    2 A Comisso Nacional para os Centros de Refern-cia elabora um relatrio anual das atividades de avaliao peridica previstas no nmero anterior.

    MINISTRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANA SOCIAL

    Decreto-Lei n. 144/2014de 30 de setembro

    Nos termos do acordo assinado em dezembro de 2006, no mbito da Comisso Permanente de Concertao So-cial do Conselho Econmico e Social, o ento Governo e

    parceiros sociais, comprometeram -se quantos aos termos de fixao e evoluo da retribuio mnima mensal ga-rantida (RMMG).

    No mbito desse acordo, a evoluo da RMMG far -se--ia por relao a um objetivo de mdio prazo, o valor de 500 euros em 2011, tendo em vista assegurar previsibili-dade e confiana a empresas e trabalhadores, sendo a sua fixao anual ponderada de forma flexvel, tendo em conta a situao econmica para o perodo em causa.

    Na apresentao do Programa de Estabilidade e Cres-cimento (PEC IV) em 2011, o ento Governo assumiu, a respeito da reviso da RMMG, a deciso de no existirem compromissos de aumentos adicionais no futuro e que qualquer deciso seria tambm condicionada pela situao econmica, bem como pelo impacto do salrio mnimo no funcionamento do mercado de trabalho regional e sectorial.

    Findas as condicionantes que levaram no atualiza-o da RMMG desde 2010, o atual Governo iniciou um processo de auscultao e negociao com os parceiros sociais, com o propsito de proporcionar convergncias em matria de fixao e atualizao da RMMG, em sede de Comisso Permanente de Concertao Social do Conselho Econmico e Social.

    O crescimento da produtividade do trabalho em Por-tugal e o diferencial entre esta e a mdia dos pases com que concorremos nos mercados internacionais so deter-minantes do crescimento econmico. Ora, considera o Governo que a evoluo futura da RMMG, sem prejuzo de outros princpios genricos que devem estar presentes no processo de atualizao do respetivo valor, conforme previsto no artigo 59. da Constituio da Repblica Por-tuguesa e no artigo 273. do Cdigo do Trabalho, apro-vado pela Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro, dever ter o seu princpio orientador na evoluo da produtividade do trabalho, sendo tal princpio enquadrado nos objeti-vos que estejam presentes na poltica de rendimentos.

    Considerando a importncia de conjugar a atualizao da RMMG com a evoluo da produtividade do trabalho, de forma a assegurar a competitividade das empresas e da economia portuguesa, num quadro de forte concorrncia internacional, a relevncia de outros fatores, tais como a evoluo da economia, a situao do mercado de emprego e o custo de vida, e tendo ainda presentes critrios da poltica de rendimentos, o Governo entende que, para o perodo compreendido entre 1 de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2015, o valor da RMMG dever ser de 505, o que se concretiza atravs do presente decreto -lei.

    Esta atualizao foi o resultado das negociaes entre o Governo e os parceiros sociais subscritores do Acordo Tripartido sobre a atualizao da RMMG e promoo da competitividade e emprego, assinado no dia 24 de setem-bro de 2014.

    Foram ouvidos todos os parceiros sociais com assento na Comisso Permanente de Concertao Social do Conselho Econmico e Social.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 198. da Cons-

    tituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.Objeto

    O presente decreto -lei atualiza o valor da retribuio mnima mensal garantida para o perodo compreendido entre 1 de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2015.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 188 30 de setembro de 2014 5109

    Artigo 2.Valor da retribuio mnima mensal garantida

    O valor da retribuio mnima mensal garantida a que se refere o n. 1 do artigo 273. do Cdigo do Trabalho, apro-vado pela Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro, de 505.

    Artigo 3.Norma revogatria

    revogado o Decreto -Lei n. 143/2010, de 31 de de-zembro.

    Artigo 4.Entrada em vigor e vigncia

    1 O presente decreto -lei entra em vigor no dia 1 de outubro de 2014.

    2 A atualizao do valor da retribuio mnima men-sal garantida efetuada pelo presente decreto -lei vigora entre 1 de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2015.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 25 de setembro de 2014. Pedro Passos Coelho Maria Lus Casanova Morgado Dias de Albuquerque Lus Pedro Russo da Mota Soares.

    Promulgado em 29 de setembro de 2014.

    Publique -se.

    O Presidente da Repblica, ANBAL CAVACO SILVA.

    Referendado em 29 de setembro de 2014.

    O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.