50
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Por: Claudia Ferreira Coutinho Orientador Prof. Monica Ferreira Melo Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALA psicologia e a fisiologia procura descrever e explicar o jogo dos animai crianças e adultos. Procuram determinar o significado do

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Por: Claudia Ferreira Coutinho

Orientador

Prof. Monica Ferreira Melo

Rio de Janeiro

2014

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior

Por: Claudia F. Coutinho

3

AGRADECIMENTOS

De forma especial ao meu esposo

Paulo Rogério Coutinho, meus

adorados filhos Diego e Taila Coutinho

pela paciência com minha ausência em

tantos sábados, pelo apoio, incentivo

e colaboração com a minha

caminhada.

A Ademar e Elite Ferreira, meus pais,

pelo amor, carinho, apoio e dedicação

de sempre.

A todos os amigos e familiares que me

incentivaram nesta jornada.

A minha orientadora Mônica Ferreira

de Melo pelo acompanhamento,

orientação e atenção.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de monografia ao

meu esposo Paulo Rogério, A meus

filhos Diego e Taila , aos meus pais

Ademar e Elite que tanto me apoiaram

nesta jornada.

5

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância da

ludicidade no ensino da língua estrangeira e demonstrar sua aplicação prática

nas salas de aula, visto que o educando vem apresentando grande

desinteresse pela disciplina. Embora as atividades lúdicas fossem mais

empregadas nas séries iniciais e na pré-escola, hoje já é introduzida e aplicada

em outras disciplinas, como o de língua estrangeira e também com educandos

de séries avançadas como o Ensino Superior. O trabalho enfatiza que o

emprego da ludicidade no ensino de línguas pode facilitar o desenvolvimento

da personalidade da criança e trazer futuramente benefícios ao adulto. È no

brinquedo que as crianças conquistam suas maiores aquisições e que no

futuro tornam-se níveis básicos do real e da moralidade. Com tantas, as

atividades lúdicas aplicadas com a metodologia ou abordagem de ensino de

línguas que convêm adequadamente aos educandos, podem , não só facilitar o

trabalho do docente, despertando o interesse e motivando o discente, como

levar o aluno a vivenciar uma atividade prazerosa com o objetivo de inserir um

conteúdo e este aprender brincando. Através da pesquisa de campo de Maria

João, apresentada neste estudo pode ser constatado o interesse e a

motivação do educando aflorado com o experimento das atividades lúdicas nas

salas de língua estrangeira. O trabalho enfatiza também os argumentos que

recomenda um método de ensino de língua estrangeira focado na aquisição da

língua materna e baseado nestes, analisa os tipos de metodologia do ensino e

quais as características de cada uma delas. Através das informações obtidas

com a pesquisa bibliográfica, constatou-se que a utilização de atividades

lúdicas no ensino de língua estrangeira, seja em qualquer fase da vida escolar,

pode superar algumas dificuldades existentes neste aprendizado e facilitar a

assimilação do conteúdo.

6

METODOLOGIA

Este trabalho monográfico resultou da pesquisa do estudo de leitura de

alguns especialistas no assunto de ludicidade na educação como: Vigotski.,

Huizinga, Piaget , Winnicott e outros, que deixa claro que a ludicidade tem

grande potencial em auxiliar no desenvolvimento físico e psíquico do indivíduo,

favorecendo a educação, assim como os que tratam de assuntos da

educação: Paulo Freire e Nilson Guedes.

Com base nos estudos da pesquisa, é possível apontar algumas

considerações. Inicialmente, observa-se o surgimento do jogo na vida da

criança na sua fase de primeira infância, quando substitui uma ação como a

sucção por um objeto, chamado de objeto transicional por Winnicott. Isso já é o

início do brincar. Segundo, observa-se o poder de favorecer a aprendizagem

exercido pela utilização da ludicidade na sala de aula no ensino de língua

estrangeira.

Os dados coletados foram frutos da leitura dos autores já citados acima e

de pesquisa webgráfica. Em anexo foi adicionado os gráficos da pesquisa de

campo realizada pela mestranda Maria João e um trecho da reportagem sobre

jogos publicado na Revista Educação, extraída de site da web .

Foi coletado também informações no PCN –EM, no capítulo que trata dos

conhecimentos de Língua Estrangeira, especificamente das competências e

habilidades desenvolvidas em Lìngua Estrangeira.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 8

CAPÍTULO I - A FUNÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM ---------------------------------------------------------------------- 11

CAPÍTULO II - JOGOS E SUA DINÂMICA ------------------------------------ 18

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

MOTIVAÇÃO E DINÂMICA DE JOGOS NA LPÍNGUA ESTRANGEIRA

CAPÍTULO III – METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA-25

LÍNGUA MATERNA E LÍNGUA ESTRANGEIRA

CLASSIFICAÇÃO DAS ABORDAGENS DO ENSINO DE LÍNGUAS

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------- 38

ANEXOS ---------------------------------------------------------------------- 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ----------------------------------------------- 46

BIBLIOGRAFIA CITADA --------------------------------------------------------- 47

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------- 49

8

INTRODUÇÃO

Segundo o estudo da pesquisa uma das perguntas em questão é qual o papel das atividades lúdicas no processo ensino-aprendizagem das línguas

estrangeiras e como estas atividades podem favorecer este processo no

Ensino Superior.

Sou professora de Inglês, atuando na rede pública estadual de ensino, no

Ensino Fundamental. Os professores da área vem enfrentando sérias

dificuldades em motivar e manter a atenção e o interesse do aluno para a

aprendizagem de Língua Estrangeira. Segundo Winnicott existem uma série

de fatores, que serão relacionados no capítulo II, que colaboram com o

desenvolvimento do adolescente, que acabam por interferir nestas atitudes do

educando e suas implicações para a educação superior.

Todo professor tem uma grande parcela da responsabilidades de repensar

e renovar suas técnicas pedagógicas, ou seja ele é responsável pela melhoria

e aprimoramento da qualidade do processo ensino- aprendizagem, cabendo a

ele aplicar novas técnicas e metodologias a fim de que o educando tenha um

melhor aprendizado.

Por esse motivo, os profissionais da área vêm utilizando jogos e músicas nas

práticas de sala de aula . Despertou-me o interesse em aprofundar os estudos

sobre este assunto, visto se tratar de um tema atual e que vem despertando

interesse entre esses profissionais e que tem sido há anos objeto de estudo

entre psicólogos, psicoterapeutas e estudiosos como Johan Huizinga,

Winnicott, Piaget e Vigotski.

As atividades lúdicas tem o grande poder de facilitar o desenvolvimento da

personalidade e das funções psicológicas, morais e intelectuais das crianças

9

assim como traz vários benefícios para o adulto como aprender ao mesmo

tempo que se distrai.

Desse modo, percebe-se o quanto é importante o uso de atividades lúdicas

na sala de aula de língua estrangeira, tendo em vista que elas proporcionam

uma maior interação entre o educando e o conteúdo aprendido, que ficam

mais fáceis e os alunos mais interessados em assistir as aulas.

Constata-se assim que é função dos docentes empregarem novas

metodologias para o ensino de língua estrangeira, utilizando as atividades

lúdicas nas suas práticas pedagógicas.

Para Huizinga(2012), o jogo pode ser definido como uma atividade ou

ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de

tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas

absolutamente obrigatórias, acompanhado de um sentimento de tensão e de

alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. Por essa

definição, acredito ser , o jogo, uma atividade adequada ao estímulo e a

motivação do educando, além de variar a rotina da sala de aula.

Serão abordadas também neste estudo, questões que abordam o jogo e as

brincadeiras, formas de se trabalhar a ludicidade.

O jogo é uma atividade muito antiga, que antecede a cultura e que está

associado a sociedade humana. Segundo Winnicott, quando o bebê utiliza os

punhos e os dedos para satisfazerem seus instintos e quando mais tarde

passa a substituí-los por um objeto( que ele chama de objeto transicional) já se

trata do início do brincar e compartilhar experiências. Já, para Piaget (1975),

os jogos consiste numa assimilação funcional, no exercício das ações já

aprendidas, gerando um sentimento de prazer, de satisfação pela ação lúdica

em si e pelo domínio sobre as ações. Tudo é jogo nos primeiros meses de

existência, exceto a nutrição e a cólera. Com efeito, quando a criança balança

10

as mãos e os braços, agita os objetos, etc, ela entrega-se as ações centradas

nelas próprias, e que são introduzidas por outrem ou por circunstâncias

exteriores e que mais tarde levam aos exercícios motores.

Vigotski(2007) afirma que o lúdico influencia no desenvolvimento da

criança . Com o jogo ela aprende além de ter iniciativa, saber agir e ter

autoconfiança, a desenvolver a linguagem. Sendo assim, as atividades lúdicas

podem ser ferramentas importantíssimas no processo ensino-aprendizagem

de todas as disciplinas em vários estágios da aprendizagem, tendo em vista,

que pode proporcionar uma aprendizagem mais descontraída, alunos mais

motivados, além de favorecer o espírito democrático na sala de aula.

Este estudo vai abordar que tanto o jogo quanto a linguagem são

atividades inatas a condição humana. Utilizar uma língua se equiparará a um

jogo de adaptar códigos. Por isso, ser proveitoso usar diferentes recursos,

inclusive o lúdico para entender as práticas de leitura e escrita e participar

delas, como interpretando ou dramatizando, pois as situações mais

significativas para a aprendizagem são aquelas que criam situações reais de

comunicação. Vai ainda ser abordado nesta pesquisa a utilização da

ludicidade nas práticas de sala de aula no Ensino Superior como recurso

motivador da aprendizagem, como revisão de determinado assunto ou como

fixação do mesmo. O estudo também será baseado em trabalhos

monográficos em sites de pesquisa, mostrando o papel dos recursos lúdicos

no ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, o conceito e o significado de

jogos , segundo os autores citados acima , quais as metodologias usadas no

ensino de LE e qual o papel do professor quanto ao conteúdo ensinado.

11

CAPÍTULO I

A FUNÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-APREDIZAGEM

Amo o Senhor porque escuta o clamor de

minha prece. Pois inclinou para mim o teu

ouvido no dia que eu o invocava.(Salmo 116, 1-2)

As atividades lúdicas vem adquirindo uma certa importância nas

práticas pedagógicas entre os profissionais de educação das línguas

estrangeiras com aprendizes de diferentes níveis e idades a fim de melhorar a

qualidade do processo ensino-aprendizagem da pré-escola ao nível superior..

Acredita-se que elas tem o poder sobre o discente de facilitar o

desenvolvimento de sua personalidade integral. Não facilitando apenas o

desenvolvimento da criança, mas também trazendo benefícios aos adultos

tornando prazeroso aprender ao mesmo tempo que se distrai.

Segundo Winnicott (2012) podemos destacar “ O jogo é fato mais antigo

que a cultura, pois esta, mesmo em suas definições menos rigorosas,

pressupõe sempre a sociedade humana”. Os animais não precisaram do

homem para ensiná-los a brincar e brincam tal qual o homem. Observando os

cachorrinhos pode-se constatar que durante sua evolução encontram-se

presentes os elementos essenciais do jogo humano. Convidam-se uns aos

outros para brincar num ritual de atitudes e gestos, respeitam as regras de não

morderem a orelha do próximo e fingem ficar zangados. O importante em tudo

isto é que eles experimentam o prazer e o divertimento. Mesmo em sua forma

mais simples , ao nível animal o jogo é mais do que um fenômeno fisiológico

ou um reflexo psicológico. Ele ultrapassa os limites da atividade puramente

física ou biológica. È uma função significante, pois encerra um determinado

sentido. Todo jogo significa alguma coisa.

12

A psicologia e a fisiologia procura descrever e explicar o jogo dos animai

crianças e adultos. Procuram determinar o significado do jogo e o seu lugar no

sistema da vida. Umas definem as origens do jogo em termos de descarga de

energia, outras como satisfação de um certo” instinto de imitação”, ou ainda

como” necessidade” de distensão.

“ O que quer que se diga sobre o brincar de crianças

aplica-se também aos adultos, a descrição torna-se mais

difícil quando o material do paciente aparece

principalmente em termos de comunicação verbal. Sugiro

que devemos encontrar o brincar tão em evidência nas

análises de adultos quanto o é no caso de nosso trabalho

com crianças.” ( WINNICOTT,1975, P.68)

Não podemos definir o brinquedo como uma atividade que dá prazer a

criança por dois motivos. Primeiro, por existir outras atividades que dão

experiências de prazer mais intensas que o brinquedo. Segundo, por existir

jogos nos quais a própria atividade não é agradável.(Vigotsky,2007)

Porém, ainda segundo Vigotsky, é impossível ignorar que a criança satisfaz

certas necessidades no brinquedo.

“...é a brincadeira que é universal e é própria da saúde: o

brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o

brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar

pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia;

finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma

altamente do brincar, a serviço da comunicação consigo

mesmo e com os outros.” ( WINNICOTT, 1975, P.70 )

13

Para Jean Piaget (1975), quase todos os comportamentos que

estudamos a propósito da inteligência são suscetíveis de se converter em jogo,

uma vez que se repitam por assimilação pura, isto é, por simples prazer

funcional. Se o ato de inteligência culmina num equilíbrio entre a assimilação e

a acomodação, enquanto que a imitação prolonga a acomodação, pode-se

dizer inversamente , que o jogo é puramente assimilação, quer dizer,

pensamento orientado pela preocupação dominante da satisfação individual.

Com a socialização da criança, o jogo adota regras ou adapta cada vez mais a

imaginação simbólica aos dados da realidade, sob a forma de construção

ainda espontânea mas imitando o real. Sob essas formas o símbolo da

assimilação do indivíduo cede passo, quer a regra coletiva, quer o símbolo

representativo ou quer aos dois juntos. Piaget ainda relata que os exercícios

lúdicos inicia-se a partir da primeira fase, que é a fase das adaptações

reflexas. Na segunda fase, o jogo é demonstrado quando das primeiras

lalações, os movimentos de cabeça e das mãos acompanhadas de sorrisos de

divertimento, ou seja , o jogo se esboça na forma de uma diferenciação da

assimilação adaptativa. Em suma , no decorrer das fases, o jogo se apresenta

na forma de uma ampliação da função de assimilação, para além dos limites

da adaptação atual.

Para Huizinga (2012) o jogo é fato mais antigo que a cultura, pois este

pressupõe a sociedade humana; e em certo sentido, é também superior, ou

pelo menos autônomo em relação a ela. Podemos situar-nos no jogo, abaixo

do nível da seriedade, como faz a criança e acima desse nível quando

atingimos as regiões do belo e do sagrado. Ele define jogo como uma

atividade ou ocupação voluntária , exercida dentro de certos e determinados

limite de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas

absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de

um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente

da” vida quotidiana”.

14

Segundo o autor podemos destacar “ Se não entendemos o caráter

especial dessas necessidades, não podemos entender a singularidade do

brinquedo como forma de atividade.” (VIGOTSKI 2007, P. 108)

Vigotski diz que a partir das necessidades não realizáveis imediatamente

nas crianças é que surge o brinquedo, e para resolver esta tensão a criança

envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis e

esse mundo é o que ele chama de brinquedo. E no brinquedo são

conquistadas as maiores aquisições das crianças, aquisições estas que no

futuro se tornarão níveis básicos do real e da moralidade. Ele ainda diz que o

desenvolvimento do jogar com regras começa no fim da idade pré- escolar e se

desenvolve durante a vida escolar. Daí a importância das atividades lúdicas no

processo ensino-aprendizagem, pois o lúdico influencia o desenvolvimento da

criança , e através do jogo, ela aprende a agir, adquirindo autoconfiança e

iniciativa, desenvolvendo a linguagem, o pensamento e a concentração. É

grande a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança, pois é no

brinquedo que ela aprende a agir numa esfera cognitiva. Sendo assim, a

criança atinge uma definição funcional de conceitos e objetos e as palavras

passam a se tornar parte de algo concreto.

Na concepção piagetiana, o jogo é essencial na vida da criança, pois

consiste na assimilação. Ela se apropria daquilo que percebe da realidade ,

gerando um prazer pela atividade lúdica e pelo domínio da mesma. Já Hohan

Huizinga diz, que a ideia de ganhar está estreitamente relacionada com o jogo,

significa manifestar superioridade num determinado jogo, o que faz com que o

indivíduo ganhe estima , conquiste honrarias e estas honrarias e estima

imediatamente concorram para benefício do grupo ao qual o vencedor

pertence.

E é na escola que deve-se priorizar, estimular a proposta de interagir

com o outro e com o meio, no que Nilson Guedes, em Pedagogia do Amor diz

que nosso caminhar pelo trabalho passará inicialmente pela questão do eu

para podermos olhar o outro e assim estar pronto para analisar a relação de

15

forma humana e mais interessante, sendo assim cabem aos professores as

ações operacionais iniciais nessa relação de papeis sociais. Johan Huizinga ,

ainda ressalta a importância do jogo com a sensação de estar “separadamente

juntos”, numa situação excepcional , de partilhar algo importante afastando-se

do resto do mundo e recusando normas habituais, conservando a magia para

além de cada jogo. Possuindo o jogo desde a infância o encanto do segredo,

pois dentro do círculo do jogo as leis e os costumes da vida cotidiana perdem a

validade. O jogo assume uma posição que o isola da vida cotidiana, tendo

dentro de seu espaço suas próprias regras. E nesse espaço, acaba sendo

possível desenvolver as capacidades físicas e intelectuais do jogador,

proporcionando um momento de interação com o outro que separado do dia-

a-dia cria suas próprias regras e resulta em aprendizagem.

“Numa tentativa de resumir as características formais do

jogo, poderíamos considerá-lo uma atividade livre,

conscientemente tomada como “não séria” e exterior a

vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o

jogador de maneira intensa e total. É uma atividade

desligada de todo e qualquer interesse material, com o

qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro

de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma

certa ordem e certas regras. Promove a formação de

grupos sociais com tendência a rodearem-se de segredo

e a sublinharem na diferença em relação ao resto do

mundo por meio de disfarces ou outros meios

semelhantes. (HUIZINGA, 2012, P.16)

Segundo o autor, longe de ser uma atividade sem objetivo, só se

concebe o jogo como uma busca de fins particulares. ( PIAGET, 1975, P. 195)

16

Conforme a relação que Huizinga faz do sagrado com o jogo, existe uma

antítese entre jogo e seriedade. Porém começamos por dizer que todo jogo

tanto das crianças como dos adultos pode efetuar-se dentro do mais completo

espírito de seriedade. Analisando um pouco mais a antítese jogo-seriedade,

constatamos que eles não tem valor idêntico: jogo tem um sentido positivo e

seriedade, negativo.

Para Almeida( 2003) , a educação lúdica esteve presente em todas as

épocas, povos , contextos de inúmeros pesquisadores, formando, hoje uma

vasta rede de conhecimento não só no campo da educação, da psicologia

como das demais áreas do conhecimento. A educação lúdica integra uma

teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos , além de explicar as

relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultura,

psicológico, enfatizam a liberdade das relações pessoais passivas, técnicas

para as relações reflexivas, fazendo do ato de educar um compromisso

consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer , de

satisfação individual e modificador da sociedade.

“ O primeiro brinquedo utilizado pela criança é seu próprio

corpo; que começa a ser explorado nos primeiros meses

de vida; em seguida ela passa a explorar objetos do meio

que produzem estímulos visuais, auditivas ou

cinestésicas. A partir daí o brinquedo estará sempre na

vida da criança, do adolescente e mesmo do adulto.”

(ALMEIDA, 2003, P.38)

Ainda, de acordo com Paulo Nunes de Almeida ,2003 , formar

professores para a introdução do lúdico é , sem dúvida, uma tarefa difícil, pois

o sentido real da educação lúdica estará garantido se o educador estiver

preparado para realiza-lo e tiver profundo conhecimento sobre o assunto. Os

alunos de hoje acreditam nos professores que sabem participar, transformar

17

suas aulas em trabalho-jogo( seriedade e prazer), sabem desafiar, sabem

aproveitar cada momento para debater, discutir e proporcionar a

aprendizagem. Quando um professor desperta na criança a paixão pelos

estudos , ela mesma buscará o conhecimento e fará tudo para corresponder.

Isso ocorre não só com as crianças da pré-escola, ensino fundamental e

médio, mas também no ensino superior.

Com isso podemos destacar que embora alguns pesquisadores façam

referência as atividades lúdicas na aprendizagem infantil, não nos faz

desvalorizar o emprego dessas atividades com os adultos. Com tantas, as

atividades lúdicas também podem trazer benefícios com os adultos, tornando o

processo ensino-aprendizagem mais descontraído , prazeroso, aliviando as

tensões do dia a dia e tornando-os mais motivados.

18

CAPÍTULO II

JOGOS E SUA DINÂMICA

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas

faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não

pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da

alegria. ( PAULO FREIRE)

2.1- Competência e Habilidades da língua estrangeira

A aprendizagem de uma língua estrangeira contribui bastante para o

processo educacional, pois favorece a aquisição de um conjunto de

habilidades linguísticas, além de levar a uma nova percepção da linguagem,

aumentar a compreensão de como ela funciona e conscientizar-se do

funcionamento da própria língua materna. Porém, é notório uma grande

dificuldade no aprendizado de uma língua estrangeira e assim surgiu a ideia e

a necessidade de buscar um ensino diferenciado, que vem a ser o ensino de

forma lúdica.

O uso de jogos, curiosidades no ensino de língua estrangeira tem como

objetivo fazer com que o educando aprenda a gostar da disciplina. A dinâmica

de jogos na aprendizagem de línguas, permite que o aluno faça da

aprendizagem um processo interessante e até mesmo divertido.

(REPOSITORIO-ABERTO.UP.PT, ACESSADO DIA 21/01/2014)

“Jogar é uma forma de estudar brincando, porque

brincando com os jogos o aluno aprende, sobretudo, a

conhecer e compreender o meio social que o rodeia, pois

ao brincar e experimentar o mundo dentro de seu

contexto o aluno vai construir o seu fazer, podendo assim

19

repercutir no futuro de sua vida.”

(WWW.GUARAINOTICIAS.COM.BR- ACESSADO DIA

21/01/2014)

Segundo Freire(2013) o educador não deve ser mero transmissor de

conhecimento e sim levar o educando a uma educação progressista , dando

oportunidade de “construir” e “reconstruir” o seu saber lado a lado com o

educador. Pois nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos

vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do

saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.

Com isso a dinâmica dos jogos favorece a construção e a reconstrução do

saber de uma língua estrangeira. Enfim as atividades lúdicas na educação é

um meio de retirar os conteúdos para gerarem um aprendizado e fazer com

que os educandos se interessem, se sintam motivados e despertem o prazer

de estudar e aprender. (WWW.GUARAINOTICIAS.COM.BR –ACESSADO EM

21/01/2014)

Como estabelecido no PCN- EM , no âmbito da LDB, as Línguas

Estrangeiras Moderna recuperam a importância que lhes foi negada durante

tempos. Considerada como disciplina irrelevante, passa a ter a configuração

de disciplina igual as demais, do ponto de vista de formação do indivíduo.

Segundo o PCN- EM as Línguas Estrangeiras, integradas à área de

Linguagem, Código e suas Tecnologias, assumem a condição de serem parte

indissolúvel do conjunto de conhecimentos essenciais que permitem ao

estudante aproximar-se de várias culturas e consequentemente, propiciam sua

integração num mundo globalizado.

Dessa forma foram desenvolvidas as seguintes competências que integram

as Línguas Estrangeira:

- Saber distinguir entre as variantes linguísticas.

20

- Escolher o registro adequado à situação na qual se processa a educação.

- Escolher o vocabulário que melhor reflita a ideia que pretenda comunicar.

- Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em

razão de aspectos sociais e/ou culturais.

- Compreender em que medida os enunciados refletem a forma de ser, pensar,

agir e sentir de quem os produz.

- Utilizar os mecanismos de coerência e coesão na produção em Língua

Estrangeira( oral e/ou escrita). Todos os textos referentes à produção e a

recepção em qualquer idioma regem-se por princípios gerais de coerência e

coesão e, por isso, somos capazes de entender e de sermos entendidos.

- Utilizar estratégias verbais e não verbais para compensar falhas na

comunicação( como fato de não ser capaz de recordar, momentaneamente

uma forma gramatical ou lexical), para favorecer a efetiva comunicação e

alcançar o efeito pretendido( falar mais lentamente, ou enfatizando certas

palavras, de maneira proposital, para obter determinados efeitos retóricos, por

exemplo). (PCN-EM)

A partir da proposta de abordagem das habilidades e competências no

Ensino de Língua Estrangeira Moderna , segundo os PCN-EM, pode-se notar

que o domínio de uma outra língua favorece a integração do aluno no mundo

globalizado e para que isso realmente ocorra, as aulas de repetição e

exploração do conteúdo de gramática deve ceder lugar ao desenvolvimento

das quatro habilidades linguísticas ler, escrever, ouvir e falar.

21

2.2- Motivação e dinâmica de jogos na língua estrangeira

Segundo Winnicott (2012), vários fatores colaboraram com o

desenvolvimento do adolescente e suas implicações para a educação superior,

Tais como:

- o desenvolvimento emocional do indivíduo;

- o papel da mãe e dos pais;

- a família como um desenvolvimento natural, em função das necessidades da

infância;

- o papel das escolas e outros grupamentos , visto como extensão da ideia

familiar e como realce dos padrões familiares estabelecidos;

- a imaturidade do adolescente;

- a consecução gradativa da maturidade na vida do adolescente;

- a consecução, pelo indivíduo, de uma identificação com grupamentos sociais

e com a sociedade, sem perda excessiva de espontaneidade pessoal;

- a estrutura da sociedade, sendo essa palavra utilizada como substantivo

coletivo, sociedade composta de unidades individuais, maduras ou imaturas;

- as abstrações da política, da economia, da filosofia, da cultura, vistas como

culminação de processos naturais de crescimento;

- o mundo como superposição de um bilhão de padrões individuais, uns sobre

os outros.

22

A dinâmica cresce junto com o indivíduo e é herdado por ele. È certo que o

meio ambiente facilita o desenvolvimento de cada indivíduo. Há genes que

determinam padrões e o indivíduo tem uma tendência herdada a crescer e

alcançar a maturidade, porém nada acontece no crescimento emocional, sem

que esteja em conjunto com o ambiente que deve ser suficientemente bom.

Fundamental é que partindo da dependência o indivíduo vai gradativamente

alcançando a independência para que ao alcançar a maturidade, possa sentir

–se livre e independente , tanto quanto contribua para a felicidade e para o

sentimento de estar de posse de uma identidade pessoal.

Até agora enumeramos diversas seções de fatos da sociedade humana,

em termos de desenvolvimento do crescimento humano, visto como

coletivamente e dinâmico.. Daí a necessidade de observar a humanidade que

pode ser encarada das mais diferentes maneiras e examinada com os olhos

postos num ou noutro “lado do telescópio”. Daí ser obrigada a incluir isto e

rejeitar aquilo. Baseados nestes fatores que influenciam no desenvolvimento

do adolescente ,que serão os futuros educandos do ensino superior e

buscando atividades que propiciem a aprendizagem, é preciso buscar outros

métodos e atividades para que isso aconteça.

Como destaca Winnicott “ Com alguns de nossos filhos teremos sorte se

nossa ajuda lhes permitir o pronto uso de símbolos, e o brincar, o sonhar, ser

criativo de maneira satisfatória”.

“ É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança

ou o adulto fruem sua liberdade de criação.”

(WINNICOTT, 1975, P. 88)

Maria João Gomes da Silva Santos em seu relatório de mestrado relatou o

estudo que realizou na Escola Básica Integrada de Apúlia, situada em Braga

inspirada na falta de motivação dos alunos nas aulas de língua inglesa e

espanhola. Seu estudo feito com o objetivo de fomentar e aumentar a

23

motivação para aprender uma língua estrangeira, partiu do princípio que

ambas as línguas apresentavam particularidades diferentes e então, deveria

motivar os alunos para alcançarem o êxito escolar. Por isso investiu em

atividades dinâmicas que implicassem na atuação do aluno e implementassem

a dinâmica de grupo. O estudo foi realizado em turmas de diferentes séries e

níveis, as quais apresentavam dificuldades muito acentuadas na assimilação e

aplicação dos conhecimentos da língua e grande desmotivação para a aula. As

dificuldades eram um pouco menores nas turmas do 7° ano de Espanhol,

devido a língua se aproximar mais da língua materna. “Assim, a atividade

dinâmica seria algo de lúdico que os alunos percepcionassem imediatamente,

que era algo divertido e aprazível, ou seja, que despertasse a vontade de atuar

e aprender ao mesmo tempo.”

Após a observação direta das turmas ela optou por estratégias nas quais

propunha atividades dinâmicas, que o aluno fosse cem por cento o agente sem

intervenção do professor. Isso poderia implicar em falha, visto que o aluno

poderia não participar e perder a oportunidade de motivar a turma. Durante o

planejamento, percebeu não ser viável colocar sempre em prática uma

atividade dinâmica visto que poderia perder o “fio condutor” das aulas e

confundir os alunos. Decidiu então, fazer atividades dinâmicas no início de

cada tema ou unidade de trabalho e sempre no início das aulas. Na fase

experimental ela usou atividades físicas para a língua inglesa e de

representação para a língua espanhola. Também lançou mão de um

questionário no qual o alunos teriam oportunidade de expressar sua opinião

com relação as aulas ministradas e as atividades dinâmicas que mais

gostaram; e de uma “grelha de observação” na qual os orientadores deveriam

analisar os níveis de motivação dos alunos. A atividade dinâmica utilizada nas

turmas de 8° A e 9° C foi o jogo de futebol. A professora após escrever o

conteúdo no quadro, combinou com um aluno que ao dar-lhe um sinal, ele

levantasse e jogasse bola ao som de um estádio cheio. A princípio alguns

alunos ficaram atônitos, esperando por uma repreensão, mas ao perceber que

era tudo combinado, assistiram e incentivaram o colega.. Como um árbitro,

24

apitou para que o aluno saísse do jogo e pediu aos demais alunos que

relatassem o que viram, suas opiniões e sentimentos. Foi visível o interesse e

a motivação por parte dos alunos.

Foi utilizado também aulas de aeróbica , música e vídeo para o tema Body

and Mind e um pequeno teatro sobre os três reis magos , para o tema “Las

costumbres navideñas.

Ficou concluído através dos questionários que os alunos demonstraram

gostar mais das atividades que os surpreendam e os levem a participar.

Preferiram as atividades dinâmicas por serem diferentes e mais

divertidas.(REPOSITÓRIO-ABERTO.UP.PT- ACESSADO EM 21/01/2014)

“Não obstante, é preciso compreender claramente que o

trabalho escolar deve ser mais que um jogo e menos que

um trabalho( restrito). É um equilíbrio entre o esforço e o

prazer, instrução e diversão, educação e vida nas escolas

maternais e jardins, será ainda quase um jogo, um

divertimento, um desafio; nas séries mais avançadas,

estará próximo do trabalho (produção, elaboração,

esforço, busca, descoberta do conhecimento).”

(ALMEIDA, 2003, P.61)

Conclui-se então, com a investigação de Maria João que a motivação

desempenha um papel crucial na atuação do aluno em sala de aula e no seu

sucesso escolar. Porém para obter a motivação desejada deve-se cativar o

aluno através da realização de atividades dinâmicas. Atividades estas que

representem um desgaste de energia por parte dos alunos durante sua

realização e que envolvam as suas emoções como, por exemplo, jogos. Estas

atividades podem despertar no aluno o interesse pelas aulas de língua

estrangeira e perdurar durante algum tempo em sua memória

25

CAPÍTULO III

METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

3.1- Língua Materna e Língua Estrangeira

“Levanto os olhos para os montes: de onde me virá

auxilio? Meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a

terra .Não deixará teu pé vacilar, aquele que te guarda

não dorme.( Salmo121, 1-3)

A procura por um método apropriado para o ensino de uma língua

estrangeira tem sido uma grande preocupação entre os profissionais da área.

Com isso, é essencial que estes profissionais tomem conhecimento das

metodologias existentes.

Vigotski (2007, P.59) afirma que “ qualquer abordagem fundamentalmente

nova de um problema científico leva, inevitavelmente, a novos métodos de

investigação e análise.”

Por isso , o profissional de língua estrangeira deve conhecer e estudar as

metodologias do ensino de línguas para analisá-las e perceber qual a mais

apropriada para a sua clientela.

Segundo Vigotski, 2007, a criação de novos métodos requer muito mais do

que uma simples modificação dos métodos previamente aceitos.

Alguns profissionais também procuram estudar a aquisição da língua

materna a fim de aprimorar o ensino das habilidades linguísticas para ensinar

os falantes nativos, assim também é comum encontrarem em textos que

tratam questões da língua estrangeira, informações sobre a língua materna.

26

Douglas Brown, 1994 apresenta alguns argumentos, baseados na

aquisição da língua materna para o uso de um método de ensino de língua

estrangeira: no ensino de uma língua estrangeira a prática é essencial; o

aprendizado de uma língua é, principalmente , uma questão de imitação;

primeiro praticamos os sons separados, depois as palavras e , por fim, as

frases; observando o desenvolvimento da fala de uma criança, primeiro ela

ouve , depois ela fala; a ordem natural para aprender uma língua materna ou

estrangeira é ouvir, falar, ler e escrever; a tradução não é necessária para

aprender a língua materna e da mesma forma procede com a aprendizagem

de uma segunda língua; uma criança usa a língua, mas não tem o estudo

formal, não se fala em verbos e substantivos e, mesmo assim ela aprende a

língua perfeitamente. ( WWW.EAD.FTF.BR,ACESSADO EM 13/01/2014)

Brown, 1994 afirma serem estes argumentos representantes da visão

behaviorista da língua, na qual o processo de aquisição da língua materna é

entendido como uma prática de memorização, formação de hábito,

consolidação, condicionamento, associação, estímulo e resposta. Em

consequência, pressupõem que o aprendizado de uma segunda língua

aconteça da mesma forma. (WWW.EAD.FTC.BR, ACESSADO EM

13/01/2014)

O argumento que trata do aprendizado de uma língua como sendo uma

questão de imitação, pode ser ilustrado com a afirmação de Piaget (1975) que

em seus estudos comprova ser esta, a segunda fase das atividades sensório-

motoras, que tem como característica o fato dos esquemas reflexos

começarem assimilando certos elementos exteriores e ampliando-se em

função de uma experiência na forma de reações circulares “diferenciadas”.

Desta forma a medida que a criança acomoda seu ouvido e a fala a um novo

som, ela passa a reproduzi-los por reações circulares.

27

“ Logo, bastará que o sujeito ouça o som em questão,

mesmo no caso de não ter sido ele quem acabou de

emitir, para que o som ouvido seja assimilado ao

esquema correspondente e a acomodação do esquema a

esse dado se prolongue em imitação.”(PIAGET,1975,

P.22)

A afirmação de Piaget, citada acima nos leva a concluir que é primordial na

aprendizagem de uma língua, seja ela materna ou estrangeira, que o aprendiz

ouça, assimile e reproduza ou imite o que ouviu.

Para Vigotski, 2007, todos os experimentos psicológicos baseiam-se no

que ele chama de uma “ estrutura estímulo-resposta”, que significa o sujeito

ser confrontado com algum tipo de situação-estímulo planejada para influenciá-

lo a examinar e analisar respostas pronunciadas por uma situação

estimuladora.

A metodologia empregada funciona como uma situação estimuladora para

a aprendizagem de uma língua. O pressuposto de que uma língua é uma

resposta automática a um estímulo e que a aprendizagem se dá pela

automatização dessa resposta vai gerar uma determinada metodologia para o

ensino da língua.

28

3.2- Classificação das Abordagens do Ensino de Línguas

Antes de descrever os diferentes métodos pelos quais se pode aprender

uma língua estrangeira, convém mencionar a diferença entre os termos

método, metodologia ou abordagem. Abordagem é um termo mais amplo e

engloba os pressupostos teóricos acerca da língua e da aprendizagem, os

objetivos gerais, os conteúdos e as teorias de referência a elaboração de um

método. O método possui uma abrangência mais restrita e está contido na

abordagem e envolve regras para a seleção, ordenação e apresentação dos

itens linguísticos. Vejamos as abordagens do ensino de uma língua

estrangeira:

-Abordagem da Gramática e da Tradução (AGT) – é o método que tem

mais tempo de uso no ensino de línguas e consiste no ensino da segunda

língua pela primeira. A informação necessária para entender uma língua

estrangeira tem explicação na língua materna, sendo essencial seguir como

passos de aprendizagem a memorização, o conhecimento das regras para o

emprego das palavras em frases e exercícios de tradução.

-Abordagem Direta (AD) – também com bastante tempo de uso é a

metodologia cujo princípio fundamental é aprender uma língua estrangeira pela

língua estrangeira, a língua materna jamais deve ser usada. Dá-se ênfase a

língua oral, podendo a escrita ser logo introduzida. Diálogos e pequenos

trechos de leitura são usados para iniciar os exercícios. A integração das

habilidades ouvir, falar, ler e escrever é usada pela primeira vez no ensino de

línguas.

-Abordagem para a Leitura (AL) - tem como objetivo principal desenvolver

a habilidade de leitura, com isso o desenvolvimento e expansão do vocabulário

é essencial. Predomina o uso de exercícios escritos, baseados em textos, não

dando assim, ênfase a pronuncia.

29

- Abordagem Audiolingual ou áudio-oral . esta abordagem estabelece a

ênfase na língua oral, na qual o aluno, primeiro ouve e fala, depois lê e

escreve, como acontece na aprendizagem da língua materna. Também era

apresentada, preferencialmente por diálogo, por representar a linguagem do

dia-a-dia. (WWW.LEFFA.PRO.BR, ACESSADO EM 13/01/2014)

Diversos são os elementos que contribuem para a aprendizagem de uma

língua estrangeira, mas estar motivado para aprender é a mais importante,

independente da metodologia empregada. (WWW. HOTTOPOS. COM.BR,

ACESSADO EM 13/01/2014)

Porém a própria metodologia pode servir como motivação desde que o

aluno esteja engajado no processo ensino-aprendizagem, cabendo ao

professor saber julgar qual a mais adequada a sua clientela.

“ Nosso caminhar pelo trabalho passará inicialmente pela

questão do Eu para podermos “olhar “ o Outro e, assim,

quando o Outro “aparecer” estaremos pronto para

analisar a relação de forma humana e mais interessante.”

(GUEDES, 2006, P.19)

No processo ensino-aprendizagem de língua estrangeira, o professor da

área, mesmo com a prática educacional, ,deve conhecer melhor a didática de

línguas, repensar e avaliar seus conhecimentos didáticos e suas práticas

pedagógicas. Deve ainda repensar a metodologia utilizada por ele, tendo em

vista as transformações que ocorrem na sociedade atual, influenciada pelas

tecnologias , aceitando assim novas técnicas de aprendizagem. Deve variar

sua metodologia , tornar as aulas mais dinâmicas para que os alunos

dediquem mais interesse pelas aulas. Integrando as atividades lúdicas à

metodologia de língua estrangeira empregada, irá favorecer ao educando

aprender ao mesmo tempo que se diverte.

30

3.3- Atividades práticas

Com o objetivo de ilustrar a pesquisa foi coletado de um site nove atividades

lúdicas para o ensino de língua estrangeira, cujo site se encontra em anexo.

Atividade 1: Going Shopping Habilidade: Speaking/Vocabulary Nível: 3º ano Procedimento: Essa atividade deve ser trabalhada após uma aula que for introduzido o vocabulário de roupas. O professor divide a sala em grupos, de acordo com a quantidade de alunos. Alguns alunos são os compradores e os demais os clientes. O professor irá colocar sobre a mesa gravuras de peças de roupas e acessórios. . Primeiramente, pedir para um grupo de alunos (os clientes) fazerem uma lista de compras de roupas e acessórios descrevendo os detalhes tais como: tamanho, cor, material etc; de acordo com o nível da turma. Depois de feito as listas, os alunos vão às compras. Ao realizar as compras os alunos (compradores) dizem o que querem comprar dando dicas e características dos itens e os vendedores devem procurar nas gravuras o que o cliente está pedindo. Todos os aprendizes podem ser clientes e vendedores em vários momentos. Objetivo: Explorar o vocabulário, e a compreensão oral. É uma atividade comunicativa que irá explorar tanto a forma quanto a produção oral, porém, a ênfase é dada na capacidade do aluno de interagir-se oralmente. Uma sugestão após a realização da atividade é gravar a fala dos alunos para que assim eles possam fazer uma autocorreção dando oportunidade para que eles possam identificar os erros. O jogo apresentado acima envolve tanto a produção oral quanto o conhecimento do contexto sociocultural em que se utiliza a língua. Levando em consideração que um dos objetivos no ensino comunicativo de língua estrangeira é preparar o aluno para diferentes formas de comunicação em situações reais, essa atividade proporciona ao aluno a exposição à linguagem real, ou seja, como se estivessem fazendo na vida cotidiana. Para Larsen-Freman (2000), os jogos são muito importante, pois dão oportunidade aos estudantes de praticar a comunicação em diferentes contextos sociais. Dessa forma, tal atividade oferece oportunidade de utilização real da linguagem.

31

Atividade 2: Simulate Situation Habilidade: Speaking Nível: 2º e 3º ano Procedimento: O professor divide a turma em dois grupos. Dois ou três alunos vão à frente e escolhem um cartão no qual estará pedindo para os alunos simularem uma situação (pode ser uma situação em um restaurante, no clube ou em outros lugares). À medida que os alunos forem simulando a situação, os alunos dos outros grupos tentam adivinhar a simulação, ou seja, descobrir se eles estão em um restaurante, shopping, clube etc. O grupo que acertar primeiro o lugar em que eles estão ganha pontos e assim por diante. O grupo que acumular mais pontos é o vencedor. Objetivo: Desenvolver o speaking de forma espontânea, interagir com os colegas e desenvolver a imaginação para simular a situação como se fosse uma situação real. Retomando os conceitos de Krashen (1982), a aquisição de linguagem está mais para o fazer inconsciente em um ambiente onde haja interação. Assim, pode-se ocorrer à aquisição da linguagem natural uma vez que este jogo envolve os participantes deixando-os livres para agir gerando assim um maior entusiasmo, além disso, neste tipo de jogo a criatividade tem um destaque especial no momento em que os alunos engajados são tomados por momentos de extrema imaginação buscando alternativas e emitindo expressões para simular uma situação. Atividade 3: Crossword Game Habilidade: Speaking/Vocabulary Nível: Ensino Fundamental e Médio Procedimento: O professor terá que desenhar no quadro ou na cartolina uma cruzadinha. É um jogo no qual o grupo deverá descobrir na cruzadinha qual a palavra que se encaixa. As palavras sobre frutas, verduras e outras comidas ficam do lado de fora da cruzadinha todas embaralhadas e os participantes devem encaixá-las de forma correta dentro da cruzadinha e logo após dizer seu nome e se consiste em “junk food” ou “healthy food”. O participante que não conseguir decifrar pede ajuda aos colegas do grupo. A sala pode ser dividida em quatro grupos de quatro pessoas ou mais. Objetivo: Promover o aprendizado de novos vocabulários sobre frutas, verduras e outros tipos de comida, bem como reforçar o conteúdo trabalhado de forma que os alunos possam fixar o conteúdo. Esta pode ser uma maneira de estudar ou revisar o vocabulário. O professor poderá observar a participação dos alunos bem como verificar a pronúncia considerando que, o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação verbal através de atividades que promovem o desenvolvimento da comunicação (Cardoso, 1996). As atividades lúdicas para que o aluno assimile o vocabulário é muito

32

importante, pois na medida que o aluno vai armazenando o vocabulário fica mais fácil para que o mesmo possa compreender textos sem precisar decorar listas de palavras. Atividade 4: Clothes in motion Habilidade: Vocabulary Nível: 1º ano Procedimento: O professor colocará peças de roupas sobre a mesa para que os alunos possam visualizar. Em seguida, cada aluno, individualmente, pegará uma peça de roupa e deverá buscar o seu nome por meio dos dicionários ilustrados que estarão fixados na parede. Logo após, cada aluno fará um círculo onde trocarão as peças de roupas em sentido horário falando seus respectivos nomes em inglês. Quando todos já souberem os nomes das roupas cada aluno que estiver em seu respectivo lugar fará um desenho em forma de um círculo no chão, ou poderá marcar seu lugar com um X com uma fita adesiva. Deve ser deixado um lugar vazio marcado pela fita adesiva ou com o desenho (X) feito de giz. O aluno que está á direita do lugar vazio, fala o nome de uma peça de roupa que esteja com o outro aluno. O que possui essa peça de roupa deverá imediatamente se dirigir ao lugar vazio, deixando vazio o lugar onde estava. É repetida a situação até que todas as peças de roupas sejam repetidas, ou até que o professor ache suficiente a duração do jogo. Objetivo: Praticar o vocabulário de roupas expressando seu nome em inglês para que o aluno possa reconhecer o significado e utilizar a língua-alvo com espontaneidade. Os jogos com foco no vocabulário, segundo Prabhu (1992, apud Cardoso, 1996) constitui um ensino com valor pedagógico no sentido de que facilita a assimilação subconsciente das regularidades estruturais inerentes nas formas envolvidas e promove autenticidade no uso da língua. Dessa forma, as atividades para exploração do vocabulário não visam à aprendizagem do vocabulário com palavras isoladas, mas podem ser o ponto de partida para adquirir a língua inglesa, além disso, ajuda na ampliação e na fixação do vocabulário. No entanto, é fundamental que o professor reconheça o valor da inserção dos jogos em sala de aula como instrumento que possibilita o uso da língua-alvo, o desenvolvimento da autonomia, do raciocínio e da capacidade de observação. Atividade 5: Mime Habilidade: Speaking/Vocabulary Nível: Todos. Basta adequar à série que está trabalhando Procedimento: O professor colocará cartões com as palavras do vocabulário estudado em um recipiente. Logo após, dividir os alunos em duas equipes. Cada equipe deverá eleger um representante para ir à frente da sala e retirar

33

um cartão do recipiente. Ao retirar o cartão o participante deverá fazer uma mímica que represente o que está escrito (em inglês) no cartão (pode ser palavras que indique ações tais como: swiming, play volleyball, ride a bicycle, teacher, engineer, frog, bird etc.) Cada equipe terá um tempo para acertar. O grupo que acertar primeiro é o vencedor. O vocabulário deverá se adequar ao conteúdo estudado como, por exemplo, profissões, esportes, animais etc. Objetivo: Fixar melhor o vocabulário por meio da interação entre os alunos. Essa atividade pode proporcionar o desenvolvimento do pensamento lógico no momento em que os alunos vão falando, emitindo opiniões para descobrirem do que se trata a mímica. Atividades como essa proporciona uma aprendizagem de forma agradável, pois o ato de jogar estimula o desenvolvimento, a ação e a capacidade dos alunos de se expressarem. Para Luckesi (2000), a atividade lúdica, por si é ação, e, como tal, implica em movimento, em construção. Na medida em que agimos ludicamente, criamos nosso mundo e a nós mesmos de forma lúdica. Por meio dessa atividade, o aluno envolve em uma prática comunicativa espontânea que não é totalmente induzida pelo professor, podendo também utilizar a língua com mais liberdade, ou seja, menos preocupados com a forma. O esforço para atingir o objetivo e a mediação durante o jogo pode contribuir para um uso autêntico da língua inglesa. Atividade 6: Famous Personality Habilidade: Speaking Nível: Ensino Médio Procedimento: Após o conteúdo abordado sobre o assunto referente à “adjectives” o professor deverá passar para os alunos flash cards com fotos de pessoas famosas. Cada aluno pegará seu flash card sem que o outro veja e em pares os alunos terão que perguntar um para o outro sobre seu casal, porque foram famosos e sobre alguma característica específica de cada um e assim tentar descobrir quem é a personalidade famosa do colega. Objetivo: Possibilitar aos alunos o desenvolvimento da oralidade usando os adjetivos referente ao tópico abordado. Como vimos anteriormente, para que o aluno desenvolva tanto a motivação intrínseca quanto a motivação extrínseca, o professor precisa atentar para os aspectos que geram a motivação, ou seja, oferecer ferramentas ao aluno para que este possa se sentir motivado. Segundo Schutz (2003), se o ambiente em que o aprendizado da língua deve ocorrer for autêntico e proporcionar atividades voltadas aos interesses do aprendiz, o grau de motivação será alto. Entretanto, se o ambiente carecer de autenticidade e elementos da cultura estrangeira como, por exemplo, uma sala de aula com um número excessivo de alunos e um professor de proficiência limitada, onde a L2 (segunda língua) dificilmente se impõe sobre a L1 (língua materna) e se as atividades nesse ambiente forem limitadas a um plano didático determinado, o grau de motivação será baixo. Levando isso em

34

consideração, a motivação pode ser estimulada com a utilização de atividades como as que foram apresentadas acima, uma vez que proporcionam fatores positivos como a criatividade, espontaneidade na hora da expressão e a socialização com os membros do grupo. Os jogos também podem ser utilizados para que os alunos tenham contato com a cultura alvo de uma forma lúdica. Como os jogos requerem um ambiente apropriado, o professor pode criar esse ambiente com a presença de elementos culturais conforme o andamento do jogo, através de descrições de paisagens, fotos, hábitos etc. Sendo assim, a implementação de atividades lúdicas em sala de aula bem como a inserção de elementos culturais criam condições favoráveis ao aprendizado. Atividade 7: Alphabet traveler Habilidade: Speaking/vocabulary Nível: 3º ano Procedimento: Cada aluno deve responder à pergunta “Where are you traveling to?” e “What will you do there?”, para respondê-las deve-se seguir a ordem alfabética. Por exemplo, o primeiro aluno deve responder a primeira pergunta com “I am going to travel to...” e o nome de um lugar que comece com a letra “A”, e para a segunda pergunta deve-se usar adjetivos ou verbos e substantivos que comecem com a letra “A”. Exemplo: “ I am journey to Afghanistan. I will find amazing abalones there.” Objetivo: Desenvolver a oralidade possibilitando o entrosamento entre os alunos e a autonomia durante o processo de produção oral. Através dessas atividades no ensino da língua inglesa, o professor pode animar o educando para se expressar na língua em questão, pois o aluno é exposto à língua-alvo o que favorece a comunicação. Geralmente, essas atividades são realizadas em duplas ou grupos, sendo que, a abordagem sócio-interacionista, concebe a aprendizagem como um fenômeno que se realiza na interação com o outro. Para Cardoso (1996, p. 41) “[...] as situações de jogos possibilitam aos aprendizes interagir com os colegas de modo que aprendam com os mais experientes”. Dessa forma, a importância do parceiro que possui um potencial de aprendizado mais elevado, na construção do significado, está relacionado com a zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky, pois ao realizar uma atividade com o parceiro, o aluno poderá satisfazer suas necessidades, aprender com o colega e compreender o meio o qual está inserido. Em grupos, os alunos tem a oportunidade de perguntarem uns para os outros quando não entendem o que leram ou ouviram. Em contrapartida, quando estão em um ambiente que envolve toda a turma, os alunos apresentam uma tendência menor de interromper a aula para fazer uma pergunta. Sendo assim, no decorrer das atividades por meio de jogos os alunos participam, ensinam e espontaneamente corrigem uns aos outros de forma natural. Essas atividades proporcionam a comunicação que em uma aula tradicional seria menos

35

provável de ocorrer além de desenvolver várias habilidades de forma integrada, porém explorando mais a oralidade sendo que nas atividades com jogos não se deve priorizar a forma, mas a capacidade de comunicação. Krashen (1982 p.64) afirma que os melhores métodos poderiam também ser os mais agradáveis, e, por estranho que possa parecer, a aquisição de linguagem ocorre quando a língua é usada para o que ela foi destinada, à comunicação. Os jogos podem ser utilizados para o incentivo ao uso da língua. Podendo também ser utilizados para fazer com que os alunos percam o medo de falar e comprovem seus conhecimentos lingüísticos interiorizados, possibilitando assim ao professor detectar dúvidas e avaliar conhecimentos, além disso, proporcionam aos alunos menos participativos em sala de aula a oportunidade de desenvolverem a comunicação pelo fato do jogo incentivar a prática comunicativa. Dessa forma, o jogo é uma ferramenta essencial para que os alunos possam compreender a língua e utilizá-la de maneira natural dando oportunidade também de aplicar os conhecimentos adquiridos de maneira produtiva e prazerosa. Atividade 8 : Draw a sentence Habilidade: Speaking/Writting Nível: Ensino Médio Procedimento: Para essa atividade o professor deve preparar pedaços de papéis para cada aluno. O jogo começa com cada um escrevendo uma frase no primeiro papel, depois passa-se o primeiro papel com a frase para trás e cada um entrega o seu papel para a pessoa do lado esquerdo. Então, cada aluno olha apenas o último papel e desenha a frase. Novamente, passa-se o papel e cada um deverá escrever uma frase para o desenho que viu. Esse procedimento continua até cada papel chegue ao seu respectivo dono, assim, cada um lê sua frase, mostra os desenhos e a frase final. Objetivo: Trabalhar o writing e o speaking, de forma que os alunos possam soltar a imaginação no momento de desenhar a frase que viu. Essa atividade possibilita a participação de todos de modo que possam falar e levantar suas hipóteses. Com isso, todos podem fazer parte desse processo dinâmico. Muitas vezes, manter o aluno participativo e motivado em sala de aula não é uma tarefa fácil. Sendo assim, os jogos podem ajudar a encorajar os alunos e a manter seu interesse. No momento dessa atividade a interação é significativa, pois envolve todo o grupo e dá oportunidade para que todos possam falar e participar, permitindo ao aluno se esforçar, pensar e fazer associações. Atividade 9: Who is Who? Habilidade: Speaking Nível: Ensino Fundamental e Ensino Médio

36

Procedimento: Para realizar esta atividade, o professor pedirá com antecedência, que os alunos tragam suas fotos para compartilhar entre os colegas. Cada aluno, pegará uma foto e tentará descrever a pessoa que está na foto, dando as características físicas e a personalidade do colega. O grupo deverá descobrir quem é quem. Durante o jogo, o aluno utilizará estruturas no presente e passado simples, pronomes pessoais e demonstrativos. O professor poderá esclarecer dúvidas, sem apontar erros da produção oral de cada aluno. Objetivo: Expressar oralmente utilizando os tempos verbais, os pronomes pessoais e demonstrativos. Tais atividades são flexíveis podendo ser trabalhadas em diferentes contextos de ensino –aprendizagem e com níveis de conhecimentos variados. Muitos professores podem utilizá-las para alcançar os objetivos propostos pelo ensino, pois incentivam os alunos, reforça o conteúdo trabalhado, ajuda no desenvolvimento das habilidades e desperta o interesse e o entusiasmo no aluno. Os jogos apresentados acima possuem uma abordagem comunicativa, caracterizada pelo foco no sentido, no significado, na interação entre os sujeitos que estão aprendendo uma nova língua. Na atividade 1, os alunos são incentivados a vivenciarem uma situação de compra e venda de roupas , na qual são levados a utilizar o vocabulário de roupas e as estruturas frasais aprendidas, assim como o vocabulário de cor, tamanho e material. Os alunos se sentem motivados a se expressar oralmente e interagir com o grupo. Na atividade 2, a turma é dividida em grupos, nos quais um aluno é escolhido a retirar um cartão contendo uma situação que pode ser em um restaurante ou em outro lugar que deverá ser simulada para que os colegas adivinhem. Nela os alunos ficam motivados a usar a criatividade, serem espontâneos e empregarem o vocabulário, desenvolvendo a oralidade e acirrando o espírito de competitividade. Na atividade 3, a turma é dividida em grupos , que com a utilização da cruzadinha fixa o vocabulário de alimentos e os classifica como saudáveis e não saudáveis. Essa atividade favorece a linguagem oral e a assimilação do vocabulário. Na atividade 4, cada aluno deve falar o nome da peça do vestuário, exposta na mesa pelo professor, com o auxílio de um dicionário ilustrado afixado na parede. Nela , os alunos ficam motivados a praticarem o vocabulário de roupas e a assimilarem também, visto que por repetidas vezes devem empregá-lo e em seguida identifica-lo.

37

A atividade 5 foi empregada com o objetivo do aluno fixar melhor o vocabulário abordado( verbo, profissões, esporte, animais, etc) na qual, o aluno deve retirar um cartão com o vocabulário e fazer mímica para que o grupo adversário adivinhe. Essa atividade favorece os alunos se expressarem e fazerem uso da língua inglesa. Dessa forma lúdica o aluno aprende brincando. A atividade 6 foi empregada para trabalhar os adjetivos , na qual cada aluno pega um cartão com a foto de uma pessoa famosa e se agrupando em pares , fará perguntas para descobrir quem é a celebridade. Esta atividade é ótima para desenvolver a oralidade, a fixação das estruturas frasais da língua e do vocabulário de adjetivos. A atividade 7 tem como objetivo desenvolver a oralidade empregando os pronomes interrogativos Where e What e a forma verbal, além de assimilar a pronúncia das letras do alfabeto. No momento em que os alunos respondem as perguntas com where e what são incentivados a empregarem o tempo verbal correto e o vocabulário que responda aos interrogativos. Na atividade 8, o educando é levado a escrever frases, numa folha de papel, utilizando o tempo verbal em estudo. Em seguida é recebida pelo aluno ao seu lado para desenhá-la e mais uma vez, passa-se a folha com o desenho para que o colega escreva novamente uma frase. Essas folhas voltam ao dono da frase para que seja lida e comparadas com o desenho e a nova frase. Essa atividade favorece desenvolver a imaginação do aluno , assim como sua participação , a assimilação do vocabulário e o emprego deste em frases. Nessa forma de brincadeira , os alunos sentem-se mais motivados para a aprendizagem. Na atividade 9 o aluno é incentivado a observar uma foto do colega, descrever suas características físicas e de personalidade para que o grupo descubra quem é. Essa atividade é ideal para a fixação do vocabulário de adjetivos e reforço do conteúdo, empregando os pronomes , adjetivos e verbos corretamente nas frases. Com ela, os alunos aprende a língua estrangeira com mais interesse e motivação. Como podemos observar, com a utilização destas atividades o educando pode ser incentivado e motivado a interagir mais com os colegas de sala de aula , realizando as atividades com mais entusiasmo e tendo a oportunidade de aprender e de praticar a língua estrangeira de uma maneira mais espontânea e lúdica.

38

CONCLUSÃO

A falta de motivação e o desinteresse dos alunos pelos estudos de uma

língua estrangeira é um problema complexo e que vem despertando o

interesse de vários profissionais da área. É proveitoso prosseguir com essa

pesquisa , pois não podemos saber ao certo se somos capazes de sanar esse

problema , mas estamos certos que algo deve ser feito para melhorar essa

situação. Com isso uma grande preocupação desses profissionais tem sido

encontrar uma metodologia apropriada para o desenvolvimento do ensino de

línguas.

Ao tomar conhecimento das metodologias ou abordagens do ensino de

línguas, cabe ao professor analisar, perceber e escolher qual o mais

apropriado a sua clientela.

Sabendo-se que o método de repetição e tradução deixou de ser eficaz,

faz-se necessário empregar o que há de melhor em cada abordagem. A

metodologia empregada pode servir como motivação da aprendizagem. E a

motivação constitui um papel essencial para o êxito no processo ensino-

aprendizagem. E independente da metodologia empregada , as atividades

lúdicas podem ser grande aliados desse profissional, pois elas exercem um

grande poder de contribuição no progresso e na melhoria da aprendizagem de

língua estrangeira. Segundo Almeida(2003) a opinião de que jogos não

servem para nada e não tem significado dentro da escola está ligado a

pedagogia tradicional, a qual excluía o lúdico de qualquer atividade educativa

séria e formal.

As atividades lúdicas vem adquirindo grande importância nas práticas

pedagógicas. O emprego dessas atividades no ensino de línguas tem como

objetivo despertar o gosto do educando pela disciplina, motivá-lo e permitir que

ele sinta que esse processo seja interessante e divertido.

39

Temos vivenciado inúmeras transformações e avanços na área da

Educação e as atividades lúdicas, certamente, pode se tornar um instrumento

valioso no processo de aquisição da língua estrangeira, auxiliando as relações

sociais e culturais das crianças e facilitando também o aprendizado do adulto.

Podemos constatar com a pesquisa demonstrada neste estudo que com a

realização das atividades dinâmicas os educandos mostraram mais interesse

nos momentos de mais descontração e diversão, pois eles aprendem sem se

dar conta disso.

Embora haja ressalvas, a ludicidade é um recurso que estimula a

aprendizagem e favorece o conhecimento de língua estrangeira, seja ela em

qualquer fase escolar, desde a Pré-escola ao Ensino Superior.

Concluímos que o lúdico é uma forma de contextualizar, construir ,

reconstruir e ampliar o conhecimento. Que o seu papel no processo de

ensino- aprendizagem de língua estrangeira é de grande importância para

motivar e levar o educando a aprender os conteúdos de uma forma mais

descontraída, não só na fase pré-escolar como no Ensino Superior. Cabe aos

profissionais da área serem agentes facilitadores desse processo, mesmo que

seja somente para estimular a participação do educando durante as aulas, só

por essa razão já valeria a pena fazer uso das atividades lúdicas na sala de

aula.

40

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Gráfico com dados da pesquisa de Maria João –Aula de futebol;

Anexo 2 >> Continuação do gráfico citado no anexo 1; Anexo 3 >> Gráficos com dados da pesquisa de Maria João- Aula de aeróbica; Anexo 4 >> Trecho da reportagem da Revista Educação ;

41

ANEXO 1

Gráficos com os dados da pesquisa da tese de Maria João - Aula de Futebol

42

ANEXO 2

43

ANEXO 3

Gráfico das atividades de Aeróbica

44

ANEXO 4

Trecho da reportagem da Revista Educação sobre o brincar

O brincar e a escola

Ao investigar onde as crianças brincam, a pesquisa da Ipsos identificou a escola como o local preferido do público infantil. "Lá eu brinco de corre-cutia, amarelinha. Se a classe tem disciplina e cumpre toda a lição da semana, na sexta a gente pode brincar na sala de brinquedos", dizia uma das crianças ouvidas pelo estudo.

A percepção dos pais confirma a importância da escola. Para 46% dos entrevistados, ela é o lugar onde as crianças mais brincam fora de casa, perdendo apenas para as brincadeiras no quintal (56%) e no quarto (49%).

Reside aí um dos desafios da Educação. Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) expressam a preocupação de sensibilizar educadores para a importância do brincar e orientam sua inserção nas práticas educacionais. O problema é a distância entre a legislação, os estudos

teóricos e a prática de parte significativa das instituições de educação infantil no Brasil.

O Projeto "Caixa de Brinquedos", do Departamento de Psicologia da UFMG, procurou traduzir em números essa realidade. A idéia era avaliar o modelo de capacitação de 485 educadores infantis, tendo como referência a inserção do brincar no projeto pedagógico e seu reconhecimento como processo essencial para o desenvolvimento da criança.

Os resultados mostram que 40% desses educadores não apresentavam conhecimento prévio sobre o brincar, embora 96,1% considerem a importância do tema e 90,7% tenham identificado no "Caixa de Brinquedos" elementos aplicáveis ao trabalho em sala de aula.

"Brincar é investimento e não perda de tempo", diz Alysson Massote Carvalho, titular do Departamento de Psicologia da UFMG e coordenador do projeto, convencido de que só a capacitação suprirá a deficiência na formação de professores no que diz respeito à função do brincar e à forma de sistematizá-lo na rotina das instituições. "Na prática, o profissional vive muitas dúvidas e mitos relativos ao brincar. Não existe clareza em relação ao seu papel de mediador entre a criança e a brincadeira e há dificuldades em percebê-lo como atividade em que há ganhos pedagógicos", diz.

Romper paradigmas é, portanto, o maior desafio. Reside aí o ponto de convergência entre a pesquisa patrocinada pela Unilever e o estudo acadêmico da Federal de Minas Gerais.

Marilena Flores Martins,

coordenadora do projeto A

Descoberta do Brincar: "As

brincadeiras são um espelho

de nossos valores culturais"

45

"As brincadeiras são um espelho de nossos valores culturais", entende Marilena Flores Martins, do IPA Brasil (Associação Brasileira pelo Direito de Brincar) e coordenadora do projeto A Descoberta do Brincar. Da gênese da palavra ao seu significado atual, ela explica a transformação:

"Na origem latina, o brincar está associado a vínculo (vinculum), ao estabelecimento de laços sociais e afetivos. No Aurélio de hoje, aparece como divertimento, zombaria e até passatempo. Uma indicação clara da desvalorização social do brincar, que dificulta até mesmo a erradicação do trabalho infantil", conclui Marilena.

Talvez por isso, 50% dos pais ouvidos pela Ipsos concordem com a possibilidade de reduzir o tempo de brincar de seus filhos. Para 97% deles, seu dever é preparar as crianças para o mercado de trabalho, enquanto 98% acreditam dever buscar que sejam adultos bem-sucedidos profissionalmente. (Valéria Hartt)

46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica- Técnicas e Jogos Pedagógicos .

Edições Loyola, 2003.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais_ PCN- EM. Brasília: Ministério da

Educação, 1999.

VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente: O desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores.7ª ed. S.P. Martins , 2007.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da Cultura .7ª ed.

Perspectiva, 2012.

FREITAS, Nilson Guede. Pedagogia do Amor. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak Ed,

2006.

PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança, 2ª. ed. Zahar , 1975.

47

BIBLIOGRAFIA CITADA

1 – FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 45ª ed. . Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 2013.

2 – WINNICOTT, D.W. O brincar e a realidade .Coleção Psicologia

Psicanalítica, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1975.

48

WEBGRAFIA

www.ead.ftc.br -acessado em 13/01/2014

www.guarainoticias.com.br –acessado em 21/01/2014

www.hottopos.com.br – acessado em 13/01/2014

www.leffa.pro.br- acessado em 13/01/2014

repositori-aberto.up.pt/bitstream/10216/55853tesemesmariajoaosantos

000127197- acessado em 21/01/2014

revistaeducação.uol.com.br/textos/120/artigo234135-1.asp. – acessado em

29/01/2014

www.2.unucseh.ueg.br/bibliotecacaunucseh/acervomonografias/graduação/letr

as/ano_2009/tccletatividades_ludicas_carvalho__2009. - acessada em

02/02/2014

49

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ---------------------------------------------------------- 2

AGRADECIMENTO ------------------------------------------------------------ 3

DEDICATÓRIA _____________________________________ 4

RESUMO ------------------------------------------------------------------------- 5

METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------- 6

SUMÁRIO ------------------------------------------------------------------------ 7

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------- 8

CAPÍTULO I

A FUNÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO –APRENDIZAGEM--11

CAPÍTULO II

JOGOS E SUA DINÂMICA

2.1- Competências e habilidades da língua estrangeira --------------- 18

2.2- Motivação e dinâmica de jogos na língua estrangeira------------ 21

CAPÍTULO III

METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

3.1- Língua materna e língua estrangeira ---------------------------- 25

3.2- Classificação das abordagens do ensino de línguas ---------- 28

3.3-Atividades prática------------------------------------------------------------------- 30

50

CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------- 38

ANEXOS----------------------------------------------------------------------------------- 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA -------------------------------------------------- 46

BIBLIOGRAFIA CITADA ----------------------------------------------------------- 47

WEBGRAFIA -------------------------------------------------------------------------- 48

ÍNDICE --------------------------------------------------------------------------- 49