76
1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ASSÉDIO MORAL CONTRA TRABALHADORES (AS) EM EDUCAÇÃO. Por: Nivea Theodoro Xavier da Costa Orientadoras Prof. Mestra Adélia Maria Oliveira de Araújo Prof. Mestra Marcella da Silva Estevez Pacheco Vitória 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assim, a questão do Assédio moral nas escolas motiva como escolha do tema para este trabalho, aprofundado em várias leituras

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    ASSÉDIO MORAL CONTRA TRABALHADORES

    (AS) EM EDUCAÇÃO.

    Por: Nivea Theodoro Xavier da Costa

    Orientadoras

    Prof. Mestra Adélia Maria Oliveira de Araújo

    Prof. Mestra Marcella da Silva Estevez Pacheco

    Vitória

    2010

    DOCU

    MENT

    O PR

    OTEG

    IDO

    PELA

    LEI D

    E DIR

    EITO

    AUTO

    RAL

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    ASSÉDIO MORAL CONTRA TRABALHADORES (AS) EM

    EDUCAÇÃO

    A DA SILVA ESTEVEZ PACHECO MARCELLA DA SI

    Apresentação de monografia à Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obtenção do grau de especialista em Pedagogia

    Empresarial.

    Por: Nivea Theodoro Xavier da Costa

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus, Ser Supremo, pela sua providência

    divina, realização de uma especialização.

    Ao Instituto Candido Mendes por ter proporcionado

    desenvolvimento profissional e rompimento de barreiras.

    À minhas orientadoras Adélia Maria Oliveira de Araujo e

    Marcella da Silva Estevez Pacheco, pela atenção e

    carinho ao meu trabalho e realização deste sonho,

    responsáveis pelo meu sucesso na jornada acadêmica.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho a meus pais por ter me

    proporcionado meus estudos na colaboração da

    minha cidadania e a todos que contribuíram na

    conclusão desta especialização.

  • 5

    RESUMO

    O tema assédio moral esta sendo bastante discutido e abordado apesar de ser

    um tema bastante antigo e ganhou atualidade com o processo de flexibilização

    e competitividade que intensifica e generaliza o problema nos ambientes de

    trabalho. As empresas estão mais preocupadas com a qualidade de vida e

    trabalho dos colaboradores do que o lucro da empresa. Pois funcionário

    insatisfeito gera prejuízo na empresa, tendo como conseqüência a falência do

    empreendimento. As políticas públicas estão surgindo para dar um basta a

    esta jornada de humilhações que faz milhares de vitimas. Pessoas do mundo

    todo sofrem ou já sofreram o assédio. É necessário que o assunto torne

    abrangente em todas as áreas profissionais da Sociedade, pois nota-se que o

    fator humano é importante para o desenvolvimento, organização e lucro dos

    negócios numa empresa.

    È necessário reformular a gestão de pessoas, ponto alto do sucesso de

    qualquer empreendimento.

  • 6

    METODOLOGIA

    Esta pesquisa será construída com base em leituras feitas em livros, revistas,

    periódicos, jornais, internet referente ao Assédio moral em ambientes de

    trabalho e o porquê de ocorrer este forma abusiva no presente setor.

    Listo então os autores que terei como referência nesta pesquisa: Maria

    Aparecida Alkimin, Regina Célia Pezzuto Rufino, Adélia Araujo e Helenice

    Feijó, Marco Antonio Larosa e Fernando Arduini Ayres, Antonio de Lima

    Ribeiro, Antonio David Cattani, Adélia Araujo, Helenice Feijó de Carvalho e

    Maria Lucia Moreira. E também a cartilha do SINDIUPES, SINDBANCARIOS,

    SEPE e SINEDUC e sites especializados.

    A partir da obra de Marco Antonio Larosa e Fernando Arduini Ayres “Como

    produzir uma monografia”, baseiam-se minhas pesquisas sobre a elaboração

    de projetos de pesquisa, monografias e trabalhos científicos.

    As autoras Maria Aparecida Alkimin, Regina Célia Pezzuto Rufino, Adélia

    Araujo e Helenice Feijó com suas respectivas obras “Assédio Moral na Relação

    de Trabalho”, “Assédio moral no Âmbito da Empresa” e “Comportamento

    Humano no Ambiente Produtivo” contêm passagens sobre as questões do

    Assédio moral, o objeto principal da monografia.

    Abordagens acerca de Autonomia, Círculos de controle de qualidade, Saúde

    mental e Saúde do trabalhador encontrei na obra “Dicionário Critico sobre o

    Trabalho e Tecnologia” de Antonio David Cattani”. Já na obra “Gestão de

    Pessoas” de Antonio de Lima Ribeiro e aborda Ambientação do novo

    funcionário.

    Encontrei o Assédio moral no serviço público na reportagem de Alexandre

    Minassa e no livro Psicopedagogia Empresarial o referido assunto do

    relacionamento humano na empresa através do especialista da Educação e

    Gestão.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 8

    CAPITULO I Assédio moral – Conceito 11

    CAPITULO II - Assédio moral contra Trabalhadores (as) em Educação/

    Legislação 24

    CAPITULO III - O que fazer: O Papel do Pedagogo(a) Empresarial/

    Pesquisa de campo 37

    CONCLUSÃO 48

    ANEXOS 50

    BIBLIOGRAFIA 71

    INDICE 73

    FICHA DE AVALIAÇÃO 75

  • 8

    INTRODUÇÃO

    Ao final do século XX e inicio do século XXI, surgiram muitas inovações,

    devido a mudanças advindas da era Mecanicista. As mudanças atuais que

    ocorrem a todo o momento fazem com que as empresas acompanhem toda

    esta revolução obrigatoriamente, numa velocidade muito rápida. Pois a

    empresa que não acompanhar toda esta evolução infelizmente ficara

    desatualizada e esta fadada a fechar o empreendimento. São necessários que

    haja desenvolvimento e investimentos nas áreas de gestão de pessoas,

    tecnologia e principalmente no fator humano pois pessoas são o maior valor

    das Empresas cuja responsabilidades no fracasso ou sucesso do

    empreendimento. Estão vindo a tona questões mais complexas relacionado ao

    trabalho e relações humanas nas organizações.

    Empresas discutem a influencia do comportamento na produção e mudanças

    sociais no comportamento dos trabalhadores e estão preocupadas com a

    cidadania Corporativa e na elaboração de regulamentos para a punição das

    práticas de Assédio moral.

    Diante de comprovações de pesquisas no campo organizacional descobriu que

    há necessidade de mudar as relações com trabalhadores e Sociedade, pois

    influencia o comportamento humano na produção e organização do trabalho.

    Infelizmente essa realidade não é diferente nas escolas, na qual existe várias

    relações sociais. Na docência, em que é exercida majoritariamente por

    mulheres, é freqüente a prática do assédio moral, como reprodução da

    opressão de gênero incutida na sociedade.

    O presente trabalho tem por finalidade identificar a incidência dessa pratica

    abusiva dentro das instituições, no objetivo de contribuir com empregados e

    empregadores, os diferentes atores sociais que interagem com o mundo do

    trabalho e negócios, identificando ações e atitudes que caracterizam o “Assédio

  • 9

    Moral” e num processo de reflexão e conscientização, na adoção de posturas,

    e programas que resgatem o respeito e a dignidade, criando um ambiente de

    trabalho gratificante e propício como conseqüências na produtividade do

    trabalho, qualidade de vida e geração de cidadania.

    Assim, a questão do Assédio moral nas escolas motiva como escolha do tema

    para este trabalho, aprofundado em várias leituras e pesquisas de obras. São,

    portanto objetivos desta pesquisa em identificar e conhecer as formas do

    assédio moral em como se dá em todos os setores da empresa, promover

    discussão, em palestras e dinâmicas com os profissionais da Educação em

    torno de novas e saudáveis formas de relações de trabalho, no âmbito dos

    serviços de educação, a fim de preservar a saúde, a integridade psicofísica e a

    dignidade dos trabalhadores de Educação e elaborar plano de registro e ação

    contra o assédio moral no âmbito educacional.

    O assédio moral acontece em que a atividade laboral é desenvolvida nos meio

    ambientes de situações estressantes, em todas as condições de trabalho, do

    perfil da vitima, do agressor e do modelo de administração. De modo geral,

    está voltado à adaptação do trabalhador a regras internas da administração,

    podendo se caracterizar como exercício do abusivo poder da direção, o qual se

    dissemina em todo corpo de trabalhadores

    Esta monografia é contemplada por 03 capítulos. No primeiro capitulo se refere

    ao conceito de Assédio moral na orientação de toda sociedade e profissionais

    de todas as áreas no conhecimento do tema para uma melhor qualidade de

    vida.

    No segundo capítulo esta focado nos professores de escola publica e privada

    abordando a ocorrência do Assédio na área de trabalho educacional e

    descreve em conceito, características e sintomas, a síndrome de Burnout que

    afeta a maioria dos profissionais da Educação, sendo mais afetados os

    professores e feitas algumas reflexões sobre a legislação na sua aplicabilidade

    para o combate deste psicoterror, buscando apontar as soluções, penalidades

    e correções necessárias para uma melhor qualidade de vida e cidadania.

  • 10

    No terceiro capitulo foi realizado uma Pesquisa de campo, no intuito de

    conhecer idéias e opiniões dos profissionais acerca do tema em forma de

    Entrevista e com propósito também de passar informações e resoluções de

    duvidas sobre o mesmo. Será feito uma breve descrição do papel do

    pedagogo na área de trabalho na elaboração de projetos no combate do

    assédio moral apresentando algumas sugestões para formações e lutas para

    socialização e gestão de conflitos, para o bem estar e qualidade de vida dos

    colaboradores.

  • 11

    CAPITULO I

    ASSÉDIO MORAL

    CONCEITO

    É muito comum ocorrer o Assédio moral nas escolas, na qual atinge toda a

    comunidade Educacional, sendo os mais agredidos, os professores. Este tema

    é bastante antigo e esta sendo bastante discutido, trazendo à tona várias

    reflexões. É bastante incutido no dia a dia do trabalhador e as pessoas vêem

    este tipo de violência com normalidade. É uma forma de violência psicológica

    cada vez mais comum.

    “O assédio moral ou agressão psicológica é um

    fato social que ocorre no meio social, familiar,

    estudantil e, mais intensamente, no ambiente de

    trabalho, abrangendo tanto o setor privado como a

    Administração Publica (Alkimin, p.37, 2009).”

    O assédio moral é uma conduta abusiva contra o valor moral e integral do

    individuo com gestos, palavras, comportamentos com uma sistemática

    repetições ameaçando a dignidade do mesmo e muitas vezes, diante deste

    momento psicoterror no trabalho, a vitima se sente tão incapaz, se sente tão

    medíocre a ponto de cometer suicídio ou se vê forçada a pedir demissão pela

    situação tão lastimável. “São freqüentes e repetitivas toda sorte de

    repreensões, cobranças, ameaças, intimidações, constrangimentos e

    humilhações” (Barreto, 2006, p. 40). É necessário cada vez mais que criem

    políticas e programas voltados para essa área no conhecimento e superação

    dos indivíduos que sofrem. Dar um basta nesta situação.

  • 12

    1.1. Características

    Caracteriza-se por atos e situações humilhantes e constrangedoras na

    exposição dos trabalhadores de forma bastante intensa em uma empresa

    efetivamente na jornada de trabalho. O autor Rufino (2006) caracteriza a

    violência psicológica da seguinte forma:

    “A violência psicológica se configura por meio de

    diversas práticas vexatórias. Porém, é a pratica

    reiterada e durante um certo lapso temporal,

    deixando a vitima em situação de humilhação e

    desestabilizada emocionalmente que configurará

    o fenômeno (Rufino,2006, p.61).”

    De acordo com informações extraídas do site www.assediomoral.org, o assédio

    tratado no âmbito trabalhista “caracteriza-se pela degradação deliberada das

    condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos

    chefes em reação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva

    que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a

    organização. O Assédio Moral é uma experiência deploradora e subjetiva que

    acarretando prejuízos práticos e emocionais para o colaborador e

    desestruturando toda uma organização do trabalho, e o assediado apresenta

    como reação, um quadro de varias misérias como física, psicológica e social

    duradoura. Pode levar a vitima a um processo de destruição, na qual a mesma

    se sente incapacitada e levando ao suicídio, o chamado bullicídio. “A

    humilhação no trabalho envolve os fenômenos vertical e horizontal”

    (SINDIUPES, 2008, p. 7).

    http://www.assediomoral.org/

  • 13

    Rufino (2007, p. 79) classifica o assédio da seguinte maneira:

    a) Assédio vertical descendente – quando o terror

    psicológico é perpetrado por um superior hierárquico, ou na

    grande maioria dos casos, pelo próprio empregador (sócio

    da empresa ou pessoa física que contrata o

    empregado),classificamos o assédio como vertical

    descendente. Este tipo de violência moral é a mais

    corriqueira em razão do empregador ou superior

    hierárquico possuir o poder diretivo, e extrapolar neste.

    Assédio vertical ascendente – apesar de raro, este tipo de

    humilhação também ocorre nas relações trabalhistas. É o

    assédio de baixo para cima, em que um descendente ou

    uma coletividade, pratica atos vexatórios contra o superior

    hierárquico.

    Um chefe inexperiente pode demonstrar insegurança ao (s)

    seu (s) subalternos, tendo suas determinações

    desobedecidas ou hostilizadas, as quais podem evoluir

    num comportamento de deboche e desrespeito.

    b) Assédio horizontal – este tipo é desencadeado pelos

    próprios colegas de trabalho que ocupam o mesmo

    patamar hierárquico. O medo causado pela alta

    competitividade, aguça praticas individualistas, e de

    tolerância aos abusos dos superiores hierárquicos,que

    sustentam a cultura do contentamento geral. Entretanto, a

    busca e melhores resultados para uma maior produtividade

    e, por conseqüência, melhoria no salário, leva à

    intolerância como os colegas mais morosos, passando para

    a discriminação dos “improdutivos”, humilhando-os. A

    competição sistemática entre os trabalhadores incentivada

    pela empresa provoca comportamentos agressivos e de

    indiferença ao sofrimento do outro

  • 14

    Infelizmente este mecanismo de estimular os trabalhadores para um melhor

    rendimento no trabalho na imposição de metas para receber o bônus ou um

    salário melhor, estimula a competitividade entre os membros do grupo, mas

    nem sempre funciona da melhor maneira, pois muitas vezes o grupo é

    homogêneo e cada um tem a sua maneira de trabalhar e o ritmo de

    desenvoltura no trabalho. “No momento em que, no mundo globalizado, os

    negócios muitas vezes atropelam o Ser humano” Junior (apud Ribeiro, 2006,

    p.10).

    Neste mundo globalizado, há uma forte demanda de competição tendo

    conjuntamente o forte impacto da tecnologia e mudanças, como desafios

    externos, na qual incentiva toda sorte de competições. “ A vantagem

    competitiva das empresas esta na maneira de utilizar o conhecimento das

    pessoas, colocando em ação de modo rápido e eficaz, na busca de soluções

    satisfatórias (Ribeiro, 2006, p. 1).” E então, leva àqueles mais céleres e com

    perfil mais agressivo profissionalmente, a assediarem os colegas mais

    morosos, culpando-os caso não atinjam a meta imposta pelo empregador.

    Minassa (2009) destaca que “sua intensificação tem-se verificado por força de

    um desmedido e incontrolável processo de mundialização (globalização)”, uma

    vez que a concorrência entre os grupos oligopólios tornou-se acirrada. No setor

    publico, entrementes, a lógica de missão mostra-se bem diversa, pois o ato de

    assediar não esta relacionado com a produtividade, mas sim com questões de

    poder.

    Alem do assédio moral, existe também outro tipo de assédio: o sexual. Ele é

    diferente do moral e também acontece na área de trabalho. Rufino (2007)

    afirma que muito se confunde o assédio moral com o assédio sexual.

    Enquanto o primeiro objetivo é manter a vitima sob o seu domínio, anulando

    toda sua capacidade de resistência ou oposição, fazendo e cumprindo

    exatamente o que determina o opressor, por um determinado lapso de tempo,

    o segundo procura apenas dominar e persuadir a vitima sexualmente e pode se

    caracterizar pela pratica de condutas em um único momento. Millioni (2009)

    refere o assédio sexual “à tentativas de obtenção de “favores” sexuais, quase

  • 15

    sempre sugeridos por homens (e mulheres) em posto superior ao da pessoa

    assediada.” O assédio sexual se configura como uma pratica criminosa.

    Observa que quando o assediador ou agressor tem uma posição alta na

    hierarquia de alguma empresa, constantemente ele assedia as pessoas

    isoladamente e designa tarefas incompatíveis ao cargo e complicadas para o

    colaborador fazer, é como uma forma de vingança, devido a rejeição sexual.

    É assunto extremamente polêmico, na medida em que não são claros, pelo

    menos juridicamente, os divisores entre a redução propriamente dita e a quase

    chantagem em que vem se configurando o assédio sexual, afetando

    profundamente as pessoas, especialmente as de sexo feminino, vitimas mais

    freqüentes desse ato deplorável (Millioni, 2006, p. 26).

    1.2. Evolução

    A agressão vem de forma sutil, inocente, a ponto de a pessoa agredida ter a

    sensação de não esta lesada, levando tudo em tom de brincadeiras e na

    tranqüilidade. Mas a situação se repete com muita freqüência e a vitima se

    sente humilhada, ridicularizada, estigmatizada, desestabilizada e fragilizada. O

    agressor age desta forma com intuito de destruir a vitima e ameaça todos que

    testemunham a situação, espalhando o medo em forma de dominação, como

    por exemplo, a demissão, então o meio ambiente do trabalho se tornar

    desagradável para todos.

    De acordo com informações extraídas do site

    www..sindbancariospe.com.br/assediomoral.htm, o medo do desemprego e da

    vergonha de virem a ser humilhados, também associado ao estimulo constante

    á competitividade, os torna coniventes com o processo. É comum os colegas

    de trabalho romperem os laços afetivos com a vitima a reproduzirem as ações

    e os atos do (a) agressor (a) no ambiente de trabalho. É o que se chama de

    pacto de tolerância e do silencio no coletivo.

    http://www.sindbancariospe.com.br/assediomoral.htm

  • 16

    Segundo Barreto (2006,) “o rebaixamento contagia o coletivo, que evita se

    identificar com o transgressor produzindo e silenciando”. Infelizmente, através

    deste relacionamento de tolerância e medo entre colaboradores e a chefia, se

    constrói o Assédio Moral, quando não mesmo, incitado ou influenciado, o

    reproduzem; daí ser chamado também de “mobbing”, violência coletiva, na qual

    todo o grupo participar deste ato criminoso.

    1.3. Formas de Assédio Moral no trabalho

    De acordo com Menezes (apud Paroski, 2003, p. 1), existe um rol numeroso

    de situações em que pode haver assédio moral, pela sua repetição ou

    sistematização, de forma mais concreta que as formas sutis:

    1) rigor excessivo; 2) confiar tarefas inúteis ou

    degradantes; 3) desqualificação ou críticas em público; 4)

    isolamento ou inatividade forçada; 5) ameaças explícitas

    ou veladas; 6) exploração de fragilidades psíquicas e

    físicas; 7) limitação ou proibição de qualquer inovação ou

    iniciativa do trabalhador; 8) impor obrigação de realizar

    autocríticas em reuniões públicas; 9) exposição ao

    ridículo (Por exemplo: impor o uso de fantasias, sem que

    isso guarde relação com sua função, e inclusão no rol

    de empregados com menor produtividade); 10)

    divulgação de doenças e problemas pessoais de forma

    direta ou pública; 11) agressões verbais ou através

    de gestos; 12) atribuição de tarefas estranhas à atividade

    profissional do empregado, para humilhar e expor as

    situações vexatórias, como lavar banheiros, fazer

    limpeza, levar sapatos para engraxar ou rebaixar

    de função (de médico para atendente de portaria, por

    exemplo); 13) trabalho superior às forças do empregado;

    14) sugestão para pedido de demissão; 15) ausência

    de serviço ou atribuição de metas dificílimas ou

  • 17

    impossíveis de serem cumpridas; 16) controle de tempo

    no banheiro; 17) divulgação pública de detalhes íntimos;

    18) instruções confusas; 19) referência a erros

    imaginários; 20) solicitação de trabalhos urgentes para

    depois jogá-los no lixo ou na gaveta; 21) imposição

    de horários injustificados; 22) transferência de sala por

    mero capricho; 23) retirada de mesa de trabalho e

    pessoal de apoio; 24) boicote de material necessário à

    prestação dos serviços, além de instrumentos como

    telefone, fax e computador; e 25) supressão de funções

    ou tarefas.

    Tem que estar atento as atitudes do chefe ou dos subordinados ou colegas em

    relação a nós no meio ambiente de trabalho, pois muitas vezes pela falta de

    informações, se deparamos com essas situações e não tomamos conta de que

    é a pratica do assédio moral e levamos essa situação naturalmente. É preciso

    sim, se informar em como se trata o assédio, combater e ser solidário com o

    próximo. Se não acontece agora, podemos ser surpreendidos futuramente

    com esta pratica criminosa.

    1.4. Danos do Assédio Moral à Saúde

    Um risco invisível constitui a humilhação, mas é bastante concreto nas

    situações de trabalho e a saúde dos trabalhadores (as), que é uma das formas

    mais poderosas de violência sutil nas relações organizacionais, repercutindo

    freqüentemente em mulheres e pessoas adoecidas. Sua reprodução se realiza

    invisivelmente nas praticas perversas e arrogantes das relações autoritárias na

    empresa e sociedade. De acordo com Araujo & Feijó (2007), “a vitima pode

    estar inteiramente estigmatizada como paranóica, e suas queixas não são

    atendidas.” A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se pratica costumeira

    no interior das empresas, indiferença pelo sofrimento dos (as) trabalhadores

    (as), que mesmo adoecidos (as), continuam trabalhando.

  • 18

    A pessoa assediada começa a trabalhar no regime do medo, se sente

    ameaçada a todo momento, produzindo acima das suas forças, não sendo

    valorizada e ocultando suas queixas. Com toda esta situação, o assediado

    começa a adoecer. São atitudes como estas que reforçam o medo individual ao

    mesmo tempo em que aumenta a submissão coletiva construída e alicerçada

    no medo. Segundo Rufino (2007) “essa situação se complica para aqueles

    mais fracos, ou para os adoecidos, os quais, freqüentemente, são culpados

    pela queda da produção, desqualificação profissional, até mesmo pelo

    desemprego”.

    “As situações de limitação podem prejudicar o desempenho dos

    empregados que pode levar a insatisfação dos empregados que

    pode levar a insatisfação com o trabalho e a frustração de

    expectativas ocasionando, muitas vezes o abandono do

    emprego ou doenças inexplicáveis. Mas nesse mesmo ambiente

    organizacional com limitações, também podemos encontrar

    comportamentos de cidadania organizacional (Araujo & Feijó,

    2007. P.15).”

    O (a) trabalhador (a) humilhado (a) ou constrangido no trabalho (a) passa a

    sentir depressão, angustia distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos

    confusos que reafirmam o sentimento de fracasso e inutilidade, afetando a sua

    vida em todos os sentidos. As emoções são constitutivas de nosso ser,

    independente do sexo. Rufino (2007) destaca que “o sofrimento moral ligado

    ao trabalho pode, dessa forma, ser considerado pelo paciente como símbolo de

    uma fraqueza pessoal” .

    Entretanto a manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de

    humilhação e constrangimentos é diferenciada segundo o sexo enquanto as

    mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro,

    tristeza, ressentimentos e magoas, estranhando o ambiente ao qual identificava

    como seu, os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com

    raiva, traídos e tem vontade de vingar-se. Sentem-se envergonhados diante da

  • 19

    mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa

    auto-estima. Isolam-se da família, evitam contar o acontecido aos amigos,

    passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio, revolta e fracasso. Na

    opinião de Rufino (2007), “às vezes, a pessoa pode procurar atenuar esses

    sofrimentos, com o uso demasiado de drogas”.

    Segundo Alkimin (2009), o dano não se limita a diminuição, perda ou prejuízo

    material ou patrimonial, pois, no caso do assédio moral, o dano sofrido pela

    vitima é mais amplo, gera prejuízos à profissionalização do trabalhador (perda

    de chances e progresso na carreira e conseqüentemente elevação salarial), à

    sua saúde física e psíquica, à personalidade, bem como a dignidade moral,

    atingindo em primeiro plano o “patrimônio moral” do trabalhador, sem afastar a

    repercussão na esfera patrimonial da vitima. Para Cahali (2009) é “tudo aquilo

    que molesta gravemente a alma humana, ferindo-lhe gravemente os valores

    fundamentais inerentes à sua personalidade.”

    Para Alkimin (2009) o dano moral se designa da seguinte maneira:

    “A expressão ‘dano’ não se limita à diminuição, perda ou

    prejuízo material ou patrimonial, pois, no caso do assédio

    moral, o dano sofrido pela vitima é mais amplo, gera prejuízos

    à profissionalização do trabalhador (perdas de chances e

    progresso na carreira e consequentemente elevação salarial),

    à sua saúde física e psíquica, à personalidade, bem como à

    dignidade moral, atingindo em primeiro plano o “patrimônio

    moral” do trabalhador, sem afastar a repercussão na esfera

    patrimonial da vitima. (ALKIMIN, 2009, p.15).”

    Margarida Barreto (2006) apresenta uma diferença entre o assédio moral e o

    dano moral dizendo que o assédio moral "mostra-se diferente do dano moral

    que não pressupõe assimetria hierárquica e repetição do ato, mesmo quando

    reconhecemos que tanto um como o outro, atinge a identidade e dignidade”.

    O dano moral viola direitos e tem como conseqüências prejuízos nos atos e

    ações ilícitas, impostos ao outro. O assédio moral pode começar com olhares

  • 20

    de ironia, chegando à visibilidade dos apelidos que estigmatizam e que, ao

    longo do tempo, vão se tornando explícitos e bastante repetitivos, causando

    sofrimentos no individuo, como dor e tristeza.

    “Os trabalhadores assediados moralmente passam a

    conviver com depressão, palpitações, tremores,

    distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos,

    dores generalizadas, alteração da libido e pensamentos

    ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano

    sofrido. É este sofrimento imposto nas relações de

    trabalho que revela o adoecer, pois o que adoece as

    pessoas é viver uma vida que não desejam, não

    escolheram e não suportam (SINDIUPES, 2008, p. 19).”

    É preciso consultar a Constituição, pois faz todos refletir os sofrimentos e

    anseios das vitimas que almejam por uma resposta ao sofrimento. O assunto

    é bastante complexo, pois muitos teóricos contestam em dizer que não é

    possível indenizar ninguém por danos morais, pela impossibilidade de

    quantificar a dor. Rufino(2007) destaca “a visão de pessoas que diz não ser

    possível punir ninguém por um crime grave, porque não seria nunca suficiente”.

    Mas não se pode concorda com o planeta possa funcionar sem punições. pois

    ninguém é perfeito, nada é perfeito. Na Constituição Federal (1988), há de se

    notar em seu famoso art. 5º, V: “é assegurado o direito de resposta,

    proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à

    imagem”.

    Moura (2000) considera que “um quadro severo de assédio moral também

    possa desencadear Burnout e PTSD”. De acordo com a cartilha do SINEDUC

    a PTSD tanto pode surgir após um grande evento único, como pode, também,

    resultar de uma acumulação de muitos incidentes individuais menores. E

    constata que se o individuo não se cuidar, pode surgir a síndrome de Burnout.

    De acordo com Maes (2004), o transtorno de estresse pós-traumático (PTSD)

    pode ser entendido como a perturbação psíquica decorrente e relacionada a

    um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas

    http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf005.htm

  • 21

    testemunha da tragédia. O transtorno consiste num tipo de recordação que é

    melhor definido como revivescência pois é muito mais forte que uma simples

    recordação. Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente

    como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que

    ela causou originalmente. O transtorno então é a recorrência do sofrimento

    original de um trauma, que além do próprio sofrimento é desencadeante

    também de alterações neurofisiológicas e mentais.

    O transtorno de estresse pós-traumático é um muito comum na vida diária,

    porém pouco conhecido, como também nas décadas passadas foram

    desconhecidos, porém freqüentes os transtornos de pânico, fobia social,

    obsessivo compulsivo. O estresse pós-traumático é diferente de outros

    transtornos de ansiedade e da maioria dos transtornos mentais pois acontece

    diante de fator externo.

    É importante ter conhecimento da Síndrome de Burnout, que tem como

    característica o estresse ocupacional, em que a pessoa esta exaustiva tanto

    fisicamente como emocionalmente, tornando-se alguém agressivo e muitas

    vezes irritante. Rufino (2007) sintetiza “o Burnout que é o conhecido stress por

    acumulo de trabalho”.

    Freqüentemente, o problema está relacionado com o meio ambiente do

    trabalho. Então a síndrome de Burnout afeta principalmente profissionais que

    mantém contato constante com o próximo ou todo tipo de publico, um bom

    exemplo são médicos, enfermeiros, professores, psicólogos, policiais, etc

    O homem tem capacidade em lidar com situações estressantes sem que isso

    deixe cicatrizes, da mesma forma que os vasos sanguíneos são capazes de

    suportar elevações da pressão arterial durante o exercício físico normalmente.

    Porém há limites a partir dos quais o funcionamento mental fica perturbado.

    Claro, isso ocorre quando os estímulos e mecanismos de enfrentamento e

    suporte contra estresse ficam fracos diante da grande demanda de estímulos

    serem bastante fortes. Segundo Rufino (2007) “existem também, normas sobre

    a saúde do trabalhador mas a maioria é inespecífica”.

  • 22

    1.5. Sintomas causados pelo Assédio moral

    De acordo com a pesquisa do órgão SINEDUC, destaca-se os principais

    sintomas decorrentes do Assédio:

    Impotência, amenorréia, frigidez; deficiente

    concentração; esquecimento; dificuldades na

    aprendizagem; perda do sono; indecisão;

    pesadelos; ansiedade; perda do senso de humor;

    insegurança; bulimia; crises de choro;

    dores generalizadas; palpitações, tremores;

    sentimento de inutilidade; insônia ou sonolência

    excessiva; depressão; diminuição da libido; sede de

    vingança;

    aumento da pressão arterial; dor de cabeça;

    distúrbios digestivos; tonturas; idéia de suicídio; falta

    de apetite; falta de ar; passa a beber; tentativa de

    suicídio.

    Os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de informações e

    comunicações entre colegas, se torna “alvo preferência” de controle das

    chefias se “alguém” do grupo, transgride a norma instituída. A violência no

    intramuros se concretiza em intimidações, difamações, ironias e

    constrangimento do “transgressor” diante de todos (as) como forma de impor

    controle e manter a ordem, Junior (apud Ribeiro 2006) afirma:

    “Gestão de pessoas, algo tão difícil e tão fácil ao mesmo tempo.

    Difícil pela diferença individuais entre os seres humanos, fácil

    porque todo ser humano nada mais quer do que ser tratado com

    justiça. Uma correta gestão de pessoas é o mais importante

    fator que permite as empresas alcançar com mais facilidade

    seus objetivos” JUNIOR (apud RIBEIRO ,2006 p, 9).”

  • 23

    Para que as pessoas se respeitam mutuamente no local de trabalho é

    necessário e fundamental o desenvolvimento de relações de trabalho mais

    solidárias e cooperativas, como projeto de socialização, exterminando no

    máximo as práticas competitivas que se assentam na negação do outro,

    resultando num ambiente propício à produtividade do trabalho e na auto-estima

    e realização pessoal dos colaboradores formando uma sociedade mais justa e

    cidadã, com serviço de educação de qualidade para todos.

  • 24

    CAPITULO II

    ASSÉDIO MORAL CONTRA TRABALHADORES(AS) EM

    EDUCAÇÃO/ LEGISLAÇÃO

    O (a) professor(a) exerce varias atuações na sua profissão, gerando tensões e

    que notadamente é considerado como um qualquer funcionário sendo

    vuneravel a ordens determinadas pelas Secretarias de Educação na qual

    servem de pretexto para a pratica do ato abusivo, Assédio moral. É uma

    função exercida majoritariamente por pessoas do sexo feminino e que

    infelizmente são as que mais sofrem.qualquer forma de agressão. “A função de

    professor(a), cargo exercido pela maioria de mulheres, subentende as ações

    de praticas preconceituosas, discriminações, opressões do gênero, que

    freqüentemente deslancha para o assédio moral (SINDIUPES, 2008, p.23).”

    Na pesquisa da CNB/CUT (2005) afirma que “numa sociedade branca e

    machista, os preconceitos com relação à orientação sexual são ainda mais

    graves”.

    É de lamentar que muitos profissionais da educação, principalmente sofrem

    muitas pressões direta e indiretamente, no quesito assedio moral, e que não

    são valorizados nem por governantes, alunos, gestores, coordenadores, os

    pais e o pior: pelos próprios colegas. Além disso, o posicionamento dos alunos

    em sala de aula também contribui para um maior desgaste. Em muitos casos, a

    indisciplina é a grande responsável por uma eventual sensação de frustração e

    até a desmotivação do profissional.

    Segundo Menezes (2006) ”não são raros os professores que se queixam da

    falta de interesse dos alunos e assumem a culpa por este fato acreditando que

    deveriam dominar as mais diferentes técnicas para estimular o aprendizado.”

    Esta situação faz com que muitos e muitos professores não voltem ao trabalho

    devido a doenças surgidas no trabalho, licenças constantes, mudanças de

    funções e empregos. Cada vez mais estes números crescem e é necessário

    rever os conceitos e a ética profissional. Na verdade precisa rever muitas e

  • 25

    muitas questões para serem refletidas, discutidas e trabalhadas, como por

    exemplo, o papel do professor e sua autoridade diante dos alunos.

    É importante estar atento a esta síndrome, pois abrange esgotamento

    psicológico, despersonalização dos profissionais e disfunções no desempenho

    profissional e também pode causar complicações de saúde decorrentes do

    stress crônico e deterioração da qualidade de vida.

    Observa-se também que ao lidar com trabalhadores de secretarias de

    Educação, os profissionais são tratados com desdém ou são subestimados na

    inteligência, péssimo atendimento nas resoluções de seus problemas ou em

    processos seletivos, a ponto de fincar determinações absurdas ao professor,

    como se ele fosse uma pessoa incapacitada do seu cargo.

    2.1. A Síndrome de Burnout

    O Assédio Moral traduz-se por ações e situações no ambiente de trabalho que

    humilham, desrespeitam e constrangem o trabalhador. O Assédio Moral, assim

    como os baixos salários, as precárias condições de trabalho, o autoritarismo e

    outras mazelas que vivem nas escolas publicas e privadas, sejam eles de

    qualquer rede, somam-se para tornar-se o trabalho, um fardo difícil para ser

    levado. Isso termina em causar sérios problemas de saúde. “Os primeiros

    sintomas originários do assédio moral são muito parecidos com o stresse”

    (Minassa, 2009, A tribuna). Inclusive tem a SINDROME DE BURNOUT, como

    doença própria da categoria.

    Segundo Menezes (2006) a razão para a incidência da síndrome está ligada, "a

    desvalorização do professor, seja ela por parte do sistema, dos alunos e da

    própria sociedade, é um dos maiores agentes para a ocorrência do Burnout".

    Como o profissional adoece pelas precárias condições de trabalho e jornadas

    excessivas, muitas autoridades, muitas vezes, vai a publico falar que se tira

    constantes licenças e insinuam que são falsas, na qual abaixa a auto-estima e

  • 26

    desmoraliza o profissional. Geralmente isso é feito em jornais de grande

    circulação, na insistência em depreciar o profissional.

    Segundo Cabral (2009) a Síndrome de Burnout é uma doença psicológica

    caracterizada pela manifestação inconsciente do esgotamento emocional. Tal

    esgotamento ocorre por causa de grandes esforços realizados no trabalho que

    fazem com que o profissional fique mais agressivo, irritado, desinteressado,

    desmotivado, frustrado, depressivo, angustiado e que se avalia negativamente.

    Um dos sinais marcantes da doença é quando a pessoa dedica

    incessantemente no trabalho com desejo obsessivo de ser o melhor e que

    mede sua auto-estima no poder de realização e sucesso profissional. “Na

    negação do padecer, esperam ser reconhecidos e recompensados com

    tratamento digno” (Barreto, 2006, p.80). Quando não é reconhecido no

    trabalho, então ele entra em frustração, pois sente a necessidade de se auto-

    afirmar.

    Menezes (2006) lembra que “o fato mais curioso na síndrome de Burnout é

    que ela atinge trabalhadores motivados, que reagem a este desequilíbrio

    trabalhando ainda mais. Um dos pesquisadores do Burnout, Farber, discute

    como tema central deste sofrimento a discrepância entre “o que o trabalhador

    investe no trabalho e aquilo que ele recebe, ou seja, os resultados obtidos.” Por

    isso, volta à questão do não reconhecimento e desvalorização do professor"

    2.2. Caracterização e Desenvolvimento

    É notória a ânsia de toda classe docência a expectativa de férias com

    sentimento de cansaço e fadiga e insatisfação do trabalho tendo como

    resultado o esgotamento físico e psicológico. A burnout de professores é

    conhecida como uma exaustão física e emocional que começa com um

    sentimento de desconforto e pouco a pouco aumenta à medida que a vontade

    de lecionar gradualmente diminui.

    http://www.brasilescola.com/psicologia/sindrome-burnout.htm##

  • 27

    Menezes(2006) destaca que “o Burnout em professores pode ser caracterizado

    por um estresse crônico produzido pelo contato com as demandas do ambiente

    acadêmico e suas problemáticas.” Infelizmente há uma degradação do

    sistema, que vá além da ação direta dos professores, e ocorre muito a

    sensação de impotência perante a classe e cada vez mais acentuada”.

    A síndrome se reconhece em alguns sintomas como falta de energia, alegria,

    entusiasmo, satisfação, interesse, vontade, sonhos para a vida, idéias,

    concentração, autoconfiança e humor e também sentimentos de exaustão, de

    frustração, de incapacidade, carregar o estresse pra casa, irritabilidade e

    insatisfação e culpa no trabalho. Com o prolongamento e a intensidade das

    ações repetitivas de assédio durante a jornada laboral, o processo se agrava

    com a instalação de grave quadro depressivo da pessoa visada.

    Seu surgimento é lento, cumulativo, normalmente não é percebido pelo indi-

    víduo que, geralmente, se recusa a acreditar que esteja acontecendo algo com

    ele. Caracteriza-se por três fatores que podem aparecer associados, mas que

    são independentes: exaustão emocional, despersonalização e baixo

    envolvimento pessoal com o trabalho.

    Infelizmente todos os trabalhadores de educação são vitimas em potencial,

    pois além da jornada diária, tem que se atualizar com leituras, corrigir trabalhos

    e provas, planejar, preparar e ministrar aulas, adicionando a outras atribuições

    e situações impostas a sua carga horária. “Também costumam ser alvo de

    assédio moral as vitimas que são extremamente dedicadas ao trabalho”

    (Alkimin, 2006, p. 45).

    Essa doença faz com que a pessoa perca parte do interesse com o trabalho,

    de forma que as coisas deixem de ter importância e qualquer esforço pessoal

    parece inútil ou mesmo como perda de seu investimento afetivo. Geralmente

    sente-se exausto, desgastado, não agüenta mais e desiste, entra em Burnout.

    O professor (a) encontra com sobrecarga de trabalho, problemas de

    desenvolvimento na carreira, impossibilidade de promoção, falta de segurança

    na posição, clima organizacional negativo, falta de participação nas decisões,

  • 28

    falta de autonomia, excessiva formalização, falta de apoio por parte da direção,

    condições de risco no trabalho, insuficiente nível salarial, trabalhar em vários

    turnos, contato com a clientela problemática, falta de especificidade de função,

    falta de preparação e formação, expectativas irreais e aulas massificadas,

    vandalismo, agressões, baixos salários, Falta de reconhecimento e respeito,

    assédio moral no trabalho. “Ser demitido é sentido como castigo; a

    desobediência e o castigo angustiam e atormentam a existência, pois “hoje” o

    emprego é mais importante do que tudo” (Barreto, 2006).

    Com isso, Menezes (2006) destaca a importância de:

    “Treinar habilidades de auto-controle, identificação de

    pensamentos negativos, controle do estresse, utilização

    de apoio social com a equipe, além de trabalhar a

    informação sobre os aspectos de sua carência como

    profissional. Estas seriam algumas das alternativas para

    combater o estresse profissional na busca pelo bem-estar

    e melhor qualidade de vida (Menezes, 2006, p. 1).”

    Silva (2008, p.32) destaca algumas estratégias utilizadas pelos professores

    para lidar com o estresse são:

    01- Descanse e relaxe sem se odiar ou se culpar por

    isso;

    02- Respire profundamente;

    03- Dê-se 15 minutos antes de cada jornada e faça

    uma coisa agradável;

    04- Alegre seu ambiente com música, flores ou

    peças de decoração;

    05- Faça uma atividade de lazer pelo menos uma

    vez por semana;

    06- Estabeleça metas em sua vida e prioridade de

    suas atividades ;

  • 29

    07- Adote hábitos alimentares mais saudáveis e

    procure fazer exercícios periodicamente;

    08- Estabeleça um momento durante o dia para

    relaxar;

    09- Evite cobrar-se o tempo todo e permita que as

    coisas aconteçam conforme seu próprio ritmo;

    10- Converse com os amigos e colegas sobre os

    seus sentimentos. Não guarde apenas para você

    suas frustrações;

    11- Analise como você ocupa seu tempo;

    12- Aprenda a dizer não. Assuma apenas a

    responsabilidade das tarefas que pode cumprir;

    13- Aprenda a delegar tarefas. Você não é

    indispensável

    De acordo com informações extraídas do site www.guiatrabalhista.com.br, o

    combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige a formação de um

    coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos,

    advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos,

    antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos

    iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e

    violências e que seja sinônimo de cidadania.

    2.3. Legislação

    O assédio moral esta cada vez mais notório com as legislações trabalhistas. A

    maioria das organizações estão preocupadas com a qualidade de vida

    do trabalhador, destaca-se a OIT, Organização Internacional

    do Trabalho, fundada em 1919 com o objetivo de promover a justiça social.

    Alkimin (2006) ressalta que “o assédio moral, embora se trate e conduta ilícita,

    não encontra regulação própria no Direito do Trabalho, Civil ou Penal”.

    http://www.guiatrabalhista.com.br/

  • 30

    No Brasil encontra-se em fase de implementação e desenvolvimento numa

    legislação especifica, que qualifique o Assédio Moral.

    Enquanto não há lei especifica, porem, na própria CLT – Consolidação das Leis

    do Trabalho há dispositivos que permitem enquadrar processos de assedio

    moral inclusive no que diz respeito à saúde, relacionando suas conseqüências

    como doença relacionada ao trabalho. No campo dos direitos humanos e da

    cidadania, também, há possibilidades de proteção, via Código Civil.

    (Sindibancariospe, 2000, p.29 )

    De acordo com Alkimin (2009, p.105) no congresso Nacional, há Projetos de

    Lei Federal que visam tipificar criminalmente o assédio moral no ambiente de

    trabalho:

    a) Projeto de Lei Federal 4.742/01, que introduz o art. 146-A no código Penal

    Brasileiro.

    Art. 146-A. desqualificar, reiteradamente, por meio de

    palavras, gestos ou atitudes, a auto-estima, a segurança

    ou a imagem do servidor publico empregado em razão de

    vinculo hierárquico funcional ou laboral.

    Pena: Detenção de 3 (três) meses a um ano e multa.

    O substitutivo a esse Projeto visa inserir no CP o art. 136-A, com a seguinte

    redação:

    Art. 136-A. depreciar, de qualquer forma e

    reiteradamente a imagem ou o desempenho de servidor

    publico ou empregado, em razão de subordinação

    hierárquica funcional ou laboral,sem justa causa, ou tratá-

    lo com rigor excessivo, colocando em risco ou afetando

    sua saúde física ou psíquica.

    b) Projeto de Lei Federal 5.971/01, introduz no Código Penal Brasileiro o

    crime de “Coação Moral no Ambiente de Trabalho”, através do art. 203-

    A, com a seguinte redação:

  • 31

    Art. 203-A. Coagir moralmente empregado o ambiente

    de trabalho, através de atos ou expressões que tenham

    por objeto atingir a dignidade ou criar condições de

    trabalho humilhantes ou degradantes, abusando da

    autoridade conferida pela posição hierárquica.

    Pena: detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

    Rufino (2007) destaca-se o Projeto de Lei n. 4.742/01, da autoria do Deputado

    Federal Marcos de Jesus, o qual estabeleceu o art. 146-A no Código Penal,

    com o propósito de cada vez de alterar os códigos e que o Deputado Aldir

    Cabral, alterou o texto original e após uma série de justificativas, entendeu que

    a matéria deveria ser tratada no Capítulo Relativo a Periclitação da Vida e da

    Saúde, logo após o crime de maus-tratos, com o número 136-A.

    De acordo com informações extraídas do site www.assediomoral.org (2004),

    diante da ausência de uma legislação acerca do tema Assédio Moral e de uma

    vivência sindical, nas observações de relações de trabalho que destruíram o

    trabalhador, gerando uma produção precária e baixo auto estima no mesmo,

    instigou o deputado Mauro Passos, de âmbito federal, traçar um Projeto

    inovador de lei, PL 2369/03. A lei foi relatada pelo deputado Vicentinho (PT),

    com voto pela aprovação, na comissão de Trabalho, de Administração e

    Serviço Público da Câmera, em 28 de abril de 2005.

    Segundo Passos (2005) a proposta prevê pena também para o empregado que

    pratica o assédio, apesar de o empregador ter adotado as medidas cabíveis

    para evitar o problema. "A insubordinação e indisciplina, neste caso, poderá

    levar à demissão", explica o deputado. O principal aspecto do assédio moral é

    que tem como objeto ou efeito a degradação das relações de trabalho. A sua

    proibição e a sanção, caso seja praticado, visam a melhoria das relações

    trabalhistas, trazendo dignidade e respeito à execução do contrato de trabalho.

    O assédio esta relacionado aos problemas de falta de informação, organização

    do trabalho, e a falta de política de pessoal adequada no intuito de respeitar o

    colaborador pertencente a instituição ou empresa. A legislação extrapola a

    http://www.assediomoral.org/

  • 32

    questão trabalhista e parte para os direitos básicos de todo o cidadão. O

    assédio moral além de ser um crime, é ato ilícito trabalhista gerando prejuízos,

    dano moral, com direito à indenização. As empresas são responsáveis pelo

    ambiente de trabalho, que deve ser saudável. É o gestor ou o responsável que

    determina a política do setor de Recursos Humanos e decide sobre a qualidade

    das relações dentro do Empreendimento.

    2.3.1. Legislação no âmbito municipal

    Em 23 de agosto de 2002, foi aprovada a Lei Estadual no 3921, que

    veda o assédio moral no trabalho, no âmbito dos órgãos, repartições ou

    entidades da administração centralizada, autarquias, fundações,

    empresas públicas e sociedades de economia mista, do poder

    legislativo, executivo ou judiciário do Estado do Rio de Janeiro, inclusive

    concessionárias e permissionárias de serviços estaduais de utilidade ou

    interesse público, e dá outras providências.

    Para ilustrar, a Lei Municipal n. 13.288, de 10 de janeiro de 2002, da Cidade

    de São Paulo, aplicável aos servidores públicos municipais (administração

    pública direta e indireta), (Gallindo, 2006, p.1) conceitua assédio moral, na

    seguinte exposição:

    "Para fins do disposto nesta lei considera-se assédio

    moral todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja, pela

    repetição, a auto-estima e a segurança de um indivíduo,

    fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando

    em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira

    profissional ou à estabilidade do vínculo empregatício do

    funcionário, tais como: marcar tarefas com prazos

    impossíveis; passar alguém de uma área

    de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito

    de idéias de outros; ignorar ou excluir um funcionário só

    se dirigindo a ele através de terceiros; sonegar

    informações de forma insistente; espalhar rumores

  • 33

    maliciosos; criticar com persistência; subestimar

    esforços.”

    2.3.2. Legislação do município de Vitória

    Foi extraído do site www.vitoria.es.gov.br, a lei referente o tema Assédio moral

    do município de Vitória com o seguintes artigos. Em 26 de novembro do ano

    de 2009, foi aprovada a lei municipal n° 7834 (vide anexo 1), no artigo 8°, que

    entrou em vigor nesta data presente, do município de Vitória do Estado do

    Espírito Santo com finalidade de combater o Assédio Moral contra

    trabalhadores da Administração Publica Municipal, no âmbito dos órgãos,

    repartições ou entidades da administração:

    “Art 1°. Fica vedado o assédio moral na Administração

    Publica Municipal em que o servidor é submetido a

    procedimentos repetitivos que impliquem em violação de

    sua dignidade, ou por qualquer forma, que sujeitem as

    condições de trabalhos humilhantes ou degradantes.”

    Observa-se no 2° artigo da lei 7834, conceitua sobre o assédio moral e

    demonstra em como acontece as formas do ato:

    “Art. 2°. Considera-se assédio moral, para fins de que se

    trata esta Lei, toda ação, gesto ou palavra praticada de

    forma repetitiva por aquele que, abusando da autoridade

    que lhe confere suas funções publicas, tenha por objetivo

    ou efeito atingir a auto-estima e a autodeterminação do

    servidor, com danos ao ambiente do trabalho, ao serviço

    prestado publico e ao próprio usuário [...].

    No 4° artigo mostra as penalidades contra o agressor, no caso, para quem

    exerça cargo de chefia na Administração Publica Municipal que cometer o

    assédio contra os seus e no 6° artigo em como será aplicadas as determinadas

    penalidades.

    http://www.vitoria.es.gov.br/

  • 34

    “Art. 4°. [...] e sujeitará o infrator as seguintes

    penalidades: I – advertências; II – suspensão;

    III – demissão”.

    “Art. 6°. As penalidades a serem aplicadas serão

    decididas em processo administrativo, de forma

    progressiva, considerada a reincidência e a gravidade da

    ação”.

    A discussão sobre o assédio moral ganhou visibilidade no Brasil após a

    divulgação da pesquisa da Dra Margarida Barreto que apresentou dissertação

    de mestrado na PUC/SP com o título “Uma jornada de humilhações””..

    É necessário adotar e realizar ações e projetos educativos para um ambiente

    efetivamente livre de assédio moral. Se não ocorrer, o empregador é

    responsável pelo assédio moral praticado que é fator de grave

    comprometimento bio-psíquico-social e exerce influência direta no

    desenvolvimento da sociedade como um todo, determinando a violência e a

    pobreza. Em quaisquer dos casos, romper o silêncio e buscar apoio nos

    colegas, na família é fundamental. È importante, também, buscar a proteção

    jurídica que o sindicato pode e deve oferecer.

    Gallindo (2006, p. 1) reformula três decisões judiciais contra esta forma de

    violência, mais precisamente acórdãos, a respeito de pedidos de reparação:

    Assédio moral– Contrato de inação – Indenização por

    dano moral. A tortura psicológica, destinada a golpear a

    auto-estima do empregado, visando forçar sua demissão

    ou apressar a sua dispensa através de métodos que

    resultem em sobrecarregar o empregado de tarefas

    inúteis, sonegar-lhe informações e fingir que não o vê,

    resultam em assédio moral, cujo efeito é o direito à

    indenização por dano moral, porque ultrapassada o

    âmbito profissional, eis que minam a saúde física e

  • 35

    mental da vítima e corrói a sua auto-estima. No caso dos

    autos, o assédio foi além, porque a empresa transformou

    o contrato de atividade em contrato de inação,

    quebrando o caráter sinalagmático do contrato de

    trabalho, e por conseqüência, descumprindo a sua

    principal obrigação que é a de fornecer o trabalho, fonte

    de dignidade do empregado. Recurso improvido" (TRT –

    17ª R – RO nº 1315.2000.00.17.00-1 – Relª. Sônia das

    Dores Dionísa).

    I – Dinâmica grupal – Desvirtuamento – Violação ao

    patrimônio moral do empregado –Assédio moral –

    Indenização. A dinâmica grupal na área de Recursos

    Humanos objetiva testar a capacidade do indivíduo,

    compreensão das normas do empregador e gerar a sua

    socialização. Entretanto, sua aplicação inconseqüente

    produz efeitos danosos ao equilíbrio emocional do

    empregado. Ao manipular tanto a emoção, como o íntimo

    do indivíduo, a dinâmica pode levá-lo a se sentir

    humilhado e menos capaz que os demais. Impor

    pagamentos de prendas publicamente, tais como, ‘dançar

    a dança da boquinha da garrafa’, àquele que não cumpre

    sua tarefa a tempo e modo, configura assédio moral,

    pois, o objetivo passa a ser o de inferiorizá-lo e torná-lo

    ‘diferente’ do grupo. Por isso, golpeia a sua auto-estima e

    fere o seu decoro e prestígio profissional. A relação

    de emprego cuja matriz filosófica está assentada

    no respeito e confiança mútua das partes contratantes

    impõe ao empregador o dever de zelar pela dignidade do

    trabalhador. A CLT, maior fonte estatal dos direitos e

    deveres do empregado e empregador, impõe a obrigação

    de o empregador abster-se de praticar lesão à honra e

    boa fama do seu empregado (art. 483). Se o empregador

    age contrário à norma, deve responder pelo ato

    antijurídico que praticou, nos termos do art. 5º, X, da

    CF/88. (Recurso provido)..." (TRT – 17ª R – RO n.

  • 36

    1294.2002.007.17.00.9 – Relª. Juíza Sônia das Dores

    Dionísio).

    Dano moral – Empregado submetido a constrangimentos

    e agressão física, em decorrência de sua orientação

    sexual, praticados por empregados outros no ambiente

    de trabalho e com a ciência da gerência da empresa

    demandada – Imputabilidade de culpa ao empregador.

    Se a prova colhida nos autos revela, inequivocamente,

    que o autor sofrera no ambiente de

    trabalho discriminação, agressões verbais e mesmo

    físicas por sua orientação homossexual, mesmo que não

    pudesse o empregador impedir que parte de seus

    empregados desaprovasse o comportamento do

    reclamante e evitassem contato para com ele, não

    poderia permitir a materialização de comportamento

    discriminatório grave para com o autor, e menos ainda

    omitir-se diante de agressão física sofrida pelo

    reclamante no ambiente de trabalho; mormente se esta

    agressão fora presenciada por agentes de segurança do

    reclamado, os quais não esboçaram qualquer tentativa de

    coibi-la. Se o reclamante, como empregado do

    demandado, estando no estabelecimento do réu, sofre,

    por parte de seus colegas de trabalho, deboches e até

    chega a sofrer agressão física, e se delas tem pleno

    conhecimento a gerência constituída pelo empregador,

    este último responderá, por omissão, pelos danos morais

    causados ao reclamante (CCB então vigente, art. 159 c/c

    art. 5º, X, da CF). Sendo o empregador pessoa jurídica (e

    não física), por óbvio os atos de violação a direitos

    alheios imputáveis a ele serão necessariamente

    praticados, em sentido físico, pelos obreiros e dirigentes

    que integram seus quadros. Recurso ordinário do

    reclamado conhecido e desprovido" (TRT – 10ª R – 3ª T –

    RO n. )

  • 37

    CAPITULO III

    O QUE FAZER: O PAPEL DO PEDAGOGO

    PESQUISA DE CAMPO

    A pesquisa de campo foi realizada durante os meses de janeiro e fevereiro, no

    corrente ano, através de entrevistas de funcionários da Educação que

    trabalham em instituições publicas e privada. Observa-se que ao fazer a

    Pesquisa de Campo, a maioria dos trabalhadores, especialmente os

    professores não tinham nenhum ou pouco conhecimento do assunto.

    Houve a necessidade da orientação do assunto e responder questões

    levantadas pelos profissionais ao termino da entrevista.

    O interessante da pesquisa é a constatação de alguns profissionais que

    sofreram este tipo de violência e que não sabiam que estava sofrendo o

    Assédio Moral. Pode-se ver que muitos colaboradores desta área estão

    desatualizados a ponto de sofrer represálias, humilhações, resultando na auto-

    estima baixa e se sentirem incapazes e inúteis no trabalho e perdendo suas

    identidades e até suas vidas.

    O material de pesquisa é uma entrevista composta de 06 questões, com

    objetivo de identificar o grau de conhecimento de cada entrevistado acerca

    deste tema tão polêmico. Foram entrevistados 05 profissionais: 1 Técnica

    Administrativa Escolar, 1 professor e tutor online, 1 professora de Matemática,

    1 professora especialista na área de Deficiência visual e Pedagoga hospitalar,

    e 1 professora inspetora e pedagoga escolar.

    Vide anexo 2 – entrevistas dos profissionais.

  • 38

    3.1. Análise de dados

    Todos os dados coletados foram reunidos e analisados, conforme descrições a

    seguir:

    - Dados pessoais

    - Conceito Assédio moral

    - Assédio moral no trabalho

    - Reações diante do sofrimento

    - Liderança

    - Legislação

    3.1.1. Resultados da pesquisa

    Todos os dados estão organizados através das concepções das entrevistas.

    Cada um tem a sua visão sobre Assédio moral e respondem de forma

    diferenciada.

    A 1° entrevistada é Adriana com 18 anos de Magistério e que sofre de

    pressões nestes longos anos, muita pressão psicológica tanto da diretora que

    lhe chamava de ‘burra’, ‘demente’, imcompetente’ diante de alunos,

    professores, da comunidade e também da comunidade, sendo ameaçada de

    pauladas pela mesma. Era muito desviada do cargo, a ponto de fazer todo

    tipo de serviços na escola. Quando ficava doente, estando em casa, pois não

    tinha condições em ir trabalhar, a diretora sempre ligava pra ela e falava muitos

    desaforos. A sua reação era sempre ficar calada e chorar muito. Hoje em dia

    ela tem um quadro de stress crônico, com síndrome do pânico, muitas dores

    nos ossos, depressão, ansiedade, insônia, síndrome de Burnout e esta

    afastada ou melhor de licença não tendo condições em trabalhar, a ponto de

    ouvir e não se sentir bem. Desconhece as leis, os seus direitos, o Burnout e

    outros especificidades do assunto.

  • 39

    O 2° entrevistado é Daniel Martins Filho, que desconhece totalmente o asunto,

    em que confundiu o assédio sexual com o assedio moral, na qual são assuntos

    distintos. Apesar de ter já sofrido o Assédio, não tinha conhecimento do

    assunto e não é conhecedor dos seus direitos e no que diz respeito a Assédio

    moral. . Nota-se que é um profissional bem qualificado no seu trabalho.

    O 3° entrevistada é Denise, professora de Matemática, que atua na Educação

    há 15 anos, mas antes teve experiência como Bancaria, sendo formada em

    Ciências Econômicas e com complementação Pedagógica em Matemática na

    qual proporcionou a Licenciatura no ensino da matéria de Matematica para os

    Ensinos Fundamental e Médio. Nunca teve conhecimento do tema Assédio

    moral e nunca sofreu deste mártir, mas já visualizou vários colegas de trabalho

    a sentir e sofrer com esta forma de crime. Também teve necessidade de ouvir

    explicações sobre o assunto.

    A 4° entrevistada é Izabel com formação Superior e longa experiência na

    Educação Especial. Trabalha tanto com pessoas com deficiência visual e com

    pessoas hospitalizadas. Apesar de nunca ter sofrido o Assédio moral, já

    presenciou esta situação degradante nos colegas de trabalho, mas tem

    conhecimento da pratica e destaca como Assédio moral a falta de respeito do

    aluno para com o professor.

    A 5° entrevistada é Penha Andreatta, funcionária com varias especializações e

    atuante na área escolar Publica e Privada, Pedagoga, Inspetora e Professora e

    que infelizmente sofreu o Assédio moral do próprio colega de trabalho de vários

    anos, e que a situação ficou bastante desagradável, pois a pessoa não deixava

    de assediá-la e como reação, ela recorreu primeiramente a ter uma conversa

    amigável com o colega, mas não foi possível, levando-a a buscar os seus

    direitos através da justiça e que esta sendo resolvido da melhor maneira

    possível. Observa que é bastante conhecedora do assunto, não se deixa

    abater e nem deixar a auto-estima cair.

  • 40

    É importante que todos tenham conhecimento do Assédio moral para que

    tenha reação de buscar seus direitos, levantar a cabeça e combater este terror.

    E mesmo que não esteja sofrendo, mas que tenha condições de ajudar ou

    colaborar com o colega de trabalho com informações ou sendo testemunha,

    pois cada um pode ser o próximo a passar por estes constrangimentos.

    3.2. Papel do Pedagogo no combate ao Assédio moral

    No site www.rh.com.br, Bispo (2009) dá varias sugestões para dar um basta a

    onda de humilhações e intempéries do assédio moral, em que se encaixa

    perfeitamente para o papel do pedagogo na empresa para tornar o ambiente

    agradável e bastante produtivo para todos. Eis algumas ações preventivas:

    1 - Investir em ações educativas e estimular a paz

    nos relacionamentos em todos os níveis. Para isso,

    os canais internos de comunicação são

    indispensáveis no combate ao assédio moral.

    2 - Comunicar internamente alguma informação

    referente ao assédio moral, citando sempre a fonte.

    Isso serve para matérias, entrevistas, promulgação

    de leis, entre outros dados relevantes.

    3 – Reforçar a cultura organizacional e os

    colaboradores informando-os dos diretos humanos,

    seja através dos direitos trabalhistas como também

    pelos direitos universais do cidadão que fazem parte

    dos valores internos e devem ser praticados por

    todos os que atuam na companhia.

    4 - Pesquisar o clima organizacional da empresa

    sendo uma ótima oportunidade para saber se o

    assédio moral circula pela organização fazendo

    abordagem entre os funcionários para saber

    exatamente se eles estão sendo

    http://www.rh.com.br/

  • 41

    coagidos, humilhados, discriminados de alguma

    forma, seja pelos líderes ou demais colegas de

    trabalho.

    5 - Criar um comitê permanente no combate do

    assédio moral, no objetivo de desenvolver

    procedimentos que garantam a integridade dos

    colaboradores na organização. O mesmo comitê

    pode, por exemplo, ser formado por representantes

    dos departamentos como por funcionários

    formadores de opinião, que tenham facilidade de

    comunicação com os demais pares.

    6 – Criar um Código de Ética que expresse

    claramente a postura da empresa em relação ao

    assédio moral e quais providências serão adotadas,

    caso algum fato ocorra.

    7 – Promover a realização de palestras em eventos

    realizados pela organização como treinamentos,

    encontros comemorativos é uma alternativa para

    esclarecer aos colaboradores o que significa assédio

    moral e as conseqüências que pode gerar à

    empresa, ao assediador e à vítima.

    8 - Treinar os gestores e esses, por sua vez,

    tornarem-se agentes multiplicadores do assunto no

    combate e na prevenção do assédio moral.

    9 – Oportunizar o setor de Recursos Humanos a

    abrir sempre as portas para ouvir os funcionários

    inseguros de fazer a denuncia, garantindo o sigilo

    dos fatos relatados.

    10 - Averiguar a veracidade da denúncia para tomar

    ciência do assédio e, quando o fato for constatado,

    encaminha o caso rapidamente para a direção, a fim

    de que as providências necessárias sejam adotadas.

  • 42

    Costa (2009) apresenta a postura essencial do gestor ou funcionário da alta

    hierarquia diante dos colaboradores:

    “Esse especialista deve orientar e não rotular, olhar para o todo

    e não para partes de todo. Quando se observam funcionários

    trabalhando, não se deve olhar como se fossem peças de uma

    maquina, onde algumas devem ser trocadas. As pessoas

    precisam de motivação e não manutenção. As vezes, uma

    palavra de elogio do chefe ou do encarregado é suficiente

    (Costa, 2009, p.32).”

    Uma classificação bem-humorada dos tipos de chefes agressivos, pelas

    próprias vítimas, conforme relatos feitos à médica Margarida Barreto (2000, p.

    215):

    1)Pit-Bull: agressivo e violento, que demite

    friamente e humilha por prazer;

    2) O profeta: aquele que exalta suas próprias

    qualidades e tem a missão de enxugar a máquina

    e, por isso, demite indiscriminadamente, mas

    humilha com cautela;

    3) O troglodita: é o chefe brusco, que não admite

    discussão e não aceita reclamações;

    4) O tigrão: esconde sua incapacidade com

    atitudes grosseiras e necessita de público, pois,

    quer ser temido por todos;

    5) O grande irmão: primeiro banca o protetor, para

    depois atacar, ou seja, aproxima-se, entra na

    intimidade do trabalhador e, na primeira

    oportunidade, usa o que sabe contra o empregado

    para rebaixá-lo ou demiti-lo.

  • 43

    Observa que muitas vezes o chefe ou responsável ou líder de uma empresa

    usa estas estratégias acima e veste um destes personagens, por muitas vezes

    desconhecer e não saber gerir pessoas. Então não se atualiza e nem se

    interessa no quesito Gestão. Observa o colaborador que aceita estas

    estratégias esta desatualizado em relação a ética profissional e pessoal, o

    próprio tema assédio, seus direitos e qualidade de trabalho e vida, achando

    tudo isso na maior normalidade profissional.

    3.3. O que a vítima deve fazer?

    As condições ambientais podem afetar o trabalho de diversas formas. Ela

    pode ter influencia positiva ou negativa para a motivação e, conseqüentemente,

    para o grau de satisfação do empregado. Não existe um delimitado perfil

    psicológico da vitima. Qualquer pessoa pode ser objeto deste acaso.

    Para o agressor, a vítima é uma pessoa insatisfeita, que devido a sua

    qualificação e desprendimento, questiona e gosta de empreender práticas e

    métodos inovadores e outros na forma de organização. Araujo & Feijó (2007)

    destaca que “alguns trabalhadores identificaram os perfis dos agressores

    encontrados comumente nas chefias nas empresas”.

    Vale salientar que diminuir ou criticar é colocar o outro em situação de

    inferioridade. Fazer propaganda contra alguém é mais fácil se essa pessoa

    possui características que o preconceito de cor, sexo, ideologia ou classe

    social reforça como inferioridade. Há casos de assédios contra trabalhadores

    com altos salários que são ameaçados de substituição por outros com menores

    salários e trabalhadores que são representantes de sindicatos e associações.

    “Apesar de raro, este tipo de humilhação também ocorre nas

    relações trabalhistas. É o assédio de baixo para cima, em que

    um descendente ou uma coletividade, pratica atos vexatórios

    contra o superior hierárquico (Rufino, 2007, p. 81, 2007).”

    Através da cartilha “Educar, nossa maior rebeldia” do órgão SINEDUC (2008,

    p. 15), geralmente o (a) assediado (a) apresenta as seguintes características:

  • 44

    É integro e honesto (a); É saudável; Apresenta

    senso de culpa; É justo (a) e equânime, com

    acentuado espírito de liderança entre seus pares; É

    criativo (a); É dedicado (a) ao trabalho; É mais

    competente que os perversos; Reage ao

    autoritarismo e recusa-se a ser subjugado; É Pessoa

    portadora de deficiência;

    É idoso; É mulher em grupo de homens, ou vice

    versa; Tem crença religiosa e/ou orientação sexual

    diferente do perverso; Pertence à minorias étnicas;

    Tem limitação de oportunidades de trabalho por ser

    especialista; Vive só.

    O perfil do assediador é de uma pessoa sem escrúpulos que fica feliz ao

    praticar ao mal a pessoas da empresa e sente prazer ao fazer o próximo sofrer

    e ver o desespero do outro, na qual demonstra poder e força sem limites.

    Segundo Gallindo (2006), “o assediador tem um perfil, tratando-se de uma

    pessoa perversa, que se sente feliz e realizada em praticar o mal.” A tendência

    desta forma de pressão é aumentar se o colaborador não bater de frente, não

    se defender.

    Nas precisas palavras de Jorge Luiz de Oliveira da Silva(2006):

    “O assédio moral, a princípio, traz repercussões extremamente

    negativas ao homem, repercutindo na seara física, psicológica,

    social e econômica. Indagar os motivos que levam o assediador

    a agir de forma tão violenta (uma "violência sutil") nos remete

    aos caminhos da ética e da moral. O assediador é

    essencialmente um indivíduo destituído de ética e de moral. O

    assediador age por impulsos negativos e sem nenhuma

    nobreza de caráter, revelando seu lado perverso ao verificar sua

    vítima sucumbir aos poucos diante de sua iniqüidade.

    Sawaia(2006) confirma que é necessário “abrir os nossos olhos

  • 45

    para um vicio insidioso, que corrompe o biológico e gera mais

    sofrimento Silva (apud Paroski, 2006, p. 1).”

    É necessário ética e os bons costumes em todos os serviços, no publico e

    privado e em todos os cargos, desde pequeno até o alta hierarquia na

    empresa, trabalhe na prevenção e combate de situações degradantes do

    assedio moral e que não surja o individuo assediador para o bem-estar social,

    moral, física e mental dos colaboradores e para a empresa colher os frutos

    rentáveis.

    No site www.assediomoral.org (2009), define as Estratégias do Agressor:

    01 – Escolher a vitima e isolar do grupo. Impedir que a

    vitima se expresse e não explicar o porquê. Fragilizar,

    ridicularizar, inferiorizar, menosprezar frente aos pares.

    02 – Culpabilizar / responsabilizar publicamente, podendo

    os comentários de sua incapacidade de invadir, inclusive,

    o espaço pessoal e familiar.

    03 – Desestabilizar emocional e profissionalmente. A

    vitima gradativamente vai perdendo sua autoconfiança e

    o interesse pelo trabalho.

    04 – Destruir a vitima (desencadeando novas doenças

    e/ou agravando as pré-existentes). A destruição da

    vitima engloba vigilância acentuada e constante.

    05 – Livrar-se da vitima, que se vê forçado/a pedir licença

    médica, transferência ou demissão.

    06 – Impor despótica e autoritariamente ao coletivo seu

    comando.

    De acordo com a cartilha do SINDIUPES (2008, p, 22), há varias formas de

    combater este ato criminoso, o assédio:

    -Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações

    sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do

    http://www.assediomoral.org/

  • 46

    agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da

    conversa e o que mais você achar necessário).

    -Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas,

    principalmente daqueles que testemunharam o fato

    ou que já sofreram humilhações do agressor.

    -Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da

    empresa.

    -Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas.

    Ir sempre com colega de trabalho ou representante

    sindical.

    -Exigir por escrito, explicações do ato agressor e

    permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou

    R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível

    mandar sua carta registrada, por correio, guardando

    o recibo.

    -Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para

    diretores e outras instancias como: médicos ou

    advogados do sindicato assim como: Ministério

    Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos

    Humanos e Conselho Regional de Medicina

    (ver Resolução do Conselho Federal de

    Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).

    -Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos

    Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao

    médico, assistente social ou psicólogo.

    -Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas,

    pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para

    recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e

    cidadania.

    Ao testemunhar cenas de humilhações contra o

    colega, é importante que o colega de trabalho seja

    solidário com a vitima. Infelizmente pode acontecer

    de sermos a próxima vitima.

    http://www.assediomoral.org/spip.php?article88http://www.assediomoral.org/spip.php?article88

  • 47

    3.4. Estatísticas a respeito do Assédio Moral

    Constata-se no site www..sindbancariospe.com.br/assediomoral.htm em que

    as mulheres hoje representam 50% da força de trabalho no Sistema Financeiro

    Nacional. Mulheres e homens reagem de maneira diferente, quando vitimas de

    assédio. Elas têm crises de choro, palpitações, tremores, insônia, depressão e

    diminuição da libido, por exemplo. Eles padecem de depressão e insônia,

    também, mas tendem ao alcoolismo e, principalmente, alimentam sede de

    vingança e idéia de suicídio. Confira a tabela.

    Sintomas

    Mulheres Homens

    % %

    Crises de choro 100 -

    Dores generalizadas 80 80

    Palpitações, tremores 80 40

    Sentimento de

    inutilidade

    72 40

    Insônia ou sonolência

    excessiva

    69,6 63,6

    Depressão 60 70

    Diminuição da libido 60 15

    Sede de vingança 50 100

    Aumento da pressão

    arterial

    40 51,6

    Dor de cabeça 50 33,2

    Distúrbios digestivos 40 15

    Tonturas 22,3 3,2

    Idéias de suicídio 16,2 100

    Falta de apetite 13,6 2,1

    Falta de ar 10 30

    Passa a beber 5 63

    Tentativa de suicídio - 18,3

    Fonte: Barreto, M. (2000, p.217) – Uma jornada de Humilhações.

    http://www.sindbancariospe.com.br/assediomoral.htm

  • 48

    CONCLUSÃO

    É em situações constrangedoras que se compreende melhor o assédio moral,

    na qual viole a dignidade das pessoas. Existem muitos casos de profissionais

    que convivem ou conviveram estas situações. E infelizmente, encontra muitos

    colaboradores que não tem consciência dos seus direitos, não sabem que

    estão sendo violados; em que resulta no seu desligamento da organização,

    comprometendo significativamente a renda familiar.

    No mundo globalizado, Era da informação, infelizmente encontra muitos

    gestores e não são poucos, que não tiveram a sensibilidade de perceber as

    novas tendências comportamentais dos funcionários. O que se vê

    constantemente é a necessidade de todos serem felizes e realizados no mundo

    do trabalho. Hoje, querem e exigem tratamento respeitoso, justo e digno.

    Parece ser simples mas encontra muitos obstáculos e desafios para melhores

    relações de trabalho. Acontece que em muitas organizações não estão

    compatíveis com essas novas tendências e realidades.

    É óbvio que as empresas não são entidades nem filantrópicas e nem

    beneficentes, nem áreas de lazer, pois todas elas investem pesado nos

    negócios e colaboradores, isso tudo demanda muito dinheiro na qual visa, com

    todo o direito e justiça, os melhores resultados possíveis, focado no

    crescimento e lucros da empresa.

    Existe a normatização trabalhista específica em alguns paises para combater e

    proibir o assédio moral no ambiente laboral, o que não se verifica no Brasil,

    havendo apenas alguns projetos de lei federal em andamento.

  • 49

    O assédio é um fenômeno social antigo, mas de reconhecimento recente, que

    deve ser observado cautelosamente, no tocante à sua caracterização jurídica.

    É fundamental comprovar a natureza psicológica devido ao dano causado pelo

    assédio moral a muitas pessoas, podendo ser de conduta longa no tempo e

    que tenha ocasionado o desencadeamento de vários problemas psicológicos,

    físico, emocional e varias doenças psíquico-emocional, sendo constatada

    através de avaliações médica ou psicológica.

    A prática do assédio moral no local de trabalho gera seqüelas gravíssimas nas

    pessoas, como baixa autoestima, depressão, absenteísmo e problemas de

    saúde: hipertensão, insônia, enxaquecas, entre outros. Então é necessário que

    os dirigentes organizacionais se voltem a determinados comportamentos que

    ocorrem no ambiente organizacional.

    A necessidade de se preservar a saúde mental dos trabalhadores revelado em

    estatísticas nacionais e mundiais, oportuniza discussões e debates sobre o

    tema. Destaca os valores inerentes à própria dignidade da pessoa humana,

    princípio sobre o qual se fundamentam os ordenamentos democráticos

    modernos.

  • 50

    BIBLIOGRAFIA

    Universidade Candido Mendes – A vez do mestre -modulo 6- curso Pedagogia

    Empresarial / matéria pedagogia empresarial e analise comportamental -

    Comportamento humano no ambiente produtivo 2007 - Adélia Araujo e

    Helenice Feijó

    RUFINO, Regina Célia Pezzuto. Assédio moral no âmbito da empresa. 2º

    edição. São Paulo: LTR, 2007.

    ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na relação de trabalho - 2º edição.

    Curitiba: Juruá, 2009.

    CATTANI, David Antonio. Dicionário critico sobre trabalho e tecnologia. 4º

    edição. Porto Alegre: Petrópolis : Vozes, 2002.

    RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de Pessoas. 1° edição. São Paulo:

    Saraiva, 2005.

    HIRIGOYEN, Marie-France. Mal-Estar no Trabalho: Redefinindo o assédio

    moral. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

    SINDIUPES. Assédio moral – é tempo de combater – SINDIUPES em defesa

    da escola publica – filiado a CUT. Espírito Santo, 2008.

    SEPE. Assédio moral nas escolas. Rio de Janeiro, 2005.

    Disponivel em

    Acesso em 11 de dezembro de 2009

    SINEDUC. Saber e Combater. Assédio moral & Síndrome de Burnout.

    Disponível em < www.assediomoral.com.br>

    Acesso em 11 de dezembro de 2009.

    http://www.assediomoral.com.br/http://www.assediomoral.com.br/

  • 51

    O que a vítima deve fazer?

    Disponível em

    Acesso dia 10 de janeiro de 2010.

    UNIVERSIA. Estresse do professor

    Disponível em:

    Acesso em 13 de janeiro de 2010.

    Assédio moral no trabalho – E o que é assédio moral no trabalho?

    Disponível em http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/assediomoral.htm -

    Acesso em 20 de janeiro de 2010.

    Assédio moral nas instituições de ensino.

    http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12396

    Acesso em 21 de janeiro de 2010.

    Transtorno de estresse pós-traumatico.

    http://www.psicosite.com.br/tra/ans/estrespos.htm

    Acesso no dia 30 de janeiro de 2010.

    Entrevista como o deputado do PT de Santa Catarina, Mauro Passos.

    http://www.assediomoral.org/spip.php?article200

    Acesso o dia 10 de janeiro de 2010.

    COSTA, Marilia Maia. Psicopedagogia Empresarial. Rio de Janeiro: Wak

    Editora, 2009.

    MINASSA, Alexandre Pandolpho. Assédio Moral no serviço público. Vitória:

    jornal A tribuna, 2009.

    http://www.assediomoral.org/spip.php?article9http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=5750http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/assediomoral.htmhttp://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12396http://www.psicosite.com.br/tra/ans/estrespos.htmhttp://www.assediomoral.org/spip.php?article200

  • 5