41
AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Brincadeiras e jogos na Educação Infantil: O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil. AUTOR: MARIA APARECIDA FEITOSA DOS SANTOS Prof. Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Boa Vista 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · constante circulo de assimilação e acomodação. E assim sua aprendizagem surge constantemente. Portilho (2009), ... (maturação,

Embed Size (px)

Citation preview

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Brincadeiras e jogos na Educação Infantil:

O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil.

AUTOR: MARIA APARECIDA FEITOSA DOS SANTOS

Prof. Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Boa Vista

2013

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Brincadeiras e jogos na Educação Infantil:

O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil.

MARIA APARECIDA FEITOSA DOS SANTOS

Monografia apresentada ao Instituto AVM Faculdade Integrada - como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento.

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho.

Boa Vista

2013

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre iluminando meus

caminho e em especial meu marido pela paciência e estimulo para seguir em

frente.

RESUMO

O presente estudo tem como tema de pesquisa: Brincadeiras, jogos e

aprendizagem: O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos

na Educação Infantil. Tendo como objetivo geral compreender jogos e

brincadeiras como estratégias e práticas pedagógicas inseridas na

aprendizagem e na construção do mesmo. E objetivos específicos

contextualizar aprendizagem e as razões do emprego de brincadeiras e jogos

como estratégias pedagógicas. E descrever as práticas pedagógicas

vinculadas ao lúdico que implicam na aprendizagem da criança.

Palavras chaves: Brincadeira, jogo e aprendizagem.

ABSTRACT

The present study is research topic: Jokes, games and learning: The

process of learning through play and games in kindergarten. Aiming to

understand the general fun and games as teaching practices and strategies

embedded in learning and building on it. And contextualize learning objectives

and the specific reasons for the use of play and games as teaching strategies.

And describe the pedagogical practices related to the playful involving child

learning.

Keywords: Game, play and learning.

“Brincando a criança desenvolve a imaginação, fundamenta afetos, explora habilidades e, na medida em que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas.”

(Celso Antunes).

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 00

Capítulo 1 APRENDIZAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS COMO

ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS

00

1.1 APRENDIZAGEM: ABORDAGENS 00

1.2 BRINCADEIRAS E JOGOS : CONSTRUÇÃO DA

APRENDIZAGEM

00

Capítulo 2 AS PRÁTICAS LÚDICAS NA CONSTRUÇÃO DA

APRENDIZAGEM

00

2.1 BRINCADEIRAS E JOGOS E O PROCESSO

PEDAGOGICO: ESTRATÉGIAS

00

Capítulo 3 JOGOS E BRINCADEIRAS

3.1 JOGOS E BRINCADEIRAS QUE AJUDAM NO

PROCESSO DA APRENDIZAGEM

REFERÊNCIAS 00

ANEXOS

INTRODUÇÃO

O tema deste estudo é Brincadeiras e jogos na Educação infantil. A

questão central deste trabalho é como se dá a aprendizagem das crianças de

Educação Infantil através das brincadeiras e dos jogos? O tema sugerido é de

fundamental importância, pois brincadeiras e jogos ajudam no desenvolvimento

de habilidades sociais, recreação, contribuição para o desenvolvimento físico e

mental da criança e destaca a fundamental importância dessas abordagens,

pois amplia os conhecimentos e a compreensão sobre o universo das crianças

e seu contexto de aprendizagem. Retratando ainda a importância das

brincadeiras e dos jogos como ferramentas pedagógicas no processo de

aprendizagem das crianças de Educação Infantil. Inserida na linha de pesquisa

da Pós-graduação, o atual tema foi inspirado a partir da minha curiosidade em

confirmar se as crianças realmente aprendem melhor quando vivenciam a

teoria através do lúdico. Uma vez que trabalhei em duas instituições que tem

como metodologia o construtivismo e atualmente trabalho em uma instituição

de educação Infantil que segue a linha do tradicionalismo. Por tal motivo

desenvolvi este trabalho buscando teorias para mostrar a melhor prática a ser

trabalhada com crianças de Educação Infantil.

A definição de brincadeiras, jogos e aprendizagem de acordo com o

dicionário online de português: Brincadeiras quer dizer “ação de brincar,

divertimento. Gracejo, zombaria. Festinha entre amigos ou parentes. Qualquer

coisa que se faz por imprudência ou leviandade e que custa mais do que se

esperava!”; Jogo significa “ação de jogar; folguedo, brinco, divertimento. O que

serve para jogar: comprar um jogo de damas. Exercício ou divertimento sujeito

a certas regras”; Aprendizagem quer dizer “Ação de aprender; aprendizado.

Tempo durante o qual se aprende. Psicologia, “método que consiste em

estabelecer conexões entre certos estímulos e determinadas respostas, cujo

resultado é aumentar a adaptação do ser vivo ao seu ambiente.”

Portanto, jogos, brincadeiras e aprendizagem são palavras que estão

entrelaçadas e caminham juntas.

O estudo parte da hipótese que as brincadeiras e os jogos servem de

ferramentas pedagógicas para o processo de aprendizagem das crianças de

Educação Infantil.

Escolhi o tema Brincadeiras e Jogos na Educação Infantil: O processo

da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil, porque

percebo a importância que tem para a criança descobrir o mundo através das

brincadeiras e jogos. Além de propiciar a criança a aprender com alegria e

descontração dentro do ambiente educacional em que esta inserida. Pois o

brincar na Educação Infantil vem ganhando espaço em âmbito educacional.

Como ferramentas pedagógicas o ensino aprendizagem se dá mediante a

utilização das brincadeiras, fazendo com que a criança entre no mundo do faz

de conta, desenvolvendo assim, suas emoções e aprendendo com os conflitos

as determinadas regras sociais. E os jogos didáticos ajudam no crescimento do

processo da aprendizagem, desta forma a criança aprenderá melhor os

conteúdos a serem ensinados.

O estudo tem como objetivo geral pesquisar sobre a aprendizagem das

crianças de Educação Infantil através das brincadeiras e jogos pedagógicos. E

especificamente Investigar através do campo teórico o processo da

aprendizagem através das brincadeiras e dos jogos, apresentar as práticas

pedagógicas vinculadas ao lúdico com implicação na aprendizagem das

crianças de Educação Infantil e pesquisar brincadeiras e jogos pedagógicos

que possam ser utilizados dentro e fora da sala de aula.

METODOLOGIA

A pesquisa é de caráter documental e bibliográfico e contempla o

processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação

Infantil. A proposta de investigação destaca a produção textual nacional sobre

o objeto de estudo definido anteriormente. A pesquisa define como fontes de

dados, livros, artigos em periódicos científicos e reportagens em revistas de

circulação regular, relacionados ao campo da Educação e da área temática de

Educação Infantil e Desenvolvimento, definidos na proposta do estudo,

oriundos e banco de dados de bibliotecas reais e em redes de internet.

1 - APRENDIZAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS COMO

ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS

O objetivo deste capítulo será apresentar a visão de alguns autores e a

visão dos mesmos sobre outros autores no que diz respeito à aprendizagem e

suas abordagens.

1.1 - APRENDIZAGEM: ABORDAGENS

Para Portilho (2009), Piaget realizou seu estudo com o objetivo de

conhecer a evolução do conhecimento na espécie humana. As pesquisas

realizadas ao longo do tempo por Piaget e seus colaboradores, juntamente

com seus sucessores, ajudaram a compreensão do desenvolvimento humano

e da aprendizagem, relativas à matemática e às suas relações com a

linguagem e a construção da moral. A autora destaca a afirmação de Piaget de

que o conhecimento se constrói, com interação ativa entre o sujeito e o mundo

externo, onde o sujeito atua dentro de um determinado contexto. Na visão de

Piaget, a vida é, em essência, autorregulação. A partir de então, a inteligência

se desenvolve para manter o equilíbrio dinâmico com o meio. Havendo

desequilíbrio, o indivíduo atuará sobre este para manter o equilíbrio inicial. Tais

fatos são denominados por Piaget como adaptação e organização.

Este processo ajuda a criança a desenvolver-se de modo a aprender por

exemplo: com o tombo, a dividir suas coisas a descobrir novas possibilidades.

Portilho (2009), afirma ainda que a visão de Piaget acerca da

aprendizagem é construtivista, com origem na tomada de consciência dos

fracassos ou desequilíbrios entre as representações e a realidade, o que

contrapunha a ideia de que não se podiam cometer erros para aprender. Ao

explicar a capacidade de adaptação dos seres vivos ao meio ambiente, Piaget

infere que a inteligência humana é uma construção endógena (fatores internos)

de dados exógenos (fatos externos). Por isso seus estudos consideram e

contemplam as variações não hereditárias. Daí que, para Piaget, a inteligência

e uma adaptação ao meio exterior. Tais estudos baseiam a ideia construtivista

Piagetiana, onde tanto os aspectos inatos quanto os ambientais são

importantes na hora da aprendizagem.

Isto acontece porque a criança esta em constante adaptação com o

meio e consigo mesma, para que sua aprendizagem se torne significativa.

Explica Portilho (2009), que essa adaptação é fruto da adaptação do

indivíduo com seu ambiente, onde os fatores fisiológicos da maturação, as

experiências com os objetos do mundo físico e com o meio social, coordenadas

por um mecanismo autorregulador (equilibração) são os elementos necessários

para o desenvolvimento. A adaptação se subdivide em assimilação e

acomodação. Piaget (1976) explica que assimilação como a incorporação de

novos elementos a estrutura existente. A acomodação seria a modificação dos

esquemas de assimilação por influências. Esse jogo entre assimilação e

acomodação permite o equilíbrio dinâmico dos organismos. Embora os dois

movimentos da aprendizagem possam ser definidos, não podem ser

observados separadamente. A organização articula estes processos com a

estrutura existente e organiza todo o conjunto de ações. Assim, o indivíduo

constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o fazem mais apto a

equilibração.

Para que a criança possa organizar seus pensamentos, ela passa por

constante circulo de assimilação e acomodação. E assim sua aprendizagem

surge constantemente.

Portilho (2009), afirma que Piaget, ao dividir por idade as crianças

genebrinas de seus estudos, desenvolveu os chamados Estádios de

desenvolvimento, assim descriminados: Primeiro estádio: sensório-motor. O

bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente seu

meio ambiente, a partir de seus reflexos básicos neurológicos. Fase de

transformação dinâmica e não observável. Segundo estádio: operatório-

concreto: Subdividido em pré operatório, no qual se preparam as operações

concretas, quando a criança será capaz de representar mentalmente pessoas

e situações e atuar por simulações.A outra subdivisão é a operatória concreta,

onde tais ações já estão estabelecidas, onde a criança já é capaz de abstrair

dados da realidade. O último estádio é o operatório formal. Com abstração total

e pensamento em todas as relações possíveis e lógicas. Corresponde ao

pensamento adulto. Entretanto, o que é universal e predeterminado

biologicamente no ser humano depende da ordem de complexidade da

construção do indivíduo. Nem sempre o indivíduo chega a uma capacidade

cognitiva mais complexa. Vai depender de quatro fatores de aprendizagem

(maturação, experiência, transmissão social e equilibração) e da forma de

utilização destes fatores no processo de interação com o meio. A maturação

(maturação nervosa) é o que torna possível a constituição das estruturas

operatórias. O exercício da experiência adquirida na ação efetuada sobre os

objetos é fator essencial, necessário, mas complexo. Não explica tudo. A

experiência física e a lógico-matemática são diferentes. A primeira consiste em

operar sobre seus objetos para abstrair suas propriedades. A segunda

consiste, igualmente, em operar sobre os objetos para conhecer o resultado

das coordenações das ações. Em relação às transmissões sociais, sabemos

que a linguagem é fator de desenvolvimento. Porém, não é sua fonte. Para

assimilar a linguagem é necessário instrumento anterior. Geralmente, o

desenvolvimento operatório precede a expressão verbal. O meio social pode

desenvolver a verbalização, mas não permite que determinemos o nível da

estruturação lógica desenvolvido. A equilibração é um aspecto do

desenvolvimento mental necessário para explicar os anteriores, embora

comporte sua própria especificidade. As operações não são mais pré-

formadas, mas se constroem de maneira continua e refletidora quando temos

uma situação de problemas, de desequilíbrio, de conflitos. No domínio

intelectual, a noção de equilíbrio caracteriza-se pela compensação. O equilíbrio

é móvel e na presença de perturbações exteriores, o sujeito procurará reduzi-

las por compensações de sentido inverso. É o fator de desenvolvimento interno

mais importante.

Portanto, o equilibrio vem para equilibrar os pensamentos das crianças,

ou seja, tornar seu aprendizado sólido.

Segundo Ferreiro (1999) as mudanças importantes na compreensão dos

processos de aquisição da língua oral da criança começam a apontar a partir

de 1962. Até então, a maior parte dos estudos sobre a linguagem infantil era

voltada para o léxico, ou seja, a quantidade e a variedade de palavras

utilizadas pela criança. Entretanto, não é a quantidade de palavras que pode

constituir uma linguagem. A classificação das palavras, seu modo de estudo e

classificação dependem mais de regras claras e objetivas para serem aceitas

como verdadeira linguagem. O modelo tradicional é o associacionista da

aquisição da linguagem, e baseia-se na tendência à imitação pela criança que,

juntamente com seu meio social, vê-se forçada a emitir sons correspondentes

às palavras correspondentes do seu meio social. Assim, através dos adultos, a

criança acaba selecionando sons que correspondem ao da fala adulta. Numa

explicação simplificada, o adulto associa algum objeto a um determinado som,

repetidas vezes, até que aquele som, enfim, acaba criando para a criança um

significado real, que é a palavra. Porém, a nova visão deste processo de

aprendizagem muda, assimetricamente, quanto à passividade da criança em

ouvir sons. O que se destaca, agora, é a atividade da criança para

compreender a linguagem que se fala a sua volta. No lugar de simplesmente

receber palavras inteiramente fabricadas por outros, aparece uma criança que

reconstrói essa linguagem, não como cópia de um modelo adulto, mas sim

como uma criação original da percepção de seu meio.

Isso quer dizer que a criança cria uma linguagem própria. Para

comunicar-se ela cria palavras e frases que estão no seu entendimento.

Ferreiro (1999) relata ainda numa visão interacionista piagetiana, que a

linguagem é decorrência de aquisições do período sensório-motor, onde a

criança abstrai a presença da realidade imediata e perceptível por símbolos

mentais. Tais símbolos, segundo Piaget, são construídos a partir da imitação, a

grande responsável pelo processo de aquisição de linguagem. As ações

internalizadas pela criança sofrem um aperfeiçoamento com o passar do tempo

e vão de rudimentares até a imitação perfeita. São ações pessoais, pois

nascem da experiência da criança. Logo, é a imitação que intermedia uma

ação concreta, exterior das ações internas, implícitas, que constituem a

essência da linguagem e do pensamento. Assim, como nos símbolos mentais,

sons e palavras evoluem paralelamente, quando a imitação de um som,

repetidas vezes, pela criança, cria nela a percepção da palavra e de ações, e

consequentemente, da própria linguagem.

Conclui-se então que a criança cria seu repertório de palavras através

de imitações do mundo adulto e repetidas palavras que acabam lhe trazendo

novas palavras e assim seu próprio repertório de palavras.

1.2 – JOGOS E BRINCADEIRAS: CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Apresentar através de teóricos como se dá a construção da

aprendizagem através dos jogos e das brincadeiras.

De acordo com Garcia e Marques (1990) o brincar está vinculado a

todas as idades, não só se direciona apenas para a criança. O jogo abrange

todas as faixas etárias, mesmo sendo mais praticado pelas crianças. As

autoras descrevem que a idade das brincadeiras é representada pela infância e

por meio delas as crianças vêm satisfazer grande parte de seus desejos.

Garcia e Marques (1990, p. 11) afirmam que “O aprendizado da brincadeira,

pela criança, propicia a libertação de energias, a expansão da criatividade,

fortalece a sociabilidade e estimula a liberdade do desempenho”.

Durante a brincadeira a criança vai obsorvendo o aprendizado que a

mesma propicia a ela.

Para Garcia e Marques (1990) a satisfação que as crianças demonstram

quando estão participando das atividades, são refletidos sinais de risos e

alegria. Nela a criança entra no mundo da fantasia trazendo até para realidade

suas expressões transitando livremente pelo ambiente.

Com a brincadeira a criança pode transmitir seus sentimento, o que ela

esta vivenciando no âmbito familiar e escolar.

De acordo com os estudos de Kishimoto(1994) ao longo da história da

Educação e da Infância teorias e práticas representaram essa perspectiva

sobre a necessidade do lúdico na aprendizagem. O primeiro jardim de infância

(kindergarden) foi fundado em junho de 1840 por Froebel. Destinado a crianças

de 0 a 6 anos, cujo ambiente era constituído por um centro de jogos, onde as

crianças pudessem aprender livremente sobre si e o mundo. O material

pedagógico criado por Froebel (1782-1852), eram os “dons” e as “ocupações”,

com as regras para manuseá-los. Kishimoto (1994), fala que para Froebel

(1782-1852), as brincadeiras eram um momento de interação entre as crianças

e estas com o ambiente. Tendo dominado a educação infantil por

aproximadamente 50 anos, até a chegada do Progressivismo. E que Dewey

(1859-1952) aparece contrapondo Froebel (1782-1852), e coloca como

principais os elementos do ambiente e os interesses das crianças pelo mesmo.

Para ele, a aprendizagem acontece de forma espontânea de acordo com os

interesses sociais da criança. Dewey (1859-1952) descreve que o jogo é uma

atividade livre onde a criança aprende através dos problemas do cotidiano.

Para Kishimoto (1994), Montessori (1870-1952) vem a divulgar sobre a

importância dos materiais pedagógicos, cujo ambiente era propício ao

aprendizado da criança para que elas pudessem explorá-los livremente.

Vê-se então que desde muito antes já se pensavam em uma

aprendizagem de forma mais lúdica, algo que a criança aprendesse com

prazer.

Seber (1997) aborda a visão construtivista, que fala sobre a importância

dos jogos no desenvolvimento psicológico da criança.

Seber (1997), fala que antes mesmo do segundo ano de vida uma

criança já repete um ato que lembra o faz de conta, como por exemplo, fingir

estar dormindo. É nessa época também que a criança atribui aos objetos

significados diferentes da realidade. Assim, uma boneca pode ser usada para

ser alimentada num momento e, logo a seguir, ser utilizada para esfregar o

chão. Um pedaço de madeira pode ser um pente, mamadeira, carro, etc. Ações

como bater, puxar, jogar, esfregar combinam-se com ações do tipo faz de

conta e mantém-se por pouco tempo, pois a criança não se distrai com um

único tipo de ação, mesclando constantemente as brincadeiras. A criança em

desenvolvimento vive em busca de explorações e, para isso, tanto faz que ela

desmonte objetos ou tente construir algo. Muitas vezes, sem querer, a criança

até inutiliza os brinquedos. De fato, o modo como a criança irá entender o que

realiza com um brinquedo está diretamente ligado a conduta de como o

professor irá despertar nessa criança o interesse pelo manuseio, a motivação a

ser despertada pelos objetos. Para isso, o professor terá que se colocar no

lugar da criança, a fim de que a compreensão vença a irritação no caminho das

descobertas.

Entende-se que durante uma brincadeira de faz de conta entre as

crianças o professor deve observar atentamente esse brincar, pois é nessa

hora que a criança expõe seus sentimentos e se algo fugir do "normal" o

professor deverá intervir na brincadeira dos mesmos. Depois de uma

intervenção deixar que as crianças continuem brincando. Portanto o

construtivismo vem para esclarecer e informar com se dá a aprendizagem de

forma lúdica.

Segundo Seber (1997), na fase inicial dos jogos podemos observar

combinações entre ações de faz de conta e ações manipulativas, assim como

alguns brinquedos quebrados. Tanto as ações de faz de conta, como as de

manipulação são importantes para o progresso da aprendizagem. Por isso, é

essencial compreender a interpretação deste progresso para o professor, a fim

de que o mesmo possa estimular corretamente o desenvolvimento infantil.

Viver de modo lúdico as situações do cotidiano representa a compreensão das

próprias experiências e do progresso do pensamento. Utilizando a imaginação,

a criança reproduz recordações ligadas às ações do tipo tomar banho, se

alimentar, dormir, passear. Brincando, a criança pode refazer, de maneira

diferente, seu dia a dia, ampliando suas experiências e suas condições para o

progresso de seu pensamento. O ponto de vista explicativo das ações é bem

esclarecedor para se poder entender melhor o significado das brincadeiras.

Atividades de empilhar, esfregar, passar objetos, por exemplo, são essenciais,

pois favorecem o aprimoramento dos gestos, da coordenação motora e,

consequentemente, o domínio do próprio corpo.

Ainda com Seber (1997), o domínio dos movimentos está intimamente

ligado aos relacionamentos sociais, aos sentimentos. É a ação motora que

traduz o desejo expresso posteriormente por meio da linguagem. Assim é que,

uma criança vendo a outra empilhando peças de madeira, consegue se

aproximar afetivamente dela, imitando-a. A imitação do comportamento é uma

característica muito importante, presente nos jogos de faz de conta. É ela que

irá manifestar o aspecto social das condutas infantis, permeada de emoções e

sentimentos em relação ao outro. A criança imita quem ela gosta ou quem lhe

desperta atração. São os comportamentos que acabam servindo de modelo à

criança. A criança também pode reproduzir o modo como entende os objetos.

Pode engatinhar e miar como o gato. Pode sentar-se numa cadeira, imitando o

pai na direção de um automóvel. Pode pentear-se ou pentear a sua mãe, assim

como penteia uma boneca. Em suma, projeta suas ações em outros seres ou

imita o comportamento dos seres que observa.

Para Seber (1997), tudo isso é importante para a evolução dos afetos,

da socialização e do progresso do pensamento infantil. A criança se sente mais

próxima de nós à medida que nós estamos próximos dela e seu

comportamento corresponde àqueles que ela pode observar ao seu redor. O

conjunto dessas brincadeiras deve ser estimulado pelo professor, mediante

oferta de objetos e através de conversa sobre o que percebe a criança realizar.

O professor deve se colocar no lugar da criança para entender melhor o

processo, mas não pode brincar pela criança, nem exigir que se façam as

ações diferentes do cotidiano representado, delimitando ainda um tempo, não

longo, para ser reservado às brincadeiras.

Entende-se então que a criança aprende muito mais quando esta

brincando, seja de faz de conta, correr, pular, montar jogos entre outros. Isso

trás a ela um aprendizado do qual ela não se esquecerá, porque foi de uma

maneira prazerosa. O lúdico estimula a coordenação e o pensamento da

criança, levando-a no futuro resolver situações problemas e de coordenação

em geral.

2 – AS PRÁTICAS LÚDICAS NA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Este capítulo se estrutura a partir de estudos sobre ação pedagógica

com o lúdico visando a aprendizagem., ou seja, como se dá esta condição a

partir do emprego dos jogos e brincadeiras incluídas no cotidiano escolar.

2.1 – JOGOS E BRINCADEIRAS E O PROCESSO PEDAGOGICO:

ESTRATÉGIAS

Em entrevista à revista Pátio Educação Infantil de novembro/dezembro

de 2009, Janet Molylis relata sobre como o brinquedo é importante para o

desenvolvimento da criança. Dentro desse aspecto a revista faz algumas

perguntas para entrevistada que irei reproduzir a seguir.

Pátio - Como o brincar deve ser usado no currículo dos primeiros anos da educação infantil?

Janet Molylis - As crianças brincam instintivamente e isso deve ser aproveitado pelos adultos. A brincadeira faz a criança pensar de forma abstrata e independente. Faz com que a criança corra riscos e tente resolver problemas e aperfeiçoando sua compreensão sobre o meio em que vive. Logo, os programas de educação infantil devem ser baseados em atividades lúdicas, o que é muito difícil para as práticas prescritivas de conteúdo curricular. Para a criança, a compreensão só é alcançada pela experiência que faça sentido para ela. O brincar proporciona isso. Por tanto, também é importante que a criança valorize a brincadeira, o que só acontece quando as outras crianças que estão a sua volta também valorizam. Brincar mantém as crianças física e mentalmente ativas.

Pátio - O que é importante que os adultos saibam para melhor aproveitar o potencial educativo das brincadeiras?

Janet Molylis - É importante conhecer o máximo possível sobre a criança e suas experiências anteriores. Observar, saber ouvir e descobrir qual o real interesse da criança. O adulto deve fornecer recursos, criar contextos

para sustentar os interesses, ensinando através da brincadeira. Depois o educador precisa saber conversar com a criança, impor limites, quando a brincadeira precisa ser terminada. Outro fator importante é o planejamento para ampliar e desenvolver as oportunidades dos alunos nas brincadeiras espontâneas, a partir da análise e avaliação da experiência lúdica de cada dia.

Pátio - Existe uma Pedagogia própria para a infância?

Janet Molylis - Inicialmente é o brincar, formado pelos elementos do brincar espontâneo, do aprender brincando, do ensinar brincando. O brincar exerce controle sobre a criança, sendo aberto, criativo e imaginativo. Ao educador cabe disponibilizar recursos, ser observador interessado, interagir quando convier; compreender o brincar numa perspectiva desenvolvimentista. Ensinar brincando é utilizar a alegria natural, inata à criança ao brincar. Propor tarefas divertidas e criativas, com objetivos sérios. Para cada etapa do aprendizado há um planejamento, variável de educador para educador, mas todas as etapas, embora distintas, estão interligadas ao ensinar brincando.

Pátio - Os conhecimentos formais podem ser articulados com uma cultura lúdica?

Janet Molylis - Conhecimentos formais são entendidos como a capacidade de ler, escrever, aprender matemática, história, geografia, etc. Todos podem ser articulados com uma cultura lúdica. Vai depender dos recursos lúdicos oferecidos pela escola ou pelo ambiente pré-escolar.

Pátio - Que exemplos a senhora poderia dar em relação a isso?

Janet Molylis - Crianças que criam e desenvolvem uma agência de turismo na sala de aula terão que utilizar seus conhecimentos e também ampliá-los, sobre lugares, linguagem, matemática. Um ambiente ao ar livre montado como uma estufa de plantas pode proporcionar experiências "formais" de escavar, rastelar e plantar. É mais fácil proporcionar um programa de ensino amplo e equilibrado através desse tipo de atividade do que através de atividades praticadas na sala de aula ou em folhas de exercício.

Essa entrevista deixa claro para nos educadores como é importante as

brincadeiras e os jogos para o desenvolvimento e crescimento da criança. E

como elas aprendem com o universo lúdico.

Segundo a autora Friedmann (1996) o jogo torna-se importante quando

significa um meio para atingir determinados objetivos. Se a criança brinca por

puro divertimento com outras crianças ou adultos significa dizer que o jogo é

um brincar por brincar, com fim em si mesmo, podendo ocorrer em qualquer

lugar, inclusive na escola. Entretanto, o jogo se faz cada vez menos presente

no cotidiano escolar, questão central para os estudiosos da área, que querem

resgatar o verdadeiro sentido da atividade lúdica enquanto um meio

educacional, um instrumento útil para estimular o desenvolvimento integral da

criança, possibilitando o trabalho com conteúdos curriculares.

Ainda com Friedmann (1996) em certas vezes as crianças brincam

sozinhas, seja por condição natural da idade, seja por distúrbios emocionais.

Em qualquer dos casos são os próprios objetos que tomam vida e tornam-se

parceiros da criança. A criança pode ainda brincar com palavras, sons, seu

próprio corpo, e ainda com o todo o espaço a sua volta. Mas é no jogo

partilhado com outras crianças ou adultos que a criança se comunica de várias

formas, através de interações sociais fundamentais, pois é assim que surge a

oportunidade de assumir diversos papéis, experimentar, se colocar no lugar do

outro, realizar ações mais ou menos prazerosas e expressar-se.

Para Friedmann (1996) a criança usa a imaginação e a fantasia

extensamente. Transforma um lápis em gente, qualquer sucata em objetos

incríveis. Entretanto, nos dias atuais o apelo ao consumo fala mais alto.

Crianças viram alvo de fabricantes, que se preocupam cada vez mais em criar

brinquedos atrativos, coloridos, brinquedos que imitam objetos com muita

perfeição e, ainda, observando itens de segurança para que tais peças não

ofereçam riscos no manuseio e para a saúde da criança.

Segundo Friedmann (1996) a análise desses objetos deve ser feita à luz

do contexto em que estão inseridos: na família, na escola, do ponto de vista

dos fabricantes. Em cada um deles um mesmo brinquedo pode ser visto como

objeto potencial de solidão, consolação, autonomia ou heteronomia, realização,

cooperação e progresso; objeto-novidade de distração ou informação. Como

bem define Friedmann (1996),

O brinquedo é, portanto, muito mais do que um objeto do mundo infantil, um ‘eco’ dos padrões culturais de diferentes contextos sócio-econômicos. Além de ser veículo da inteligência e da atividade lúdica, ele tem também um impacto próprio.

Ainda com Friedmann (1996) o brinquedo pode estimular a criança a

brincar solitariamente, embora essa característica seja normal para bebês e até

necessária ao seu desenvolvimento. A frequência de brinquedos aumenta na

idade pré-escolar. Jogos propriamente ditos são utilizados como acessórios,

sobretudo dos cinco aos quatorze anos.

Para Friedmann (1996) a atividade lúdica realizada no tempo e espaço

determinados, as ações das crianças variam de acordo com suas idades. Um

bebê descobre o mundo através dos sentidos, das atividades sensório-

motoras. À medida que crescem, suas habilidades cognitivas, corporais,

emocionais e sociais vão constituindo uma ponte entre as ações puramente

concretas para as ações mais abstratas. É justamente a “ação” o fundamento

para que a brincadeira aconteça e, partindo deste raciocínio, toda atividade

lúdica infantil deve ser repensada na hora de planejar espaços para tais

atividades, planejando o currículo, visualizando o comportamento o

comportamento das crianças na análise de cada jogo ou brincadeira.

Segundo Friedmann (1996) a linguagem é fundamental para o processo

de desenvolvimento. Friedmann descreve que Piaget afirma que a linguagem

só aparece depois do pensamento, e que ele depende sobretudo da

coordenação de esquemas sensório-motores. Linguagem é comunicação.

Falar, ler e escrever são formas de acesso ao conhecimento construído. Ao

mesmo tempo, são desenvolvidas a memória, a criatividade, o pensamento do

concreto e do abstrato. Enfim, a linguagem é a base de toda comunicação. O

jogo é o canal pelo qual a criança se comunica mais fácil e naturalmente.

Para Friedmann (1996) a criança se desenvolve como um todo. Sua

personalidade é paulatinamente construída durante a escolha de seus

objetivos. Mas um ponto é constante: a afetividade. Amor, ódio, medo, alegria,

agressividade, passividade... São alguns dos afetos mais comuns que o

educador deverá lidar para acompanhar a criança no desenvolver do

conhecimento. Porém, a motivação, que é um fator de desenvolvimento, pode

ser positiva e levar a criança a realizar atividades cada vez mais complexas, ao

passo que também poderá ser a causa de bloqueio do desenvolvimento,

quando por exemplo a criança passa por problemas de perturbação afetiva. É

justamente aí que o jogo pode ser utilizado para a melhora no progresso da

criança. O jogo é a consolidação do “eu” na idade escolar, a auto-afirmação e a

confiança necessárias ao bom desempenho. O jogo é uma janela da vida

emocional das crianças. É a oportunidade que a criança tem para expressar

seus afetos num ambiente e espaço que devem ser facilitadores, onde o papel

do adulto é o de criar e manter esse espaço.

Friedmann (1996) destaca que Piaget entende a ação psicomotora como

a precursora do pensamento representativo e do desenvolvimento cognitivo, e

afirma que a interação da criança em ações motoras, visuais, táteis e auditivas

sobre os objetos do seu meio é essencial para o desenvolvimento integral. A

atividade sensório-motora é fundamental para o desenvolvimento de conceitos

espaciais e na habilidade de utilizar termos lingüísticos espaciais. Através do

jogo se desenvolve o aspecto físico-motor. O equipamento utilizado e o espaço

pensado para o jogo são importantes para a motivação de vários jogos

motores. Tais atividades merecem a maior atenção dos educadores atuais,

tendo em vista que são substituídos por atividades sedentárias, como por

exemplo os jogos de vídeo games, a televisão, os jogos de computadores, etc.

Por isso o jogo tem esse papel especial no desenvolvimento físico-motor e

deve integrar-se com as outras áreas de desenvolvimento infantil.

Para Friedmann (1996) o desenvolvimento da moral também faz parte

da construção que vem do interior do ser humano. Quando as regras do

exterior são voluntárias, as crianças as adotam e constroem naturalmente.

Destacando Kamii, Friedmann destaca que: “sacrificar certos benefícios

imediatos em proveito de uma relação recíproca de confiança com o adulto ou

com outras crianças” é a mais perfeita definição de quando a criança resolve

construir a própria regra moral. A confiança e o respeito servem de pano de

fundo para o desenvolvimento da autonomia.

Friedmann (1996) comenta que Piaget constata que a forma mais

interessante para promover a cooperação, fator essencial do progresso

intelectual, é o trabalho em grupo. Assim como o trabalho em grupo, os jogos

em grupo são especialmente interessantes, pois neles o papel de cada criança

é interdependente, onde um não pode existir sem o outro. Aqui podemos

destacar importantes funções dos jogos na educação: Há transmissão de

cultura, de regras morais e também a união da cooperação com a autonomia, a

consciência da regra aliada à necessidade da consciência da razão de ser das

leis para toda a vida.

Segundo Friedmann (1996) com objetivos lúdicos, o educador pode

propor regras ao invés de impor às crianças; dar oportunidade às crianças de

participar na elaboração de leis, o que lhes possibilitaria também o

questionamento dos valores morais, inclusive através de jogos coletivos;

possibilitar a troca de idéias para se chegar a acordos de regras, a fim de que

as crianças descentrem e coordenem pontos de vista, que é um processo

cognitivo que contribui para o desenvolvimento do pensamento lógico; dar

responsabilidade para cumprimento das regras, motivando o desenvolvimento

da iniciativa, da agilidade e confiança; permitir definir qual regra prevalecerá,

para o desenvolvimento da inteligência; desenvolver o aspecto da autonomia, o

aspecto emocional; possibilitar o desenvolvimento mental das crianças através

de ações físicas e motoras.

Para Friedmann (1996) o educador é um observador, que deve respeitar

a interpretação dada pelas crianças ao jogo espontâneo, a fim de conhecer a

realidade lúdica das mesmas. Sem intervir, mas mediando os possíveis

conflitos. Para jogos dirigidos, a postura do educador torna-se variável, mas

deve ser clara e objetiva para explicar as regras, podendo inclusive participar

dos jogos a título de explicação, até que as crianças possam continuar

sozinhas. Agora o educador é um orientador. Mas não só um orientador

comum: deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo,

a fim de promover desenvolvimento e aprendizagem cada vez mais complexa.

Aqui a criatividade do professor deve falar mais alto.

Antunes (2010) afirma que durante algum tempo havia uma separação

do brincar e o aprender. E no decorrer das atividades não se brincava, pois

ambas eram separadas. Não era possível aprender enquanto brincava e aos

poucos essa idéia foi sendo substituída por brincadeiras lúdicas, cuja finalidade

não era só de se animar, distrair e se alegrar com as brincadeiras, mas sim de

aprender e se desenvolver durante a mesma.

Antunes (2010) fala sobre como funciona a mente de uma criança: das

expectativas às experiências, da nova hora da brincadeira e da aprendizagem

para uma nova concepção sobre o papel do brincar. Diz ainda que a criança no

decorrer da brincadeira desenvolve sua imaginação, afetos e memória. Pois é

brincando que a mesma expressa sua angústia, sofrimento e ansiedade. E

assim acaba desenvolvendo sua linguagem. O autor descreve que:

(...) a aprendizagem e a construção de significados pelo cérebro se manifestam quando este transforma sensações em percepções e estas em conhecimentos, mas este trânsito somente se completa de forma eficaz quando aciona os elementos essenciais do bom brincar que é, justamente, memória, emoção, linguagem, atenção, criatividade, motivação e, sobre tudo, a ação. (ANTUNES, 2010, p. 31).

Antunes (2010) refere-se ao fato da criança construir seu próprio mundo

brincando e que ao entrar no mundo do adulto isto a possibilitará compreender,

ressignificar e reelaborar seus esquemas. Não é a toa que a brincadeira faz

parte da proposta educativa da maioria das escolas de Educação Infantil. Pois

o brincar ajuda no desenvolvimento da autoestima e a interação da mesma

com o outro.

Segundo Garcia e Marques (1990) as atividades lúdicas podem ser

compreendidas pelas crianças através dos seguintes aspectos: na preparação

para atividade, na liberdade de ação, no prazer obtido, na possibilidade de

repetição das experiências e na realização simbólica dos desejos.

Considerando tais aspectos importantes, o lúdico infantil proporciona uma fonte

de estudos em direções diferentes: do ponto de vista sociológico e psicológico

e por meio de abordagem antropológica. Nas brincadeiras os aspectos

analisados na abordagem sociológica são: o processo de socialização infantil

se dá através da interação, participação de elementos, desempenho de papéis,

aceitação no meio lúdico pelo grupo, atitudes, preconceito e surgimento de

lideranças entre as crianças. Já a abordagem psicológica a analise das

brincadeiras se dá de acordo com os objetos, suas significações e ações dadas

por cada criança, nas expectativas e esforços realizados para que suas ações

sejam valorizadas pelo grupo, seus papéis desempenhados e de serem

desempenhados. E a abordagem antropológica procura acompanhar a

trajetória dos jogos infantis com relação às influencias étnicas, zona de

dispersão e variações ocorridas de acordo com os tempos e espaços.

Esses enfoques relacionam brincadeiras com os seguintes aspectos:

desenvolvimento de habilidades sociais, recreação, contribuição para o

desenvolvimento físico e mental da criança, psíquica. Portanto, todas as

abordagens são de fundamental importância, pois amplia conhecimentos e

compreensão das crianças e de seu contexto.

É com o jogo simbólico que a criança irá adquirir autonomia,

possibilitando entrar no universo de animação, exploração, experiência,

criatividade e a agir diante determinadas situações. Brincar e aprender são

ideias que não se separam, mas sim caminham juntas. Sendo assim é

brincando e jogando que a criança construirá condutas e usará da criatividade

para inventar e reinventar situações que estão a sua volta.

3 – JOGOS E BRINCADEIRAS

Nesta seção do estudo descreverei alguns jogos e brincadeiras como

ferramentas pedagógicas que ajudam no processo de ensino-aprendizagem.

3.1 - JOGOS E BRINCADEIRAS QUE AJUDAM NO PROCESSO DA

APRENDIZAGEM

Para Cunha (2007) as brincadeiras e os jogos servem de ferramentas

pedagógicas para o desenvolvimentos das crianças. Abaixo estão escritas

algumas brincadeira extraídas do livro de Cunha.

BOLICHE DE LATAS

Estimula: a motricidade; coordenação motora ampla; coordenação

visomotora; arremesso ao alvo e controle de força e direção.

Possibilidade de exploração:

-Empilhar as latas fazendo um castelo.

-Jogar como boliche: cada jogador arremessa três bolas, tentando

derrubar todas as latas.

-Contar os pontos de acordo com os números escritos nas latas

derrubadas.

-Vence o jogo quem tiver feito mais pontos. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 19)

SACO SURPRESA

Estimula: Atenção e concentração; pensamento lógico; vocabulário;

percepção tátil e discriminação de texturas, formas e tamanho.

Possibilidades de exploração:

-Retirar um objeto da sacola, examiná-lo e depois retirar outro igual.

-Introduzir as duas mãos pelas aberturas laterais da sacola e encontrar

dois objetos iguais.

-Encontrar um objeto grande com a mão direita e um pequeno com a

mão esquerda, ou vice-versa.

-Segurar um objeto dentro da sacola, examiná-lo pelo tato e, sem olhar,

dizer qual é; conferir em seguida.

-Fazer o mesmo com a outra mão.

-Atender comandos da professora para pegar objetos dentro da sacola.

(exemplo: "pegue uma borracha" ou "pegue um objeto de metal" , ou ainda,

"pegue um triângulo pequeno"). (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 49)

ENCAIXE TODAS

Estimula: discriminação visual; comparação de tamanhos; pensamento

lógico e atenção.

Descrição: Caixa de papelão duro em cuja tampa foram desenhados os

contornos de oito tampas de plásticos de tamanhos diferentes. A caixa deve

ser bem baixa para que as tampas não afundem.

Possibilidades de exploração:

-Tirar todas as tampas e tornar a colocá-las em seus lugares, de forma

que não sobrem nenhuma.

-Tirar as tampas e organizar uma sequência por ordem de tamanho.

-Separar duas tampas, organizar uma sequência com as outras e pedir a

criança que introduza, no lugar certo, as tampas que ficarem de fora. (Cunha,

2ª ed., 2007, p. 58)

BONECO ARTICULADO

Estimula: Noção de esquema corporal; conscientização sobre as partes

do corpo e suas posições e habilidade manual.

Descrição: As partes do corpo recortadas em cartolina: cabeça, pescoço,

tronco, dois braços, dois antebraços, duas mãos, duas coxas, duas pernas,

dois pés. Para juntar as partes fazendo as articulações, podem ser feitos furos

com furador de papel e colocadas tachas, que se abrem depois, e perfurar o

papel. Outra alternativa é furar as articulações com uma agulha grossa e

barbante, e depois dar um nó de cada lado do barbante.

Possibilidades de exploração:

-Recortar e montar o boneco articulado.

-Pedir uma pessoa que sirva de modelo, assumindo diferentes posições

que os alunos procurarão reproduzir com seus bonecos.

-Fazer o exercício contrário, colocar o boneco em posições que as

pessoas poderão representar.

-Descobrir quais as posições que podem ser feitas com o boneco, mas

que são impossíveis de serem realizadas pelos seres humanos. (Cunha, 2ª ed.,

2007, p. 71)

CAIXA DE CLASSIFICAÇÃO

Estimula: Pensamento; classificação; discriminação visual; coordenação

viso motora; reconhecimento de objetos iguais e atenção e concentração.

Descrição: Uma caixa virada de cabeça para baixo, com seis orifícios do

tamanho correspondente aos dos potes de iogurtes. Seis tipos diferentes de

tampinhas ou materiais pequenos, como carretéis, botões, toquinhos de lápis,

etc. A caixa foi forrada com papel fantasia.

Possibilidades de exploração:

-Misturar todos os objetos e pedir que a criança os classifique,

colocando cada tipo em um lugar na caixa.

-Colocar uma peça em cada pote e pedir a criança que deixe todos os

potes com seis peças.

-Com os potes contendo seis peças, retirar objetos para que o primeiro

fique com uma, o segundo com duas, o terceiro com três, e assim por diante.

-Colocar alguns objetos nos potes e pedir às crianças que deixem todos

os potes com a mesma quantidade.

-Dar doze pequenos objetos (palitos, fósforos, tampas de garrafas

plásticas, etc.) e pedir que sejam distribuídos igualmente nos potes, sem deixar

nenhum de fora.

-Dar à criança trinta pecinhas e pedir que distribua igualmente entre os

potes. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 98)

BINGO DE LETRAS

Estimula: Alfabetização; interesse por letras; discriminação de letras;

nomeação de letras e reconhecimento de letras.

Descrição: 4 cartelas de cartolina de 16x16 cm com letras espalhadas

em quadrados de 4x4 cm. Um saco plástico contendo 24 cartõezinhos com

letras do alfabeto para serem sorteadas.

Possibilidades de exploração.

- Jogar como bingo. Sortear uma letra. A criança que a tiver em sua

cartela coloca uma tampinha em cima da letra sorteada.

- Vence o jogo quem preencher primeiro as quatro letras na horizontal,

vertical ou diagonal. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 135)

DOMINÓ DOS RELÓGIOS

Estimula: Estruturação tempo-espacial e noção de hora e meia hora.

Descrição: 28 dominós feitos de papel-cartão, nos quais forma

desenhados relógios marcando horas e do outro horas escritas em números.

Possibilidades de exploração

- Jogar como dominó, associando os mostradores dos relógios às horas

descritas.

- Considerando somente o lado dos dominós que apresentam

mostradores, fazer uma sequência horária ordenando os mostradores de

acordo com a sequência das horas.

- Fazer a mesma coisa, ordenando o lado dos dominós que aparecem as

horas escritas. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 88)

DOMINÓ DE SONS INICIAIS

Estimula: Atenção; pensamento e discriminação auditiva.

Descrição

56 dominós de cartolina com figurinhas recortadas de livros didáticos

descartáveis. As figuras representam palavras que começam com sons

semelhantes. Exemplo: boné - boneca, jarra - jacaré, bota - bola, uva - lua,

maçã - macaco, cachorro - cavalo, livro - linha, carro - caminhão, foca - fogão.

Possibilidades de exploração.

- Jogar como dominó, valendo como a próxima peça a figura cuja

palavra comece com o mesmo som. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 141)

DEU 10!

Estimula: Pensamento; calculo menta e memória.

Descrição

Número de calendário, ma seguinte quantidade: dez de cada número de

1 a 5, cinco de cada número de 6 a 9, colocados dentro de tampinhas de

garrafas de refrigerante.

Possibilidades de exploração.

- Colocar as tampinhas dentro do saco.

- No início do jogo, cada participante retira uma tampinha, olha e a

coloca voltada para baixo, escondendo assim o seu número.

- Nas outras rodadas, os números retirados ficarão expostos e o jogador

irá somando mentalmente para ver se consegue fazer 10 pontos. Se fizer,

ganha o jogo, "estoura" e sai do jogo, e se faltar números na próxima rodada,

poderá pedir mais.

- Se mais de um jogador fizer 10 pontos, jogam mais uma rodada para

desempatar. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 168)

GANHANDO LETRAS

Estimula: Alfabetização; Reconhecimento de letra; Formação de

palavras; Coordenação dos movimentos amplos e arremesso.

Descrição: Dez garrafas de plástico, em cujas tampas estão pregadas,

com durex, letras do alfabeto. As garrafas são cortadas a 10 cm da base e

colocadas dentro de uma caixa de papelão com aproximadamente 60 x 40 cm.

As argolas são feitas com a parte de baixo que sobrou das garrafas e cobertas

com tiras de papel. As tampas avulsas devem conter letras iguais às que estão

nas garrafas, basicamente três de cada.

Possibilidades de exploração:

- Jogar as argolas e, se conseguir encaixá-las, pegar uma letra igual a

cada letra acertada.

- Cada jogador tem direito a cinco jogadas na partida e a jogar cinco

argolas de cada vez.

- Ao final do jogo, ganha quem tiver feito maior número de palavras com

as letras que ganhou.

- É interessante fazer um traço no chão para delimitar a distância de

onde as argolas deverão ser atiradas. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 133)

BOBEOU, PERDEU O LUGAR

Material: giz.

Objetivos: estimular a atenção e pronta reação.

Formação: alunos espalhados pela sala. No chão, desenhados em giz,

círculos, triângulos, retângulos e quadrados.

Desenvolvimento: as figuras desenhadas no chão deverão ser em

número inferior ao número de alunos. Ao sinal convencionado pelo professor,

os alunos correm, livremente, por fora das figuras geométricas demarcadas no

chão. A um outro sinal do professor cada aluno procura ocupar uma das

figuras. O aluno que não conseguir ocupar nenhuma figura geométrica perde

pontos; a brincadeira continua, não sendo excluído nenhum aluno no decorrer

da mesma. Será vencedor aquele que tiver menos pontos perdidos. (Maluf, 7ª

ed., 2008, p. 22)

COMPLETE A FRASE

Material: nenhum.

Objetivo: trabalhar oralmente as palavras, despertando a atenção, a

criatividade e a iniciativa.

Formação: alunos dispostos em círculos.

Desenvolvimento: o professor deve dizer uma frase qualquer. O

participante seguinte deve dizer a última palavra que o participante anterior

falou e completar a frase. Ex.: Maria comeu manga: a manga é muito saborosa.

Saborosa também é a laranja. A brincadeira prossegue, aumentando as frases

até alguém errar, quando então se reinicia com nova frase. (Maluf, 7ª ed.,

2008, p. 43)

LOJA DE FITAS

Material: nenhum.

Objetivos: estimular a criatividade, adquirir conhecimentos de

matemática, sobre compra e venda, noções de cores, socialização e

descontração.

Formação: alunos sentados em suas cadeiras ou no chão, um ao lado

do outro.

Desenvolvimento: um dos alunos será o comprador, o outro será o

vendedor. Os demais alunos serão as fitas. Todos serão uma cor (laranja,

verde, amarelo, verde-escuro), de acordo com a escolha de cada um.

A brincadeira começa quando a compradora entra na loja e se desenrola

o seguinte diálogo:

- Tem fita?

A vendedora diz:

- Que cor?

A compradora diz:

- Amarela.

- Tem.

- Quanto custa?

- R$ 3,00 (três reais) o metro.

- Quero levar dois metros (ou três, ou quatro, conforme a preferência).

A vendedora vai até o aluno que representa a cor amarela;

imediatamente o aluno se levanta e o vendedor gira o aluno tantas vezes

quantos forem os metros que a compradora levará da fita. Neste caso a

vendedora irá girar o aluno apenas duas vezes. Caso não tenha a cor da fita na

loja, a vendedora diz que não tem, oferecendo outras cores. E a brincadeira

segue, com a substituição de alunos no papel de vendedor, comprador e fita.

Encerra-se a brincadeira quando os alunos tiverem passado por, pelo menos,

dois papéis. (Maluf, 7ª ed., 2008, p. 54)

FORMANDO GRUPOS

Material: nenhum.

Objetivos: estimular a atenção, concentração, destreza e reação rápida.

Formação: todos os alunos deverão ficar a vontade na sala de aula.

Desenvolvimento: ao sinal do professor e conforme suas ordens, os

participantes deverão formar grupos seguindo determinadas orientações. Ex.:

formar grupos de alunos que estão de tênis; grupos dos que estão de calça ou

bermuda jeans, de camiseta branca, que têm o cabelo preto, etc. Deve-se

estipular o número máximo de alunos de cada equipe. A brincadeira termina

quando não mais houver interesse dos participantes. (Maluf, 7ª ed., 2008, p.

59)

Tais jogos e brincadeiras são de fundamental importância para o

desenvolvimento da criança. Pois a faz pensar sobre aquilo que esta sendo

proposto, estimulando seu raciocínio sua desenvoltura e principalmente sua

aprendizagem.

Cabe ao professor saber direcionar as brincadeiras e jogos

administrando de forma descontraída para chamar a atenção dos alunos para

aquilo que está sendo proposto.

Os alunos com assimilam mais os objetivos do que esta sendo proposto

pelo professor através das brincadeiras e jogos.

CONCLUSÃO

Concluo que na brincadeira e no jogo há uma construção especifica

onde a criança se apropria do conteúdo disponível de forma mais descontraída.

Pois a variações de brincadeiras e jogos conforme as idades e se as

brincadeiras e jogos são coletivas ou individuais, também há uma variação.

Uma interação vem sempre acompanhada de uma interpretação entre a

criança e os objetos da interação. A criança da um significado aos objetos e

age adaptando a outros elementos da interação, reagindo e produzindo novas

significações. Assim há uma continuidade na experiência lúdica. Muitas vezes

elas trazem para suas brincadeiras o mundo adulto como referencia como por

exemplo: brincar de papai e mamãe, professor e alunos dentre outros.

As pesquisas e os estudos evidenciam as brincadeiras e jogos como

uma verdadeira ferramenta de suporte aos profissionais da educação,

oferecendo a oportunidade de construírem seus planos de trabalho e deixá-los

mais atrativos para as crianças.

Educar através das brincadeiras e jogos representa um grande

progresso em âmbito educacional. Tais recursos devem ser trazidos para

escola como instrumento curricular, como fonte de desenvolvimento e

aprendizagem. Esse processo requer mudanças que não acontecem do dia pra

noite requerendo assim uma vivencia pessoal para resgatar o espírito lúdico. É

um reaprender a brincar com o nosso próprio conhecimento, redescobrindo a

linguagem do lúdico. Trazendo para sala de aula algumas brincadeira e jogos

existentes e criando outros que possibilitam um aprendizado significativo para

os alunos.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Educação Infantil – Prioridade Imprescindível. Petrópolis,

RJ: Vozes, 2010.

A PEDAGOGIA do brincar, Pátio Educação Infantil. Ano VII, ISSN 1677-3721,

número 21 .Porto Alegre, RS – 2009.

CUNHA, Nylse Helena Silva. Criar para brincar: A sucata como recurso

pedagógico. São Paulo, SP – Aquariana, 2007.

FERREIRO E TEBEROSKY, Emilia e Ana. Psicogênese da Língua Escrita.

Porto Alegre, RS - Artmed,1999.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender, o resgate do jogo

infantil. São Paulo, SP – Moderna, 1998.

GRANDES pensadores– 41 educadores que fizeram história, da Grécia

Antiga aos dias de hoje. Nova Escola Especial. São Paulo, SP – Abril, 2008.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Jogo e a Educação infantil. São Paulo, SP

– Pioneira, 1994.

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincadeiras para sala de aula. Petrópolis,

RJ - Vozes, 2008.

PORTILHO, Evelise. Como se aprende? Estratégias, Estilos e

Metacognição. Rio de Janeiro, RJ - Wak, 2009.

PORTUGUÊS, dicionário online; http://www.dicio.com.br/aprendizagem -

acessado em 24 de julho de 2013 as15hs.

PORTUGUÊS, dicionário online; http://www.dicio.com.br/jogo - acessado em

24 de julho de 2013 de 2010 as15hs e 05min.

PORTUGUÊS, dicionário online; http://www.dicio.com.br/brincadeira -

acessado em 24 de julho de 2013 as15hs e 10min.

SABINI, Maria Aparecida Cória e Lucena, Regina Ferreira de. Jogos e

Brincadeiras na educação infantil. Campinas, SP – Papirus, 2004.

SEBER, Maria da Glória. Psicologia do Pré-Escolar: uma Visão

Construtivista. São Paulo: Scipione. 1997.

ANEXOS

ANEXO 1 - EDUCAÇÃO INFANTIL: LEIS

Em vista do que a constituição de 1988 nos trouxe avanços para as

crianças de 0 a 7 anos. Na constituição o poder público oferecerá condições

para educação desde o nascimento.

A constituição de 1988 traz o seguinte artigo:

Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a

garantia de:

IV – Atendimento em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos de

idade.

A nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, nº.

9394. de 20

de dezembro de 1996, contempla a educação infantil quando prevê o

direito da criança de 0 a 06 anos à educação.

Seção II – Da Educação Infantil

Art. 29 – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem

como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,

em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a

ação da família e da comunidade.

Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:

I – Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos

de idade;

II– Pré-escolas para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31 – Na educação infantil a avaliação se fará mediante

acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de

promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

As diretrizes gerais do MEC para Educação Infantil estão centradas nos

seguintes grandes eixos:

1. A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica

e destina-se à crianças de 0 a 6 anos de idade, não sendo

obrigatória, mas um direito a que o Estado tem a obrigação de

atender;

2. As Instituições que oferecem Educação Infantil, integrantes

dos Sistemas de Ensino, são as creches e pré-escolas, dividindo-se

a clientela entre elas pelo critério exclusivo da faixa etária (0 a 3 anos

na creche e 4 a 6 na pré-escola);

3. A Educação Infantil é oferecida para, em complementação

à ação da família, proporcionar condições adequadas de

desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e

promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos,

estimulando seu interesse pelo processo de transformação da

natureza e pela convivência em sociedade:

4. As ações de educação, na creche e na pré-escola, devem

ser complementadas pelas de saúde e assistência, realizadas de

forma articulada com os setores competentes;

5. O currículo da Educação Infantil deve levar em conta, na

sua concepção e administração, o grau de desenvolvimento da

criança, a diversidade social e cultural das populações infantis e os

conhecimentos que se pretendam universalizar;

6. Os profissionais de Educação Infantil devem ser formados

em cursos de nível médio ou superior, que contemplem conteúdos

específicos relativos a essa etapa da educação;

7. As crianças com necessidades especiais devem, sempre

que possível, ser atendidas na rede regular de creches e pré-escolas.