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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A PARTICIPAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Edilce Maria Guedes Dias Orientador Professor Ms. Flávio Souza Rio de Janeiro-RJ 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A PARTICIPAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À

APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Edilce Maria Guedes Dias

Orientador

Professor Ms. Flávio Souza

Rio de Janeiro-RJ 2013

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A PARTICIPAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À

APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Edilce Maria Guedes Dias

Orientador: Professor Ms. Flávio Souza

Rio de Janeiro-RJ 2013

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EDILCE MARIA GUEDES DIAS

A PARTICIPAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À

APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – Pós Graduação “Lato Sensu” – AVM Faculdade Integrada para

obtenção do título de Gestão e Planejamento Tributário.

Orientador: Professor Ms. Flávio Souza

Rio de Janeiro-RJ

2013

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EDILCE MARIA GUEDES DIAS

A PARTICIPAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À

APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do grau de Especialista em Gestão e Planejamento Tributário, aprovada em sua forma final pelo orientador Professor Ms. Flávio Souza, examinador na Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada.

Aprovada em: ____/ ____/ ______.

EXAMINADOR

_____________________________________________

Orientador da Monografia: Prof.Ms. Flávio Souza

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FICHA CATALOGRÁFICA

Monografia desenvolvida e apresentada à Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada

Dias, Edilce Maria Guedes. A Participação da Contabilidade Tributária à Aplicação do Planejamento Tributário / Edilce Maria Guedes Dias – Rio de Janeiro, 2013. (53 páginas) Monografia – Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada, 2013. Bibliografia

1. Contabilidade Tributária 2. Direito Tributário 3. Planejamento Tributário, Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada

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Dedico esta monografia a meus queridos pais

Edilson (In memorian) e Rosenir, minhas irmãs

Edilzenir, Edna, Edmirtes, Erika e meu irmão

Edilson Jr, que mesmo distantes sempre se

fizeram presentes em meus planos e projetos.

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Agradeço a todos os professores que

ministraram suas disciplinas com maestria,

contribuindo para o meu desenvolvimento

profissional, pessoal e principalmente ao

conteúdo agregado à monografia

apresentada.

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“A ambição é o último recurso do fracassado.”

Oscar Wilde (1854-1900),

dramaturgo, escritor

e poeta irlandês.

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RESUMO

O interesse sobre a aplicação da contabilidade tributária ao planejamento tributário, com finalidades de diminuir a carga tributária das empresas, mensurada cada vez maior, em razão principalmente do crescimento da mobilidade internacional do capital e da mão-de-obra, em consequência do contínuo avanço do processo de globalização. Este trabalho tem por objetivos de definir, analisar e descrever de que forma a Contabilidade Tributária influencia nos benefícios da aplicação do planejamento tributário às empresas diante da renovação e/ou atualização das leis tributárias. A questão da pesquisa tratada é – como analisar e verificar os benefícios da elisão fiscal (planejamento tributário), tendo em vista a Contabilidade Tributária um pilar do Planejamento Tributário? A pesquisa bibliográfica abrangeu artigos e estudos de publicações técnicas e científicas nacionais. O método adotado para realização da pesquisa procedeu, de forma, a analisar os conceitos científicos frente às possibilidades práticas de desenvolvimento da pesquisa. Quanto à teoria que serviu de base para o estudo, a teoria contábil no que se refere aos princípios de mensuração de receitas, despesas, ativos e passivos para formulação dos modelos propostos. A metodologia adotada incluiu pesquisa bibliográfica, documental e empírica para verificação quanto à confirmação ou não da hipótese. As conclusões demonstraram que a participação da contabilidade tributária ao planejamento tributário é significativamente pertinente ao modelo fiscal. A importância desta pesquisa reside em demonstrar que a contabilidade tributária pode ser utilizada como um instrumento relevante ao entendimento dos efeitos do sistema tributário sobre os agentes econômicos, contribuindo assim para questionamentos e discussões visando o aperfeiçoamento da gestão tributária que concerne aos resultados de sua aplicação.

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ABSTRACT

The interest on the application of tax accounting to tax planning, with an aim of reducing the tax burden on firms, measured increasing, mainly due to the growth of international capital mobility and labor force, as a result of continuous advances the process of globalization. This study aims to define, analyze and describe how the Tax Accounting influences the benefits of implementation of tax planning firms before the renewal or updating of tax laws. The research question addressed is - how to analyze and verify the benefits of tax avoidance (tax planning), in view of the Tax Accounting as a pillar of Tax Planning? The literature review covered articles and studies of technical publications and scientific institutions. The method adopted for conducting the research carried out in order to examine the scientific concepts in the face of practical possibilities of development of research. The theory that formed the basis for the study, accounting theory with regard to the principles of measurement of revenues, expenses, assets and liabilities for the formulation of the proposed models. The methodology included literature, documentary and empirical verification as to whether or not to confirm the hypothesis. The findings showed that the participation of tax accounting to tax planning is significantly relevant to the tax model. The importance of this research is to demonstrate that the tax accounting can be used as an important tool to understand the effects of the tax system on economic actors, thereby contributing to questions and discussions aimed at improving the tax administration is concerned the results of its application.

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Metodologia da Pesquisa

Na aplicação dos procedimentos metodológicos utilizados neste estudo

envolve tanto a pesquisa bibliográfica e documental para a elaboração do estudo,

proceder-se-á de forma a aplicar os conceitos científicos frente às possibilidades

práticas de desenvolvimento da pesquisa.

Conforme Gil (2002), assim define pesquisa como procedimento racional e

sistemático, que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas

propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente

para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra

em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao

problema.

Dentre as tipologias de pesquisas serão utilizados quanto ao objetivo a

Pesquisa Explicativa; quanto aos procedimentos a Aplicação da Contabilidade

Tributária ao Planejamento Tributário; e quanto à abordagem do problema a

Pesquisa Qualitativa das Informações.

Procurando atender os objetivos propostos de definir, analisar e descrever de

que forma a Contabilidade Tributária influencia nos benefícios da aplicação do

planejamento tributário às empresas diante da renovação e/ou atualização das leis

tributárias, utilizar-se-á da pesquisa explicativa.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi desenvolvida através de conceitos

à Aplicação da Contabilidade Tributária ao Planejamento Tributário, identificando

através de pesquisa bibliográfica, tornando possível elaborar sugestões acerca da

situação atual e da projeção frente às possibilidades de aplicação do planejamento

tributário.

Com base na problemática abordada para o estudo, utilizada a pesquisa

qualitativa das informações, visando apurar os dados de forma a compará-los frente

à situação atual e projetada.

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Com o intuito de colher o máximo de informações possíveis e posteriormente

servir de base para a avaliação e conclusão das possíveis sugestões e

recomendações em relação à Aplicação da Contabilidade Tributária ao

Planejamento Tributário.

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LISTA DE TRIBUTOS, ABREVIATURAS E SIGLAS.

1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei 10.893/2004

2. Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968

3. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -

FNDCT - Lei 10.168/2000

4. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),

também chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006.

5. Contribuição ao Funrural.

6. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) -

Lei 2.613/1955

7. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)

8. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (SEBRAE) - Lei

8.029/1990

9. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-

Lei 8.621/1946

10. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei

8.706/1993

11. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei

4.048/1942

12. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei

8.315/1991

13. Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946

14. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946

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15. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP

1.715-2/1998.

16. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993

17. Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)

18. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)

19. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei

10.336/2001

20. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior -

Lei 10.168/2000

21. Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais -

FAAP - Decreto 6.297/2007

22. Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda

Constitucional 39/2002

23. Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional –

CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002

24. Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública - art. 32 da Lei

11.652/2008.

25. Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição

Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal).

26. Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição

Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo

artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8, inciso IV, da

Constituição Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que a

instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT).

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27. Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS

- Lei Complementar 110/2001

28. Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

29. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

30. Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA,

CRECI, CORE, etc.).

31. Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de

esgoto, etc.

32. Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974

33. Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000

34. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com

novas disposições da Lei 9.472/1997

35. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

36. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da

Lei 9.998/2000

37. Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de

Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF

180/2002

38. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) -

Lei 10.052/2000

39. Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

40. Imposto sobre a Exportação (IE)

41. Imposto sobre a Importação (II)

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42. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

43. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)

44. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)

45. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e

jurídica)

46. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)

47. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

48. Imposto sobre Transmissão Bens Inter Vivos (ITBI)

49. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)

50. INSS Autônomos e Empresários

51. INSS Empregados

52. INSS Patronal

53. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

54. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público (PASEP)

55. Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro

56. Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação

- Lei 10.870/2004

57. Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais

ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981.

58. Taxa de Coleta de Lixo

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59. Taxa de Combate a Incêndios

60. Taxa de Conservação e Limpeza Pública

61. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei 10.165/2000

62. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art.

16.

63. Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais).

64. Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006

65. Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA - art. 13 e 14 da MP

437/2008

66. Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989

67. Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-

35/2001.

68. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23.

69. Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC -

Lei 10.834/2003

70. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12

da MP 233/2004

71. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo

72. Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e

Radioativos e suas instalações - Lei 9.765/1998.

73. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal

74. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999

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75. Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus - Lei

9.960/2000

76. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999

77. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP

78. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e

13, da Lei 9.427/1996.

79. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7

e 42 do Decreto 2.615/1998

80. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários. - art. 77,

incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001.

81. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18.

82. Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006.

83. Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004

84. Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)

85. Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998

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SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................................... ABSTRACT .................................................................................................................................... LISTA DE TRIBUTOS, ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. METODOLOGIA.............................................................................................................................. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 19 CAPITULO 1 – O PLANO DE PESQUISA .......................................................................... 21 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 21 1.2 OBJETIVO ........................................................................................................... 22 1.3 PROBLEMÁTICA .................................................................................................. 23 1.4 HIPÓTESE ........................................................................................................... 23 1.5 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES ......................................................................... 24 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 25 CAPITULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 27 CAPITULO 3 - MODELOS DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ........................ 31 3.1 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – IRPJ ..................................................... 33 3.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO – CSLL ....................................... 34 3.3 ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS

E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS .............................................................................. 34 3.4 ISSQN – IMPOSTOS SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA .......................... 35 CAPITULO 4 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À APLICAÇÃO DO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................................................................... 37 4.1 A CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA E OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS REFERENTES ÀS

RECEITAS, DESPESAS, ATIVO E PASSIVO ............................................................... 37 4.2 RECEITAS ........................................................................................................... 39 4.3 DESPESAS .......................................................................................................... 41 4.4 ATIVO ................................................................................................................. 43 4.5 PASSIVO ............................................................................................................. 44 4.6 A TEORIA CONTÁBIL E A ABORDAGEM POSITIVA .................................................... 45 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 48 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................... 51

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INTRODUÇÃO

A realidade tributária é perceptivelmente muito complexa, no qual um dos

componentes do então “Custo Brasil”. Há dezenas de tributos em nosso país, entre

impostos, taxas e contribuições1. Dessa maneira, o excesso de tributação inviabiliza

muitas operações e cabe ao gestor tornar possível, em termos de custos, a

continuidade de determinados produtos e serviços, num preço compatível e justo

com o que o mercado consumidor deseja pagar.

Não obstante, há ainda a edição de grande quantidade de normas que

regem o sistema tributário oriundas das três esferas (União, Estados e Municípios).

As estatísticas em cálculos aproximados indicam que um contabilista,

somente para acompanhar estas mudanças, precisa ler centenas de normas (leis,

decretos, instruções normativas, atos, etc.) todos os anos. Tendo ainda, que estar

em dia com o fisco, existindo dezenas de obrigações acessórias que uma empresa

deve cumprir: declarações, formulários, livros, guias, etc. Se não bastasse todo este

caos, existe ainda o ônus financeiro direto dos tributos, que tomam até 40% do

faturamento de uma empresa. Somente o ICMS pode tomar 18%, o IPI 15%, o PIS e

a COFINS até 9,25%, além do Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o Lucro

Liquido, INSS, FGTS, Contribuição Sindical, IPTU, IPVA, dentre outros.

Desta forma, o grande volume de informações em sua contínua

complexidade acaba dificultando a aplicação de rotinas e planejamento. Os

responsáveis pelo setor de tributos das empresas dispõem de pouco tempo para

dedicar ao estudo das legislações pertinentes, resignando-se ao cumprimento das

rotinas e recolhimentos dos tributos, muitas vezes de forma imprecisa ou incorreta.

Aliado a isto, nota-se que numa empresa de porte médio, inúmeros profissionais,

além dos que estão diretamente trabalhando no departamento fiscal, envolvem-se

com rotinas associadas a tributos.

1 Lista de tributos (impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria) existentes no Brasil.

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Para isso, a adoção de uma metodologia de trabalho aplicando a

contabilidade tributária de forma regular e planejada dará condições às empresas de

buscar nas pessoas envolvidas o melhor de seus conhecimentos e percepções, para

enfrentarem os “impactos tributários” a que estão sujeitas diariamente.

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Capítulo 1

O Plano de Pesquisa

1.1 Caracterização do Problema

Desta forma, observa-se que, aliada a falta de informação frente à legislação

tributária, está a pouca difusão de procedimentos legais e elisivos que possam

planejar a incidência dos impostos, assim como seu pagamento, de forma a garantir,

em primeiro lugar, a apuração dos valores devidos ao poder público de forma

adequada e, como consequência, a possível maximização dos lucros.

Neste contexto, um estudo sobre Planejamento Tributário justifica-se à

medida que visa promover a difusão de procedimentos amparados por lei que

possam auxiliar aos contadores, administradores e empresários, a ampliar as

possibilidades de redução no recolhimento dos impostos, através de informações

concisas por meio de um aprofundado embasamento teórico e finalmente através de

um modelo aplicado em uma situação real, garantindo a visão do todo, entre teoria e

prática, observando possibilidades perfeitamente aplicáveis.

Visando o lado da responsabilidade social, os programas estaduais de

incentivos têm sido utilizados não apenas para influenciar a decisão de instalação

dos empreendimentos, mas também para interferir no processo de concorrência das

empresas já instaladas.

Incentivos fiscais podem ser utilizados para favorecer determinados setores,

para que estes não percam posição relativa frente a grupos empresariais do mesmo

setor, sediados em outros estados, tendo em vista o interesse dos governos em

manter o maior número possível de estabelecimentos industriais em seu estado com

o principal intuito de fomentar o desenvolvimento socioeconômico através da

manutenção do nível de emprego e renda e da arrecadação.

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O mundo globalizado, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que

sufoca as empresas, requerem do profissional da contabilidade, a todo instante,

práticas de gerenciamentos eficazes para preservar a continuidade do

empreendimento. Procurar formas lícitas para reduzir o pagamento de tributos, e ao

mesmo tempo estar atento às mudanças da legislação é uma necessidade

imprescindível para maximização dos lucros das empresas, para manutenção dos

negócios e melhorar os níveis de emprego.

1.2 Objetivo

O trabalho verificará a Participação da Contabilidade Tributária à Aplicação

da Elisão Fiscal ao Planejamento tributário, tendo como objetivos: definir, analisar e

descrever de que forma a Contabilidade Tributária influencia nos benefícios da

aplicação elisiva do planejamento tributário às empresas diante da renovação e ou

atualização das leis tributarias.

O planejamento tributário tem como objetivo econômico a diminuição legal

de encargos esperando-se para a empresa economia nos gastos com tributos.

Observa-se certo desconhecimento por parte das organizações e muitas

vezes, pelos próprios contadores, frente à legislação tributária. Essa falta de

conhecimento tem gerado erros na definição da modalidade de incentivos tributários,

gerando ônus desnecessário, podendo colocar em risco a própria existência da

organização.

Ao se promover um Planejamento Tributário, deve-se ter claro que sua

função é obter, analisar e demonstrar informações sobre tributos, de forma precisa e

de fácil entendimento para que a empresa não tenha ônus financeiro em decorrência

de fiscalização ou cobranças pelos órgãos fiscalizadores, assim como não contribua,

excessivamente ou desnecessariamente em impostos, trazendo maiores benefícios

econômicos para empresa.

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1.3 Problemática

A influência que os tributos representam no resultado econômico das

empresas tem estimulado um significativo número de profissionais a direcionarem

esforços de forma a identificar maneiras de minimizar o nível de representatividade

quando da apuração do resultado. A falta de conhecimentos da legislação tributária

por parte dos gestores pode gerar prejuízos financeiros.

De todo o exposto, prosseguir-se-á o presente estudo pautado no seguinte

problema: como analisar e verificar os benefícios da elisão fiscal diante da evasão

fiscal, tendo em vista a contabilidade tributária como um pilar do planejamento

tributário?

1.4 Hipótese

No intuito de prover fomentos à problemática deste trabalho, objetiva-se

questionar de que forma a Contabilidade Tributária, o Planejamento e Controle de

Gestão podem ajudar ao administrador tributário a definir o que precisa ser feito

agora para interceptar o futuro, criando um vínculo importante entre o hoje e o

amanhã, entre o curto e o longo prazo.

Diante deste cenário, a hipótese levantada é que a participação ativa da

Contabilidade Tributária é fundamental para a gestão e elaboração do planejamento

tributário.

A Contabilidade Tributária pode e deve ser considerado suporte de

Planejamento Tributário. Portanto, o despertar sobre o interesse para o assunto da

mais alta relevância, quer para empresários, consultores, analistas, auditores,

pesquisadores e estudantes, quer para os que estão iniciando-se nesta área de

conhecimento, enfim para todos os que lidam, direta ou indiretamente, com gestão,

auditoria e/ou administração de planejamento tributário.

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1.5 Justificativa e contribuições

O planejamento tributário, em época de mercado competitivo e recessivo, de

aumento da concorrência entre as empresas nacionais, assume um papel de

extrema importância sobre as finanças das empresas, pois quando se analisam os

balanços e demonstrações das mesmas, percebe-se que os encargos relativos a

impostos, taxas e contribuições são, na maioria dos casos, mais representativos do

que os custos de produção.

Em relação ao objeto do Planejamento Tributário, assevera-se à

necessidade de uma análise sobre o contexto da economia tributária. Porque pela

averiguação da legislação fisco/tributária, a administração da empresa aproveita-se

das lacunas disponíveis e visíveis na adoção de medidas, a fim de orientar os

passos pela opção legal que representa o procedimento menos oneroso no aspecto

fiscal.

Nesse ínterim, observa-se o interesse dos acadêmicos e contadores,

discutindo sobre a carga tributária excessiva. Verificando, muitas vezes, a

irracionalidade e ausência de bom senso do sistema tributário brasileiro, sofrendo

alterações e desfigurações por emendas constitucionais e por práticas traduzidas

em situações onerosas aos contribuintes. O alto custo tributário existente no Brasil,

assim como também os custos de conformidade, se não solucionados, podem

provocar a extinção de um bom número de empresas despreparadas. Ao

gerenciamento dessas obrigações verifica-se o conceito de elisão fiscal,

denominada assim de planejamento tributário.

Tendo por objetivo diminuir o ônus que as empresas pagam ao fisco, por

meio de tributos, representando importante parcela dos custos das empresas e com

a economia globalizada, torna-se questão de sobrevivência empresarial a correta

administração do ônus tributário.

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Assim, pretende-se analisar os benefícios das normas elisivas e a

compatibilidade no sistema tributário, observando a compreensão, bem como os

dispositivos nas leis tributárias.

No intuito de realizar algo de forma clara e objetiva no âmbito empresarial,

está se decidindo pelo planejamento, isto é, por um projeto de previsão das

necessidades e realizações, sendo o contador figura de destaque no instante

implementar desse ferramental valioso de gestão: o planejamento tributário e seus

benefícios. Dessa maneira, estará colaborando decisivamente à continuidade do

negócio e consequente manutenção de empresas.

O tema proposto ressalta-se por sua amplitude, com a certeza de que

contribuirá para o enriquecimento pessoal, sanando dúvidas e trazendo informações

consistentes à atuação prática diante do planejamento tributário, além de contribuir

para o enriquecimento do universo sócio contábil, já que se pretende apresentar o

tema de forma seletiva, analítica e crítica, observando o posicionamento doutrinário

e a postura do fisco diante da prática e aplicação do planejamento tributário.

1.6 Estrutura do Trabalho

O tema será abordado expondo-se primeiramente os impostos e as formas

de tributação adotadas ou discutidas no Brasil, e sob enfoque teórico, esclarecendo

as principais inconsistências existentes adotadas pelo fisco. Posteriormente será

demonstrada, por meio de conceitos e definições dos impostos diretos e indiretos

tributados na gestão econômica das atividades e seus segmentos.

Desta forma, além da introdução, apresentam-se no capítulo 3 os impostos

diretos (IRPJ, CSLL) e indiretos (ICMS, ISSQN), os quais sofrem uma maior

tributação e uma revisão bibliográfica a respeito da tributação das pessoas jurídicas

no Brasil e do Sistema Tributário Brasileiro. No capítulo 4, apresentam-se conceitos

pertinentes à contabilidade tributária, teoria contábil e os princípios contábeis

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referentes às receitas, despesas, ativo e passivo e finalmente, no capítulo 5, são

apresentadas as conclusões e considerações finais da pesquisa.

As principais limitações da pesquisa apresentada referem-se a dois

aspectos: primeiramente não se pode dizer que o conjunto de tributos elencados que

compõem os objetivos represente todo o universo dos tributos no Brasil, visto não

incluir os impostos e taxas com finalidades sociais (PIS/PASEP, COFINS) e a

tributação sobre as optantes pelo Simples Nacional. Em segundo lugar, não foi

realizada uma conferencia sobre todos os tributos para verificar se há uniformidade

na adoção de padrões contábeis à aplicação da contabilidade tributária.

Desta forma, fica claro que este trabalho não tem por objetivo exaurir o

tema, e sim, como seminal do assunto em meios acadêmicos no Brasil, abri caminho

para que inúmeros outros estudos sejam feitos na linha de pesquisa contábil

tributária, pelos pesquisadores, estudiosos e profissionais da contabilidade.

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Capítulo 2

Referencial Teórico

Neste capítulo é importante destacar a tributação das pessoas jurídicas no

Brasil, abordando os principais tributos federais, estaduais e municipais, os quais

têm representatividade mais significativa na contabilidade tributária das empresas,

que constitui o foco da pesquisa.

A partir da Contabilidade, o controle empresarial e administrativo da vida

econômica, financeira e patrimonial. Tal controle favorece plenamente a gestão dos

negócios, através de informações que possibilitam o gerenciamento e a análise na

tomada de decisões.

No Brasil, noções conceituais da Contabilidade, tiveram seus registros no 1º

Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924, os quais assim a definiu:

A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro

dos atos e fatos de uma administração econômica.

Conforme Porto apud Láudio Fabretti2 (2005, p. 22) apresenta um conceito

de Contabilidade tomando por base a primeira definição oficial:

Contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as

mutações que nele operam e ocorrem os atos e fatos administrativos,

demonstrando no final de cada exercício social, o resultado obtido e a

situação econômico-financeira da entidade.

E com o objetivo de aprimorar as técnicas e conceitos aplicados a

determinadas atividades ou estudo de aspectos e segmentos específicos, a

Contabilidade pode ser dividida em áreas ou ramificações, assim como:

2 FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 9ª ed. – São Paulo: Atlas, 2005.

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Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Bancária,

Contabilidade Gerencial, Contabilidade Tributária, etc.

Porto apud Fabretti3 (2005, p.27) afirmou, que para definir o que seja

Contabilidade Tributária, a conceituação como sendo:

O ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar, na prática, conceitos,

princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de

forma simultânea e adequada.

No Brasil, nos tempos atuais, frente as mais diversas discussões que se tem

levantado em torno de questões relacionadas ao estudo e implicações da carga

tributária, muito se tem falado em Contabilidade sob o enfoque tributário e fiscal.

Apesar da possibilidade de dividir a Contabilidade em vários ramos, o objeto de que

tratam não é outro senão o Patrimônio.

De acordo com Fabretti3 (2005, p. 49) define, de forma concisa, específica e

detalhada, o objeto da contabilidade tributária:

O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado

econômico do exercício social, demonstrando de forma clara e sintética,

para em seguida, atender de forma extra contábil às exigências das

legislações do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da

Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL) determinando a base de

cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento

desses tributos, as quais serão abatidas do resultado econômico (contábil),

para determinação do lucro líquido à disposição dos acionistas, sócios ou

titular de firma individual.

O corpo de estudos da Contabilidade Tributária tem atraído, de forma

expressiva e significativa, os que desejam desenvolver um planejamento tributário,

como forma de minimizar o ônus tributário a que estão submetidos. No entanto e

portanto, antes de elaborar um processo de planejamento tributário, faz-se

3 FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 9ª ed. – São Paulo: Atlas, 2005.

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necessário uma prévia análise do planejamento contábil. Este, baseado em

informações que demonstram, com exatidão, os registros contábeis, servindo de

base gerencial, auxiliando para a tomada de decisão. Este, por sua vez, representa

para a empresa um procedimento indispensável de economia, pela adoção de meios

lícitos e elisivos, em que se busca obter uma vantagem fiscal.

Em face da alta carga tributária a que estão submetidas às organizações, o

Planejamento Tributário tornou-se parte do próprio planejamento estratégico e de

sobrevivência empresarial.

Porto apud James Marins4 (2002, p. 33), em seu livro Elisão Tributária e sua

Regulação:

Denota a relevância de manter a contabilidade tributária atualizada quando

denomina planejamento tributário como: a análise do conjunto de atividades

atuais ou dos projetos de atividades econômico-financeiras do contribuinte

em relação ao seu conjunto de obrigações fiscais com o escopo de

organizar suas finanças, seus bens, negócios, rendas e demais atividades

com repercussões tributárias, de modo que venha a sofrer o menor ônus

fiscal possível.

Diante dos estudos e conceitos, empresários e contadores gerenciam e

aprofundam seus conhecimentos a fim de manter, com eficiência, eficácia e

exatidão, seus registros contábeis atualizados e, a partir da necessidade de reduzir,

anular ou postergar o ônus fiscal, a Contabilidade Tributária deixou de ser um mero

ramo da Contabilidade, por alguns tomados apenas sob o aspecto teórico, para

despontar como um campo definitivamente elucidativo e real para o emprego do

planejamento tributário.

Verifica-se dessa maneira, que o estudo e aplicação da Contabilidade

deixaram de ser mero registro de atos e fatos administrativos, passando a

apresentar abordagens capazes de fornecer informações econômicas

4 MARINS, James. Elisão tributária e sua regulação. – São Paulo: Dialética, 2002.

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imprescindíveis para a tomada de decisões. A Contabilidade Tributária nos

apresenta como ponto de partida para um planejamento tributário eficaz.

Todo e qualquer processo de Planejamento Tributário provoca alterações

substanciais na determinação da obrigação tributária e, por consequência, mutações

não menos relevantes no patrimônio líquido das entidades. Logo, é indispensável, a

participação ativa do profissional de contabilidade desde o início de qualquer

procedimento desta natureza.

Deve-se ressaltar, ainda, que a economia de impostos na atualidade não

tem mais aquelas “receitas” clássicas do passado. Vemos uma administração

tributária cada vez mais moderna e atenta ao fechamento de toda e qualquer

“brecha” legal na redução dos tributos. Diante desse quadro, vem surgindo uma

nova necessidade na atuação multidisciplinar do profissional de contabilidade: a

assessoria na condução de projetos de Planejamento Tributário, tanto para seu

cliente ou empregador, como também junto aos profissionais do ramo do direito

tributário, unindo as particularidades contábeis e financeiras, ao conhecimento do

Direito, pela redução legal da carga tributária.

E os modelos de tributação dos resultados das pessoas jurídicas, de acordo

com o art. 144 do CTN, o qual dispõe que a base de cálculo do imposto é o

montante real, presumido e arbitrado, das rendas e proventos tributáveis. Em

consequência do disposto no CTN, surgiram os conceitos de: Lucro Real, Presumido

e Arbitrado. Modalidades atualmente existentes, além do Simples Nacional, para

cálculos dos tributos de Imposto de Renda e Contribuição Social devidos pelas

pessoas jurídicas sobre os lucros obtidos em determinado período.

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Capítulo 3

Modelos de Aplicação da Contabilidade Tributária

Conforme Chaves (2008, p.8), planejamento tributário é o meio legal de

redução da carga tributária. Atualmente, utilizada como ferramenta necessária a

todos os contribuintes. E diante disso, verifica-se a possibilidade de utilização da

contabilidade tributária, de forma elisiva, ao planejamento tributário nas diversas

modalidades de tributação existentes no Brasil, principalmente no Lucro Real,

Presumido e Arbitrado.

O lucro real apurado pelo resultado contábil das receitas menos os custos e

despesas, ajustado pelas adições e exclusões. No momento em que se analisa

somente o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, na

maioria dos casos é a melhor opção, auferindo os referidos tributos na obtenção de

lucro. O lucro real, na maioria das vezes, é a melhor opção, existindo um déficit

bastante representativo nas empresas ou com uma margem de lucro muito baixa.

No entanto, diante da não cumulatividade das contribuições para o PIS e

COFINS, devendo ser avaliadas em conjunto com relação direta aos tributos sobre o

lucro.

O lucro arbitrado, até o advento da Lei nº 8.981/95, somente o fisco poderia

arbitrar o resultado. Porém, a partir de 1996, o contribuinte passou a fazer a opção

por essa modalidade de base de cálculo do Imposto de Renda.

De acordo com art. 530 do Regulamento do Imposto de Renda: o imposto,

devido trimestralmente, no decorrer do ano calendário, será determinado com base

nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº

9.430, art. 1º): o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e

documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do

parágrafo único do art. 527; o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo

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as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e

totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Livro Diário.

Dessa maneira, fica registrado e demonstrado que o contribuinte pode

arbitrar o lucro para fins de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social,

mesmo quando não houver documentos para apresentar ao fisco, conhecendo

apenas os valores das receitas. Mesmo que no decorrer do exercício corrente o

Imposto de Renda e a Contribuição Social venham sendo calculados e recolhidos

com base no lucro real, e em um determinado trimestre apresente um resultado

muito alto, ocorrendo o fato de não ter como apurar corretamente o real, poderá

fazer a opção pelo lucro arbitrado.

A alteração de regime de tributação do lucro real para o arbitrado, no

decorrer do ano calendário, está fundamentada na alínea a do § 2º, art. 47, Lei nº

8.981/95, transcrito abaixo:

Art. 47. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando:

VII – o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas

contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e

totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Livro Diário.

§ 1º Quando conhecida a receita bruta, o contribuinte poderá efetuar o

pagamento do Imposto de Renda correspondente com base nas regras

previstas nesta seção.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior:

A apuração do Imposto de Renda com base no lucro arbitrado abrangerá

todo o ano calendário, assegurada a tributação com base no lucro real

relativa aos meses não submetidos ao arbitramento, se a pessoa jurídica

dispuser de escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal que

demonstre o lucro real dos períodos não abrangido por aquela modalidade

de tributação, observado o disposto no § 5º do art. 37;

A opção pelo Lucro Presumido ou Real é definitiva, mesmo que para o lucro

arbitrado, possa ser feita em qualquer mês, podendo voltar à opção anterior se

assim for mais interessante ao contribuinte. O dispositivo legal é mencionado no

parágrafo anterior, afirmando que é assegurada a tributação no lucro real em que o

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contribuinte dispuser de escrituração, assim no mês que não atender esta exigência

o lucro deve ser arbitrado.

Dessa maneira, de acordo com § 1º do art. 516 do RIR, a opção pelo lucro

presumido é definitiva para o ano calendário e não com relação ao trimestre:

Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano calendário

anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de renda, ou a

dois milhões de reais multiplicados pelo número de meses de atividade no

ano calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo

regime de tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998,

art. 13).

§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva

em relação a todo o ano calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 1º).

O limite à opção ao Lucro Presumido é de R$ 48.000.000,00, no qual poucas

atividades não podem fazer a opção por essa modalidade de tributação.

No entanto, apesar de ser definitiva, a opção pelo lucro presumido ou real,

pode ocorrer de o contribuinte fazer a opção errada, no que diz respeito ao

pagamento do Imposto de Renda com base no lucro presumido, e posteriormente

perceber que não poderia fazer essa opção. Nesse momento, o contribuinte pode

fazer o arbitramento no período em que o imposto de renda foi apurado de forma

errada e nos seguintes apurar com base no lucro real.

3.1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ

Imposto Direto, de competência da União, cujo fato gerador de acordo com

CTN, em seu art. 43, da Incidência do Imposto sobre a Renda é a aquisição da

disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza.

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Em conceitos econômicos, jurídicos e contábeis, pode-se entender como a

obtenção de um conjunto de bens, valores e/ou títulos por uma pessoa física ou

jurídica, passíveis de serem transformados ou convertidos em valores.

De acordo com Oliveira et al (2005, p.174), quando se remete à

Contabilidade, em relação às pessoas jurídicas, a ocorrência do fato gerador dá-se

pela obtenção de resultados positivos em suas operações industriais, mercantis,

comerciais e de prestação de serviços, além dos acréscimos patrimoniais

decorrentes de ganhos de capital e outras receitas não operacionais. O imposto será

devido à medida que os lucros, rendimentos e ganhos forem auferidos.

3.2 Contribuição Social sobre Lucro Líquido – CSLL

Instituída pela Lei nº 7.689/1988, contribuição de competência da União,

fontes de recursos previstas no art. 195 da Constituição Federal do Brasil (1988).

São contribuintes as pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhes são

equiparadas pela legislação do Imposto de Renda.

O fato gerador ocorre pela obtenção de lucro no exercício, no qual a base de

calculo, nos contribuintes tributadas pelo lucro real, arbitrado ou presumido é o

resultado apurado pela contabilidade, ajustado pelas adições, exclusões e

compensações.

3.3 ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Prestações de Serviços

De competência dos Estados e do Distrito Federal, destacando pelos

princípios constitucionais que regem o ICMS pela não cumulativamente, conforme

ar. 155, § 2º, inciso I, da Constituição Federal; e seletividade, conforme o art. 155, §

2º, inciso III, da Constituição Federal. Regulamentado pela Lei Complementar nº

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87/1996 e pelos convênios firmados entre as Unidades Federativas, no qual, cada

estado possui uma regulamentação especifica, nos termos das normas gerais.

Imposto com muitas particularidades no que se refere ao fato gerador que

envolve a circulação de mercadorias. E para fixar o conceito, será exemplificado

pela compra de qualquer mercadoria, o ICMS já estará incluso no preço que será

pago ao fornecedor. E novamente, quando a mercadoria for revendida, o preço de

venda que será pago pelo cliente deverá também ser inclusa a parcela

correspondente ao ICMS.

Dessa maneira, todas as empresas que circulam mercadorias sujeitas à

incidência do ICMS serão responsáveis até mesmo pela diferença entre o ICMS

pago por seus fornecedores, nas aquisições de mercadorias e o cobrado de seus

clientes, nas vendas de mercadorias.

O controle do ICMS incidente é feito a partir da escrituração de livros fiscais,

observado estritamente as normas e regulamentos específicos, independentemente

da obrigatoriedade da escrituração dos livros e documentos contábeis.

3.4 ISSQN – Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza

Conforme Oliveira et al (2005, p.74), tributo de competência dos municípios,

o qual incide sobre os serviços prestados pelas pessoas jurídicas ou profissionais

autônomos, em princípio que não seja de competência do Estado ou União, de

acordo com a Constituição Federal de 1988 em seu art. 156, III.

Destaca-se por elementos essenciais, a efetividade e habitualidade do

serviço; autonomia do serviço realizado em nome próprio e a finalidade lucrativa da

atividade prestada à ocorrência do fato gerador do ISS, de tal forma que a

inexistência de qualquer deles torne-se impossível a incidência tributária.

Sua base legal é tratada no art. 156, inciso III da Constituição Federal e

regulamentada pelo Decreto lei nº 406/68. Portanto, o ISS tem sua incidência sobre

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os serviços relacionados na legislação básica, Lei nº 116/2003. E, segundo a

doutrina tributária, a lista é exaustiva, pois somente os serviços expressos nela

consignados sofrem incidência do ISS. São genéricos, podendo surgir maiores

dificuldades quando essa atividade abrange mais de um serviço.

Os responsáveis pelo recolhimento do imposto são os prestadores de

serviços, pessoas jurídicas ou físicas, estabelecidas ou não, dos serviços

especificados na Lei nº 116/2003. Assim, não são considerados contribuintes: quem

presta serviços com vinculo empregatício; os trabalhadores avulsos, e os diretores e

membros dos conselhos consultivos e fiscais.

A base de cálculo é o preço do serviço, considerando ainda o preço do

serviço a receita bruta que ele correspondente, sem dedução, excetuados aos

serviços que se valem de benefícios de dedução da base referente ao material

aplicado ao serviço de construção civil.

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Capítulo 4

Conceitos e Definições da Contabilidade Tributária à

Aplicação do Planejamento Tributário

4.1 A Contabilidade Tributária e os princípios contábeis

referentes às Receitas, Despesas, Ativo e Passivo.

Diante da elevada carga tributária no Brasil para todos os contribuintes, o

Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) estima a representatividade da

carga tributária em nosso país, em média, nos últimos tempos, mais de 32% do PIB.

E para melhorar o aproveitamento dos recursos de apuração, como a contabilidade

tributária, verificando as demonstrações e os relatórios contábeis.

Dessa maneira, a Contabilidade Tributária pode ser entendida, conforme

Oliveira et al (2005, p.26) como uma especialização da contabilidade que tem como

principais objetivos o estudo da teoria e a aplicação prática dos princípios e normas

básicas da legislação tributária; e, ramo da contabilidade responsável pelo

gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou

grupo de empresas, adaptando à rotina empresarial as obrigações tributárias, de

forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.

Suas funções e atividades podem ser classificadas:

• apuração com coerência e coesão do resultado tributável, ou do lucro

real, de determinado exercício fiscal, com base na legislação pertinente,

para cálculo e formação das provisões contábeis destinadas ao

pagamento dos tributos incidentes sobre o lucro da entidade;

• registro contábil das provisões relativas aos tributos a recolher, em

consonância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assim como

parte integrante do sistema de informações da empresa, a Contabilidade

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Tributária tem a responsabilidade de informar, correta e na oportunidade,

o valor das diversas provisões para recolhimento dos tributos, de acordo

com o principio contábil da competência de exercícios;

• escrituração dos documentos fiscais em livros fiscais próprios ou

registros auxiliares, a fim de apurar e determinar o montante do tributo a

ser recolhido dentro do prazo após encerramento do período de

apuração;

• preenchimento das guias de recolhimento, informando aos setores

responsáveis da entidade o valor e os prazos de recolhimento, além de

emitir e providenciar a entrega aos respectivos órgãos competentes dos

formulários estabelecidos pela legislação pertinente;

• orientação fiscal a todas as unidades da empresa (filiais, fábricas,

departamentos) ou das sociedades coligadas e controladas. A correta

orientação fiscal e tributaria às demais unidades ou empresas pode

representar relevante economia com os impostos;

• orientação, treinamento e supervisão constante dos funcionários do

setor de impostos.

As principais funções e atividades podem ser sintetizadas, de acordo com

Oliveira et al (2005, p.37):

Escrituração e Controle Orientação Planejamento Tributário

Escrituração fiscal das atividades do

dia-a-dia da empresa e dos livros

fiscais;

Apuração dos tributos a recolher,

preenchimento das guias de

recolhimento e remessa para o

Departamento de Contas a Pagar;

Orientação, treinamento e constante

supervisão dos funcionários do setor de

impostos;

Orientação fiscal às demais unidades

da empresa (filiais, fábricas,

departamentos) ou das empresas

controladas e coligadas, visando

Estudo das diversas alternativas legais

à redução da carga fiscal, tais como:

- todas as operações em que for

possível o crédito tributário,

principalmente em relação aos

chamados impostos não cumulativos

ICMS e IPI;

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39

Controle sobre os prazos para os

recolhimentos;

Assessoria à correta apuração e

registro do lucro tributável do exercício

social, conforme os princípios

fundamentais de contabilidade;

Assessoria para o correto registro

contábil das provisões relativas aos

tributos a recolher.

padronizar procedimentos. - todas as situações em que for

possível o diferimento (postergação)

dos recolhimentos dos impostos,

permitindo melhor gerenciamento do

fluxo de caixa;

- todas as despesas e provisões

permitidas pelo fisco como dedutíveis

da receita.

4.2 Receitas

No entendimento contábil, as receitas podem ser consideradas e

correspondidas à própria vida da entidade, devendo dela se extrair todas as

remunerações dos fatores de produção envolvidos no processo produtivo dos bens e

serviços a serem oferecidos pelas empresas, incluindo o lucro, sem o qual inviabiliza

a continuidade das empresas, assim como a manutenção e aquisição de insumos,

mercadorias e serviços convenientes à operação.

Algumas dificuldades são percebidas, em alguns autores referentes à teoria

contábil em conceituar e definir a receita. Concentram-se, muitas vezes, no

momento de reconhecimento da receita e em que montante, dentre outros aspectos

teóricos. Portanto fincarei o estudo no que diz respeito à caracterização da natureza

da receita, utilizando-se de conceitos definidos por estudiosos da Teoria Contábil.

Dessa maneira, para Iudícibus (2004, p.164), entende-se por receita a

entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,

correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou a

prestação serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos

bancários ou títulos de outros ganhos eventuais.

Em contrapartida, o Comitê de Conceitos e Standards da AAA – The

American Accounting Association, em 1957, apud Iudícibus (2004, p.164), que

inclusive considera como a principal qualidade desta definição a sua concisão,

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afirma que: é expressão monetária do agregado de produtos ou serviços transferidos

por uma entidade para seus clientes durante um período de tempo.

Iudícibus (2004, p.167), formulou uma definição geral que diz:

Assim, receita é o valor monetário, em determinado período, da produção

de bens e serviços da entidade, em sentido lato, para o mercado, no mesmo

período, validado, mediata ou imediatamente, pelo mercado, provocando

acréscimo de patrimônio líquido, caracterizado pela despesa.

Para isso, é verificado que, apesar da receita estar relacionada à produção

de bens e serviços em sua amplitude, podendo ter seu valor estimado pelas

empresas, porém deverá ter seu valor final e real validado pelo mercado, ou seja, a

entidade pode vender seus bens e serviços por determinado valor, de acordo com

planejamento, mas o preço real será aquele pelo qual os consumidores aceitarem

comprar os bens e serviços, validando assim o valor da receita da empresa, na qual

deverá ser mensurada em um determinado período de tempo.

Destaca-se ainda pela importância de que, apesar de gerar acréscimos no

ativo e no patrimônio líquido se reconhece que os esforços para produção de bens e

serviços que possibilitem as receitas das empresas provocam, direta ou

indiretamente, despesas, que correspondem a diminuições do ativo, ou acréscimo

do passivo, e ainda redução do patrimônio líquido, devendo ser considerados em

separado.

Os conceitos referentes à Teoria da Contabilidade pode até fazer distinções

entre receitas e ganhos, sendo estes considerados acréscimos patrimoniais oriundos

de atividades não recorrentes da empresa ou provenientes de atividades atípicas ou

eventuais, como a venda ocasional de imóveis ou equipamento do ativo imobilizado

da empresa. Podendo ainda ser de doações recebidas pela empresa. No entanto, no

caso de doações, as empresas poderão classificar como capital ou lucro,

dependendo da intenção do doador.

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E, como regra geral ao reconhecimento da receita proposto por ARS –

Accounting Research Study 3, apud Hendriksen e Van Breda (1999, p. 227-228):

As receitas devem ser identificadas com o exercício no qual as principais

atividades econômicas necessárias à criação e distribuição de bens e

serviços são cumpridas, dado que haja medidas objetivas dos resultados

dessas atividades. Essas duas condições, isto é, a conclusão de atividades

econômicas fundamentais e a objetividade de mensuração são atendidas

em estágios distintos de atividade em casos diferentes, às vezes somente

no ato de entrega do produto ou na conclusão de um serviço, mas, em

outros casos, num momento anterior.

Dessa maneira, o trabalho apresentado adotará o posicionamento acima,

vez que as demonstrações e fichas analisadas para obtenção de um resultado fiscal

são elaboradas em conformidade com tais aspectos, já que o registro da receita se

dá pela validação através da venda.

4.3 Despesas

As despesas são necessárias à obtenção contínua das receitas. No ciclo

operacional da empresa pode-se dizer que a receita origina-se da despesa, assim

como a despesa pode ser consequência da receita.

De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999, p.232), as despesas

representam as variações desfavoráveis dos recursos da empresa, ou seja, são as

reduções do lucro. Entretanto, nem todas as variações desfavoráveis de recursos

são despesas. Definidas mais precisamente, as despesas constituem o uso ou

consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas.

Assim, a despesa caracteriza-se por representar o consumo de fatores e

serviços relacionados, direta ou indiretamente com a produção e a venda dos

produtos ou serviços da empresa, gerando a receita.

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Salienta-se ainda que os autores destacados neste trabalho, Hendriksen e

Van Breda, como Iudícibus, destacam a distinção entre despesas e deduções de

receitas, afirmando que deduções de receita não se constituem em uso de bens e

serviços à obtenção de receita.

E no que se refere às despesas, não se pode dizer que elas apresentem

uma hierarquia, mesmo que se opte por uma determinada ordem na montagem da

demonstração de resultados. Portanto, à determinação do resultado todas tem a

mesma relevância, segundo Iudícibus (2004, p.170):

Somente quando todas as despesas tiverem sido diminuídas da receita,

poderemos dizer que chegamos a um valor significativo para o resultado.

De acordo, como destacado por Iudícibus, partindo das receitas, tem-se as

deduções de receitas, as quais englobam os impostos sobre as vendas, o que

engloba os tributos e as contribuições sociais, em consequência todos os custos e

despesas, os quais devem ser suportados pela receita das empresas.

Assim, pode-se dizer ainda, que as despesas se dão pelo consumo ou

utilização de bens e serviços no processo gerador de receitas, devendo ser

registradas nas respectivas contas de acordo com as atividades desempenhadas

com a possibilidade de ocorrer simultaneamente, ou posterior, ou excepcionalmente,

preceder a ocorrência da atividade.

E, apesar da complexidade é esclarecido que há certo grau de associação

entre despesa e receita em determinado período, o qual definirá o estreitamento em

relação aos esforços dispendiosos na geração da receita.

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4.4 Ativo

O estudo do ativo na contabilidade é impulsionado pela importância da

ocorrência, do fato de seu conceito e mensuração, compreenderem as inúmeras

relações contábeis englobando as receitas auferidas e as despesas.

Dessa maneira, as diversas definições de ativo disponíveis na bibliografia

destacam-se as de Sprouse e Moonitz, apud Iudícibus (2004, p.138), no ARS nº 3,

do AICPA – American Institute of Certified Public Accountants, de 1962:

Ativos representam benefícios futuros esperados, direitos que foram

adquiridos pela entidade, como resultado de alguma transação corrente ou

passada.

E a visão mais econômica do FASB – Financial Accounting Standards

Board, conforme destaca Lopes e Martins (2005, p.118): os ativos devem

representar os possíveis benefícios futuros obtidos ou controlados por uma entidade

como resultado de atividades ou eventos passados. Cabe ressaltar a importância da

consideração dos benefícios futuros da organização e da figura do controle na

definição dos ativos.

Destaca-se, com relação ao ativo, que não existem diversas correntes

somente no que se refere à definição e conceituação, assim como também no que

diz respeita à sua mensuração.

Iudícibus (2004, p.139) declara seu ponto de vista sobre definições do ativo:

1. O ativo deve ser considerado modernamente, em primeiro lugar,

quanto à sua controlabilidade por parte da entidade, subsidiariamente

quanto à sua propriedade e posse;

2. Precisa estar incluído no ativo, em seu bojo, algum direito especifico a

benefícios futuros (por exemplo, a proteção à cobertura de sinistro como

direito em contraprestação ao premio de seguro pago pela empresa) ou, em

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sentido mais amplo, o elemento precisa apresentar uma potencialidade de

serviços futuros (fluxos de caixa futuros) para a entidade;

3. O direito precisa ser exclusivo da entidade; por exemplo, o direito de

transportar a mercadoria da entidade por uma via expressa, embora

benéfico, não é ativo, pois em geral, não sendo exclusivo da entidade.

4.5 Passivo

Entendido como exigibilidade, ocorre, em parte, o mesmo que o ativo, assim

como para diversas definições quanto a sua função sobre a contabilidade tributária e

mensuração, não podendo dizer que seja o principal problema, mas sim o momento

correto de seu reconhecimento e registro.

Definido por Hartield apud Iudícibus (2004, p.156) como num sentido restrito,

exigibilidades são subtraendos dos ativos, ou ativos negativos. Seria lógico,

portanto, preparar um balanço no qual as exigibilidades totais fossem subtraídas dos

ativos totais, deixando no lado direito do balanço meramente os itens que

representam a propriedade. A definição apresentada de exigibilidade foi elaborada

em 1927 e desde então houve muitos debates sobre o tema. O FASB, conforme

Lopes e Martins (2005, p.119), consideram como passivo:

Sacrifícios futuros prováveis de benefícios econômicos de uma entidade

como resultado de obrigações presentes de transferência de ativos ou de

prestação de serviços para outras entidades no futuro como resultado de

atividades ou eventos passados.

Nota-se ainda, que durante algum tempo, o passivo foi relegado ao

esquecimento pela contabilidade que apenas se preocupava com o ativo, de acordo

como destacado por Hendriksen e Van Breda (1999, p.410):

Os passivos foram, por muitos anos, o filho ignorado da contabilidade.

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E com tanta complexidade e diversidade das definições de passivo,

constatado por Iudícibus (2004, p.158), que optou por expressar seu ponto de vista,

a saber:

• As exigibilidades deveriam referir-se a fatos já ocorridos (transações ou eventos), normalmente a serem pagas em um momento especifico futuro de tempo, podendo-se, todavia, reconhecer certas exigibilidades em situações que, pelo vulto do cometimento que podem acarretar para a entidade (mesmo que os eventos caracterizem a exigibilidade legal apenas no futuro), não podem deixar de ser contempladas. Poderiam estar inclusos nesta ultima categoria, digamos o valor presente das indenizações futuras ou provisionamentos para pensão, no caso de a entidade ter obrigação por tais pagamentos futuros.

• Note-se, todavia, que embora os fatos que provocam a exigibilidade legal se configurem às vezes no futuro, de alguma forma o fato gerador da exigibilidade está relacionado a eventos passados ou presentes, não se podendo, apenas prever exatamente quanto e quando, senão recorrendo a cálculos provisionais e atuariais.

• Por outro lado, se é prática comercial comum indenizar, total ou parcialmente, terceiros por eventos que, mesmo não sendo consideradas, obrigações legais, de certa forma foram devidos a falhas de cumprimento de condições usuais de comercio (devoluções, etc.), seria viável o provisionamento de tais encargos. Não nos podemos esquecer de que boa parte das exigibilidades está associada ao reconhecimento de despesas. Para reconhecer receita é necessário ter condições para estimar as despesas associadas, mesmo que o desembolso ocorra apenas no futuro, em um ponto indeterminado.

4.6 A Teoria Contábil e a abordagem positiva

Para fins de estudos pertinentes à teoria contábil e os princípios contábeis

não eliminam a ocorrência de divergências em determinados pontos quanto às

práticas adotadas na elaboração das demonstrações contábeis ao redor do mundo,

tanto que, com o processo da globalização que se encontra em ritmo acelerado no

mundo dos negócios, vem-se procurando harmonizar os padrões contábeis na

elaboração das demonstrações e livros fiscais à apuração dos impostos diretos

(IRPJ, CSSL, PIS, COFINS) e indiretos (ICMS, IPI, ISS).

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Em conteúdo econômico mais amplo, a informação contábil desempenha

várias funções na sociedade, colaborando inclusive e principalmente com

administração tributária nas diversas esferas governamentais.

Inúmeros estudos e publicações de artigos científicos sobre aspectos

tributários enfocados a contabilidade tributária sobre a abordagem positiva, o que,

no Brasil, ainda é incipiente.

Dessa maneira, a diferença relevante entre a abordagem positiva e

normativa, conforme Lopes e Martins (2005, p. 4), nas proposições normativas

procura-se o ideal, enquanto nas discussões positivas discute-se o que realmente

acaba acontecendo com os agentes econômicos.

Nesse momento, pode-se dizer que a presente pesquisa propõe a discutir o

que realmente ocorre com a participação da contabilidade tributária nas empresas,

utilizando para tanto modelos embasados na contabilidade.

A abordagem positiva apresentada por Watts e Zimmerman (1986, p.2),

como uma de suas faces, a perspectiva da informação contábil:

O objetivo da teoria da contabilidade é expor e predizer as práticas contábeis, nossa definição de método de contabilidade é ampla. Devido ao desenvolvimento da natureza da contabilidade manter-se próximo da auditoria, o método da auditoria está incluído na contabilidade. Explanação significa providenciar as razões para o método observado. Por exemplo, a teoria da contabilidade deve explanar por que certas empresas utilizam o método último a entrar, primeiro a sair (LIFO) de inventariar, ao invés do método primeiro a entrar, primeiro a sair (FIFO). A predição do método de contabilidade significa que a teoria prediz fenômeno contábil não observado. Fenômeno não observado não é necessariamente um fenômeno futuro; eles incluem fenômenos que tem ocorrido, mas as evidencias sistemáticas sobre eles não tem sido coletadas. Por exemplo, a teoria contábil pode prover hipóteses sobre os atributos das empresas que usam FIFO. Tais predições podem ser testadas utilizando dados históricos sobre os atributos das empresas que utilizam os dois métodos acima5. (tradução livre)

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Conforme destacam Lopes e Martins (2005, p.22):

A visão positiva, tão disseminada nas escolas americanas, baseia-se no (i) levantamento de hipóteses a respeito do comportamento dos agentes, ou da firma, frente à informação contábil, (ii) utilização de um referencial teórico para embasar as hipóteses utilizadas ; (iii) teste das mesmas com dados empíricos, (iv) conclusões no sentido de aceitar ou refutar as hipóteses dentro da ideia geral de construção de uma teoria com poder explicativo e preditivo.

Nesse momento, destaca-se que a informação contábil tributária possui

relevância econômica para os mais variados agentes existentes no mercado. Para

tanto, Lopes e Martins (2005, p.69) afirmam:

Mas especificamente, podemos dizer que o conteúdo informativo da contabilidade está no regime de competência. O conceito de conteúdo informativo é a capacidade da contabilidade de fornecer informações que possuam relevância econômica ao usuário. A relevância econômica se refere à capacidade da informação de alterar crenças e percepções dos observadores.

Dessa maneira, as informações contábeis são notadas pelo conjunto de

princípios que as embasam, tornando-se relevantes economicamente devido à

acurácia para a tomada de decisões pelos gestores das empresas.

5 “The objective of accounting theory is to explain and predict accounting practice. Our definition of accounting practice is broad. Because the development and nature of accounting is closely related to auditing, auditing practice is included as part of accounting practice. Explanation means providing reasons for observed practice. For example, an accounting theory should explain why certain firms use the last-in, first-out (LIFO) method. Prediction of accounting practice means that the theory predicts unobserved accounting phenomena. Unobserved phenomena are not necessarily future phenomena; they include phenomena that have occurred but on which systematic evidence has not been collected. For example, an accounting theory can provide hypotheses about the attributes of firms that use LIFO versus attributes of firms using FIFO. Such predictions can be tested using historical data on the attributes of firms using the two methods.”

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CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Historicamente, conforme Oliveira et al (2005, p.41), a Contabilidade teve

que adaptar-se a esse novo ambiente após a Lei das Sociedades por Ações, nº

6.404, alcançando profundos progressos com suas atualizações, pois o processo de

globalização dos mercados vem exigindo competitividade sobre os mais rigorosos

controles sobre custos administrativos, financeiros, produtivos e tributários.

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou identificar os principais

conceitos da Contabilidade Tributária, abordando os principais tributos federais,

estaduais e municipais, os quais têm representatividade mais significativa na

contabilidade tributária das empresas.

Os conceitos apresentados neste trabalho foram adotados em decorrência

da complexidade do sistema tributário brasileiro, o qual não somente tributa o

investimento e a mão-de-obra, mas também a produção e comercialização ao longo

da cadeia produtiva e comercial de bens e serviços, sendo que estes últimos são

classificados como tributos indiretos, e constituem-se nos que registram a maior

arrecadação total no Brasil, considerando tanto a receita tributária federal, estadual e

municipal.

Como o objetivo deste estudo foi: identificar, definir, analisar e descrever de

que forma a Contabilidade Tributaria, visando a influência nos benefícios da

aplicação do planejamento tributário às empresas, foi necessário fazer uma breve

conceituação e discussão sobre a aplicação da contabilidade tributária ao

planejamento tributário.

Esta pesquisa apresenta algumas limitações que não permitem afirmar que

seus resultados possam ser generalizados para todas as empresas brasileiras: uma

delas é que o conjunto de ferramentas e conceitos que compõem a amostra não

representa uma estratificação do universo da Contabilidade Tributária no Brasil;

outro ponto a ser levado em consideração é que não foi realizada uma conferência e

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verificação de todos os modelos de tributação, para analisar se há uniformidade na

adoção de padrões contábeis pela aplicação ao planejamento tributário.

Outra limitação importante a ser considerada é a dificuldade de se dispor de

informações detalhadas dos tributos e contribuições sociais em seus conceitos e

amplitudes disponíveis.

Como os conceitos trabalhados da contabilidade tributária são distintos,

assim como os resultados dos tributos elencados, efetuaram-se também as

averiguações entre os próprios para verificar se é significativamente diferente, o que

pode ser confirmado com base nas interferências conceituais no capítulo

Complementarmente ainda foi constatado, tendo em conta as limitações de

informações conceituais explicadas neste estudo, mostram-se diferenças

significativas entre a mensuração e aplicação dos modelos contábeis e a forma de

tributação divulgada pela Receita Federal do Brasil e o Fisco Municipal e Estadual.

A importância desta monografia refere-se à demonstração de que a

contabilidade tributária pode ser utilizada como um instrumento relevante para

mensurar e apurar os tributos em todas as esferas Municipal, Estadual e Federal.

Promovendo assim, o entendimento dos impactos do sistema tributário sobre os

diversos agentes econômicos. Participando também com a contribuição para

questionamentos e discussões, visando ao aperfeiçoamento à utilização das

ferramentas da Contabilidade Tributária efetiva que recai sobre as atividades dos

contabilistas.

Destaca-se ainda, pela importância de não se limitar somente à participação

da contabilidade tributária ao planejamento tributário, mas avança sobre o campo

dos gestores que utilizam esse indicador para nortear a tomada de decisão e

elaboração de políticas econômicas e fiscais dentro das entidades.

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Este trabalho não pretende esgotar o assunto e sim dar continuidade a

novas pesquisas sobre o tema, especialmente no Brasil, deixando em aberto vários

aspectos que podem ser explorados em estudos futuros: tais como: realização de

comparações das ferramentas da contabilidade tributária e os modelos propostos

pelo Fisco; o mesmo em relação à origem da tributação sobre o controle acionário –

nacional ou estrangeiro e também em relação às unidades de federação, e até

mesmo por porte das empresas.

Pesquisas adicionais devem ser empreendidas e serão muito bem recebidas

não só pelo mundo acadêmico, como também por profissionais que praticam a

gestão tributária nas empresas ou àqueles que desenvolvem as políticas tributárias

nos vários países.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ....................................................................................................................................... 2 FOLHA DE APROVAÇÃO ............................................................................................................................... 3 FICHA CATALOGRÁFICA .............................................................................................................................. 4 DEDICATÓRIA ............................................................................................................................................ 5 AGRADECIMENTOS ..................................................................................................................................... 6 EPÍGRAFE ................................................................................................................................................. 7 RESUMO ................................................................................................................................................. 8 ABSTRACT ................................................................................................................................................. 9 METODOLOGIA......................................................................................................................................... 10 LISTA DE TRIBUTOS, ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................... 12 SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 18 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 19 CAPITULO 1 O PLANO DE PESQUISA ............................................................................................................................ 21 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................................... 21 1.2 OBJETIVO...................................................................................................................................... 22 1.3 PROBLEMÁTICA ............................................................................................................................. 23 1.4 HIPÓTESE ..................................................................................................................................... 23 1.5 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES ................................................................................................... 24 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................................ 25 CAPITULO 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................................... 27 CAPITULO 3 MODELOS DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ......................................................................... 31 3.1 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – IRPJ ............................................................................... 33 3.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO – CSLL .................................................................. 34 3.3 ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÕES DE

SERVIÇOS ..................................................................................................................................... 34 3.4 ISSQN – IMPOSTOS SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ................................................... 35 CAPITULO 4 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA À APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO .. 37 4.1 A CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA E OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS REFERENTES ÀS RECEITAS, DESPESAS,

ATIVO E PASSIVO ........................................................................................................................... 37 4.2 RECEITAS ..................................................................................................................................... 39 4.3 DESPESAS .................................................................................................................................... 41 4.4 ATIVO ........................................................................................................................................... 42 4.5 PASSIVO ....................................................................................................................................... 43 4.6 A TEORIA CONTÁBIL E A ABORDAGEM POSITIVA ............................................................................... 45 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 48 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................................................ 51 ÍNDICE .................................................................................................................................................... 53