Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMPORTAMENTO HUMANO NAS CLÍNICAS DE ONCOLOGIA
Por: Orianna Gonzaga de Souza
Orientador
Prof. Antonio Medina
Niterói
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMPORTAMENTO HUMANO NAS CLÍNICAS DE ONCOLOGIA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial
Por: Orianna Gonzaga de Souza
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha amiga Josiane
Benvindo pelo incentivo, carinho e
paciência, aos meus amigos pela
compreensão, ajuda e companheirismo
dados sempre que necessário. Ao meu
amigo e gerente Nilton Carvalho pelo
incentivo, carinho e compreensão. A
Empresa Oncomed por ter sido a
minha motivação para este projeto de
pesquisa.
4
“Às vezes penso, às vezes sou”.
(Paul Valéry)
5
DEDICATÓRIA
A minha mãe Ocirema Gonzaga, aos
meus filhos Alex Sandro e João Vitor.
6
RESUMO
Neste trabalho buscou-se mostrar o comportamento humanizado de
funcionários para com clientes de uma organização privada especializada em
oncologia através de um caso selecionado. A descrição do caso faz parte dos
resultados que vêm sendo obtidos pelo gerenciamento da referida
organização. Evidenciou-se pelas atitudes de um dos funcionários com um
cliente numa situação especial, um ambiente capaz de lidar com a fragilidade
de clientes em tratamento oncológico, buscando atender às necessidades e
expectativas desses clientes e, concomitantemente, aos compromissos com a
instituição.
7
METODOLOGIA
Este trabalho teve como base a gestão em uma clínica de oncologia,
com enfoque em cases, material publicado na literatura extraída das bases de
dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e considerações de Chiavenato
(2004), Cortella (2012) e Kanaane (1999).
O estudo caracteriza-se como um estudo de caso, tendo sido realizado
numa clínica de oncologia do setor privado, da zona sul da Cidade do Rio de
Janeiro. A pesquisa ocorreu no período de março a outubro de 2012. O
objetivo foi identificar as ações realizadas pelas pessoas dentro de uma
organização privada especializada em oncologia a partir do ponto de vista dos
funcionários da referida instituição acerca dos fatores que contribuem para um
comportamento colaborativo dentro da instituição, ou seja, o que estes atores
humanos envolvidos consideram como ações que concorrem para um
comportamento colaborativo entre os membros da equipe de uma instituição.
O estudo de caso possui um campo de trabalho mais específico; é o
estudo de um caso, sendo este sempre bem demarcado. Este se destaca por
se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo. A elaboração de
um estudo de caso apresenta algumas particularidades, dentre elas, o cuidado
especial que se deve ter com as deduções generalizadoras: como cada caso é
discutido como singular e único, a possibilidade de generalização passa a ter
menor relevância. (LUDKE; ANDRÉ, 1986).
Yin (2004) o classifica como uma investigação empírica o qual objetiva
investigar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto real de vida,
quando os limites entre fenômeno e contexto não estão claramente definidos,
e nos quais múltiplas fontes de evidência são utilizadas. Para o autor, a coleta
de dados para o estudo de caso pode ser baseada em seis fontes principais de
evidência: documentação, na intenção de corroborar as evidências; registros
em arquivos; entrevistas, considerada uma das mais importantes fontes de
informação para um estudo de caso, a qual pode ser conduzida de maneira
8
espontânea, ou focal e levantamento formal, observação direta, observação
participante, e artefatos físicos.
Para Gil (2002), a coleta de dados no estudo de caso é o mais completo
de todos os delineamentos, pois se utiliza tanto de dados de pessoa quanto de
dados escritos.
Neste estudo, foi usada a abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa
lida com o universo de significados, motivações, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que se adapta a um espaço mais profundo das relações e dos
processos. (MINAYO et al., 2001).
Como descreve Neves (1996), enquanto estudos quantitativos buscam
em geral, seguir com rigor um plano previamente estabelecido, baseado em
hipóteses claramente indicadas e variáveis que são objeto de definição
operacional. A pesquisa qualitativa costuma ser direcionada, ao longo de seu
desenvolvimento. Nas pesquisas qualitativas é frequente que o pesquisador
procure entender os fenômenos, segundo as perspectivas dos participantes da
situação estudada, e, a partir daí, situe sua interpretação dos fenômenos
estudados.
Este estudo foi realizado com base em casos (Anexo 1) ocorridos em
uma organização privada, ou seja, em uma clínica especializada em oncologia,
com profissionais oriundos de diversas especialidades. As técnicas utilizadas
foram à observação direta do ambiente e participante e as entrevistas semi-
estruturadas as quais permitiram colher os dados necessários para estruturar e
compor o referido estudo. As entrevistas utilizaram questões sobre o que cada
participante considerava acerca do que julgava necessário para se estabelecer
o comportamento colaborativo dentro do ambiente de trabalho. A entrevista é
uma técnica muito utilizada em trabalhos de estudo de caso. Vergara (2009)
define esta técnica como uma interação verbal, uma conversa, um diálogo,
uma troca de significados, enfim, um recurso para se produzir conhecimento
sobre algo.
A entrevista que constou de vinte funcionários entre subordinados e
gerentes foi realizada no próprio ambiente de trabalho desses funcionários, ou
seja, dentro da organização, cenário desse estudo.
9
Selecionou-se, porém, uma das entrevistas que foi utilizada
especialmente como caso desse estudo, pois expressa as expectativas de um
cliente portador de câncer em diálogo com uma funcionária da clínica privada
especializada em oncologia localizada na cidade do Rio de Janeiro, local em
que foi desenvolvido o estudo. Observou-se o interesse da funcionária que,
embora estivesse atenta aos interesses da empresa, não se descuidou de
ouvir a cliente em suas necessidades e de encontrar uma solução para a
dificuldade pela qual esteve estava passando.
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I - Gestão Hospitalar 13
CAPÍTULO II - Comprometimento Pessoal com 26
a Empresa
CAPÍTULO III – Comportamento Humano nas 36
Organizações Hospitalares
CONCLUSÃO 46
ANEXOS 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57
BIBLIOGRAFIA CITADA 58 ÍNDICE 70
11
INTRODUÇÃO
De acordo com Chiavenato (2004), o trabalho consome tempo
considerável das vidas e dos esforços das pessoas, que dele dependem para
sua subsistência e sucesso pessoal, por que as pessoas passam grande parte
de suas vidas trabalhando dentro de organizações e, se por um lado, os
funcionários dependem das organizações para poderem funcionar e alcançar
sucesso, de outro lado, as organizações dependem diretamente das pessoas
para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos
mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos.
O indivíduo almeja realizar-se profissionalmente em seu trabalho e seu
crescimento é importante para a organização, para a qual presta serviços. Não
somente este obterá benefícios com seu crescimento pessoal, mas também a
empresa, pois contará com um profissional qualificado, que, em sua área de
atuação será capaz de identificar previamente situações que necessitem de
intervenções.
Torna-se necessário, entretanto, que este indivíduo sinta satisfação no
trabalho que desenvolve na empresa que presta serviços, ou seja, tenha
motivações para desempenhar suas funções, sinta que está colaborando para
que tal empresa cresça, e não como quem esteja cumprindo apenas
determinações estabelecidas.
Uma equipe é diferente de uma simples coleção de pessoas
competentes que trabalham juntas. A característica básica de uma equipe
eficaz é a capacidade de trabalhar coletivamente. Isto significa que os
integrantes devem sentir-se parte de um grupo e trabalhar como tal.
(MAXIMIANO, 1997).
A gestão de pessoas envolve o desenvolvimento de estratégias para
obtenção de um satisfatório entrosamento com a equipe da instituição, esta
equipe é constituída de profissionais de diversas categorias, ou seja, médicos,
psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, administrativos
12
formando uma equipe multidisciplinar. Este entrosamento é essencial para o
êxito do tratamento.
Enfim, garantir que a equipe esteja preparada para realizar o melhor
com os recursos que estiverem disponíveis, mesmo que estes não sejam os
recursos ideais. Para isso, torna-se importante a gestão da criatividade que, ao
contrário do que muitos indivíduos pensam, não é fantasiar as coisas, mas sim
a capacidade de encontrar alternativas, várias respostas para o mesmo
problema. Sem liderança competente e gestão da criatividade de equipe, no
primeiro obstáculo corre-se o risco de se fazer menos do que poderia, porque
tal plano é trabalhoso, ou exige uma gestão alternativa.*
Como relatam Mussak e Cortella (2010, p.86), a verdadeira liderança é
estabelecida quando o líder substitui a pergunta: “ que vantagens a liderança
pode trazer para mim?” por “ que vantagens a minha liderança pode trazer às
pessoas?”. Pode-se depreender dessa questão que o foco dos verdadeiros
líderes é o crescimento dos indivíduos a ponto de atingir o seu máximo
potencial. Líderes que acreditam e colocam as pessoas em primeiro lugar, e
que as auxilia a criar um ambiente de aprendizado contínuo, fazendo com que
a valorização e o crescimento do indivíduo aconteçam realmente, contribuindo
para o verdadeiro crescimento das organizações.
• Disponível em:
http://www.medicinahospitalar.com.br/congressobrasileiro/noticias_medicinahospitalar.asp?idRegistro=523; acesso em 20 jan.2013.
13
CAPÍTULO I
GESTÃO HOSPITALAR
As organizações hospitalares, na contemporaneidade, mostram um
sistema complexo de atendimento. Dessa forma, o ambiente de atuação dos
profissionais apresenta-se internamente ligado, tanto pela estrutura física,
quanto pelos processos de atendimento. (LAS CASAS, 1999).
Desta forma, os funcionários trabalham voltados para as condições que
lhes são oferecidas, seu rendimento dependerá dos estímulos que lhes forem
dirigidos, ou seja, poderão contribuir para que a empresa obtenha melhores
resultados, se estiverem motivados para o trabalho que desempenham.
Hospitais, públicos ou privados estão inseridos num ambiente complexo
e singular que os condiciona a um funcionamento inadequado diante da lógica
de acumulação do capital. Independente de sua natureza, as condições estão
subordinadas a princípios éticos e legais que normatizam o setor saúde e as
políticas governamentais, o que situa os hospitais frente a uma diversidade de
ambientes divergentes. (BARROS, 2008).
Observa-se, através das considerações acima, que, quer seja público ou
privado, as organizações hospitalares estão sujeitas a uma engrenagem
inadequada dependendo de como é conduzida à acumulação do capital.
O termo hospital é originário do latim e significa o que hospeda,
estendendo-se para a concepção de nosocomium, que por sua vez significa
lugar de doentes. Porém, atualmente, os hospitais constituem empresas
dotadas de grandes avanços tecnológicos e constituídas de complexa estrutura
organizacional. Dessa forma, os gestores da contemporaneidade devem estar
altamente capacitados e atualizarem-se tecnicamente. (SANTOS; ARRUDA,
2012).
Como se pôde observar, os gestores hospitalares devem se aproximar
dos profissionais de saúde para que se possa fortalecer essa parceria.
Profissionais de saúde se defrontam com dificuldades constantemente, e
precisam conhecer o valor inestimável de seus serviços, não somente para o
14
cliente, mas para a instituição onde atuam. Para que os clientes se sintam
mais seguros dentro dos hospitais, torna-se necessário promover palestras
para incentivar o trabalho em equipe e a importância da atuação de uma
equipe multiprofissional coesa, colaborando com a gestão local e vice-versa.
A administração hospitalar, como qualquer outra administração, busca,
em geral, coordenar e normalizar seu meio laboral e institucional. A meta da
administração é atingir objetivos por meio dos esforços das pessoas, com as
funções administrativas de planejamento, organização e controle. Nessa
perspectiva, o administrador foi, durante anos, quem gerenciou as unidades de
saúde. Porém, as instituições de saúde são compostas por diversos setores,
com equipes multidisciplinares e demandas específicas, para as quais o
administrador não estava preparado. Dessa forma, no momento em que alguns
problemas causados pela falta de preparo do administrador começaram a
interferir no atendimento ao paciente, a grande maioria das organizações optou
pelo médico como gestor da instituição. (VIEIRA, 2009).
A autora completa afirmando que, apesar de o médico ser considerado
um profissional imprescindível nas instituições de saúde e com aptidão para
promover as relações humanas e práticas públicas de saúde, faltava a este
profissional a técnica administrativa para o bom desempenho das instituições.
(VIEIRA, 2009).
Pode-se depreender pelas considerações acima, a relevância do papel
do administrador hospitalar numa instituição, seja pública ou privada. A
presença deste profissional é imprescindível para a sociedade que carece de
suas intervenções nos hospitais. Não se trata de menosprezar a figura do
médico, mas o administrador cursou em sua formação acadêmica disciplinas
que o possibilitaram, diante de questões administrativas complexas, tomar
medidas eficientes e obter resultados mais precisos, já que foi preparado para
lidar com tais situações, e por isso possui um conhecimento dos recursos e
meios mais adequados para tal.
A visão administrativa deste profissional poderá concorrer para
beneficiar, além do cliente, as diversas categorias de funcionários que
trabalham na instituição.
15
No Brasil, os cursos de administração hospitalar foram criados há 56
anos, sendo o primeiro deles em 1952 e as faculdades de administração
hospitalar a 29 anos. E, apesar do grande número de profissionais formados
nessa área, sua contribuição neste campo ainda é bastante reduzida. Os
hospitais, desde sua criação, sempre estiveram direcionados para a prestação
de serviços de saúde sem a atenção ao gerenciamento. Tal preocupação só
começou a surgir com a crise econômica mundial de meados dos anos 80,
com diretrizes ainda percebidas principalmente em países do terceiro mundo.
A partir daí, tornou-se necessário à transformação dos hospitais em empresas,
o que culminou em vantagens e desvantagens. (LOCKS, 2007).
Fazem parte das funções do administrador hospitalar planejar e
coordenar na área de Recursos Humanos, implantando rotinas de trabalho,
esquematização de funções, estabelecimento de políticas de contratações,
visando um elevado padrão técnico e humano de atendimento ao paciente.
Concomitantemente a essas, ele coordena a parte administrativa e contábil,
em conjunto com outros profissionais, planejando e executando um orçamento
que prevê todas as receitas e despesas dos diversos departamentos. (LOCKS,
2007).
A autora destaca que o administrador hospitalar é o profissional
responsável por toda a parte de compras, serviços de limpeza e alimentação,
gerenciando os aspectos receita e despesa dessas áreas. Este profissional
implanta controles para que sempre haja uma efetiva utilização física e
financeira dos recursos do hospital. Este é considerado responsável pelo bom
desempenho de um hospital, desde a implantação de rotinas de trabalho até
os equipamentos necessários ao seu funcionamento. (LOCKS, 2007).
Vilanova e Silva (2009)* acrescenta a essas informações a importância
da presença do administrador hospitalar, considerando-o profissional
imprescindível ao eficiente funcionamento de um sistema hospitalar,
principalmente porque os profissionais da área de saúde não são preparados
para tratar de atividades e tarefas específicas como as que se seguem abaixo:
* Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-do-administrador-hospitalar/31998/
16
a) Determinantes organizacionais do Hospital moderno;
b) Ferramentas de suporte e de gestão;
c) O novo paradigma da gestão de pessoas;
d) A gestão da qualidade nos hospitais brasileiros; instrumentos utilizados
na prática diária da gestão da qualidade; a acreditação em saúde;
e) Administração dos bens patrimoniais do hospital; patrimônio
operacional; quebra de paradigmas;
f) Gestão de Logística e de Suprimentos na Administração Hospitalar;
g) Orçamentos, Finanças e Custos em Administração Hospitalar;
h) Administração Financeira;sistema de programação financeira de curtos
e médios prazos – programação de caixa (cash flow);
i) Planejamento Estratégico de “Expansão Organizacional/Empresaarial”,
objetivando crescer com sucesso e com sustentabilidade; Marketing de
Organizações em saúde; Gestão Estratégica de Negócios;
j) Gerenciamento dos sistemas administrativos, tais como organogramas,
elaboração de estatuto, regulamento, regimento, estudos de processos,
clientes, licitações e negociações, Administração de
contratos/convênios, planejamento de recursos humanos/corpo clínico,
centro de estudos, controle de estagiários, e até nas questões que
envolvam a adoção de aparatos contra infecções hospitalares em geral
ou epidemias, como ocorreu durante o período em que a gripe A/H1N1
começou a assolar o país.
17
1.1 GESTÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO HOSPITALAR NAS
ORGANIZAÇÕES
A gestão de qualidade trata de um conjunto de normas e técnicas de
otimização dos serviços, produção, processos, produtos, materiais, dentre
outros. Deve ser realizado com pouco gasto acompanhado de muito
rendimento, o que tem exigido esforços através de estudos. A ideia de
qualidade surgiu no período do pós-guerra, Segunda Guerra Mundial, com o
advento da modernização industrial, por intermédio da administração científica.
Os hospitais são locais que recebem pacientes ou clientes,
ininterruptamente. Às 24 horas deles requerem atendimento eficiente,
principalmente nas emergências. Apesar disso, a realidade do sistema público
de saúde brasileiro é totalmente contrária à técnica de rendimento e qualidade
de serviço. Os estabelecimentos particulares, também, por sua vez,
apresentam falhas no atendimento ao público.•
Hauser (2009) define o hospital como parte integrante de uma
organização médica e social, cuja função básica consiste em prover à
população assistência médico-sanitária completa, tanto curativa como
preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, incluindo o domiciliar e
cujos serviços externos se estendem até o âmbito familiar, constituindo-se
também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de
pesquisas em saúde, assim como de encaminhamentos de pacientes,
cabendo-lhes supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele
vinculados tecnicamente. Dessa forma, o hospital também é considerado um
centro de investigação biopsicossocial.
Observa-se a relevância das instituições hospitalares em relação à
atenção à população. Não somente a equipe médica é responsável pelo
• Disponível em: http://gestao-de-qualidade.info/mos/view/Gest%C3%A3o_de_Qualidade:_Sa%C3%BAde/index.html
18
atendimento aos indivíduos, mas todos os integrantes de tais instituições
podem dar sua colaboração, basta que conheçam o verdadeiro papel que
desempenham nessas organizações.
A população poderá se beneficiar de tais serviços à medida que a
equipe multiprofissional se conscientizar de seu papel junto às organizações.
Para isso, a gestão deve se preocupar em mostrar aos seus funcionários que
um cliente satisfeito acreditará nos integrantes da instituição que, além de
fazer boa referência à instituição, poderá retornar de uma próxima vez, caso
seja preciso.
A trajetória de uma organização com vistas a excelência não é uma
linha reta e nem pode ser comparada a uma corrida de curta distância. Ao
contrário, o termo que poderia ser aplicado é o de uma maratona. Trata-se de
um desafio para a organização, que só poderá ser vencido com constância de
propósitos e mobilização de todas as suas competências. O caminho em
direção a excelência apresenta marcos relevantes que estabelecem os
estágios de maturidade para o sistema de gestão da organização. A melhor
forma de descrição é o da curva “S”. (FUNDAÇÃO NACIONAL DA
QUALIDADE, 2009, p.4).
De acordo com a Fundação Nacional da Qualidade - FNG (2009),
organizações iniciantes não têm claramente identificados os seus clientes e,
algumas vezes, nem mesmo os seus próprios produtos. Por isso, não
conseguem estabelecer claramente um objetivo, não dispondo, dessa forma,
de um plano que lhes possibilite alcançar resultados superiores. A organização
que adota o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) como referência para a
sua gestão consegue traçar com clareza seu negócio. O primeiro passo é
realizar uma avaliação da sua gestão e traçar um plano de melhoria do
desempenho, o que significa, quase sempre, assegurar a qualidade dos seus
produtos e a satisfação dos clientes. Nessa etapa, os resultados não são
significativos, porém a organização percebe claramente uma melhoria na sua
forma de atuação, pois, ao menos, todos conseguem compreender melhor o
seu papel e a direção para a qual caminha a organização.
19
1.1.1 Gestão hospitalar privada
A área de saúde vem se caracterizando por um aumento no número de
organizações hospitalares no país. De acordo com o IBGE (2005), desde 1976,
todas as regiões do Brasil registraram aumento no número de
estabelecimentos de saúde. Em relação às instituições privadas em território
nacional, o número aumentou de 6.368 em 1976, para 18.496 em 2005.
Somente no Rio de Janeiro, existem 3.103 estabelecimentos privados de
saúde, para uma população estimada de 15.383.407 habitantes, distribuídos
em 92 municípios, mostrando uma proporção de 4.057,591 pessoas por
unidade. As organizações de saúde privadas, a partir desse impulso, têm neste
cenário uma forma de conquistar espaço e crescer orientada para o
desempenho organizacional, a fim de promover o atendimento mais eficaz da
população e obter vantagens competitivas mais efetivas. Por outro lado, tal
mudança de cenário instiga a preocupação com o contexto que o caracteriza,
especialmente por conta de relatos que demonstram a ocorrência de
problemas no atendimento desta crescente demanda. O que gera um
questionamento de como a rede de saúde privada tem suportado tamanha
mudança e o que tem feito para acompanhar essa demanda com qualidade e
resultados satisfatórios. (SILVA et al., 2010).
Abordou-se no estudo supracitado, o papel da gestão como agente
facilitador no enfrentamento das referidas mudanças, utilizando-se a
concepção de autores como Mezomo (2001) para quem os administradores de
saúde podem e devem vir a ser a mola mestra na solução dos muitos
problemas do sistema de saúde precário de nosso país, já que não se limitam
à melhor provisão de pessoal e de melhores mecanismos de financiamento.
Para Rivera (2003), as mudanças no gerenciamento da saúde se dão
em um contexto de confrontação entre o político e o econômico e se
caracterizam pela diversidade de atores responsáveis pelo planejamento
estratégico, o que valoriza o diálogo como ponto de equilíbrio entre a estratégia
e a estrutura, considerando o papel do gestor e sua relação com os demais
20
profissionais, fundamental para o desempenho dos participantes e da
organização. Essa relação pode ser compreendida como um fio condutor que
é capaz de renovar, em sua essência, o planejamento e o desenvolvimento de
profissionais mais comprometidos e sabedores de suas responsabilidades.
Torna-se necessário, de acordo com as considerações acima, a
presença numa instituição hospitalar, de um gestor com formação em
administração hospitalar, pois poderá dar novos rumos para a empresa,
garantindo o abastecimento da empresa e ao mesmo tempo, planejando e
conduzindo o desenvolvimento de profissionais que o auxiliarão a manter o
padrão desejado.
Em estudo sobre a importância do administrador como gestor hospitalar,
Santos e Arruda (2012) discutiram aspectos pertinentes à necessidade de um
profissional habilitado para dirigir hospitais da rede privada na cidade de
Aracaju, destacando o papel da qualificação e atualização no campo da
administração hospitalar como aspecto diferencial para a excelência do
desempenho profissional nas instituições de saúde.
Vêm-se observando com alguma frequência em instituições públicas e
privadas que alguns gestores têm mostrado interesse em se aproximar da
equipe de funcionários da instituição em que trabalham especialmente médicos
e enfermeiros. Neste processo buscam conhecer as ações da equipe em
situações de controle e ainda quando esta se encontra diante de dificuldades,
especialmente as que são apresentadas pelos clientes, observam como estão
sendo realizados os cuidados, se há necessidade de providenciar algum
material ou equipamento, dentre outros. Tais gestores têm o conhecimento de
que um trabalho quando desenvolvido em parceria, produz melhores
resultados.
Para alcançar as metas de uma organização deve-se contar com a
participação de todos, inclusive funcionários que desempenham tarefas que
julgamos como de menor importância. Pois bem, são estes os indivíduos que
demonstram maior satisfação quando valorizados. E é preciso considerar que
o trabalho de cada funcionário é importante para a engrenagem da empresa.
Todos devem participar, portanto, das conquistas e sucessos da empresa e
21
também dos infortúnios, caso surjam para que, quando decorrentes de falhas
de ações humanas, possam ser prevenidos.
Outro aspecto que deve merecer a atenção dos gerentes é voltado para
a atualização em relação às novas tecnologias. A introdução de novas
tecnologias e o aumento da qualidade de vida exige da área de saúde grandes
investimentos, especialmente dos agentes geradores de serviços hospitalares
pressionados por uma demanda crescentemente insatisfeita, dado o nível das
carências histórica e estrutural dos segmentos de média e baixa renda,
predominantes na sociedade brasileira, como ocorre geralmente com as
economias de terceiro mundo. Daí decorre uma demanda absoluta e relativa
de serviços hospitalares, em que o aumento de custos se torna inevitável, o
que leva essas organizações complexas à busca de maior produtividade e sua
diluição em escalas e diversificação de serviços, necessárias à sua viabilização
econômico-financeira. (MARRACINI; PAGNANI, 2003).
22
1.1.2 Princípios da gestão hospitalar
Como explica Costa (2012), a tarefa de administrar um hospital é
complexa. O gestor é responsável por cuidar desde a implantação de rotinas
diárias de um estabelecimento de saúde até os equipamentos necessários
para o seu bom funcionamento. E no Brasil, país marcado pelas desigualdades
de acesso à assistência médica, o trabalho de organizar o dia a dia de um
ambiente hospitalar torna-se desafiador. Em pesquisa realizada pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo (Cremesp), evidenciou-se que dentro de uma disparidade regional
da rede privada em relação à pública, no que se referem aos profissionais,
equipamentos e tecnologias no país, os usuários de planos de saúde dispõem
de 3,9 vezes mais médicos que os pacientes da rede pública.
O autor (COSTA, 2012)* destaca que a gestão profissionalizada dos
ambientes de saúde é complexa, independente do estabelecimento, porém,
para que haja uma adequada assistência tanto pública como privada, é
essencial atentar-se aos seguintes detalhes, mencionados no presente
trabalho como princípios descritos a seguir:
1 – Clareza de missão e valores: um hospital deve saber claramente o papel a
desempenhar em uma comunidade e os princípios básicos a seguir; ·.
2 – Pessoas: médicos, funcionários, fornecedores e demais pessoas
envolvidas com a assistência precisam ser respeitadas e tratadas com
dignidade para que possam retransmitir o mesmo tratamento aos usuários;
3 – Estruturas físicas: cuidar do plano diretor de obras, de fluxos, de
instalações e demais facilidades prediais tem um grande impacto na
assistência;
* Disponível em: http://saudeweb.com.br/33203/7-principios-para-gestao-publica-e-privada/
23
4 – Tecnologias: um hospital moderno é uma estrutura que exige
equipamentos, instrumentais e utensílios de qualidade, da mesma forma a
manutenção destas tecnologias, com uma engenharia clínica zelosa é
fundamental;
5 – Suprimentos: materiais de uso no paciente e medicamentos devem ser
adquiridos da melhor forma visando a melhor aplicação;
6 – Profissionalização da gestão: não se admite mais “achismos” e pessoas
sem preparo na frente de estruturas complexas como um hospital;
7 – Comunicação: lidar com pessoas profissionais de níveis diferentes (do
médico ao auxiliar de higienização), com públicos diversos (pacientes,
acompanhantes, visitantes, autoridades, etc.); se não houver uma
comunicação eficiente entre todos estes atores a assistência fica prejudicada.
24
1.1.3 Gerência da Qualidade Total
A qualidade dos serviços de saúde pode ser definida como a maneira
em que uma ação é desenvolvida, atendendo algumas exigências básicas,
com o intuito de promover um serviço que atenda integralmente as
necessidades de seus clientes. É através da qualidade que a unidade se torna
conhecida e escolhida pelos clientes. (PAIVA; GOMES, 2007).
O Gerenciamento da Qualidade Total é fundamentado nos princípios da
melhoria contínua dos produtos e processos, no sentido de uma melhor
adequação dos produtos às expectativas dos clientes ou segmento de
mercado quanto à qualidade intrínseca, custos, prazos de entrega, suporte
técnico e serviços associados. Num contexto de crescente competitividade, o
GQT tem sido bastante difundido. Disso decorre a crescente busca de
certificação ISO (GOMES; OSÓRIO, 1994).
Os fundamentos para a melhoria contínua focada no mercado e
consequentemente no cliente tem como ponto de partida o comprometimento e
envolvimento com a melhoria, associado à educação e treinamento. Diversos
autores relatam acerca da relação entre o insucesso de programas da
qualidade e o baixo nível de envolvimento, comprometimento dos funcionários
e da direção da empresa. Porém, revela-se que não é suficientemente
explorada e inadequada a forma como os programas da qualidade são
algumas vezes conduzidos e implantados, indiscriminados, a satisfação do
cliente (mercado) e as necessidades de melhorias. O uso de expressões como
o “cliente é rei” em programas de melhoria indiscriminada de todos os produtos
e processos da organização, na sua maioria causam um efeito contrário não
desejado: sentimento de impotência e frustração com a impossibilidade de
satisfação total do cliente. (GARVIN, 1982).
Deve-se lembrar que a satisfação do cliente está relacionada a um
conjunto definido de atributos intrínsecos e extrínsecos ao produto
25
determinado pelo mercado, e, ainda, que a satisfação do cliente pode
relacionar-se com o que a concorrência oferece (GARVIN, 1982).
As ações de melhoria das operações, com objetivos estratégicos, devem
ser priorizadas a partir da análise do que é mais importante para o cliente no
presente, e no futuro, e de como se encontra o desempenho em relação aos
concorrentes naquilo que é mais importante, de modo que a organização se
torne mais eficaz e eficiente no atendimento de seus objetivos de
desempenho. (ROMÃO, 2010)
Gerenciamento de qualidade significa um processo de melhoramento
empresarial com base na redução contínua de custos, aumento da
produtividade, melhoria da qualidade, itens essenciais para a manutenção da
operação das organizações. A qualidade se tornou a mais importante arma
competitiva, e muitas organizações estão convencidas de que o
Gerenciamento de Qualidade é o modo de gerência do futuro. Em suas
aplicações transpõe a qualidade do produto ou do serviço: é uma maneira de
gerenciar os processos da empresa para assegurar a completa satisfação do
cliente em cada estágio, interna e externamente. (ROMÃO, 2004)
A qualidade precisa ser administrada, pois não ocorre isoladamente.
Para o êxito, é imprescindível que ela seja compreendida pela gerência sênior
e que haja comprometimento por parte deste nível gerencial gerando uma
liderança eficaz e trabalho em grupo. Um processo como a Qualidade, que é o
atendimento das exigências do cliente, ou adequação à finalidade, ou à
totalidade dos aspectos e características de um profundo serviço importante
para que ele possa satisfazer as necessidades exigidas ou implícitas, precisa
de um sistema de condução, ou melhor, de um gerenciamento de
qualidade. (ROMÃO, 2004).
A relevância de um gerenciamento de qualidade reside no fato de que
somente através de sua implementação, uma empresa assegurará com maior
eficiência resultados relacionados à projeção dessas organizações num
mercado cada dia mais exigente e competitivo.
26
CAPÍTULO II
COMPROMETIMENTO PESSOAL COM A EMPRESA
Como explicam Bastos e Andrade (2002), as organizações,
pressionadas por intensas mudanças em escala mundial, estão num processo
acelerado e diferenciado de transformação de sua estrutura, formas de
organização do trabalho e, especialmente, estilos de gerenciar as relações
sociais em seu interior. Tal processo global de reestruturação produtiva, cujos
impactos se fazem sentir nas organizações, ocupações, sindicatos e na própria
força de trabalho, buscaria superar o modelo tradicional e burocrático de
estruturação e funcionamento organizacional.
Dessa forma, continuam os autores, tais mudanças ambientais,
organizacionais implicam significativas reestruturações das relações ou dos
vínculos psicológicos considerados como necessários entre os funcionários e
as organizações. É nessa questão que reside o comprometimento do
funcionário com a empresa, por isso, concordam que tem mudado as
expectativas das empresas em relação ao trabalhador, uma vez que o seu
envolvimento ou comprometimento tem sido considerado fundamental para as
novas perspectivas das arquiteturas organizacionais emergentes. (BASTOS;
ANDRADE, 2002).
Observa-se que, mesmo com todas as inovações tecnológicas da
contemporaneidade, o valor do trabalhador é imenso e está sendo
crescentemente considerado, pois é com este que a empresa poderá contar
para o seu crescimento e projeção no mercado. É o trabalhador que procurará
agradar e atender o cliente em suas demandas. O comprometimento do cliente
se estende dentro e fora da empresa.
Trata-se do funcionário que se mostra satisfeito por desempenhar as
atividades num local onde sente que são valorizadas suas ações. Preserva o
bom nome da empresa, procura se aperfeiçoar e aproveita as oportunidades
27
que vislumbra para realizar novos cursos. Tem inclusive mais saúde em todos
os aspectos, mostrando-se satisfeito dentro e fora da empresa que trabalha.
2.1 As bases do comprometimento no trabalho
Mudanças no mundo do trabalho têm sido ocasionadas não somente
pelas empresas e pelas necessidades dos empregadores, mas também pelas
novas metas dos trabalhadores. Estes últimos anseiam por trabalhar numa
instituição que lhes assegure seus direitos. Ao mesmo tempo, têm-se mostrado
dispostos a se atualizar e se aperfeiçoar na carreira que escolheram. Por outro
lado, os empregadores têm demonstrado interesse em investir em seus
funcionários, visando aperfeiçoá-los, para que estes possam trazer resultados
mais promissores para seus negócios.
É o que explica Cervo (2007) quando afirma que a nova constituição do
mundo do trabalho vem influenciando a relação entre empresas e indivíduos.
Por um lado, as organizações buscam colaboradores compromissados com
suas metas e objetivos, e de outro lado, os trabalhadores visam a uma
estabilidade financeira e a um apoio em seu desenvolvimento profissional. É
nesse encontro de interesses, como explica a autora que surge uma
característica que vem sendo estudada, o comprometimento organizacional
dos profissionais para com suas empresas. (CERVO, 2007, p.14).
Discute-se há muitos anos nas organizações como tornar as pessoas
mais compromissadas com o seu trabalho, porém, é necessário que, antes de
obrigar as pessoas a se engajarem, é preciso refletir até que ponto a cultura
corporativa tem estimulado esses indivíduos a entregarem o seu melhor, pois
toda empresa pode certificar-se de que seus funcionários estejam disponíveis
o tempo todo, a partir do momento em que lhes pagam o salário, porém
criatividade, disposição e alto desempenho são oferecidos espontaneamente.
(MOREIRA, 2011).
É preciso que os empregadores mostrem aos indivíduos que ali vão
dedicar grande parte de sua vida, que o seu trabalho tem valor e que estes são
peças fundamentais da empresa, ou seja, fazem parte de toda uma
28
engrenagem. Cada peça tem a sua função, e se esta falhar, mesmo que seja o
profissional menos qualificado da empresa, todo o sistema ficará prejudicado,
alterado.
Quando as pessoas sentem que são valorizadas, elas se mostram mais
dispostas a colaborar, e oferecer o seu melhor. Relatos de funcionários
satisfeitos com seus empregadores revelaram que estes os levam a se sentir
importantes na empresa onde trabalham o que faz com que o trabalho lhes
seja gratificante. Todas as ações, por mais simples que pareçam, são
desempenhadas com satisfação, e ao final do dia, afirma que se sentem ainda
dispostos a continuar, ou mesmo retornar no dia seguinte.
Quando um funcionário tem comprometimento com o trabalho, ele
adota comportamentos que beneficiarão ao próprio, à empresa onde trabalha
(inclusive as que já trabalhou) seus colegas de trabalho (subordinados ou não),
chefes imediatos, diretoria, e todo o restante dos funcionários. Tais atitudes
fazem parte de um conjunto de atitudes que recebem o nome de “Postura
profissional” a qual sinalizará o comportamento adequado que o indivíduo
deverá ter para não confundir o trabalho com seu domicílio). As principais
atitudes serão descritas a seguir: (GONÇALVES, 2006, p.9-19):
a) Respeitar a hierarquia – O respeito deve existir sempre, ainda
que essa hierarquia seja temporária. Algumas vezes, o indivíduo
exerce funções por apenas um determinado período de tempo,
junto a consultores que hierarquicamente estão acima deste.
Mesmo que não concorde com as ações por eles determinadas, e
embora possa apresentar alternativas, a decisão final é deles e
esta deve ser acatada. O mesmo deve ocorrer com líderes que
atuam continuamente com o indivíduo.
b) Descontração moderada – É válido um ambiente de trabalho
descontraído, pois um indivíduo passa a maior parte do tempo no
trabalho e quanto melhor for esse local, mais produtivo ele será.
Porém, não se deve exagerar, pois tal descontração não deve ser
29
total, por exemplo, não se devem fazer perguntas de caráter
pessoal.
c) Lealdade para com os assuntos da empresa (Cuidados com os
comentários) – Toda empresa tem segredos, sigilos, e isso deve
ser respeitado. Nesse caso, nem mesmo nosso melhor amigo
deve saber tais segredos, pois tal segredo pode cair num
concorrente.
d) Ética profissional – Apesar de existir uma infinidade de livros
sobre o assunto, pois ética é muito abrangente, pode-se resumir
o que é ser ético: é não fazer aos outro o que você não gostaria
que lhe fizessem e não fazer com a empresa o que você não
gostaria que fizessem se você fosse o dono dela.
e) Educação – Todos os indivíduos merecem ser tratados com boa
educação, não só o presidente, os diretores, mas também os
porteiros e a faxineira, por exemplo. Deve-se dar a mesma
importância a todos, pois somos todos iguais.
f) Comportamento dentro e fora da empresa – Deve-se ser educado
no sentido amplo da palavra, não somente no horário de
expediente do trabalho, mas também depois deste, pois o
indivíduo continua a carregar consigo a imagem, o nome da
empresa pelas ruas, nos restaurantes, dentre outros.
g) Respeitar as diferenças – A base de tudo é o respeito: com ele
vêm motivação, confiança, entre outros. Alguns indivíduos são
católicos, outros, evangélicos; uns são homossexuais, outros,
heterossexuais; uns são brancos, outros são negros. Deve-se
aceitar e conviver com as diferenças. Não podemos querer que a
nossa opinião prevaleça sempre. Saber ouvir “nãos” e respeitar
opiniões diferentes das nossas é o melhor caminho.
h) Evitar fofocas – Quem garante que a pessoa que vem falar de
outra não está querendo derrubá-la? Podemos garantir que tudo
que ouvimos a respeito dos outros é verdade? Por isso deve-se
ficar distante de fofocas, mesmo porque podem achar que a
30
fofoca se originou por nós, que fomos nós quem começamos a
falar da pessoa em questão.
i) Saber separar amizade de conduta profissional – A amizade ou
intimidade que criamos com os colegas de trabalho não podem
se misturar com a conduta profissional.Isso atrapalha a vida
profissional de qualquer pessoa e, como consequência, pode
comprometer a própria amizade.
j) Relacionamento amoroso e “ficar” – Enquanto algumas empresas
considerem ótimo que seus funcionários se relacionem, pois
pessoas apaixonadas produzem mais, querem mostrar serviço,
outras não são favoráveis ao relacionamento amoroso entre os
funcionários, julgando que pode haver protecionismo, e por isso,
proíbem. Dessa forma, o profissional deve adotar o equilíbrio em
suas atitudes, não se expondo a situações que dêem margem a
falatórios que, ao final, prejudicarão a sua imagem e,
consequentemente, a imagem da empresa na qual trabalha.
k) Resguardar-se de cantadas sem perder a elegância.
l) Assédio moral – A vida dentro das corporações é, no presente,
muito competitiva. Todos nós travamos batalhas ao longo do dia
para sobreviver com dignidade. Tais situações ficam ainda piores
quando temos que enfrentar o assédio moral, que se caracteriza
por atitudes doentias de chefes tiranos que exploram,
pressionam, ameaçam, humilham, aterrorizam, subestimam
esforços, criticam constantemente, impõem metas inatingíveis,
dentre outras maldades praticadas contra os funcionários.
A vida de profissionais que passam por tais experiências, como explica
Gonçalves (2006) se torna um verdadeiro inferno. A autora ainda transmite
uma mensagem aos chefes tiranos: “ não se esqueçam do velho e bom ditado:
A vida dá muitas voltas”. Tais chefes podem se deparar no futuro com um ex-
assediado ocupando um cargo importante no mundo dos negócios e que dele
venham a precisar de um grande favor. (GONÇALVES, 2006, p.16).
31
2.1.1 O treinamento no trabalho
Treinamento é considerado um processo de transmissão de
conhecimentos específicos relacionados ao trabalho, aplicado de maneira
sistemática e organizada, onde as pessoas aprendem conhecimentos sobre
atitudes, habilidades e maneiras de comportamento, para a realização dos
objetivos da empresa. Também é o ato de aumentar o conhecimento para
desenvolver habilidades especializadas. (SERVIDONI, 2006).
O treinamento contribui para o crescimento não só do funcionário, mas
também para a empresa para a qual o funcionário trabalha. O funcionário
preparado e com conhecimentos adquiridos num treinamento vai aplicar tais
ensinamentos nas diversas atividades e situações diárias pelas quais se
depara a fim de contribuir para a projeção da referida empresa.
Concomitantemente a isso, ele se sentirá mais seguro e confiante, pois estará
colocando em prática a teoria que aprendeu.
Funcionários com potenciais são em geral, valorizados por grandes
empresas, e quando estes estão trabalhando em equipe, torna-se de extrema
importância conduzi-los a se comunicarem de forma eficaz, para estabelecer
um ambiente favorável ao crescimento pessoal e empresarial; é aí que se
insere o treinamento de pessoal. *
Porém, para que este seja implementado numa organização, é
importante que os funcionários conheçam o valor deste treinamento, pois se
trata de um investimento que a empresa está fazendo nestes indivíduos. Para
que estes possam se aperfeiçoar nas atividades que já desempenham, mas
devem estar receptivos para aprender algo além do que já conheciam.
O capital humano das organizações, que se estende do mais simples
operário ao mais alto executivo da empresa, passou a ser considerado como
algo vital para o sucesso de uma empresa. Este é visto como o diferencial
competitivo das organizações bem-sucedidas. Em um mundo instável e
* http://www.palestracommagica.com.br/treinamento-pessoal.php
32
competitivo, com uma economia globalizada, é necessário que estas
organizações estejam constantemente preparadas para os desafios da
inovação e da concorrência. Para que obtenham sucesso, essas organizações
necessitam de pessoas espertas, ágeis, empreendedoras e dispostas a correr
risco. Para que a teoria se torne efetivamente em prática, é imprescindível o
treinamento e desenvolvimento das pessoas. (VOLPE; LORUSSO, 2009).
O funcionário necessita de estímulos para desenvolver suas atividades,
algumas bastante complexas e que exigem que estes se sobreponham às
próprias dificuldades, pois representam verdadeiros desafios. Um treinamento,
na perspectiva do funcionário representa uma valorização, um reconhecimento
de que acreditam nele, a ponto de encaminhá-lo para um curso, o que,
algumas vezes, implica em afastamento deste da instituição para que o mesmo
possa frequentar as aulas com tranquilidade.
Considera-se o treinamento um investimento empresarial que tem por
finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa capacitando uma equipe
e trabalho através de conhecimentos e aprimorando as habilidades individuais
para reduzir ou eliminar erros de desempenho para que se possa alcançar a
maior lucratividade para a empresa. Assim, o treinamento não é despesa e sim
um investimento precioso e necessário, pois os retornos são altamente
compensatórios para a organização (CHIAVENATO, 1999, p.295).
São modalidades do treinamento no trabalho:
- Admissão de aprendizes a serem treinados em certos cargos;
- Treinamento em tarefas;
- Rodízio de cargos;
- Enriquecimento do cargo, dentre outras.
O treinamento fora do local de trabalho nem sempre é tão direcionado
ao trabalho, sendo este usado para suplementar o treinamento em serviço.
Dessa forma, a maior vantagem que o treinamento fora do local de
trabalho traz é que o treinando dedica uma atenção maior ao treinamento,
enquanto no outro treinamento isso não é possível porque o empregado está
envolvido nas tarefas da produção (CHIAVENATO, 1999).
33
Assim, sempre que possível, ainda que o treinamento represente o
afastamento temporário desse funcionário, deve-se lembrar que se trata de um
investimento necessário e que a empresa irá se beneficiar com esta medida.
2.1.2 Emoções positivas na relação de trabalho
O adoecimento de trabalhadores tem sido alvo de investigação das
ciências humanas, sociais e da saúde há mais de duas décadas. Tal
preocupação não ocorre somente no Brasil, mas também em escala
internacional, pois os danos provocados à saúde pelas condições de trabalho
ocasionam consequências que ultrapassam a vida profissional, envolvendo
tanto o trabalhador como sua família e a sociedade como um todo. (LEITE;
GONÇALVES; LUIZ VIANA, 2006).
Em oncologia, pode-se considerar que a frequência de doenças que
ocorrem em trabalhadores é ainda mais expressiva. Trata-se de situações em
que o trabalhador está muito próximo às condições de tais clientes. Suas
queixas relacionadas à dor e mal-estar, decorrentes não somente da doença,
mas do tratamento imposto pela doença, sua debilidade algumas vezes,
extrema, sangramentos, tristeza e pesar da família levam o funcionário mesmo
que da área administrativa, ao sofrimento psicológico.
Pensando nas pessoas em seu ambiente laboral, no sofrimento
decorrente das condições de trabalho impostas pelas consequências do novo
capitalismo, nota-se uma crescente pressão pela alta competitividade, levando,
muitas vezes, às pessoas a terem que superar seus próprios limites. Os
resultados de todo esse processo se fazem notar de forma mais contundente
por meio do estresse e das doenças laborais que acometem os trabalhadores.
(SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000).
Os gestores de clínicas onde ocorrem tais enfermidades decorrentes do
sofrimento devem ficar atentos e observar cuidadosamente, pois alguns
funcionários não têm condições nem mesmo de solicitar ajuda, para os
problemas pelos quais estão passando. Preferem sofrer silenciosamente, com
medo da possibilidade de que alguma demissão possa lhes ocorrer.
34
O trabalho é uma atividade social, que se realiza com outros e para
outros e é subordinado a um fim coletivo, contribuindo para a satisfação
profissional e a gratificação profissional. Os indivíduos consideram-se mais
realizados, quando sentem que o seu trabalho é útil, não só para si próprias,
mas também para a sua família e para a sociedade. (PINTO, 2009).
Os trabalhadores que se sentem felizes no trabalho desenvolvem com
mais vigor suas atividades em casa, além de demonstrar alegria e
tranquilidade para seus familiares. Estes também se beneficiarão destas
consequências para o trabalhador.
Os profissionais passam muito do seu tempo no trabalho e muitas vezes
ainda transportam para casa essas vivências. As experiências no trabalho
afetam o indivíduo, com implicações na sua saúde e bem-estar, que podem
trazer consequências tanto para o trabalhador quanto para a organização. As
consequências individuais têm implicação direta nos aspectos fisiológicos,
psicológicos e comportamentais, enquanto as organizacionais estão
relacionadas com absentismo, custos com seguro-saúde e produtividade, que
são aspectos que afetam mais diretamente as organizações. O
comprometimento organizacional traça um perfil de como o indivíduo se
expressa em relação ao seu trabalho e quanto à instituição em si; o
comprometimento afetivo, tal como uma das formas de estudar o
comprometimento organizacional de forma mais específica, pode ser definido
como a manifestação dos sentimentos de afiliação, lealdade, sentimento de
pertença, orgulho e desejo de contribuir para a organização na relação entre
trabalhador e instituição. (CHAMBEL, 2005; DANNA; GRIFFIN, 1999).
Danna e Griffin (1999) acrescentam que as experiências vividas no
trabalho, de natureza física, emocional, mental ou social, afetam as pessoas
tanto no seu ambiente laboral como em outros domínios da sua vida,
especialmente na família e noutros ambientes da sua existência.
35
A vida pessoal e a vida no trabalho não são momentos separados, ao
contrário, são domínios inter-relacionados com efeitos recíprocos. A forma
como o indivíduo se sente no trabalho encontra-se muito relacionada com a
forma como se sentem na vida. O conceito de Bem – Estar no Trabalho (BET)
abre uma nova perspectiva de investigação que se apoia na Psicologia
Positiva, tendo como foco os aspectos positivos dos indivíduos e das
organizações, contrapondo-se às abordagens que enfatizam o stress e os
mecanismos geradores de doenças, procurando-se identificar estratégias
psicológicas que promovam a melhor forma de enfrentar as situações
adversas. (PINTO, 2009).
Atualmente o exercício das atividades dos profissionais de saúde no
Brasil tem-se tornado crescentemente complexa devido ao conjunto de fatores
que tem conduzido ao aumento do estresse, em especial com relação com os
profissionais que exercem atividade assistencial, e às relações entre sociedade
e profissionais de saúde que se revelam profundamente conflituosas devido às
permanentes pressões a que estão submetidos, às políticas de saúde
ineficazes e recursos mal aplicados, pouco investimento em infra-estrutura.
Assim caminham os que ainda mantém amor ao trabalho e à vida. (LIMA;
LINS; LINS, 2007).
Neste sentido, o administrador hospitalar pode auxiliar o profissional de
saúde, compreendendo que se trata do indivíduo que se encontra, na maioria
das vezes diante do cliente, e sendo alvo de agressões diretas e indiretas de
um indivíduo o qual, provavelmente está fragilizado e desnorteado, devido às
fragilidades impostas pelas suas condições que não se resumem apenas à
doença, mas, a todas às consequências que a doença impõe.
36
CAPÍTULO III
COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES
HOSPITALARES
O processo de trabalho e seus mecanismos de controle e organização
passam por profundas transformações, bem como a reprodução material da
força de trabalho. Estas mudanças requerem uma renovada qualificação e
capacitação profissional tecendo novos laços entre saberes e habilidades, em
que o trabalhador se defronta com a necessidade de ler livros, estudar
diariamente, romper paradigmas, aproveitar o ritmo do processo,
desenvolvendo sua identidade profissional, aperfeiçoando sua própria carreira,
trabalhando feliz para desenvolver, capacitar e reter talento. (CÓRDOVA,
2001).
O trabalhador deve estar ciente de que seu crescimento pessoal
independe do cargo que ocupa numa instituição hospitalar concorrerá para o
crescimento da organização. Algumas vezes, o trabalhador encontra
dificuldades para identificar recursos que poderiam auxiliá-lo a manter-se
atualizado ou mesmo motivado a buscar meios que ampliariam seus
conhecimentos.
37
3.1 A contribuição da gerência de uma organização hospitalar para
um comportamento colaborativo da equipe
Uma organização hospitalar seja de iniciativa pública ou privada
necessita do trabalho dos gerentes e dos subordinados a esses gerentes. As
duas partes devem interagir para que os resultados venham a beneficiar a
organização como um todo, incluindo gerentes, subordinados e clientes.
Gerentes de linha supervisionam seus subordinados como parte
integrante de seu trabalho. Os subordinados demandam atenção e
acompanhamento, pois enfrentam várias contingências internas e externas e
estão sujeitos a problemas de ordens diversas como particulares, familiares,
financeiros, de saúde, preocupações diversas, dificuldade de transporte, ou de
atendimento a compromissos, problemas com drogas, fumo ou álcool.
(CHIAVENATO, 2005).
Auxiliar os subordinados a se autorrealizarem, porém, não se restringe a
tecer-lhes elogios a todo o momento. Convém mostrar que podem ir mais
além, há um caminho a ser percorrido e que requer o esforço de cada um.
Dessa forma, vai-se aperfeiçoando, em busca de melhores resultados.
Pois, conforme afirma Cortella (2009), não nascemos prontos e
acabados. A advertência é fundamental. A satisfação não deixa margem para
a continuidade, a persistência, o desdobramento. É preciso, porém, que os
profissionais aprendam a receber aconselhamentos, acolher críticas que
colaborarão para o seu crescimento.
Nesse sentido, a gerência poderá mostrá-los que a visão de outros
membros da equipe poderá colaborar para o seu aprimoramento. Por outro
lado, poderá oferecer cursos sobre como tecer críticas, especialmente em
público.
.
38
3.1.1 Ambiente colaborativo de funcionários de uma organização privada
especializada em oncologia
Organizações privadas especializadas em oncologia têm mostrado
resultados satisfatórios no atendimento aos clientes que utilizam seus serviços,
observados na mídia, através de relatos em jornais e outros meios de
comunicação. Trata-se de clientes com necessidades especiais, fragilizados
após o recebimento de informações acerca de seu diagnóstico, e ante as
expectativas do tratamento ao qual deverão se submeter.
Acredita-se que isto também possa ser atribuído ao fato de a sociedade
atual exigir das empresas um comportamento ético, e a esse propósito,
destaca-se a necessidade de defesa de seus direitos. (COSTA, 2004, p.4).
Funcionários, quando trabalham satisfeitos e se sentem valorizados, são
capazes de atuar e colaborar para que a organização obtenha maiores lucros,
e quando lhes é dado à oportunidade de participar dos lucros dessas
empresas, sentem-se ainda mais motivados a cooperar com tais gestores.
Nesse sentido, conforme explica Kanaane (1999, p.54) uma pessoa é
analisada sob dois aspectos: como ser social e ser político. O trabalhador deve
ser participativo, já que é um dos pontos primordiais para que haja uma
integração entre o homem e a produção, valorizando este trabalhador. O que
tem sido obtido com a postura de algumas empresas que adotaram a
participação do funcionário nos lucros.
É conveniente destacar que organizações privadas especializadas em
oncologia também se mostram interessadas, de acordo com os resultados que
vêm apresentando, em investir no desenvolvimento de pessoal. Funcionários
necessitam de conhecimentos que lhes possibilitem mudar de atitudes e
comportamentos não somente com o cliente, mas, com a própria organização
da qual fazem parte.
39
Este representa um conjunto de atividades e processos cujo objetivo é
explorar as fronteiras de aprendizagem e capacidade produtiva do potencial
humano nas organizações. Objetiva a aquisição de novas habilidades e novos
conhecimentos e à modificação de comportamentos e atitudes. Busca definir
métodos e procedimentos que possibilitem maximizar o desempenho
profissional e elevar os níveis de motivação para o trabalho. Evidenciou-se que
um plano de desenvolvimento motiva as pessoas da organização, criando
perspectivas de evolução e contribuindo para melhoria de resultados.
(KANANAE; ORTIGOSO, 2010).
Acreditamos também que as organizações privadas estejam atentas ao
que oferecem os meios de educação, pois os meios de educação têm
mostrado difundirem mais eficientemente ideias do que outras instituições,
uma vez que os indivíduos estão mais sintonizados com estas, e
consequentemente, delas obtêm um maior número de informações.
Conforme explicou Cortella (2012)* quando afirma que a educação é um
conceito mais ampliado. A escolarização está dentro de educação. Você
encontra-se durante todo o tempo se formando: na família, no emprego, na
comunidade, no sindicato, na igreja. Um dos locais onde você se forma é na
escola. Mas, por exemplo, os meios de comunicação formam por muito mais
tempo um cidadão do que a própria escola.
Tais considerações nos levam a depreender que dentro das próprias
organizações privadas, podem ser oferecidos aos funcionários cursos de
aperfeiçoamento, especialização, dentre outros, como já fazem algumas
organizações públicas e privadas. Ou, ainda que a escala dos funcionários seja
organizada de forma a permitir que estes frequentem as aulas de
aperfeiçoamento, ou cursos de curta duração.
Profissionais que atuam na área de oncologia estão expostos, no seu
cotidiano de trabalho às situações que geram conflitos. Dentre os fatores que
predispõem a tais conflitos, destacam-se as frequentes perdas por óbito, as
* CRN Brasil Entrevista. http://crn.itweb.com.br/35524/mario-sergio-cortella-fala-sobre-
educacao-economia-e-o-papel-do-empresariado-brasileiro/, 14, 5, 2012.
40
pressões que expõem o tradicional modelo médico de responsabilidade em
relação à cura e à longevidade, o trabalho constante com doenças graves e
com a tristeza do familiares, o contato constante com os familiares e paciente,
conduzindo à criação de vínculo com maior envolvimento com o problema
vivido. (FORMÉS, 1991).
O profissional que trabalha na área oncológica deve ser compreendido
pela administração da organização no que se refere às suas dificuldades de
lidar com casos muito graves, nos quais ainda não existem recursos
disponíveis para a cura, mesmo quando se trata de clientes com situação
financeira privilegiada e abastada, que lhes permite dispor de enormes gastos
com seu tratamento.
É comum que o profissional sinta-se impotente diante da doença,
principalmente em sua fase terminal, e que pode traduzir-se em revolta e
abatimento. Nestes casos, é de suma importância à forma como a equipe se
comunica e interage com eles. Dessa forma, a comunicação não deve ser
compreendida, somente como um processo de transmissão de informações,
mas como uma possibilidade de entendimento entre as pessoas. (GOMES;
ANSELMO; LUNARDI FILHO, 2000).
Quando existe integração e colaboração entre os membros de uma
equipe aliado a proximidade administrativa, na qual foi estabelecida uma
harmoniosa relação, estar-se-á promovendo segurança e confiança para os
clientes, pois estes se ressentem com a falta de solidariedade entre os
profissionais, ainda que não tenham a oportunidade de expressar. Nestes
casos, o gerenciamento da organização poderá colaborar estimulando os
profissionais a cooperarem mutuamente em prol dos clientes que ali se
encontram. Cada profissional munido deste estímulo poderá desenvolver uma
ação que dependerá de sua atitude. É o que Soares (2000) considera como
sendo um dos elementos essenciais no processo de autonomia do ser
humano.
Neste processo, portanto, considera-se de grande valia, a interação
multiprofissional, tendo a clareza da possibilidade de visualizar o cliente como
um todo, nos seus aspectos bio-psico-socioespirituais, uma vez que o cuidado
41
à saúde transcende o simples ato de assistir com foco no fazer, nas técnicas
ou nos procedimentos. Significa, além disso, reconhecer os clientes e seus
entes como seres humanos singulares, os quais estão vivenciando um difícil
período de suas vidas. (COSTA; LUNARDI FILHO; SOARES, 2003).
3.1.2. A satisfação do cliente oncológico
O cliente oncológico que utiliza os serviços disponíveis de uma
instituição deve ser ouvido em relação à atenção que lhe é dispensada, não
somente pela equipe de enfermagem como pela equipe administrativa. Uma
boa comunicação aliada a um tratamento humanizado pela instituição, ainda
que se trate de uma situação especial, impulsiona este individuo a prosseguir
em sua caminhada. Relatos de pacientes cujo tratamento oncológico é
estabelecido em clínicas particulares auxiliam as equipes na obtenção de um
nível satisfatório de atenção a esta clientela específica.
Como se afirma nas proposições do Prêmio Nacional da Qualidade
/1993 ( LEMME, 2005, p.90):
A percepção do cliente é a base e o ponto de partida para
a divulgação dos valores quanto à qualidade dentro e fora
da Empresa. A qualidade em serviços requer a
observação do desdobramento de um processo e sua
avaliação em relação ao julgamento do consumidor. O
único padrão de comparação totalmente válido é o nível
de satisfação do cliente. É a percepção que importa –
algo muito mais difícil de medir do que as dimensões
físicas de um produto.
É através do cliente que se pode medir os resultados das ações que
estão sendo realizadas, as medidas que estão sendo tomadas. O cliente que
utiliza os serviços da organização dispõe de mais recursos do que os próprios
42
empregadores e empregados para observar o que o cerca, se os funcionários
estão trabalhando com satisfação, pois está sendo atendido num ambiente
diferente de seu domicílio e, afastado de suas atividades rotineiras, pode ficar
mais a vontade e assim, capta com mais facilidade algo que esteja em
desacordo com a proposta da instituição. Ao buscar a opinião do cliente, está-
se aproximando do que pode ser feito para reparar eventuais falhas ocorridas
na instituição, ou mesmo para obter resultados ainda melhores.
O paciente portador de câncer, conforme explica Pessini (1996) deve
ser considerado dentro de uma visão holística e multidisciplinar, com vistas a
compreendê-lo nas suas múltiplas relações para oferecer uma atenção
profissional humanizada solidária, geradora não somente de saúde, mas,
especialmente, de vida. Ele se sentirá mais amparado em suas necessidades
de atenção, ainda que se trate de um caso de doença avançada. A equipe
poderá ajudá-lo em sua caminhada.
Organizações hospitalares têm buscado a avaliação da qualidade dos
serviços prestados com fins de aperfeiçoar os seus processos de trabalho, e,
para satisfazer as necessidades dos seus clientes, necessitam disponibilizar
canais para ouvi-los, assim estarão colaborando para que as expectativas
desses clientes direcionem às mudanças necessárias. (DIACOU; SILVA, MAIA,
2004).
Sabe-se que é complexo se dispor a ouvir as opiniões do cliente,
principalmente em se tratando do cliente oncológico, o qual mesmo antes da
confirmação de seu diagnóstico convive com um “fantasma” dentro de si. Mas,
ele poderá sobremaneira auxiliar uma organização com seus relatos, seus
depoimentos da forma como foi atendido, como gostaria de ser atendido.
Ainda que não tenha completa consciência de seus direitos, sabe da
existência destes, e necessita da atenção da organização hospitalar para o
prosseguimento de seu tratamento. Todas as tentativas são válidas para ele,
que na maioria das vezes, deseja viver mais e melhor.
Reconhece-se que nem sempre a satisfação do cliente revela uma
relação com a boa ou má qualidade da assistência, pois aí devem entrar os
julgamentos técnicos. Porém, os leigos fazem seus julgamentos a partir de
43
relações com o humanismo que recebem, através de respeito, comunicação
clara, possibilidade de decisão frente às ações de tratamento, tolerância e
compreensão as quais são demonstradas pela equipe que os assiste. Dessa
forma, pessoas que pertencem a grupos de menor condição socioeconômica
utilizam critérios de natureza emocional, como afabilidade, para avaliarem
acerca de um serviço. As classes de maior condição socioeconômica, por outro
lado, avaliam os serviços prestados considerando, também, aspectos técnicos
envolvidos no cuidado. (ADAMI, 1993).
Partindo-se do pressuposto que toda empresa prestadora de serviços
age com vistas ao lucro, e conscientes da existência de inúmeras empresas
que agem na mesma perspectiva, e que o cliente pode optar a que melhor
atenda suas necessidades, é que se pode afirmar que as organizações devem
procurar desenvolver suas ações de trabalho seguindo os melhores padrões
possíveis de qualidade. (MOURA, 2006).
Desta forma, ainda que direcionados para os lucros, estarão atendendo
às necessidades dos clientes, uma vez que é este o primeiro a se dirigir a uma
instituição de saúde para buscar auxílio para sua enfermidade.
Por essa razão, para verificar se o hospital realmente possui uma
administração de qualidade, é necessário realizar uma pesquisa direcionada
para o grau de satisfação dos clientes, porém essa variável é complexa para
ser aferida, uma vez que é o reflexo de opiniões influenciadas por diversas
situações, expectativas e antecedentes. (KOTAKA; PACHECO; HIGAKI, 1997).
A satisfação desses clientes representa a qualidade dos serviços
prestados pela organização, por se tratar de uma avaliação global realizada
pelo consumidor, com base em várias experiências de compra e consumo ao
longo do tempo, constituindo dessa forma, uma avaliação contínua com
relação à habilidade da instituição em proporcionar os benefícios que o cliente
deseja. (MILAN; TREZ, 2005). O cliente é influenciado por várias situações, já
que as percepções da qualidade do serviço são afetadas pelo que é fornecido
e pela forma como esse cliente é tratado, pela comunicação transmitida
durante ou após o atendimento. (CABRAL, 2007).
44
Com base nessas considerações, observa-se a relevância que um
eficiente sistema de comunicação produz tanto para atender as necessidades
do cliente quanto às metas da instituição. Uma comunicação eficaz promove a
tranquilidade do cliente, poderão evitar conflitos, questionamentos e queixas de
toda sorte posteriormente.
3.2. Aspectos da gerência pública e privada na atenção aos clientes em
oncologia
A política em oncologia tem como prioridade a articulação do Ministério
da Saúde – MS com o Instituto Nacional do Câncer – INCA. Em conjunto com
as Secretarias de Saúde dos Estados e municípios nacionais para composição
da Rede de Atenção Oncológica – RAO, organiza o acesso dos usuários aos
centros e unidades de alta complexidade, que integram o Sistema Único de
Saúde – SUS, autorizando instituições para cobertura de atendimento dos
usuários. Cada Estado da federação possui, pelo menos, um serviço público,
privado e/ou filantrópico para oferecer atendimento integral à sociedade nos
mais variados níveis de desenvolvimento vital, contemplando atenção à
criança, adolescente, homens, mulheres e terceira idade (BRASIL, 2005).
Entretanto, conforme explica Habermas (1980) a presença de muitos
serviços privados podem se sobrepor aos públicos, no qual a disponibilização
do acesso à saúde para todos é influenciada pela correlação entre o público e
privado na composição do SUS. A gestão e controle social influenciam os
setores públicos que estão passíveis de serem privatizados, além da falta de
confiança na qualidade dos atendimentos ofertados, exigindo que a camada
mais favorecida busque um plano de saúde para garantir uma necessidade
básica, um dever do Estado na esfera pública.
Nogueira (2004) afirma que algumas pessoas acreditam que o serviço
público apresenta qualidade inferior ao ser comparado com a assistência
particular, desfavorecendo a credibilidade do serviço junto à população. O que
leva a depreender que as pessoas julgam que a assistência privada poderá
45
dispor de mais recursos para obtenção de medicamentos de última geração, e
que dessa forma, clientes podem se beneficiar de outros protocolos de
tratamento com novos medicamentos, caso o protocolo ao qual tenha se
submetido venha a falhar.
As organizações hospitalares apresentam características próprias no
que se refere ao sistema que as gerencia. (Abdala et al., 2006). Porém, as
organizações tanto públicas quanto privadas especializadas em oncologia têm
mostrado através de seus gestores um interesse em valorizar a equipe de
profissionais que presta serviços a tais organizações. Tais interesses são
voltados através do incentivo a cursos de pós-graduação, treinamento em
outros hospitais, e também com reuniões de toda a equipe multiprofissional,
mostrando que todos os funcionários merecem ser valorizados.
Um bom atendimento em saúde requer além de saber diagnosticar uma
doença com rapidez e indicar a medicação adequada; abrange,
necessariamente, a qualidade de vida dos pacientes, dos familiares e dos
profissionais de saúde. O afeto, o bom relacionamento, o ambiente de trabalho
acolhedor geram soluções para a clínica e a saúde para quem está na posição
de cuidador. A equipe também pode mostrar coesão atuando como força
política, capaz de provocar mudanças no seu microambiente e, de forma ativa,
pressionar para que estas aconteçam também em um nível “macro” de
atuação (interação da equipe com os gestores). (INSTITUTO NACIONAL DE
CÂNCER, 2010).
Tais requisitos devem fazer parte de organizações públicas e privadas,
pois os dois sistemas lidam com a saúde de indivíduos em condição
vulnerável. Os dois sistemas envolvem por um lado, clientes fragilizados, com
dores e desconforto algumas vezes, insuportável. Somente o cliente sabe
como está se sentindo. Por maiores que sejam os seus recursos, quem poderá
avaliar o que ele está sentindo é somente este.
46
CONCLUSÃO
Os benefícios obtidos através do trabalho colaborativo entre a gerência
e seus subordinados, entre os próprios subordinados se reflete no atendimento
aos clientes, os quais também colaborarão para a satisfação dos funcionários.
O material utilizado para compor este estudo, incluindo o conteúdo
obtido na internet, o caso descrito, e as reportagens evidenciaram que a
cooperação entre os funcionários não concorre somente para o crescimento da
organização, mas também para a autorrealização e satisfação dos
funcionários, os quais poderão desenvolver um olhar mais cuidadoso e
humanizado para com os clientes que dependem diretamente de seus
cuidados.
A gerência de uma organização deve investir em seus recursos
humanos para que os mesmos se sintam valorizados e possam dar sua
contribuição a favor de todos os seus integrantes. Os funcionários devem
exercer suas funções com gosto pelo que fazem, pois trabalharão mais
satisfeitos. Em oncologia, se lida, constantemente, com uma clientela
fragilizada pelas expectativas do tratamento e da resposta do organismo ao
mesmo, a qual é individual, por isso uma equipe colaborativa voltará seu
interesse para que o cliente também se sinta valorizado e possa cooperar com
seu próprio tratamento.
A equipe precisa conhecer a força que têm quando se unem por um
interesse maior: o bem-estar do cliente. É preciso ter a consciência de que o
que for dito e realizado com esse cliente terá repercussões que somente este
seria capaz de dizer, se o desejasse.
Nesse sentido, observa-se que os gestores hospitalares de clínicas
privadas e públicas, têm mostrado interesse em acompanhar de perto como os
profissionais de saúde estão atuando, como estão realizando cuidados.
Vislumbra-se nestes administradores o desejo de estabelecer uma parceria
com esses profissionais, uma vez que os gestores também ouvem as opiniões
de clientes, inclusive, aqueles portadores de câncer.
47
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Internet; Comportamento ser e estar 48
Anexo 2 >> Entrevista 53 Anexo 3 >> Reportagens; 55
48
ANEXO 1
Comportamento
Ser e Estar
“Às vezes penso, às vezes sou”.
(Paul Valéry)
Tenho observado com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes
na vida em sociedade. E seja no ambiente corporativo, familiar, político, social,
enfim, qualquer que seja o meio no qual estejam inseridas, preocupa-me a
instabilidade, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante
questões diversas que lhes são impostas.
As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo
subserviente, através dos quais manifestam-se em defesa de interesses de
curto prazo, pontuados isoladamente e localmente, como se estivessem
desconectadas do organismo social.
Políticos fazem alianças historicamente incongruentes em troca de alguns
minutos adicionais no horário eleitoral gratuito, independentemente da
dissonância ideológica e pragmática futura em caso de êxito no pleito.
Profissionais travam um verdadeiro jogo de xadrez em suas companhias
prejudicando o colega da mesa ao lado em lances ardilosos engendrados nos
corredores e nas pausas para o café, em busca de uma notoriedade que
pretensamente lhes venha conferir uma maior remuneração. Amigos cultivados
ao decorrer de anos capitulam nos momentos mais críticos, negligenciando
ajuda e apoio. Familiares desagregam-se ao primeiro sinal de dificuldade
econômica. Pais apregoam a ética a seus filhos, enquanto ultrapassam
veículos pelo acostamento no final de semana, tendo-os por testemunhas.
49
Há uma inversão recorrente dos valores, da ética, da moral, do caráter. As
pessoas deixam de ser o que sempre foram e passam a estar o que lhes
convém.
Valores
Valores são definidos como normas, princípios, padrões socialmente aceitos.
São-nos incutidos desde cedo, fruto do meio social, e quando chancelados
pela conduta humana, considerados eticamente adequados. Somos orientados
a aceitá-los, evitar questioná-los. E acabamos cerceados da possibilidade de
exercer nossa criatividade, nossa imaginação, nosso livre arbítrio. Como diria
Rousseau, “o homem nasce livre e por toda parte encontra-se a ferros”. Se tais
parâmetros carecem de concordância, optamos não por alterá-los, mas por
desrespeitá-los. Daí advém uma primeira cisão: regras são feitas para serem
quebradas; contratos, para serem rompidos.
A moral de um lobo é comer carneiros, como a moral dos carneiros é comer a
grama. Este instinto animal tem inconscientemente caracterizado o
comportamento humano o qual tem denotado uma moral dupla: uma que
prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.
Não são os princípios que dão grandeza ao homem. É o homem que dá
grandeza aos princípios. Curiosamente é mais fácil lutar por princípios do que
aplicá-los. Mas esta é uma luta que deve ser travada diariamente com
paciência e sabedoria, ajustando a palavra à ação, a ação à palavra.
Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites
do mundo. Por isso, esta luta trata-se de litigar paradigmas. Criar e difundir
novos. Não esmorecer, mesmo sentindo a mente turva. Todos vivemos sob o
mesmo céu, mas nem todos vemos o mesmo horizonte. E quando se tem o
horizonte enevoado, é preciso olhar para trás para manter o rumo. A vida,
disse Kierkegaard, só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só
pode ser vivida, olhando-se para frente.
50
Caráter
Caráter é destino, disse Heráclito de Éfeso. É aquilo que fazemos quando
ninguém está olhando. É nossa particularidade, nossa maior intimidade, nosso
segredo mais bem guardado. É nosso maior companheiro, nossa maior paixão
– e, às vezes, nosso maior fantasma. É construído desde a mais tenra idade,
simbolizando nossa maior herança – e nosso maior legado.
Um homem de caráter firme mostra igual semblante em face do bem ou do
mal. Preocupa-se mais com seu caráter do que com sua reputação, pois sabe
que seu caráter representa aquilo que ele é, enquanto sua reputação, apenas
aquilo que os outros pensam. E sua firmeza de propósitos o faz com que opte
pela singularidade de seu próprio julgamento.
O caráter testa-se em pequenas coisas. Num olhar, num gesto, numa palavra.
Quando queremos saber de que lado sopra o vento atiramos ao ar não uma
pedra, mas uma pluma. Há um provérbio dos índios norte-americanos que diz:
“Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau, o outro é muito
bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que
alimento mais freqüentemente”.
Acredito que as adversidades além de fortalecerem o caráter, revelam-no.
Tornam-no mais tenaz, purificam-no.
Caráter é destino. E o destino não é uma questão de sorte, mas uma questão
de escolha. Não é uma coisa que se espera, mas que se busca. O futuro de
um homem está decididamente escrito em seu passado.
Mudança
Não existe nada permanente, exceto a mudança. Porém, mudar e mudar para
melhor são coisas diferentes. As pessoas não resistem às mudanças, resistem
a ser mudadas. É um mecanismo legítimo e natural de defesa. Insistimos em
tentar impor mudanças, quando o que precisamos é cultivar mudanças.
51
O dinheiro, por exemplo, muda as pessoas com a mesma frequência com que
muda de mãos. Mas, na verdade, ele não muda o homem: apenas o
desmascara. Esta é uma das mais importantes constatações já realizadas,
pois auxilia-nos a identificar quem nos cerca: se um amigo, um colega ou um
adversário. Infelizmente, esta observação, não raro, dá-se tardiamente,
quando danos foram causados, frustrações foram contabilizadas, amizades
foram combalidas. Mas antes tarde, do que mais tarde.
Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais. Somos o
que fazemos e o que fazemos para mudar o que somos. Nos dias em que
fazemos, realmente existimos: nos outros apenas duramos.
Segundo William James, a maior descoberta da humanidade é que qualquer
pessoa pode mudar de vida, mudando de atitude. Talvez por isso a famosa
Prece da Serenidade seja tão dogmática: mudar as coisas que podem ser
mudadas, aceitar as que não podem, e ter a sabedoria para perceber a
diferença entre as duas.
Tolerância
Cada vida são muitos dias, dias após dias. Caminhamos pela vida cruzando
com ladrões, fantasmas, gigantes, velhos e moços, mestres e aprendizes. Mas
sempre encontrando nós mesmos. Na medida em que os anos passam tenho
aprendido a me tornar um pouco pluma: ofereço menos resistência aos
sacrifícios que a vida impõe e suporto melhor as dificuldades. Aprendi a
descansar em lugares tranqüilos e a deixar para trás as coisas que não preciso
carregar, como ressentimentos, mágoas e decepções. Aprendi a valorizar não
o olhar, mas a coisa olhada; não o pensar, mas o sentir. Aprendi que as
pessoas, via de regra, não estão contra mim, mas a favor delas.
Por isso, deixei de nutrir expectativas de qualquer ordem a respeito das
pessoas. Atitudes insensatas não mais me surpreendem. Seria desejável que
todos agissem com bom senso, vendo as coisas como são e fazendo-as como
deveriam ser feitas. Mas no mundo real, o bom senso é a única coisa bem
distribuída: todos garantem possuir o suficiente...
52
Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que
impedimos de fazer. Nós não aprendemos nada com nossa experiência. Nós
só aprendemos refletindo sobre nossa experiência. Todos temos nossas
fraquezas e necessidades, impostas ou auto-impostas. “Conheço muitos que
não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”, disse
François Rabelais.
Por tudo isso, é preciso tolerância. É preciso também flexibilidade. Mas é
preciso fundamentalmente policiar-se. Num mundo dinâmico, é plausível rever
valores, adequar comportamentos, ajustar atitudes. Mantendo-se a integridade.
PS: O texto utiliza frases de Albert Camus, Alexander Hamilton, Anatole
France, Bertrand Russel, Confúcio, Descartes, James Joyce, John Wooden,
Melody Arnett, Pe. Antônio Vieira, Peter Senge, Robert Sinclair,
Schopenhauer, Shakespeare, Tristan Bernard e William Bryan.
TomCoelho
Matéria da 4ª semana de setembro / 2003
Tom Coelho, com graduação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela
ESPM/SP e especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de
Vida no Trabalho pela FIA/USP, é empresário, consultor, escritor e palestrante,
Diretor da Infinity Consulting, Diretor do Simb/Abrinq e Membro Executivo do
NJE/Fiesp. Contatos através do e-mail [email protected]. Visite
www.tomcoelho.com.br.
53
ANEXO 2
CASE
Clinica de Oncologia Oncomed – JUN/2008 –
Juliana de Souza, mãe de 2 filhos, é casada. É formada em Letras.
Começou sua carreira trabalhando na área de saúde.
“Eu era recepcionista, atendia as pessoas para que fossem atendidas
por profissionais médicos”, lembra. Saiu para trabalhar na Escola. Depois da
sala de aula voltou para a área de saúde (Clínica Oncomed), onde está até
hoje. Ficou quase 4 anos trabalhando em um setor de liberação de tratamento
de quimioterapia. “Na clínica tinha como maior responsabilidade liberar um
doente de câncer e fazer seu tratamento de acordo com as condições
burocráticas de um plano de saúde.. Realizava todas as ações para que essas
pessoas pudessem ser atendidas, terem seus problemas resolvidos e sairem
curadas daquele local. Foi nestas idas e vindas que conheci uma paciente CI...
minha vida mudou neste dia, percebi na fala daquela mulher a importância de
viver.” Muito angustiada com o diagnóstico aguardava o seu médico e com
todo carinho para minha pessoa estava sempre confiante e comigo
desabafava.
CI – Juliana ...sempre trabalhei muito na minha vida e tudo o que
conquistei foi com muito esforço.
Juliana – O segredo está em entender o que leva um ser humano
trabalhar tanto... o que ele busca? Pensei eu. porque sempre trabalhei muito
para conseguir algo na vida...Porque até aquele dia o principal era trabalhar e
chegar em algum lugar. Sempre com a incumbência de ter nas mãos a
permissão do convênio para aquela pessoa tratar e tentar entregar em tempo
hábil sua autorização da melhor forma. Mas naquele dia eu não tinha a sua
liberação e precisei falar que seu convênio não autorizaria seu tratamento por
se tratar de um medicamento oral...
Juliana – C.. seu tratamento não foi autorizado.....
54
CI – Não existe um momento para esta resposta. Porque tudo que
conquistei se precisar vender tudo que tenho para comprar meu remédio farei
isso...me desfaço de tudo. Mas quero viver....
Juliana – Parei tudo naquele momento e disse... A vida é muito mais
importante do que qualquer bem material. Mas tudo ficará bem.. confie ...
55
ANEXO 3
Reportagens
Comportamento | N° Edição: 2200 | 06.Jan.12 - 21:00 | Atualizado em 01.Fev.13 - 11:45
A arte de se relacionar
Como as seis habilidades fundamentais que compõem a nova teoria da inteligência social - a capacidade de lidar com as outras pessoas - podem garantir o sucesso na vida pessoal e profissional
Débora Rubin
Sim, o gene da gentileza existe. E, segundo estudo da Universidade de
Toronto, no Canadá, que fez a descoberta, a chance de se nascer com ele é
uma em três. Os felizardos portadores do genótipo GG, como é chamado, são
aqueles simpáticos, extrovertidos, bem-relacionados e sempre dispostos a
ouvir o que os outros têm a dizer. Os demais tipos, AG e AA, tendem à
desconfiança e não são lá muito sensíveis às necessidades alheias. Mas se
você não se reconhece nos “gegê”, não se preocupe. A arte de se relacionar,
cada vez mais apontada como item fundamental para se alcançar e manter o
sucesso na vida pessoal e profissional, virou uma espécie de obsessão dos
estudiosos do comportamento humano nos últimos anos e do trabalho deles
vem emergindo uma série de conclusões mostrando que o destino genético,
neste caso, não é definitivo e que existem outras maneiras de adquirir aquilo
que a biologia lhes negou.
Uma delas é aprimorar a sua inteligência social, um novo conceito que
começa a ganhar espaço em consultórios de psicologia, lares e até mesmo
nas empresas e que pode ser definido como a capacidade de lidar com as
outras pessoas e entender os sentimentos alheios. “Melhorar nossas
competências sociais é fundamental para se ter mais qualidade de vida”,
afirma a psicóloga Mônica Portella, do Centro de Psicologia Aplicada e
56
Formação do Rio de Janeiro (CPAF-RJ), autora do livro “Estratégias de THS –
Treinamento em Habilidades Sociais” e uma das principais propagadoras da
chegada de uma era da inteligência social.
O conceito segue na esteira de um outro fenômeno da psicologia, a propagada
inteligência emocional – termo que ficou mundialmente famoso nos anos 1990,
a partir dos best-sellers do psicólogo americano Daniel Goleman, e se tornou
uma espécie de referência para avaliar as probabilidades de uma pessoa ser
bem-sucedida. Quanto maior a capacidade de identificar os nossos
sentimentos e dos outros, de nos motivar e gerir bem nossas emoções e
relacionamentos, maior o coeficiente de inteligência emocional. A inteligência
social, por sua vez, está atenta à forma como o indivíduo ocupa seu espaço
nos ambientes coletivos. E propõe uma verdadeira ginástica psicológica para
exercitar habilidades atrofiadas de convivência. Pelos preceitos da psicologia
positiva, quando se treina constantemente determinadas habilidades, é
possível ajeitar defeitos de fabricação e construir relacionamentos saudáveis.
Segundo especialistas que se debruçaram sobre o tema, são seis as
habilidades que devem ser trabalhadas: comunicação verbal, não verbal,
assertividade, autoapresentação, feedback e empatia (leia quadros).
57
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DERTONI, Roberto. Jogo da Economia. Boletim de Pedagogia Social n.15,
abr.2002.
GRAMIGNIA, Maria Rita. Modelo de Competências e Gestão dos Talentos.
São Paulo: Pearson, 2002.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Sistema, organização e métodos. Uma
abordagem gerencial. 7ed. São Paulo: Atlas, 1996.
RICH, Elaine; KNIGHT, Kevin. Inteligência artificial. Tradução: Maria Cláudia
Santos Ribeiro Ratto. 2ed. São Paulo: Editora McGraw Hill Ltda.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 9ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.
SENGE, Peter M. A quinta disciplina: arte, teoria e prática da organização de
aprendizagem. 7ed. São Paulo: Best Seller, 2000.
TREVISAN, Neiva Vieira; LAMEIRA, Leocadio J.C.R. Formação do educador
para pedagogia nas empresas. Revista do Centro de Educação, ed.2003, n.21.
58
BIBLIOGRAFIA CITADA
1. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 2ª ed. Rio de Janeiro:
editora Elsevier, 2004, 534 p.
2. CORTELLA, Mário Sérgio. Não nascemos prontos! Provocações
filosóficas. 14ed. Petrópolis: Vozes, 2012.134p.
3. KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações. O
homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1999.
4. LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Elisa Dalmaso Afonso. Pesquisa em
educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e
Universitária, 1986. 99p.
5. YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 3 ed. São
Paulo: Bookman, 2004.
6. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
7. MINAYO, Maria Cecília et al. Pesquisa Social: Teoria, método e
criatividade.19 ed.Petrópolis: Vozes, 2001.
8. NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa – características, usos e
possibilidades. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.1,
n.3, p.1-5, 2º sem.1996.
9. VERGARA, Sylvia C. Métodos de pesquisa em administração. São
Paulo: Atlas, 2005.
59
10. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração de projetos. Como
transformar ideias em resultados. 3 ed.São Paulo: Atlas, 1997.
11. MUSSAK, Eugenio; CORTELLA, Mário Sérgio. Liderança em Foco.
Campinas: Editora Papirus 7 mares, 2010. 160p.
12. LAS CASAS, A.L. Qualidade total em serviços: conceitos, exercícios,
casos práticos In. PORTELA, Odete Terezinha; SCHMIDT, Alberto
Souza. Proposta de metodologia de avaliação e diagnóstico de gestão
hospitalar. Acta paul enferm., São Paulo, v.21 (número especial), p.198-
202, 2008.
13. BARROS, Elsimar. Mudanças de práticas de gestão em instituições de
saúde com a adoção do modelo do CQH – Compromisso com a
Qualidade Hospitalar. 2008, 124f. Dissertação (Mestrado em Gestão de
Negócios). Universidade Católica de Santos, Santos, 2008.
14. SANTOS, Ítalo Emanuel Rolemberg dos; ARRUDA, João Sigefredo.
Análise do perfil profissional dos gestores dos hospitais particulares de
Aracaju-SE. Revista Eletrônica da Faculdade José Augusto Vieira. Ano
V, n.7, setembro 2012.
http://fjav.com.br/revista/Downloads/edicao07/Analise_do_Perfil_Profissio
nal_dos_Gestores_dos_Hospitais_Particulares_da_Cidade_de_Aracaju_
SE.pdf, 2012.
15. VIEIRA, Valéria. O papel do gestor hospitalar no mercado. Opinião. 7
jul.2012. http://saudeweb.com.br/12613/o-papel-do-gestor-hospitalar-no-
mercado/ 08-02-2013.
16. LOCKS, Maria Teresa R. A função do gestor de organizações de saúde.
(disciplina apresentado através de slides no curso de Administração
60
Hospitalar). 10 jan.2007.
http://www.slideshare.net/biblisaocamilo/administrao-hospitalar
17. VILANOVA E SILVA, Alessandri Campos. A importância do
administrador hospitalar. 17 jul.2009.
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-do-
administrador-hospitalar/31998/
18. HAUSER, Suely Domingues Romero. Considerações sobre o trabalho
psicopedagógico em ambiente hospitalar. In: SANTOS, Márcia Andréa
Lopes dos; GOMES, Luciane da Silva. Qualidade da gestão hospitalar:
parâmetros da qualidade. Contribuciones a la economia.
http://www.eumed.net/ce/2009b/lssg2.htm, 2009.
19. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Critérios Compromisso com a
Excelência e rumo à Excelência 2009-2010. Fundação Nacional da
Qualidade - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2009.
20. SILVA, Albertina Maria Batista de Sousa da et al. Gestão da Qualidade
do Serviço Hospitalar em Organizações Privadas de Saúde do Estado do
Rio de Janeiro: Estudo Comparativo. In: VI Congresso Nacional de
Excelência em Gestão- Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade
para a Gestão Sustentável, Niterói, 2010. Anais...5-7 ago.2010.
21. MEZOMO, João Catarin. Gestão da Qualidade na saúde-Princípios
básicos. In: SILVA, Albertina Maria Batista de Sousa da et al. Gestão da
Qualidade do Serviço Hospitalar em Organizações Privadas de Saúde do
Estado do Rio de Janeiro: Estudo Comparativo. In: VI Congresso
Nacional de Excelência em Gestão- Energia, Inovação, Tecnologia e
Complexidade para a Gestão Sustentável, Niterói, 2010. Anais...5-7
ago.2010.
61
22. RIVERA, Francisco Javier Uribe. Análise estratégica em saúde e gestão
pela escuta. In: SILVA, Albertina Maria Batista de Sousa da et al. Gestão
da Qualidade do Serviço Hospitalar em Organizações Privadas de Saúde
do Estado do Rio de Janeiro: Estudo Comparativo. In: VI Congresso
Nacional de Excelência em Gestão- Energia, Inovação, Tecnologia e
Complexidade para a Gestão Sustentável, Niterói, 2010. Anais... 5-7
ago.2010.
23. MARRACINI, M.S.Pascoal; PAGNANI, Éolo Marques. Gestão em
hospital de alta complexidade inserido no Sistema Brasileiro de Saúde
(SUS): estratégia e custos na área de oncologia. In: VIII Congresso
Internacional de Custos, Punta del Este/Uruguai, 2003. Anais...2003.
24. COSTA, José Cleber do Nascimento. 7 princípios para gestão pública e
privada. Administrador hospitalar dá algumas dicas para que haja uma
assistência tanto pública quanto privada adequada. Opinião.19 out. 2012
http://saudeweb.com.br/33203/7-principios-para-gestao-publica-e-
privada/, 19-10-2012.
25. GOMES, E.R.; OSÓRIO, P.M. ISSO 9000 (1994): o que muda com a
revisão. In: ROMÃO, Kátia Yacyszyn Alves. Gerenciamento da melhoria
da qualidade. Revista Eletrônica da FAS-Ciência, conhecimento e
cultura. Currais Novos (RN), v. 2. n. 1, jul./dez.2010.
26. GARVIN, D. Gerenciando a qualidade. In: ROMÃO, Kátia Yacyszyn
Alves. Gerenciamento da melhoria da qualidade. Revista Eletrônica da
FAS-Ciência, conhecimento e cultura. Currais Novos (RN), v. 2. n. 1,
jul./dez.2010.
27. ROMÃO, Kátia Yacyszyn Alves. Gerenciamento da melhora da
qualidade. Revista Eletrônica da FAZ-Ciência, conhecimento e cultura.
Currais Novos (RN), v.2, n.1, jul./dez.2010.
62
28. ROMÃO, Mauro. O que é gerenciamento de qualidade?
http://www.cesarromao.com.br/redator/item24137.html .2004.
29. BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt; ANDRADE, Jairo Eduardo
Borges. Comprometimento com o trabalho: padrões em diferentes
contextos organizacionais. Recursos humanos. Revista de Administração
de Empresas, São Paulo, v.42, n.2, p.31-41.
30. CERVO, Clarissa Socal. Característica de personalidade e
comprometimento organizacional. 2007, 125f. Dissertação (Mestrado em
Psicologia). Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Rio Grande do Sul, 2007.
31. MOREIRA, Wellington. As bases do comprometimento no trabalho.
http://www.qualidadebrasil.com.br/artigo/comportamento/as_bases_do_c
omprometimento_no_trabalho , 10-02-2011.
32. GONÇALVES, Rosana. Postura Profissional: Comportamento Pode
Pesar Mais que Desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
33. SERVIDONI, Renato et al. Técnicas para o Treinamento de Pessoas
utilizadas para as Empresas. Revista Científica Eletrônica de Agronomia,
Garça (São Paulo). Ano V, n.10, dez.2006.
34. VOLPE, Renata Araújo; LORUSSO, Carla Bittencourt. A importância do
treinamento para o desenvolvimento do trabalho. Psicologia.com.pt – O
portal dos psicólogos. http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0136.pdf
19 ago.2009.
63
35. CHIAVERNATO, Idalberto. Treinamento e Desenvolvimento de
Recursos Humanos – Como incrementar Talentos na Empresa. In:
SERVIDONI, Renato et al. Técnicas para o Treinamento de Pessoas
utilizadas para as Empresas. Revista Científica Eletrônica de Agronomia,
Garça (São Paulo). Ano V, n.10, dez.2006.
36. SELIGMAN, M.E.P.; CSILSZENTRMILHALYI, M. Positive psychology: na
introduction. American Psychologist, v.55, n.1, p.5-14, 2000.
37. PINTO, Paula Cristina Amaral. Bem-Estar no Trabalho : Um Estudo com
Assistentes Sociais. Dissertação (Mestrado em Comportamento
Organizacional).2009, 109f. Departamento de Psicologia Social e das
Organizações, Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2009.
38. CHAMBEL, M.J. Stress e Bem-Estar nas Organizações. In : PINTO,
Paula Cristina Amaral. Bem-Estar no Trabalho : Um Estudo com
Assistentes Sociais. Dissertação (Mestrado em Comportamento
Organizacional).2009, 109f. Departamento de Psicologia Social e das
Organizações, Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2009.
39. DANNA, K. ; GRIFFIN, R.W. Health and Well-Being in the Workplace : a
Review and Synthesis of the Literature. In : PINTO, Paula Cristina
Amaral. Bem-Estar no Trabalho : Um Estudo com Assistentes Sociais.
Dissertação (Mestrado em Comportamento Organizacional).2009, 109f.
Departamento de Psicologia Social e das Organizações, Instituto
Universitário de Lisboa, Lisboa, 2009.
40. LIMA, Aline Vieira; LINS, Samule lincoln; LINS, Zoraide Margaret Bezerra
Lins. Emoções Positivas na Relação com Comprometimento no
Trabalho. In: XIV Encontro Nacional da ABRAPSO. Campus UERJ – Rio
de Janeiro, 31-10 a 03-11-2007. Anais...2007.
64
http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/anexos/AnaisXIVENA/conteudo/fu
ll_mode.htm
41. CÓRDOVA, Valéria Arêde. Serviço social e recursos humanos: uma
contribuição no processo de seleção de pessoal. 2001. Trabalho de
Conclusão de Curso (Assistente Social) – Curso de Serviço Social,
Universidade da Amazônia, Belém.
42. CORTELLA, Mário Sérgio. Mário Sérgio Cortella fala sobre educação,
economia, e o papel do empresariado brasileiro. CRN Brasil Entrevista.
http://crn.itweb.com.br/35524/mario-sergio-cortella-fala-sobre-educacao-
economia-e-o-papel-do-empresariado-brasileiro/, 14, 5, 2012.
43. COSTA, Wellington Soares da. Humanização, relacionamento
interpessoal e ética. Caderno de pesquisas em administração, São
Paulo, v.11, n.1, 17-21, jan./mar.2004.
44. PAIVA, S.M.A.; GOMES, E.L.R. Assistência hospitalar: avaliação da
satisfação dos usuários durante o seu período de internação. In: ZENHA,
Andrade Vinícius et al. Administração hospitalar: avaliação da satisfação
dos clientes atendidos em uma clínica geriátrica na cidade de Goiânia.
Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de
Enfermagem e Nutrição [serial on-line], v.2, n.2, p.1-14, jan.- jul. 2011.
http://www.ceen.com.br/revistael-etronica.
45. KANAANE, Roberto; ORTIGOSO, Sandra Aparecida Formigari. Manual
de treinamento e desenvolvimento do potencial humano. 2ed.São Paulo:
Atlas, 2010. 200p.
46. LEMME, Antonio Cesar. Ouvindo e encantando o paciente. Rio de
Janeiro: Qualymark, 2005. (Coleção Gestão hospitalar;2).
65
47. DIACOU, R.; SILVA, N.T.; MAIA, A.C. Qualidade do serviço hospitalar:
uma abordagem sistêmica. In: FONSECA, Selma Montosa da;
GUTIÉRREZ, Maria Gaby Rivero de: ADAMI, Nilce Piva. Avaliação da
satisfação de pacientes oncológicos com atendimento recebido durante o
tratamento antineoplásico ambulatorial. Rev.bras.enferm.(online), v.59,
n.5, out.2006.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000500012&lng=en&nrm=iso>
48. ADAMI, N.P.; YOSHITOME, A.Y. Métodos de avaliação de resultados da
assistência de enfermagem. In: FONSECA, Selma Montosa da;
GUTIÉRREZ, Maria Gaby Rivero de: ADAMI, Nilce Piva. Avaliação da
satisfação de pacientes oncológicos com atendimento recebido durante o
tratamento antineoplásico ambulatorial. Rev.bras.enferm.(online), v.59,
n.5, out.2006.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000500012&lng=en&nrm=iso>
49. MOURA, G.S.M. Encontro de serviços e satisfação de clientes em
hospitais. In: ZENHA, Andrade Vinícius et al. Administração hospitalar:
avaliação da satisfação dos clientes atendidos em uma clínica geriátrica
na cidade de Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de
Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line], v.2, n.2, p.1-14,
jan.- jul. 2011. http://www.ceen.com.br/revistael-etronica.
50. KOTAKA, F.; PACHECO, M.L.; HIGAKI, Y. Avaliação pelos usuários dos
hospitais participantes do programa de qualidade hospitalar no Estado
de São Paulo. In: ZENHA, Andrade Vinícius et al. Administração
hospitalar: avaliação da satisfação dos clientes atendidos em uma clínica
geriátrica na cidade de Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem do
Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line], v.2, n.2,
p.1-14, jan.- jul. 2011. http://www.ceen.com.br/revistael-etronica.
66
51. MILAN, G.S.; TREZ, G. Pesquisa de satisfação: um modelo para planos
de saúde. In: ZENHA, Andrade Vinícius et al. Administração hospitalar:
avaliação da satisfação dos clientes atendidos em uma clínica geriátrica
na cidade de Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de
Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line], v.2, n.2, p.1-14, jan.-
jul. 2011. http://www.ceen.com.br/revistael-etronica.
52. CABRAL, L.L. Qualidade percebida dos serviços hospitalares: uma
avaliação utilizando o método dos fatores críticos de sucesso e a escala
servqual. In: ZENHA, Andrade Vinícius et al. Administração hospitalar:
avaliação da satisfação dos clientes atendidos em uma clínica geriátrica
na cidade de Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de
Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line], v.2, n.2, p.1-14, jan.-
jul. 2011. http://www.ceen.com.br/revistael-etronica.
53. BRASIL. Política Nacional de Atenção Oncológica. In: RÊGO, Ilmara Kely
Pereira; NERY, Inez Sampaio Nery. Gestão pública e câncer: um desafio
para a assistência oncológica. 16o Encontro Nacional Abrapso, Campus
UFPE- Recife, 12-15 nov.2011. Anais...2011.
http://www.encontro2011.abrapso.org.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=1
59
54. HABERMAS, J. Mudança Estrutural da Esfera Pública. In: RÊGO, Ilmara
Kely Pereira; NERY, Inez Sampaio Nery. Gestão pública e câncer: um
desafio para a assistência oncológica. 16o Encontro Nacional Abrapso,
Campus UFPE- Recife, 12-15 nov.2011. Anais...2011.
http://www.encontro2011.abrapso.org.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=1
59
55. NOGUEIRA, M.A. Um Estado para a Sociedade Civil: temas éticos e
políticos da gestão democrática. In: RÊGO, Ilmara Kely Pereira; NERY,
67
Inez Sampaio Nery. Gestão pública e câncer: um desafio para a
assistência oncológica. 16o Encontro Nacional Abrapso, Campus UFPE-
Recife, 12-15 nov.2011. Anais...2011.
http://www.encontro2011.abrapso.org.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=1
59
56. ABDALA, Etienne Cardoso et al. A gestão orientada por processos: um
estudo de caso em uma organização hospitalar brasileira. In: Simpósio
de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende, 2006.
Anais...Resende: AEDB, 2006.
57. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Coordenação Geral de
Gestão Assistencial. Coordenação de Educação. Comunicação de
Notícias Difíceis: compartilhando desafios na atenção à saúde. Instituto
Nacional de Saúde. Coordenação Geral de Gestão Assistencial.
Coordenação de Educação. Rio de Janeiro: INCA, 2010.
58. PESSINI, L.B.C. Problemas atuais de bioética. In: COSTA, Cleonice
Antonieta; LUNARDI FILHO, Wilson Danilo; SOARES, Narciso Vieira.
Assistência humanizada ao cliente oncológico: reflexões junto à equipe.
Rev.Bras.Enferm., Brasília, v.56, n.3, p.310-314, maio/jun.2003.
59. FORMÉS, V.J.Actitudes del personal sanitário frente al cáncer: un
estudio comparativo entre estudiantes y profesionales de enfermería In:
COSTA, Cleonice Antonieta; LUNARDI FILHO, Wilson Danilo; SOARES,
Narciso Vieira. Assistência humanizada ao cliente oncológico: reflexões
junto à equipe. Rev.Bras.Enferm., Brasília, v.56, n.3, p.310-314,
maio/jun.2003.
60. CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA HOSPITALAR; I
CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA HOSPITALAR. Notícias.
Gramado: Centro de Eventos do Hotel Serra Azul, maio 2008.
68
61. GESTÃO DE QUALIDADE. Gestão de Qualidade:Saúde. http://gestao-
de-
qualidade.info/mos/view/Gest%C3%A3o_de_Qualidade:_Sa%C3%BAde/
index.html
62. GOMES, E.S.; ANSELMO, M.E.O.; LUNARDI FILHO, W.D. As reuniões
de equipe como elemento fundamental na organização do trabalho. In:
COSTA, Cleonice Antonieta; LUNARDI FILHO, Wilson Danilo; SOARES,
Narciso Vieira. Assistência humanizada ao cliente oncológico: reflexões
junto à equipe. Rev.Bras.Enferm., Brasília, v.56, n.3, p.310-314,
maio/jun.2003.
63. SOARES, N.V. A problematização dos direitos do cliente como
desencadeadora da problematização dos direitos dos profissionais de
enfermagem. In: COSTA, Cleonice Antonieta; LUNARDI FILHO, Wilson
Danilo; SOARES, Narciso Vieira. Assistência humanizada ao cliente
oncológico: reflexões junto à equipe. Rev.Bras.Enferm., Brasília, v.56,
n.3, p.310-314, maio/jun.2003.
64. COSTA, Cleonice Antonieta; LUNARDI FILHO, Wilson Danilo; SOARES,
Narciso Vieira. Assistência humanizada ao cliente oncológico: reflexões
junto à equipe. Rev.Bras.Enferm., Brasília, v.56, n.3, p.310-314,
maio/jun.2003.
65. LEITE, A.P.T.T.; GONÇALVES, S.M.M.; LUIZ VIANNA, F.R. Sofrimento
Psíquico no Trabalho e os Desafios para a Psicologia. In: GONÇALVES,
Silvia Maria Melo; LEITE Ana Paula Todaro Taveira e Ana Paula Todaro
Taveira. Bem-estar Subjetivo no Trabalho: Contribuições da Psicologia
Positiva para a Gestão de Pessoas. IX Simpósio de Excelência em
Gestão e Tecnologia. Gestão, Inovação e Tecnologia para a
69
Sustentabilidade, Resende/Rio de Janeiro, 23-26 out. 2012.
Anais...SEGet 2012.
http://www.aedb.br/seget/artigos09/350_BEM-
ESTAR_SUBJETIVO_NO_TRABALHO.pdf
66. SELIGMAN, M.E.P.Felicidade autêntica: Usando a nova psicologia
positiva para realização permanente. In:. GONÇALVES, Silvia Maria
Melo; LEITE, Ana Paula Todaro Taveira. Bem-estar Subjetivo no
Trabalho: Contribuições da Psicologia Positiva para a Gestão de
Pessoas. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Gestão,
Inovação e Tecnologia para a Sustentabilidade, Resende/Rio de
Janeiro, 23-26 out. 2012. Anais...SEGet 2012.
http://www.aedb.br/seget/artigos09/350_BEM-
ESTAR_SUBJETIVO_NO_TRABALHO.pdf
67. VILANOVA E SILVA, Alessandri Campos. A importância do
administrador hospitalar.
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-do-
administrador-hospitalar/31998/,17- 07,2009.
70
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 10
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I
GESTÃO HOSPITALAR 13
1.1 - Gestão da qualidade do serviço hospitalar
nas organizações 17
1.1.1 – Gestão hospitalar privada 19
1.1.2 – Princípios da gestão hospitalar 22
1.1.3 – Gerência da Qualidade Total 24
CAPÍTULO II
COMPROMETIMENTO PESSOAL COM A EMPRESA 26
2.1- As bases do comprometimento
no trabalho 27
2.1.1- O treinamento no trabalho 31
2.1.2- Emoções positivas na relação de trabalho 33
CAPÍTULO III
COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES 36
3.1- A contribuição da gerência de uma organização hospitalar
para um comportamento colaborativo de equipe 37
3.1.1- Ambiente colaborativo de funcionários de uma
organização privada especializada em oncologia 38
71
3.1.2- A satisfação do cliente oncológico 41
3.2 - Aspectos da gerência pública e privada na atenção aos
Clientes em oncologia 44
CONCLUSÃO 46
ANEXOS 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57
BIBLIOGRAFIA CITADA 58
ÍNDICE 70