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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE” A AÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Edjane Cristiana dos Santos Orientadora Profª. Ms. Priscila Barcellos Recife - PE Junho/2006 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”

A AÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Por: Edjane Cristiana dos Santos

Orientadora

Profª. Ms. Priscila Barcellos

Recife - PE

Junho/2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”

A AÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Edjane Cristiana dos Santos

Trabalho monográfico apresentado como requisito

parcial para a obtenção do Grau de Especialista em

Supervisão Escolar.

Recife - PE

Junho/2006

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DEDICATÓRIA

A minha filha Ruth de 4 anos, por ter sido

tão sacrificada pelos momentos de

ausência enquanto estudava para a

conclusão deste trabalho, e ao meu bebê

Matheus, que embora ainda esteja dentro

do meu ventre, transmiti tanta alegria e

força a cada dia, que me faz perceber o

sentido da vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas oportunidades e conquistas concedidas e alcançadas

com sua benção.

Aos meus pais, pela formação dada, o meu eterno obrigada.

À minha família que está sempre ao meu lado, me apoiando, me

encorajando e em incentivaram para a conclusão deste curso.

À minha sogra D. Carminha, pela grande ajuda, por ter ficado com

minha filha para eu fazer o curso e pela conclusão deste trabalho.

À minha amiga Lucineide pelos momentos de estudos compartilhados.

À professora orientadora Priscila Barcellos que me deu muito apoio para

concretização deste trabalho.

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RESUMO

A Supervisão Educacional ao longo de sua existência no contexto educacional

brasileiro vêm enfrentando problemas no desenvolvimento de sua práxis. Vale

ressaltar que a práxis do supervisor educacional comporta dimensões

reflexivas, organizativas e avaliativas. O supervisor deve ser participante, co-

elaborador do processo educativo juntamente com a equipe escolar, além de

mobilizador cultural e agente da cidadania dentro do ambiente escolar. Para

que se efetive uma ação supervisora transformadora na Educação Infantil, se

faz necessária uma análise da ação do supervisor no cotidiano escolar. A

prática do supervisor, em qualquer modalidade de ensino, inclusive na

Educação Infantil deve está voltada em “parceria”, num trabalho coletivo,

estimulando o grupo a avançar, superando obstáculos e desafios, visando

atingir os objetivos propostos pela escola. A ação do supervisor educacional

será verdadeiramente eficaz no ensino infantil, quando este profissional exerce

uma formação continuada, é ético, mantém alunos e professores unidos na

construção do conhecimento e envolve toda comunidade escolar. O presente

trabalho visou contribuir para uma ação supervisora que saia do sonho para

uma ação, num processo de superação contínua.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

METODOLOGIA

A proposta desta monografia é possibilitar um repensar crítico da ação

do Supervisor Educacional na Educação Infantil frente à esta nova realidade

que se descortina a educação.

Para realizar este trabalho foi utilizado como referência diversos

materiais, entre eles diversas bibliografias ricas sobre o tema estudado,

acredita-se, que essa investigação não pára por aqui, mas abre possibilidades

de compreensão, ampliando mediante às transformações que ocorrem na

sociedade e que afetam a educação e por conseguinte a ação da Supervisão

Escolar.

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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................... 08

Capítulo I

1. Supervisão Escolar.................................................................................... 10

1.1 Breve Histórico da Evolução da Supervisão Escolar no Brasil................ 11

1.2 Alguns Aspectos da Supervisão Escolar................................................. 16

1.2.1 – Características............................................................................ 16

1.2.2 – Princípios.................................................................................... 17

1.2.3 – Funções...................................................................................... 19

1.2.4 – Objetivos..................................................................................... 23

Capítulo II

2. Educação Infantil....................................................................................... 26

2.1 A nova LBD para a Educação Infantil...................................................... 29

Capítulo III

3. A ação do Supervisor Educacional na Educação Infantil.......................... 33

Considerações Finais.................................................................................... 40

Bibliografia Consultada.................................................................................. 42

Folha de Avaliação........................................................................................ 44

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem por finalidade enfatizar: A ação do

Supervisor Educacional na Educação Infantil, apresentando, como questão

central; Que características deve ter o Supervisor Educacional na Educação

Infantil no momento, atual?

Diante da problemática educacional vivida pelos educadores no

presente momento, assume importância fundamental, constituindo não apenas

o ponto de partida, mas o constante referencial para a reflexão e ação do

supervisor escolar na Educação Infantil. Assim sendo, o objetivo desse

trabalho é investigar a ação do Supervisor Educacional no Ensino Infantil.

O contexto atual vem lançando à supervisão escolar enormes desafios,

os quais eles devem estar capacitados a responder se pretende que seu

trabalho com a Educação Infantil seja socialmente útil e não inócuo,

significativo e não destituído do sentido para os dias atuais.

Delinear o trajeto evolutivo percorrido pela supervisão escolar no Brasil,

desde o surgimento até o momento atual, faz-se fundamental na busca pelo

descobrir, entender e superar os novos desafios que surge para este

profissional no contexto histórico atual, de forma a possibilitar um repensar

crítico da função, dos princípios, das características e dos objetivos do

supervisor escolar neste novo século.

Assim sendo o primeiro capítulo refere-se à supervisão escolar, onde

apresentaremos o conceito de supervisão escolar, o breve histórico da

evolução da supervisão escolar no Brasil e alguns aspectos como:

características, princípios, funções e objetivos desse profissional.

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

O segundo capítulo aborda um pouco da história sobre a Educação

Infantil e a Nova LDB e a Educação Infantil.

O terceiro capítulo trata especificamente da ação do supervisor

educacional na Educacional, sua importância, sua atuação, e o supervisor e a

Educação Infantil.

Baseando no fato de que a Supervisão Escolar foi ressignificada

atualmente trazendo consigo exigências de renovação e ampliação no que

diz respeito as suas práticas no processo educativo, buscamos através dos

autores como Cury (1979), Ferreira (1999), Libâneo (1999), Nérici (1986),

Nogueira (1989), Peres (1977), Saviani (1981) e outros que são citados no

decorrer deste trabalho, fazendo uma abordagem reflexiva sobre a ação do

supervisor educacional na Educação Infantil.

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CAPÍTULO I

1. Supervisão Escolar

Supervisão Escolar é expressão de “liderança educacional em ação”.

(SANTOS apud NÉRICI, 1986).

A Supervisão escolar visa à melhoria do processo ensino aprendizagem,

para o que tem de levar em conta a estrutura teórica, material e humana da

escola. Supervisão, etimologicamente, significa Visão sobre.

Logo, supervisão escolar significa visão sobre todo o processo

educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os

objetivos específicos da própria escola.

Segundo Burton e Brueckner, (apud NÉRICI, 1986) a supervisão escolar

consiste em “... um serviço técnico destinado fundamentalmente a estudar e

melhorar cooperativamente todos os fatores que influem no crescimento e

desenvolvimento do educando.”

Segundo os próprios Neagley e Evans (1986), “a moderna supervisão

escolar e, pois a ação positiva e democrática destinada a melhorar o ensino,

mediante a formação contínua de todos os interessados: educando, professor,

supervisor, administrador e pai, ou alguma outra pessoa interessada no

problema.”

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Pode se dizer que supervisão escolar é o serviço de assesssoramento

de todas as atividades que tenham influência no processo ensino-

aprendizagem, visando ao seu melhor planejamento, coordenação e execução,

para que mais eficientemente seja atendidas as necessidades e apreciações

do educando e da comunidade, bem como plenamente sejam efetivadas os

objetivos gerais da educação e os objetivos da escola.

1.1 Breve Histórico da Evolução da Supervisão Escolar no

Brasil

Acompanhando a história verificamos que a supervisão tem procurado

congeminar com o desenvolvimento social da humanidade às condições

socioeconômicas e políticas vigentes que sempre estiveram ligadas à

educação. Contudo, ela sempre se portou na parte neutra reproduzindo os

anseios da burguesia e, a supervisão tem servido até os dias de hoje,

infelizmente, como agente propador de sua ideologia, ressaltando que a sua

maioria age inconscientemente.

Essa postura de supervisão deve ao direcionamento das questões

brasileiras no panorama mundial, conseqüência de suas vinculações com o

contexto internacional que tem haver com o contexto histórico, pois seu

surgimento no Brasil se deu em meio às resoluções acordadas com o governo

internacional após as guerras mundiais onde o Estados Unidos se propôs a

ajudar o Brasil na questão técnica assinando vários acordos: o primeiro acordo

“Acordo Geral de Cooperação Técnica” , foi assinado em 19 de dezembro de

1950 e o segundo “Acordo Especial de Serviços Técnicos”, em 30 de

novembro de 1953, ambos firmados pelo MEC, governo de Minas Gerais e

pelo diretor da United States Operation Mission to Brazil (USON-B), na época

Getúlio Vargas – Presidente da República do Brasil, não firmou o convênio e

só saiu no Diário Oficial da União, em 21 de janeiro de 1957 no governo do

Presidente Juscelino Kubistschek de Oliveira (NOGUEIRA, 1989).

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Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão Escolar através da

criação do Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar

– PABAEE, instalado em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1957. Esse

programa atuou de 1959 a 1964, com formação continuada para os

professores da rede primária assistidos por técnicos americanos, entre os

quais se inclui o currículo de supervisão. Conclui-se que quase todos os

professores agraciados com bolsas de estudos nos EEUU passaram a exercer

cargos relevantes nas Secretarias de Educação do país, daí entendemos que a

formação técnica do Supervisor, sua estrutura e serviços têm marcas da

influência americana (NOGUEIRA, 1989).

O país desde a Revolução de 30 vem direcionando uma ação

centralizadora em toda vida nacional tendo uma intervenção direta em todos os

aspectos e incondicionalmente na área educacional a partir do Decreto nº

19.402, de 14/11/1930 que tratou de reorganizar a estrutura do ensino no país.

A partir daí muitos decretos surgiram fixando plano de educação e

assegurando o governo no poder central assumindo outras funções

explicitadas na Lei 4.024 de 20 de dezembro de 1961.

De 1963 a 1970 através de cursos para treinamento de professores

para exercer cargo de supervisor os responsáveis teriam que manter uma rede

de supervisão, surgindo assim um sistema de supervisor escolar antes com

atribuição de inspetor desde a década de 30, como função especializada

dentro do aparelho educativo do Estado, como tarefa básica o

aperfeiçoamento do professor primário. A partir da década de 60, a educação

teve que ser revista, procurou adequar a nova situação especialmente após o

golpe de 64, através de novas reformas do ensino.

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É nesse contexto que o Conselho Federal de Educação aprova o

Parecer nº 252 de 1969 que reformulou os Cursos de Pedagogia, até então os

cursos destina-se a formar pedagogo, os quais eram técnicos ou especialistas

em educação também chamados de Pedagogia Generalistas. Vale ressaltar

que foi através deste parecer que o Curso de Pedagogia foi organizado na

forma de habilitações, o qual tinha um núcleo comum centrado nas disciplinas

de fundamentos da educação e uma parte diversificada de acordo à

modalidade de habilitação específica retratando a conjuntura sócio-econômica

e política do país caracterizando desta forma em que contexto acontece o

processo educacional (FERREIRA, 1999).

Estando a educação à mercê do Capitalismo, consequentemente

reprodutora das relações de produções e para legitimar socialmente e garantir

a hegemonia, criou-se (o capitalismo) mecanismo para tal reprodução. A

educação exerce, portanto, a função técnica onde seu papel é capacitação e

instrumento de fermentação, pois ao mesmo tempo que ela se empenha na

transmissão do conhecimento, oportuniza reflexões, questionamentos sobre

tais relações (CURY, 1979).

Contudo, apesar da Supervisão ter sido rotulada de técnica, ela sempre

foi política, como advoga Saviani, (1981).

“Mesmo quando ela se apresenta com a roupagem da

técnica está cumprindo basicamente, uma função política,

porque sua ação implica num exercício de tomada de

decisões, embora essas sejam apenas ao nível da

execução da realidade. ( SAVIANI, 1981).

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Todavia, hoje o discurso da supervisão tem sido em prol da definição

educativo-político, requerido pela própria categoria em vários encontro a nível

nacional, através dos ENSEs (Encontros Nacionais dos Supervisores em

Educação) remanescente das associações criadas a partir do fim da década

de 60, onde em 1979 a nomenclatura ” Supervisor Educacional, passou a usar,

definido por conseguinte a luta pelo regulamentação que foi uma das

contribuições da categoria.

No III ENSE, em 1980 foi escolhido como tema central “O supervisor –

Um Educador”. Têm perdurado os encontros em prol do supervisor educativo-

político e, acessando também a todos educadores como os estudantes de

Pedagogia (NOGUEIRA, 1989).

O IV ENSE retomou a ação da supervisão inserindo-se na práxis

educativa. O V ENSE, novamente centrou a temática no sujeito da ação do

supervisor. Do VI até o VII ENSE, o tema gerou na ação supervisora

propriamente dita.

Em todos esses anos em que se discutiu a função da supervisão

conclui-se que a questão política é fundamental em qualquer aspecto das

relações sociais e permeia todas as ações dos homens. O aprofundamento

das questões políticas tem contribuindo para formar a consciência política da

categoria.

Pode-se inferir que o supervisor se originou em decorrência

das transformações tecnologias e sociais do modo de produção capitalista. A

supervisão passou por diversas fases durante seu desenvolvimento.

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Na primeira fase do seu desenvolvimento onde na escola brasileira

estava em evidência, a pedagogia tradicional, o supervisor atuava como

inspetor ou fiscalizava, o ensino era centralizado no professor e a função

primordial da escola era transmitir conhecimentos das disciplinas para a

formação geral do aluno. O professor tende a encaixar os alunos num modelo

idealizado de homem que nada tem haver com a vida presente e futura

(LIBÂNEO, 1999).

Desta forma, as atividades do supervisor era controlar as normas e

conteúdos das disciplinas pré-estabelecidas a fim de garantir o modelo imposto

na época pelo sistema educacional. Não havia espaço para idéias próprias o

ensino era separado da vida e a classe dominante não tenha interesse na

educação da sociedade.

Na segunda fase o supervisor realizava os seus trabalhos

assistencialmente tendo em vista o aumento de números de escolas e

professores, as escolas sofreram um certo abandono levando a supervisão,

diante dessas mudanças, a reagir procurando ficar mais perto do professor,

mudando seu conceito tornando-o mais eficiente. Cada inspetor passou, então,

a planejar e realizar cursos de atualização para os professores sob sua

responsabilidade (PERES, 1977).

Logo a supervisão ficou compreendida como orientação ao mesmo

tempo como imposição já que os estudos no sentido geral, não atendia às

perspectivas do professorado e ainda por cima era obrigatório, mas as idéias

de imposição sobrepujou como sinônimo de supervisão pois exigia o domínio

metodológico para o planejamento de ensino.

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Havia em 1968, com a reforma do Ensino Superior através da Lei nº

5.540 um clima de autoritarismo desmobilizador. Existia muita insatisfação

naqueles que fazia a educação. As pessoas não mais aceitavam o pré-

estabelecido era mister que desaparecessem a diferença entre a teoria e a

prática. A supervisão começou a ser vista como treinamento e como guia, de

acordo com as necessidades das pessoas implicadas (PERES,1977).

A supervisão estava em uma nova fase: a de denúncia do Projeto

Político Pedagógico Burguês; resgate do educador supervisor; função

mobilizadora, que reconhece a escola como Lócus privilegiado da educação e

um crédito de confiança na competência técnica e política dos profissionais

que nela atuam.

1.2 Alguns aspectos da Supervisão Escolar

Baseado Nérici (1986), apresentaremos uma análise dos seguintes

aspectos da Supervisão Escolar: características, princípios, funções e

objetivos.

1.2.1 Características da supervisão Escolar

O trabalho da supervisão escolar, para efetivamente ser útil necessita

desenvolver-se não de maneira impositiva, mas de maneira democrática,

envolvendo todos os responsáveis pelo processo educativo.

As principais características da supervisão escolar, segundo Nérici

(1986) são:

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1 - Cooperativa - Todos os implicados no processo educativo devem

oferecer sugestões e prestar serviços úteis à supervisão. O supervisor, os

professores, o pessoal administrativo, os pais e demais envolvidas no processo

precisam convencer-se de que são elementos úteis e indispensáveis para o

desenvolvimento da ação educativa da escola e que, isoladamente, por mais

bem intencionados que estejam, poucos resultando poderão obter.

2 - Integrada - todos os planos da escoa devem seguir uma orientação

unificada por uma mesma filosofia de educação, perseguindo, assim, os

mesmos objetivos.

3 – Científica – A supervisão deve ser estruturada reflexivamente e com

base em controle de funcionamento do processo ensino-aprendizagem, para

que os resultados ofereçam sugestões de reajustamento constante do mesmo,

a fim de torna-lo mais ajustado e eficiente.

4 – Flexível – A supervisão escolar não deve ser rígida e querer levar

adiante planejamento que na prática não revelem conseqüentes. A supervisão

escolar deve estar aberta às mudanças, a fim de ir-se adaptando às novas

exigências quanto à educação e a sociedade.

5 – Permanente – A ação da supervisão escolar, dever ser permanente

e não intermitente. Deve ser permanente, também, no sentido de estimular os

compromissos com o processo ensino-aprendizagem a um esforço de

constante atualização teórica e prática.

1.2.2 Princípios da Supervisão Escolar

A supervisão escolar deve seguir alguns princípios gerais, que orientam

os seus trabalhos, de maneira a terem unidade, objetividade e conseqüência.

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

Segundo Nérici (1986), os princípios mais relevantes são os seguintes:

1 – estruturar-se com base em uma filosofia de educação, que deve ser

esposada pelo sistema educativo a que a escola pertence.

2 – Atuar democraticamente, no sentido de que todos os participantes

do processo de ensino-aprendizagem tenham liberdade de opinião, sejam

respeitados em suas diferenças individuais e que sejam convencidos a agir

desta ou daquela maneira, e não obrigados a fazê-lo.

3 – Abranger a todos, isto é, que todos os envolvidos no processo

ensino-aprendizagem recebam orientação e assistência da supervisão, quer de

forma individual ou coletiva.

4 – Ser cooperativa, para que todos os responsáveis ou influenciadores

nos resultados do ensino-aprendizagem participem das preocupações da

supervisão e com ela cooperem para o bom andamento dos trabalhos.

5 – Ser construtiva, para que todos os envolvidos pela supervisão

possam ser o que são, orientados sim, para melhorarem a sua atuação,

quando necessário.

6 – Ser científica, para que se desenvolva a supervisão com base em

planejamentos e com avaliações constantes dos resultados de seus trabalhos

para que possa haver retificações ou modificações nos trabalhos, sempre que

necessárias.

7 – Ser objetiva – Aliás este princípio é complementação do anterior,

uma vez que todos os planos de trabalho devem derivar de uma realidade

educacional, para que não haja imposições de modelos que venham mais a

deformar do que auxiliar o processo ensino-aprendizagem.

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

8 – Ser permanente, isto é, deve a supervisão escolar atuar

continuamente e não só em alguns períodos da vida da escola. Sendo a

supervisão um processo permanente, aumentam as possibilidades de tornar o

seu funcionamento mais ajustado e eficiente.

9 – Ser espontânea, isto é, não imposta, mas deve agir sempre que

possível, da própria situação que reclame presença técnica, de acordo com as

necessidades da escola, de cada professor ou de grupo de professores, ou

melhor, de cada circunstância real da vida escolar que reclame a sua

presença.

10 – Ser imparcial, ressaltando méritos e tentando, sem alardes,

recuperar deficiências.

11 – Ser atuante, isto é, deve desenvolver-se mais através de ações do

que de palavras.

12 – Ser mais informal possível, a fim de fazer-se presente,

continuadamente e sem alardes, por todo o transcorrer da vida escolar.

1.2.3 Funções da Supervisão Escolar

As funções da supervisão são múltiplas, e significativas.

Diz Cuberly (In NÉRICI, 1986, p. 44) que “a função do supervisor é

diagnosticar a necessidade, oferecer sugestões e ajuda, e não observar com

espírito de crítica o que o professor faz ou deixa de fazer.”

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O propósito da supervisão escolar deve ser construtivo. A esse respeito,

diz o mesmo autor: “Não é de crítica que o professor precisa, mas de

orientação e auxílio, pois a simples crítica produz efeitos negativos. O

propósito da supervisão é, também, estabelecer uma unidade de que em todas

elas a educação se processe da melhor maneira possível”.

Segundo Briggs e Justman (In NÉRICI, 1986), as funções da supervisão

escolar são:

“1 – Ajudar os professores a melhor compreenderem os

objetivos reais da educação e o papel especial da escola na

consecução dos mesmos.

2 – Auxiliar os professores a melhor compreenderem os

problemas e necessidades dos educandos e atender, na

medida do possível, a tais necessidades.

3 – Exercer liderança, de sentido democrático, sob estas

formas: promovendo o aperfeiçoamento profissional da escola

e de suas atividades; procurando relações de cooperação de

seu pessoal; estimulando o desenvolvimento dos professores

em exercício, e colocando a escola mais próxima da

comunidade.

4 – Estabelecer fortes laços morais entre os professores

quanto ao seu trabalho, de tal forma que operem em estreita e

esclarecida cooperação, para que os mesmos fins gerais sejam

atingidos.

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5 – Identificar qual o tipo de trabalho mais adequado para cada

professor., distribuindo a cada um tarefas, mas de forma que

cada professor possa desenvolver suas capacidades em outras

promissoras.

6 – Ajudar os professores a adquirir maior competência

didática.

7 – Orientar os professores principiantes a se adaptarem à sua

profissão.

8 – Avaliar os resultados dos esforços de cada professor, em

termos do desenvolvimento dos alunos, segundo os objetivos

estabelecidos.

9 – Ajudar os professores a diagnosticar as dificuldades dos

alunos na aprendizagem e a elaborar planos de ensino para

superação das mesmas.

10 – Auxiliar e interpretar o programa de ensino para a

comunidade, de tal modo que o público possa compreender e

cooperar nos esforços da escola.

11 – Levar o público a participar dos problemas da escola e

recolher suas sugestões a esse respeito.

12 – Proteger o corpo docente contra exigências descabidas

de parte do público, quanto ao emprego de tempo e energia

dos professores.”

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A respeito das funções da supervisão diz muito bem Peres (In NÉRICI,

1986).

“A supervisão tem como objetivo geral, dar condições para que os

objetivos da educação sejam atingidos. Envolve o aperfeiçoamento do

processo total ensino-aprendizagem, pois, até certo ponto há uma

interdependência dos dois aspectos.

Resumindo as funções que foram expressas, pode-se dizer, segundo

Nérici (1986), que direta e incisivamente, três são as funções básicas da

supervisão escolar, que podem ser assim explicitadas: função preventiva,

construtiva e criativa.

1 – Função Preventiva

A função preventiva consiste em procurar constatar possíveis falhas no

funcionamento pedagógico das escolas, a fim de preveni-las antes que

venham produzir resultados negativos. Assim, esta função visa antecipar-se,

quando necessário, em medidas corretivas que venham a evitar possíveis

falhas de ensino, prejudiciais à educação.

2 – Função Construtiva

A função construtiva tem por fim auxiliar o professor a superar suas

dificuldades ou deficiências de maneira positiva, cooperativa, não punitiva,

nem avaliadora. Representa um trabalho cooperativo, amigo, desinteressado,

de cooperação e apoio para com o professor. Procura levar o professor a ter

confiança em sim.

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3 – Função Criativa

A função criativa visa estimular a iniciativa do professor, bem como a

constante melhoria da sua atuação magisterial. Procura orientar o professor a

buscar novos caminhos, a pesquisar e criar novos recursos de ensino, visando

sempre à melhoria no desempenho da docência. Visa, enfim, a um

crescimento profissional do professor.

1.2.4 Objetivos Gerais da Supervisão Escolar

De acordo com Nérici (1986), seguem à guisa de objetivos gerais da

Supervisão Escolar, algumas proposições e que não são mais do que uma

explicitação das funções da supervisão, anteriormente apresentadas. Os

objetivos que se seguem não são mais, pois, do que uma detalhação de

incumbências outorgadas à supervisão escolar, para que a educação, com

maiores probabilidades, possa alcançar os fins a que se propõe.

1 – Fazer com que os professores estejam conscientes do conceito de

educação, seus fins e objetivos, bem como estejam crentes dos procedimentos

didático-pedagógicos que possam conduzir à efetivação dos mesmos, no

comportamento de seus alunos, através de suas áreas ou disciplinas de

ensino.

2 – Estabelecer objetivos prioritários, de ação, viáveis, em função da

realidade do meio, de escola e dos alunos.

3 – precisar objetivos do grau de ensino da escola, em função do item

anterior.

4 – Incentivar trabalho cooperativo entre todos os componentes da

escola, com participação, sempre que possível e viável da família e da

comunidade em geral.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Edjane Cristiana dos Santos Trabalho monográfico apresentado como requisito ... Nesse cenário de acordos nasceu a Supervisão

5 – Detectar e estimular características individuais positivas dos

componentes do corpo docente, estimulando a ação destes, por sua vez, para

fazerem o mesmo com relação aos seus alunos.

6 – Assistir os professores e, com mais ênfase, os que se iniciam no

estabelecimento.

7 – Cooperar com o corpo docente no desempenho de suas funções

quanto a planejamentos de ensino e execução dos mesmos, estimulando,

continuadamente, para avaliações que orientam possíveis e necessárias

tarefas de recuperação, sem que esta deve ser prioritária em sentido da

simultaneidade com o desenrolar do ano letivo.

8 – Promover, na medida do possível, mas continuamente, atividade de

aperfeiçoamento didático-pedagógico do professor.

9 – Cooperar com professores e Orientação Educacional, na superação

de problemas de disciplina, pois estes muito prejudicam a formação dos

alunos.

10 – Promover ação que vive ao bom relacionamento entre professores,

alunos, corpo, administrativo, família e comunidade.

11 – Estar atento às variáveis constatadas na vida do estabelecimento e

na realidade mesológica, a fim de as mesmas serem atendidas em função da

especificidade de cada uma, visando ao melhor desempenho possível da ação

escolar.

12 – Sensibilizar os professores para o respeito às diferenças individuais

de seus alunos, para que cada um possa explicitar da melhor maneira

possível, as suas virtualidades.

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13 – Promover atividade de previsão de situações inéditas, para que a

escola não seja tomada de surpresa, se as mesmas se tornarem realidade.

14 – Cooperar para que os professores atinjam uma situação ideal de

ensino, capaz de promover situações de ensino-aprendizagem adequadas às

possibilidades dos alunos e às necessidades sociais.

15 – Apreciar o funcionamento da escola em todos os seus aspectos,

afim de serem pesquisadas formas de ação que a tornem cada vez mais ao

aluno e à comunidade.

16 – Promover estudos que melhor esclareçam o processo ensino-

aprendizagem, em cada área de ensino ou disciplina.

17 – Promover constante esforço de melhoria de currículos e

programas, afim de mais ajusta-los à realidade e necessidade do meio e do

educando.

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CAPÍTULO II

2. A Educação Infantil

A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido da

forma crescente nas últimas décadas, acompanhado a intensificação da

urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças

na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais

consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva

demandas por uma educação institucional para criança de zero a seis anos.

Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional

apontam para a necessidade de que as instituições de educação infantil

incorporem de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais

diferenciando nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam

com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com os maiores. As

novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrões de

qualidade. Essa qualidade advém de concepções e desenvolvimento que

considerem as crianças nos seus contextos sociais, ambientes, culturais e,

mais concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem

elementos relacionados às mais diversas linguagem e ao contato com os mais

variados conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma.

A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as

crianças que freqüentam indiscriminadamente elementos da cultura que

enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social.

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Para entender a estrutura organizacional da Educação Infantil faz-se

necessário ter um conhecimento do significado histórico da vida infantil. Sabe-

se que nem sempre a criança foi reconhecida como ser social ou possuidora

da inteligência. Neste sentido, Sônia Kraner (l992) cita um estudo historiador

francês Philippe Ariés que relaciona mudanças de perceber a criança com as

“mudanças ocorridas nas formas de organização da sociedade”.

Uma rápida retrospectiva no âmbito destas mudanças permite-nos

regressar ao período feudal no qual, os registros da época apontam para o

desenvolvimento das necessidades básicas das crianças na primeira infância,

bem como ser responsabilidade da comunidade como um todo a tarefa de

criá-las e educá-las para a vida futura.

Com o advento da Revolução Industrial e as ascensões da burguesia,

novo modelo de família e sociedade viriam transformar os hábitos sociais

culturais e econômicos dos povos europeus. O trabalho antes artesanal,

criativo e coletivo transforma-se pela industrialização, num processo mecânico

e repetitivo de produção individualizada. Modificam-se também os critérios de

remuneração através do trabalho assalariado. A família, agora nuclear, passa

a assumir total responsabilidade pela criação e educação de suas crianças em

harmonia com princípios médico-higienista também valorizados nesta época.

Essa participação ativa das mulheres nos meios de produção trouxe a

necessidade de um local apropriado para a “guarda” das crianças durante a

jornada de trabalho de suas respectivas mães.

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Instaurado o problema, e como solução pra a necessidade de

“substituição” das mães é no fim do século XVIII e início do século XIX iriam

surgir, como fruto das reivindicações populares, as primeiras creches que

serviriam de abrigo às crianças de zero a dois anos de idade. Nestas creches,

as crianças receberiam assim, os cuidados necessários ao bom

desenvolvimento da saúde física e mental em um ambiente adequado e

funcional, além de garantia de uma boa alimentação.

Vale observar que ao satisfazer as exigências da classe dominada, a

assistência á infância assume a função de manutenção de ordem social

vigente sendo este serviço oferecido tanto por instituições privadas (como no

caso das próprias indústrias que empregam as mães trabalhadoras) ou

filantrópicas. Neste sentido o principal objetivo parecia ser o de satisfazer as

exigências de uma determinada camada social visando exclusivamente ao seu

melhor desempenho no trabalho.

No Brasil, a instituição creche vivenciou basicamente o mesmo processo

histórico das creches européias surgindo inicialmente nas primeiras décadas

do século XX com caráter de abrigo para órfãos, e posteriormente, como local

para a guarda das crianças no horário de trabalho das suas mães.

A valorização da Educação infantil no mundo hoje é conseqüência de

um conjunto de fatores entre os quais podemos destacar “o avanço do

conhecimento científico sobre o desenvolvimento da criança, a participação

crescente da mulher na força de trabalho extra-domiciliar, a consciência social

sobre o significado da infância e o reconhecimento por parte da sociedade

sobre o direito da criança à educação, em seus primeiros anos de vida” (MEC,

1993).

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2.1 A Nova LDB para a Educação Infantil

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394 de 1996, faz

considerações significativas a respeito das normas de regimento para a

Educação Infantil. Dedicando o capítulo VIII especificamente à Educação

Infantil.

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº

9.394/96, e a Educação Infantil.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, onde pela

primeira vez estabelece ou reconhece a Educação Infantil, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB), elabora a luz da Carta Magna, estabelece

as normas e diretrizes para a Educação infantil nacional e nesse contexto

insere a Educação Infantil com primeira etapa da Educação Básica (Artigo 29).

Como vivemos num país onde são elaboradas inúmeras Leis que

dificilmente serão cumpridas, a Nova LDB conseguiu reunir dados específicos

para a educação brasileira num menor número de artigos possíveis,

compondo-se textualmente de “92 artigos ao todo”.

“(...) Deve-se isso a mão do senador Darcy Ribeiro que

foi muito mal interpretado como interventor por parte de

sua inter-relação no processo decisório do Senado

Federal... Nesse Sentido, ao lado dos ranços que a Lei

preserva, há os avanços incontestáveis que grande parte

beneficia a compreensão textual” (DEMO, 1997, p.10).

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Como um dos ranços podemos citar, a sua situação econômica e social

encontrada no Brasil durante anos que sempre estiveram voltados para

privilegiar e atender as classes sociais dominantes. Como avanços, podemos

afirmar que para concretizarmos os nossos desejos já é alguma “coisa” temos

a Lei que dedica um capítulo exclusivo a Educação Infantil.

A Educação Infantil conquistou com a atual LDB como assegura:

“Artigo 29, que diz: “A Educação Infantil – primeira etapa

da Educação Básica – tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança até seus seis anos

de idade em seus aspectos físicos, psicológico,

intelectuais e sociais completando a ação da família e da

comunidade”.

Esse artigo representa um avanço importante pois torna-se legal a

responsabilidade de poder público com essa etapa da educação.

O texto da LDB, tendo em vista a organização da Educação Nacional

estabelecer eixos unificadores, prevê, um regime de colaboração, os sistemas

de ensino, Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, da relevância a

participação das nossas escolas na colaboração na proposta pedagógico e

prescreve para ao União o papel de coordenador da política de educação para

o conjunto do país, há por tanto, uma descentralização de responsabilidade

que se entende até as escolas.

A Educação Infantil no Brasil passa a ser direito garantido pela

Legislação a partir da Constituição Federal 1988, conquista resultante do

embate social travado durante a Assembléia Nacional Constituinte.

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“No entanto na Constituição ficava claro a insuficiente

atenção pedagógica, indefinição de competência dos

poderes executivos sobre sua oferta e nenhum

compromisso definido quanto à sua obrigatoriedade e

expansão” (JORGE JOSÉ, 1988).

Mas o Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990, já avançava e

reforçava o direito da criança até 12 anos ao atendimento sócio educativo.

Embora apenas reproduza os dispositivos constitucionais sobre a

Educação Infantil, determina a criação de instrumentos que poderão influir

decisivamente no atendimento da criança através dos conselhos sobre o

direito da criança e do adolescente.

De acordo como Emenda Constitucional nº 14, de setembro de 1996,

que define as competências dos poderes constitucionais elaborados para

regulamentar a oferta e a procura dos diversos níveis de ensino dentre os

quais a Educação Infantil que passa a ser responsabilidade do Poder

Executivo Municipal...

“Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino

Fundamental e na Educação Infantil”. (Artigo II, V)

Com a promulgação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) de 1996, no título III, ao Direito à Educação e do Dever de

Educar.

Artigo 4º, inciso IV, está definido:

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“O dever do Estado com a Educação escolar público será

efetivada mediante a garantia de atendimento gratuito em

creches e pré-escolas as crianças de 0 a 6 anos de

idade”.

Com a Nova LDB a Educação Infantil tem seu direito gratuidade

assegurado, bem com definida que sua responsabilidade institucional e do

Sistema Municipal de Ensino.

No capitulo III, seção II, a Nova LDB considera a Educação Infantil como

primeira etapa da Educação Básica, que tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade.

Mesmo sendo a Educação Infantil, a primeira etapa da Educação

Básica, com a municipalização, essa etapa passa a ser a segunda prioridade

dos municípios pois a primeira prioridade é o Ensino Fundamental, conforme

estabelecida em dispositivo constante na Lei,

A LDB em seu Artigo 9º inciso IV afirma que:

“A União incumbir-se-á de (...) estabelecer em

colaboração com o Estado, o Distrito Federal e os

Municípios, competências e diretrizes para a Educação

Infantil (...)”.

“Um marco inicial dos novos tempos foi a definição, pela LDB, de 1996

da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica. Isso foi muito

importante, porque atribui caráter educativo definitivo à creche e pré-escola”,

(BEAUCHAMP, 2004, p.36).

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CAPÍTULO III

3. A ação do Supervisor Educacional na

Educação Infantil

A Educação, assim como toda sociedade, atravessa um momento de

reformulação. O Supervisor Educacional, como um Especialista em Educação,

também para e reflete desde a sua ação, seu valor, até a sua formação. E

neste momento toda reflexão só trará contribuição para valorização da atuação

deste profissional da Educação, o Supervisor Educacional, possibilitando a

concretização de suas funções e a abertura de mais espaços para sua efetiva

presença na Educação Infantil.

O mundo contemporâneo não apenas apresenta-se como uma

sociedade pedagógica, como também pede ações melhor definidas,

implicando isto, numa capacitação teórica-prática e principalmente continuada,

tanto de supervisores quanto de professores, para que se alcance uma

melhoria na qualidade do ensino oferecido à comunidade.

Para Rangel (1997,p.147), “Supervisor é o que procura visão sobre , no

interesse da função coordenadora e articulada de ações é também quem

estimula oportunidades de discussão coletiva, crítica é contextualizada do

trabalho...”

O Supervisor Educacional vem assumindo, na Educação Infantil, um

papel importante que o caracteriza como elemento ativador no ensino,

devendo ser sua atuação consciente, crítica e criativa.

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Portanto, acredita-se, que o papel do Supervisor Educacional não deve

se resumir em atividades técnicas, burocráticas, humanistas e políticas. O

trabalho deve ser de um profissional comprometido com a causa educacional.

É necessário que o supervisor tenha em mente o seu verdadeiro papel, sendo

um agente de mudanças, vencendo os desafios que surgem no seu dia a dia,

negando-se a reproduzir sem pensar, aceitar sem discutir e trabalhar sem

questionar.

È importante reforçar, que a supervisão educacional deve passar da

ação isolada à ação integrada com todos os membros da equipe e a

comunidade interessada.

A complexidade do trabalho pedagógico na Educação Infantil não

permite mais; que um profissional realize, por si só, o processo educacional. O

importante não é que o professor ou educador consiga fazer tudo, mas que

domine o objeto real de seu trabalho, compreendendo a articulação entre as

diversas atividades pedagógicas. Há de se ter ações do supervisor

educacional, no sentido de contribuir para a formação continuada do educador,

direcionando um trabalho teórico-prático para ele e para a criança.

Para o sucesso do trabalho do supervisor educacional na Educação

Infantil, é indispensável que este profissional seja capaz de manter um clima

de abertura e cordialidade no espaço escolar, fortalecendo o sentido grupal.

O supervisor educacional na Educação infantil tem que ter várias

parcerias no contesto escolar, com o propósito de mudanças necessárias para

o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico da escola. Essas parcerias se

traduzem em um processo formativo contínuo do mesmo modo que todos

trocam informações, vivências e ficam em um movimento que se formam e se

transformam.

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Luck (l998) apresenta uma proposta de trabalho integrado, explicando

que a escola deve ser vista com uma visão sistêmica aberta, ou seja, local

onde há um grupo de mútua influência trabalhando com o fim na educação e

que para que haja um mínimo conflito entre os integrantes do processo, fator

comum causado pela divisão de tarefas, é essencial uma integração de todos

os participantes deste processo.

A autora comenta que os cursos de formação de professores se

preocupam mais com os conhecimentos das áreas, da prática e

procedimentos, do que com os conhecimentos dos processos de

desenvolvimento humano e de aprendizagem.

Piletti (l994) descreve que: “É praticamente impossível para o professor

realizar isoladamente seu trabalho educativo”. Com base nesta afirmação

vemos a necessidade e a significância do trabalho do supervisor junto aos

educadores da Educação infantil, não só para o bom andamento do ensino-

aprendizagem, mas para o desenvolvimento global das experiências

educativas em questão, e para a avaliação da mesma e das pessoas que

estão envolvidas no processo educativo.

O supervisor deverá atuar como mobilizador dos diferentes saberes dos

docentes da Educação Infantil e dessa forma estará estimulando a formação

continuada dos mesmos, promovendo o ensino.

Lopes (l981) dizia que: “É pelo diálogo que podemos chegar à

sociedade. Diálogo que exige reflexão, troca e contra argumentação”.

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È com base nestas palavras que afirmo que a melhor forma do

supervisor atuar na escola do Ensino Infantil de fato, é através da

comunicação, ou seja da interação entre docentes e supervisão num ambiente

agradável e sério, onde ambas as partes estão de acordo e estritamente

voltadas ao processo educativo com o intuito de chegar a um único objetivo

que é a eficácia do processo educacional na Educação infantil.

Ripper (1997) ressalta que:

“O desafio de recriar o lugar do professor parra pelo de

redefinir o papel do supervisor como

instrumento/ferramenta pedagógica, a serviço da criação

de um ambiente que propicie a construção do

conhecimento e a atividade criatividade para o aluno e

professor” (RIPPER, 1997, p.51).

Isto significa dizer conforme explica Nérici (l986), para que o trabalho do

supervisor seja útil é necessário que este se desenvolva “não e maneira

impositiva, mas de maneira democrática, envolvendo todos os responsáveis

pelo processo educativo”.

A reflexão da ação do Supervisor na Educação infantil, sobre a escola,

os alunos, os professores e a sua prática é fundamental para o

aperfeiçoamento e, principalmente, a conscientização a respeito da

importância do seu trabalho.

Segundo Freire (l979):

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“O desenvolvimento de uma consciência crítica que

permite ao homem transformar a realidade se faz cada

vez mais urgente... Não há transição que não implique

em um ponto de partida, um processo e um porto de

chegada. Toda amanhã se cria num ontem, através de

um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no

passado e se corporifica no presente. Temos de saber o

que fomos e o que somos, para saber o que seremos”

(FREIRE, 1979, p.33).

Nos textos de Heloísa Luck (2003) esta nova dimensão da ação do

supervisor é bem apresentada, como pode-se comprovar no trecho a seguir:

“A eficácia da ação do supervisor escolar torna-se pois

diretamente ligada à sua habilidade em promover

mudanças de comportamento no professor” (LUCK,

2003, p.21).

O Supervisor Escolar, na verdade, é um especialista em refletir sobre o

trabalho em sala de aula, para tanto, seu papel é estudar e usar as teorias

para fundamentar ou fazer e o pensar dos docentes. Assim é necessário que o

Supervisor Educacional antecipe conhecimentos para o grupo e para atingir

esse objetivo, deve ler muito, ser apreciador das diferentes manifestações

culturais.

Nos dias atuais, o supervisor educacional participante é co-elaborador

do processo educativo junto com os mestres, mobilizador cultural e agente da

cidadania dentro da escola.

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“O Supervisor não fiscaliza, não inspeciona, o supervisor

dirige o professor através de sua ação cooperativa. Ele se

insere no processo não por necessidade de fiscalizar, de

inspecionar. Mas como componente indispensável,

competente para acompanhar para ajudar” (SOARES,

1998, p.21).

Sendo assim, antes de tudo, o supervisor, dever buscar formar uma

equipe forte capaz de exercer a cooperação coletivamente, tudo isso requer

desse profissional muita persistência, transparência e humildade. No entanto, o

supervisor capaz de construir eficiente equipe de trabalho precisa conhecer o

que faz, amar o que faz e acreditar no que faz.

Por fim, percebe-se que a Supervisão Educacional é um processo

dinamizador do crescimento pessoal e profissional dos educadores, e

coordenador das atividades docentes. Sua função é de assegurar, coordenar,

acompanhar e avaliar as atividades de caráter técnico-pedagógico do processo

ensino aprendizagem na Educação Infantil, modalidade do ensino que estamos

enfatizando. Essa Supervisão é responsável pelo aperfeiçoamento contínuo de

todo processo ensino-aprendizagem, pela integração dos conteúdos

programáticos das diversas disciplinas, áreas de estudo e atividade, pelo

estudo de problemas de relacionamento professor-aluno, propondo soluções,

promovendo reuniões e entrevistas com os pais, visando à melhoria de

comportamento e de aprendizagem dos alunos, entre outras ações.

O supervisor educacional que precisamos para atuar na Educação

Infantil nos dias de hoje, é aquele profissional que seja capaz de repensar,

refletir, redefinir e assumir a tarefa em busca de um saber mais crítico, que

possibilite condições de desenvolver na criança o pensar, o sentir e o agir...

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“Se não existe espaço, se as dificuldades são muitas

cabe a cada um, em seu nível, trabalhar e exercer o papel

de educador, não com um missionário ou exercendo um

sacerdócio, mas como um profissional realista e

consciente do seu papel, esclarecido quanto às limitações

e possibilidades que existem de se fazer educação hoje”

(MOURA, S.d., p. 8-13).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mudanças pelas quais passa a sociedade atual, desencadeiam

transformações no âmbito da educação, inclusive na Educação Infantil, e que

sem cerimônias avançam os muros da escola, transformando-a e a todos os

que dela participam, em especial o Supervisor Educacional. Surge daí a

necessidade de que se repense a atuação do supervisor escolar no Ensino

Infantil, em um mundo globalizado, em constante transformação. Esse

profissional, além de reconhecer as mudanças, deve ser capaz de refletir,

reagir e agir consciente da sua importância no contexto educacional brasileiro.

No processo contínuo de análise, reflexão e ação da própria prática

pedagógica, a ação do supervisor deverá criar espaços para a discussão

coletiva e a busca de cooperação mútua.

A superação da ação do supervisor educacional para uma educação

transformadora na Educação Infantil, exige atuação de um profissional

comprometido com sua tarefa. Esse compromisso exige responsabilidade,

formação continuada e competência.

Assim como toda mudança de prática é uma reprodução cultural,

esperamos que o atual supervisor educacional seja um elo de ligação de todos

os setores educacionais da escola de Ensino Infantil.

Finalizando, buscamos o entendimento sobre este “novo” paradigma

para o supervisor educacional que emerge em um contexto de transformações

que trazem em seu bojo ansiedade, tristezas, angústias, mas também

esperança e criatividade, na busca pela melhor maneira de atuar com

consciência, segurança e coragem para enfrentar o novo e transforma-lo.

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O bom supervisor não é dono do saber, nem da verdade, mas sim o

que conduz e busca caminhos alternativos a tudo que está voltado para a

educação provocando avanços e sucessos ao ambiente escolar.

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LBD, Lei 9.394/96.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”

AÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Autora: Edjane Cristiana dos Santos

Orientadora: Priscila Barcellos

Avaliador: ____________________________________________

Conceito: _____________________________________________

Data da Entrega: Junho/2006

Recife – PE

Junho/2006