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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O VAREJO DE MODA E A CRISE. COMO ATRAIR CLIENTES Por: FABIANE CRISTHINE EYER SERRANO Orientador Prof. JORGE VIEIRA Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · O Varejo e a Crise Num momento de crise econômica, o consumidor muda o seu comportamento. Com a inflação mais alta e a renda

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O VAREJO DE MODA E A CRISE. COMO ATRAIR CLIENTES

Por: FABIANE CRISTHINE EYER SERRANO

Orientador Prof. JORGE VIEIRA

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O VAREJO DE MODA E A CRISE. COMO ATRAIR CLIENTES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção de

grau de especialista em Gestão Empresarial Por.: Fabiane Cristhine Eyer Serrano

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar nesta trajetória. Aos meus pais, por me mostrarem o melhor caminho a seguir, mesmo diante deste mundo turbulento, sempre com muita sabedoria e amor. À minha irmã, Por ser minha amiga e me incentivar a seguir carreira que escolhi para minha vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu marido e companheiro Luiz Junior por estar ao meu lado, em todos os momentos da minha vida,

por todo incentivo e amor.

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RESUMO

O presente trabalho busca traçar as principais estratégias

criadas e adotas por empresas do Varejo de moda, diante da crise

econômica e política que o país vive atualmente.

As ferramentas utilizadas para sua medição e os planos de

ação pensados e executados, de acordo com uma pesquisa de seis

meses realizada no Plaza Shopping em Niterói e no Partage

Shopping em São Gonçalo, corroboram com o fato de que é

valoroso que as empresas criem estratégias diárias, ouçam seus

clientes, inovem e busquem alternativas para que a crise seja

apenas passageira e não prejudique resultados de anos, em

empresas sólidas.

Os resultados obtidos nestas pesquisas demonstraram o

quanto o relacionamento com os clientes é essencial; como muitas

empresas perdem, ou deixam de ganhar por não ouvirem,

entenderem ou criarem estratégias específicas para os clientes, isto

é, seu público alvo e seu principal objetivo.

Por fim, o trabalho propõe esta versatilidade em lidar com a

relação entre empresas do varejo de moda e seus clientes. Onde há

oportunidade e estratégias para atraí-los mais, contribuindo para os

resultados, ou lacunas que possam aprofundar negativamente ainda

mais a crise.

Palavras-chave: crise, clientes, estratégias, Varejo, moda

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METODOLOGIA

O estudo foi conduzido de forma prática através de

pesquisas de campo no Plaza Shopping em Niterói-RJ e no Partage

Shopping em São Gonçalo no período de janeiro a junho de 2016.

Além disso, através de leituras de livros e sites com foco em estudos

de negócio de varejo.

Foram utilizados autores como Kotler, Nicolau Maquiavel,

Alberto Dell’Isola, Daniel Goleman, Keith McFarland, W. Chan Kim,

Renée Mauborgne, Sun Tzu, Lee Lacocca, Paco Underhill, Ken

Blanchard, Don Hutson e Ethan Willis, James C. Collins e Jerry I.

Porras, Sam Walton.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I :

O Marketing

CAPÍTULO II:

O Varejo e a Crise

11

17

CAPÍTULO III:

O gestor

19

CAPÍTULO IV:

O atendimento

CAPÍTULO V:

O Visual Merchandising

CAPÍTULO VI:

A pesquisa de Campo

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29

34

CONCLUSÃO

38

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 48

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como meta medir e entender a

importância das estratégias adotadas pelas empresas do Varejo de

Moda para “driblar” a crise econômica que tem prejudicado muitos

resultados.

No primeiro capítulo, teremos os conceitos de marketing, pois

são essenciais para a análise do estudo como um todo.

Em seguida, no segundo capítulo, estudaremos e

entenderemos o Varejo de moda e a crise, seus desafios, quais

estratégias são imprenscidíveis para a conquista de bons resultados,

etc.

No terceiro capítulo, estudaremos o papel do Gestor, seu

recrutamento, seleção e desenvolvimento. Como as empresas

procuram o perfil ideal para gerir uma unidade de negócio e como os

mesmos são treinados a serem os donos de suas unidades de

negócio.

No quarto capítulo, veremos como o Visual Merchandising de

uma loja influencia em seu resultado final: o ambiente, os preços e

uma excelente experiência de compra são pilares essenciais para se

alcançar bons resultados.

No quinto capítulo, trataremos de um dos principais

responsáveis pela fidelização dos clientes: o atendimento.

Já no sexto e último capítulo, será apresentada a pesquisa de

campo realizada no Plaza Shopping e Partage Shopping durante os

seis primeiros meses do ano: janeiro, fevereiro, março, abril, maio e

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junho com o intuito de entender o porquê de algumas empresas

apresentarem excelentes resultados, enquanto outras, não

conseguirem sair do vermelho.

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CAPÍTULO I

Marketing e sua descrição

1.1. Marketing - descrição Dentre os estudiosos, Peter Drucker parece ter sido o

primeiro a sugerir que a busca da satisfação do cliente constitui o

fundamento de um negócio. Segundo ele, o marketing é todo o

negócio visto a partir do ponto de vista do seu resultado final, isto é,

o do cliente. De modo similar, no Brasil, Raimar Richars, delineava a

essência do marketing como “entender e atender o mercado”. Algo

que exige conviver com os consumidores, sentir e pensar com eles,

seguir seus caminhos e investigar seus hábitos e desejos, depois

elaborando soluções adequadas.

A American Marketing Association tem uma definição clássica

para marketing:

É o desempenho das atividades de negócio que

dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor

para o consumidor. Marketing é o processo de

planejamento e execução de criação, estabele-

cimento de preço, promoção, e distribuição de

idéias, produtos e serviços, para criar intercâmbios

que irão satisfazer as necessidades do indivíduo e

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da organização.1

Podemos perceber que é o que o cliente almeja encontrar todo

o tempo.

Ainda temos a definição de Kotler, o autor mais citado e

comentado nos cursos de marketing:

Processo pelo qual indivíduos ou grupos obtém o

que precisam ou desejam através de trocas de

produtos ou valores. (...) Atividades como

desenvolvimento de produtos, pesquisa,

comunicação, distribuição, preços, e serviços são

as atividades centrais do marketing.2

Podemos entender que o Marketing é na verdade, um dos

melhores métodos de se atrair clientes para unidades de negócio,

que ofereçam os melhores serviços e os melhores produtos,

principalmente diante de crises.

Segundo Kotler:

“O marketing necessitava embarcar num horizonte

mais amplo, que não presumisse que sua

única tarefa era aumentar a demanda. Isso

quer dizer que hoje o marketing não obedece

apenas a premissa de “vender mais”. Marketing é

mercado em ação, portanto, é usado para

satisfazer o cliente de modo que ele volte e

“venda para outros clientes”.

1 American Marketing Association Journal , 1960 e 1965

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Para Kotler, a importância do marketing não está em apenas

“vender”, mas sim criar uma fidelização a ponto de “clientes

venderem para clientes”, através da superação de suas expectativas

e de sua satisfação como consumidor final.

Ainda segundo Kotler:

“ Marketing é um processo social e gerencial pelo

qual indivíduos e grupos obtém o que necessitam

e desejam através da criação, oferta e troca de

produtos de valor com outros.” (1998, pág. 27)

Kotler nos apresenta o marketing como a essência da oferta e

da troca de produtos ou serviços de “valor” e o valor só é entendido

por quem adquira e deseja tais produtos ou serviços.

2 KOTLER, P, e ARMSTRONG, G. “Princípios de Marketing”, 1968, p.8

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1.1. Marketing na crise

De acordo com John A. Quelch e Katharine E. Jocz (2011), durante

uma recessão, é mais importante lembrar que a clientela fiel é a

principal fonte de caixa e crescimento orgânico. O marketing não é

opcional: é um “custo bom”, essencial para que se obtenha receita

junto a esses clientes cruciais, e a outros também.

É comum, no entanto, que o corte no orçamento atinja

desproporcionalmente o marketing. É possível aparar custos de

comunicação de marketing com mais rapidez do que custos de

produção e sem demitir ninguém. Na hora de administrar despesas

de marketing, no entanto, a empresa não pode deixar de distinguir o

necessário do supérfluo. Erguer e manter marcas fortes, marcas

que o público reconheça e nas quais confie. Ainda é uma das

melhores maneiras de reduzir o risco da empresa. A cotação de

ações de empresas com marcas fortes como Colgate-Palmolive e

Johnson & Johnson resistiu melhor durante recessões do que a de

grandes fabricantes de bens de consumo com marcas menos

conhecidas.

É mais fácil promover uma poda cirúrgica do orçamento

durante uma retração do que em tempos de bonança. A crise é

justificativa para que a empresa se livre de tudo o que tem baixo

desempenho e elimine táticas de baixo rendimento. Quando a

sobrevivência está em jogo, fica mais fácil conquistar apoio empresa

afora para rever estratégias de marketing e remanejar investimentos.

Gerentes podem questionar a velha mentalidade e apostar na

criatividade para encontrar soluções superiores para necessidades

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do cliente (em vez de simplesmente estender a linha novamente). O

desafio é dar recomendações bem sustentadas, caso a caso, sobre

onde cortar gastos, onde mantê-los como estão e até onde aumentá-

los.

Para começar, é importante fazer uma triagem das marcas e

dos produtos ou serviços da empresa. Determinar quais têm baixas

perspectivas de sobrevivência, quais podem sentir queda nas

vendas, mas ser estabilizados, e quais provavelmente vicejarão

durante a recessão e posteriormente.

As oportunidades estratégicas durante a crise vão depender

muito do segmento ao qual pertencem seus principais clientes e de

como esse público classifica os produtos ou serviços. As

perspectivas são relativamente boas, por exemplo, para artigos

essenciais de marca popular, que vai preferir pagar menos a

prestigiar marcas nobres. Marcas populares também conseguirão

atrair o consumidor, que até então optava por marcas mais

sofisticadas — estratégia usada agressivamente pelo Wal-Mart na

recessão de 2001 com sua política de “preço baixo, sempre”.

Também há oportunidades para marcas populares na categoria de

artigos adiáveis. Se a oportunidade de mercado for incerta ou estiver

piorando, talvez seja hora de desistir de marcas ou produtos que já

vinham mal antes da crise e agora estão em estado crítico. No caso

dos demais, a empresa deve concentrar os recursos de marketing

em iniciativas para manter sua relevância para a clientela central e,

com isso, sustentar a marca durante a recessão e na hora da

retomada.

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Quando as vendas começam a cair, a empresa não deve

entrar em pânico e sair alterando a proposta ou o posicionamento

fundamentais da marca. Quem atende o consumidor de renda média

ou alta, por exemplo, talvez sinta a tentação de se aventurar

mercado abaixo, decisão que poderia confundir e alienar a clientela

fiel. Além disso, poderia provocar uma séria resistência de

concorrentes cujas operações seguem uma estratégia de baixos

custos e que conhecem a fundo o consumidor de olho no bolso.

Uma empresa que se afasta da base já estabelecida pode até

conquistar clientes novos no curto prazo, mas sairá da recessão com

uma posição enfraquecida. A melhor saída é estabilizar a marca. Até

empresas com pouco caixa fariam bem em comprometer uma

parcela considerável dos recursos de marketing para fortalecer a

proposta central da marca. Lembrar ao consumidor o valor da marca

pode reforçar a proteção trazida por investimentos anteriores tanto

na marca como na satisfação do cliente.

Na hora de decidir que táticas de marketing empregar, é

crucial observar como a clientela está reformulando prioridades,

remanejando verbas, mudando de marca e de categoria de produtos

e redefinindo o que é valor. É essencial, portanto, continuar

investindo em pesquisa de mercado. Com a recessão perdendo

força, o consumidor vai recuperar o poder aquisitivo, mas é possível

que não retome os velhos padrões de consumo. A pesquisa de

mercado deve tentar descobrir se o consumidor vai voltar a marcas e

produtos conhecidos, se vai ficar com produtos substitutos ou se

estará aberto a inovações.

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CAPÍTULO II

O Varejo e a Crise

Num momento de crise econômica, o consumidor muda o seu

comportamento. Com a inflação mais alta e a renda apertada, ele vai

pensar duas vezes antes de “colocar a mão no bolso” por uma

compra. Mas isso não quer dizer que as vendas precisam ficar no

negativo.

Segundo Marcos Gouvêa de Souza, “A década do varejo,

definitivamente, terminou.”

Nos últimos meses, a hipótese de que o vigoroso crescimento

do setor na última década (acima de 5% entre 2004 e 2014) havia se

esgotado gerou uma série de debates públicos. No dia 16/02, o

IBGE acrescentou um dado à discussão: o varejo teve uma retração

de 4,3% no ano passado, primeira queda desde que a estatística

passou a ser publicada, em 2001.

Para Gouvêa, o varejo não terá mais o crescimento que vinha

tendo. Ele acredita que tenha crescido rapidamente graças a fatores

que não poderão se repetir. O principal foi a incorporação de mais de

40 milhões de brasileiros ao mercado de consumo. Segundo ele,

este processo está concluído. O crescimento rápido, portanto, teve a

ver com uma questão estatística: o Brasil tinha uma base de vendas

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relativamente pequena, sobre a qual era mais fácil promover altas

expressivas.

No atual patamar de vendas, porém, repetir esse desempenho

é bem mais difícil. Além disso, a última década também foi marcada

por mudanças comportamentais que passaram a apertar as margens

dos varejistas. Para Gouvêa, houve um empoderamento do

consumidor. Ele exige mais das marcas, quer lojas melhores, mais

assistência técnica. E tem muito mais acesso à comparação de

preços.

Gouvêa acredita que o resultado ruim de 2015 se deveu a uma

tempestade perfeita que atinge o varejo. Ela é provocada por uma

mistura de desemprego mais alto, perda de renda dos trabalhadores,

taxa de juros elevada, restrições a concessão de crédito pelos

bancos e a baixa confiança dos consumidores.

Ele acredita que, neste ano, o clima deve ser um pouco melhor

para os varejistas. Não fosse o cenário político ruim, a economia já

estaria começando a responder positivamente. Para ele, a

Olimpíada e as eleições municipais tendem a ajudar nas vendas. Ele

Para ele, esses fatos vão tirar o foco de Brasília e distender um

pouco a tensão dos consumidores. Ele prevê que o varejo vá fechar

2016 com um resultado entre queda de 2% e alta de 1% na

comparação com o ano passado.

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CAPÍTULO III

O Gestor e sua influência sobre os resultados de uma

empresa em tempos de crise

Segundo Jim Amos:

“Muito se disse sobre como gerenciar a vida e os

negócios. Na maioria das vezes, trata-se de uma

reflexão sobre dinheiro e recursos materiais.

No entanto, a melhor forma de gerência é a

influência. (2008, pág. 1) 3

Segundo Ken Blanchard, Don Hutson e Ethan Willis:

“Os líderes precisam propiciar aos membros

da equipe tudo de que eles precisam para se

motivarem e tomarem a iniciativa para alcançar

o sucesso”

“Se uma empresa quer que seus líderes

pensem e ajam de maneira empreendedora

ela deve mantê-los bem informados sobre

a visão e seus processos – e seu impacto

Sobre lucros e perdas.” (2008, pág. 1) 4

3 Empreendedor minuto, 2008 4 Empreendedor minuto, 2008

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Toda empresa precisa desenvolver e treinar seus líderes para

que entendam como a mesma funciona e porque ser empreendedor

é tão importante para uma companhia.

Conhecer onde se pode ganhar e onde se pode perder é papel

do gestor, assim como a importância de sua influência na equipe de

loja.

O gestor é o disseminador da cultura de uma empresa e o

“personagem” mais importante para que os objetivos sejam

transmitidos de forma clara para quem está na “operação”. Motivar,

treinar e desenvolver a equipe são funções importantíssimas para

um verdadeiro gestor de uma loja.

Analisar e criar planos de ação para sua taxa de conversão,

bem como envolver toda a equipe de loja neste mesmo objetivo trará

excelentes resultados para a companhia.

“Todos os líderes devem estar focados nas

Necessidades dos clientes e em como

satisfazê-las e superar suas expectativas.”

(2008, pág. 116)5

Um gestor de uma empresa de Varejo, atualmente, é

contratado com foco em “clientes”, “conquistar clientes”, “superar

suas expectativas”.

5 Empreendedor minuto, 2008

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Sabemos o quanto é essencial fidelizar e atrair novos clientes,

por isso é fundamental que o gestor de uma loja crie ações e

estratégias para que os clientes sintam-se muito satisfeitos com os

produtos e serviços prestados, pois desta maneira, os mesmos

voltarão outras vezes, além de se tornarem a melhor forma de

marketing: “o boca a boca”.

Segundo James C. Collins e Jerry I. Porras (1995), A gestão

de uma unidade de negócio tem um grande impacto sobre a

organização – na maioria dos casos, um impacto significativo. O

gestor preservará o seu negócio, ao mesmo tempo, que influenciará

toda sua equipe.

As empresas visionárias desenvolvem, promovem e

selecionam, cuidadosamente, os talentos gerenciais, muitos deles

de dentro da própria empresa (promoção). Esta é uma medida

essencial para a preservação de toda cultura e maturidade coletiva

de uma empresa.

De acordo com José Luiz Bichuetti (2011), Gente é o ativo

mais importante de das organizações, é o propulsor que as move e

lhes dá vida.

Fala-se muito em escassez de talentos, talentos existem,

porém é necessário que as empresas saibam como identificá-los e

desenvolvê-los.

Para que uma empresa recrute e selecione um gestor com

foco em taxa de conversão, é imprescindível que a mesma utilize

ferramentas que identifique estes perfis, além disso, após a seleção

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o mesmo deverá ser treinado e desenvolvido para que sua visão

esteja, completamente, voltada para este indicador.

O acompanhamento por parte de um gestor responsável e

mais experiente é essencial para que o treinamento e

desenvolvimento do novo gestor contratado seja um sucesso e traga

excelentes resultados para a companhia.

De acordo com Wagner Oliveira (2015), o conceito de

formação gerencial nos últimos anos foi fortemente exercitado pelas

empresas varejistas. O mercado em expansão, a competição por

novos territórios e a necessidade de reciclar o corpo gerencial

levaram as empresas a estruturar programas específicos de

educação corporativa com este objetivo. Estas ações, por muito

tempo, sustentaram o plano de expansão das redes e o turnover na

área de gestão.

Não se abre uma loja sem um bom gerente, porém, tais

profissionais não estavam disponíveis no mercado. Portanto, a única

saída era formá-los.

Com a crise se aprofundando e os grandes varejistas

dispensando os profissionais que demandaram investimentos

significativos para sua formação, há de se pensar que esta mão de

obra está farta no mercado.

Realmente, o número de currículos com experiência

profissional que têm chegado aos RH´s cresceu muito nos últimos

meses, mas isto não significa que as empresas podem abrir mão

dos seus programas de formação gerencial.

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A maioria destes currículos trazem experiências e vivências

fundamentais para a operação, o que pode reduzir de forma

significativa o investimento na formação dos gerentes. Os valores, a

cultura, a filosofia, a alma e o jeito de ser não estão disponíveis no

mercado, muito menos nos currículos disponíveis nos RH´s.

A grande empresária do setor, Luiza Helena, do Magazine

Luiza, costuma dizer em suas palestras: “Os concorrentes podem

copiar as ideias da Magazine Luiza, mas o segredo da empresa esta

na Alma e isto ninguém copia”.

Outro ponto importante é que como os processos de expansão

estão muito restritos e/ou paralisados, é possível pensar que este

investimento possa ser postergado. Segundo Peter Senge ( 2013), o

sucesso está nas organizações que aprendem.

Nosso cenário atual é o seguinte: gerentes com experiência

disponíveis no mercado, redes varejistas com necessidades de

pessoal para reposição e otimização dos resultados já que a

competição pelos poucos recursos dos clientes se intensificou com a

crise.

A solução parece simples: contratar esta mão de obra

disponível e aculturar este profissional com a nova empresa ao

menor custo possível. Isto pode acontecer replicando o modelo de

formação que mais cresce no mundo, a Educação a Distância.

Modernos projetos de educação corporativa utilizam

ferramentas tecnológicas para otimizar o tempo e o custo deste tipo

de formação. Utilizando os profissionais mais experientes da própria

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empresa, que atuam como tutores nos programas de capacitação, é

possível fazer o “on the job training” com um custo muito menor do

que se faria com o treinamento presencial.

O momento exige cortes, mas, restringir custos não pode ser

sinônimo de paralisia no desenvolvimento do corpo gerencial da

empresa. O custo da retomada pode ser insuportável e a velocidade

com que cada concorrente vai retomar o pós crise, (acredite ele está

próximo) será fator decisivo de sucesso. Não adianta sobreviver à

crise e sucumbir na retomada. Isto será o mesmo que morrer na

praia.

Em momentos de crise, a criatividade, a inovação e a

facilidade para mudanças são características essências em um

gestor de varejo.

“Para muitos, a criatividade é algo inato,

uma espécie de dom com o qual você nasce...

...A criatividade é um potencial desenvolvido

pelo ser humano, como um trabalho intelectual de

criação de coisas novas.”

(2015, pág. 80)1

1 Mentes Brilhantes, 2015

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CAPÍTULO IV

O atendimento como um dos principais pilares de uma

empresa sem crise

Hoje em dia, é indiscutível que a excelência no atendimento ao

cliente seja um dos maiores diferenciais competitivos do mercado e

o fator principal para o crescimento das vendas e a evolução das

empresas. Não existe empresa desestabilizada que prospere e

conquiste mercado sem clientes satisfeitos.

Os consumidores estão, cada dia, mais maduros e exigentes

com a concorrência mais acirrada é uma equação devastadora para

as empresas que negligenciam o atender bem. Portanto, a maneira

como uma empresa atende o seu cliente pode ser o diferencial entre

obter sucesso ou fracassar, entre aumentar, drasticamente, a taxa

de conversão de uma loja, ou perder seu controle de vez.

4.1– O cliente

Na antiga economia, a concorrência era menor e a caderneta

era considerada a ferramenta de relacionamento que melhor definia

o significado da palavra cliente.

No velho contexto, o conceito de cliente era o sujeito que

entrava no estabelecimento comercial, chamava a atenção, batendo

sua mão no balcão e fazia seu pedido do produto que desejava.

Como o cliente não tinha muitas opções de produtos e concorrentes,

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se não ficasse satisfeito, deixaria de adquirir a mercadoria ou então

voltaria contra sua vontade no mesmo ponto de venda. O poder

estava nas mãos dos proprietários e donos dos comércios.

Com o passar do tempo, a relação comerciante – consumidor

mudou, e diversos estudos foram realizados, considerando o cenário

atual da globalização e competitividade mundial que exige muito

mais das empresas.

Neste sentido, o foco voltou-se completamente para os

clientes, mais especificamente, para o serviço prestado a ele, que

passa ser o principal personagem e “protagonista” da história e desta

mudança mundial.

Marques (2000), define de forma simples, considerando que o

cliente seja quem compra os produtos para o próprio consumo, ou

para distribuí-los para consumidores finais.

O cliente ganhou uma dimensão maior e não dar a devida

importância a ele, tem sido a casa de falência de muitas empresas.

De acordo com Chiavenato (2007), o negócio existe para suprir

as necessidades dos clientes, definindo se o negócio terá sucesso

ou não. Contudo, há necessidade da criação e inovação de

estratégias que façam com que o cliente sinta-se importante e bem

atendido. O perfil do consumidor mudou de fiel para infiel.

Não serão as empresas que definirão quais clientes elas

desejarão em suas lojas, ao contrario disso, os clientes que

escolherão as empresas que se perpetuarão neste mundo

globalizado.

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4.2 – O diferencial no mercado

Atualmente, com os produtos mais semelhantes e com vida útil

menor, é evidente que preço competitivo e produtos de qualidade já

não são suficientes para conquistar a fidelização dos clientes.

Competência profissional, eficiência, entusiasmo, agilidade,

gentileza, polidez e simpatia de quem atende são diferenciais no

mercado de hoje.

O cliente precisa ter a sensação de conforto, conveniência,

praticidade, satisfação e a melhor experiência de compra. Desta

maneira, a fidelização acontecerá, naturalmente.

Diferentes pesquisas ratificam, entre elas, uma realizada pela

Walt Disney World, que a atenção ao cliente é o ponto nevrálgico de

um negócio. Com pequenas diferenças, os números indicam que,

aproximadamente, 68% dos clientes deixam de comprar em uma

empresa por causa de seu atendimento e do comportamento de

seus funcionários. Muitos clientes, mesmo insatisfeitos, saem

calados e sem reclamar e isto é muito perigoso, porque para eles é

mais conveniente não falar nada e comprar no concorrente, ao invés

de “perder tempo” e reclamar.

Excelência no atendimento é fundamental. Não adianta focar,

apenas, nos produtos e na propaganda, pois a realidade só é

percebida no momento em que interagimos com as pessoas que

trabalham nas empresas, atendendo ou não as nossas expectativas.

Um atendimento de qualidade pode fazer com que o cliente

esteja fidelizado e não precise decidir por produtos similares,

expostos em vitrines também similares.

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4.3 – Ferramentas de atendimento – Cliente Secreto

Com o intuito de melhorar o atendimento, já é realidade nas

empresas que atuam no país a figura do cliente secreto.

Um profissional que é contratado para avaliar, anonimamente,

diferentes aspectos de um estabelecimento comercial. A

metodologia é considerada, pelos especialistas da área de

administração, a mais eficaz no sentido de retratar o real serviço

prestado.

A partir destas avaliações, os empresários, adotam medidas

para mudar o que pode não estar funcionando adequadamente e

manter a competitividade. Estes trabalhos são intermediados por

uma empresa terceirizada, que paga, além da remuneração, todas

as despesas do cliente secreto para que a avaliação seja feita.

4.4 – O atendimento na crise

O atendimento interfere, diretamente, no resultado final de uma

unidade de negócio.

Cristina Marinho, (2011), aumentar o contato cliente-vendedor

durante o atendimento também funciona para o aumento de vendas

no caixa, por isso é importante que o gestor verifique se seus

vendedores estão sobrecarregados de atendimentos ou de outras

tarefas por dia, que não conseguem dar a devida atenção aos

clientes.

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Os clientes não podem estar “soltos” pela loja, sem a devida

atenção, pois sem informações ou com dúvidas, os mesmos

desistem de comprar e vão embora.

O atendimento é um dos principais pilares para fidelizar os

clientes e manter as empresas fora da crise e de maus resultados.

CAPÍTULO V

O Visual Merchandising como fator importante na

decisão de compras dos clientes

Não existe uma definição única do que seja Visual

Merchandising (VM), mas como todo prática transversal, ele troca e

congrega diferentes estágios da vida do produto, de sua concepção

ao momento em que é colocado à disposição do cliente. E, assim

como o varejo é efêmero, seu conceito também tem evoluído no

tempo.

“Visual merchandising é definido

como a apresentação de toda e

qualquer mercadoria no seu melhor:

a coordenação de cores (cores sincronizadas)

Disponibilização de complementos

(produtos/acessórios) e a auto-explicação

(descritiva/ilustrativa).”

(Bhalla;Singhal, 2010 p.18) 6

6 Bhalla, Swati;SInghal, Anuraag. Visual Merchandising.

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Blessa (2009), acrescenta ao conceito ao afirmar que o “Visual

Merchandising” usa o design, a arquitetura e a decoração para

aclimar, motivar e induzir os consumidores à compra.” (p.6)

Pegler (apud Sackrider ET AL, 2009, p.158) afirma em

entrevista que o VM “é para as marcas e empresas”, o meio de dizer:

isso é o que somos e isso é o que fazemos. Não se trata apenas de

vender [...], mas também de convencer o consumidor do valor desse

produto, do valor da loja [...]”.

Esta afirmação vai de encontro ao conceito de posicionamento

da marca, ainda mais quando se discute o mercado da moda, o qual

“sempre utilizou a ambientação do produto como um dos elementos

centrais de seu valor agregado” (SackRider ET AL, 2009, p.159)

Morgan (2011), numa visão mais contemporânea, trata visual

merchandising e design de lojas como um único conceito: “Odesign

de lojas reúne todos os aspectos do Visual Merchandising: vitrines e

interiores, instalações, mobiliários, acessórios e iluminação” (p.30)

SackRider Et Al, (2009), o VM é, frequentemente, apresentado

como uma parte do marketing, com uma eventual noção de

hierarquia que situava o primeiro nível das consequências práticas

do segundo (disposição de vitrines, decoração, apresentação). O

merchandising, no entanto, como catalisador da compra e vetor de

identidade da marca através do ponto de vendas está em contato

direto com o marketing, tomado em seu sentido mais amplo,

colocando-se no início de sua reflexão.

Logo, o Visual merchandising na contemporaneidade é o

principal ponto de contato do composto de marketing que permite

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materializar para o consumidor os valores de uma marca e demais

aspectos intangíveis da comunicação, antes dele chegar

propriamente ao produto.

“Os profissionais de marketing astutos percebem

que o ambiente de loja é a última e melhor chance

de fazer a diferença. A comunicação no PDV com frequência

depresenta o ponto culminante de um programa de

CIM (comunicação integrada de marketing),

cuidadosamente integrado.” (Crescitelli; Shimp, 2012, p.495) 7

Isto é, ir fisicamente ao consumidor deixando clara a leitura da

oferta, convencê-lo racionalmente da história que se conta com a

ambientação e ainda seduzi-lo emocionalmente é uma tarefa de

merchandising que requer recursos estratégicos direcionados, qua

estão configuradas em quatro eixos principais: estratégia e

organização, gestão, sedução e comunicação.

a. Eixo da estratégia e organização de ofertas: compreende a

implantação de zonas físicas de produtos categorizados por

famílias, subfamílias ou temas, organizados em termos de

cores, de materiais e de estilos. Este recurso confere uma

lógica de organização que permite ao consumidor fazer

umaleitura rápida, fácil e clara.

7 Crescitelli, E.; Shimp, T.A. Comunicação de marketing

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b. Eixo gestão: em função do espaço disponível no ponto de

venda e das proporções de rentabilidade que se objetiva, o

varejista determinará quais famílias ou temas de produtos

receberão maior visibilidade, pautado em cálculos específicos,

o que resultará na otimização das vendas e no aumento de

ofertas para o consumidor.

c. Eixo sedução: tange a disposição e a animação do ponto de

venda na sua totalidade, o que vai refletir na identidade da

marca e contribuir para desenvolver o “conjunto ambiente”,

encarregado de instaurar uma relação de gratuidade lúdica

e/ou afetiva entre o cliente e a marca.

d. Eixo comunicação: diz respeito a todo ponto de venda, sendo

o instrumento que permitem ao varejista mostrar a sua

identidade para o consumidor, seja através de fotos, músicas,

objetos e vitrine, para algumas marcas como a Zara, “os

pontos de vendas” representam quase o único vetor de

comunicação, no qual elas se apoiam para desenvolver sua

imagem e sua notoriedade.” (SackRider ET AL, 2009, p.161)

A decisão de compra dos clientes está diretamente ligada à

organização da loja, produtos, além de um excelente atendimento.

Ambos “caminham” juntos. Quando nos deparamos com uma loja,

extremamente organizada, com ambientes agradáveis, música em

volume adequado, precificação ideal (sem a impressão de poluição

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visual), quantidade de produtos expostos, além de tamanhos e

cores, e organização por categorias.

O VM é um dos corresponsáveis, assim como o atendimento em

auxiliar o gestor criativo em sua unidade de negócio.

“... fazer compras é mais do que “apanhar e ir embora...” O tipo

de atividade a que me refiro envolve experimentar a parte do mundo

que se supõe a venda, usando nossos sentidos – visão, tato, olfato,

audição – para escolher ou rejeitar este ou aquele produto”. (Paco

Underhill, 2009, p.12) 1

Está provado que clientes são, constantemente, influenciados

em seu processo de decisão de compra. Principalmente, através

doscinco sentidosl. Os olhos são os responsáveis por despertar o

desejo inicial de compra e através deles, a vontade surge para que o

sentimento de satisfação e de “estar saciado” por um produto ou

serviço seja concretizado.

1 Vamos às compras, 2015

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CAPÍTULO VI

A Pesquisa de Campo e seus resultados

É importante que exista uma pesquisa para que entendamos a

satisfação dos clientes e o que os fazem comprar em tempos de

crise.

De acordo com Kotler (2000), a satisfação consiste na

sensação, de prazer ou desapontamento, comparada ao

desempenho percebido de um produto em relação ás expectativas

daquele que compra.

Pensando nisso, a pesquisa de campo foi realizada durante os

meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho com o intuito

de entender na prática como a crise está afetando o varejo de moda

nas lojas do Plaza Shopping Niterói e Partage Shopping São

Gonçalo, sondando aos gestores o porquê do resultado ruim em sua

opinião.

Foram entrevistados 10 gestores (sempre os mesmos) durante

todos os meses, com o intuito de acompanhar o resultado

(crescimento ou declínio).

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As perguntas feitas aos gestores foram as seguintes:

1) Como foi o crescimento de vendas em relação ao ano de

2015 neste mesmo mês?

2) Quais foram os principais fatores em sua opinião que

contribuíram positiva ou negativamente?

3) Quais estratégias adotou para driblar a crise? Criou ou

mudou algo em sua unidade de negócio?

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6.1 – Resultados obtidos

6.1.1 – Crescimento em Vendas Nominais

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Janeiro Março Maio

20152016

6.1.2 – Principais fatores

0 20 40 60 80

1° Trim

Poder de compra

Recursos

Fluxo

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6.1.3. Principais estratégias

0

5

10

15

20

25

30

35 Ações de Marketing

Redução Quadro de Pessoal

Parcerias

Reestruturaçãoorganizacional

Preço

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CONCLUSÃO

Após tudo que foi citado e analisado sobre o Varejo de moda e

a crise, podemos concluir que a as estratégias adotadas que

definirão quais resultados queremos atingir.

Através das estratégias, percebemos se o fluxo apresentou

melhora, o preço atraiu mais clientes, se as ações de marketing

trouxeram novos clientes, além dos já fidelizados às marcas, embora

estejamos em um momento de crise..

Porém, para que tudo isso seja possível, é necessário que as

empresas contratem gestores treinados e capacitados como os

principais disseminadores e visionários deste negócio. Gestores que

não tenham medo de criar, inovar, se adaptar às mudanças, pois

elas acontecerão muitas vezes para que resultados sejam

alcançados.

Não adiantaria conhecer e identificar os principais problemas

que a crise pode trazer para um determinado negócio, se não houver

atitude, criatividade, resiliência e uma postura positiva por parte do

gestor, pois ele é o principal maestro desta orquestra, chamada

unidade de negócio.

As estratégias adotadas serão as responsáveis por um

momento de crise passageira, ou uma crise capaz de “destruir” uma

marca e toda uma história.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

UNDERHILL, Paco, Vamos as compras!. A ciência do consumo nos mercados globais. Ed. Campus, Rio de Janeiro 2009 – tradução de Ricardo Bastos Vieira. BLANCHARD, Ken, HUTSON Don, WILLIS Ethan, Empreededor minuto. O segredo para você criar e manter um negócio de sucesso. Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 – tradução de Valéria Delgado. COLLINS, James C., PORRAS, Jerry I., Feitas para durar, práticas bem-sucedidas de empresas visionárias. Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 1995 – Tradução de Silvia Schiros. KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary, Princípios de Marketing. 9ª Edição, Ed. Atlas, São Paulo, 2003. KOTLER, Philip.& ARMSTRONG, Gary.. PRINCÍPIOS DE MARKETING. 5ª ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1993. KOTLER Philip. PRINCIPIOS DE MARKETING. Rio de Janeiro: Pearson.1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1993 BHALLA, Swati; SINGHAL, Anuraag. Visual Merchandising. New Delhi: Tata McGraw-Hill, 2010 CRESCITELLI, E.; SHIMP. T.A. Comunicação de marketing – Integrando propaganda, promoção e outras formas de divulgação. São Paulo: Cengage, 2012. MORGAN, Tony. Visual Merchandising – vitrines e interiores comerciais. São Paulo: Gustavo Gili, 2011. SACKRIDER, Françoise; GUIDÉ, Gwenola; HERVÉ, Dominique. Entre vitrinas:

distribuição e visual merchandising na moda. São Paulo: Editora SENAC, São

Paulo,2009

REV. CIENTÍFICA ELETRÔNICA UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.1, p.54-65,

jan./jun.2013

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40

ALBRECHT, KARL. A única coisa que importa: trazendo o poder de cliente

para dentro de sua empresa. São Paulo: Pioneira, 1995.

PILARES, Nanci Capel. Atendimento ao cliente – o recurso equecido. São

Paulo: Nobel, 1991.

ROZA, Marcos. O diferencial do atendimento. Diário de São Paulo. São Paulo,

05 de junho de 2011. Negócios, p.8.

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/05/empresas-adotam-clientes-

secretos-para-avaliar-qualidade-do-atendimento.html

www.administradores.com.br/artigos/negocios

www.mercadoecommerce.com.br

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BIBLIOGRAFIA CITADA

UNDERHILL, Paco, Vamos as compras!. A ciência do consumo nos mercados globais. Ed. Campus, Rio de Janeiro 2009 – tradução de Ricardo Bastos Vieira. BLANCHARD, Ken, HUTSON Don, WILLIS Ethan, Empreededor minuto. O segredo para você criar e manter um negócio de sucesso. Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 – tradução de Valéria Delgado. COLLINS, James C., PORRAS, Jerry I., Feitas para durar, práticas bem-sucedidas de empresas visionárias. Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 1995 – Tradução de Silvia Schiros. KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary, Princípios de Marketing. 9ª Edição, Ed. Atlas, São Paulo, 2003. KOTLER, Philip.& ARMSTRONG, Gary.. PRINCÍPIOS DE MARKETING. 5ª ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1993. KOTLER Philip. PRINCIPIOS DE MARKETING. Rio de Janeiro: Pearson.1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1993 BHALLA, Swati; SINGHAL, Anuraag. Visual Merchandising. New Delhi: Tata McGraw-Hill, 2010 CRESCITELLI, E.; SHIMP. T.A. Comunicação de marketing – Integrando propaganda, promoção e outras formas de divulgação. São Paulo: Cengage, 2012. MORGAN, Tony. Visual Merchandising – vitrines e interiores comerciais. São Paulo: Gustavo Gili, 2011. SACKRIDER, Françoise; GUIDÉ, Gwenola; HERVÉ, Dominique. Entre vitrinas: distribuição e visual merchandising na moda. São Paulo: Editora SENAC, São Paulo, 2009 ROZA, Marcos. O diferencial do atendimento. Diário de São Paulo. São Paulo,

05 de junho de 2011. Negócios, p.8.

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DELL’ISOLA, Alberto. Mentes Brilhantes. Como desenvolver todo o potencial

do seu cerebro. Universo dos Livros. São Paulo, 2012.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I :

1.1 Marketing - descrição

1.2 O Marketing na Crise

CAPÍTULO II:

O Varejo e a crise

11

11

14

17

CAPÍTULO III:

O gestor e sua influência sobre

os resultados de uma empresa

em tempos de crise

19

CAPÍTULO IV:

O atendimento como um dos

principais pilares para uma

empresa sem crise

4.1 – O cliente

4.2 – O diferencial do mercado

25

25

27

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4.3 – Ferramentas de

atendimento: O cliente secreto

4.4 – O atendimento e a crise

CAPÍTULO V:

O Visual Merchandising como

fator importante na decisão de

compras dos clientes

CAPÍTULO VI:

A pesquisa de Campo e seus

resultados

6.1 – Resultados obtidos

28

28

29

34

36

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BIBLIOGRAFIA CITADA

INDICE

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39

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