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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
UM ESTUDO SOBRE COMO A CONTABILIDADE DE
CUSTOS É ABORDADA EM SALA DE AULA
FERNANDA LARRÚBIA MARQUES
ORIENTADOR: PROF. José de Oliveira
Niterói/RJ 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Fernanda Larrúbia Marques
UM ESTUDO SOBRE COMO A CONTABILIDADE DE CUSTOS
É ABORDADA EM SALA DE AULA
Niterói/RJ 2016
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por
ser essecial em minha vida, aos meus pais
Roberto Batista Marques e Noemi Larrúbia
Marques, ao meu marido Guilherme D’Angelo
Pinto Isabel e as minhas filhas Júlia Larrúbia
D’Angelo e Sofia Larrúbia D’Angelo.
5
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é abordar a relevância do ensino de
Contabilidade de Custos no curso de graduação de Ciências Contabéis,
fazendo uma análise, fazendo uma análise no contexto da formação dos
professores dessa disciplina e ampliando através da análise do conteúdo da
disciplina , apoiando as demais dicussões nos pontos de vista de teóricos que
buscam situar as políticas direcionadas à educação, sendo apresentada a
mudanças nas exigências do professor quanto a sua conjutura formativa.
Justificando a necessidade do professor estar ciente de sua responsabilidade
em adquirir conhecimentos para transmití-lo de forma consciente e resposável.
A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, com leituras e análises das
fontes de estudo. Foi compreendido que a sociedade hoje precisa de um
professoe crítico, criativo e empreendedor firmado em sua consciência
profissional.
6
METODOLOGIA
Nossa pesquisa foi somente de cunho bibliográfica – apoiando-se
em escritos anteriores a nossa pesquisa e relevantes ao nosso tema, pautado
em publicações, principais livros técnicos e didáticos brasileiros, artigos do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Regional de
Contabilidade (CRC), Revista Brasileira de Contabilidade e Resoluções e
outros sobre excelência na metodologia de ensino.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Contabilidade de Custos 09
1.1- Contabilidade de Custos e suas necessidades 10
1.2- Contabilidade de Custos e seus princípios 13
1.3- Contabilidade de Custos na prática 14
CAPÍTULO II - Metodologia de Ensino 18
2.1- Ensino e Aprendizagem 19
2.2- Técnicas de Ensino 21
2.3- Didática 27
CAPÍTULO III– Contabilidade de Custos na Graduação 29
3.1- Competências profissionais do contador 30
3.2- Formação de professores na área de contabilidade 31
3.3- Fatores de aprendizado 34
3.4- Revisando conceitos dos conteúdos 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo ressaltar a importância da
disciplina Contabilidade de Custos ministrada na graduação de Ciências
Contábeis, levando-se em consideração que a metodologia de ensino é
fundamental no exercício profissional de várias pessoas. O tema foi escolhido
em função da dificuldade de compreensão do conteúdo pelos alunos, a
maioria cria um bloqueio, enfrentando problemas no mercado de trabalho.
Atualmente, exige-se do profissional contábil habilidade para lidar com
o departamento de custos, ou seja, a capacidade de fazer no dia a dia o que
aprendeu na graduação. Contudo, é necessário muito entendimento e
conhecimento das possibilidades que podem ser aplicadas, pois esse
departamento é considerado o coração da empresa. Esse trabalho será
embasado nos seguintes autores: Junior (2009), Oliveira (2011), Ribeiro
(2013), Vilchez (2010), Neves (2013) e Martins (2010), entre outros.
No entanto, sabe-se que, para muitos, a disciplina Contabilidade de
Custos não é agradável, pois poucos alunos conseguem colocar em prática o
que é ensinado em sala de aula. Não cabe a graduação criar modelos a serem
copiados e sim mostrar que a disciplina é fácil e prazerosa de ser estudada,
visando a desmitificação da mesma. O trabalho será composto por capítulos
que abordarão os seguintes assuntos, Capítulo I: Contabilidade de Custos -
conceito, princípios e a finalidade, Capítulo II: Metodologia – ensino e
aprendizagem, técnicas de ensino e didática, Capítulo III: Contabilidade de
Custos na graduação- competência profissional do Contador, formação dos
professores, fatores de aprendizados e por fim, revisar alguns conteúdos
importantes.
9
CAPÍTULO I
CONTABILIDADE DE CUSTOS
...Tudo posso naquele que me fortalece.
Filipenses 4:13
Podemos dar inúmeras definições para Contabilidade de Custos.
Uma delas, de Leone (2000), faz uma profunda reflexão sobre esse tema,
mostrando que a Contabilidade de Custos é uma ramificação da Contabilidade
que tem como objetivo produzir informações para diversos níveis gerenciais de
uma entidade, auxiliando às funções de determinação, de planejamento e
controle das operações e tomada de decisões. Outra, também diretamente
relacionada com a Contabilidade de Custos , porém mais pragmática, conforme
Maher (2001), diz que a Contabilidade e custo é o ramo da Contabilidade que
mede, registra e relata informações sobre custos.
Schier (2006) relata:
Contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificação e mensuração dos custos dos produtos, em todo o processo produtivo, aquisição de mercadorias para revenda e custos para prestação de serviços, além de uma forma para proporcionar seu controle. (SCHIER, 2006, p.25)
Neto (2007) em seu livro menciona:
Contabilidade de Custos é um esforço realizado pela administração da empresa, traduzindo em normas, fluxos, papéis e rotinas, tendo por finalidade emitir relatórios eficientes. (NETO, 2007, p.15)
A Contabilidade de Custos é um ramo da Contabilidade e não deve
ser Confundida com a Contabilidade Geral pelos seguintes motivos de acordo
com Neto (2007):
10
Na Contabilidade Geral as imposições são vinculadas ao lucro da
empres, utilizam custos históricos, as informações são buscadas no balanço,
nas demonstrações de resultados, isto é, de forma convencional.
Já na Contabilidade de Custos as imposições legais nem sempre
são vinculadas, o lucro é apurado sobre o produto e serviço, o custo nem
sempre utiliza custos históricos e as informações nem sempre são obtidas de
forma convencional.
Sendo assim, podemos inferir que a Contabilidade de Custos é um
detalhamento do sistema contábil geral, acumulando e estudando os custos
dos produtos, serviços, administração, avaliando os estoque, informando sobre
a formação do preço, fornecendo informações para controle e emitindo
relatórios para o planejamento e decisão.
1.1 – Contabilidade de Custos e suas necessidades
Eliseu Martins (2009) em seu livro, Contabilidade de Custos, faz um
breve comentário sobre a complexidade da função do contador, nele ele diz:
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de "Compras" na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. (MARTINS, 2009, p14)
De acordo com Eliseu Martins (2010), a Contabilidade de Custos
surgiu da Contabilidade Financeira, quando houve a necessidade de avaliação
estoques na indústria, tarefa essa considerada fácil na era do mercantilismo.
Seus princípios são oriundos dessa finalidade e, por essa razão, não é fácil
atender completamente as suas outras duas mais recentes e possivelmente
mais importantes tarefas que são: controle e decisão. Esses deram uma outra
roupagem a essa área que, apesar de já ter criado técnicas e métodos
específicos para tal missão, não conseguiu ainda explorar todo o seu potencial.
11
O ambiente empresarial, caracteriza-se por intensa competitividade
e sofisticação das exigências dos clientes, requer o desenvolvimento de
instrumentos que auxiliem os gestores na busca de diferenciação de produtos e
serviços entre seus concorrentes, assim como a oferta a melhores preços para
seus clientes. Nesse contexto, a contabilidade de custos, especialmente nas
suas funções de planejamento e controle, favorece iniciativas de redução de
custos e aumento de qualidade, agregando valor para os clientes. A relevância
desta área da contabilidade têm profundas reflexões a respeito da formação de
profissionais com competência e habilidade para enfrentar as exigências
mercadológicas.
A contabilidade de custos é um importante recurso para a
visualização do consumo de recursos pelas organizações, bem como de um
controle efetivo para identificação rápida e oportuna de problemas que afetam
a rentabilidade e eficácia dos processos operacionais.
De acordo com Horngren et al (1997), a principal missão dos
gestores é o gerenciamento de custos. Esta informação é utilizada para
descrever as ações que os gerentes tomam com o objetivo de satisfazer os
clientes enquanto continuamente reduzem e controlam os custos. Num
contexto de concorrência cada vez mais acirrada e consumidores altamente
exigentes que buscam qualidade e preços acessíveis, uma gestão eficiente de
custos torna-se essencial à sobrevivência das organizações na atual
conjuntura.
No entanto, faz-se necessário trazer para este texto a contribuição
de Coelho e Lins (2010) quando dizem que o impacto da revolução industrial
ocasionou na contabilidade a necessidade de controles mais complexos nas
atividades de produção e afirmam que é impossível se referir à Contabilidade
de Custos sem falar de produção. Diante disso, a Contabilidade de custos
tomou um novo rumo e tornou-se um importante instrumento de controle
facilitando a avaliação dos estoques de produtos fabricados. É importante
frisar que a disciplina é parte de um ramo maior da Contabilidade, a
Contabilidade Gerencial.
12
Um ponto crucial da Contabilidade de Custos é saber o que ocorre
na empresa. Nessa procura de saber o destino de cada despesa encontramos
diversas resistências.
De modo geral, funcionários que nunca prestaram esclarecimentos
acerca do que ocorre em seu departamento sentem-se desconfortáveis tendo
que prestar contas acerca do que ocorre ou deixa de ocorrer em seu
departamento.
O mesmo acontece com gerentes, coordenadores, supervisores,
pois muitos veem esse ato de prestar contas como expressão da desconfiança
da empresa, e entendem que a empresa pretende investigá-los e controlá-los.
Sendo assim, a reação das pessoas ao controle de custos nem
sempre é favorável, é recomendado uma implantação gradual de qualquer
controle de custos, juntamente com treinamento, educação do pessoal e
conscientização da importância do Controle de Custos para que se possa
minimizar eventuais reações desfavoráveis.
Com as transformações ocorridas no ambiente empresarial,
resultantes da internacionalização dos mercados, tendo destaque o aumento
da concorrência e o consequentemente aumento das exigências dos clientes,
as empresas se deparam com a necessidade de desenvolver instrumentos que
ajudem a agregar valor para os consumidores, por meio de diferenciação de
produtos e serviços ofertados a menor preço.
Berti (2007) diz que as finalidades da Contabilidade de custo são:
auxílio na tomada de decisão, servindo como subsídio para atender às
necessidades das gerências na administração; auxílio a gerência no
planejamento, controlando e administrando o desenvolvimento das operações;
maximização do lucro, auxiliando a determinar a rentabilidade e o
desempenho das diversas atividades da entidade.
E ele vai além, falando do objetos da Contabilidade de Custos que
são: a empresa (entidade), os componentes organizacionais ( tanto os
operacionais como os administrativos, os processos, os produtos, os serviços),
as atividades, os estudos especiais, os planos alternativos, as campanhas, as
13
promoções, entre outros.
1.2- Contabilidade de Custos e seus princípios
Os Princípios representam a essência das doutrinas e teorias
relativas à Ciência, conforme o entendimento predominante nos universos
científico e profissional.
Os Princípios Contábeis estão na Resolução do Conselho Federal
de Contabilidade pela Lei 6404, de 15/12/1976, dispõe sobre as sociedades por
ações e aplicáveis a demais sociedades.
Na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade 750/93, artigo
2º diz:
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. ( RESOLUÇÃO 750/93, ART 2º)
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em 2010, cita na
Resolução CFC nº 750/1993, os Princípios da Contabilidade que são aplicados
à Contabilidade no sentido mais amplo da ciência social, sendo alguns
princípios aplicados a Contabilidade de Custos, como:
Realização da Receita: ocorre quando há o reconhecimento contábil
do resultado, lucro ou prejuízo, apenas quando da realização da receita,
contudo, ocorre quando da transferência do bem ou serviço para terceiros
Confrontação Despesas x Receitas ou Competência: Primeiro a
receita é reconhecida, após a despesa é reconhecida, deduzindo da receita
todos os valores representativos dos esforços para sua consecução
(despesas).
Custo Histórico como base de valor: os ativos são registrados
contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico. Quando há
problemas de inflação, o uso de valores históricos deixa muito a desejar.
14
Consistência ou Uniformidade: Tendo várias alternativas para o
registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios
geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente.
Prudência ou Conservadorismo: é exigida uma postura de
precaução por parte do analista de custos. Na dúvida, deve-se optar pela
forma de maior precaução, ou seja, por redução de Patrimônio Líquido.
Relevância ou Materialidade: há uma desobrigação de um
tratamento mais rigoroso em relação a itens cujo valor monetário é pequeno
dentro dos gastos totais, Todavia a soma de diversos itens irrelevantes pode
ser material, nesse caso, um tratamento mais rigoroso precisa ser utilizado.
A Resolução do CFC 750/93 e o art. 27 do Decreto Lei nº 9295 de
27/05/1946 falam sobre a inobservância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade, neles constituem as seguintes infrações:
c) multa de 1 (uma) a 5 (cinco) vezes o valor da anuidade do exercício em curso aos infratores de dispositivos não mencionados nas alíneas a e b ou para os quais não haja indicação de penalidade especial; (LEI 12.249, de 2010, ARTº 27)
d) suspensão do exercício da profissão, pelo período de até 2 (dois) anos, aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas; (LEI 12.249, de 2010, ARTº 27)
e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ao profissional com comprovada incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa; (LEI 12.249, de 2010, ARTº 27)
1.3- Contabilidade de Custos na prática
Quando estudamos a disciplina Contabilidade de Custos
aprendemos uma série de métodos para chegarmos a determinados
15
resultados, como por exemplo, gastos relativos ao processo de produção são
custos, e os relativos à administração e às vendas são despesas, na teoria é
fácil separar, porém na prática surgem problemas pelo simples fato de não ser
possível a separação de forma clara e objetiva.
É possível encontrar uma única administração, isto é, sem a
separação da que realmente pertence à fábrica; surge então a prática de se
ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo,
rateio esse sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica.
Geralmente, é feita a divisão em função da proporcionalidade entre
número de pessoas na fábrica e for a dela, ou apenas em percentagens fixadas
pela própria diretoria.
Eliseu Martins (2010) em seu livro Contablidade de Custos, dá o
seguinte exemplo, gasto com o Departamento de Recursos Humanos ou
Pessoal; por haver comumente um único departamento que cuida tanto do
pessoal da fábrica como do pessoal da administração, faz-se a divisão de seu
gasto total em custo e despesa. Ou também o Departamento de Contabilidade,
que engloba a Contabilidade Financeira e a de Custos, e por essa razão tem,
às vezes, seu gasto total de funcionamento dividido parte para despesa
(Contabilidade Financeira) e parte para custo (Contabilidade de Custos).
De acordo com Guimarães( 2012):
Essas informações, tratadas de forma diferente da Contabilidade, servirão de base para montagem de um sistema de custos que permitirá ao administrador e consequentemente aos acionistas da empresa definir principalmente o preço de seus produtos. Preços estes que devem ser suficientes para cobrir todos os custos de fabricação dos produtos, todas as despesas de estrutura da empresa, e, investido na sociedade. (GUIMARÃES, 2012, p. 8).
Esses mesmos problemas ocorrem em outros setores, como
departamento de compras, vendas, almoxarifados e manutenção. As tentativas
de solucionar essa questão ou pelo menos minimizar, são: valores
irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser rateados,
valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual
divisão teriam sua parte maior considerada como despesa, não devem também
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ser rateados, tomando-se despesa por seu montante integral, valores cujo
rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos
custos.
Na prática, a contabilidade de custos supre os administradores com
informação para custear produtos para avaliar de estoques e determinar os
lucros e ainda para realizar operações de controle e tomar decisões sobre
cursos de ações.
Além das funções citadas anteriormente, sua ação vai além, faz com
que funcionários do setor de custos trabalhe em equipes juntamente com o
pessoal do setor de marketing para tomar decisões sobre a manutenção ou
eliminação de produtos, visando o lucro e a margem de contribuição, e com o
pessoal do operacional para redesenhar produtos com intuito de economizar.
Um sistema de contabilidade de custos deve ser bem estruturado
com objetivo de suprir essas funções, isso demonstra a abrangência da
aplicação dessa disciplina dentro da empresa.
Sua estruturação é relacionada com o fluxo de informações, os
usuários dessas informações e o entendimento da atividade da organização
buscam cumprir sua missão. A chave para que o sistema de custos obtenha
sucesso é o bom relacionamento dos profissionais contábeis com o setor
financeiro e o conhecimento do negócio da organização.
Os profissionais contábeis devem buscar formas de adicionar valor a
empresa em que atuam, analisando constantemente as operações e os custos
com a finalidade identificar como as operações e a qualidade dos produtos e
serviços podem ser melhoradas e ao mesmo tempo reduzir os custos. Maher
(2001).
Diante disso, Iudícibus (1998), menciona o seguinte:
A contabilidade de custos e todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e financeiros para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial. (IUDÍCIBUS,1998, p.
1722)
Resumindo, a contabilidade de custos fornece informações úteis
para o gerenciamento das empresas.
Nesse capítulo, vimos as necessidades da Contabilidade de custos
com o passar dos anos, as transformações do ambiente empresarial que cada
vez mais utiliza-se do controle para lograr êxito, os princípios de contabilidade
aceitos em razão de sua vinculação com a Contabilidade Financeira, e também
verificamos com um pouco mais detalhado como essa disciplina é utilizada na
prática.
18
CAPÍTULO II METODOLOGIA DE ENSINO
Metodologia é pautada em práticas pedagógicas
contextualizadas, induzindo o aluno a pensar criticamente sobre os
acontecimentos a sua volta.
A metodologia mostra que é importante a participação ativa do
aluno no processo cognitivo, como algo que ocorre por meio de formações de
conhecimento, o processo de aprendizagem se dá por meio de aproximações
sucessivas que vão permitindo sua reconstrução. Para Piaget (1992) o
conhecimento não é um estado e sim um processo contínuo suscetível de
progressos.
Piaget (1992) propõe atividades de cooperação, motivação e
ações que favoreçam as modificações intelectuais, sociais e afetivas. Para ele,
a metodologia favorecer o desenvolvimento global do ser humano, dar-lhe a
oportunidade de representar, através do jogo simbólico o indivíduo reforça as
categorias de espaço, tempo, causalidade e constância de objetos.
Método de ensino, por sua vez, é o conjunto de momentos e técnicas logicamente coordenados, tendo em vista dirigir a aprendizagem do educando para determinados objetivos . Dele faz uso o professor para levar o educando a elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideias. (NÉRICI, 1997, p.255)
De acordo com Carreiro (1999), quando o aluno é preparado com
educação de alta qualidade, propõe-se formar o cidadão para a vida,
contribuindo para uma sociedade equilibrada e justa.
Pode-se dizer que a educação constitui um elemento vital para
desempenhar funções na sociedade, por isso, todo processo educacional tem
um objetivo.
O grande desafio é verificar como está sendo a formação dos
contadores e e identificar como melhorar as condições do curso com a
finalidade que os profissionais consigam lidar com as mutações do mercado de
19
trabalho.
Infelizmente, a profissão de professor não é valorizada, porém, o
professor precisa ter orgulho da sua profissão, sentir-se professor, literalmente,
“vestir a camisa”, comprometendo-se com o desenvolvimento da disciplina que
leciona.
É percebido no meio acadêmico de contábeis o uso,
predomiminatemente, de técnicas tecnicista , onde somente o professor fala e
o aluno apenas ouve as lições.
2.1- Ensino e Aprendizagem
O professor de Contabilidade de Custos necessita de
conhecimento e domínio do conteúdo da disciplina para fazer o aluno
compreender o que está sendo passado. Além disso, é necessária pesquisas
em outros campos do saber para que seja possível a interação e construção do
conhecimento.
Ao entrar em uma sala de aula o professor deverá ter conhecimento
sobre a matéria contábil, mas também percepção, sensilbilidade de saber que
irá estabelecer relações humanas. Ele deve ter consciência de que é um ser
social, estabelecendo relações com outras pessoas, para que o aluno tenha
confiança no nele, é importante que o professor mostre também o seu “ser”.
Sendo assim, começa uma relação com um novo objeto, um novo
conteúdo deve ser apresentado pelo professor e comprendida pelos alunos.
Vejam o que o ilustre poeta Mário Quintana (1994) diz:
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos, as nuvens desenrolam-se, lentas, como quem vai inventando preguiçosamenteuma história sem fimWSem fim é a aula: e nada acontece, nadaWBocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um avião entrasse por uma janela e saísse pela outra! (QUINTANA 1994, p.93)
Constrangimento que pode ocorrer em sala de aula, onde os
significados estão sendo compartilhados através do discurso, é quando o
20
professor fala, fala e para o aluno não passou de uma simples mensagem oral.
O discurso para a filosofia é:
Raciocínio que se realiza por meio de movimentos sequenciais que vai de uma formação conceitual a outra, seguindo um encadeamento lógico e ordenado. (HOUAISS, 2001, p.1054).
Conceito que mostra a necessidade de troca de conhecimentos,
entre aluno e mestre, para que as “Margaridas” não fiquem imaginado aviões
entrando em uma janela e saindo em outra.
De acordo com Coll e Edwards (1998), o ensinamento é passado
como uma prática social com a finalidade de contribuição para o
desenvolvimento das pessoas na dupla vertente de socializar e de
individualizar, sendo assim, o discurso não deve ser reduzido apenas em
palavras e conceitos ou em simples questões de matérias que serão ditas.
Os autores acima pesquisaram como ensinar o que deve ser
construído e chegaram a seguinte conclusão:
O aluno é o responsável final pela sua aprendizagem ao atribuir significado aos conteúdos, mas é o professor quem, com a sua interação, determina que as atividades das quais o aluno participa possibilitem uma orientação adequada do processo de contrução. (COLL e EDWARDS, 1998, p.78)
Entende-se que o conhecimento é contruído apoiando-se em um
conjunto de instrumentos que simbolizará a matéria e promoverá interação em
um grupo de pessoas dando acesso a significados culturais. É importante o
fazer ouvir e o fazer falar para que haja uma interação de forma positiva, caso
isso não ocorra haverá uma perda na construção do conhecimento.
Concomitante com a construção do conhecimento deve-se passar os
princípios exigidos no ensino de contabilidade para que o aluno entenda mais
um pouco o que ser um contador, e a cima de tudo, um ser humano melhor,
abaixo falaremos uma pouco sobre eles:
Exaltar a profissão: a exaltação permanente da profissão é indispensável para estimular os alunos. Conduzir o respeito à ética profissional: informar constantemente dos
21
deveres e das proibições do código de ética do exercício da profissão. Alertar para os desafios da Contabilidade: deixar claro que a transformação do conjunto de atividades humanas não deixará de impactar profundamente a ciência e a prática contábil. Respeitar o aluno: por meio do respeito o professor pode conseguir que todos aprendam o que tem de aprender. Enfatizar a prática e a teoria: a prática dos conceitos contábeis é indispensável na profissão para melhor sedimentação da aprendizagem. Praticar estudos de caso: através do estudo de casos reais, o aluno terá um contato maior com o dia-a-dia no mundo dos negócios. Incentivar a educação continuada do aluno: o estímulo à educação e treinamento é matéria importante no aprendizado dos profissionais de Contabilidade, visto que, ser um setor muito competitivo e de mudanças tecnológicas rápidas.
Resumindo, a formação dos significados terá avanços em sua
realização quando houver interação no discurso, isto é, quando houver troca de
informações buscando identificar onde está o problema, e, não deixando de
lado o objetivo central.
Podemos concluir, pelo exposto até agora, que o aluno não é um ser
desprovido de conhecimento, Rogers (1978) fala que o aprendizado é baseado
em comportamentos que acontecem nas relações entre pessoas.
O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro, que somente o processo de buscar conhecimento oferece uma base de segurança. Mutabilidade, dependência de um processo, antes que de um conhecimento estático, eis a única coisa que tem certo sentido como objetivo de educação, no mundo moderno. (ROGERS, 1978, p.110)
2.2- Técnicas de Ensino
Refletindo sobre técnica, ao mesmo tempo, trazendo esse termo
para o âmbito educacional, não podemos deixar de citar Masetto (2003) que
disse que as técnicas podem ser consideradas um conjunto de recursos e
meios utilizados para confeccionar uma arte, isto é, a arte da docência.
22
As técnicas podem ser consideradas como um instrumento e
precisam ser ajustadas a um objetivo, ou seja:
A arte de aplicar ou explorar os meios e condições favoráveis e disponíveis, com vista à consecução de objetivos específicos. (ANASTASIOU e ALVES, 2004, p.68).
Veiga (2002) diz:
As técnicas de ensino não são naturais ao processo de ensinar, mas são condições que dão acesso a ele. Nesse sentido, elas são compreendidas como artifícios que se interpõem na relação entre professor e o aluno, submissas à autoridade e à intecionalidade do primeiro. (VEIGA, 2002, p.8)
No processo de realização do trabalho didático, o docente se depara
com a necessidade de escolher quais as técnicas de ensino irá utilizar no
desenvolvimento dos conteúdos que englobam seu programa de ensino. Para
Anastasiou e Alves (2004) a expressão “estratégia de ensino” é utilizada
porque o docente é um verdadeiro estrategista, pois fica a cargo dele estudar,
selecionar, organizar e propor as ferramentas cabivéis em cada caso,
facilitando para os estudantes se apropriarem do conhecimento.
Alguns autores da área de educação apresentam as seguintes
estratégias de ensino: aula expositiva, diálogos sucessivos, discussões, aula
prática de laboratório, debates e grupos de oposição, dramatizações, ensino
com pesquisa, ensino com projeto, estágio, estudo de caso, estudo do meio,
visitas técnicas, formulações de questões, observação e grupo de verbalização,
jogos e simulações, leitura (estudo dirigido), painel integrado, aprendizagem
baseada em problema, simpósio e trabalhos em grupos (seminários).
Como são inúmeras as estratégias de ensino disponíveis, vale a
pena conceituar as mais utilizadas:
Aula expositiva
É uma exposição do conteúdo, com a participação ativa de estudantes, cujo conhecimento prévio deve ser considerado e pode ser tomado como ponto de partida. O professor leva os estudantes a questionarem, interpretarem e discutirem o objeto de estudo, a partir do reconhecimento e do confronto com a realidade (ANASTASIOU e ALVES, 2004, p.79).
23
Estudo de caso
O estudo de caso consiste em uma análise detalhada de uma situação da vida real que promova a investigação e o desafio para os alunos. (ANASTASIOU e ALVES, 2004, p.68).
Estudo dirigido
É o ato de estudar sob a orientação e diretividade do professor, visando sanar dificuldades específicas. É preciso ter claro: o que é a sessão, para que e como é preparada. (ANASTASIOU e ALVES, 2004, p. 90).
Seminário
É um espaço em que as ideias devem germinar ou ser semeadas. Portanto, espaço, onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que são colocados em discussão. ( ANASTASIOU e ALVES, 2004, p. 90).
Ensino com pesquisa
É a utilização dos princípios do ensino associados aos da pesquisa: concepção de conhecimento e ciência em que a dúvida e a crítica sejam elementos fundamentais; assumir o estudo como situação construtiva e significativa, com concentração e autonomia crescente; fazer a passagem da simples reprodução para um equilíbrio entre reprodução e análise. ( ANASTASIOU e ALVES, 2004, p.98)
Andrade (2002), cita os seguintes métodos e técnicas:
Metódo/ Técnicas
Descrição Vantagens Desvantagens
Aula Expositiva
Predileção verbal.
Economia, Flexibilidade:
adaptável para o públicos diversos, Rapidez
Caracteriza-se pela autoridade do
professor diante de seu aluno.
Dinâmica de grupo
Discussão do Conteúdo
realizada entre os
alunos/grupos
Professor/aluno, desperta o
convívio democrático em sala de
aula.
discussão/explicação do
tema, corre-se o risco de
transformar-se em uma
aula expositiva. Visita a
empresas Realiza visitas às empresas para que o aluno tenha
conhecimento de seu do
funcionamento
Aguça a capacidade
geral de observação do
aluno, pois estará
verificando, na
24
e do cotidiano.
prática como funciona uma
empresa. Jogos de empresas
Exercício seqüencial de
tomada de decisões,
estruturado em torno de
um modelo de
uma situação empresarial, no qual os
participantes se
encarregam da tarefa de
administrar as empresas simuladas.
Tende a ser mais aceita pelos alunos
por corresponder a
suas expectativas,
além de fornecer um
feedback imediato sobre
suas decisões.
Dissertação ou
resumo
Feito após a leitura de
livros, artigos, após
excursões ou visitas ou após projeções de
filmes ou documentários
.
Estimula a leitura e
desenvolve a escrita.
Seminário Consiste em levar o
educando a pesquisar a
respeito de um tema a fim
de apresentá-lo e discuti-lo
Cria condições, em sala de aula, para discussões
sobre o tema
apresentado, estabelecendo uma troca de
conhecimentos.
Deve ser bem planejado,
pois, caso contrário, seu
funcionamento fica comprometido.
Mesa redonda
Consiste ma reunião de
especialistas que sustentam
posições divergentes e
mesmo opostas a
respeito de um tema.
Esclarece os alunos sobre
as posições
tomadas por profissionais, levando-os a refletir sobre
elas.
Há dificuldades em reunir
profissionais em um mesmo momento e
com tempo disponível
para as discussões.
Resolução de
exercícios
Após a explanação do
tema, o professor resolve um exercício
demonstrando
Estimula, no aluno, o
raciocínio.
Quando não há a devida
correção, pelo professor,
o aluno não consegue
visualizar seus erros
25
passo a passo o raciocínio envolvido.
Após, aplicam-se
outros para que os alunos
façam a resolução.
e ou acertos.
Estudo de casos
Apresentação sucinta de
uma determinada
situação real ou fictícia
para discussão em
grupo.
O aluno sai do campo
teórico e passa a vislumbrar uma situação
real.
Fonte: Andrade (2002, p. 67)
A Resolução CNE/CES nº 10/2004, dispõe o seguinte no art. 5º:
Art. 5º Os cursos de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que revelemconhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, de forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões internacionais de contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela Organização Mundial do Comércio e pelas peculiaridades das organizações governamentais, observado o perfil definido para o formando e que atendam aos seguintes campos interligados de formação:
I - conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas do conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos, Matemática e Estatística; (CNE/CES, 10/2004, ART 5º).
II - conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos
atinentes às Teorias da Contabilidade, incluindo as noções das atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao setor público e privado; (CNE/CES, 10/2004, ART 5º).
III - conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular Supervisionado, Atividades Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório de Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade. (CNE/CES, 10/2004, ART 5º).
Essa Resolução também menciona a organização curricular, o estágio curricular supervisionado, as atividades complementares, o trabalho de conclusão de curso, a duração e a carga horária e as diretrizes curriculares nacionais, mencionadas abaixo do artº 6 até o 11º:
Art. 6º A organização curricular do curso de graduação em Ciências
26Contábeis estabelecerá, expressamente, as condições para a sua efetiva conclusão e integralização curricular, de acordo com os seguintes regimes acadêmicos que as Instituições de Ensino Superior adotarem: regime seriado anual; regime seriado semestral; sistema de créditos com matrícula por disciplina ou por módulos acadêmicos, com a adoção de pré-requisitos, atendido o disposto nesta Resolução. (CNE/CES, 10/2004, ART 6º).
Art. 7º O Estágio Curricular Supervisionado é um componente
curricular direcionado para a consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao perfil do formando, devendo cada instituição, por seus Colegiados Superiores Acadêmicos, aprovar o correspondente regulamento, com suas diferentes modalidades de operacionalização. (CNE/CES, 10/2004, ART 7º).
§ 1º O estágio de que trata este artigo poderá ser realizado na própria
instituição de ensino, mediante laboratórios que congreguem as diversas ordens práticas correspondentes aos diferentes pensamentos das Ciências Contábeis e desde que sejam estruturados e operacionalizados de acordo com regulamentação própria, aprovada pelo conselho superior acadêmico competente, na instituição. (CNE/CES, 10/2004, ART 7º, PARÁGRAFO 1º).
§ 2º As atividades de estágio poderão ser reprogramadas e
reorientadas de acordo com os resultados teórico-práticos gradualmente revelados pelo aluno, até que os responsáveis pelo estágio curricular possam considerá-lo concluído, resguardando, como padrão de qualidade, os domínios indispensáveis ao exercício da profissão. (CNE/CES, 10/2004, ART 7º, PARAGRÁFO 2º).
§ 3º Optando a instituição por incluir no currículo do curso de
graduação em Ciências Contábeis o Estágio Supervisionado de que trata este artigo, deverá emitir regulamentação própria, aprovada pelo seu Conselho Superior Acadêmico, contendo, obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismos de avaliação, observado o disposto no parágrafo precedente. (CNE/CES, 10/2004, ART 7º, PARAGRÁFO 3º).
Art. 8º As Atividades Complementares são componentes curriculares
que possibilitam o reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos e competências do aluno, inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, abrangendo a prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente nas relações com o mundo do trabalho e com as ações de extensão junto à comunidade.
Parágrafo único. As Atividades Complementares devem constituir-se de componentes curriculares enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando, sem que se confundam com estágio curricular supervisionado. (CNE/CES, 10/2004, ART 8º).
Art. 9º O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um componente
curricular opcional da instituição que, se o adotar, poderá ser desenvolvido nas modalidades de monografia, projeto de iniciação científica ou projetos de atividades centrados em áreas teórico-práticas e de formação profissional relacionadas com o curso. Parágrafo único. Optando a Instituição por incluir Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, nas modalidades referidas no caput deste artigo, deverá emitir regulamentação própria, aprovada pelo seu
27Conselho Superior Acadêmico, contendo, obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismos de avaliação, além das diretrizes técnicas relacionadas à sua elaboração. (CNE/CES, 10/2004, ART 9º).
Art.10. A duração e a carga horária dos cursos de graduação,
bacharelados, serão estabelecidas em Resolução da Câmara de Educação Superior. (CNE/CES, 10/2004, ART 10º).
Art.11. As Diretrizes Curriculares Nacionais desta Resolução deverão
ser implantadas pelas Instituições de Educação Superior, obrigatoriamente, no prazo máximo de dois anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta.
Parágrafo único. As IES poderão optar pela aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais aos demais alunos do período ou ano subseqüente à publicação desta. (CNE/CES, 10/2004, ART 11).
2.3- Didática
As aulas tradicionais são constituídas por meio de exposição de
conteúdos, sendo o professor o sujeito que conduz os estudantes à
memorização do conteúdo abordado. De acordo com Libâneo (1994) o
elemento ativo é o professor porque ele fala e interpreta o conteúdo, enquanto
o aluno limita-se na elaboração dos conhecimentos.
O Ensino da contabilidade é caracterizado por uma abordagem
tradicional, fundamentada em regras, promovendo a memorização em
oposição à criatividade, focada na transmissão passiva de técnicas, possue um
vasto conteúdo de normas, envolvendo técnicas de ensino no formato de aulas
expositivas, não faz a interdisciplinidade.
Estudos realizados no Brasil sobre estratégias de ensino voltada
para educação contábil buscou compreender as estratégias de ensino-
apendizagem mais significativas a partir das perspectivas dos alunos, os
resultados indicaram que os professores utilizam as aulas expositiva, resolução
de exercícios e seminários. (Mazzioni 2006)
A percepção do professor é uma ferramenta importantíssima, já que
os alunos são diferentes, o momento é único, cada turma é singular, sendo
assim, o professor deve encará-la de forma diferenciada.
Há uma discussão sobre novos perfis de professor: o facilitador
28
(orienta ao aluno para “ Learn to Learn), o reflexivo ( ministra as aulas ligando
à compreensão do docente sobre a valores educacionais) e o perceptivo (
preocupado em conhecer o aluno e aprofundar questionamentos sobre o
conteúdo abordado).
Abud (1999) diz:
A nosso ver, na prática docente superior, o professor não pode atuar apenas como técnico, excluindo e/ou desconsiderando os envolvimentos e as repercussões ideológicas (W) (ABUD, 1999, p33).
Ele também comenta:
O aluno ao ingressar no ensino superior, está na fase mais crítica de sua formação, tanto no que respeita às questões de suas formas de inserção na vida social e profissional, como no que se refere à sua identidade pessoal face ao mundo que o cerca. A relação face a face professor aluno adquire, pois, capital imprtância formativa, vez que, informação apenas, pode-se obter de muitas outras fontes. (ABUD, 1999, p.36).
Nesse capítulo, vimos o que é metodologia de ensino, abordamos
ensino e aprendizagem, técnicas de ensino e didática com o objetivo de
enternder como pode ser melhorado o processo de ensino aprendizagem. No
próximo capítulos será abordado melhor como é feito isso no curso de
graduação de Ciências Contábeis em especial na disciplina Contabilidade de
Custos.
29
CAPÍTULO III CONTABILIDADE DE CUSTOS NA GRADUAÇÃO
Com a necessidade de continuação do processo de evolução do
ensino comercial foi criado o curso de Ciências Contábeis, onde são formados
bacharéis em Ciências Contábeis.
O Decreto Lei 7988 de 22/09/1945 dipõe sobre o ensino superior de
Ciências econômicas e de Ciências Contábeis e atuariais, sendo que a criação
efetiva do Curso e Ciências Contábeis deu-se com o advento da Lei 1401 de
31/07/1951, quando estendeu o curso dando o título de bacharel a quem
concluísse no curso.
Naquela época, no auge da ditadura militar, havia curso de
licenciatura em Contabilidade que preparavam profissionais para lecionar nos
cursos técnicos da àrea contábil.
Desde então, muitos profissionais contábeis preferiam atuar em
escritórios ou em empresas no departamento de contabilidade ao invés de
lecionar.
Em 1992, houve a reforma do currículo de Ciências Contábeis, por
meio da Resolução 03/92, esperava-se uma melhor qualificação dos futuros
profissionais. Entre algumas determinações estavam a inclusão no currículo de
disciplinas como ética, perícia, monografia e trabalhos de conclusão de curso.
Hoje em dia, o ensino da Contabilidade oferece curso tanto no
ensino politécnico, em alguns estados, como no ensino superior.
Na graduação de Ciências Contábeis, a disciplina Contabilidade de
30
Custos é obrigatória, mesmo sendo opcional para o profissional exercer sua
profissão. Normalmente é oferecida com cargo horária de sessenta horas
semestrais, podendo chegar a noventa horas dependendo do currículo
disciplinar.
Geralmente, a ementa da disciplina contempla: introdução a
contabilidade de custos; princípios e terminologia contábeis aplicados aos
custos; tratamento de receita e despesa na contabilidade de custos;
custeamento e controle de material direto, mão de obra direta e indireta, e dos
custos gerais de produção; produção por ordem e produção contínua; sistemas
de acumulação de custos; co-produtos e sub-produtos; relação custo x volume
x lucro; custo padrão e análise de variância.
3.1- Competências profissionais do Contador
As diretrizes nacionais do curso de graduação em Ciências
Contábeis, estabelecidas pela resolução CNE/CES nº 10/2004, de 16 de
dezembro de 2014, aborda, dentre outras disposições, o perfil desejado para o
contador e suas competências e habilidades que deverão ser desenvolvidas
pelos bacharéis em Ciências Contábeis.
A Resolução CNE/CES nº 10/2004, determina em seu art.3º :
Art. 3º O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para que o futuro contabilista seja capacitado a: (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 3º).
I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 3º INCISO I).
II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações tecnológicas; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 3º INCISO II).
III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação. (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 3º INCISO III).
Souza e Ortiz (2006) abordam que o projeto pedagógico dessa
gradução deve desenvolver as técnicas e funcionalidade, a capacidade de se
31
enquadrar e atuar em diversos modelos organizacionais e a utilização das
ferramentas de tecnologia da informação.
Eles também destacam a preocupação quanto ao desensolvimento
do pensamento crítico no que se refere às habilidades e competências
definidas pela resolução e salietam que esta é uma forma de aumentar a
atuação do formando no contexto empresarial.
Referindo-se às comptetências e habilidades esperadas na
formação profissional dos bacharéis em Ciências Contábeis, e Resolução
CNE/CES nº 10/2004, dispõe o seguinte no art. 4º:
Art. 4º O curso de graduação em Ciências Contábeis deve possibilitar formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades: (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º ).
I - utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências
Contábeis e Atuariais; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO I).
II - demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
(RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO II) III - elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o
desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO III)
IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções
contábeis; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO IV). V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação,
a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO V).
VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das
funções contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de contas de sua gestão perante à sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO VI).
VII - desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação
contábil e de controle gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais com a tecnologia da
32informação; (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO VII).
VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas
que lhe são prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos organizacionais. (RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2004, ART 4º INCISO VIII).
3.2- Formação de professores na área de contabilidade
A profissão professor é muito antiga, nem por isso mesmo
impotante, pelo contrário, tendo em vista as demais, em sua maioria,
dependem dela.
A função do professor não é apenas transmitir o conhecimento, mas,
sobretudo, auxiliar o aluno no processo de construção do saber. Para isso, é
necessário que ele domine não só o conteúdo que lenciona, mas também a
metodologia e a didática que facilitam essa tão gradiosa missão.
O conjunto de conhecimentos técnicos utilizados para trasmitir
algum conhecimento tem sido substituído aos poucos pelo paradigma do
questionamento e/ou da problematização dos diferentes elementos que
influenciam no processo de ensino-aprendizagem e dos que são por este
influenciado.
Nesse contexto, é importante não só o como fazer, mas também o
porque e para quem fazer. Não interessa pensar apenas qual metodologia
usar, é necessário ter em mente onde deseja chegar, a partir desse ponto,
escolher o caminho, tendo sempre em mente o tipo de aluno e a cultura com os
quais irá confrontar-se.
Uma questão complexa e bastante debatida entre os pedagogos é
sobre a formação do docente superior, muitas vezes o profissional não tem
formação específica para lecionar, como é o caso do professor da área de
contabilidade. Esses professores começam no campo da docência no ensino
superior porque acredita-se que os mesmos têm bagagem de conhecimentos
na sua área de atuação.
A grande maioria dos professores das disciplinas de contabilidade,
33
por serem bacharéis, não tem formação direcionada para o ensino, acabam
ficando limitados na transmissão do conteúdos práticos, têm pouca teoria
ligada à pesquisa científica, embora a graduação tenha como uns de seus
objetivos a pesquisa e a formação intelectual.
Embora o ensino superior exista para ensinar, não pode esquecer
que a carreira universitária está calcada na atividade de pesquisa. Godoy
(1998) explicar melhor o ponto central que orienta a atividade do professor do
ensino superior:
(W)somente tem algo a ensinar quem pesquisou, quem possui contribuição própria no campo de especialização, quem anda com os próprios pés e não se reduz a mero discípulo ou alto-falanteWA qualidade da universidade é, parte, nada mais que a qualidade do professor, definido como aquela pessoa que tem como inspiração diária a pesquisa, dentro de sua especialidade, norteando através disto sua docência e sua prática socialWe o professor autêntico é aquele que tem como vocação básica e exclusiva a pesquisa(W) (GODOY, 1998, p 25)
Um pressuposto a ser destacado, é a criatividade, os alunos
reclamam muito de aulas repetitivas, maçantes, cansativas e chatas. Foi
percebido que o professor criativo terá maiores condições de passar o
conteúdo, é interessante ressaltar que as descrições de professores criativos
geralmente vêm acompanhas de características docentes ligadas ao domínio
afetivo. Esses professores amam o que fazem.
Quando há um professor bem qualificado e voltado para formação
de excelentes profissionais contábeis poderá mudar o ensino contábil. De
acordo com Giorgi (2001), o professor de nível superior deve ter a
responsabilidade de formar pessoas com competências e habilidades para
atuar em seu ambiente de trabalho, quer seja, lecionando, atuando em
empresas ou até mesmo pesquisando, tanto no âmbito nacional como
internacional.
A graduação em Ciências Contábeis deve ser um processo de
desenvolvimento e formação da personalidade humana, atuando em todos os
aspectos: familiar ou escolar e se prolongando por toda a vida. O resultado de
um bom ensino é capacitar o aluno de instrumentos culturais capazaes de
34
impulsioná-lo às transformações materias e espirituais.
Portanto, é nítida a importância do professor na formação dos novos
contadores, pois cabe a ele formar pessoas com capacidade crítica,
motivadas, criativas, e sobretudo com raciocínio contábil e interesse pela
pesquisa.
Nossa (1999) alerta que a melhoria na qualidade de ensino não
depende apenas de mudanças curriculares e estruturais , mas também da
seriedade, dedicação e compromisso dos professores na formação de novos
profissionais.
Após ser feita uma análise na situação do ensino de Contabilidade,
Iudícibus e Marions ( 1986) e Nossa (1999) chegam a conclusão que a
situação é bastante delicada e consideram como principais deficiências: a falta
de adequação do currículo, a falta de um programa bem definido para a prática
contábil, a falta de preparo do corpo docente, a deficiência na metodologia do
ensino da contabilidade introdutória e a proliferação de instituições de ensino e
órgãos de classe.
3.3- Fatores de aprendizado
Os alunos e professores são pessoas e estão inseridos em um
ambiente que é contruído no dia a dia. Sendo assim, alguns elementos devem
ser levados em conta nesse sentido, como: a aprendizagem está relacionada
com uma série de fatores externos e com condições pessoais do alunado, toda
aprendizagem precisa ser significativa para se efetivar, cada aluno é único ,
todos são capazes de aprender da mesmo forma, entre outros.
Existem fatores que limitam o aluno, por exemplo: tempo, ambiente
de estudo em casa, saúde, deficiência de aprendizagem anterior adquirida,
concentração, problemas familiares, desempregos, entre outros.
Existem também fatores negativos apontados por muitos
professores, tais como: muitos alunos em pouco espaço, alunos imaturos e
irresponsáveis, alunos sem vocação para o curso ( por isso muitos alunos se
35
tornam desajustados, apáticos ou hiperativos e desinteressados), alunos sem
hábitos de estudar ou pensar por conta própria, alunos sem base suficiente
para uma curso universitário.
Na graduação de Ciências Contábeis, em especial na disciplina de
Contabilidade de Custos, um aluno que não domine a disciplina de
Contabilidade Geral está fadado a reprovação. É imprescidível a necessidade
do aluno do curso de Contábeis saber Contabilidade de Custos, sendo esse um
ramo contábil de extrema projeção contábil e gerencial, trata-se de um vasto
campo de conhecimento de pesquisa e de atuação profissional.
A grande maioria dos alunos ao perceber que o conteúdo está sendo
passado de forma artificial, não entendendo sua aplicabilidade da disciplina
estudada, não sente necessidade de aprender de fato o conteúdo, somente
para obter nota. Compreende-se que só o conteúdo relevante é capaz de ser
aprendido.
Incentivar a autonomia do aluno é outro fator que impulsiona o
aprendizado. Os professores necessitam repensar como transmitir os
conteúdos, e por outro lado, os alunos necessitam ter iniciativa de estudar pelo
simples prazer de aprender, necessitam achar e discutir suas dúvidas, assumir
as suas dificuldades na aprendizagem e mostrar as soluções. Na realidade, os
alunos estão acostumados a receber tudo pronto e não questionar achando
que aquilo que está sendo passado é uma verdade absoluta. Da mesma
maneira, os professores não estão acostumados a serem questionados, muitos
acham que são donos da verdade.
Nesse contexto, o que cabe ao professor é estimular, despertar o
interesse do aluno. Autores como abordados por Fita (2000) como Fierro
(1990) e Sole (1993) relacionaram quatro grandes classes de motivação que
será apresentada aqui de forma resumida e direcionada para disciplina em
questão:
Motivação Intrínseca surge quando o próprio tópico da matéria em
si desperta no aluno uma atração que o impulsiona a aprofundar-se nas
questões, o reforço motivacional se dá à proporção o aluno avança no
36
conteúdo.
Motivação Auto estima surge quando o professor tem sua auto
estima impulsionada pelos seus êxitos no processo de aprendizagem, então
forma no aluno uma ideia positiva, gerando uma auto confiança, sendo capaz
de buscar cada vez mais conhecimentos.
Motivação Social surge quando o aluno sente-se impulsionado a
aprender para sua satisfação afetiva vinda dos outros colegas, professores,
grupos sociais que o mesmo considere como superior a ele.
Motivação Recompensatória surge quando o aluno sente-se
interessado em aprender a disciplina em questão por motivos de ordem
extrema, isto é, recebendo premiação.
O professor deve buscar o bom senso, inovando, enriquecendo,
estimulando o aluno a pensar por si mesmo, não pode correr o risco de deixar
sua aula cair na monotomia, confundindo a cabeça do aluno que fica ali sem
saber o que realmente é importante.
3.4- Revisando conceitos dos conteúdos
O principal objetivo da Contabilidade de Custo é fornecer ao usúario
informações para tomada de decisão, melhor dizendo, é traduzir o processo de
produção em relatórios úteis para a administração da empresa. O sistema de
Custos adotado necessita ser compatível com o tempo e a tecnologia dos
meios de produção, senão, poderá existir divergência entre o que ocorre
realmente na produção e sua interpretação pelo sistema de custo.
Em contrapartida, o ensino de Contabilidade de Custos deve auxiliar
ao aluno com referenciais que ajudem a entender o sistema de produção e
seus sistemas de custeamento, elaborando informações importantes para a
tomada de decisão. Isso precisar ser, sem sombra de dúvidas, verdadeiro e
estar em concordância com o que de fato ocorre dentro da empresa, porque
qualquer coisa fora desse contexto pode atrapalhar o entendimento do aluno e
não passar de simples exercício de aprendizado sem ligação com a prática do
37
dia a dia.
É válido ponderar a importância da prática de ensino na
Contabilidade de Custos, auxiliando o aluno a entender o conteúdo
programático e ao mesmo tempo preparando o aluno para o mercado de
trabalho.
Bem como as deficiências do ensino da Contabilidade de Custos
não podem se resumir aos conteúdo dos cursos e nos fundamentos teóricos,
conquanto deva-se continuar a analisando criticamente sua utilização. O ápice
do problema está na abordagem e no universo em que estão vinculados,
universo esse nitidamente arcaico frente aos modos de produção atual.
É sabido que a aprendizagem para acontecer necessita ser
relevante, é preciso que esteja pautada em uma prática que se relacione com o
universo do conhecimento, da experiência e da vivência, permitindo um
confronto de experiência com problemas práticos de natureza profissional e
social de grande relevância.
Em seu livro Abreu (1990) sugere uma questão bastante reflexiva e
que permite ao professor estruturar suas estratégias da melhor maneira
possível, perguntando a si próprio como é que eu posso dar aula para meus
alunos e ao mesmo tempo conseguir alcançar o objetivo de aprendizagem
proposta.
Além do que, surgem a perguntas: Sei aplicar essa técnica?
Planejei ao ponto de me sentir seguro? A partir desses questionamenos
podemos iniciar uma nova práxis nas aula de Contabilidade de Custos.
Segundo Menegolla (2001), plano de curso é:
(W) a organização de um conjunto de matérias, que vão ser ensinadas e desenvolvidas em uma escola, durante um período relativo à extensão do curso em si, exigido pela legislação ou por uma determinação explicita, que obedece a certas normas ou princípios orientadores. (MENEGOLLA, 2001, p.59).
Então, o plano de curso pode ser considerado como um conjunto de
elementos que formam a organização estrutural de um determinado evento em
38
relação à educação e ao ensino. Normalmente quem elabora o plano de curso
é a própria instituição, ficando a cargo do professor o plano da disciplina.
No planejamento da disciplina de contabilidade de custos, deve-se
levar em consideração o resultado de uma ação conjunta e participativa das
pessoas que vão se envolver no processo, deve ser um ação democrática em
que professor e aluno partilhem das decisões e responsabilidades.
Enfim, um bom planejamento da disciplina deve levar em conta o
realidade, a funcionalidade, a simplicidade, a flexibilidade e a sua utilidade.
CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que a evolução na automação do
processo produtivo das empresas, passa por um momento de mudanças e
nesse processo de transformação a disciplina de Contabilidade de Custos é
uma peça fundamental, pois o desenvolvimento dela implica em novas atitudes
de ensino e aprendizagem, isso fica nítido no mercado de trabalho, que exige
cada vez mais que o profissional esteja apto a assumir suas obrigações.
A consciência que o ensino de Contabilidade de Custos deve
acompanhar esse processo de evolução do mercado econômico, permite ao
professor em exercício ampliar esta visão de crescimento, fazendo com que ele
aprenda constantemente a ensinar, sendo assim, o próprio professor, o aluno e
39
a sociedade ganham com isso.
É preciso que o professor dessa disciplina inove, ouse e acima de
tudo não tenha medo de errar pois o ensino da Contabilidade de Custos deve
ser entendido como um condutor de conhecimentos, sempre na frente do seu
tempo e pronto para responder as necessidades de seus usuários.
A formação do professor não deve ser concebida apenas por meio
de acumulação de cursos, palestras, seminários ou técnicas, deve-se aliar
também sua maneira de conduzir os ensinamentos, sendo esse um elemento
fundamental para conectar os avanços ao processo ensino aprendizagem.
A Contabilidade de Custos é uma área de estudo contábil em
expansão por isso foi dada a devida importância nesse trabalho, trazendo
conceitos e práticas aplicadas à teoria do ensino.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Contabilidade de Custos 09
1.1- Contabilidade de Custos e suas necessidades 10
1.2- Contabilidade de Custos e seus princípios 13
1.3- Contabilidade de Custos na prática 14
CAPÍTULO II - Metodologia de Ensino 18
2.1- Ensino e Aprendizagem 19
2.2- Técnicas de Ensino 21
2.3- Didática 27
CAPÍTULO III– Contabilidade de Custos na Graduação 29
3.1- Competências profissionais do contador 30
3.2- Formação de professores na área de contabilidade 31
3.3- Fatores de aprendizado 34
3.4- Revisando conceitos dos conteúdos 36
CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE 42