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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
NECESSIDADE DE IMPARCIALIDADE NOS JULGAMENTOS
REALIZADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA,
COMO FORMA DE SOBREVIVÊNCIA DO ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
Por: Dr. Ivan de Oliveira Baptista
Orientador
Prof. Willian Rocha
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
NECESSIDADE DE IMPARCIALIDADE NOS JULGAMENTOS
REALIZADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA,
COMO FORMA DE SOBREVIVÊNCIA DO ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
Grau de Especialista Direito Público e Tributário
Por: Ivan de Oliveira Baptista
3
AGRADECIMENTOS
Primeiro à Deus , Jesus Cristo e o Espírito
Santo, pela sua Graça e Misericórdia que
tem me concedido há cada dia e estando
presente em minha vida . Aos meus pais
que sempre me motivaram ao
desenvolvimento pessoal e profissional,
que mesmo com sua partida para perto de
Deus do Sr. Ivan , este ainda se encontra
vivo em minhas atitudes e lembranças .
Bem como toda amizade de minha mãe
sra. Ana Izabel, que com seu amor e zelo
me fez um homem de bem. Assim como
a meu filho João Victor , que pela sua
inocência e bondade tem me feito
novamente acreditar que o mundo é um
bom lugar de se viver .
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra em memória póstuma
ao meu pai, Exmo. Sr. Dr. Ivan N.
Baptista , Juiz de Direito, e Delegado de
Polícia Aposentado e Advogado ,
Mestre e Doutor em Direito Penal ,
falecido em abril de 2010 , que tanto
lutou e se dedicou com bons exemplos a
educação de todos nós, seus filhos .
Saudades,, que se renovam na
esperança da misericórdia concedida a
este, por Cristo Jesus, na ressureição
pra vida eterna e que um dia nos
encontraremos novamente , em um lugar
melhor.
5
RESUMO
A presente obra visa trazer à tona um comportamento dos órgãos da
Administração Pública , na hora de julgamento de processos administrativos de
direitos e vantagens , bem como processo disciplinares , que se afastam do
julgamento imparcial . Criando uma praxe, normatizada no costume
administrativo, que cria diversos males aos que procuram a Administração
atrás de seus direitos , bem como beneficiário de um julgamento administrativo
justo e imparcial , já que à administração pública , julga seus processos
administrativos , de forma parcial , deixando o administrado depois de vetado
em seu direito de um julgamento imparcial , tendo consequências enormes na
vida deste e de sua família , ter como única fonte de recurso a procura do
Poder Judiciário , para litigar em processos judiciais longos , que assoberbam o
Judiciário , criando uma verdadeira via crucis , ao administrado . Por um único
motivo uma cultura de terror , pela fragilidade das autoridades administrativas ,
por falta de prerrogativas funcionais , que criam instabilidade a estas
Autoridades , para um julgamento justo e como consequência um julgamento
sempre Pro Administração., deixando de atender à Justiça e o Direito para
atender interesses simplesmente políticos e que acabam sempre sendo
levados ao sensacionalismo da imprensa.
Observando à seguinte frase , como regra entre as autoridades
administrativas em nosso país, quando lesionam sorrateiramente o direito do
administrado: “...Ele que procure à Justiça , para ter seus direitos...” autor
ignorado , quando à autoridade administrativa competente , justifica oralmente
esta frase , para justificar o negar de um direito cristalino , ele cria de forma
recorrente , e cria uma jurisprudência administrativa oculta, que dificilmente
será modificada , no âmbito da Administração Pública , virando uma verdadeira
punição, sem qualquer amparo legal muitas vezes decidida de forma contrária
à justiça e dificilmente se provará o contrário , já que é feita no velar do intimo
do julgador , muitas vezes preso ao sistema administrativo , a troca de favores
e a politicagem.
6
Argumentaremos aqui e defenderemos como é importante a
necessidade de um julgamento independente dentro da administração pública
brasileira.
Vemos que isso não é um tema novo , porque todas as prerrogativas um
dia concedidas aos membros da magistratura e do ministério público , um dia
na nossa história precisou ser discutido .
Desde a criação da sociedade e do Estado autoridades que decidem
precisam de prerrogativas , que hoje vemos aos membros da Magistratura ,
Ministério Público e também aos membros do Tribunal de Contas , mas não
vemos isso aos julgadores administrativos . O que cria uma enorme escassez
de justiça , bem como propicia um ambiente fértil para realização de negação
de direitos.
Essa tendência de supressão de direitos hoje chegou a um patamar alarmante
porque contagiou até mesmo o Poder Judiciário , quando fora criado a Súmula
Vinculante n. 5 do STF : “A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição” . Essa decisão , que
invalidou aos olhos de todos um direito fundamental pétreo da nossa
constituição cidadã o direito de uma defesa técnica, no processo administrativo
. Contrariando princípios que fazem parte dos alicerces de um Estado
Democrático de Direito, sacramentou definitivamente o pensamento das
Autoridades Judiciais e Administrativas em seus julgamentos , o afastamento
de bases que resguardam para os que procuram seus direitos , junto aos
Órgãos Administrativos e Judiciais , resolver seus litígios contra os abusos
cometidos pela Administração , junto as garantias de direitos de servidores.
Com tal decisão vemos como nossas instituições estão fragilizadas e
como os bancos acadêmicos do Direito, que sempre foram o nascituro das
grandes teses evolutivas da Ciência Jurídica , hoje perdem espaço para a
“Politização da Justiça” .
7
O papel hoje é o inverso e de regressão ao anacronismo da
Administração Pública , hoje contamina o Judiciário . Ambiente até então
salutar e propício a evolução social através de decisões justas , hoje abarca em
uma tendência por espírito coletivo a realização de injustiça , uma vez que
nega direitos dos administrados através de decisões de direitos e vantagens
negativas , quando é cristalino o direito do administrado.
.
8
METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, é o estudo de citação de
caso concreto, como processo judicial, negado pela administração pública e só
alcançado por via judicial, estudo da legislação e da Constituição Federal ,
bem como anos de experiência vivida por nós , como Militar das Forças
Armadas e Servidor Público Estadual , nesses últimos 15 anos .
9
SUMÁRIO
Introdução 10
CAP I - Justiça e Julgamento 12
CAP II – Os Três Poderes no Brasil 15
CAP III - Administração Pública e a Política Brasileira. 18
CAP IV - Lei de Processo Administrativo ,e seu Julgamento. 22
CAP V – Ponto de fragilidade no julgamentos do Processos
Administrativos . 25
CAP VI – Como a Devastadora Política , já utilizada na
Administração Pública entrou no Poder Judiciário . 28
CAP VII – A Necessidade de imparcialidade , nos julgamentos
Administrativos , como forma de justiça social e sobrevivência
democrática . 31
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 36
10
INTRODUÇÃO
A República Federativa do Brasil a partir de 2013 , não é mais a mesma ,
enormes manifestações , como nunca dantes vistas se agigantaram nas
ruas de todo o país , jovens , adultos e idosos unidos em uma só causa , um
pedido de socorro , sobre o título dos primeiros movimentos que cresceram
ao longo de manifestações semanais e depois praticamente diárias em todo
país , haja vista inicialmente um aumento de tarifas de ônibus se tornou , o
que chamaram os próprios manifestantes de a “marcha dos 20 centavos” ,
depois “ não é pelos 20 centavos” referentes a diferença da passagem que
subiria de R$2,75 reais , para R$ 3,00 reais .
Essas transformações pouco antes de bilhões investidos em estádios de
futebol , para recebermos uma Copa do Mundo de 2014 , nos inspirou mais
uma vez a buscar soluções para problemas crônicos que atingem de forma
coletiva todos os cidadãos , quando nos deparamos com a administração
pública. Todas essas reinvindicações das manifestações se esbarram
sempre nas prioridades e na força de gerir a coisa pública, em nosso país.
Diariamente nos telejornais vemos pessoas morrendo por sepsia em leitos
de hospitais sem recursos , policiais mortos , professores desmotivados e
escolas caindo, por falta de manutenção, sem contra partida , profissionais
sem um salário digno . Ao contrário nos mesmos jornais vemos privilégios
sendo pagos como auxílios de gabinete e reposições de viagens e etc, que
chegam a pagar 70 milhões de auxilio dentário para Senadores e auxilio
moradia para juízes e promotores do RJ de R$ 5000,00 reais, além de seus
salários base de cerca 21 mil , extrapolam o teto federal contido na
Constituição da República.
Esse é o retrato de um gigante chamado Brasil, que acumula só em
arrecadação de imposto de renda a cada ano cerca de 48,3 Bilhões de reais
( só de imposto de renda), em 2013 , e em 2014 , cerca de 75 Bilhões
11
chegando a soma de todos os demais impostos a faixa de Trilhões de reais
ano , e a pergunta que se faz : É pra onde vai todo esse dinheiro?
Nossa contribuição é retratar parte da imperfeição do nosso sistema político
- administrativo, que invade o ponto ético da administração do dinheiro
público , já que se negam direitos dos servidores e cidadãos , que seriam
amplamente concedidos, caso houvesse imparcialidade dos seus gestores ,
gerando julgamento injustos e danos incalculáveis ao povo .
Nossa fonte de pesquisa como ponto amostral e de mera referência, ocorre
com o todo o sistema administrativo, sendo a exceção os julgamentos de
concessão de direitos . Estudaremos o Processo 2002.001.157857-1 do
TJRJ , que fora feito um julgamento de pedido de caráter alimentar de férias
e licença prémio não gozados , junto ao Rio Previdência , onde a
requerente, que vamos chamar de “X” , em processo administrativo , não
conseguiu ter alcançado seu direito . Tendo que percorrer ao Poder
Judiciário para ter direito a tal benefício . sendo Valores pagos somente em
abril de 2014 , referentes a férias e licenças prémios não gozadas desde
1970 até 2002 , como podemos ver direitos lesionados e somente
garantidos depois de 44 anos , onde o próprio autor não teve o gozo de seus
direitos , somente seus herdeiros , haja vista morte anterior ao pagamento
dos precatórios .
Como podemos aceitar tal situação?
12
CAPÍTULO I
Justiça e Julgamento .
Segundo definição usada no dicionário português on line , Justiça é: “A virtude moral de atribuir a cada indivíduo o que lhe compete.” *
Ainda nesse mesmo contexto temos na idade antiga as escrituras sagradas da Bíblia Cristã, em Êxodo 20 ¹, no livro escrito pelo profeta Móises , textos históricos de narrativas de cerca de 5 mil anos antes de Cristo , onde conta toda a narrativa do êxodo do povo judeu do Egito para terra prometida , ainda com a edição dos dez mandamentos dados por Deus à todo povo , para que não se desviassem . Sendo criado nesse marco a primeira normatização judaico –cristã, como forma de lei e julgamento das transgressões.
Definir ou conceituar justiça de forma simples é: a justa medida do que merecemos , haja vista nosso direito . Sendo este adquirido pelo conjunto de leis e normais jurídicas nacionais e internacionais em vigor , que nos fazem detentor de direitos e garantias , bem como deveres e obrigações.
A justiça é discutida desde o tempo de surgimento da sociedade e tomou novos contornos com a educação e pensamentos de bem comum do povo frente ao surgimento do Estado e a República, na antiga Grécia dos Pensadores .
No século V e IV antes de Cristo , Sócrates , Platão e Aristóteles travaram ideias sobre Justiça , Ética e Igualdade .
Mais tarde já em tempos modernos podemos ver essa mesma concepção novamente em conflito, com os ideais da Revolução Francesa, onde a Liberdade , Igualdade e Fraternidade , dos revoltosos burgueses estavam em pauta.
Como vemos Justiça sempre será um tema atual a ser discutido , haja vista séculos e séculos de história mundial sempre retrataram a mesma situação injustiças , que levam súditos ou povo a se voltarem contra seus opressores mesmo em sistemas Democráticos .
Ter o que nos é devido , segundo o conceito platônico de justiça ³ . É a base de todo o sistema político e de sobrevivência da raça humana , para viver de forma organizada e longe da barbárie . Porque não há povo menos desenvolvido que seja , sem a figura do realizador de justiça ,mesmo que
13
concentrado nas mãos de um só líder um dos pilares do Estado estará presente à Justiça .
Termos um julgamento justo a nosso sentir , seria redundante afirmar , já que é a própria essência da Justiça é termos julgamentos Justos . Fatos hoje não vistos em julgamentos realizados pela Administração Publica estatal.
Agora o que é julgamento? É no nosso sentir, o momento sublime da realização da justiça, nele encontrando o momento correto depois de todo o procedere, o amadurecimento para a decisão , o ponto final , de dar a justa medida aqueles que tem o direito.
Sendo a ética e a moral um ponto mais profundo , de contornos maiores e mais internos , onde o ser humano expressa todo o seus caráter na busca de fazer o bem .
Dever a nosso sentir de todo o julgador incumbido de tão nobre mister , dar o que lhe é merecido e trazendo o bem, bem este ligado a satisfação , individual e da coletividade .
Esses conceitos Ética , Justiça e Julgamento , foram longamente estudados e hoje materializados , tanto que temos o código de ética em diversas leis nacionais que regem as carreiras da Magistratura (LOMAN- Lei Complementar 35/79 ) , Ministério Público (LONMP- Lei Complementar 75/93 ) e na Advocacia ( Lei 8906/94) , bem como toda uma estrutura nacional a partir do Art. 90 , em diante da Constituição da República sobre Poder Judiciário , e nos códigos de
Processo , Penal , Civil , Eleitoral , Militar e nas Lei de Processo Administrativo a previsão sobre julgamento.
Convém ressaltar , que chegamos ao ápice de estrutura social e de Justiça, que nem mesmo Sócrates , Platão , Aristóteles , Santo Augustinho e São Tomaz de Aquino ¹ puderam imaginar , a referência de estrutura de Justiça que em esfera mundial alcançamos , inclusive com o surgimento do Tribunal Penal Internacional em Haia , para Crimes contra a humanidade , no 2 ª pós guerra.
³Os Pensadores , Platão , Editora Cultura , 1970
Nesses milhões em recursos destinados a manutenção dessa estrutura gigantesca no Brasil de Justiça , tanto dentro da Poder Executivo - Administração Pública , função atípica , quanto no Poder Judiciário , função típica .
A ética nos julgamentos sempre foi se sempre será , a pedra do sapato de todos aqueles que buscam de alguma forma a satisfação de seus direitos .
14
Como realmente controlar pensamentos, ideias e quiça acordos políticos, que afastam o direito ?
Nos julgamentos , a ética , bem como a busca de um controle cada vez maior sobre os atos de decisão , dando parâmetros , de segurança e independência funcional e de prerrogativas aos julgadores administrativos , tende a ser uma natural consequência , bem como de uma reavaliação de sua estrutura .
Não convém mais termos julgamentos contrários ao direito , principalmente aqueles amparados pela legislação , julgados do Poder Judiciário e que a Administração Pública , por suas normativas e portarias se curvam em cumprir. Ferindo como espada afiada a satisfação do direito dos que ali se socorrem. Se aproveitando de um Judiciário abarrotado , ineficiente e anacrônico com a burocracia e excesso de trabalho criado pela própria ineficiência do Estado Administração.
Mesmo com a iniciativa da EC 45/2004 , nosso judiciário e processo brasileiro encontram-se em colapso , prazos e mais prazos , publicações em diário oficial , juntadas , conclusões intermináveis para despachos de mero expediente , bem como para decisões óbvias.
Assim também é comedido a Administração Pública e seus julgamentos , e ainda de uma forma muito mais fragilizada , onde julgadores , não gozam de
quaisquer prerrogativas , pois não são julgadores de carreira , hoje são chefe de setores e amanhã, subordinados de seus hoje subordinados .
Presos a um sistema político descompromissado de ética . Como julgar de forma correta e que o Estado – Administração atenda seu real fim de criação ? Atender as expectativas sociais e gerar o bem dos recursos arrecadados parao bem estar de sua coletividade. Essa não seria a missão?
15
CAPÍTULO II
Os Três Poderes no Brasil
Por que falar na formação do Estado? E como ele se encontra hoje? As referências históricas sempre nos ajudam na compreensão do presente e nos acertos que necessitamos empreender para busca da melhor técnica a ser empregada na soluções dos problemas do futuro .
Nosso Estado fora criado com concepções e ideais , em paradigma , usados aos países que tem a República democrática e a tripartição dos poderes, com a existência de um Poder Executivo ; Poder Legislativo e o Poder Judiciário, como pilares Orgânico de suas funções , assim como : os Estados Americanos , a Alemanha , França , Portugal e tantos outros .
Nosso país a República Federativa do Brasil , tem à Democracia , como forma de governo , sendo o governo do povo , para o povo , em um regime eleitoral e de sucessão no poder dos mais votados, com a participação de forma igualitária de todo o povo , o sufrágio universal.
Com alicerces firmados na teoria da Tripartição de Poderes ou funções de Aristóteles, aprimorado por Montesquieu ² ocorrendo a divisão das funções , como forma de minimizar os poderes ora concentrados nos moldes de governos ditatoriais ou mesmo absolutistas , tudo isso como forma de mitigação do poder soberano interno . Formas de controle e equilíbrio para evitar um poder central , nas mãos de uma única pessoa política , evitam-se os equívocos de um governo ditatorial ou mesmo Absolutista .
Após séculos de evolução social encontramos a maneira atual de definirmos nosso Estado, com os alicerces dos três poderes , independentes e harmônicos entre si . o Judiciário , Executivo e o Legislativo, conforme dita à Constituição Republicana de 1988.
- Quais as prerrogativas alcançadas em favor dos julgadores e seus benefícios?
2Montesquieu (1748). De l'esprit des lois . Université du Québec à Chicoutimi
A Constituição consagrou como princípios e prerrogativas aos Magistrados , Membros do Ministério Público e do Tribunais de Contas , sendo estes a
16
independência funcional , bem como independência financeira e administrativa de suas atividades , assim como prerrogativas tais como : Inamovabilidade, Vitaliciedade e Irredutibilidade de Vencimentos . Isso tudo para garantir um Julgamento imparcial . Não deixando seus julgadores a mercê de pressões externas da política . tudo contido a partir do Art 90 e seguintes da Constituição Republicana , quando inicia a falar sobre o Poder Judiciário e as Funções Essenciais à Justiça.
Existem pelo menos três modelos de sistemas judiciais em todo mundo . O Absoluto , o modelo inglês e o modelo francês.
A Assembléia Nacional Constituinte , que promulgou a Constituição de 1988 , adotou como nosso sistema pátrio o modelo inglês de Administração da Justiça , tendo como característica o modelo de uma Justiça Una , cabendo ao Judiciário a última palavra , conforme confessa o art. 5 , XXXV , da CRFB.
“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
Essa garantia vem possibilitar o ingresso em juízo para assegurar direitos simplesmente ameaçados, lesados ou mesmo os que necessitam de ratificação judicial como os acordos e os de jurisdição voluntária .
O autor Alexandre de MORAES, lesiona , que :
“Inexiste a obrigatoriedade de esgotamento da instância administrativa para que a parte possa acessar o Judiciário. A Constituição Federal de 1988, diferentemente da anterior, afastou a necessidade da chamada jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado, pois já se decidiu pela inexigibilidade de exaurimento das vias administrativas para obter-se o provimento judicial, uma vez que exclui a permissão, que a Emenda Constitucional no 7 à Constituição anterior estabelecera, de que a lei condicionasse o ingresso em juízo à exaustão das vias administrativas, verdadeiro obstáculo ao princípio do livre acesso ao Poder Judiciário”.
Segundo o modelo francês , não adotado , temos a existência de Tribunais Administrativos , com total autonomia e suas Jurisprudência própria , desafogando o Poder Judiciário de tais funções .
Não sabemos hoje precisar se essas decisões são afastadas de imparcialidade , mas temos aqui um padrão , que pode nos servir de mudança estrutural , no
17
atual sistema nacional que não traz a eficiência e imparcialidade que precisamos , ao exemplo do estudo do processo em análise , que negado administrativamente , fez o autor X, percorrer cerca de 40 anos até conseguir seu direito alcançado .
18
CAPÍTULO III
Administração Pública e a Política Brasileira.
A Administração Pública está contida nos três poderes do Estado , bem como
em todos os entes da federação, usada de forma descentralizada e
desconcentrada, a Administração Pública é a maneira com que se administra
os recursos públicos em sentido ao seu principal e único fim , prestar um
serviço público de qualidade e eficência , bem como manter os Poderes e
Órgãos do Estado, a fim de atender os diversos interesses da sociedade .
A administração hoje é exercida de forma típica pelo Poder Executivo , e toda
sua estrutua de fiscalização, obras , execução , Polícia e etc . Garantindo o
real funcionamento dos serviços a atender o povo .
No Poder Judiciário através dos seus diversos Presidentes de Tribunais ,
assim como em suas serventias e cartórios .
No Poder Legislativo , também se exerce administração , quando na gestão do
funcionamento do Congresso Nacional e seus orgãos ligados , reservado as
funções típicas de legislar , como em simetria nas Assembléias Legislativas e
Camaras Municipais e Distrital . Podemos notar que aonde se tem Estado
respira –se à Administração.
Sendo o homem animal social , naturalmente e de sua essência , animal
coletivo , assumi como outros animais , comportamentos coletivos assim como
: as formigas , elefantes e alcateias .
Aonde houver aglomerações de seres humanos , precisa-se de administração
de recursos para a subrevivência do grupo , sendo o Estado na sociedade
contemporânea este intermediador de recursos , para os diversos fins
necessários .
Por tal argumento, a política está inserida diretamente na Administração do
Estado de seus recursos e principalmente de seus processos , com decisões
19
coletivas , abstratas ( difusas ) ou concretas ( individuais ) . A administração
também exerce um importante fator determinante na realização e satisfação de
direitos, de forma muito mais eficaz e imediata , que o Próprio Poder Judiciário
, já que não precisa do conflito instaurado para realização de satisfação de
direitos . Basta reconhecê-los .
Esse reconhecimento hoje, pela super população , dos países em
desenvolvimento e com baixa taxa de educação de seu povo, como o Brasil ,
cada vez mais vemos o povo dependendo de politicas públicas de base e de
assistência social , gerando um superavit para demandas primárias , tais como
educação , saúde e segurança , fugindo o seu papel primordial , que é a busca
do desenvolvimento através das pesquisas e evolução de seu povo , para
estes contribuirem mais por si só , buscando sua alto subsistência e contribuir
mais para o grupo , do que a parcela menor do grupo , sustentar o todo .
Esse colapso da pirâmide de subsistência , que é gerada pela falta de
escolaridade e educação do povo , geram hoje , não só grandes demandas ,
mas também muitos direitos lesionados , bem como maus administradores ,
como principal causa , baixa de valores morais coletivos , haja vista descrédito
no conjunto de base .
Diante dessa fórmula , onde nos leva a pespectivas futuras ruins e que hoje
são identificadas pela massa da população , pela insatisfação oras pleiteadas ,
nas grandes manifestações , “dos vinte centavos “ e que hoje em meados dos
fins dos mandatos explodem greves por todos os seguimentos sociais ,públicos
e privados , como professores e rodoviários . Vemos como a política mal
aplicada no topo da estrutura do Estado , essa repercurti de forma retardada ,
na ponta da lança , que é o povo .
A política hoje , como se realiza no Brasil , precisa ser repensanda , sua ética e
a maneira como esses escandalos de desvio de dinheiro , como o Mensalão e
seu processo no STF , que culminou com a prisão de diversos políticos , do
partido que está no poder atualmente . Esse exemplo tem que ser revisto , o
desvio do dinheiro e o ruir de nossa estrutura política , comparamos como uma
20
represa que criou uma fisura , aonde nada consiguirá deter o poder das águas
acumuladas , porque por mais que exerça a Administração Pública , maneiras
de frear direitos junto aos administrados , negando o prosperar de direitos
cristalinos , para dimimuir as contas públicas , postergando o pagamento de
direitos alimentares por cerca de 40 anos , onde muitos se perdem , por serem
sucedidos e esquecidos pelos beneficiários , ou mesmo , nem mesmo litigados
no ambito do Poder Judiciário , por ignorância e descrédito de seus titulares,
em ver seus direitos reconhecidos.
Esse mal causado pela Adminitração Pública , através de seus detentores de
cargos e que são colocados todos , por um vies político , seja pelo
relacionamento social ou mesmo em menor proporção pela competência tem
prejudicado de forma substêncial o povo e seus servidores .
Causando um irrequecimento sem causa , quando não pleiteados ou mesmo
negados , causando consequências irreversíveis e profundas naqueles que
procuram à Administração Pública .
Como podemos ver essa cultura costumeira de falta de ética , gera mortes ,
quando não se realiza um bom atendimento ou a negativa por este em um
hospital . Outro exemplo são negativas de direito de carater alimentar ,
gerando situações alarmantes de lesões sem precedentes , haja vista a
excassez de trabalho e alto índice de desemprego.
Como mudar isso?
A nosso sentir , buscamos solucionar o espírito do administrador, criando um
espírito de ética , em buscar o bem comum , assim como criando prerrogativas
para seus Julgadores Administrativos.
Encurtar os prazos é justiça social . Irresponsáveis são o negar de direitos em
processos administrativos , colocando os administrados a merce de um Poder
Judiciário assoberbado de processos , onde somos sabedores , que os
processos administrativos , geram em torno de 1 anos em nosso Estado RJ , e
21
judiciais em algumas varas de Fazenda Pública , cerca de 5 à 10 anos . para
ter ao menos um julgamento de 1 Grau.
O professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso , nomeado
recentimente , para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal , em seu
livro de Direito Constitucional , cita a tese da Politização da Justiça e
Judicialização da Política .
Face a omissão do Estado- Administração , cada vez mais o Poder Judiciários
toma postura ativista , em suprir políticas públicas .
Como podemos ver , hoje o Poder Executivo e o Poder Judiciário , travam um
duélo , aonde a Administração Pública , nega direitos e politicas públicas que
gerariam bem estar social e justiça ao povo em suas necessidades , e o Poder
Judiciário a curtos passos , cada vez mais amarrados por leis contrárias ao
bem estar do povo , vem restabelecendo para um pequeno grupo de
sobreviventes esses direitos , porque o caminho judicial no Brasil é doloroso e
infartante .
Acreditamos ser este o caminho , já que o interior do homem e sua ganância
somente , o reestruturar do pensar é capaz de criar Ética . Enquanto isso não
ocorre nas seres que administram , criaremos mecanismos para isso.
22
CAPÍTULO IV
Lei de Processo Administrativo e Seu Julgamento..
Processo Administrativo: Conceito e sua finalidade
O conceito de processo administrativo no direito brasileiro é: "a sequência de
atividades da Administração, interligadas entre si, que visa a alcançar
determinado efeito final previsto em lei" [6] .
É a maneira como a Administração Pública realiza o objeto final de suas
decisões,as materializa dentro de processos , seja por iniciativa de um
particular, seja por iniciativa da própria Administração . A Lei que regula todo o
funcionamento do processo administrativo é a Lei n.º 9.784 / 99, a qual se
aplica a todos entes da Administração Pública Federal . e alguns Estados e
Municípios , que ainda não realizaram suas leis próprias.
Salientamos que todo o funcionamento do processo administrativo em ambito
federal é regulado pela é a Lei n.º 9.784 / 99, a qual se aplica a todos entes da
Administração Pública Direta e Indereta . Além disso, em sede jurisprudencial o
o STJ tem reconhecido a aplicação desta lei federal para entes estaduais e
municipais, que ainda não elaboraram suas normativas próprias , usando as
até o surgimento da legislação específica . .
A Lei nº 9.784, de 29 de Janeiro de 1999 regula o processo administrativo no
âmbito da Administração pública Federal.
O processo administrativo, como espécie do gênero processo de direito, é um
conjunto de atos administrativos, sucessivos e concatenados, praticados pela
Administração Pública com o objetivo de satisfazer determinadas finalidades de
23
interesse público. Suas disposições têm aplicabilidade obrigatória apenas
sobre a Administração Pública direta e indireta, incluindo os 3 poderes da
união, restando os demais entes da federação como coralário fora de sua
abrangência. São órgãos todas as unidades de atuação desprovidas de
personalidade jurídica, integrantes de estrutura organizacional da
Administração Pública direta e indireta. Quando direta pertencem à estrutura do
Estado, caso pertençam a Administração indireta encontra-se dentro das
estruturas das autarquias, associações públicas, empresas públicas e
sociedade de economia mista. Entidades são todas as unidades
personalizadas precisamente por serem pessoas jurídicas, como as autarquias,
associações públicas, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de
economia mista e, evidentemente, o próprio Estado. As entidades são sujeitos
de direitos e obrigações diferentemente dos órgãos.
CAPÍTULO XI DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
24
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.”
Como podemos ver na citação acima , em nenhum momento a lei fala em um
julgamento imparcial , mas somente em decisão , decidir é optar , optar por
procedência ou improcedência do pedido , dentro das provas e alegações ,
motivação da decisão. Em que pese tal argumento legal , nada impõe ao
julgador um julgamento justo ou mesmo imparcial ou mesmo esse pré-requisito
ao servidor que irá decidir o feito , até porque a própria lei evita usar o termo
julgamento para usar a palavra decisão , após a instrução .
Com isso , vemos um processo , uma instrução e uma decisão tendenciosa
como regra. Deixando o administrado fora de qualquer garantia de legalidade
ou mesmo imparcialidade , como forma do direito implícito do direito do devido
processo legal e um julgamento soberano e imparcial . Total afronto ao Estado
Democrático de Direito .
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CAPÍTULO V
Ponto de fragilidade nos julgamentos do Processos
Administrativos .
O Processo Administrativo tem seu ponto de fragilidade , na fase da Decisão .
Gastos de recursos financeiros , de pessoal e tempo , por um julgamento nati
morto parcial , que afronta de regra diversas prerrogativas constitucionais ,
como o devido processo legal , um julgador imparcial e a legítima defesa , já
que em sua maioria o servidor competente para decidir o Processo
Administrativo é de regra a própria autoridade , superior ao administrado , ou a
quem este deveria suprir ao cidadão ou subalternos os seus direitos.
Como podemos ver nesse diagnóstico simplório , que o processo administrativo
pátrio se não houver modificações em suas autoridades , e pré-requisitos , para
uma decisão ou melhor chamando de julgamento imparcial não podemos
desde já ver contornos de inconstitucionalidade em seu procedere , desde a
competência do ato , sua instrução , decisão e recurso , já que desde seu
nascimento a autoridade já se torna frágil em sua prestação jurisdicional
administrativa.
Já que não possuem as autoridades decisórias , prerrogativas que de fato
tornariam o processo próximo a verdade de uma decisão e se coloque
realmente a favor da justiça justa , e não a favor da administração pública , que
como sabemos precisa de dados quantitativos , para aparições de metas , bem
como resultados de punições de suas corregedorias e órgãos administrativos .
Vemos que a maior incidência de fatos corriqueiros , que viram páginas e mais
páginas de gozação nas redes sociais são os exames de perícias junto ao inss
e corregedorias , que tem um alto índice de resultados pro administração , com
procedimentos excessivos e com julgamentos a margem do justo .
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Com tais desvios de posição , que afastam do administrado , tanto este
servidor , pleiteando seu direito , ou cidadão quando requer junto aos órgãos
seus benefícios , temos algo bem corriqueiro e já previsível , a negação da
Administração , bem como a necessidade de uma via crucis judicial para
obtenção também nada fácil do direito . Com isso ocorre um atolamento do
sistema jurisdicional pátrio , onde a ultima nóticia do CNJ , é que 100 milhões
de processos hoje tramitam nos Tribunais de todo o país .
A falta de inamovabilidade , irretudibilidade de vencimentos , vitaliciedade ,
independência funcional , fazem com que a administração pública nos três
poderes permitam que seus órgãos decisórios sejam subjulgados ao absurdo
da revisão de suas decisões , como nos casos de o próprio judiciário em um
pedido de pensão de viúva não inscrita em seus assentos funcionais, de forma
administrativa , tenha que requerer novamente ao próprio judiciário ( Tribunal )
em forma de processo judicial , para obtenção de seu direito.
Será que é esse o papel que queremos de nossos órgãos e autoridades ? Ou
estamos andando em círculos por falta de observação desses fatos ou mesmo
por maldade estatal?
Buscar um julgamento como se tem nos tribunais , seria conseguirmos
abranger o grau de satisfação e obtenção de reconhecimentos de direitos , até
então desrespeitados pela administração pública . Ocorrendo a anos um
verdadeiro enriquecimento sem causa da administração pública .
Podemos citar como exemplo , um processo de apuração de dano em uma
viatura oficial , por parte de um servidor , ou mesmo perda de um bem
acautelado em seus nome , onde no momento do julgamento este é avaliado
pelo preço de avaliação do dia do julgamento e não da data da aquisição pelo
estado , já que sendo bem ele sofre desvalorização monetária ou mesmo
depreciação contábil , mas contudo as autoridades estipulam o valor do dia ,
desconsiderando tais fatos , No nosso sentir , não teríamos um enriquecimento
ilícito , imposto ao administrado ?
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Com essas observações até aqui expostas , podemos afirmar , que temos
muito que aprimorar em nossa administração , quando o assunto é Decisão em
processo administrativo .
O que vemos é uma administração pública , tendenciosa , falha e
indiscriminadamente , como regra negadora de direitos , causadora de falhas ,
permanentemente duradouras , que somente serão revistas , após longas
batalhas judiciais , travadas por décadas .
Não podemos esquecer que decisões parciais pro administração , sempre
terão efeitos negativos , que não só abatem o caráter e a moral do
administrado implicitamente , como em sua moral objetiva , afetando
diretamente o patrimônio alimentar do servidor ou administrado – cidadão ,
quando tem por exemplo uma recusa de seu direito previdenciário.
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CAPÍTULO - VI
Como a Devastadora Política , já utilizada na Administração Pública entrou no Poder Judiciário .
A Politização da Justiça e a Judicialização da Política tema debatido com frequência e seus impactos na administração em geral vem influenciando a prestação Jurisdicional com a política própria do jogo do Poder Executivo .
Esse tema tratado pelo então Ministro do STF , Alexandre Barroso , em seu livro de direito constitucional , tomou destaque no meio acadêmico , quando o ativismo judicial começou a impactar as política públicas , quanto as omissões do Estado face a direitos reconhecidamente legítimos e cristalinos , negados contra os administrados , face a falência dos sistema público de saúde e o sistema previdenciário.
Em contra partida essa “política” ocorre dentro do Judiciário de forma obscura , aonde no TJRJ , temos a liberação de dinheiro pro Estado pagar precatórios atrasados em troca de benefícios e favores de seus membros , como o discutível auxilio moradia pago hoje a magistrados e membros do MP do Estado do RJ, aprovados os projetos de lei complementar 34/2013 e de lei 2683/2013.
Como podemos ver troca de favores do jogo político que afeta diretamente e negativamente o cidadão , pelo aumento de gastos nos cofres públicos e desperdício de dinheiro público, com carreiras que hoje estão no teto do funcionalismo público , bem como cada vez mais sitiadas nas mãos do Poder Executivo , exerce um papel cada vez mais voltado as coisas da administração pública , negando direitos inegavelmente reconhecidos do cidadão e servidores , quando buscam seus direitos junto aos órgão da administração , bem como , a já contaminada Justiça ( Poder Judiciário .) pelo jogo político.
Política e Justiça não combinam . Nosso judiciário como cita Dalmo Abreu Dallare em seu livro o Poder dos Juízes , reza que dentre as formas no mundo de escolha de magistrados , o Brasil optou pelo Judiciário Técnico e não político como países de origem Anglo – Saxônicos , que os magistrados são escolhidos por voto popular ( EUA) ou por experiência e política , com mais de 30 anos de experiência ( Inglaterra).
Diante o Judiciário técnico nossa democracia saí na frente , diante a escolha feita pela Assembleia Nacional Constituinte de 1988 , mas com o caminhar destes 30 anos de Constituição em vigor o Poder Judiciário passa a exercer um
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papel tangente e se desvirtua de sua criação , mantendo ligações cada vez mais políticas do que técnicas , principalmente quando vemos questões onde se enfrentam grandes empresas de telefonia , bancos e o próprio Estado.
Será esse o judiciário pensado, pelos membros das comissões da Assembleia Nacional Constituinte?
Nosso Judiciário demonstra mais uma vez fraquezas em sua estrutura fundamental , em sua base de sedimentação de Poder , repetindo omissões cometidas durante a recente história , já que durante ditadura militar de 1964 com o editar do Ato Institucional n. 5 , este diante a uma inconstitucionalidade flagrante a Constituição de 1967 , se omitiu , gerando enormes transtornos ao povo brasileiro , legitimando um estado de exceção .
Mais uma vez , nosso Judiciário se filia , ao Executivo e se afasta de seu papel , de guardião da legalidade e da justiça , fecha os olhos e pune o cidadão , julgando com o jus positivismo , injusto , como por exemplo o caso que tomou conta de todo os telejornais nacionais , com a condenação do caso Mensalão, onde milhões foram pagos dos cofres públicos para aprovarem a emenda constitucional n. 41 /2003 , que mudou todo o sistema previdenciário nacional , com alterações que oneravam os aposentados e mudava as regras de aposentadoria nacional .
O caso de corrupção veio a tona na mídia , após a notícia crime , que eivava todo o processo legislativo federal , realizado pelo Deputado Federal Roberto Jefferson , PTB- RJ , após CPI , chegou ao Judiciário a Ação Penal 470 , que culminou com a prisão de dezenas de políticos , empresários e banqueiros .
Mas nada ainda no ânimo coletivo foi revisto , haja vista a inconstitucionalidade ora por vicio de formalidade na aprovação da EC 41 , decisões monocráticas ecoam pelo país , suspendendo a eficácia inter partes da emenda .
Como podemos ver , a administração pública toma contornos contra cidadão , os antagônicos mais do que nunca estão face a face em um duelo , Estado x Cidadão , quando falamos em direitos.
Diversos são os exemplos até aqui citados , até chegarmos ao mais alarmante mensalão , mas em um bloco maciço estão cerca de 100 milhões de ações que tramitam no Poder Judiciário Nacional , sendo entre as de mais demandas as contra telefonias , bancos e o Estado .
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Quando falamos do Estado , esse bloco atinge os cidadãos na sua mais grotesca forma , quando este omite os direitos dos servidores e nega a concessão de direitos cristalinos como no caso em estudo , e outros citados , perdurando um dano moral , de 20 anos de perspectivas em ter seus direitos alimentares supridos e honrados , gerando danos incalculáveis no viés famílias de seus legitimados .
.
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CAPÍTULO VII
A Necessidade de imparcialidade , nos julgamentos Administrativos , como forma de justiça social e sobrevivência democrática.
A necessidade de mudança constitucional e legislativa é imprescindível para sobrevivência do nosso Estado . Já que os dados mostrados pelos processos ora em tramitação , como os ainda que serão ajuizados , uma vez que a Administração mantém uma conduta lesiva ao cidadão . Gerará cada vez mais um sistema caótico e em colapso .
Com a edição da súmula vinculante , na Emenda Constitucional 45/2004 , um grande avanço foi dado , mas o processo de formalização das sumulas, assim como os anos que os processos percorrem até chegarem ao ponto de se tornarem normatizados de forma coletiva , ainda geram muitos danos .
Vemos que para solução do caso em análise , precisamos de ter um TRIBUNAL ADMINISTRATIVO INDEPENDENTE DO PODER EXECUTIVO , COM CONCURSO DE PRÓPRIO , COM UM RITO SUMÁRISSIMO , COMO OCORRE NOS JUÍZADOS ESPECIAIS , OBSERVANDO OS SEUS JULGADORES E CAMARAS DE PRERROGATIVAS , INERENTES AO MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO , COMO INAMOVABILIDADE E IRRETUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS , INDEPENDENCIA FUNCIONAL . RESGUARDANDO A DEFESA TÉCNICA , COM LEGITIMA DEFESA E DEVIDO PROCESSO LEGAL , COM APENAS DUAS INSTÂNCIAS DE RECURSO. TENDO ESTE RECURSO OBRIGATÓRIO AO JUDICIÁRIO , EM CASO DE IMPROCEDENCIA , COM POSSIBILIDADE DE RECURSO SUSPENSIVO . Como ocorre com a lei de ação popular , Lei 4717/65.
A luz do melhor pensamento defendemos essas mudanças como forma de equilibrar novamente a balança a justiça , em favor do cidadão , que vem sofrendo prejuízos de diversas formas , neste processo negado , por falta de imparcialidade e um pensamento baseado na política e na imposição costumeira da Administração Pública pátria , contra os que dela necessitam
Sustentar tais mudanças , não são devaneios , porque temos como exemplo como forma de paradigma a proposta o que ocorre, em França , com seus tribunais independentes administrativos , mas somente teremos esses fatos concretizados , quando os sistema nacional estiver totalmente colapsado .
Além em gestão pública para cobrir os déficts de trilhões por má gestão dos recursos públicos, temos que durante uns 50 anos deixarmos de investir em
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infra estrutura , para equilibrar as constas públicas , que se agigantam em uma divida interna sem precedentes , chegando a R$ 94 Bilhões segundo informações do CNJ , para Estados e Municípios . Isso tudo são os direitos lesionados pela Administração Pública , já que 30 anos para receber um direito contra o estado é algo insustentável em qualquer sistema livre , democrático e justo .
O regramento hoje é realizado pelo . ADCT . Art 78 , incluído pela EC n.30 de 2000. Regra o parcelamento em 10 anos , parcelados em 10 x, mais correção .aos precatórios anteriores a 1988 , e na ordem cronológica comum para os demais , incluindo os direitos preferenciais , bem como os até 60 salários regulados pelo Juizados Especiais Fazendários . Como podemos ver um sistema insustentável e catastrófico .
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CONCLUSÃO
Discutir um julgamento imparcial em qualquer esfera , sempre foi uma
apologia a um sistema de absolutismos e abusos , hoje faz parte dos direitos
individuais , estando isso tratado em diversos textos internacionais e na nossa
constituição brasileira e cidadã de 1988 .
Levamos todo o tempo de humanidade para criarmos esses direitos e
essas prerrogativas , muitas vidas foram perdidas e sacrificadas em nome da
justiça e da liberdade no decorrer da história do homem.
Em tempos contemporâneos onde não se cabe mais autoritarismos ,
nem mesmo na educação de nossos filhos , pois estes hoje são
questionadores e se insurgem contra qualquer imposição . Não podemos mais
tolerar uma administração Pública covarde , com sistemas , costumes e
julgamentos parciais . Afastados de uma realidade , que muito não perpetuaria
um desgaste em um administrado não ter que recorrer ao Judiciário , já tão
assoberbado de processos .
Como solução em âmbito Administrativo , ao problema exposto , nessa
tese há criação de Câmaras de Julgamento Independentes de suas
Secretarias e Ministérios, nas esferas Municipal , Estadual e Federal, bem
como essas autoridades, sendo gozadores de prerrogativas , pertinentes ao
Membros do Judiciário e do Ministério Público , cargos esses preenchidos por
concurso público , nos moldes da constituição em vigor. Criando uma
diminuição dos litígios nas Varas de Fazenda Pública em todo país, bem como
aceleraria , de forma assustadora o gozo destes direitos , que por muitas
vezes na somatória de todo tempo de processo administrativo e judicial e o
efetivo pagamento do precatório leva cerca de trinta anos , cerca de 30 anos.
34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1 Barroso, Luiz Roberto , Curso de Direito Constitucional Contemporâneo 4ª ,
Ed. Saraiva - 2013
2 Biblia Sagrada , 51ª Edição, Editora Vozes Ltda , 2012.
3 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros, 2008
4 Constituição da Republica Federativa do Brasil – 1988, imprensa nacional.
5 Emenda Constitucional 41/2003. Imprensa nacional
6http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura
&artigo_id=1613
7 http://www.dicio.com.br/justica/
8 http://economia.ig.com.br/2014-03-12/stf-definira-novo-regime-de-pagamento-
de-precatorios-e-deve-diminuir-prazo-atual.html
9http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/01/arrecadacao-federal-soma-r-
113-trilhao-e-bate-recorde-em-2013.html
10 http://www.plataformademocratica.org/Publicacoes/12685_Cached.pdf
11http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/58408/compra+de+votos+
no+mensalao+anula+efeito+da+reforma+previdenciaria+decide+juiz+de+mg.sh
tl
35
12 Lei Complementar 35/79 , imprensa nacional.
13 Lei Complementar 75/93 .imprensa nacional
14 Lei 8906/94 ; imprensa nacional
15 Montesquieu (1748). De l'esprit des lois . Université du Québec à
Chicoutimi.
16 MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. Teoria Geral.
Comentários aos arts. 1o à 5o da Constituição da República Federativa do
Brasil. Doutrina e Jurisprudência. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1998, p. 197
17 Os Pensadores , História da Filosofia , editora cultura, 1970;
18 Os Pensadores , Platão , editora cultura, 1970
19 Supremo Tribunal Federal , Ação Penal n. 470 .
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 8
SUMÁRIO 9
INTRODUÇÃO 10
Introdução 10
CAP I - Justiça e Julgamento 12
CAP II – Os Três Poderes no Brasil 15
CAP III - Administração Pública e a Política Brasileira. 18
CAP IV - Lei de Processo Administrativo ,e seu Julgamento. 22
CAP V – Ponto de fragilidade no julgamentos do Processos
Administrativos . 25
CAP VI – Como a Devastadora Política , já utilizada na
Administração Pública entrou no Poder Judiciário . 28
CAP VII – A Necessidade de imparcialidade , nos julgamentos
Administrativos , como forma de justiça social e sobrevivência
democrática . 31
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 36
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