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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA Por: Ismael Roger dos Santos Orientador Prof. Vinicius Calegari Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL. 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES ... de parte da bibliografia

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA

Por: Ismael Roger dos Santos

Orientador

Prof. Vinicius Calegari

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LIDERANÇA VIVIDA NA PRÁTICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos.

Por: Ismael Roger dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

“Em todas estas coisas, porém, somos

mais que vencedores, por meio

daquele que nos amou.” Rm 8:37”.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia primeiramente a

Deus que me dá condições diárias de

continuar lutando e vencendo. A minha

esposa Rayana, minha mãe Angela e

todos os meus familiares e amigos que

me apoiaram, e todos os gestores que já

tive e foram fontes de inspiração.

5

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo mostrar como as constantes mudanças

organizacionais são enfrentadas pelas empresas.

Hoje em dia cresce cada vez mais a necessidade das organizações em

estar sempre atualizadas e acompanhando o ritmo acelerado da globalização.

É imprescindível um planejamento estratégico que atenda a organização como

um todo.

O estudo a seguir é uma forma de mostrar que o líder atuando com boa

atitude, pode provocar mudanças e melhorias no seu dia a dia e na vida de

seus colaboradores.

Palavras-chaves: Planejamento estratégico, Liderança, Participação,

Qualidade de vida.

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METODOLOGIA

Este trabalho utilizou-se da metodologia de pesquisa bibliográfica, onde

foram consultados autores que abordam temas ligados ao estudo em diversos

livros, material interno, bem como consulta a artigos publicados em sites da

internet, para buscar informações que pudessem enriquecer o trabalho.

Utilizando-se assim, de parte da bibliografia disponível acerca do referido

assunto.

A pesquisa dividiu-se em duas etapas. A primeira referiu-se a revisão de

literatura específica sobre o conceito e os benefícios da remuneração

estratégica nos dias atuais; na segunda, referiu-se sobre um estudo de caso

dentro de uma empresa de grande porte na área de mineração.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 1. Conceitos Importantes 10

2. Liderando para Motivar 17

3. Liderando e motivando equipes por meio do Sistema de Liderança por Ideal 28

4. Os líderes por ideal e suas convicções 37 CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 41

8

Introdução

Durante algum tempo acreditou-se que os indivíduos já nasciam líderes

e, com o passar dos anos, suas fortes características acabavam por aparecer,

hoje podemos dizer que qualquer pessoa pode se tornar líder mudando a

maneira de ser. A pessoa que desempenha o papel de líder influencia o

comportamento de um ou mais liderados, essa capacidade se relaciona com a

persuasão e influência que por sua vez está intimamente ligada com a

capacidade de construir bons relacionamentos. Liderança é uma função ou

papel que as pessoas desempenham quando são responsáveis por um grupo,

ou seja, a mesma se trata de um fenômeno grupal. É de verificar-se que a

liderança é necessária em todos os tipos de organizações humanas.

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas,

transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e

influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribua

voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e

da organização.

A sinergia é a essência da liderança baseada em princípios, catalisa,

unifica e libera os poderes existentes dentro das pessoas. O líder deve ter

inteligência emocional evoluída a ponto de poder suportar os conflitos, filtrá-los

e traças estratégias que potencializem a sinergia da equipe. Assim, podemos

dizer que ele será capaz de sentir, entender, controlar e modificar tanto o seu

estado emocional quanto o de sua equipe de forma a manter o fluxo sinergético

de trabalho.

Com o intuito de fazer uma análise da influência nos estilos de liderança

dentro das organizações, de alguns líderes que mudaram a história buscando

identificar traços determinantes de suas personalidades, e enfim entender

como se dá esse processo, o que faz com que um indivíduo se torne líder?

Levando toda uma sociedade a identificar-se com ele e fazendo com que a

mesma seja o reflexo de suas decisões e de suas atitudes. A liderança não se

trata de uma profissão ou um emprego, mas sim de qualidade e atitudes que

faz com que uma pessoa se destaque da média da humanidade.

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A liderança é o poder nomeado ao líder. Existem vários tipos de líder em

nossas organizações por exemplos os líderes apoiadores, diretivos,

participativo, orientado para as metas ou resultados. Estes estilos podem ser

encontrados em um único líder outros possuem apenas um destes estilos. A

diferenciação de um para o outro é na forma de agir diante dos colaboradores e

quais as suas prioridades na hora de tomar uma decisão.

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1. Conceitos Importantes

As pessoas estão inseridas em um contexto organizacional, elas atuam

em diferentes atividades, ocupando diversas posições em vários níveis

organizacionais. Muitas cuidam do trabalho de outras pessoas. Estas tidas

como líderes elas envolvem as pessoas e as organizações de forma a torná-la

produtiva e atuante no mercado cada vez mais competitivo.

1.1. Entendendo o que é Liderança

A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no

papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de

liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e passa a

assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.

Um líder é uma pessoa que dirige ou aglutina um grupo, podendo estar inserido

no contexto de indústria, no exército, etc. Existem vários tipos de líder, que

mudam em função das características do grupo.

O líder tem a função de unir os elementos do grupo, para que juntos possam

alcançar os objetivos do grupo. A liderança está relacionada com a motivação,

porque um líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu grupo ou

equipe.

Novas abordagens sobre o tema defendem que a liderança é um

comportamento que pode ser exercitado e aperfeiçoado. As habilidades de um

líder envolvem carisma, paciência, respeito, disciplina e, principalmente, a

capacidade de influenciar os subordinados.

1.2. Chefe, gerente e líder.

A liderança não deve ser confundida com chefia ou com gerência. Um bom

gerente ou chefe não deve ser, necessariamente, um bom líder. O líder nem

11

sempre é um gerente ou chefe. Na realidade, os líderes devem estar presentes

em nível de direção, gerência e em todos os seus níveis hierárquicos, ou seja,

em todas as suas áreas de atuação. Contudo, é na gerência que reside o ponto

mais crítico da liderança. Nele, são elaborados e traduzidos os objetivos e

necessidades da empresa e transformados em metas e esquemas de trabalho

para serem implementados e realizados pelos demais níveis da hierarquia

empresarial. A gerência passa a atuar como intermediária entre os objetivos

fixados pela alta direção e os meios utilizados pelo nível operacional.

De acordo com Cusins (1994, p. 9) “[...] a gerência assume o papel de

direcionar e conjugar esforços, comunicar, liderar, motivar, avaliar e

recompensar as pessoas dentro da organização".

O líder passa a maior parte do tempo convencendo as pessoas a seguirem

suas idéias. Já, o chefe não precisa agir dessa forma, ele apenas ordena os

seus subordinados a atingir os objetivos programados. O líder atua para o

progresso da equipe, já, o chefe trabalha para atingir suas aspirações. O líder

ouve com atenção as ideias dos elementos do grupo. Neste caso, o chefe faz

com que todos ouçam com atenção as suas determinações. O líder acredita no

alcance do bom trabalho, visando a motivação, já o chefe não se importa com

essa psicologia motivacional, seu interesse principal é obter lucro. O líder

aceita reclamações, procurando melhorar sempre, e o chefe é aquele que mais

se mostra descontente com os funcionários.

Mesmo com todas essas diferenças, em algumas empresas ainda se confunde

o papel do líder com o do chefe, porém liderar é um processo mais amplo.

Chefiar é, simplesmente, fazer um grupo funcionar para que seja atingido

determinado objetivo. Já liderar é a habilidade de exercer influência e ser

influenciado pelo grupo, através de um processo de relações interpessoais

adequadas à consecução de um ou mais objetivos, comuns a todos os

participantes. Mas, a cada dia que passa, essa diferença se torna mais

aparente, fato pelo qual o termo "chefe" está sendo substituído pelas

expressões: supervisor, inspetor, coordenador, entre outros.

Abaixo, seguem algumas diferenças entre visões de chefia e liderança:

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CHEFE LIDER

Ordena Solicita

Impõe seu ponto de vista Este aberto para sugestões

Controla as atividades Confia ao delegar funções

É paternalista (protege uns e persegue

outros)

Presta atenção em cada um dos seus

subordinados (sabe explorar as

habilidades)

É autoritário É democrático

Cria um clima negativo de segurança e

ameaça

Conquista positiva de credibilidade

através da admiração e do respeito

mútuos

Tem dificuldades para se expressar Comunica-se bem

Quadro Diferença entre Chefe e líder. Fonte: IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança Fácil, 2000, p.24. Adaptada pelo autor. O líder precisa agir de acordo com seu discurso, uma vez que suas atitudes

devem servir de exemplo para as pessoas que o seguem. Quando qualquer

profissional executor de atividades técnicas passa a assumir um papel de

liderança, a equipe espera que os objetivos estejam claros e as estratégias

adequadas para conduzir as ações em direção aos resultados organizacionais.

Entretanto, é importante ressaltar que a condução das ações passa,

primeiramente, pela condução das pessoas em detrimento de seus objetivos

pessoais.

Cada pessoa é um ser único, sistêmico, com personalidade, características,

habilidades, atitudes e conhecimentos, diferentes uns dos outros. Por isso, é

preciso conhecer as ferramentas de gestão de pessoas. Elas poderão auxiliar

na tomada de decisões em relação ao aproveitamento e valorização dos

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talentos, que integram as equipes de trabalho. Uma das principais ferramentas

da gestão de pessoas é o aprendizado contínuo.

Os resultados que dizem respeito à liderança, querem sejam positivos ou

negativos, estão atrelados à aceitação das pessoas. Para que haja

possibilidade de implantar, desenvolver, conduzir e gerar uma liderança eficaz

se faz necessário o entendimento da mesma. O líder tem o papel de conduzir

os demais componentes da organização, a sucumbir às expectativas,

aprendizagens e metas.

1.3. Exemplo de Grandes Líderes e seus feitos

Grandes líderes são aqueles que conseguem agregar outras pessoas às suas

ideias, influenciam positivamente o sistema em que estão inseridos e

contribuem com o crescimento de todos a sua volta. O verdadeiro sucesso de

um líder é o legado que ele constrói durante o exercício de sua missão.

1.3.1. Bill Gates

Por volta dos seus 21 anos de idade, sagrou-se um dos mais jovens e bem-

sucedidos empreendedores. Ao lado de seu amigo e parceiro empresarial, Paul

Allen, fundou a Microsoft — a mais importante e popular empresa produtora de

software de todo o planeta. Foi um dos desbravadores no campo da criação de

um produto que subverteria o modo de vida no mundo moderno: o computador

pessoal, ou PC.

Bill Gates construiu um império ao pensar de uma forma inovadora, a ponto de

modificar completamente o estilo de vida da humanidade.

Dica de liderança: Foque em seus objetivos para se tornar um líder melhor e

exercite suas ideias diariamente. Uma sugestão é alterar sua rotina, assim

você sai do automático e aguça suas percepções sobre os detalhes, novas

alternativas e possibilidades. Lembre-se de sempre de anotar suas ideias!

14

1.3.2. Walt Disney

Nasceu em 1901 e morreu 1966, antes mesmo de inaugurar seu famoso

parque. Criou uma organização que é referência mundial e tem como foco

trabalhar com excelência e ir além, conquistando resultados cada vez maiores

e melhores, com clientes satisfeitos e fidelizados, que indicam e divulgam a

marca como se estivessem ganhando algo por isso.

A Disney tem como premissa valorizar seu cliente interno, construindo uma

cultura organizacional voltada para o sucesso, com líderes de alta performance

que estimulam um ambiente colaborativo, com colaboradores engajados que

se apropriam do propósito da empresa.

Dica de liderança: Dedique-se em fortificar o senso de pertencimento de sua

equipe, valorize e ressalte a importância de cada um para o sucesso do grupo

e da empresa; alimente de forma verdadeira aautoestima e motivação de seus

liderados.

1.3.3. Nelson Mandela

Principal representante do movimento antiapartheid, Nelson Mandela foi um

guerreiro da luta pela liberdade. Para o governo sul-africano, porém, ele era um

terrorista. Passou quase três décadas na cadeia e, ainda assim, se tornou um

ícone internacional na defesa das causas humanitárias.

Dica de liderança: Preocupe-se em elevar sua equipe diante das conquistas,

pois são eles que te levam ao sucesso!

1.3.4. Steve Jobs

Falecido em 2011, foi um empresário americano responsável pela fundação da

Apple. Com sua criatividade, perfeccionismo e espírito de liderança, Jobs

agregou seus valores pessoais a seus produtos, gerando mais que

consumidores, e sim fãs da marca. Provou, então, que a cultura organizacional

é um grande aliado de competitividade de uma empresa.

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Dica de liderança: Se você deseja uma equipe forte, procure esclarecer em que

ponto a empresa está e aonde quer chegar, bem como o objetivo a ser atingido

e que irá contribuir para o crescimento de todos. Assim, você estimula a visão

sistêmica de seus colaboradores e conquista parceiros focados em resultados.

1.3.5. Martin Luther King

Martin Luther King Jr. foi um importante pastor evangélico e ativista político

norte-americano. Lutou em defesa dos direitos sociais para os negros e

mulheres, combatendo o preconceito e o racismo. Defendia a luta pacífica,

baseada no amor ao próximo, como forma de construir um mundo melhor,

fundamentado na igualdade de direitos sociais e econômicos.

Dica de liderança: Por meio da luta pela igualdade deste grande líder, é

necessário tirar a lição de que todas as pessoas possuem um potencial infinito,

independente de seu contexto.

1.3.6. Jesus Cristo

Jesus foi um líder completo, diferentemente de todos os outros líderes

humanos. O caráter singular da sua pessoa como Deus e homem proporcionou

uma perfeição a suas ações, palavras e escolhas que nunca poderão ser

plenamente imitadas por nenhum homem ou líder. Ninguém pode perguntar

aos demais como ele perguntou: “Quem dentre vós me convence de pecado?”

(Jo 8.46).

Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como

tendo “vindo” ou sido “enviado” por Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele

possuía um completo conhecimento de cada momento e estágio do seu

ministério. Essa consciência se devia tanto ao relacionamento eterno com o

Pai, quando recebeu sua missão como aos próprios textos proféticos que

falavam em detalhes dessa missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo

4.34; 10.11; Lc 9.22).

16

O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt

4.23), instruindo aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a

terem uma atitude de total submissão à sua própria pessoa e ensino, por ser

ele o Messias, Rei e Salvador. A nova vida ideal dos crentes consistia em viver

como cidadãos do reino, reconhecendo que o rei veio e que suas exigências

eram graciosas e revestidas de autoridade, exigindo uma resposta de fé e um

comprometimento absoluto. É possível resumir a prática ministerial de Jesus

observando suas quatro principais ênfases, que eram: a) anunciar a verdade

de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrando que as profecias estavam

sendo cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição,

ilustração e aplicação com o objetivo de converter pecadores e edificar os

discípulos; b) depender do Pai em tudo, vivendo em completa submissão e vida

de oração; c) desenvolver um ministério de misericórdia paralelo ao da

pregação, em que as curas e exorcismos tinham o propósito de mostrar a sua

compaixão e a natureza singular de sua vida e obra (Mt 11.2-6; Is 35.5-6; 61.1);

d) preparar discípulos para que fossem como ele mesmo e dentre eles

selecionar um grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).

17

2. Liderando para Motivar

Segundo Stoner e Freeman (1982), a liderança é um tema importante devido

ao papel fundamental que os lideres representam na eficácia do grupo e da

organização.

De acordo com Chiavenato (2003), a liderança é um fenômeno tipicamente

social que ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organizações. Pode-

se definir liderança também, como uma influência interpessoal exercida numa

dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a

consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que

caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, a situação, o

processo de comunicação e os objetivos a alcançar.

A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana,

principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. Ela é

essencial em todas as funções da Administração: o administrador precisa

conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. A

liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos. (CHIAVENATO, 2003,

p.157)

Motta e Vasconcelos (2002) ressaltam que não é o líder quem define o grupo,

mas o grupo que atribui reconhecimento ao líder. Eles dizem ainda que esse

reconhecimento deva ser continuo enquanto ele representar as necessidades e

projeções do grupo, reconstruindo o sentido das ações do mesmo.

Maximiano (2004, p. 303) define liderança como “realização de metas por meio

da direção de colaboradores”.

Já para Hunter (2006, p.11), a liderança é definida como sendo “a habilidade

de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir

objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter”.

Bergamini (1997) lista uma série de conceitos apresentados por vários

estudiosos, nos últimos 25 anos, sem que qualquer um deles seja conclusivo.

Dois pontos, porém, perpassam todos os conceitos – é um fenômeno de grupo,

18

isto é, não se fala de líder/liderança em se tratando de um indivíduo

isoladamente; e trata-se de um processo de influência dos colaboradores

exercido de forma intencional.

De forma parecida, Robbins (2002 p. 304) define “liderança como a capacidade

de influenciar um grupo em direção ao alcance dos objetivos”, ressaltando que

“nem todos os líderes são administradores, nem todos os administradores são

líderes”. E chama a atenção para o fato de que:

As organizações precisam de liderança forte e administração forte para atingir

sua eficácia ótima. No mundo dinâmico de hoje, precisamos de líderes que

desafiem o status que, criem visões de futuro e sejam capazes de inspirar os

membros da organização a querer realizar essas visões. Também precisamos

de administradores para elaborar planos detalhados, criar estruturas

organizacionais eficientes e gerenciar as operações do dia-a-dia. (ROBBINS,

2002, p.304).

2.1. Estilos de Liderança

Chiavenato (2003) enfatiza que, na prática, são utilizados três estilos de acordo

com a situação, com as pessoas e com as tarefas a serem executadas. O estilo

do líder irá depender de igual forma das características do grupo a ser liderado.

Bergamini (1997), na mesma linha, afirma que o líder deve utilizar os três

estilos de liderança, Autocrática, Democrática e Liberal de acordo com as

pessoas, com a situação e com a tarefa a ser executada. O líder tanto manda

cumprir ordens, como consulta os subordinados antes de tomar uma decisão,

como também sugere alguns subordinados a realizar algumas tarefas.

A figura 1 demonstra como cada estilo de liderança influência na participação

dos colaboradores no processo de tomada de decisões.

19

Figura 1- Continuum de comportamentos de liderança Fonte: Sobral e Peci, 2008.

Na Liderança Autocrática ou “liderança pelo comando”, segundo Bowditch e

Buono (1999), a ênfase é centrada no líder, ou seja, ele fixa as diretrizes, sem

qualquer participação do grupo, determina as providências e as técnicas para a

execução das tarefas. O líder autocrático é conhecido como “chefe” que

supervisiona atividades de outras pessoas e que possui pessoas reportando-se

a ele. Ele acredita que a sua opinião é sempre a mais correta e que seus

subordinados são pouco merecedores de confiança. Fica nítido que a atenção

principal desse líder está voltada para as tarefas e não para as relações

humanas de seu grupo. Baseia seu poder, geralmente, no cargo que ocupa.

A Liderança Democrática caracteriza-se pela participação e envolvimento dos

colaboradores no processo de tomada de decisões, pela delegação da

autoridade e pela decisão em conjunto da forma e dos métodos de trabalho.

Esse estilo pode ser consultivo, quando o líder escuta as opiniões dos

membros organizacionais, mas toma a decisão, e participativo, quando ele

permite aos colaboradores participação no processo de tomada de decisão.

(SOBRAL e PECI, 2008).

De acordo com Sobral e Peci (2008) o Estilo Liberal, evidencia-se pela total

liberdade dada aos colaboradores para decidir e executar o trabalho da melhor

20

forma possível. Cabe ao líder somente responder as dúvidas e disponibilizar os

recursos necessários.

Bergamini (1997) ressalta ainda, que o grande desafio do líder é saber quando

aplicar determinado processo, com quem e dentro de que circunstâncias e

atividades a serem desenvolvidas.

2.2. Motivação

As empresas perceberam que, para se manter no mercado tão competitivo e

acirrado nos dias atuais, é necessário conhecer as necessidades humanas, e

assim manter uma relação sucedida com seus colaboradores. Segundo

Chiavenato (2003, p.173), “as necessidades humanas ou motivos são forças

internas que impulsionam e influenciam cada pessoa, determinando seus

pensamentos e direcionando o seu comportamento frente às diversas

situações da vida”.

De acordo com Bergamini (1997), a motivação garante grande variedade de

formas comportamentais. A diversidade de interesses percebida entre os

indivíduos permite aceitar que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas

mesmas razões. É dentro dessa diversidade que se encontra a principal fonte

de informações a respeito do comportamento motivacional.

A autora completa ainda, que o indivíduo está a todo o momento em busca de

suprir suas necessidades e, uma vez alcançado seu objetivo, a atenção do

mesmo volta-se para outros objetivos ou finalidades. Dessa forma, as pessoas

já trazem dentro de si expectativas pessoais que ativam determinado tipo de

busca de objetivos. (BERGAMINI, 1997)

Robbins (2002, p. 151) define motivação “[...] como o processo responsável

pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o

alcance de uma determinada meta”. Segundo Sobral e Peci (2008, p. 207-208)

“no âmbito organizacional, a motivação poder ser definida como a

21

predisposição individual para exercer esforços que busquem o alcance de

metas organizacionais, condicionada pela capacidade de esses esforços

satisfazerem, simultaneamente, alguma necessidade individual”.

Existe uma relação de dependência entre as organizações e as pessoas, uma

vez que são elas que dirigem, controlam e fazem funcionar as empresas. Logo,

percebemos que as pessoas são peças fundamentais no desenvolvimento de

uma empresa e a motivação envolve sentimentos de realização e de

reconhecimento profissional. E esta, por sua vez, é constante, infinita, flutuante

e complexa. (BERGAMINI, 1997)

As empresas querem profissionais motivados, mas nem sempre criam

condições motivacionais suficientes para melhorar a qualidade de vida dos

seus colaboradores a trazer interesse e satisfação ao trabalho. Ou seja, as

organizações querem pessoas motivadas, mas não sabem como motivá-las,

não sabem distinguir entre o que é a causa e o efeito do comportamento

motivado. (CHIAVENATO, 2003)

Os administradores não podem considerar os empregados como meros recursos de que a organização pode dispor a seu bel-prazer. Precisam tratá-los como pessoas que impulsionam a organização, como parceiros que nela investem seu capital humano e que tem a legítima expectativa de retorno de seu investimento. (GIL, 2001, p.15)

Maslow apresentou uma teoria motivacional na qual as necessidades humanas

estão organizadas em uma hierarquia de importância, a ordem que os

indivíduos geralmente procuram satisfazê-las. Na base, estão as necessidades

mais baixas – fisiológicas – e, no topo, as necessidades mais elevadas - auto-

realização. E, conforme são satisfeitas essas necessidades, elas passam a não

mais influenciar no comportamento dos indivíduos. E, quando ocorre uma

barreira impedindo a satisfação da necessidade, o indivíduo fica frustrado e,

conseqüentemente, tem reações comportamentais. (Chiavenato, 2004)

22

Figura 2- A Figura Pirâmide das Necessidades Humanas Básicas Fonte: MASLOW, 2000.

Chiavenato (2004, p. 334), completa que os fatores motivacionais são

independentes, “o oposto da satisfação profissional não é a insatisfação, mas a

ausência de satisfação profissional”. A satisfação no cargo depende dos fatores

motivacionais, ou seja, das atividades desafiantes e estimulantes

desempenhadas pelos colaboradores. E a insatisfação depende dos fatores

higiênicos, relativos ao ambiente de trabalho, salário, supervisão, todo contexto

que envolve o cargo ocupado.

Para Spector (2002, p.198), “a motivação é um estado interior que induz uma

pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos”. Assim, a motivação

refere-se ao desejo de adquirir ou alcançar determinado objetivo ou meta, ou

seja, motivação em seu sentido amplo resulta dos desejos das necessidades

ou vontades que o ser humano tem de alcançar algo, da insatisfação que nos

leva sempre à procura de um novo objetivo a cada realização concluída.

23

Stoner e Freeman apud Porter e Miles (1982, p.333) acreditam que “o sistema

consiste em três variáveis que afetam a motivação nas organizações, que são

as características individuais, características do trabalho, e as características

da situação do trabalho”. Portanto, explica-se que as organizações enquanto

sistemas devem avaliar as características situacionais dos colaboradores para

entender de que forma afetam a motivação no trabalho.

Para Lopes (1980), a motivação funciona de maneira circular e repetitiva, em

que o organismo humano tende a um estado de equilíbrio dinâmico. Ou seja,

quando surge uma necessidade, esse equilíbrio cede lugar a um estado de

tensão que dura até que tal necessidade seja satisfatoriamente atendida.

Na visão de Motta:

Não existem estágios predefinidos e definitivos a serem atingidos: as

necessidades variam e se alternam de acordo com as experiências do

individuo e as mudanças que ele enfrenta em sua vida. As necessidades

fundamentais vêm à tona e, uma vez satisfeitas, as necessidades mais

complexas voltam a manifestar-se. (MOTTA, 2002, p.75)

Segundo Courtis (1991), a maioria das pessoas trabalha melhor se estiverem

motivadas. Nessa vertente, torna-se imprescindível identificar os fatores que

motivam as pessoas e identificar a contribuição que tais fatores trazem para

qualidade. Com a globalização da economia, em que as mudanças são

constantes, novos métodos e novas tecnologias surgem a todo o momento, o

que exige uma gestão voltada para equipes motivadas, participativas e com o

moral elevado, para maximizar a qualidade de produtos e serviços.

2.3. Motivação e Liderança

Motivação é sinônimo de liderança. O sucesso de um líder pode depender

quase que exclusivamente de sua capacidade de motivar outras pessoas

(MARCHETTI, 1997).

A motivação é uma das principais responsabilidades gerenciais. E a sua

influência sobre seus colaboradores exige uma eficaz liderança e uma contínua

24

motivação da equipe, funcionando como um impulsionador do comportamento

humano. Logo, a administração deve buscar o que motiva o colaborador e criar

um ambiente que possibilite a satisfação individual de necessidades e objetivos

organizacionais. (CHIAVENATO, 2003)

Para Bergamini:

Talvez, o maior de todos os desafios de um líder, preocupado em tornar-se

eficaz, seja inviabilizar esse processo de degenerescência da potencial sinergia

motivacional dos seus subordinados. O ingênuo ‘chefe’ estará á procura de

regras de como motivar o novo funcionário, enquanto que o ‘líder’ eficaz estará

atento para que a riqueza contida nas necessidades de cada um não seja

drenada e se perca, talvez para sempre. A grande preocupação em conseguir

agir eficazmente desenvolverá no líder a valorização das características

individuais dos seus seguidores como um recurso por ele valorizado tendo em

vista o conforto e o ajustamento do mesmo. (BERGAMINI, 1994, p.79).

De acordo com Chiavenato (2004), os líderes devem assumir a postura que

lhes cabem, pois o sucesso e a sobrevivência da organização é

responsabilidade de um líder. Entende-se que, para ser um líder bem sucedido,

este deve ter a capacidade de comunicação, saber lidar com as relações

interpessoais e trabalhar em equipe.

Cabe ao líder fazer o diagnóstico das motivações dos subordinados, não na

intenção de mudar comportamentos, mas no sentido de que sua ação no meio

ambiente permita, tanto quanto possível, maiores oportunidades de satisfação

motivacional das pessoas. (BERGAMINI, 1994, p. 118)

Segundo Vergara (2003, p. 86), “Líderes devem mostrar-se hábeis para

conduzir processos multidisciplinares e deles participar visto que demandam

poder de abstração, análise e síntese.” Verifica-se, portanto, que os lideres são

importantes no processo da motivação, pois possuem habilidades em detectar

a variação do desempenho dos colaboradores quando estes condizem à

motivação, pelo próprio poder de apreciação que eles têm.

Para Robbins:

25

As organizações precisam de liderança forte e administração forte para atingir

sua eficácia ótima. No mundo dinâmico de hoje, precisamos de líderes que

desafiem o status que, criem visões de futuro e sejam capazes de inspirar os

membros da organização a querer realizar essas visões. (ROBBINS, 2002, p.

304).

2.4. Tornando-se um líder eficaz no século XXI

Conforme sugere COVEY (2003), o papel do líder no século XXI não é

"gerenciar a mudança", mas sim criar o próprio futuro dentro do panorama que

se está modificando em um conceito que ele determina como "liderar a

mudança". A outra característica desta época que estamos vivendo é o que

podemos denominar de "universalização da mudança", o que significa que

praticamente ninguém escapará de seus impactos. Os líderes em todos os

níveis hierárquicos precisam estar à frente da mudança e fazê-la acontecer.

Espera-se de um líder a capacidade de atuar em cenários nos quais a

convivência da ordem e do caos se faz sentir. Que possuam múltiplas

habilidades, tanto de natureza comportamental quanto técnica que, ancoradas

em valores e atitudes, lhes permita lidar adequadamente com ambigüidades.

VERGARA (1999).

Entretanto, com as mudanças globais ocorridas no ambiente empresarial, as

empresas foram forçadas a se reestruturar e a perseguir obstinadamente o que

se convencionou chamar de "excelência gerencial", neste contexto, as

habilidades requeridas dos líderes do século XXI passaram a ser: estar

próximo ao cliente (foco no cliente não no produto), deixar agir com autonomia

(empowerment), produzir através de pessoas (estimular o crescimento dos

orientados), compartilhar valores (conhecimento, redes de relacionamentos e

compaixão), ter equipe enxuta e ágil (downsizing), trabalhar com qualidade

total, aceitar as contribuições dos outros, analisando-as com vistas à sua

aplicação, tomar decisões em conjunto, não querer marcar época e perpetuar-

se com realizações fantásticas, falar na hora certa e escutar sempre, ter

objetivos claros, questionar, provocar a coesão e garantir a continuação do

grupo, quando ausente.

26

VERGARA (1999) ainda complementa afirmando que o líder forma outros

líderes com cujos seguidores compartilham a visão, missão, objetivos, metas,

estruturas, tecnologia e estratégias. O desejado comportamento das pessoas

pode ser obtido pelo compartilhamento desses elementos somados a outros,

tais como: monitorar o ambiente externo, contribuir na prestação de valores e

crenças dignificantes, ter habilidade na busca de clarificação de problemas, ser

criativo, fazer da informação sua ferramenta de trabalho, ter iniciativa,

comprometimento atitude sinérgica, ousadia, visualizar o sucesso, construir

formas de auto-aprendizado, conhecer seus pontos fortes e os fracos, ser

ouvido, reconhecer que todos de alguma forma têm alguma coisa com que

pode contribuir, visualizar a comunicação, pensar globalmente e agir

localmente, reconhecer o trabalho das pessoas, ter energia radiante e ser ético.

O líder eficaz é um incentivador dos conflitos de idéias e é também um

competente solucionador de conflitos pessoais. A sua grande habilidade neste

aspecto é que ele distingue claramente os fatos das pessoas, e assim pode

corrigir aqueles sem magoar ou diminuir a auto-estima dos envolvidos. Peter

Druker salienta que "as pessoas eficazes não vivem voltadas para os

problemas, elas vivem voltadas para as oportunidades." Segundo KOTLER

(2002), uma característica dos lideres eficazes é que eles ficam tão envolvidos

e acreditam tão profundamente em sua visão que seu entusiasmo natural ajuda

a inspirar outras pessoas. "O líder, quando eficaz, desenvolve as seguintes

características: a capacidade de expressar-se bem de forma articulada, de falar

a respeito de suas várias visões, transmitir idéias com clareza para outros, ter

paixão, entusiasmo, firme vontade de fazer a organização prosperar e alcançar

um determinado conjunto de metas.", acrescenta. Mas na visão do

subordinado, o que faz com que o líder tenha uma liderança eficaz?

Um estudo realizado por COVEY (2002), nos EUA, com 54.000 entrevistados,

define o padrão, na visão dos liderados, de qual é a característica fundamental

do líder que deseja ser eficaz. Neste estudo aproximadamente um terço dos

entrevistados, cerca de 18.000 pessoas, identificaram a qualidade

"integridade", que pode ser entendida como: retidão, imparcialidade e inteireza

moral, como principal para à eficácia do líder e fundamental para despertar pro

27

atividade em seus seguidores. COVEY (2003) esclarece: "quando o líder é

íntegro sua liderança é mais bem aceita, pois seus princípios não mudam

independente das condições e circunstâncias externas. Este é orientado por

informações precisas, tem uma visão equilibrada dos fatos levando em conta

valores de curto e longo prazo, visa engrandecer os outros interpretam as

experiências da vida como oportunidades para aprender e ensinar, além de

estimular níveis de interdependência".

Embora haja diversas denominações sobre liderança, a sua essência é a

mesma, onde uma pessoa é seguida por outras, e esta pessoa só é eficaz pela

quantidade de seguidores e por exercer uma liderança espontânea, ou seja, é

a relação entre pessoas no qual o poder influência o seguidor a ceder com

naturalidade ou satisfação às necessidades do líder. Então líderes naturais

podem não ter o papel formal nem a autoridade da posição do líder nomeado,

mas recebem poder dos demais membros da organização devido a sua

capacidade de conseguir a realização da tarefa ou a manutenção da rede

social do grupo.

28

3. Liderando e motivando equipes por meio do Sistema

de Liderança por Ideal

Na sociedade moderna existem grupos empreendedores chamados de

organizações ou empresas. Estes grupos são formados por pessoas com

características únicas e que, quando em equipe, realizam feitos que

individualmente dificilmente seriam capazes de concretizar. O processo de

liderança é a organização e o comando dessas pessoas em busca de

resultados. Gerenciar esse processo requer capacidade analítica e emocional

para lidar com fatos, dados e indicadores, além de tomar decisões que podem

ser agradáveis ou não, tanto para o líder quanto para o liderado. Maximiano

(2011, p. 277) define liderança do seguinte modo:

liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas. Proximidade física ou temporal não é importante no processo. A pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades específicas é líder.

O conceito de Maximiano (2011, p. 277) embasa o fundamento de que um líder

pode influenciar e motivar equipes mesmo estando distante das mesmas. Nota-

se que para liderar é necessário um objetivo, porém, para se alcançar a meta,

é importante um atributo chave no processo: a motivação. É tarefa de o líder

preparar e motivar seu grupo. Para Maximiano (2011, p. 250), "no campo da

administração, pessoa motivada usualmente significa alguém que demonstra

alto grau de disposição para realizar uma tarefa ou atividade de qualquer

natureza".

A arte sublime do administrador é a liderança e a mesma é alcançar resultados

por meio da motivação, mas motivar através de um ideal depende de vários

fatores, tais como: empatia, carisma, inovação e o sentimento de participação

do integrante. Motivar através de um ideal é fazer com que uma pessoa ou um

grupo de pessoas tome atitudes com base em um modo de ver, uma opinião

ou, mais precisamente, uma maneira de enxergar o mundo.

29

A liderança por ideal é um estilo de conduzir equipes por meio das convicções

e dos valores do líder. O líder por ideal é de fato um empreendedor, pois por

meio dos seus traços de personalidade é capaz de criar um ambiente de

empreendedorismo, integrando as necessidades individuais de seus

seguidores e agregando valor organizacional. Para Dolabela (2006, p. 29), o

empreendedor é o indivíduo que sonha e busca realizar o que sonhou. É uma

forma de ser e não uma maneira de agir. O líder por ideal é um condutor deste

pensamento como forma de agregar valor para a empresa, os liderados e toda

a sua cadeia produtiva.

Refletindo sobre o raciocínio de Peter Senge (2012, p. 219), pode-se afirmar

que o líder por ideal modifica os modelos mentais de seus colaboradores. Para

Senge (2012, p. 219), modelos mentais são generalizações simples ou teorias

complexas e, tanto umas quanto as outras, moldam a forma de agir do

indivíduo. Modelos mentais podem ser paradigmas ou dogmas. O líder por

ideal quebra esses modelos. Este indivíduo altera a cultura e o ambiente

organizacional inserindo os seus valores, suas convicções e seus ideais,

transformando assim, os modelos mentais dos seus seguidores, disseminando

uma cultura de participação onde o pensamento da empresa, da equipe e do

líder sejam integrados e compartilhados no propósito único do sucesso do

empreendimento.

No Sistema de Liderança por Ideal a motivação se dá pelos modelos mentais

compartilhados entre líder e liderados. Estes modelos, embasados pelos

valores e convicções do líder, auxiliam a liderança no exercício do seu papel e,

deste modo, geram valor organizacional e o comprometimento com o sucesso

do empreendimento

3.1. Administrando o Sistema de Liderança por Ideal - LIDI

O Sistema de Liderança por Ideal é inovador e passa, além do ideal a ser

seguido, por mais três fundamentos: O valor organizacional, o

30

empreendedorismo e a gestão participativa. Drucker (2005, p. 25) conceitua

inovação como:

A inovação é o instrumento específico dos

empreendedores, o meio pelo qual eles exploram

a mudança como uma oportunidade para um

negócio diferente ou um serviço diferente. Ela

pode bem ser apresentada como uma disciplina,

ser aprendida e ser praticada. Os

empreendedores precisam buscar, com propósito

deliberado, as fontes de inovação, as mudanças e

seus sintomas que indicam oportunidades para

que a inovação tenha êxito.

Inovar é uma estrutura de pensamento que facilita as mudanças, simplificando

também o ato de se adaptar ao novo momento. Segundo o raciocínio de

Drucker (2005, p. 25), pode-se afirmar que a inovação é base fundamental para

a atividade do administrador, servindo como alicerce para a sua maneira de

liderar, gerenciar e lidar com as situações de sua organização. A inovação é

um impulso para a liderança por ideal, o gestor que inova é aquele que busca

novos caminhos. No pensar de Drucker (2005, p. 39), inovação é tratada como

instrumento de criação de recursos e valor no empreendedorismo; Não

significa somente a criação de novos produtos e serviços, mas toda uma

estratégia capaz de fomentar a adaptação e a capacidade de inovar dentro de

uma empresa.

Somente um profissional é capaz de comandar este sistema de liderança

inovador: o gestor. Este indivíduo capacitado e dotado das mais variadas

habilidades tem plena competência para comandar os caminhos da liderança

por ideal. Drucker (2011, p. 20) entende que qualquer colaborador da

organização, visto como capital intelectual é considerado um gestor, e isto

ocorre se em função de:

Sua posição ou deste conhecimento, for

responsável por uma contribuição que

afeta materialmente a performance da

31

organização em obter resultados. (...) Ele

pode ser posto de lado, pode ser rebaixado

ou demitido, mas enquanto estiver na

função, estarão sob sua guarda os

objetivos, os padrões e a contribuição.

Seguindo esta análise pode-se afirmar que o gestor é o guardião dos objetivos,

dos padrões, da contribuição material e também da cultura organizacional. O

gestor procura, de maneira eficaz, motivar e direcionar os colaboradores para

que eles cumpram suas metas, mas para que isso ocorra ele depende de

características de personalidade tais como: o carisma e aempatia, e necessita

possuir autoridade e responsabilidade sobre as ações dos integrantes do seu

campo de comando. Estes traços de personalidade podem conduzir grupos ou

equipes aos objetivos planejados.

Hunter (2004, p. 26) define que "a autoridade é a habilidade de levar pessoas a

fazerem de boa vontade (grifo do autor) o que você quer por causa de sua

influência pessoal." Partindo deste raciocínio, a liderança por ideal surge

quando o gestor imbuído da autoridade e da responsabilidade pode gerar um

ambiente motivador embasado pela sua convicção. Para Fayol (2011, p. 45):

Não se concebe a autoridade sem a responsabilidade, isto é, sem sanção -

recompensa ou penalidade - que acompanha o exercício do poder. A

responsabilidade é um corolário da autoridade, sua consequência natural, sua

contrapartida indispensável. Em qualquer lugar onde se exerça a autoridade

nascerá uma responsabilidade.

Os pensamentos de Hunter (2004) e Fayol (2011) se complementam. Tanto a

autoridade quanto a responsabilidade são intrínsecas ao processo de liderar,

porém ambas não existem somente em um indivíduo, um elemento sozinho

não pode tê-las sem a presença do outro. Neste contexto, surge a empatia

como ato de se perceber em outra pessoa. O líder empático põe-se no lugar do

seu liderado e compreende suas necessidades e objetivos individuais.

32

O carisma é o dom mais importante que sustenta a empatia. Para Maximiano

(2011, p. 295), carisma significa dom divino, que causa forte impressão nos

seguidores. Ser carismático é atributo-chave no relacionamento do líder com o

seu grupo, se o comandante não impressiona seus seguidores tanto de

maneira positiva quanto negativa, ele está falhando, portanto, pode-se dizer

que só é um líder por ideal aquele que é carismático e empático com os seus

liderados.

Segundo o raciocínio de Robbins (2004, p. 41), pode-se afirmar que o líder por

ideal é um indivíduo dotado de inteligência emocional3. Este traço de

personalidade é fundamentado em uma série de capacidades, habilidades e

competências não cognitivas. A inteligência emocional é o atributo que capacita

o líder no exercício do seu papel. A liderança por ideal só gera valor

organizacional se o líder está preparado para comandar e gerenciar equipes

com ideais comprometidos com os melhores resultados empreendedores.

3.2. A gestão participativa na liderança por ideal

No Sistema de Liderança por Ideal, o gestor usa suas habilidades carismáticas

para mostrar que a equipe de trabalho é parte importante da empresa na

formação da cultura organizacional. O líder por ideal necessita de adeptos para

interligar seu pensamento de forma sistêmica ao mercado que a organização

está inserida.

O ideal do líder precisa ser a alma do ambiente organizacional, envolvendo a

cultura, os valores e as convicções nos quais os colaboradores precisam se

basear para tomar decisões. O Sistema de Liderança por Ideal só ocorre se os

valores que são praticados pela organização são fundamentados no

pensamento e no modo de viver do seu gestor, o que caracteriza as bases da

cultura organizacional. Sobral e Peci (2008, p. 73) definem cultura

organizacional como:

33

Um conjunto de significados compartilhados pelos membros da organização,

expressa e produzida por meio de histórias, rituais, lendas, símbolos,

linguagem e cerimônias. A cultura organizacional diferencia uma organização

de outra. Ela se refere à rede de concepções, normas e valores, que são

tomados por certos e que permanecem submersos à vida organizacional.

Com este conceito pode-se afirmar que os integrantes de uma empresa

precisam estar em constante ligação intelectual com a cultura organizacional e

a mesma deve ser fomentada pela liderança por ideal e embasada em sua

escala de pensamento. Todavia, o gestor necessita da participação de sua

equipe para criar e transformar em realidade a filosofia que fundamentará a

cultura da organização. Transcender o seu ideal para as atitudes que

determinarão as tarefas rotineiras e cotidianas da equipe ocorre a partir da

gestão participativa.

As empresas modernas são grupos de pessoas com competências que se

complementam e atingem objetivos tanto individuais quanto organizacionais.

Motivar colaboradores e fazê-los participar do processo de gestão é uma tarefa

desafiadora e muito recompensadora para o administrador. Para Maximiano

(2011, p. 371), “administração participativa é uma filosofia ou doutrina que

valoriza a participação das pessoas no processo de tomar decisões sobre a

administração das organizações”. Neste contexto, pode-se afirmar que a

administração participativa se contrapõe à alienação do trabalhador, ou seja,

não desperdiça sua capacidade intelectual. Deste modo, a participação

aumenta a qualidade das decisões e a motivação dos colaboradores dentro de

uma empresa. Maximiano (2011, p. 371) entende que:

Administrar de forma participativa consiste em compartilhar as decisões que

afetam a empresa, não apenas com funcionários, mas também com clientes ou

usuários, fornecedores e, eventualmente, distribuidores ou concessionários da

organização. A meta da administração participativa é construir uma

organização participativa em todas as suas interfaces.

34

A gestão participativa é o fator que une todos os aspectos necessários para o

Sistema de Liderança por Ideal. O líder por meio do seu carisma e empatia

insere suas convicções nos valores e nas atitudes dos seus colaboradores e os

mesmos, por meio da administração participativa, concedem o funcionamento

do sistema.

O Sistema de Liderança por Ideal - LIDI insere além dos fatores vinculados ao

comportamento do líder e liderados, a dinâmica da situação em si dentro da

organização. Não é suficiente que a estratégia corporativa esteja disseminada

na equipe de trabalho. O fator líder é decisivo quando associado à convicção

que se transforma em atitude persuasiva na busca de excelência nos

resultados. Obviamente o líder não é somente o papel exercido, que muitas

vezes exige postura ora flexível, carismática e empática, ora autocrática. Isto

significa dizer que o líder por ideal transita entre a liberdade de ação da equipe

e o projeto corporativo de inovação. O Sistema de Liderança por Ideal requer

da gestão a capacidade de comprometer e responsabilizar cada um dos

envolvidos no processo organizacional de forma participativa, conforme

sintetizado na figura 1:

35

Figura 1: Sistema de Liderança por Ideal – LIDI

O valor organizacional gerado pelo Sistema LIDI pode ser classificado em três

vertentes: valor econômico, valor social e valor cultural. Para Robbins (2004, p.

29), o desempenho e a satisfação com o trabalho tendem a serem maiores

quando os valores do trabalhador coincidem com os da empresa. Os valores

podem variar de indivíduo para indivíduo. A liderança por ideal busca integrar e

alinhar esses valores, de modo que possa desenvolver para a sua cadeia

produtiva resultados econômicos, sociais e culturais. Os líderes por ideal geram

valor social quando conseguem resultados positivos para a sociedade por meio

de valores, convicções e modelos mentais que propiciam uma visão

sustentável. Valores sustentáveis geram também eliminação de desperdícios, o

que diminui consideravelmente custos e aumenta a eficiência da produção. A

liderança por ideal gera resultados culturais quando agrega, por meio de suas

convicções, novos valores para o seu ambiente interno e externo.

A gestão participativa dentro do Sistema LIDI tem o papel fundamental de unir

os fatores que embasam este estilo de liderar. Líder e liderados se relacionam

36

pela gestão participativa, o que gera um ambiente inovador. Dentro do

processo participativo, a inovação, a equipe e o líder, formam a cultura

organizacional e criam um ambiente empreendedor capaz de gerar valor

organizacional.

Através do Sistema LIDI, o líder por ideal pode integrar seus modelos mentais

aos dos seguidores e gerar valor organizacional. O valor produzido pelo

Sistema de Liderança por Ideal agrega ao líder o pensamento sistêmico, o que

gera a capacidade de gerenciar o empreendimento em toda a sua dimensão.

37

4. Os líderes por ideal e suas convicções

Muitos líderes por ideal surgiram nas mais variadas organizações que o

homem foi criando durante sua existência. Sem desprestigiar personalidades

que marcaram a história da liderança, seja em seu aspecto carismático ou de

uso íntegro da autoridade, como forma de melhor traduzir o Sistema LIDI,

serão demonstradas as características marcantes de três líderes em especial.

Estes três empreendedores nasceram em épocas diferentes e deixaram em

suas empresas marcas que são facilmente reconhecidas, Steve Jobs, Eiji

Toyoda e Walt Disney mudaram o mundo, transcenderam suas filosofias de

vida para as suas organizações e, principalmente, transformaram o rumo e as

tendências da administração moderna.

4.1. O carisma de Steve Jobs: a convicção da Apple

A Apple foi fundada em 1976 por Steve Jobs, Ronald Wayne e Steve Wozniak

em Cupertino no estado da Califórnia. Desde então a empresa passou por

vários momentos. Jobs esteve comandando sua organização por dois

períodos, da fundação até a metade da década de 80, quando foi demitido do

seu próprio empreendimento, e de 1997 até seu falecimento em 2011.

Para demonstrar o Sistema LIDI, observa-se que Steve tinha convicções,

valores e personalidade peculiares. Era vegano4, minimalista5 e possuía um

campo de distorção da realidade6 onde fazia seus colaboradores acreditarem

que eram capazes de realizar metas tidas como impossíveis. Sob seu

comando, a Apple tornou-se referência em inovação e seus produtos estiveram

sempre a frente do seu tempo.

No campo da convicção, como gestor, Steve Jobs tinha uma obsessão: deixar

uma marca no universo, isto é, transmitir para as próximas gerações uma

mensagem, um exemplo de sucesso, uma página na história. Steve formou e

deixou seu legado não só no mercado tecnológico como também no

cinematográfico, onde fundou a Pixar7, e também revolucionou o mercado

fonográfico com o iTunes8. Jobs não se cansava de dizer para seus seguidores

que o primeiro passo para empreender é saber que se tem um tempo muito

38

curto e a existência de cada um pode ser muito pequena perto da vida de uma

organização. Steve também pregava que o principal caminho para a inovação é

nunca estar satisfeito com o resultado que já foi atingido, ou como gostava de

dizer: "mantenha-se com fome, mantenha-se tolo".

Famoso por ser um líder temperamental, Steve também era conhecido por

suas grosserias, entretanto, através de sua empatia e carisma era capaz de

auxiliar seus seguidores na criação dos produtos tecnológicos mais modernos.

Steve Jobs foi um grande líder por ideal. Ditou tendências tecnológicas, passou

suas convicções e valores para a cultura organizacional da Apple e formou

uma empresa capaz de inovar e gerar resultados.

4.2. A Toyota e o Sistema LIDI: Inovação e cultura organizacional

A Toyota foi a primeira referência da administração participativa no mundo, sua

filosofia de colaboração entre seus empregados gerou resultados e

rentabilidade que serviram de modelo para várias outras empresas. O sistema

de produção da Toyota ficou conhecido por ser simples, objetivo e

revolucionário. Maximiano (2011, p. 186) afirma que os dois princípios mais

importantes do sistema Toyota são: a eliminação de desperdícios e a

fabricação com qualidade. Este sistema, chamado de Just In Time (JIT), foi

criado por Eiji Toyoda que, dentro destes dois princípios, deixou um legado na

administração e gerenciamento da produção, servindo como base para todas

as organizações modernas. A eliminação de desperdícios foi a base da

produção enxuta, fazer mais gastando menos é o ápice da eficiência. Slack,

Chambers e Johnston (2009, p. 452) entendem que:

O princípio chave de operações enxutas é relativamente claro e fácil de

entender. Significa mover-se na direção de eliminar todos os desperdícios de

modo a desenvolver uma operação que é mais rápida, mais confiável, produz

produtos e serviços de mais alta qualidade e, acima de tudo, opera com custo

baixo. Entretanto, os meios para atingir esse estado enxuto são menos fáceis

de explicar e, algumas vezes, contra intuitivos.

39

Com este conceito pode-se afirmar que, para compreender melhor a produção

enxuta, precisa-se entender o significado do termo just in time, que é a filosofia

que sincroniza o processo enxuto. Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 452)

definem que JIT significa produzir bens e serviços exatamente no momento em

que são necessários, não antes, para que não formem estoques, e não depois,

para que seus clientes não tenham que esperar. Maximiano (2011, p. 189)

complementa este raciocínio da seguinte maneira: O princípio é estabelecer um

fluxo contínuo de materiais, sincronizado com a programação do processo

produtivo, para minimizar a necessidade de estoques. Para isso, o fornecedor

deve comprometer-se a entregar os suprimentos no momento exato.

Analisando esta estrutura de pensamentos, define-se que, para aplicar a

metodologia de produção enxuta é necessário um ambiente de participação,

isto é, a integração dos colaboradores e de toda a cadeia de suprimentos

através da gestão participativa.

O pensamento de Toyoda foi criando raízes na organização e passou a fazer

parte da cultura da empresa. Para Toyoda, era necessário fazer certo da

primeira vez, corrigir seus erros nas causas fundamentais e principalmente

racionalizar a força de trabalho. Eiji Toyoda, como um líder por ideal,

compreendia a administração participativa como princípio chave para a gestão

holística da empresa e então passou a gerenciar a estrutura organizacional de

maneira diferente. Maximiano (2011, p. 189) explica:

Para racionalizar a utilização da mão-de-obra, a Toyota agrupou os operários

em equipes, com um líder ao invés de um supervisor. As equipes receberam

um conjunto de tarefas de montagem e a missão de trabalhar coletivamente de

modo a executá-las da melhor maneira possível. O líder deveria trabalhar junto

com o grupo e coordená-lo, substituindo qualquer trabalhador que faltasse. Em

seguida, esses grupos receberam tarefas simples de manutenção de seus

40

próprios equipamentos, consertos de pequenas ferramentas e controle de

qualidade

Com este modelo, Toyoda integrou as equipes e criou uma filosofia do não

desperdício, da extrema qualidade e da melhoria contínua. Seu legado virou

fundamento para novas teorias da produção e método para concorrentes e

empresas de outros setores.

Através do Sistema LIDI, Eiji Toyoda construiu um ambiente inovador onde o

colaborador era parte importante dentro do processo sistêmico. A gestão

participativa auxiliou Eiji Toyoda na implementação de uma cultura

organizacional focada em um desenvolvimento sustentável e realizadora de

objetivos. Com este sistema, a Toyota fechou o primeiro semestre de 2012

sendo a maior montadora do mercado e segue sendo referência mundial em

qualidade e gestão.

4.3. Walt Disney: Empreendedorismo e valor organizacional

Walter Elias Disney e seu irmão Roy Disney fundaram sua empresa em 1923,

na cidade de Los Angeles na Califórnia, desde então se iniciou a história de

uma das maiores organizações que a humanidade já conheceu. A Disney é a

maior empresa de entretenimento do planeta. Walt Disney acreditava nas

crianças e no espírito infantil que vive em qualquer ser humano

independentemente de sua idade, era sonhador, criativo, curioso e altamente

focado em qualidade. Teve uma infância trabalhadora e aprendeu desde cedo

que um serviço excelente só pode ser prestado de maneira metódica e com

objetivos bem traçados. Extremamente detalhista e perfeccionista, Walt criou o

"Disney Look", maneira como os colaboradores da empresa se portam, sempre

de maneira alegre, descontraída e altamente educada.

41

Na Disney as pessoas são o maior capital e isto é uma herança do pensamento

de seu fundador. Walt Disney pregava que era impossível realizar sonhos e

metas sozinho. Com o auxílio de sua equipe fundou o maior parque de

diversões do mundo, lugar onde existe uma cultura de paz, tranquilidade,

diversão, alegria e limpeza. Para Disney lixo gerava lixo, isto é, se o cliente

encontrava um ambiente sujo ele não se importaria em sujar ainda mais.

Walt Disney foi o grande pioneiro da animação e revolucionou o cinema. Criou

personagens inesquecíveis, sendo um deles o mais conhecido de todos os

tempos, Mickey Mouse. Mickey era a personificação de Walt, era valente,

alegre, aventureiro, destemido e resoluto.

Após seu falecimento em 1966, Disney, por meio da liderança por ideal, deixou

seu legado empreendedor e o resultado é uma empresa que não parou de

crescer. Atualmente, qualquer filme que é lançado gera uma cadeia de novos

produtos que aumentam ainda mais a receita e a lucratividade da organização.

Para seguir este padrão de produção e qualidade, a Disney investe bastante

em treinamento e preparação dos seus trabalhadores. É atualmente uma das

consideradas organizações do aprendizado, termo dado às empresas que

formam seus profissionais de modo único. A Disney possui uma rede de

treinamento chamada de Universidade Disney, onde os colaboradores passam

por uma série de aulas até ficarem plenamente formados para trabalhar dentro

da empresa.

O valor organizacional materializado pelos princípios empreendedores de

Disney transcende o próprio lugar de sua existência e tempo. O estilo de

liderança por ideal de Walt Disney seguiu um ritmo empreendedor que, além de

embasar a cultura de seu empreendimento, criou uma série de seguidores por

todo o mundo e em outros mercados.

42

5. Conclusão

Este trabalho procurou apresentar o conceito da liderança vivida na prática, um

estilo de liderança que, como os outros, tem suas características próprias. A

liderança por ideal é fundamentada em quatro pilares: O valor organizacional, o

empreendedorismo, a gestão participativa e o ideal do líder. Estes quatro

pilares foram explicados neste estudo e procuram alinhar a empresa aos

valores e convicções do líder.

A liderança por ideal possui uma estrutura inovadora e, como mostraram os

exemplos dentro deste artigo, já existe e foi utilizada por grandes

empreendedores. Entretanto, só pode gerenciar este sistema um gestor

qualificado e preparado, isto é, um indivíduo capaz de integrar todos os itens

necessários do Sistema LIDI. A liderança por ideal pode ser aprendida e se

mostrou eficaz ao longo do tempo, uma vez que líderes neste estilo

construíram organizações que se tornaram referência para o mundo.

Esta pesquisa também procurou relacionar a influência e a capacidade que a

liderança por ideal tem em motivar equipes. O líder que se utiliza deste estilo

possui maiores resultados, já que compromete seus colaboradores a relacionar

suas necessidades individuais com os objetivos e a cultura da organização,

além de impulsionar toda a sua equipe através das suas convicções e valores.

Apesar de complexo, o Sistema de Liderança por Ideal pode ser aplicado em

qualquer tipo de organização e independente do seu tamanho. O líder

necessita aplicar suas opiniões, crenças e modo de agir dentro do processo de

criação da cultura organizacional, onde o mesmo definirá os valores e

compromissos que os trabalhadores deverão seguir ao tomar decisões.

43

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45

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Conceitos Importantes 10

Entendendo o que é Liderança 10

Chefe, gerente e líder

Exemplo de Grandes Líderes e seus feitos 13

CAPÍTULO II

Liderando para Motivar 17

Estilos de Liderança 18

Motivação 20

Motivação e Liderança 23

Tornando-se um líder eficaz no século XXI 25

CAPÍTULO III

Liderando e motivando equipes por meio do Sistema de

Liderança por Ideal 28

Administrando o Sistema de Liderança por Ideal - LIDI 29

A gestão participativa na liderança por ideal 32

CAPÍTULO IV

46

Os líderes por ideal e suas convicções 37

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45