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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Formação de Multiplicadores, profissionais com nível superior, através do desenvolvimento de competências educacionais dentro das organizações. Juliana Mara da Silva ORIENTADOR: Prof. Paulo José Niterói 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · ser definido como uma cultura de interação social em que ocorre a troca de conhecimento, experiências e habilidades, o autor

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Formação de Multiplicadores, profissionais com nível superior, através do desenvolvimento de competências educacionais dentro das organizações.

Juliana Mara da Silva

ORIENTADOR: Prof. Paulo José

Niterói 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Juliana Mara da Silva

Formação de Multiplicadores, profissionais com nível superior, através do desenvolvimento de competências educacionais dentro das organizações.

Niterói 2016

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, a minha família, amigos,

companheiro e professores.

4

DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai e a minha mãe.

5

RESUMO

No mundo empresarial competitivo onde se fala na sociedade do

conhecimento o tema capacitação passa a ser essencial no mundo corporativo,

a aprendizagem passa por um processo de transformação de T&D e nasce a

Educação Corporativa. Como uma ação dentro da educação corporativa o

projeto de formação de multiplicadores traz para as empresas a oportunidade

de capacitar seus colaboradores através do desenvolvimento de competências

educacionais, seu principal objetivo é auxiliar as empresas a explorar todo seu

capital humano disseminando o conhecimento de forma colaborativa.

Ao capacitar seus colaboradores as empresas terão a diminuição de

gastos com consultorias de treinamento, valorizando seu capital humano

evitando com que seus talentos saiam da organização, além de evitar perder

para a concorrência.

Palavras-chave: Capacitação. Educação Corporativa. Multiplicadores.

Aprendizagem. Competência.

6

METODOLOGIA

A metodologia que me levou a desenvolver esse trabalho de conclusão de

curso foi pesquisa bibliográfica.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I - O Multiplicador........................................................................ 11

1.1 - Conceituando Educação Corporativa........................................................12 1.2 - Os Multiplicadores na Educação Corporativa............................................15 1.3 – Universidade Corporativa..........................................................................16 1.4 - A diferença da Universidade Corporativa...................................................18 1.5 - O multiplicador e a construção do conhecimento colaborativo..................21 1.6 - O multiplicador e a Inovação na área do conhecimento.................................22

CAPÍTULO II – Desenvolvimento de Competências....................................24

2.1- Atributos do Multiplicador..........................................................................28

CAPÍTULO III – Educação e o Processo de Aprendizagem.........................30

3.1 – O Processo de Aprendizagem..................................................................31

3.2- Princípios essenciais para a aprendizagem..............................................34

3.3- Aprendizagem através do treinamento e desenvolvimento......................34

CONCLUSÃO.................................................................................................. 37

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE DE FIGURAS

8

INTRODUÇÃO

A decisão da escolha desse tema, nada mais é do que o reflexo de

inquietações que me mobilizam e excitam intelectualmente sobre

multiplicadores do conhecimento, o ensinar a ensinar.

Como aluna na área de Recursos Humanos, pude ouvir alguns relatos

sobre professores com currículos impecáveis que possuem muita técnica em

suas áreas específicas, mas, que tem a dificuldade em disseminar toda essa

gama de conhecimento pela falta de competências educacionais. Talvez exista

a dificuldade de entender a forma como o outro entende, a complexidade em

entender o individuo e a forma como se aprende. Estas dificuldades podem ser

encontradas em escolas, cursos e até mesmo em faculdades, trazendo como

consequência interferência no processo de aprendizagem.

Trazendo essa realidade para o universo corporativo, encontramos

profissionais de nível superior com excelência em suas áreas e que se

tornaram profissionais de destaque e que grande maioria são aproveitados

dentro das organizações.

A ideia ao abordar esse tema é de alguma maneira, contribuir

teoricamente no processo de desenvolvimento de profissionais de nível

superior a se tornarem multiplicadores eficazes e eficientes, trazendo para as

empresas a oportunidade de explorar o capital humano não deixando com que

o conhecimento se perca e sim se dissemine, e ao mesmo tempo estimular o

senso de colaboração entre os participantes desse processo, estimulando

o desenvolvimento de competências, propiciando a integração do público

interno e disseminando também uma cultura de compartilhamento entre os

colaboradores.

A preocupação das organizações em contar com funcionários

capacitados para o desempenho eficiente de determinada função não é

recente. Taylor (1970) já alertava no início do século passado que a procura

pelos competentes excedia a oferta, na época as empresas procuravam

9

aperfeiçoar as habilidades seus funcionários para atividades específicas,

restringindo-se ao cargo. Posteriormente em decorrência das pressões sociais,

passou se a considerar não somente questões técnicas mais também aspectos

sociais e comportamentais relacionados ao trabalho.

De acordo com Lin (2007) o compartilhamento do conhecimento pode

ser definido como uma cultura de interação social em que ocorre a troca de

conhecimento, experiências e habilidades, o autor exemplifica esse processo

com duas explicações, a vontade de doar conhecimento e a consulta ativa

(colecionar conhecimento).

A qualificação desses profissionais traz o sentimento de valorização,

pois a falta de motivação é uma das maiores causas de tournover nas

empresas e causa efeitos graves. O profissional que é habilitado a ser um

multiplicador entende que suas competências são de suma importância para a

organização gerando a satisfação pelo reconhecimento oferecido, o que acaba

impedindo com que estes deixem a organização, evitando também com que as

empresas percam seus melhores profissionais para a concorrência.

Um artigo da revista ERA executiva, nos mostra quais são as causas de

insucesso em programas de qualidade informando que segundo Paul

Osterman do MIT ( Massachussets institute of Tecnology) aproximadamente

80% das empresas americanas adotaram alguma forma de círculo de

qualidade, além da grande procura por certificação nas normas ISO 9000,

nossas organizações estão em busca de qualificação, uma das causas

apontadas são treinamentos precários as empresas ainda hoje utilizam círculos

de qualidade e colocam grupos de pessoas para discutirem problemas sem o

menor preparo para tal, qualquer tentativa deveria se iniciar por exemplo com

treinamento em solução de problemas, é importante que o treinamento seja

feito em caráter contínuo para os vários níveis organizacionais envolvidos.

O conceito de qualidade está associado ao de melhorias contínuas ou

em japonês Kaizen, há casos em que a pessoas envolvidas com a implantação

da qualidade se sentem frustradas, indício de falta de apoio de um técnico que

pode ser desenvolvido pela empresa como no caso do multiplicador.

10

Nesse contexto é crucial a escolha do ser multiplicador do conhecimento

que se quer disseminar para a organização, o erro mais comum e que leva ao

insucesso é a não-observância do perfil do multiplicador, geralmente se

escolhe o profissional com mais tempo disponível, porém esse pode ser um

mal indicador de performance, deve ser analisado também o aspecto da

capacidade de comunicação. Muitas empresas determinam quem será o

multiplicador por conta e risco, quando é preciso ficar claro que nem todo

mundo se sente preparado ou quer assumir esse papel.

11

CAPÍTULO I

O MULTIPLICADOR

Mesmo nos dias de hoje se não encontra muitas referências à palavra

"multiplicador" no sentido de "multiplicador do conhecimento". Porém, "o que

multiplica" tem por premissa valorizar e difundir o conhecimento e as

experiências dos colaboradores e, ao mesmo tempo, estimular o senso de

colaboração entre os participantes.

Segundo Wiseman e McKeown, multiplicadores são criadores de gênios.

Todos a sua volta se tornam mais inteligentes e capazes. As pessoas podem

não se tornar gênios o sentido tradicional, mas os multiplicadores sabem valer-

se da inteligência única de cada pessoa para criar uma atmosfera de

genialidade – inovação, esforço produtivo e inteligência coletiva.

Ainda para os autores, os multiplicadores tem uma visão rica da

inteligência, para eles a inteligência está em constante desenvolvimento. Esses

multiplicadores olham para os complexos desafios e oportunidades á sua volta

e ponderam: há, por toda parte, pessoas inteligentes que irão resolver isto e,

ao longo do processo ficaram ainda mais inteligentes. Portanto, eles concluem

que seu trabalho é reunir as pessoas certas em um ambiente que permita o

surgimento das melhores ideias, sem bloqueios ou barreiras.

A preocupação com a transmissão do conhecimento deixou de ser, há

alguns anos, exclusiva de instituições de ensino formal, como escolas e

universidades. Dentro das empresas o conceito tem sido cada vez mais

expandido, seja através da criação de um clima organizacional que permita um

ambiente de aprendizado constante, seja através de programas de capacitação

formal.

A figura 1, encontrada no anexo da monografia, apresenta uma visão

geral do papel que cada multiplicador terá que desenvolver para repassar

ensinamentos e posturas, a outros indivíduos, a fim de aumentar a potência

das tarefas durante o processo de aprendizagem.

12

As competências contidas na figura 1, do Modelo de Competências do

Multiplicador, servem para esboçar o perfil do multiplicador e promover o

surgimento de ações que possam garantir a propagação de conhecimentos.

Cada competência está ligada a uma habilidade específica– onde uma

competência ganha mais força quando utilizada em conjunto com as demais.

As competências básicas que compõem o Modelo são:

1. COMUNICAÇÃO – habilidade em ouvir e transmitir mensagens;

2. FLEXIBILIDADE – habilidade em utilizar a experiência do educando;

3. EMPATIA – habilidade em colocar-se no lugar do outro;

4. POSTURA – habilidade em educar;

5. PERSUASÃO – habilidade de convencer através de argumentos;

6. AÇÃO ESTRATÉGICA – habilidade em usar técnicas e recursos instrucionais;

7. VISÃO GLOBAL – habilidade em perceber o todo;

8. PERCEPÇÃO REALÍSTICA – habilidade em perceber a si e aos outros.

1.1. Conceituando Educação Corporativa

A origem da Educação Corporativa se dá nos Estados Unidos, quando

muitas empresas, determinadas a tornarem-se líderes empresariais na

economia global, lançaram a educação corporativa com veículo para ganhar

vantagem competitiva (MEISTER, 1999).

“Educação corporativa é mais do que um processo, é um "trabalho em andamento", e a

define como um "guarda-chuva estratégico para o desenvolvimento e a educação de funcionários,

clientes e fornecedores, buscando otimizar as estratégias organizacionais, além de um

laboratório de aprendizagem para a organização e um pólo de educação permanente" (MEISTER,

1999, p. 8).”

13

Pode –se dizer que a educação Corporativa, vem ganhando cada

vez mais espaços ao passar dos anos. Isto se deve ao fato das organizações

começarem a perceber que construir e operar uma empresa de sucesso,

depende em muito da capacitação de pessoal. Na educação corporativa, a

empresa busca fornecer meios que capacitem o colaborador a aprender novos

conteúdos por conta própria. Ela está voltada para o desenvolvimento das

pessoas, as quais são responsáveis, não apenas por suas habilidades técnicas

e dos seus conhecimentos, mas também das suas atitudes, das suas

competências humanas.

Dentro da Gestão de pessoas pode-se dizer então que a Educação

Corporativa, pretende proporcionar à empresa uma maior produtividade e

qualidade dos serviços, administrando continuamente ou ampliando as

competências do pessoal dentro da organização e visado sempre alguma

mudança.

O modelo de educação corporativa é sustentado por cinco grandes

forças do cenário global: o surgimento da educação por processos,

horizontalizada e flexível; a emergência da gestão do conhecimento; a

volatilidade da informação e a obsolescência do conhecimento; o foco na

empregabilidade: educar para o trabalho, não para o emprego; e a mudança no

foco da educação geral (Meister 1999).

Educação corporativa é a ponte entre desenvolvimento de talentos e

as estratégias de negócio da empresa.

Segundo Jeanne Meister (1999), a Educação Corporativa é um

“guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes,

fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias da organização”

(p.35).

Freitas (2003) complementa Meister (1999) e Eboli (2002)

ressaltando que a educação corporativa é um processo de ensino –

aprendizagem adaptável a cada pessoa, sendo que suas razões, motivação e

14

objetivos são os fatores que a conduz em busca do conhecimento. Além disso

a autora contempla que vinculado ao desenvolvimento das pessoas está a

aprendizagem organizacional, a qual visa compreender a capacidade da

própria empresa agregando valor através de suas competências.

Assim, a educação corporativa é entendida como uma estratégia das

organizações, que preparam seus recursos humanos visando à obtenção de

vantagem competitiva. Educar corporativamente é humanizar o ser, a empresa,

a sociedade, o meio ambiente” e acrescenta que a educação corporativa não é

apenas virtual, mas sim, relacional, de modo que os seres humanos criam

vínculos, e através desses constroem valores, e a partir daí estabelecem uma

cultura. É a chave para reter o capital intelectual da organização de modo a

qualificar, especializar, atualizar e até formar os colaboradores da organização

de maneira a garantir vantagem competitiva de mercado.

“Este fenômeno em crescente expansão tem como sustentação a chamada ‘sociedade do conhecimento’, “cujo paradigma é a capacidade de transformação [...]

do indivíduo social por meio do conhecimento” (Managão, 2003, p. 9)”

Para Meister (1999), o objetivo da educação corporativa é obter um

controle mais rígido sobre o processo de aprendizagem, vinculando de maneira

mais estreita os programas de aprendizagem a metas e resultados estratégicos

reais da empresa. "A essência da organização do século XXI está em

trabalhadores com conhecimento culturalmente diverso. Nela trabalho e

aprendizagem são essencialmente a mesma coisa, com ênfase no

desenvolvimento da capacidade do indivíduo de aprender" (MEISTER, 1999, p.

2). E completa que por educação corporativa entende-se um conjunto de

práticas educacionais contínuas com visão estratégica de negócios, que

possibilitam maior entrosamento do capital intelectual de uma organização.

15

1.2. Os multiplicadores na educação corporativa

O multiplicador é uma proposta de educação corporativa construída a

partir da percepção de uma nova busca do mercado.

Meister (1999) aborda que as empresas percebem a necessidade de

mudar o foco de treinamentos em uma sala de aula, cujo objetivo era

desenvolver qualificações isoladas, para o desenvolvimento de uma cultura de

aprendizagem contínua, no qual os colaboradores aprendem a compartilhar

inovações e nos práticas visando solucionar problemas reais.

As empresas atuais encorajam seus colaboradores a serem agentes

ativos das mudanças, pois o objetivo é que pessoas com uma visão

compartilhada da empresa possam, dessa forma, alavancar os negócios. As

empresas estão cada vez mais investindo em programas de educação

corporativa que promovam o aperfeiçoamento continuo, incentivando o trabalho

em equipe e a disseminação do conhecimento, através de profissionais

experientes que compartilhem com os demais, as melhores práticas do

negócio(BLASS,2005; MEISTER, 1999; RIAN,2009)

Através da educação corporativa é possível desenvolver programas que

proporcionem o aprendizado através da ação, ou seja, o indivíduo aprende a

dar continuidade no processo quando aplica na prática o que aprendeu. Trata-

se de uma forma de reestruturar o ambiente de aprendizagem, logo, este

sistema deve ser proativo, centralizado e as determinações devem estar

atreladas aos indicadores estratégicos, a responsabilidade na educação

corporativa não fica somente com a área responsável, mas é compartilhada

com os líderes das áreas(MEISTER,1999).

O papel das lideranças no contexto da Educação Corporativa, deve

haver um trabalho para estabelecer relações de parceria com líderes e

gestores para que se envolvam e se responsabilizem pela educação e

aprendizagem de suas equipes e desempenhem plenamente o papel do

educador, formador e orientador no cotidiano do trabalho a fim de serem

percebidos como lideranças educadoras, cujo modelo de acompanhamento

deve ser seguido e buscado pelos demais colaboradores da empresa.

16

Um artigo da Revista Harvard Bunines Review Marisa Eboli diz que: O

atual momento de crescimento econômico do País e de euforia pela futura

realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, em 2014 e 2016,

respectivamente, colocam em evidência a extrema importância de capacitar e

educar pessoas, seja para enfrentar a crise internacional, seja para sustentar o

crescimento interno e aproveitar as oportunidades dele decorrentes.

Hoje, todas as empresas que pretendem surfar não apenas na onda do

crescimento econômico, mas também do real desenvolvimento, sabem que isto

não será possível sem a formação permanente de pessoas.

Mas as empresas no Brasil ainda precisam lidar com as falhas de um

sistema educacional (fundamental e médio), que embora tenha melhorado,

ainda é um dos piores desempenhos no PISA (Program for International

Student Assessment). Somos a sexta maior economia do mundo, ou seja, um

“trem-bala“ operado por uma “maria-fumaça”. Por isso, do Oiapoque ao Chuí,

seja qual for o setor de atividade da empresa, os desafios relativos à

capacitação e formação de pessoas simplesmente assustam.

Não por acaso, a preocupação com mão de obra (disponibilidade, custo

e qualificação) chegou ao topo da lista de temores dos executivos que

comandam grandes empresas brasileiras, seja na indústria, no varejo ou em

serviços.

De modo geral, o saldo do balanço das atividades de

educação corporativa é muito positivo e adquiriu grande relevância na gestão

empresarial brasileira nos últimos anos. Portanto, não se trata apenas de mais

um modismo, mas sim de uma real consciência por parte das lideranças

empresariais da importância da educação como condição para a

competitividade.

1.3. Universidade Corporativa

A formação profissional, ao longo dos anos, passou do simples

treinamento para um foco em desenvolvimento sistemático de competências.

Em razão disso, os processos de qualificação e desenvolvimento dos

17

funcionários recebem uma importância estratégica e formas de educação,

como a Universidade Corporativa, que estão mais adequadas a nova realidade

do mercado.

No Brasil, a educação corporativa se encontra no início, mas já se

observa grande expansão do número de Universidades Corporativas. Para

Junqueira e Vianna (2008), esse crescimento ocorre devido a carência de uma

unidade que seja responsável pela difusão da visão e dos valores estratégicos

de uma empresa, bem como o desenvolvimento de novos conhecimentos,

habilidades e competências.

Meister (1999) afirma que a universidade corporativa é um grande

“guarda – chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes,

fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais da

organização”. Para Eboli (2002), o conceito diz respeito a um processo e uma

consciência que abrange toda a organização, não apenas um espaço físico

definido para aprendizado.

Por outro lado, na opinião de Junqueira e Vianna (2208), a universidade

corporativa é um aprimoramento da área de treinamento e desenvolvimento, a

qual se torna instrumento viabilizador de uma base humana que sustente o

desenvolvimento estratégico das empresas.

No que tange aos objetivos da universidade corporativa, Junqueira e

Vianna (2008) ressaltam a difusão do conhecimento e o ensino dado aos

executivos dentro da organização. Eboli (2002) complementa que o

desenvolvimento das competências profissionais é fundamental para

viabilização das estratégias organizacionais, colocando por ela como objetivo

principal desse sistema. Além disso, a autora (2002) aborda que a missão da

universidade corporativa “consiste em formar e desenvolver talentos na gestão

dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração,

assimilação, difusão e aplicação), através de um processo de aprendizagem

ativa e contínua”.

18

1.4. A diferença da Universidade Corporativa

A educação corporativa vem cada vez mais se popularizando no

mercado empresarial, cada vez mais as organizações estão deixando de

usar centros de treinamentos tradicionais e passando a implantar o conceito

de universidade corporativa.

Meister (1999) aborda que as empresas percebem a necessidade de

mudar o foco de treinamentos em uma sala de aula, cujo objetivo era

desenvolver qualificações isoladas para o desenvolvimento de uma cultura

de aprendizagem contínua, na uqla os colaboradores aprendem e

compartilham inovações e novas práticas visando solucionar problemas

reais.

Portanto com isso, Meister (1999) aponta que as principais divergências

entre universidade corporativa e os centros de treinamento tradicionais

referem-se aos ambientes de aprendizagem, os quais devem ser pró-ativos,

centralizados, determinados e estratégicos por natureza. Então, percebe-se

que a universidade corporativa está baseada em uma perspectiva mais

ampla da educação, sendo que a responsabilidade pelo processo de

aprendizagem é transferida do departamento de treinamento para os

gestores das organizações.

Em que mais a universidade corporativa difere do tradicional

departamento de treinamento? Respondendo a essa questão, vale dizer

que o departamento de treinamento tende a ser reativo, descentralizado,

buscando atingir um grande público, com uma razoável variedade de

programas “abertos”, nem sempre voltados apara a solução de problemas

dos “negócios”.

A universidade corporativa, no entanto, centraliza as soluções de

aprendizado para cada “família” de cargos e funções dentro da organização,

utilizando o treinamento como instrumento de massa crítica, reduzindo

custos pela escala de contratação, definindo padrões comuns para atuação

dos consultores externos etc.

19

Segundo Boog (2001), as regras de ouro para a implementação de uma

universidade corporativa são:

• Unidade de negócio: ela é um centro de resultados que sensibiliza o

Stakeholder1 acionista pelo aumento do valor agregado do

patrimônio liquido da empresa.

• Mensuração de resultados: os produtos e serviços fornecidos pela

universidade corporativa devem ser mensurados tanto no âmbito dos

processos como dos resultados e, no limite, deve haver

planejamento e controle do impacto de suas atividades sobre os

fatores críticos de sucesso e principais indicadores de resultados da

organização.

• Compartilhamento: Os colaboradores de uma organização devem ser

estimulados e motivados a dividir entre si o know – how2 adquirindo,

criando a rede interna de conhecimento com ênfase na comunicação

permanente das Best Pratices3.

• Consciência financeira: os investimentos físicos deverão ser

criteriosamente analisados em consonância com o porte da empresa

e suas necessidades específicas

• Heterodoxia: O objetivo maior de uma universidade corporativa é

expandir o cérebro do ser humano, através dos diversos tipo de

aprendizagem: viagens, entrevistas, visitas, analises de casos,

avaliação de empresas, benchmarking4, leituras complementares etc.

Sua função é a criação de uma mentalidade contínua de aprendizado

voltado para o desenvolvimento da organização.

• Personalização: O planejamento e desenvolvimento de cada

indivíduo deverão ser criados e monitorados de modo que sejam

1 Indivíduo e organização que estão envolvidos num projeto 2 Experiência, conhecimento técnico 3 Melhores Práticas 4 Concorrência ou espionagem industrial

20

construídas as referências dinâmicas indispensáveis neste ambiente

de ambiguidade e incerteza.

• Comprometimento mútuo: O planejamento e monitoramento da

evolução de cada colaborador não poderão jamais cair na limitação

do paternalismo unilateral. Caminhos individuais serão traçados para

cada pessoa, assessorados e/ou apoiados pela central de

inteligência na universidade corporativa com uma clara visão de

direitos, responsabilidades e até ideias.

• Responsabilidade Social: Em um ambiente de mudanças, não se

pode garantir a segurança do emprego vitalício. A qualquer

momento, uma mudança do mercado, das tecnologias, da gestão ou

da própria concorrência pode obrigar as descontinuidades da relação

entre um colaborador e a empresa. Por isso mesmo, qualquer

universidade corporativa que queira efetivamente cumprir sua missão

deverá desenvolver a capacitação empreendedora em seus clientes,

de modo a prepara-los para a vida como em exercício de melhoria

contínua.

• Tecnologia: a logística do Ensino a Distância (EAD) propiciado pelo

avanço da tecnologia deverá ser a ferramenta permanente da

gestão, de modo a permitir melhor utilização do tempo.

• Homogeneização: Uma das funções primordiais da universidade

corporativa consiste no preenchimento das lacunas deixadas pelo

sistema tradicional de ensino. Por esse motivo, devem fazer parte

integrante de seu escopo de atuação, programas que criem um

“conteúdo de homogeneização do conhecimento e inteligência” para

cada um dos estratos e/ou funções das organizações.

• Pluralismo: Levando em consideração que, cada vez mais, as

empresas trabalharão em Networks5, e em cadeias de operação. A

universidade corporativa deve ser um campo aberto a todos os

21

“satélites de negócios” da empresa (clientes, fornecedores,

terceirizados, parceiros etc), sendo evidentemente estabelecidos

critérios de justiça financeira da cobertura dos custos envolvidos, No

limite, uma universidade corporativa poderá pertencer à rede de

operações e negócios de sua organização.

1.5. O multiplicador e a construção do conhecimento

colaborativo

O Multiplicador após capacitação atuará como docente e

mediador após a conclusão do curso.

Durante a capacitação, o colaborador estudará as características

de um Multiplicador e de um comunicador de sucesso. Como professor,

ele precisará estimular um ambiente onde o conhecimento é

compartilhado:

Muitos educadores como Peter Drucker enfatizam que o futuro

das organizações depende, cada vez mais, da capacidade de aprender

coletivamente dos trabalhadores do conhecimento.

A habilidade de identificar o conhecimento presente em uma

organização depende dos colaboradores existentes nela, que são os que

criam, compartilham e usam o conhecimento. Compartilhar

conhecimento é basicamente o ato de tornar o conhecimento disponível

para outros, entre indivíduos o compartilhamento é o processo que

permite a uma pessoa transformar o conhecimento para que possa ser

entendido, absorvido e utilizado por outros atores.

Logo o valor desses colaboradores passa a ser reconhecido,

entendemos então que, a sociedade do conhecimento é uma sociedade

de aprendizagem e o seu bem estar econômico depende destes

técnicos.

5 Rede de contatos

22

A aprendizagem nas empresas tem diferentes objetivos. Ela

pode representar o aumento da capacidade de competir, a superação de

suas fragilidades, a estabilidade frente à inconstância do mercado,

agregando assim, novos valores para a organização.

“O crescimento de ações educacionais direcionadas ao

trabalhador se deve ao fato de as empresas

compreenderem que aprender é o grande diferencial do

mercado” (Eleonora 2011).

1.6. O multiplicador e a Inovação na era do conhecimento

O multiplicador deverá atuar de forma inovadora atendendo as

necessidades do mercado cada vez mais competitivo, segundo Helena

Maria Martins Lastres e Joao Carlos Ferraz a necessidade de investir

constantemente em inovação implica, necessariamente em promover

processos que estimulem o aprendizado, capacitação e a acumulação

contínua de conhecimentos. Assim, e apesar da maior visibilidade das

informações e do papel desempenhado pelo conhecimento no cerne do

dinamismo do novo padrão, alguns autores vêm preferindo denominar

essa nova fase como economia do aprendizado. Nesta o conhecimento

é visto como o recurso mais estratégico do aprendizado, como o

processo mais importante (Lundvall eJohnson Foray, 1996; Lundvall e

Borras,1998).

Segundo Cristina Lemos, O contexto atual se caracteriza por

mudanças aceleradas nos mercados, nas tecnologias e nas formas

organizacionais e a capacidade de gerar e absorver inovações vem

sendo consideradas, mais do que nunca, crucial para que um agente

econômico se torne competitivo. Entretanto, para acompanhar as

23

rápidas mudanças em curso, torna-se de extrema relevância a aquisição

de novas capacitações e conhecimentos, o que significa intensificar a

capacidade de indivíduos, empresas, países de aprender e transformar

esse aprendizado em fator e competitivo para os mesmos. Por esse

motivo, vem-se denominando esta fase como a da economia baseada

no conhecimento ou, mais especificamente, baseado no aprendizado.

24

CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

“Aprendizagem organizacional é um processo

contínuo de apropriação e geração de novos conhecimentos

nos níveis individual, grupal e organizacional,

envolvendo todas as formas de aprendizagem

– formais e informais – no contexto organizacional,

alicerçado em uma dinâmica de reflexão

e ação sobre as situações-problema e voltado para

o desenvolvimento de competências

(ANTONELLO, 2005: 27).”

é a Competência é a capacidade de mobiliar saberes e atitudes, integrando-

os e orquestrando-os, tendo em vista uma ação adaptada a uma situação:

resultado.

Um conceito considerado mais moderno de competência é dado por

Resende (2003) ao afirmar que a competência está relacionada com uma

condição diferenciada de qualificação e capacitação das pessoas para executar

seu trabalho e desempenhar suas funções. Inicialmente o conceito é aplicado a

pessoas, num segundo momento passou a ser usado também como requisitos

de bom desempenho de equipes, unidades e de organizações.

Para o autor os movimentos que colocam em evidência a competência,

não são modismos porque possuem requisitos de consistência, aplicabilidade e

oportunidade que garantirão sua permanência. O que dá personalidade a este

conceito de competência é a ideia subjacente de resultado. São as ideias

claras ou implícitas de saber fazer, saber aplicar, saber agir, saber resolver,

porque o saber operacionalizado resulta em resultados.

Desenvolvimento de competências se dá pela definição de autores que

dizem que competência não é apenas um conjunto de qualificações que o

indivíduo detém. Para eles, é necessário também colocar em prática o que se

sabe, ou seja, mobilizar e aplicar tais qualificações em um contexto específico.

Dutra, Hipólito e Sila (1998), por exemplo, conceituam competência como a

25

capacidade de uma pessoa de gerar resultados dentro dos objetivos

educacionais.

Ao definirem competência, Magalhães (1997), por exemplo, fazem

alusão aos atributos necessários para o exercício de um cargo, partindo do

pressuposto de que o conteúdo do cargo é relativamente estável e pode ser

prescrito. Segundo esse autor, competência diz respeito ao “conjunto de

conhecimentos, habilidades e experiências que credenciam um profissional a

exercer determinada função”. Trata-se de uma abordagem qe parece restringir

o conceito às questões técnicas relacionadas ao trabalho e à especificação do

cargo, enfatizando a aptidão e a formação.

As noções do modelo das competências no mundo do trabalho

são flexibilidade, a polivalência e a empregabilidade em dispor de

trabalhadores flexíveis para lidar com as mudanças no processo

produtivo, enfrentar imprevistos (incidentes/eventos) e passíveis de

serem transferidos de uma função a outra dentro da

empresa requerendo-se, para tanto, a polivalência e a constante

atualização de suas competências, o que lhes dá a medida correta de

sua "empregabilidade".

O uso e a apropriação das competências dos trabalhadores pelo

capital – de seus saberes em ação, dos seus talentos, de sua

capacidade de inovar, de sua criatividade e de sua autonomia - não

implica, em geral, o comprometimento da empresa -, com os processos

de formação/construção das competências, atribuindo-se aos

trabalhadores a responsabilidade individual de atualizar e validar

regularmente sua "carteira de competências" para evitar o desemprego.

As competências visam à vontade de trazer a prática, a capacidade de

produzir hipóteses. As competências devem estar vinculadas ao perfil exigido

para o cargo e/ou para a unidade em que o empregado irá atuar. Cada gerente

deve ser responsável pelo desenvolvimento e acompanhamento dos seus

empregados, buscando alinhar o desenvolvimento individual com o da

empresa.

26

As competências organizacionais e do empregado não são referências

imutáveis devendo adequar- se ao crescimento da empresa e às demandas do

mercado.

Para desenvolver competências dentro da empresa serão realizadas as

seguintes etapas, que pode ser efetivada pela área de Recursos Humanos e

em seguida, validada pelo solicitante do programa de treinamento:

Etapa 1 - O papel do multiplicador de uma empresa.

• Acompanhar o desenvolvimento dos colaboradores avaliando o

aprendizado.

• Saber gerenciar e superar conflitos;

Etapa 2 - Características e comportamento necessárias de um multiplicador.

• Identificar perfis diferenciados;

• Utilizar linguagem correta, escrita e postura corporal e adequada ao

perfil da empresa e do cargo;

Etapa 3 - Colaborador como comunicador de sucesso.

• Transmitir conhecimento, com segurança, clareza e objetividade.

Etapa 4 - Didáticas e métodos educacionais inovadores.

• Selecionar recursos e estratégias e metodologias de ensino, adequado

aos objetivos de aprendizagem.

Módulo 5 - Avaliação e conclusão.

• Acompanhar o desenvolvimento dos colaboradores avaliando o

aprendizado.

27

Levando isto em conta, Antonello (2004) propôs 12 formas de

aprendizagem que aglutinam processos formais e informais e propiciam

o desenvolvimento de competências, a saber :

1. Experiência anterior e transferência extraprofissional, referindo-se à

transferência de aprendizagem de ocupação anterior e da aprendizagem fora

do trabalho, seja lazer, hobby, trabalho voluntário. Este último item é

particularmente relevante, pois cada vez mais pode ser observado que o

trabalho na comunidade contribui para o desenvolvimento de competências

gerenciais (FERREIRA,CRUZ & SOARES, 2005);

2. Ato de experienciar: lidar com situações complexas; ter experiências amplas

que requeiram diferentes habilidades e compreensão global; passar por

processos de mudanças organizacionais;

3. Reflexão: refletir sobre a ação (após atividade ou evento); refletir na ação

(durante uma atividade ou um evento); refletir em grupo; escrever um diário de

aprendizagem; refletir sobre como os outros fazem as coisas; ser

questionado ou questionar a si mesmo; analisar fracassos e erros;

4. Auto-análise: refere-se à auto-avaliação e ao autoconhecimento;

5. Observação estruturada e crítica de outros; observação informal; utilização

de referências (fazer como alguém faz);

6. Feedback oriundo de sua equipe de trabalho, pares, clientes ou outros

profissionais;

7. Mudança de perspectiva: transferência/troca de trabalho; trabalho com

pessoas de áreas diferentes; inspiração súbita ou insight;

8. Mentoria e tutoria: ser assistido por um mentor ou exercer o papel de mentor

(ensinar);

9. Interação e colaboração: refere-se a trabalho em grupo/equipe; networking;

aprendizagem obtida de clientes;

10. Cursos/treinamentos no trabalho; rotação de funções; programa de trainee;

11. Informal: baseada na prática; comunidades de prática; interação com

colegas em espaços dos cursos formais;

12. Aprendizagem pela articulação entre teoria e prática: escrever

artigos/relatórios; conferências; trabalhos de cursos formais; trabalhos de

conclusão.

28

2.1. Atributos do Multiplicador

Os multiplicadores tem uma visão rica da inteligência das pessoas à sua

volta. Eles veem sua organização como um lugar repleto de indivíduos

talentosos e capazes de contribuir em níveis muito mais elevados. Eles

pensam, refletem, se questionam sobre inteligência dos seus colaboradores, a

fim de descobrir as habilidades variadas, muitas vezes ocultas. Então ele passa

a refletir na maneira de desenvolver e aumentar as habilidades, descobrindo

uma função que desenvolve o indivíduo e ao mesmo tempo promove os

interesses da organização.

Multiplicadores olham para os complexos desafios e oportunidades à

sua volta e concluem que seu trabalho é reunir as pessoas certas em um

ambiente que permita o surgimento das melhores ideias, sem bloqueios ou

barreiras.

Os multiplicadores olham para os complexos desafios e oportunidades á

sua volta. O quadro abaixo resume as diferentes atitudes entre Multiplicadores

e o inverso, denominados como Diminuidores:

Como você iria: Diminuidor

“Eles nunca irão conseguir

sem mim”

Multiplicador

“As pessoas são inteligentes

e vão conseguir”

Gerenciar

talentos?

Usar Desenvolver

Abordar erros? Culpar Investigar

Definir direções? Informar Desafiar

Tomar decisões? Decidir Consultar

Concluir tarefas? Controlar Apoiar

Segundo Wiseman e McKeown, existem 5 atributos que diferenciam os

multiplicadores:

29

1. Atrair e otimizar talentos – Os multiplicadores lideram pessoas atuando

como Imãs de Talentos, atraindo e distribuindo talentos ao máximo,

independente de quem possui o recurso. As pessoas disputam para

trabalhar com eles, diretamente ou não porque sabem que irão crescer e

ter sucesso.

2. Criar a intensidade que exige as melhores ideias – Os multiplicadores

estabelecem um ambiente de trabalho único e altamente motivador,

onde todos tem permissão para pensar e espaço para fazer o seu

melhor. Os multiplicadores atuam como “libertadores”, produzindo um

clima ao mesmo tempo confortável e intenso. Eles eliminam o medo e

criam um espaço de segurança que estimula as pessoas a pensar

melhor. Mas eles também criam um ambiente intenso, que exige

melhores esforços.

3. Ampliar desafios – Os multiplicadores atuam como “desafiadores”,

semeando oportunidades, lançando desafios que estimulam a

organização e gerando a crença de que eles podem ser vencidos. Dessa

maneira, eles desafiam a si mesmos e aos outros a ir além do que

sabem.

4. Debater decisões – Os multiplicadores tomam decisões de uma maneira

que prepara a organização para executa-las. Eles atuam como

“criadores de debates”, chegando a decisões seguras através de um

rigoroso processo de discussão. Eles engajam as pessoas em debates

abertos sobre questões, o que conduz a decisões que elas podem

entender e executar com eficiência.

5. Incutir senso de propriedade e responsabilidade – Os multiplicadores

produzem e mantém resultados superiores incutindo expectativas

elevadas por toda organização. Atuando como “investidores”, eles

fornecem os recursos necessários para se atingir o sucesso. Além disso,

tornam as pessoas responsáveis por sues compromissos. Com o passa

do tempo, as expectativas elevadas se transformam numa presença

contínua, levando as pessoas a se sentir responsáveis, inclusive uma

perante a outra, com frequência n sentido de adotar padrões d mais

altos sem a intervenção direta dos multiplicadores.

30

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

A educação, assim como qualquer processo de formação e

desenvolvimento de pessoas, possui natureza e especificidade que diferencia o

homem dos outros animais, sendo o trabalho uma ação intencional e a

educação uma exigência do e para o processo de trabalho. Segundo Saviani

(1997): “Para produzir materialmente, o homem antecipa em idéias os objetivos

reais e isso inclui o aspecto de conhecimento, ciência, ética e arte. Já quando

trata da produção de idéias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes,

habilidades, trata da produção do saber como conjunto da produção humana,

onde nestas duas modalidades encontramos distinção: a primeira refere-se às

atividades em que o produto separa do produtor (livros e objetos artísticos), a

segunda diz respeito às atividades em que o produto não se separa do ato de

produção. Portanto a educação se situa nessa segunda categoria do trabalho

não material, podendo afirmar que a natureza da educação se esclarece a

partir desse ponto. E que, o objeto da educação diz respeito à identificação dos

elementos culturais que devem ser assimilados pelos indivíduos para

humanizá-los e na descoberta mais adequada de atingi-los”.

Nessa conjuntura, a empresa precisa identificar e desenvolver, a partir das

novas exigências apresentadas pelo mercado, um conjunto de conhecimentos

sistematizados, possibilitando acesso ao saber, sendo este, um saber

operacional necessário aos integrantes da cultura organizacional.

Sendo assim, os líderes e gestores devem estar preparados para

desenvolver o processo de educação continuada dentro de suas organizações,

tendo como foco principal a necessidade de consolidar uma postura de

educador – Multiplicador de Conhecimentos. Na formação do Multiplicador de

Conhecimentos, além das competências essências analisadas no Modelo de

Competências do Multiplicador, será de suma importância que os objetivos e

estratégias educacionais elaborados possam facilitar o processo ensino-

aprendizagem.

31

Os multiplicadores devem utilizar recursos diferenciados para

que envolva o colaborador no processo ensino aprendizagem, pois a

forma como o conhecimento é passado faz muita diferença. É

necessário compreender que cada pessoa aprende de forma diferente, e

se o ambiente não for agradável e interessante para o colaborador em

desenvolvimento, o mesmo desmotiva e sem interesse não há

aprendizado. Antes de escolher os melhores métodos é importante que

trace o perfil das competências para os cargos. Algumas orientações

pedagógicas tem por finalidade facilitar o trabalho dos Multiplicadores

quando da elaboração de suas sessões de treinamento e

desenvolvimento.

3.1. O processo de aprendizagem

A teoria sobre a aprendizagem tem origem na Psicologia da educação

que classifica as filosofias de aprendizagem, basicamente, em quatro linhas:

behaviorismo, humanismo, cognitivismo e construtivismo. A diferença

fundamental entre as mesmas está no entendimento de como ocorre o

processo de aprendizagem.

A conscientização das etapas do ciclo de aprendizagem propicia a

reflexão sobre a prática profissional, ou a ‘reflexão sobre a ação’, que deve ser

utilizado também para o aprimoramento profissional, ou seja, para a

aprendizagem contínua.

O processo da Aprendizagem pode se dar de diferentes formas, como

na construção de um espaço, onde podem ocorrer reuniões e capacitações

periódicas com um pequeno grupo de pessoas, para a discussão de problemas

na atividade profissional, que envolve compartilhamento de problemas e

experiências, questionamentos, esclarecimento dos pontos confusos ou não

conhecidos, formulação e implementação de soluções e análise e reflexão

sobre as conseqüências e os resultados obtidos.

Perante o que foi desenvolvido até este ponto, indica que a abordagem para a

aprendizagem deve contemplar alguns elementos importantes:

32

• Reflexão sobre experiências anteriores, já que estas experiências

podem facilitar e, ao mesmo tempo, consistir em barreiras para a

aprendizagem;

• Discussão de problemas, para permitir estruturação, teorização, reflexão

crítica, formulação de hipóteses e análise de resultados, que propiciam a

construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades para

solução de problemas buscando o desenvolvimento do colaborador;

• Desenvolvimento de um sistema de mediação dos indivíduos, no sentido

de quebrar barreiras para a mudanças através da conscientização e

compreensão do processo de mediação e construção dos conceitos;

O processo de aprendizagem pode ser construído também, através do

desenvolvimento de competências educacionais descritas a seguir:

• Acompanhar o desenvolvimento dos colaboradores avaliando o

aprendizado.

• Selecionar recursos e estratégias e metodologias de ensino, adequado

aos objetivos de aprendizagem.

• Transmitir conhecimento, com segurança, clareza e objetividade.

• Utilizar linguagem correta, escrita e postura corporal adequada ao perfil

da empresa e do cargo.

• Identificar perfis diferenciados.

No entanto, para Senge (1990), as organizações, em geral, possuem em

menor ou maior grau deficiências de aprendizagem. São sete os tipos de

deficiências. Que ele identifica:

1) “Eu sou meu cargo : as pessoas que se concentram demais nos cargos que

ocupam perdem o senso de relação com os demais cargos. Com isso, algumas

33

vezes os resultados não são os esperados. Então, como fica muito difícil

descobrir as razões do fracasso, culpam alguém de fora pelo acontecido.

2) “O inimigo está lá fora: tendemos a pensar que o inimigo está lá fora, pois

não enxergamos que as nossas ações vão além do cargo que ocupamos, por

não termos visão sistêmica delas.

3) A ilusão de assumir o controle: A moda é ser pró-ativo e resolver os

problemas mais difíceis, mas muitas vezes essa pro-atividade é a reatividade

disfarçada: as pessoas buscam combater o inimigo lá fora em vez de perceber

qual a nossa contribuição para os nossos próprios problemas.

4) A Fixação em Eventos: estamos condicionados a ver a vida como uma série

de eventos, porém as nossas principais ameaças não vêm de eventos súbitos,

mas de mudanças graduais. A aprendizagem não pode ocorrer se as pessoas

estiverem dominadas pelos eventos de curto prazo.

5) A parábola do sapo escaldado: como já foi dito anteriormente, nossas

maiores ameaças vêm de mudanças graduais, embora não estejamos

acostumados a reduzir nosso ritmo e prestar atenção aos pequenos eventos.

Apesar disso, é necessário fazê-lo para que possamos perceber quais são as

nossas reais ameaças.

6) A ilusão de aprender com a experiência: aprendemos melhor com a

experiência, todavia nunca experimentamos diretamente as consequências das

nossas ações mais importantes.

7) O mito da equipe gerencial: Os gerentes são educados para nunca dizerem

que não sabem uma resposta, o que só bloqueia novos aprendizados, uma vez

que as equipes são repletas de pessoas qualificadas para isso

Newton e Ormerod (1997) analisam a dificuldade encontrada em

aprender com a própria experiência. Os autores concluem que as dificuldades

decorrem da falta de conscientização e de formação para a aprendizagem

contínua e defendem a adoção de técnicas de ensino baseadas na reflexão

sobre a própria experiência profissional, originada nos estudos de Schön

(1982) e Kolb (1997). Segundo Newton e Ormerod (1997), a Aprendizagem

Vivencial (experiential learning) de Kolb difere das estratégias de ensino

tradicionais, sejam racionalistas ou cognitivistas, na medida em que busca o

34

fortalecimento da relação entre o ensino, o trabalho e o desenvolvimento

pessoal. (APUD Ercília Hitomi Hirota- Tese de doutorado pela UFRGS).

3.2. Princípios essenciais para aprendizagem

A aprendizagem é o processo pelo qual as pessoas adquirem

conhecimento sobre seu meio ambiente e suas relações durante avida.

Geralmente ela ocorre quando um indivíduo muda seu comportamento em

função de uma experiência anterior.

Chiavenato (1999) define aprendizagem como “um fenômeno que surge

como resultado dos esforços de cada indivíduo”. Pode –se dizer um pouco

mais além e defini-la como uma mudança no comportamento que ocorre no

dia-dia em todos os indivíduos.

Ela afeta totalmente a maneira pela qual a pessoa pensa, sente e age,

bem como suas crenças, valores e objetos pessoais. Tudo isso é aprendido na

vida em sociedade.

A mudança comportamental representa a incorporação no

comportamento de algo que é aprendido e desejado pela pessoa. O reforço da

prática e do exercício repetido melhora o comportamento e o torna mais eficaz

e eficiente. Porém, se essas coisas não forem praticadas no cotidiano, ocorre o

esquecimento, o que cancela a aprendizagem.

3.3. Aprendizagem através do treinamento e desenvolvimento

Só há ensino, se houver aprendizagem. A técnica de orientar

aprendizagem, formar hábitos e transmitir conhecimento tem características

bem definidas, são elas:

• Processo gradativo: Vai do simples, para o complexo, do geral para o

particular. Deve-se levar em consideração as experiências anteriores ao

treinamento;

35

• Processo global: Envolve todos os aspectos físicos, intelectuais,

emocionais e conativos, pois o ser humano é um todo. Inclui

conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA);

• Processo dinâmico: A aprendizagem se dá através da atividade do

treinamento. Ele deve aprender fazendo;

• Processo contínuo: O ato de aprender se processa durante toda a vida

do indivíduo, do nascimento até a morte;

• Processo pessoal: O ensino deve sempre ser centrado no aprendi.

Ninguém pode aprender por outro, pois a aprendizagem é intrasferível.

• Processo cumulativo: A experiência atual baseia-se em outras

anteriores. O acúmulo dessas experiências leva à organização de novos

padrões de comportamento.

O treinamento deve tentar direcionar essas experiências de

aprendizagem para um sentido benéfico e reforça- lós com atividade

planejada, com a finalidade de desenvolver com maior rapidez os

conhecimentos dos indivíduos de todos os níveis da organização e

também as atitudes e habilidades a eles mesmos e à empresa.

Dentro do treinamento podem ser aplicados esses princípios de

aprendizagem:

1. Participação: Através de repetições frequentes e uniformes o

indivíduo adquire um modo correto de formar seus hábitos.

Quanto mais se toma parte numa situação de aprendizagem,

mais se aprende;

2. Motivação: É um dos elementos mais importantes da

aprendizagem, pois faz com que as pessoas queiram aprender,

compreender e desenvolver habilidades. Sem motivação, pouco

se aprende. Basicamente alguém se motiva quando percebe que

um treinamento poderá ajuda-lo a suprir necessidades como:

36

obter informações, aprender novas técnicas, trocar ideias com

outras pessoas, progredir no trabalho entre outras.

3. Feedback6: Quanto mais os colaboradores souberem informações

do seu desempenho, mais rapidamente poderão aprimorar seu

desempenho. Sendo assim, o Feedback é a maneira mais comum

e talvez, a mais importante, na hora de reforçar a aprendizagem.

Portanto, a aprendizagem deve ser vista dentro de uma

organização como um conjunto de processos e métodos que

permitem ao funcionários adquirir condutas profissionais, visando

aos aperfeiçoamento e crescimento, assim como também,

colaborar na maior produtividade da organização.

37

CONCLUSÃO

Para Senge (1990), "a verdadeira aprendizagem está intimamente

relacionada com o que significa ser humano", ou seja, aprender é algo

intrínseco a natureza humana. O desafio está em tornar o "ensinar" também

um hábito.

Nesse contexto, muitas empresas têm investido na capacitação de

multiplicadores, sejam eles colaboradores de diversas áreas que possuem

dentre as suas atribuições propagar o conhecimento ou sejam eles

colaboradores que atuam exclusivamente com essa função.

O papel de desenvolver o capital intelectual dos indivíduos em uma

empresa compete a todos os colaboradores, e está condicionada ao

desenvolvimento das habilidades, conhecimentos e atitudes inerentes ao papel

de Multiplicador. Os Multiplicadores nas empresas desempenham vários

cargos: pesquisador, professor, técnico, gerente, supervisor, chefe, escriturário

e muitos outros. Não importa sua posição na hierarquia, qualquer um, desde

que tenha o perfil de Multiplicador desenvolvido, poderá multiplicar

ensinamentos e posturas.

O multiplicador precisa ter uma visão sistêmica do negócio da empresa e

muita clareza do seu papel . É necessário que se entenda os impactos do que

seu papel pode difundir dentro da empresa.

No entanto, existem os colaboradores cujo seu papel está em multiplicar

conhecimento. Eles exercem funções diversas como analista de produto,

gerente administrativo financeiro, dentre outras e precisam, por vezes, ensinar

aquilo ou parte daquilo que fazem ou são especialistas. É preciso treinar

treinadores para o exercício pleno dessa atividade que permite o

desenvolvimento não só das pessoas, mas da organização.

É crucial reforçar a importância desse papel para que toda a

engrenagem se movimente. Afinal, mais do que ensinar, ajudar a aprender é

desenvolver a organização, é estimular padrões de comportamento novos , é

6 Retorno, resposta.

38

expandir a capacidade de criar resultados, é dar liberdade à aspiração coletiva

e é permitir o exercício do "aprender junto".

O processo de treinar pessoas permite o desenvolvimento constante

daqueles que multiplicam o conhecimento. O pressuposto para a coerência

nesse processo é permitir-se aprender para ensinar e como dizia Cora

Coralina: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".

39

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40

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04/02/2016.

41

ANEXO DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo de competências do Multiplicador

Figura 2 – Articulação dos conceitos de competência, gestão do conhecimento

e aprendizagem

42

Figura 3 – Fatores que influenciam o compartilhamento entre indivíduos

44

Figura 5 – As três dimensões da Competência