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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM por MILENE GONÇALVES COSTA Orientada por: PROFESSOR Dr. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO Rio de Janeiro, Janeiro de 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

por

MILENE GONÇALVES COSTA

Orientada por: PROFESSOR Dr. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO

Rio de Janeiro,

Janeiro de 2010

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade Candido Mendes, Instituto A Vez do Mestre (IAVM), para obtenção de Grau de Pedagogia.

Rio de Janeiro, 2010

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Por Milene Gonçalves Costa

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos que torceram para que eu alcançasse meus objetivos, mas essencialmente ao meu marido, grande incentivador nos momentos de desânimo e sempre compreendendo a minha falta de tempo para nossa família.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre estar ao meu lado atendendo a todas as minhas necessidades, não me faltando nunca, fazendo com que eu me tornasse uma pessoa de bem, providenciando sempre para que eu andasse com humildade e esforçando-me incansavelmente pelos meus objetivos.

Ao meu marido que sempre esteve preocupado em direcionar todos os meus passos para que eu desse sempre o meu melhor em tudo o que faço. E a minha filha por compreender que a falta que às vezes faço é pelo seu bem.

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EPÍGRAFE

“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”

(Rubem Alves)

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RESUMO

Este trabalho destaca aspectos relativos à Educação Infantil, desde

sua trajetória histórica até os dias atuais e a carga de importância que a

mesma possui no processo de ensino aprendizagem da criança, explicitando

de forma clara quais os aspectos favoráveis ao desenvolvimento da criança

quando a mesma tem a oportunidade de freqüentar a Educação Infantil,

primeira etapa da Educação Básica, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB), tendo em vista ser nesta fase que a criança

desenvolve aspectos importantes que servirão de base para uma alfabetização

plena. O educando que passa pela Educação Infantil recebe estímulos

adequados e necessários ao seu desenvolvimento cognitivo e social tornando-

se um cidadão consciente de seus direitos e deveres dentro da sociedade em

que se encontra inserido. Também será ressaltada a importância da família

neste processo e essencialmente a capacitação dos profissionais que atuam

nesta área. Alguns pontos sobre o desenvolvimento da criança segundo Piaget

estão expostos para que se entenda melhor como todo este processo ocorre, e

aspectos que devem ser levados em conta por educadores nesta fase pela

qual a criança será submetida anterior a sua alfabetização.

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METODOLOGIA

Depois de atualizada pesquisa bibliografia e webgrafia sobre os

aspectos que tratam do desenvolvimento da criança e a importância dos

estímulos que podem ser oferecidos para que este desenvolvimento ocorra de

forma plena, desenvolvi pesquisas através de observação direta em escolas de

Educação Infantil e outras que apenas ofereciam a partir do primeiro segmento

do Ensino Fundamental e pude constatar que indiscutivelmente os alunos

quase em sua totalidade apresentavam um maior rendimento quando tinham a

oportunidade de freqüentar está etapa da Educação Básica.

Nesta etapa a criança é levada a identificar os meios que farão com

que estabeleça relação entre o que aprende e sua realidade, onde reconhece

que todos têm direitos e deveres que devem ser respeitados. Desenvolve

tolerância, autonomia, capacidade de resolver problemas que ocorrem no dia-

a-dia sem lançar mão de posturas violentas e desagradáveis.

Foi possível desenvolver está pesquisa, que traz desde os

fundamentos históricos até o funcionamento desta etapa da aprendizagem,

levando em conta todos os aspectos pertinentes da mesma, consultando

informalmente alguns profissionais de Educação Infantil e mantendo contato

com criança ao realizarem suas atividades em sala de aula.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................... 09

CAPÍTULO I – TRAJETÓRIA HISTÓRICA............................................ 12

1.1. EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL............................................... 13

1.2. CRECHE COMO DIREITO DA CRIANÇA E DEVER DO

ESTADO ............................................................................................ 17

CAPÍTULO II – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A

EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS OBJETIVOS....................................... 19

2.1. A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS

PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................. 25

CAPÍTULO III – FUNÇÃO DA CRECHE E DA PRÉ-ESCOLA................. 27

3.1. A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA.................................................... 29

3.2. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR................................................... 30

CAPÍTULO IV – OS JOGOS E AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO

COGNITIVO DA CRIANÇA.................................................................. 32

4.1. BASE ALFABÉTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL............................. 33

4.2. O EDUCADOR COMO MEDIADOR NA AQUISIÇÃO DE

CONHECIMENTO ............................................................................... 34

CONCLUSÃO...................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA.................................................................................... 40

WEBGRAFIA...................................................................................... 41

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INTRODUÇÃO

Considerando que a arte de educar e de cuidar são características

inerentes à raça humana, e que desde sempre houve uma preocupação em

cuidar e educar as crianças desde cedo, é que se toma importante essa

pesquisa, pois aqui a preocupação sobre a educação e o cuidado infantil se fez

presente ao longo de todo o estudo. Como se objetivou apresentar a

importância da educação infantil no processo de ensino aprendizagem da

criança, procurou-se, primeiramente, apresentar, como elo para a introdução

da pesquisa, a história da Educação Infantil, enfatizando os caminhos que ela

atravessou até hoje para se constituir em um processo de educação importante

para o ser humano.

A Educação Infantil vem passando por um longo e permanente

processo de transformação no Brasil, especialmente nos últimos 20 anos. Se

antes as escolas responsáveis pela fase inicial do aprendizado da criança

adquiriam caráter de assistência social, hoje é consenso que essas instituições

são sim, um assunto do âmbito da Educação. Mais do que isso: especialistas,

educadores e pesquisadores reconhecem a importância do desenvolvimento

integral nos primeiros anos de vida e encaram a vivência escolar como parte

essencial desse processo. A preocupação se reflete na inclusão do tema como

um dos itens do Compromisso Todos Pela Educação1, lançado pelo

Ministério da Educação (MEC, 2007) como parte do Plano de

Desenvolvimento da Educação.

Embora a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) defina a Educação Infantil

como “primeira etapa da educação básica” (artigo 29) e delegue a ela a

finalidade de “desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em

seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação

da família e da comunidade”, na prática, ainda são tímidos os investimentos

1 Movimento de diversos setores da sociedade que tem por objetivo efetivar o direito a educação de qualidade para todos e estabeleceu 5 metas que o Brasil deve alcançar até 2022. Meta 2 – Toda criança plenamente alfabetizada até os oito anos de idade.

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nesse sentido especialmente no Ensino Público, uma responsabilidade dos

governos municipais.

Esta monografia mostra a importância da Educação Infantil e sua

contribuição para o desenvolvimento e a alfabetização da criança. Este

trabalho descreve a trajetória histórica da Educação Infantil no contexto da

Educação, que concebe a criança, ao longo do tempo, como “sujeito de direito”.

Nas últimas décadas, a legislação, as diretrizes políticas e as iniciativas

públicas representam avanços significativos, revelando que a sociedade está

consciente da importância das experiências educativas presentes na Educação

Infantil. Também se ressalta o trabalho desenvolvido pelo professor e a sua

prática pedagógica que muito contribui para uma aprendizagem significativa e

prazerosa.

Com o desenvolvimento da educação a partir do educando, as

atividades lúdicas passaram a ser valorizadas na escola como poderosas

ferramentas para o aprendizado de conteúdos “científicos” e de

comportamentos socialmente desejáveis, tornando-se assim um dos elementos

chave para que o desenvolvimento cognitivo da criança ocorra de forma plena.

No capítulo I apresentam-se a trajetória histórica das Creches e Pré

Escolas desde seu aparecimento até os dias atuais, passando de sua função

meramente assistencialista para a atual, de cunho também pedagógico.

No capítulo II, o Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil fora exposto com todo o seu conteúdo em partes separadas, para nos

dar uma ideia de sua importância. Também fora tratado neste capítulo a

importância da capacitação dos educadores que atuam neste segmento de

ensino.

No capítulo III é discutida a função das creches e Pré-Escolas e

tratada a questão da participação dos pais como parte essencial deste

processo. A questão lúdica como forma de promover um aprendizado mais

eficiente e prazeroso através do ato de “brincar” também fazendo parte desta

fase.

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No capítulo IV, através da teoria de Jean Piaget, foram expostas as

etapas do desenvolvimento cognitivo da criança como forma de

compreendermos como o aprendizado se dá até a conquista da base alfabética

essencial para a aquisição da leitura e escrita pela criança.

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CAPÍTULO I

TRAJETÓRIA HISTÓRICA

Do ponto de vista histórico, a educação da criança esteve sob a

responsabilidade exclusiva da família durante séculos, porque era no convívio

com os adultos e outras crianças que ela participava das tradições e aprendia

as normas e regras de sua cultura. Na sociedade contemporânea, por sua vez,

a criança tem a oportunidade de frequentar um ambiente de socialização,

convivendo e aprendendo sobre sua cultura mediante diferentes interações

com seus pares.

As primeiras instituições na Europa e Estados Unidos tinham como

objetivos cuidar e proteger as crianças enquanto às mães saíam para o

trabalho. Desta maneira, sua origem e expansão como instituição de cuidados

à criança estão associadas à transformação da família, de extensa para

nuclear. Sua origem, na sociedade ocidental, de acordo com Didonet (2001),

baseia-se no trinômio: mulher-trabalho-criança. As creches, escolas maternais

e jardins de infância tiveram, somente no seu início, o objetivo assistencialista,

cujo enfoque era a guarda, higiene, alimentação e os cuidados físicos das

crianças.

Apesar de seu início estar mais voltado para as questões

assistenciais e de custódia, Kuhlmann (2001) ressalta que essas instituições se

preocuparam com questões não só de cuidados, mas de educação, visto se

apresentarem como pedagógicas já em seu início.

Exemplifica sua defesa com a “Escola de Principiantes” ou escola de

tricolar, criada pelo pastor Oberlin, na França em meados de 1769, para

crianças de dois a seis anos de idade.

Esse pastor criou apenas um programa de passeios, trabalhos manuais

e histórias contadas com gravuras, nos quais suas escolas de tricô tinham

como objetivo, por meio do trabalho de mulheres da comunidade, tomar conta

de crianças, ensinando-lhes a ler a Bíblia e a tricolar. De acordo com seus

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objetivos, nesses espaços, as crianças deveriam aprender diferentes

habilidades, como adquirir hábitos de obediência, bondade, identificar as letras

do alfabeto, pronunciar bem as palavras e assimilar noções de moral e religião.

A escola de Robert Owen, criada no ano de 1816 nem New Lanark, na

Escócia, também é um exemplo de que essas instituições foram pensadas na

perspectiva pedagógica, já que sua escola recebia crianças de dezoito meses

até vinte cinco anos de idade e tinha como objetivo trabalhar lições que

abordavam a natureza, exercícios de dança e do canto. Os materiais didáticos

tinham um propósito educativo, porque possibilitavam às crianças o

desenvolvimento do raciocínio e o julgamento correto diante das situações

propostas pelo professor.

A intenção dessas instituições era, primeiramente, retirar das ruas as

crianças em situação de risco e dos perigos a que estavam expostas; em

seguida, proporcionar-lhes o desenvolvimento da inteligência e dos bons

costumes, segundo o autor citado.

A partir da segunda metade do século XIX, o quadro das instituições

destinadas à primeira infância era formado basicamente da creche e do jardim

de infância ao lado de outras modalidades educacionais, que foram absorvidas

como modelos em diferentes países. No Brasil, por exemplo, a creche foi

criada exclusivamente com caráter assistencialista, o que diferenciou essa

instituição das demais criadas nos países europeus e norte-americanos, que

tinham nos seus objetivos também o caráter pedagógico. Essas diferenças

exigem que seja analisada na sua especificidade, para que se possa

compreender a trajetória desse nível de ensino no caso brasileiro e na relação

que estabelece com o contexto universal.

1.1. Educação Infantil no Brasil

Em nosso país, o cuidado e a atenção a crianças pequenas, em

instituições educacionais, foram concebidos como: lugar de guarda e

atendimento das crianças durante o trabalho das mães. Com o surgimento de

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interesses sociais decorrentes da expansão industrial e das mudanças nas

relações familiares, pela participação da mulher no mercado de trabalho,

surgem, de forma mais significativa, as creches e os jardins de infância. As

reivindicações operárias, dirigidas inicialmente aos donos de indústrias, foram

sendo, como o tempo, canalizadas para o Estado e atuaram como força de

pressão para criação de creches, escolas maternas e parques infantis por parte

dos órgãos governamentais. Em 1923, a primeira regulamentação sobre o

trabalho da mulher previa a instalação de creches e salas de amamentação,

próximas do ambiente de trabalho e de estabelecimentos comerciais e

industriais e deveriam facilitar a amamentação durante a jornada de trabalho

destas empregadas.

Em 1924, educadores interessados no movimento das Escolas

Novas fundaram a Associação Brasileira de Educação.

Em 1929, Lourenço Filho publicou o livro Introdução ao estudo da

Escola Nova, divulgando as novas concepções entre os educadores brasileiros.

Em 1932, aconteceu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Os

pontos defendidos nesse documento fizeram surgir movimentos de renovação

educacional. Dentre os aspectos apresentados pelo Manifesto, encontramos: a

educação como função pública, a existência de uma escola única e da co-

educação de meninos e meninas, a necessidade de um ensino ativo das salas

e de o ensino elementar ser laico, gratuito e obrigatório e a educação Pré-

Escolar instituída como a base do Sistema Escolar.

Apesar de mobilização em torno desta renovação pedagógica, as

instituições voltadas para a proteção da criança, de iniciativas governamentais,

começaram a prosperar somente na década de 40, sendo que o higienismo, a

filantropia e a puericultura dominaram, na época, a perspectiva de educação de

crianças pequenas. O atendimento fora da família aos filhos que ainda não

frequentassem o ensino primário era vinculado a questões de saúde.

Até a década de 50, as raras creches existentes eram de

responsabilidade de entidades filantrópicas pertencentes a leigos e,

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principalmente, aos religiosos. Posteriormente, essas entidades passaram a

receber ajuda governamental. O atendimento assistencial-protetoral era o

objetivo do trabalho desenvolvido nas creches. A preocupação era alimentar,

cuidar da higiene e da segurança física, não valorizando o trabalho orientado à

educação e ao desenvolvimento intelectual e afetivo da criança.

Em 1961, a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional inclui a

educação pré-primária no sistema de ensino, estabelecendo que:

Art. 23 – “A educação pré-primária destina-se aos

menores de 7 anos, e será ministrada em escolas

maternais ou jardins de infância”.

Art. 24 – “As empresas que tenham a seu serviço

mães de menores de 7 anos serão estimuladas a

organizar e manter, por iniciativa própria ou com

cooperação com os poderes públicos, instituições

de educação pré-primária.

Em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº

5692 dispõem que:

“Os sistemas velarão para que as crianças de

idade inferior a 7 anos recebam educação em

escolas maternais, jardins de infância ou

instituições equivalentes”.

Creches e pré-escolas voltaram a ser defendidas, agora por

diferentes segmentos, já que o cenário mostrava o crescimento do operariado,

a entrada das mulheres da classe média no mercado de trabalho e a redução

de espaços às brincadeiras infantis por conta da proliferação de prédios de

edifícios com apartamentos residenciais em lugar de casas.

Assim, creches e pré-escolas desenvolveram suas propostas

conforme a camada social que estaria sendo atendida. Sob o nome de

educação compensatória, foram sendo elaboradas propostas de trabalho para

as creches e pré-escolas que atendiam essencialmente a população de baixa

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renda. Tais propostas visam à estimulação precoce e o preparo para a

alfabetização, mantendo, no entanto, as práticas educativas geradas por uma

visão assistencialista da educação e do ensino.

O crescimento das creches e pré-escolas nas redes particulares

aconteceu por conta da entrada cada vez maior das mulheres das camadas

médias no mercado de trabalho, sendo que estas instituições tiveram

condições de desenvolver projetos pedagógicos enriquecidos com os frutos

das pesquisas e reflexões provenientes da Escola Nova, numa perspectiva

mais cientifica e voltada para dimensão crítica da sociedade.

Em 1988, a Constituição Federal coloca a Educação Infantil como

um dever do Estado, estabelecendo o seguinte:

Art. 208 – O dever do estado com a educação

será efetivado mediante a seguinte garantia de:

IV – atendimento em creche e pré-escola às

crianças de zero a seis anos de idade.

Assim a Constituição Federal de 1988 também definiu a Educação

Infantil como um direito da criança e uma opção da família.

Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) definiu

através do artigo 54, inciso IV, o dever do estado em relação à Educação

Infantil.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº

9394 estabeleceu que:

A Educação Infantil tem como finalidade o

desenvolvimento integral das crianças até seis

anos de idade, em seus aspectos físicos,

psicológicos, intelectual e social, complementando

a ação da família e da comunidade. (art. 29)

A lei afirma que a criança é um ser histórico e social. Ela é cidadã

agora, e não somente no futuro.

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Diz mais a Lei 9394/96:

Artigo 21 – A educação escolar compõe-se de:

I – educação básica, formada pela educação

infantil, ensino fundamental e ensino médio;

II – educação superior.

A lei afirma que a Educação Infantil faz parte integrante do sistema

de ensino, reconhecendo que as creches e pré-escola, ao cuidarem das

crianças, desempenham um papel importante em seu desenvolvimento e

educação.

Um Referencial Curricular Nacional foi formulado pelo MEC e

Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil foram definidas pelo Conselho

Nacional de Educação.

Com tudo podemos obsevar, que a partir daí a Educação Infantil

passaria a ir além das perspectivas assistencialistas e higienista, deixando bem

caminho fez-se necessário para alcançar com maior qualidade os objetivos

propostos em lei, o que exigiria dentre outros aspectos maior formação e

aperfeiçoamento dos profissionais desta área.

1.2. A Creche como Direito da Criança e dever do Estado

De acordo com o que a Constituição Federal e a LDB da Educação

Nacional definiram as creches são para crianças de zero a três anos de idade e

as pré-escolas são para crianças de quatro a seis anos de idade. O termo

creche sempre esteve vinculado a um serviço oferecido à população de baixa

renda. Já a pré-escola era voltada para as crianças maiores. A creche se

caracterizava por uma atuação em horário integral, e a pré-escola, por um

funcionamento semelhante ao da escola, em meio período. A creche se

subordinava e era mantida por órgãos de caráter médico/assistencial, e a pré-

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escola aos órgãos vinculados ao sistema educacional. Essa divisão não é mais

permitida, pois deve ser feita hoje, apenas pela faixa etária.

A sociedade demorou a entender que infância é um período importante

e as crianças são diferentes em determinadas idades. Fazem somente pouco

mais de dez anos que o Ministério da Educação – com a participação da Lei de

Diretrizes e Bases – reconheceu a educação infantil como parte da educação

básica de qualquer brasileiro. Isso reflete no que é oferecido às famílias, pois,

entre outras coisas, indica ser fundamental a especialização do educador e

para que este direito seja de fato atendido de forma eficaz, tendo em vista a

necessidade de se desenvolver um trabalho totalmente diferenciado e

direcionado para esta faixa etária visando assim que os objetos propostos não

venham a ser entendidos apenas de forma parcial.

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CAPÍTULO II

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONALPARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL E SEUS OBJETIVOS

Atendendo as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei 9394/96) que estabeleceu, pela primeira vez na

história de nosso país, que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação

Básica e considerando a fase transitória pela qual passaram as creches e pré-

escolas na busca por uma ação integrada que incorpora-se às atividades

educativas aos cuidados essenciais das crianças e de suas brincadeiras, o

Referencial aponta metas de qualidade que contribuem para que as crianças

tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de

crescerem como cidadãos cujos direitos à infância sejam reconhecidos.

Contribui para que seja realizado, nas instituições, o objetivo socializador dessa

etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação, pelas

crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural.

Esse documento é fruto de um amplo debate nacional, no qual

participaram professores e diversos profissionais que atuam diretamente com

as crianças, contribuindo com conhecimentos diversos provenientes tanto da

vasta e longa experiência prática de alguns, como da reflexão acadêmica,

cientifica ou administrativa de outros. Ele representa um avanço na Educação

Infantil ao buscar soluções educativas para a superação, de um lado da

tradição assistencialista das creches e, de outro, da marca da antecipação da

escolaridade das pré-escolas. O Referencial foi concebido de maneira a servir

como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e

orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com

crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a

diversidade cultural brasileira.

É uma referência para estruturação de currículo, de caráter nacional,

para a Educação Infantil.

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O Referencial acabou sendo um marco, em termos de reforçar a

importância da Educação Infantil. É necessário ressaltar que todas as ideias e

propostas contidas no Referencial são tão-somente sugestões. Não há

obrigação de segui-las. As Diretrizes são obrigatórias. O Referencial foi

organizado em três volumes, sendo que o primeiro livro, denominado de

Introdução, apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil.

Na parte “Algumas considerações sobre creches e pré-escolas”, é

apresentado um breve histórico sobre as creches e pré-escolas onde é

reforçada a ideia da necessidade de integração entre educar/cuidar.

Na parte denominada A criança, comenta-se sobre as diferentes

concepções de infância. Outra parte é sobre “Educar”, que significa “propiciar

situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma

integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades

infantis”.

Sobre “As aprendizagens em situações orientadas”, o Referencial

apresenta as seguintes condições gerais relativas às aprendizagens infantis:

interação, diversidade e individualidade; aprendizagem significativa e

conhecimentos prévios; resolução de problemas; proximidade com as práticas

sociais reais; educar crianças com necessidades especiais.

Na parte “O professor de Educação Infantil”, afirma-se que muitos

dos profissionais ainda têm formação inadequada, recebem remuneração baixa

e trabalham sob condições bastante precárias.

A estrutura do Referencial Curricular Nacional foi pensada na intenção

de tomar visível esta articulação, relacionando objetivos gerais e específicos,

conteúdos e orientações didáticas, conforme apresentamos abaixo.

Organização por idade – zero a três e quatro a seis anos.

Organização em âmbitos – de caráter instrumental e didático.

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Formação pessoal e social (identidade e autonomia)

0 a 3 anos 4 a 6 anos

Auto-estima

Escolha

Faz-de-conta

Interação

Imagem

Cuidados

Segurança

Cuidados pessoais

Nome

Imagem

Independência e autonomia

Respeito à diversidade

Identidade de gênero

Interação

Jogos e brincadeiras

Conhecimentos de mundo

Motivo Expressividade

Equilíbrio e coordenação

Música O fazer musical

Apreciação musical

Artes visuais O fazer artístico

Apreciação em artes visuais

Linguagem oral e escrita

(4 a 6 anos)

Falar e escutar

Práticas de leitura

Práticas de escrita

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Natureza e sociedade

(4 a 6 anos)

Organização de grupos

Os lugares e suas paisagens

Objetos e processos de transformação

Os seres vivos

Os fenômenos da natureza

Matemática (4 a 6 anos) Números e sistema de numeração

Grandezas e medidas

Espaço e formas

Componentes curriculares – apresentam-se por meio dos objetivos, dos

conteúdos e das orientações didáticas.

Os objetivos explicitam as intenções educativas e estabelecem

capacidades que as crianças poderão desenvolver como consequência de

ações intencionais do professor, auxiliam na seleção de conteúdos e meios

didáticos.

Os conteúdos significam que as diferentes aprendizagens se dão por

meio de sucessivas reorganizações do conhecimento. Nesses termos, há:

Conteúdos Conceituais – conhecimento de conceitos, fatos e princípios;

Conteúdos Procedimentais – significa saber fazer;

Conteúdos Atitudinais – valores, atitudes e normas.

Sobre a seleção de conteúdos, é destacado o fato de que eles devem

estar ligados ao grau de significado que têm para as crianças e para o

professor. O documento também destacada a importância da integração dos

conteúdos.

Com relação às orientações didáticas, remete-se ao “como fazer”.

Assim, são ressaltadas algumas considerações:

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Organização do tempo;

Organização do espaço e seleção dos materiais;

Observação, registro e avaliação formativa.

No capítulo dos “Objetivos Gerais da Educação Infantil” são

apresentadas oito diferentes capacidades que as crianças devem desenvolver

a partir da prática da Educação Infantil. São elas:

Desenvolver uma imagem positiva de si mesmo (independência e

confiança);

Descobrir e conhecer progressivamente o próprio corpo, suas

potencialidades e seus limites (hábitos de cuidado com a saúde e o bem-

estar);

Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças

(comunicação e interação social);

Estabelecer e ampliar as relações sociais (atitudes de ajuda e

colaboração);

Observar e explorar o ambiente demonstrando atitudes de curiosidade

(participante ativo do ambiente);

Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e

necessidades;

Desenvolver e utilizar suas diferentes linguagens (corporal, musical,

plástica, oral e escrita);

Conhecer manifestações culturais demonstrando interesse, respeito e

participação, valorizando a diversidade.

Em outro capítulo, “A Instituição e o Projeto Educativo” é afirmado

que, para a elaboração do projeto educativo de instituições de Educação

Infantil, é preciso estar atento a duas dimensões complementares:

Condições externas – são as características socioculturais da

comunidade e as necessidades e expectativas da população atendida;

Condições internas – são a estrutura de funcionamento (horário, turmas

que atende etc.) e a proposta curricular (um dos elementos do projeto

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educativo e deve ser realizada coletivamente). Nas “Condições Internas”, há

outros aspectos de grande relevância para o desenvolvimento do projeto

pedagógico, que são:

1. Ambiente institucional – cooperação e respeito entre profissionais e

entre esses e as famílias;

2. Formação do coletivo institucional;

3. Espaço para formação continuada;

4. Espaço físico e recursos materiais;

5. Versatilidade do espaço;

6. Organização do tempo;

7. Ambientes de cuidados;

8. Parceria com as famílias;

Critérios para formação de grupos de crianças: no Referencial,

aconselha-se esta relação criança/adulto:

0 a 12 meses – 6 crianças para 1 adulto (com ajudante);

1 a 2 anos – 8 crianças para 1 adulto (com ajudante);

2 a 3 anos – 15 crianças para 1 adulto;

a 6 anos – 25 crianças para 1 adulto.

Respeito aos vários tipos de estruturas familiares:

Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças;

Estabelecimento de canais de comunicação;

Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo;

Acolhimento das famílias e das crianças na instituição;

Substituição de professor (deve ser pensado como projeto educacional);

Acolhimento de famílias com necessidades especiais.

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São estas as questões fundamentais apresentadas no importante

documento do MEC, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil,

que precisam servir de balizamento mínimo à prática na Educação Infantil no

nosso país.

Para que esses objetivos sejam alcançados de modo integrado, o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil sugere que as

atividades devem ser oferecidas para as crianças não só por meio das

brincadeiras, mas aquelas advindas de situações pedagógicas orientadas.

Nesse sentido, a integração entre ambos os aspectos é relevante no

desenvolvimento do trabalho do professor, uma vez que: Educar significa,

portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens

orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento

das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros,

em uma atitude de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças,

aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998a,

p. 23).

2.1. A Importância da Formação e Aperfeiçoamento dos

Profissionais que atuam na Educação Infantil

Em decorrência da valorização da criança como sujeito de direitos e

deveres, a criança – cidadã, e a inserção da educação infantil na educação

básica que se estabelece na LDB, há uma nova exigência em relação à

formação de educadores da educação infantil, principalmente no caso das

creches, e não limitar sua atuação apenas com o guarda e o cuidado de

crianças. A formação do docente da Educação Infantil tem sido deficitária,

ressaltando a dos que trabalham nas creches, área de muita atuação leiga e

basicamente feminina.

O modelo escolar para a Educação Infantil pede a presença de

professores polivalentes que interajam com a criança desde bem pequenas.

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A pedagogia de criança de zero a seis anos exige profissionais com

o corpo de conhecimento capaz de favorecer a criança em seu desenvolvimento

pleno, na construção do conhecimento, explorando o ambiente de forma

completa, já que a criança aprende de modo integrado. Ela tem características

especificas devido ao seu estágio de desenvolvimento, aos seus processos de

crescimento e à sua fragilidade.

A LDB diz no título VI, art. 62 que: “A formação de docentes para atuar

na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de

Graduação Plena, em Universidade e Institutos Superiores de Educação,

admitida, como formação mínima para o exercício do Magistério na Educação

Infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em

Nível Médio, na modalidade Normal.

Eis o que diz o Referencial (MEC/SEF, 1998) a respeito do perfil do

profissional:

“O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor

tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao

professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que

abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos

específicos provenientes das diversas áreas de conhecimento.

Este caráter polivalente demanda, por sua vez, de uma formação

bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um

aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo

com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e

buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve.

São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta

com as crianças e observação. O registro, o planejamento e a

avaliação” (p.41)

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27

CAPÍTULO III

FUNÇÃO DA CRECHE E DA PRÉ-ESCOLA

Pesquisas científicas sobre desenvolvimento infantil deixam evidente

a real importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento físico,

cognitivo, afetivo e social dos seres humanos. A Educação Infantil tem um

papel fundamental na formação do indivíduo e reflete em uma melhora

significativa no aprendizado da criança.

Trabalhar a democratização do ensino nos primeiros seis anos de

vida é essencial para melhorar o índice de aprendizado dos alunos, estimular

desde cedo à busca pelo conhecimento e eliminar as diferenças de origem

sócio-econômicas.

É na creche e na pré-escola que a criança a se conhecer e a

conhecer o outro, a se respeitar e a respeitar o outro, a desenvolver suas

habilidades e construir seu conhecimento.

O período de zero a seis anos é o mais importante na formação do

educando. É quando a criança constrói os principais instrumentos interiores de

que se servirá, em um primeiro momento de modo inconsciente, para se

relacionar com a chamada realidade exterior. Embora não pareça a muitos

adultos, está é seguramente a fase mais decisiva da vida. O tempo todo, a

criança age descobrindo, inventando, resistindo, perguntando e socializando.

Considerada como etapa essencial, é na Educação infantil que são

dados fundamentos primordiais ao desenvolvimento da criança. Como etapa

inicial dentro da dimensão de permanente suporte em todas as etapas da vida

do homem, a Educação Infantil torna-se muito importante para o

desenvolvimento coordenado no plano físico, psíquico, cognitivo e social da

criança.

O potencial que a criança traz ao nascer, num processo interativo

com as condições oferecidas pelo meio ambiente, irá direcionar o seu grau de

desenvolvimento, sua maneira de sentir, pensar e agir.

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Brincar fornece à criança a possibilidade de construir uma identidade

autônoma, cooperativa e criativa. A criança que brinca adentra ao mundo do

trabalho, da cultura e dos afetos pela vida de representação e da

experimentação.

A brincadeira é um espaço educativo fundamental da infância. Ao

contrário do que se acredita, nenhuma criança nasce sabendo brincar. Os

bebês têm que aprender a brincar com seus semelhantes, adultos ou crianças

mais velhas.

O movimento e as sensações do movimento são os primeiros

divertimentos que os adultos oferecem as crianças. Eles interagem com eles,

através do olhar, com sorrisos imitando os gestos aprendidos.

A Educação Infantil oportuniza situações em que a criança “amplia

os seus conhecimentos, desenvolve a experiência e a consciência da própria

capacidade de aprender, o gosto pela investigação e pela descoberta, a própria

capacidade de escolha, o espírito crítico, o pensamento, a expressão pessoal e

grupal através das mais variadas formas, registrando-se inclusive sua

introdução no processo de descoberta e utilização da linguagem escrita”.

A criança é o centro do processo educativo, mas o professor “exerce

um papel essencial como definidor da intencionalidade educativa e da

caracterização da atividade pedagógica”.

Portanto, o professor de educação infantil deve ter o conhecimento

da realidade social em que vivem as crianças; dos fatores de desenvolvimento

infantil, da teoria educacional mais adequada, bem como o conhecimento de

propostos pedagógicos que consideram as necessidades educacionais

especiais tendo hábitos e atitudes positivas de segurança, confiança,

cooperação e qualidades pessoais para o seu trabalho.

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3.1. A Participação da Família

É de se esperar que esta tarefa de educar uma mesma criança de

forma compartilhada, a partir de contextos tão diferentes como a casa e a

creche ou a pré-escola, acabem fazendo com que surjam dificuldades e

conflitos.

É preciso compreender que esse relacionamento pais-professores

envolve alguns sentimentos característicos, tais como: medo dos julgamentos,

disputas sobre quem conhece melhor a criança, sentimento de culpa dos pais

e, do outro lado, superioridade dos professores.

Mesmo que difícil, espera-se que a creche e a pré-escola consiga

promover entre professores e pais uma integração, uma colaboração mútua

que passa pela confiança e pelo conhecimento, com o objetivo de facilitar o

desenvolvimento harmônico das crianças.

CONHECER A CRIANÇA s Está falando do conhecimento progressivo e

mútuo, comprometimento em auxiliar e orientar pais e professores na busca de

uma compreensão mais ampla da criança. Acredita-se que esta relação entre

os pais e os professores contribui para que todos se sintam colaboradores e

interessados em oferecer a melhor educação para a criança.

ESTABELECER CRITÉRIOS EDUCATIVOS COMUNS s Este conhecimento

compartilhado entre pais e professores vai permitir que sejam estabelecidos

critérios educativos comuns. É importante que existam acordos com relação a

determinadas proibições e permissões. Esta coerência irá contribuir para o

desenvolvimento da criança.

OFERECER MODELOS DE INTERVENÇÃO E DE RELAÇÃO COM AS

CRIANÇAS s É comum os pais ficarem impressionados quando presenciam

seu filho guardando os brinquedos, obedecendo prontamente o professor e

tendo outras atitudes que não costuma ter em casa.

AJUDAR A CONHECER A FUNÇÃO EDUCATIVA DA CRECHE s É

fundamental que as famílias tenham a oportunidade de saber como é o

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funcionamento da creche ou pré-escola e que possam reconhecer e valorizar o

profissional da educação, em especial, aquele que tem conhecimentos

específicos para educar crianças pequenas. Existem diferentes maneiras de os

pais participarem, de se envolvem no trabalho da creche.

3.2. A Importância do Brincar

Podemos observar que brincar não significa apenas recrear, é muito

mais, pois é uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-

se consigo mesma e com o mundo.

O empenho dos adultos em estimular os bebês a interagirem com

aqueles que lhe são próximos (cantando ou embalando-os ao som de cantigas,

dizendo parlendas que terminam por cócegas no corpo do bebê, acionando

jogos variados com cores, luzes, timbres, etc.) e com seus brinquedos, é uma

forma espontânea de iniciação ao ato lúdico. Por exemplo: os pais e avós

costumam brincar com a criança pequena fazendo-a montar “a cavalo” em sua

perna e avançar por pequenos saltos de seu tornozelo ao joelho e vice-versa.

Maiorzinha, a criança ganha um cavalinho-de-pau e simula o impulso de andar

do cavalo e partir daí a criança identifica o animal em revistas, na tv e no jardim

zoológico. O ato de brincar assim evolui, altera-se de acordo com os interesses

próprios da faixa etária, conforme as necessidades de cada criança e também

com os valores da sociedade a qual pertence.

Cada vez mais reconhecidas como fonte de benefícios para as

crianças, às brincadeiras tradicionais vêm recebendo a valorização de pais,

educadores e recreadores. Muitos procuram contrapor-se à super oferta de

produtos lúdicos comercializados pela indústria especializada, e assim

incluindo várias dessas atividades lúdicas na programação curricular,

especialmente nas escolas infantis e nas primeiras séries do Ensino

Fundamental.

A tradicionalidade com que tais brincadeiras se mantêm em nossa

sociedade atestam sua importância no processo histórico-cultural. O significado

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da atividade lúdica para a criança está ligado a vários aspectos: o primeiro

deles, é o prazer de brincar livremente; seguem-se o desenvolvimento físico

que exige um gasto de energia para a manutenção diária do equilíbrio, do

controle da agressividade, a experimentação pessoal em habilidades e papéis

diversificado, a compreensão e incorporação de conceitos, a realização

simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as

dificuldades individuais, a interação e a adaptação ao grupo social, entre

outros.

As brincadeiras variam de uma região para outra e adquirem

peculiaridades regionais ou locais. No entanto, é possível reconhecer uma

mesma brincadeira e identificar as variantes surgidas, as fusões ocorridas no

decorrer do tempo. Muitas atividades desaparecem quando deixam de ser

funcionais aos grupos lúdicos, podendo vir a reaparecer em novas

combinações.

Existe uma pluralidade de ações lúdicas praticadas espontaneamente

pelas crianças. Elas contribuem para o desenvolvimento de habilidades

psicomotoras, cognitivas e também para a afetividade recíproca, a interação

social, estabelecendo laços de amizade entre os companheiros de folguedos.

Nas brincadeiras, a criança experimenta sentimentos diferentes (amor,

confiança, solidariedade, união, proteção; mas, pode também sentir inveja,

frustrações, rejeição, entre outros). Quase sempre existe o incentivo à

curiosidade, o estímulo à descoberta, à competição, propondo vivências que

traduzem simbolismos do mundo adulto e do mundo infantil, onde a criança

interage, busca soluções, coloca-se inteira, manipula problemas, descobre

caminhos, desenvolve-se como ser social exige sua participação ativa no

processo para um crescimento sadio, liberador de energias e de conflitos, onde

o equilíbrio pode ser encontrado no dia-a-dia.

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CAPÍTULO IV

O JOGO E AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

DA CRIANÇA

O jogo e a brincadeira estimulam o raciocínio e a imaginação, e

permitem que a criança explore diferentes comportamentos, situações,

capacidade e limites. Faz-se necessário, então, promover a diversidade dos

jogos e brincadeiras para que se amplie a oportunidade que os brinquedos

podem oferecer.

Segundo a teoria de Jean Piaget, as etapas do desenvolvimento são

divididas por períodos de acordo com os interesses e necessidades das

crianças em suas diferentes faixas etárias, a saber:

Período sensório motor (0 aos 24 anos)

Os primeiros esquemas do recém-nascido são esquemas de

reflexos, isto é, ações espontâneas que aparecem automaticamente devido a

certos estímulos.

Período pré-operatório (2 aos 7 anos)

O período pré-operatório tem inicio no desenvolvimento da criança,

com o aparecimento da atividade de representação que modificam as condutas

práticas, ou seja, a criança passa a fantasiar e imitar o que vê.

Período operatório concreto (7 aos 12 anos)

Nessa fase a criança demonstra a necessidade de ter um espaço

agradável para brincar e encontrar amigos. Pela amplitude que as relações

sociais vão acontecendo na vida da criança, percebe-se que as brincadeiras

simbólicas vão sendo substituídas por jogos construtivos e de regras. Surge

com mais frequência os jogos de competição, as regras são mais discutidas e

importantes para a criança. O interesse por coleções e esportes aumenta

nessa idade.

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No plano afetivo o grupo tem um papel fundamental na

descentralização e na conquista de seu pensamento.

4.1. Base Alfabética na Educação Infantil

Foi o tempo em que acreditavam que a educação infantil era apenas

um espaço para as crianças brincarem. Aos poucos esse trabalho foi se

legitimando, criando suas áreas específicas, fortalecendo assim as bases da

educação.

Quando uma criança entra na escola, a princípio, o mais importante

para seu desenvolvimento é aprender a conviver em um grupo. Compartilhar

objetos e brincadeiras, respeitar o próximo, perceber que cada um tem o seu

momento de falar, tornando-se mais sociável.

Mas existem outros aspectos de relevante importância nessa fase,

como criar uma base alfabética, ou seja, dar aos alunos condições de

chegarem ao período de alfabetização com alguns conceitos já estabelecidos

no sei processo de aprendizagem.

Normalmente, a base alfabética é construída em razão das

informações recebidas pelo meio em que se vive. A criança vai identificando os

códigos escritos e fazendo referencia com outras palavras que visualiza,

descobrindo que agrupar letras é uma atividade prazerosa.

No contato com livros e letras a criança forma sua base alfabética, ao ir

numa lanchonete famosa, por exemplo, a criança memoriza o código escrito

daquela marca. Ao andar pelas ruas da cidade, visualiza a mesma marca em

um outdoor, por exemplo, reconhecendo-a. Dessa forma, as letras que

compõem tal palavra já estão arquivadas em sua memória, bem como o seu

som, sua pronúncia.

Ao ter contato com o mundo letrado, a criança passa a identificar os

códigos escritos, ficando mais atenta aos mesmos. Em sua casa, percebe os

rótulos das embalagens, identificam às letras e palavras folheando revistas, na

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própria imagem televisiva, o que vai dando uma base de conhecimento até que

seja alfabetizada.

A escola é o espaço da aprendizagem sistemática, onde são

trabalhados os conteúdos necessários para a formação do cidadão. Porém,

esta deve fazer com que seus ambientes sejam favoráveis ao aprendizado.

Como ensinar o aluno a ler se não tem um cartaz afixado nas paredes

da sala? Como despertar o gosto pela leitura se os livros literários ficam

trancados dentro dos armários e as crianças não têm acesso aos mesmos?

Como aprender a ler se a criança não tem contato com as letras?

A sala de aula deve ser o ambiente que promove o saber, o conhecer,

que aguça a curiosidade das crianças, para que façam suas próprias

conclusões acerca da formação da escrita. Os projetos trabalhados devem

apresentar momentos em que os alunos contextualizem os conhecimentos já

adquiridos, que possam experimentar, arriscar e elaborar suas primeiras

hipóteses, pois ao chegar no primeiro ano terá formado a sua base alfabética,

em face das experiências vividas no mundo letrado.

4.2. O EUCADOR COMO MEDIADOR NA AQUISIÇÃO DE

CONHECIMENTO

Na etapa inicial, isto é, na Educação Infantil, a escola tem a função

de orientar o aluno para que seja possível para ele apropriar-se da escrita

alfabética identificando sua funcionalidade.

Para realizar essa função, o educador não deve permitir que o aluno

se esforce para identificar que as palavras que pronunciamos de forma

parecida também são escritas de forma parecida. O educador deve cuidar para

que o aluno reflita sobre determinadas palavras. É essencial praticar a leitura e

a escrita no cotidiano escolar, trabalhar com palavras, propiciar aos alunos,

refletir sobre elas, exercitando sua escrita ao “montá-las de desmontá-las”.

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Nessas ocasiões, mesmo ainda sem saber ler convencionalmente, os

alunos poderão se apropriar de algumas estratégias de leitura como, por

exemplo, a de checagem de hipóteses, de comparação, entre outras.

O processo de alfabetização ocorre durante toda a escolaridade e tem

início antes mesmo da criança ingressar na escola. Implica em tomar como

ponto de partida, o texto, pois este é revestido de função social e não mais as

palavras ou silabas sem sentido. O professor deve buscar um vocabulário que

tenha realmente significado para a criança. Isto é, que seja retirado das suas

experiências. Hoje em dia a cartilha não é um recurso muito favorável a

aprendizagem, tendo em vista não ter qualquer significado para o aluno

apresentando textos desconexos, apenas garantindo a memorização das

famílias silábicas.

O mais adequado é que o educador tome por base o texto e não mais

as palavras-chaves. O texto deve ser o elemento fundamental para inserir a

criança no universo letrado.

Além da escrita espontânea, pode ser considerado também o trabalho

com modelos, que possibilitam as crianças comparem suas hipóteses com o

convencional. Através de listas de palavras de um mesmo campo da

semântica. (brinquedos, jogos prediletos, comidas preferidas, personagens de

livros e gibis, nomes dos alunos da classe, frutas) das parlendas e de outros

textos, o educando, hoje, pode ampliar suas concepções e progredir na

aquisição da base alfabética, como na compreensão de outros aspectos.

Os diversos tipos de texto devem aparecer como objeto de análise,

permitindo que os alunos possam diferenciá-los, conhecendo suas funções e

características.

Para que isso ocorra, é essencial que saibam interpretá-los e até

mesmo escrevê-los. A expressão pessoal (bilhetes, cartas, receitas culinárias,

etc) deve fazer parte do trabalho do professor, no entanto, esta deve vir

acompanhada pela escrita de outros textos, inclusive com o apoio de modelos.

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Cabe à escola, desde a Educação Infantil, alimentar a reflexão sobre

as palavras, observando, por exemplo, que há palavras maiores e outras

menores, que algumas palavras rimam, que determinadas palavras tem partes

ou iniciais semelhantes, que aqueles partes iguais são escritas com mesmas

letras.

Os fonemas não devem ser apresentados para que os alunos

memorizem isoladamente. Como o aprendizado do sistema de escrita

alfabética é, acima de tudo, conceitual, é preciso que os alunos possam

manipular/montar/desmontar palavras observando suas propriedades,

quantidade e ordem de letras, letras que se repetem pedaços de palavras que

se repetem, e as que têm som idêntico.

O professor deve garantir que as práticas escolares ajudem o aluno

a refletir enquanto aprende e a descobrir os prazeres e ganhos que se pode

experimentar quando a aprendizagem do sistema d escrita é vivenciado como

um meio para, independentemente, exercer a leitura e a escrita dos cidadãos

letrados.

A descoberta da aventura de ler e escrever começa cada dia mais

cedo, ocupando muitas vezes parte do tempo antes destinado apenas às

brincadeiras infantis. Até os sete anos de idade, em média, a criança deve ter

as funções cognitivas prontas para isso. Respeitando-se sempre as diferenças

e características individuais.

A idade não é o mais importante, é a maturidade de cada um que irá

determinar se suas funções estão prontas para a aquisição desse

conhecimento.

A percepção dessa função social da escrita e da leitura é enfocada

na escola a partir dos dois anos de idade, quando os pequenos iniciam um

convívio cotidiano com o nome próprio para identificar seus objetos pessoais.

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Uma das formas hoje mais utilizadas no desenvolvimento desse

aprendizado, ao contrário das cartilhas e repetições intermináveis de algumas

décadas atrás, é a oferta de fontes de informações, ou as chamadas palavras

estáveis, já conhecidas das crianças, como, por exemplo, o próprio nome e o

dos colegas.

As palavras estáveis funcionam como repertório de letras com

correspondências sonoras, enfim, como matrizes de referencia a partir das

quais as crianças se aventuram a escrever palavras cuja grafia ainda

desconhece.

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CONCLUSÃO

A intenção principal da Educação Infantil é valorizar, nas crianças, a

construção da identidade pessoal e de sociabilidade, buscando a formação dos

valores do cotidiano.

Sendo assim, é pensar uma proposta pedagógica para creches e

pré-escola que favoreça “o desenvolvimento integral da criança até seis anos

de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

complementando a ação da família e da comunidade”. (LDB 9394/96) envolve

organizar condições para a construção das estruturas cognitivas, sociais e

afetivas.

Nesse sentido, precisamos considerar os fundamentos básicos que

sustentam, hoje, a relevância da Educação Infantil: o compromisso para a

formação do cidadão, a função do educador infantil e os recursos pedagógicos

utilizados.

A convivência cria-se, desenvolve-se e cultiva-se; não é algo que

nos seja dado, exige tempo, cuidado e, sobretudo, presença, estar com e sentir

com o outro.

Nessa perspectiva, a Educação Infantil preocupa-se com a dimensão

da formação integradora de valores, conhecimentos e destrezas requeridas

para adequada inserção da criança no mundo: tolerância, solidariedade, senso

crítico e sensibilidade.

O educador organiza o espaço de acordo com suas ideias sobre o

desenvolvimento infantil e concepção de sociedade. No cotidiano da sala de

aula, o grande desafio é conceber a gestão do espaço e do tempo de forma

integrada, considerando os princípios da educação democrática que valorize as

competências, os direitos e os deveres da crianças, proporcionando desta

forma o interesse da criança em aprender, não esquecendo que um dos

aspectos de fundamental importância é a formação adequada dos profissionais

que atuam nesta área para que a criança possa ser sempre estimulada de

forma certa.

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Tomar o aprendizado algo prazeroso é o maior dos desafios já que

acima de tudo deve ser levada em conta a relevância que cada assunto terá na

vida cotidiana da criança e mais do que isso é fazê-la enxergar a sua real

aplicabilidade, pois só desta forma surgirá o interesse em aprender.

Estabelecida a importância do professor como sujeito mediador, caberá

a este observar a diferenciação das tarefas para a efetivação do processo e a

frequência da realização das mesmas que é outro fator importante. A

diversificação das atividades nesta área deve ser um fator primordial para não

dar ênfase equivocadamente a determinados tipos de atividades e correr o

risco de nos contradizermos conceitualmente e valorizar as atividades escritas

como as mais importantes. Levando em conta as características das crianças

desta faixa etária em relação a sua concentração, disponibilidade e interesses,

considerando que a aprendizagem não se dá de forma fragmentada e sim

resultando da articulação das diferentes áreas do saber, incluindo o brincar,

com um dos fatores favoráveis ao seu desenvolvimento.

Acreditando no valor do educador neste processo, sendo um

interlocutor atento e consciente dos percursos que os alunos fazem quando

estão aprendendo, esta mediação ocorre diante das intervenções didáticas

planejadas, tendo em vista a compreensão das crianças diante dos princípios

do sistema, ou seja, apostando na superação das fases que elas estão

vivenciando. As descobertas dos princípios do sistema pelos alunos têm a ver

com a forma que o professor vai contribuir no dia-a-dia da sua sala de aula.

Necessita-se assim, que o professor observe cada aluno com atenção,

além de propor diferentes estratégias didáticas. Uma metodologia de trabalho

que possa alcançar todo o grupo respeitando as suas respectivas diferenças.

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BIBLIOGRAFIA

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Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.

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2007 – www.fcc.org.br/entrevista_educacao_infantil