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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A INCLUSÃO DE EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS NO FUNDAMENTAL I DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR NA LUZ DA NEUROCIÊNCIA Ana Claudia Silva Salim Serra ORIENTADORA: Prof.ª Marta Relvas Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · Por: Ana Claudia Silva Salim Serra A INCLUSÃO DE EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS NO FUNDAMENTAL I DENTRO DO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A INCLUSÃO DE EDUCANDOS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS NO FUNDAMENTAL I

DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR NA LUZ DA

NEUROCIÊNCIA

Ana Claudia Silva Salim Serra

ORIENTADORA: Prof.ª Marta Relvas

Rio de Janeiro 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência. Por: Ana Claudia Silva Salim Serra

A INCLUSÃO DE EDUCANDOS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS NO FUNDAMENTAL I

DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR NA LUZ DA

NEUROCIÊNCIA

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

A professora Marta Relvas, minha orientadora, pelo grande apoio e incentivo

na realização deste trabalho.

A professora Fátima, pela dedicação e carinho que sempre teve com suas

alunas.

A todos os Mestres da AVM – Faculdade Integrada

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DEDICATÓRIA

Ao meu marido,

Fernando Cezar Gomes, Ao meu filho, Felipe Salim,

A minha mãe, Iara Nascimento Silva

Ao meu pai (em memória),

Miguel de Oliveira Salim, Todo o meu amor e carinho. carinho!

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo contextualizar sobre o processo de inclusão

escolar dos alunos com necessidades educacionais na rede regular de ensino,

dentro do ensino fundamental I. Trazendo esclarecimentos, sobre aspectos

fundamentais da inclusão escolar: a trajetória da Educação Especial no Brasil e

no Rio de Janeiro; a importância da relação entre a família e a escola para o

processo da inclusão escolar ; as relações que os professores estabelecem

com alunos “especiais” e suas atitudes e posturas a partir da inclusão desses

alunos em turmas regulares. Para atingir os objetivos propostos e a reflexão

sobre o tema, optou-se pela pesquisa bibliográfica qualitativa, tomando como

base a produção teórica de estudos em Educação Especial, para melhor

compreendimento desse novo paradigma educacional. E desta forma

compreender como se processa a inclusão no ambiente escolar, tendo como

aliada a Neurociência.

Palavras-chaves: Inclusão Escolar; Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas; Educação Especial.

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METODOLOGIA

O presente estudo tem como objetivo a reflexão sobre a trajetória da

Educação Especial no Brasil e no Rio de Janeiro: pessoas com necessidades

educacionais específicas; a importância da relação entre a família e a escola

para a inclusão escolar desses educandos; as relações que os professores

estabelecem com estes alunos e suas atitudes e posturas a partir de um novo

olhar através da Neurociência para inclusão em turmas regulares.

O referido trabalho foi realizado através de uma abordagem qualitativa,

a partir de pesquisas bibliográficas de alguns autores conhecidos como Marcos

José da Silveira Mazzotta ; Maria Teresa Eglér Mantoan; Rosita Edler

Carvalho; Coll César Marchesi Álvaro Palácios Jesus; Marta Pires Relvas;

Paulo Freire, Serrano Freire e outros. Tomando como referência à produção

teórica desses estudiosos de Educação Especial, Pedagogia e Neurociência. E

também a leitura crítica da Política Educacional Brasileira, tomando como

referência os principais documentos legais e normativos oficiais a partir da

Constituição Federal de 1988, entre outros. Pesquisas nas mais variadas

mídias e internet também foram feitas, visando como resultado caracterizar a

posição do professor mediante a tarefa de participar ativamente do processo

de inclusão escolar dos alunos com necessidades educacionais específicas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Verdadeira Inclusão 10

CAPÍTULO II

A Inclusão e a Escola Inclusiva 19

CAPÍTULO III

Neurociência e Inclusão 28

CAPÍTULO IV

Teoria da Neurociência e Educação Inclusiva 37

CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 51

ÍNDICE DE FIGURAS 52

ANEXOS 00

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INTRODUÇÃO

Segundo Carvalho (1998), são necessárias uma série de reflexões para

induzir debates que propiciem melhorar a qualidade de vida daqueles que têm

sido excluídos do espaço escolar. Mas, quais seriam essas reflexões?

Considerando a grande preocupação com a inclusão de educandos com

necessidades específicas na Rede Regular de ensino do Município do Rio de

Janeiro dentro do ensino fundamental I, o que se pretende é verificar como

está acontecendo à inclusão desses alunos dentro do ambiente escolar, para

que se possa entender o real problema pelos quais tanto os alunos quanto os

professores passam no seu cotidiano escolar. Problemas estes, que fazem

com que alunos sejam excluídos, sendo retirado seu direito de aprender

cognitivamente, de guardar saberes e crescer de forma evolutiva.

É sabido que todos os indivíduos nascem livres e iguais em dignidade e

direitos, não há como conciliar democracia com injustiças sociais. O desafio é

refletir através deste trabalho sobre a construção de uma sociedade

democrática, calçada na igualdade, na liberdade, onde os direitos humanos

sejam respeitados e protegidos, repudiando-se as desigualdades sociais e

todas as perversas formas de exclusão de qualquer indivíduo seja qual for a

situação.

Mais do que chamar atenção, esta obra traz informações para conhecer

e entender melhor o processo educacional de pessoas com necessidades

educacionais específicas contribuindo e desmistificando os estudos sobre o

cérebro na sala de aula. Podendo contribuir para uma educação menos

excludente, já que o educando com necessidades específicas de

aprendizagem, tornou-se um grande desafio do século XXI para os

educadores. Pois, se faz importante entender e perceber a dicotomia de

fatores biológicos, psicológicos, sensoriais e sociais, bem como o ambiente de

inserção de cada indivíduo envolvido no processo. Sendo necessária uma

maior mobilização para melhorar o acolhimento dos aprendentes incluídos.

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A Neurociência surgiu para desvendar diversos paradigmas mentais que

envolvem o pensamento do sujeito em todos os seus aspectos mais

complexos de aprendizagem e as influências do meio em que se vive. Ela dá

a oportunidade instruir-se melhor como ensinar, já que existem diversas

maneiras de aprender.

Na opinião de Carvalho, pensar na inclusão dos alunos com

necessidades educacionais específicas nas classes regulares sem lhes

oferecer ajuda e apoio, bem como seus professores e familiares, parece o

mesmo que inseri-los como número de matrícula.

Portanto não é o “outro” que precisa mudar e sim, a visão de mundo é

que necessita de mudança para que se encare melhor esta realidade.

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CAPÍTULO I

A VERDADEIRA INCLUSÃO

De acordo com Batista (2004), historicamente a proposta de integração

escolar foi elaborada em 1972, na Educação Especial, por um grupo de

profissionais da Escandinávia, liderados por Wolfensberg, na forma do

chamado princípio de normalização, este princípio apregoa que toda a pessoa

portadora de deficiência tem o direito de usufruir condições de vida o mais

comum ou “normal” possível na sociedade em que vivem.

Considerando a grande preocupação com a inclusão de educandos com

necessidades específicas na Rede Regular de ensino do Município do Rio de

Janeiro dentro do ensino fundamental I, o que se pretende é verificar como

está acontecendo à inclusão desses alunos dentro do ambiente escolar, para

que se possa entender o real problema pelos quais tanto os alunos quanto os

professores passam no seu cotidiano escolar. Problemas estes, que fazem

com que alunos sejam excluídos do ambiente escolar, sendo retirado seu

direito de aprender cognitivamente, de guardar saberes e crescer de forma

evolutiva.

É sabido que na realidade das escolas, o desconhecimento e o

despreparo dos profissionais quanto às necessidades educacionais específicas

do aluno, favorece e acentua os preconceitos, mitos, tabus e rejeição a este

aluno. A escola também socializa os alunos não somente através daquilo que

ensina no currículo explícito, mas muito no que é transmitido no currículo

oculto.

Este currículo, que possui em sua definição um caráter “não intencional”

acaba transmitindo conteúdos que vinculam mensagens implícitas que não são

mencionadas no currículo oficial. São aprendizagens que se dão a partir das

ações estimuladoras do cérebro e vivências dos alunos, influenciadas por um

currículo não manifesto, em que os alunos aprendem coisas muito para além

do que lhes é ensinado pela via instrucional.

Os alunos que possuem dificuldades de aprendizagem (seja por

apresentar alguma deficiência ou não) enfrentam muitos obstáculos quando

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ingressam na vida escolar. Alguns dos problemas enfrentados por eles são: o

preconceito; a dificuldade em se saber conviver com o diferente; em entender

que cada um aprende de uma forma e num ritmo próprio; enfatizar as suas

limitações, em vez de se observar as suas capacidades; a falta de adaptações

necessárias e recursos que favoreçam seu progresso.

No entanto, os professores também enfrentam problemas que acabam

dificultando a inclusão desses alunos no ambiente escolar. Talvez o maior

deles seja o pouco preparo desses profissionais para atender esses alunos ou

o pouco apoio dado a eles, fazendo com que, em alguns casos, o direito de

estudar seja exercido pela metade não desenvolvendo por completo a

potencialidade da inteligência. Segundo nos afirma Relvas (2012):

A Neurociência é interdisciplinar para promover e agregar saberes nas resoluções de problemas cotidianos da sala de aula. Na verdade, o educador torna-se um investigador e um potencializador de inteligências. Para isso, é preciso se conhecer o funcionamento do sistema nervoso central em suas dimensões biológicas, psicológicas, emocionais e sociais. (Relvas, 2012, p.16).

De acordo com o que foi pesquisado, o que realmente está faltando nos

educadores é o resgate da essência humana, onde está contida a ética

humana e profissional, que os levem a apostar em uma educação inclusiva,

que garanta o acesso e o processo de inclusão de estudantes com

necessidades educacionais específicas em uma rede de ensino regular. É

preciso que não só o educador, mas a Escola também busque uma pedagogia

diferenciada, uma pedagogia mais “neurocientífica” com adaptações

curriculares que atendam adequadamente estes alunos, reconhecendo que

cada um deles têm características, habilidades, interesses, capacidades e

necessidades de aprendizagem que lhes são próprias. Cabendo ainda ressaltar

que, cada um dos itens mencionados depende individualmente do cérebro de

cada sujeito envolvido no processo de aprendizagem, diante disso diversas

dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizadas.

É possível observar que na era da inclusão ainda há educadores que

relutam, quando a eles é oferecida uma classe de alunos, onde há um ou mais

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casos “específicos”. Essa rejeição se dá muitas vezes pelo fato dos

professores se acharem incapacitados para atuarem com estes alunos. Porém,

se houver vontade de enfrentar o desafio e um novo olhar focado em sua sala

de aula, com certeza eles terão a oportunidade de perceber o quanto todos irão

ganhar com a inclusão, e assim promover diversos estímulos neurais

significativos para o desenvolvimento do sujeito.

De acordo com a contextualização do autor mencionada abaixo é

necessário que haja uma autorreflexão sobre o seu papel enquanto

educadores, estando abertos para as mudanças que certamente irão colaborar

para a constituição de uma sociedade mais cidadã. Segundo afirma Mazzotta

(2002):

É claro que não haverá mudança na conduta e nas expectativas destes profissionais, sem uma mudança na concepção que tenham sobre integração. É claro também que a conduta e as expectativas do professor determinam de forma decisiva o êxito ou o fracasso do aluno, o que permite afirmar que o posicionamento do professor com relação ao tema é fundamental para o desenvolvimento do processo de mudança que estamos assistindo (Mazzotta, 2002, p.12).

Portanto, para que aconteça à verdadeira inclusão, é importante que os

educadores desenvolvam essa capacidade reflexiva sobre os seus atos e

práticas, tornando-os capazes de lidar com tantas diferenças, é o que os fará ir

à busca de respostas para as suas dúvidas, os possibilitando encontrar uma

forma de realmente estar incluindo seus alunos com “necessidades

específicas” no ensino regular e na vida social, porque assim, eles estarão

valorizando a diversidade dentro da sociedade.

1.1. CONHECENDO A REALIDADE DE PESSOAS COM

NECESSIDADES ESPECÍFICAS

A terminologia “excepcional”, tem sido tradicionalmente usada no

contexto educacional para designar o aluno que se encontra em situação

específica. Historicamente, no Brasil, o termo excepcional vem sendo

empregado com significados diferentes. Assim, nas décadas de cinquenta e

sessenta o termo era empregado como sinônimo de “retardado mental” ou

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“deficiente mental”. Na década de setenta o termo se aplicava aos vários

grupos de indivíduos com necessidades sociais e educacionais especiais.

Na década de oitenta, observa-se uma tendência à utilização do termo com

sentido mais restrito ao âmbito da educação formal, na maioria das vezes

referindo-se a alunos com necessidades educacionais escolares especiais.

Nos três momentos aqui apontados, o ponto comum da significação do termo

“excepcional” é a sua referência às condições individuais do educando. Para

Mazzotta (1993) o termo excepcional é utilizado para identificar o aluno:

O termo traz de forma explícita o sentido de que é o aluno que é excepcional. A sua utilização nos vários textos e contextos revela sempre tal significado, ou seja, a questão é tratada como problema individual. (...) É a situação de ensino-aprendizagem em que se encontra o educando que é especial, resultando na classificação de excepcional para o educando que nela se encontra. Esta classificação implica as dimensões individuais e sociais (MAZZOTTA, 1993, p. 24).

Em 1986 a terminologia “excepcional” foi substituída por pessoas

portadoras de necessidades especiais ou portadoras de necessidades

educacionais especiais, quando referidas à escolarização. Pode-se observar

que essas expressões, como se refere Carvalho (1998) pode colocar alguns

cidadãos em condição de desvantagem e não, propriamente, suas

características diferenciadas. Segundo a autora:

Embora seus usos pretendam descaracterizar as deficiências em si mesmas, é preciso cuidado, porque nem todos os que apresentam as necessidades educacionais especiais são, necessariamente, portadores de deficiência (CARVALHO, 1998, p. 20).

Entende-se que a grande preocupação é a integração dessas pessoas

na sociedade; portanto tais mudanças podem ter ocorrido no sentido de

minimizar a questão do preconceito junto à sociedade. O termo deficiente

implica não ser eficiente: esta conotação é muito forte, principalmente na atual

sociedade, onde o modo de produção é capitalista, em que é muito exigida a

eficiência e a produtividade.

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Desta forma, é possível constatar o quanto à terminologia interfere no

imaginário coletivo, produzindo sentimento de rejeição e discriminação social e,

nos próprios deficientes, desenvolvendo lhes sentimentos de autoestima

negativa.

Sabe-se que o estigma “ser diferente do normal” não pode ser

determinado apenas em função dos impedimentos de ordem sensorial, física

ou mental e tais sentimentos expressos acima não podem impedir que estes

indivíduos sejam vistos em sua totalidade, valorizando-se o seu lado eficiente,

garantindo-lhes o direito de exercerem sua cidadania.

Sendo assim, percebesse que o espaço fundamental para o pleno

exercício dos direitos desses indivíduos é o espaço da escola, onde eles terão

a oportunidade de usufruir o direito à educação, recebendo o atendimento

especializado que se dispõe às suas necessidades. Dessa maneira, acredita-

se que passarão a ser integrados à sociedade com seus direitos e deveres de

cidadãos e respeitadas as suas limitações.

De acordo com as orientações da Educação Especial, é importante

recorrer ao documento que atualiza os princípios e as recomendações na área

– a apostila legal Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica (Resolução CNE/CEB nº. 2 de 11 de setembro de 2001). Estas

diretrizes têm 22 artigos que tratam desde o conceito de educação especial, a

caracterização de seu alunado, as modalidades de atendimento educacional

escolar, até a formação de professores, dentre outros temas que constam das

agendas de discussão sobre a inclusão.

Para compreender melhor quem são os alunos com necessidades

educacionais específicas, dois artigos das Diretrizes foram destacados:

Alunos com necessidades especiais (Art. 5) São aqueles que, durante o processo educacional, apresentem: 1- dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento de atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b) aquelas relacionadas a condições, disfunções e limitações ou deficiências;

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2- dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; 3- altas habilidades/superdotação, grande dificuldade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. Identificação das necessidades educacionais especiais (Art. 6) Para a identificação das necessidades especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando, para tal, com: 1- a experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores, orientadores e supervisores educacionais; 2- a colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde, Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público, quando necessário.

Na busca desse conhecimento mais denso, pode-se dizer que este início

de século trouxe múltiplas transformações na vida das pessoas com

necessidades específicas, traduzidas pela forma como a sociedade vem se

modificando no trato com o outro, quer ele seja diferente, quer ele tenha

necessidade específica.

1.1.1. Breve Histórico da Educação Especial no Brasil e no Rio de Janeiro

Compreender sobre a história da educação especial, dentro do âmbito

escolar, através de um movimento para a inclusão escolar, permite olhar a

escola de maneira mais criteriosa; permite olhar para trás e reconstituir o

percurso que foi feito na história da deficiência. Por meio dessa retrospectiva, é

possível observar o presente de forma mais objetiva, identificando as

fragilidades potenciais para a implementação das mudanças tão necessárias

nessa área.

Para entender a evolução histórica da educação especial, é necessário

conhecer um pouco como se deu o convívio com as pessoas com

necessidades específicas através do tempo, uma vez que se entende

educação especial como uma forma de ensino que vai garantir a educação

formal aos alunos com necessidades educacionais específicas. Conforme

Relvas:

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Os objetivos educacionais e as práticas pedagógicas precisam ser repensadas, a fim de valorizar a aprendizagem biológica ou sináptica , mas também a subjetiva ,a afetiva ,a emocional, a social e a cultural. Os agentes destas mudanças são os representantes e integrantes envolvidos na escola alicerçados pela família (RELVAS, 2012, p.57/58).

É sabido que muitas pessoas nascem com algum tipo de deficiência e

outras, por diferentes motivos, tornam-se deficientes ao longo de suas vidas.

Dentre as deficiências mais conhecidas temos a mental, física, as sensoriais –

cegueira e surdez – e as deficiências múltiplas.

Delinear a evolução do conceito de educação especial e conhecer as

diferentes maneiras de convivência entre as pessoas em cada época é

entender que a visão sobre deficiência é social e historicamente construída. Em

cada momento, ao longo dos séculos, aquele que tem uma necessidade

específica foi visto de uma determinada forma. Isso porque, de acordo com a

cultura vivenciada, com as informações disponíveis, com crenças e convicções,

de acordo também com religiosidade e com o entendimento sobre a

deficiência, explicar, agir e, principalmente, justificar o comportamento em

relação às pessoas consideradas, por algum motivo, diferentes.

No Brasil, muito embora os primeiros registros sobre o atendimento

escolar para deficientes físicos datem de 1600 em São Paulo, foi no século XIX

que teve início o que pode-se considerar como o começo da Educação

Especial no país, quando alguns brasileiros começaram a organizar serviços

que atendessem deficientes mentais, deficientes físicos, surdos e cegos. Essas

providências, porém, caracterizaram-se como iniciativas oficiais e particulares

isoladas, que refletiam o desejo de alguns educadores por este tipo de

assistência, voltada a pessoas que portassem algum tipo de deficiência.

A inclusão da "educação de deficientes", da "educação dos

excepcionais" ou da "educação especial", vem a ocorrer dentro da política

educacional brasileira apenas no final dos anos 50 e início da década de 60 do

século XX.

Destacam-se dois períodos importantes na evolução da Educação

Especial no Brasil, marcados pela natureza e abrangência das ações

desencadeadas para a educação dos deficientes, descritos a seguir:

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1º) de 1854 a 1956 – período marcado por iniciativas oficiais e

particulares isoladas.

2º) de 1957 a 1993 – iniciativas oficiais de âmbito nacional.

Isto evidencia que os resultados da pesquisa teórica conduziram à

definição de dois importantes períodos, sendo neste segundo período que a

Educação Especial apareceu pela primeira vez na política educacional

brasileira.

1º Período - 1854 a 1956

No século XIX, foram inauguradas por D. Pedro II duas das primeiras

instituições para a educação de deficientes sensoriais, o Imperial Instituto de

Meninos Cegos (1854), hoje chamado Instituto Benjamin Constant (IBC), e o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), hoje chamado Instituto Nacional de

Educação para Surdos (INES), ambos pioneiros na América Latina.

Dentre as instituições mais conhecidas e mais importantes, pode-se citar

a Pestalozzi (1935) em Belo Horizonte, o Lar Escola São Francisco (1943) em

São Paulo, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (1950) em São

Paulo, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (1954) no Rio de

Janeiro.

Assim sendo, percebe-se que a nova forma de olhar para o diferente se

deu a partir da metade do século passado, quando se iniciou a escolarização

do “deficiente” em escolas especiais. Com apoio governamental e, sobretudo

da comunidade, estas instituições passaram a difundir metodologias e

materiais educacionais específicos.

2º Período – 1957 a 1993

A educação especial foi assumida pelo poder público em 1957 com a

criação das “Campanhas”, que eram destinadas especialmente para atender a

cada uma das deficiências. Nesse mesmo ano, instituiu-se a Campanha para a

Educação do Surdo Brasileiro – CESB, seguida da instalação no Instituto

Nacional de Educação de Surdos – INES, no Rio de Janeiro. Outras

Campanhas similares foram criadas posteriormente, para atender a outras

deficiências.

O Ministério de Educação e Cultura – MEC, o Grupo-Tarefa de

Educação Especial e juntamente com o especialista James Gallagher em 1972,

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que veio ao Brasil a convite desse grupo, foi apresentada a primeira proposta

de estruturação da educação especial brasileira, tendo sido criado um órgão

central para geri-la, sediado no próprio Ministério e denominado Centro

Nacional de Educação Especial – CENESP. Esse Centro hoje é a Secretaria de

Educação Especial - SESPE, que manteve basicamente as mesmas

competências e estrutura organizacional de seu antecessor, no MEC.

Foram muitos os políticos, educadores, pais, personalidades brasileiras

que se identificaram com a educação de pessoas com necessidades

específicas e que protagonizaram a história dessa modalidade de ensino.

Todos tiveram papéis relevantes em todos os períodos desse caminhar e não

podem ser ignorados, pois atuaram em quadros políticos que de alguma forma

afetaram a educação de pessoas com deficiência, seja transformando as

propostas ou lutando pela sua evolução para novas metas educacionais. Os

pais de pessoas com algum tipo deficiência estão entre os que compõem essa

liderança e a maioria deles têm sido uma grande força na condução da política

de Educação Especial.

Só recentemente, a partir da década de 80 e início dos anos 90 as

pessoas com necessidades específicas, têm se organizado, participando de

Comissões, de Coordenações, Fóruns e movimentos, visando assegurar, de

alguma forma os direitos que conquistaram de serem reconhecidas e

respeitadas em suas necessidades básicas de convívio com as demais

pessoas. Esses movimentos estão se infiltrando em todos os ambientes

relacionados ao trabalho, transporte, arquitetura, urbanismo, segurança,

previdência social, acessibilidade em geral. As pessoas buscam afirmação e

querem ser ouvidas, como outras vozes das minorias, que precisam ser

consideradas em uma sociedade democrática, como a que vivemos hoje neste

país. Infelizmente, apesar de estarem presentes e terem mostrado suas

atuações em vários aspectos da vida social, os referidos movimentos não são

ainda fortes no que diz respeito às prerrogativas educacionais, aos processos

escolares, notadamente os inclusivos.

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CAPÍTULO II

A INCLUSÃO E A ESCOLA INCLUSIVA

Considerando que todos os homens nascem livres e iguais em

dignidade e direitos, não há como conciliar democracia com injustiças sociais.

O desafio é construir uma sociedade democrática, calçada na igualdade, na

liberdade, onde os direitos humanos sejam respeitados e protegidos,

repudiando-se as desigualdades sociais e todas as perversas formas de

exclusão de qualquer indivíduo.

O exercício da cidadania não pode se restringir somente à questão de

direitos e deveres de uma parcela da população, devendo abranger também

as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade de

um modo geral.

Com o movimento pela inclusão almejamos a construção de uma

sociedade compromissada com as minorias, que valoriza a diversidade

humana, que respeite a dignidade de cada indivíduo, a igualdade de direitos e

de oportunidade, o exercício efetivo da cidadania, com liberdade de

expressão, do pensamento e de escolha.

Tendo em vista esse novo olhar, a escola também não poderá mais

fugir a esse compromisso. Ela terá que estar preparada para lidar com as

novas situações que surgem diante desse novo paradigma da inclusão.

O que se espera é que a escola como espaço inclusivo tenha por

desafio o sucesso de todos os seus alunos, sem exceção. Pois é sabido que a

não garantia de acesso e permanência de todos na escola é a forma mais

perversa e irremediável de exclusão escolar e consequentemente, de

exclusão social, pois nega o direito elementar de cidadania. Infelizmente,

como nos apresenta Carvalho (1998):

Constata-se, porém que, lamentavelmente, muitos são os alunos excluídos do espaço escolar, o que significa dizer que estão impedidos do acesso à norma culta, à cultura, à apropriação do saber, ferramenta fundamental de luta pelo exercício da cidadania plena (CARVALHO, 1998, p.189).

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Entretanto sabe-se que só o acesso não é suficiente, pois a educação

inclusiva não se faz somente com atos legais, e sim com ações e relações

realizadas na escola e na sociedade, para efetivar o compromisso de

transformar uma sociedade injusta e excludente, numa sociedade mais

igualitária. Segundo Alves (2013 apud SILVA-LUCY,2013,p.35):

O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. É a semente do pensamento e do sonho. Por isso educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: Intérpretes de sonhos.

Repensar a maneira de educar deveria ser prioridade, pois todas as

pessoas envolvidas no processo educacional são sujeitos também com

dificuldades de compreender a nova realidade da inclusão.

2.1. A Escola Inclusiva

A escola, para ser considerada um espaço inclusivo, deve transforma-se

num espaço de decisão, ajustando-se ao seu contexto real e respondendo aos

desafios que se apresentam. Pois como uma instituição mediadora na

construção do conhecimento, tendo como propósito, levar cultura para um

número cada vez maior de pessoas, leva para si uma gama de

responsabilidade muito grande. Segundo Mantoan (1997):

É através da escola que a sociedade fundamenta e modifica com participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições como família ou igreja tem função muito importante, é da escola a maior parcela (MANTOAN, 1997, p.13).

O espaço escolar, hoje, tem que ser visto como espaço de todos e para

todos. O princípio fundamental da escola consiste em que todas as pessoas

devem aprender juntos onde quer que isto seja possível, não importam as

dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas precisam

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reconhecer e conhecer e responder as necessidades diversificadas de seus

alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e

assegurando educação de qualidade para todos mediante currículos

apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de ensino, uso recursos e

parcerias com suas comunidades.

Portanto, o que é necessário é uma escola regular que aprenda a refletir

criticamente e voltada para a pesquisa. Não se deve ter medo de se arriscar,

mas muita coragem de criar e questionar o que está estabelecido, em busca

de rumos inovadores, necessários a seu trabalho. Sendo assim, a

comunidade escolar deve elaborar uma proposta pedagógica com uma gestão

descentralizadora, pois em tempos de escola inclusiva, de construção do

projeto político pedagógico, não se pode admitir uma gestão centralizadora,

que dita normas e exerce o controle, sob pena de não se fazer educação de

qualidade para ninguém.

Neste sentido, há necessidade de promover adaptações curriculares,

pois as diferenças, muitas vezes necessitam de respostas educativas

adequadas. Como diz Mantoan (1997, p.68) “(...) cabe à escola encontrar

respostas educativas para as necessidades de seus alunos e exigir dela uma

transformação”.

E nesta busca de resposta para atender a diversidade, o processo

pedagógico fica, com certeza, mais rico propiciando uma melhor qualidade de

educação para todos. Contudo, sabe-se que não é simples de se conseguir

um contexto efetivo de interação. Pois de acordo com CARVALHO (1998):

(...) no caso da inclusão de portadores de deficiência no espaço escolar, precisamos garantir todas as condições para o êxito da proposta, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Não se trata de incluir fisicamente, apenas. O que se pretende é criar as condições de inclusão de todos na aprendizagem, favorecendo a integração interpessoal entre alunos deficientes e os não deficientes, para o que se impõe aprimorar a qualidade das respostas educativas da escola, para todos. (CARVALHO, 1998, p. 192).

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Assim todos se beneficiam da educação inclusiva, todos se enriquecem:

alunos, professores, família e comunidade.

O processo inclusivo, como se refere Carvalho (2004) provoca uma

aproximação de “cenários escolares” muito mais do que o lugar em que ocorre

o ensino-aprendizagem dos conteúdos. Ela considera principalmente “os

valores, os princípios e as relações entre os grupos que ali interagem e que

no seu conjunto, constituem uma comunidade de aprendizagem”.

Compreender a rede de relações que acontece na escola, segundo a autora,

exige dos educadores, segundo a autora:

(...) um conjunto de habilidades e de competências que possibilite a análise de instituição e de suas ações pedagógicas em um trabalho de equipe com construção epistemológica interdisciplinar (CARVALHO, 2004, p.110).

A escola inclusiva é aquela que valoriza a diversidade no âmbito da

escolarização, pois incluir é principalmente acolher o outro que estava fora e,

para que ele permaneça e se sinta parte integrante do grupo, é preciso apoiá-

lo.

Portanto, deve-se compreender o aluno P.N.E.E. respeitando-o como

pessoa que tem limitações, mas que também, tem seus pontos fortes. Para

isso, é necessário que se abandonem os rótulos, as classificações,

procurando levar em conta as possibilidades e necessidades impostas pelas

limitações que a deficiência lhe traz. Segundo a autora Silva, Lucy:

O professor deve ser lembrado, de que os alunos inclusos com síndromes, distúrbios e outros comportamentos são extremamente perceptivos quantos aos seus sentimentos por eles. Esta percepção se for descredito por sua parte em relação às habilidades, às competências e aos avanços do aluno poderá colocar todo o seu processo em vão.(Silva,Lucy,2013, p.34).

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2.2. A Inclusão e Suas Práticas, o Instituto Helena Antipoff

(IHA)

Na Cidade do Rio de Janeiro a Educação Especial está sob

responsabilidade do Instituto Helena Antipoff (IHA), Departamento da

Secretaria Municipal de Educação, responsável pela Educação Especial. O

IHA foi criado nos meses finais de 1974 e passou a ser o responsável pela

nova estrutura orgânica da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, que

possuía ainda o Departamento Geral de Educação e as Assessorias

Departamentais.

O município do Rio de Janeiro, nesta época, contava com mais duas

ações diferentes para o atendimento do aluno com necessidades específicas

(que era chamado de excepcional), além do IHA, o Projeto Educação Especial

e o Centro de Terapia da Palavra. Esta superposição de trabalho provocava um

quadro confuso e ineficiente no que dizia respeito ao atendimento do alunado

especial. A estruturação de um órgão, com a junção dos projetos de

responsabilidade do IHA propiciou um levantamento real da situação da

educação especial no Município e desencadeou medidas a serem tomadas

para uma maior eficiência desse atendimento.

O Instituto Helena Antipoff tornou-se, na década de 90, o órgão

responsável pela implementação de ações e acompanhamento do trabalho

educacional dos alunos com necessidades educacionais específicas nas

diferentes modalidades de ensino. A partir daí, responsabilizou-se, igualmente,

pela capacitação dos profissionais da educação, pela elaboração de material,

pelos subsídios pedagógicos, pela supervisão aos atendimentos, pela

implementação de currículos, pela viabilização de material para equipar as

escolas; pelos estudos e pesquisas de modo a acompanhar os movimentos

sociais e políticos que constituem o fazer educacional dessa população

especial de alunos.

Em 1994, o IHA passou a ser considerado Centro de Referência em

Educação Especial, em primeiro lugar na América Latina. Dentro de uma

política de constante busca por oferecer sempre um trabalho pedagógico

comprometido com a proposta educacional inclusiva (onde os educandos com

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e sem deficiência passam a frequentar a mesma turma escolar sem que nada

prejudique a qualidade do ensino), o IHA passou por várias mudanças. Sendo

oportuno destacar algumas delas, como: a criação das equipes pluriespecíficas

em número de dez, referentes às dez Coordenadorias Regionais de Educação

(CRE) em que o Município do Rio de Janeiro está dividido; o Centro

Administrativo São Sebastião (CASS) onde o grupo alocado faz o

acompanhamento de professores no plano regional e local (CRE e escolas); a

criação do Laboratório de Informática, Oficina da Palavra, Oficina Vivencial,

Oficina de Música, Brinquedoteca, Centro de Educação Física, Centro de

Dança, Centro de Transcrição em Braille e a Sala de Leitura, tudo funcionando

no Centro de Referência em Educação Especial; a criação do Projeto de

Psicomotricidade na Educação, durante os anos de 1994 e 1995. Essas

mudanças internas apresentaram sempre, como objetivo principal, a

implantação de uma política educacional de equidade.

Atualmente, o projeto político pedagógico da Secretaria Municipal de

Educação do Rio de Janeiro está efetivamente direcionado para uma proposta

de Educação Inclusiva, onde os alunos com deficiências ou outras

necessidades especiais têm matrícula assegurada em qualquer escola e o IHA

acompanha e orienta diferentes modalidades de suporte para os que se

escolarizam na classe regular. Sendo uma parte da estrutura do IHA

organizada em 10 equipes, cada uma delas com a responsabilidade de atuar

junto a uma Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e às escolas que lhe

correspondem. A atuação das equipes junto as CREs tem como objetivo

descentralizar as ações da educação especial, fornecendo subsídios à Divisão

de Educação (DED), visando ao acompanhamento do trabalho desenvolvido

pelas escolas.

Nesse sentido, a Educação Especial nesta rede de ensino não se

constitui como um sistema educacional paralelo, nem apenas como serviço

especializado. Tampouco é considerada a única instância responsável por

promover a inclusão das pessoas com necessidades especiais no sistema

regular de ensino.

A relação do IHA com as escolas tem o princípio de promover a

atualização de recursos humanos através de cursos, encontros, consultorias e,

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quando necessário, de visitas que possibilitam observar a prática dos

professores e com eles redefini-las. No intuito de produzir conhecimentos e

confeccionar recursos multissensoriais que contribuam para a atualização

permanente dos professores, bem como para o desenvolvimento e

aprendizagem dos alunos, a estrutura do IHA comporta, ainda, o Centro de

Referência em Educação Especial, que está organizado em serviços e realiza

pesquisas nas diferentes áreas da educação especial.

Semanalmente, os profissionais do IHA organizam-se em grupos de

estudo por áreas específicas, com o objetivo de aprofundar a discussão de

âmbito teórico. Desta forma, ao se organizarem em equipes terão subsídios

para criar instrumentos que contribuam para a concretização do trabalho a ser

desenvolvido junto as CREs e escolas.

2.3. A inclusão escolar dos P.N.E.E.

Ao ingressarem no sistema educativo regular, as crianças P.N.E.E.,

costumam vivenciar interações que reforçam uma postura de passividade

diante de sua realidade e de seu meio ambiente, sendo submetidas, a um

paradigma educacional no qual elas continuam a ser objetos e não sujeitos de

seus próprios processos. Esse paradigma ao contrário de educar para

independência, para a autonomia e liberdade no pensar e no agir, reforça

esquemas de dependência e submissão. É necessário que se vá além, sendo

necessário compromisso e dedicação, é preciso caminhar de forma positiva e

transformadora.

Exatamente pelas dificuldades e atrasos que os alunos P.N.E.E.

apresentam em seu desenvolvimento global, é necessário oferecer-lhes um

ambiente de aprendizagem que os ajude a abandonar essa postura passiva de

receptores de conhecimento, um ambiente onde sejam valorizados e

estimulados em sua criatividade e iniciativas, possibilitando-lhes uma maior

interação com as pessoas e com o meio em que vivem, partindo não só de

suas limitações e dificuldades, mas dá ênfase no potencial de desenvolvimento

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de cada um confiando e apostando nas suas capacidades, aspirações,

crescimento pessoal e integração na comunidade. Conforme Relvas(2012):

Atualmente é necessário compreender que as interações perpassam pelos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e o ambiente dessa especificidade que é a sala de aula, pois este espaço está sendo utilizado para compor novas tecnologias no desenvolvimento e comportamento dos envolvidos e comprometidos com a educação. É preciso portanto, reconfigurar esse lugar de forma que se promova uma maior convergência dessas tecnologias como interfaces possíveis com as aprendizagens. Nesse cenário, a reflexão de novas atuações e atitudes precisam ser repensadas no fazer dessas novas competências. (Relvas, 2012, p.18/19).

Entretanto quando é dito que esse aluno tem pouca oportunidade de

acesso à escola, por possuir menos capacidade para atingir os objetivos

estabelecidos por programas educacionais rígidos e engessados, acaba-se

contribuindo para sua exclusão. A restrição de oportunidades se dá,

frequentemente, pela falta de esclarecimentos quanto às possibilidades de

convivência desse aluno com os demais. Na medida em que se tem a

percepção dessa criança como um ser diferente e incapaz, sua aceitação

torna-se cada vez mais difícil e, consequentemente, suas oportunidades

diminuem. A adoção pela escola de uma ação paternalista, julgando o aluno

P.N.E.E, sem condições de realizar o que os demais realizam e o excluindo

das atividades que exijam maior elaboração, poderá contribuir para discriminá-

lo.

Sendo assim, a questão da inclusão de alunos P.N.E.E., insere-se

no contexto das discussões cada vez mais evidentes relativas a integração de

pessoas portadoras de deficiência enquanto cidadãos, em seus respectivos

direitos e deveres de participação e contribuição social.

Contudo, se faz necessário uma atenção mais focada em relação à

inclusão desse aluno em turma de ensino regular, pois segundo Carvalho

(1998, p.182),” não se pode tratar, apenas de garantir a matricula e conseguir

um lugar numa turma”. Para ela, a educação inclusiva deve ver o aluno

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P.N.E.E. como sujeito global e único, viabilizando estratégias de ensino e

avaliação partindo da premissa de que não é necessário que todos os alunos

tenham as mesmas metas educacionais, quando aprendem juntos, em classes

regulares, pois as oportunidades de aprendizagem são iguais para todos. Por

isso coloca que o mais importante é a necessidade de os alunos serem

incluídos na aprendizagem. Para tanto, a prática pedagógica precisa ser revista

e aprimorada (CARVALHO, 1998, p.182).

A educação inclusiva deve promover a participação e aprendizagem

de todos os alunos. As escolas que priorizam a tarefa educativa visando à

inclusão, também devem ter a clareza de que todo e qualquer aluno pode

experimentar dificuldade em algum momento do seu processo de

aprendizagem. As dificuldades experimentadas pelos alunos no seu processo

deverão ser encaradas como uma fonte de conhecimento e de

aperfeiçoamento das práticas. Relvas diz que:

A neurociência e o desvendar dos estudos dos cérebros na sala de aula podem e muito contribuir para uma educação mais justa e menos excludente, pois, assim, o educador tem possibilidade de compreender melhor como ensinar, já que existem diversas maneiras de aprender. (Relvas, 2012, p.16)

É importante lembrar que a escola existe em função do aluno, seja

ele um sujeito com necessidades educacionais específicas ou não. O aluno

nela ingressa para se apropriar do conhecimento, de habilidades, para

aprender a se relacionar crítica e produtivamente na sociedade. Portanto, cabe

à escola auxiliar nas interações entre todos os alunos, dando orientações sobre

a questão da deficiência e as formas de convivência que respeitem as

diferenças. Pois ao levarmos os alunos de classes regulares a aceitar e a

respeitar os P.N.E.E. estaremos colaborando para sua cidadania. Além disso,

se houver a compreensão e o respeito, família e escola, juntas terão maiores

possibilidades de desempenhar seus papeis sociais mais amplamente, pois

todos os alunos serão aceitos como pessoa que possui suas limitações e

especificidades.

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CAPÍTULO III

NEUROCIÊNCIA E INCLUSÃO

Conhecer e entender o processo de aprendizagem de pessoas com

necessidades específicas de aprendizagem tornou-se um grande desafio do

século XXI para os educadores. Pois se faz importante entender e perceber a

dicotomia de fatores biológicos, psicológicos, sensoriais e sociais, bem como o

ambiente de inserção de cada indivíduo envolvido no processo.

As estratégias precisam ser moldadas para um melhor acolhimento

dos aprendentes sensibilizando-os, lembrando que cada um tem uma atividade

cerebral biológica diferente na ação de aprender.

Entretanto, é sabido que diversos obstáculos diante da

aprendizagem dos indivíduos com necessidades específicas podem ser

reduzidos se os educadores tiverem um novo olhar, olhar esse que pode ser

redimensionado através da Neurociência, equalizando o desenvolvimento de

diversas inteligências do sujeito aprendente. Não de uma forma fragmentada,

mas reflexiva e preponderante para a formação de novas memórias sinápticas

essências. Segundo Relvas:

A formação de memórias , desde a aquisição, passando pela consolidação, até chegar à evocação ou à lembrança, é um processo que depende da transmissão de informações de célula a célula por meio de ajuda de neurotransmissores ou moléculas, que agem no espaço existente entre dois neurônios (sinapses).Essas substâncias são responsáveis por ampliar a comunicação entre as células, uma vez que permitem a ligação de receptores na membrana da célula, que é assim estimulada , provocando o desencadeamento de uma cascata de reações químicas. Entre as muitas reações, os neurotransmissores costumam ativar enzimas que entram no núcleo da célula, ativando genes que, então sintetizam proteínas. Essas proteínas estão envolvidas não apenas na formação inicial de memória mas também no momento de recrutá-las como lembranças para serem armazenadas. (Relvas, Marta 2009, p.19)

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É sabido que o início da formação das memórias acontece na fase

conhecida por aquisição que está ligada a chegada das informações aos

sistemas sensoriais (visual, tátil, auditivo, olfativo, e gustativo) na forma de

estímulos.

Portanto um novo olhar do educador diante dessa nova realidade que é

a educação inclusiva se faz importante para o desenvolvimento de diversas

inteligências dos aprendentes, já que a aprendizagem é uma modificação

biológica na comunicação entre os neurônios que, formam uma rede de

interligações que podem ser solicitadas e retornadas com facilidade e rapidez.

Cabendo ressaltar que, todas as áreas cerebrais estão envolvidas neste

processo.

Sendo relevante analisar que Rego (1995 apud Relvas 2009, p.118), fala

sobre uma importante ideia defendida por Vygotsky que refere-se à relação

entre o indivíduo e sociedade. Ele afirma que as características tipicamente

humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, isto é, não são

transmitidas por hereditariedade, nem são adquiridas passivamente graças as

pressões do ambiente externo. São outrossim, resultado da interação entre

indivíduo e meio sociocultural. Ele chama a atenção para a ação recíproca

existente entre organismo e o meio.(...) .

Diante da realidade atual vivida por educadores tanto de escolas

privadas quanto de escolas públicas o contexto abordado por Vygotsky é

relevante.

3.1.O Educador Preparado para a Classe Diversificada

O educador tem que estar preparado para a educação inclusiva, tendo

como foco a classe diversificada, devendo fazer ajustes no seu modo e

maneira de planejar para permitir um desempenho máximo dos alunos com

necessidades específicas de aprendizado. Segundo Relvas:

É fato que diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser resolvidas ou ao menos amenizadas quando os educadores tiverem seu olhar focalizado em sua sala de aula como neuroanatomista, ou seja, mantendo a ação de promover o desenvolvimento dos diversos estímulos neurais que se expõe, de forma que se compreendam os processos e princípios das estruturas do cérebro,

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conhecendo e identificando cada área funcional, visando estabelecer rotas alternativas para aquisição da aprendizagem, utilizando-se de recursos sensoriais instrumentos do pensar e do fazer. (Relvas, 2012, p.20)

Nos últimos tempos diversas crianças nasceram com algum tipo de

limitação motora, afetiva, emocional, comportamental e social transformando o

indivíduo um ser da inclusão. Sendo exposto ao sistema educacional atual,

onde a renovação se faz eminente para uma educação inclusiva de qualidade,

voltada para o sujeito com necessidades específicas o qual está limitado e até

submisso ao sistema estagnado atual para a inclusão. De acordo com Relvas:

É o estudo científico da aprendizagem que promove ao educador acompanhar os diversos desempenhos escolares dos estudantes na sala de aula, reconhecendo áreas específicas do cérebro que poderão ser estimuladas no ato de aprender. Todos os indivíduos têm possibilidades de aprender em maior ou menor grau, o importante é realizar uma investigação precoce das estruturas que envolvem os fatores da aprendizagem, tais como: (Relvas, 2012, p.20)

Fatores da Aprendizagem segundo Relvas: Atenção� foco Memória� secretária Compreensão� significado Portanto, se o esquema acima for levado em consideração, com certeza

é possível que se tenha estímulos captados por emoções, através de

sensações e sentimentos, com estruturas cognitivas com mais propriedade

para o aprendizado e para o pensar, completando habilidades de inteligência, e

assim o educador torna-se um conhecedor das dificuldades do indivíduo,

realizando assim ajustes que favorecerão o desenvolvimento as necessidades

de cada um diante da sua estrutura cerebral.

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Contudo, cada indivíduo tem suas próprias características que deve ser

analisada exaustivamente pelo educador, para que não haja um rótulo

inadequado na rotina inclusiva.

Ressaltando que incluir não é inserir. Então, se faz necessário buscar

maneiras, métodos e possibilidades para que a inclusão seja bem sucedida

tanto para o educador, quanto para o educando com necessidades específicas.

Haja visto que, se está diante de um novo paradigma da inclusão em escolas

regulares com profissionais cada vez mais envolvidos em situações adversas

dentro do universo inclusivo das escolas.

É relevante abordar que, o profissional de educação poderia adquirir

novos conhecimentos junto a neurologistas para que sua abordagem inclusiva

fosse mais eficaz e pertinente a esse novo momento inclusivo.

3.2.O Cérebro e os Seus Hemisférios

As divisões cerebrais deveriam ser alvo de conhecimento de todos os

envolvidos no processo de inclusão para um melhor aproveitamento das

funções desta importante máquina.

O cérebro humano está dividido em dois hemisférios cerebrais distintos:

esquerdo e direito. Sendo relevante informar que o hemisfério esquerdo

controla o lado direito do corpo, e o hemisfério direito controla o lado esquerdo.

Cada hemisfério está dividido em partes distintas: lobo frontal, lobo

parietal, lobo occipital e lobo temporal. Cabe observar as figuras um e dois:

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Figura 1 – Hemisfério Cerebrais - Vista superior

http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/telencefalo/Acesso em

13/11/16

Figura 2 – Hemisférios Cerebrais esquerdo e direito

https://psicologiaparaofuturo.wordpress.com/2012/08/02/o-cerebro-humano-conceitos-

basicos/acesso em 13/11/16

Sendo relevante a abordagem sobre os quatro lobos, em que os

hemisférios estão divididos. Cada um deles tem uma função distinta,

estabelecido numa área especifica, com funções específicas os quais

destacam-se:

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Lobo Frontal – Localizado na parte frontal do cérebro, de grande

importância cognitiva de entre os quatro lobos. Encarregado de elaborar o

pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e

emoção.

Lobo Parietal - Localizado na parte superior do cérebro, encarregado

pelas sensações da pele (tato, dor, temperatura...) que sejam produzidas pelo

ambiente externo ao corpo.

Lobo Temporal - Localizado na parte lateral do nosso cérebro,

encarregado principal pela função auditiva, mas também, e fundamental, a

Memória. É ainda responsável pelos Sons, pela compreensão da Linguagem e

ainda pela Vigília.

Lobo occipital - Localizado na parte de trás cérebro. Encarregado pela visão

através do córtex visual primário e ainda pelo processamento e percepção da

visão.

As figuras um e dois abaixo, mostram as localizações dos lobos em

questão, sendo relevante informar que a figura 2, mostra a vista lateral dos

mesmos.

Figura 3 - Lobos

https://psicologiaparaofuturo.wordpress.com/2012/08/02/o-cerebro-humano-conceitos-

basicos/acesso em 13/11/16

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Figura 3 – Vista lateral dos lobos

https://psicologiaparaofuturo.wordpress.com/2012/08/02/o-cerebro-humano-conceitos-

basicos/acesso em 13/11/16

3.3.O Cérebro, como potencializador do saber através dos

Sistema Nervoso

Falar de cérebro, é como falar de uma grande orquestra e seus

instrumentos, tocando uma maravilhosa melodia, onde os vários instrumentos

precisam seguir a regência da emoção, gerando o pensamento. Relvas diz

que:

Todos os estímulos do nosso ambiente causando sensações, como dor e calor, e todos os sentimentos, os pensamentos, a programação de respostas emocionais e motoras, as bases neurais da aprendizagem e memória, a ação de drogas psicoativas as causas dos distúrbios mentais e qualquer outra ação ou dos processos sensação do ser humano não podem ser entendidos sem o fascinante conhecimento do processo de comunicação entre os neurônios. (Relvas, 2009, p.25).

A forma saudável na ação do aprender, acompanhada de estímulos

positivos é com certeza um dos grandes potencializadores cerebrais.

Porém um breve questionamento deve ser feito: O que leva um cérebro a se

tornar improdutivo dentro de um ambiente escolar se há tantos estímulos?

Mas tais estímulos só irão acontecer se houver uma correta sistematização do

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aprendizado, pois conforme afirma Relvas (2009 – p.37), o sistema nervoso

detecta estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos, e

desencadeia as respostas musculares e glandulares. Assim é responsável pela

integração do organismo com o seu meio ambiente.

É impossível falar de estímulos e não falar de Sistema Nervoso que

compreende basicamente dois tipos de celulares: os Neurônios e as células

Glias. Já que Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso

que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de

receber, processar e enviar informações. Já as Células Glias: compreende as

células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função

sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural. As

imagens abaixo mostram a estrutura básica de um Neurônio e uma Célula Glia.

Figura 4 – Estrutura básica do neurônio

Apresentação em tema: "Sistema Nervoso Profª Adriana Amorim Colégio MV -2010."— Transcrição da

apresentação. Disponível em http://slideplayer.com.br/slide/333407/ acesso em 13/11/16

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Figura 5 – Células da Glia

CAPÍTULO 10 - HISTOLOGIA DO TECIDO E SISTEMA NERVOSO Profa.Ivana BM Cruz, UFSM - 2011. Disponível em

http://slideplayer.com.br/slide/3277173/ Acesso em 13/11/16

Sendo assim, do mesmo modo que outras células, os neurônios alimentam-se, respiram, possuem os mesmos genes, os mesmos mecanismos bioquímicos e as mesmas organelas. Entretanto para um bom funcionamento dos mesmos é necessária a participação das glias. E não para por aí.

Não se pode deixar de falar da Sinapse. Esta que são junções entre a terminação de um neurônio e a membrana de outro neurônio. São elas que fazem a conexão entre células vizinhas, dando continuidade à propagação do impulso nervoso por toda a rede neuronal. Em geral a sinapse ocorre entre o axônio de um neurônio e o dendrito do neurônio seguinte, mas também pode ocorrer do axônio diretamente para o corpo celular, ou entre o axônio do neurônio para uma célula muscular. Portanto, todas as funções que envolvem o cérebro são muito importantes para um melhor desenvolvimento do aprendente, dentro de uma classe inclusiva, tendo como protagonista do sucesso, o cérebro.

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CAPÍTULO IV

TEORIA DA NEUROCIÊCIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Figura 7 – A evolução da cabeça desde os primórdios

http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/evolucao-1/Evolu%C3%A7%C3%A3o-1.jpg

Que a Neurociência veio para desvendar os estudos sobre o cérebro é

fato, segundo Relvas (2010, p.15): A evolução humana realizou um artifício

engenhoso em nossa cabeça, um crânio que protege o cérebro contra

contusões e garante o seu tamanho, sua expansão a cada aprendizagem.

Ressaltando que de acordo com estudiosos, o sujeito possui 86 bilhões

de neurônios. O que garante a evolução da inteligência humana. Eles

representam cerca de 50% do total da massa cerebral. Sendo importante

informar que, o crescimento do número de neurônios de associação aconteceu

de forma agrupada e em extremidades dos seres vivos, o que seria mais tarde

a cabeça. Ainda segundo Relvas (2010, p.15):

As diferenças comportamentais do indivíduo ou

grupo são sempre mediadas pelo cérebro, e os hormônios

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ganham uma importância nesse aspecto tanto nos gêneros

quanto no sexo, desde o desenvolvimento embrionário até

a fase adulta.

A Neurociência surgiu para solucionar ou esclarecer diversos processos

mentais que envolvem o pensamento do sujeito em todas as suas

particularidades mais relevantes de aprendizagem e os impactos do meio em

que se vive. Ela pode contribuir e desmistificar os estudos sobre o cérebro na

sala de aula. Podendo contribuir para uma educação menos excludente, já que

o educador tem a oportunidade instruir-se melhor como ensinar, já que existem

diversas maneiras de aprender.

A Neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso que, por sua

vez, é constituído pelo cérebro e sistema nervoso central e periférico. Cabe

observar as imagens abaixo para melhor compreensão das informações

dispostas.

Figura 8 – O Cérebro

http://www.farmaciasaude.pt/site/images/stories/artigosimage/cerebro.jpg

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Figura 9 – O Sistema Nervoso

http://www.afh.bio.br/nervoso/img/SN%20divisao.gif

Embora a palavra Neurociência seja nova, existem evidências que

mostram que os nossos ancestrais pré-históricos já compreendiam que o

encéfalo era essencial para vida. Um exemplo é prática da trepanação.

Há milhares de anos, os egípcios já faziam cirurgias no cérebro. Porém,

o que exatamente era feito, como e com qual propósito ficou perdido no tempo.

Sabe-se que tais cirurgias eram feitas por causa perfurações no crânio em

esqueletos da época(essa técnica consistia em se fazer orifícios em crânios de

indivíduos vivos) . Papiros do século 15 a.C também descrevem procedimentos

intracranianos. O que se sabe, nos dias atuais, é de que eles conseguiram

relacionar as funções motoras com o cérebro.

As imagens dispostas abaixo retratam bem este período. A primeira

mostra um crânio que passou por trepanação. E a segunda imagem mostra a

trepanação sendo realizada.

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Figura 10 – Crânio que passou sofreu trepanação

http://s2.glbimg.com/sUbXH8AT6NosSNoMmaAjiqmK4vU=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/06/09/trepana

cao2.jpg

Figura 11 – Trepanação sendo realizada por perfuração craniana

http://3.bp.blogspot.com/-BkHBD0vAOrg/ViQGlplb0xI/AAAAAAAAAgU/3IXdxSc719w/s1600/Trepanation_-_feldbuch-

der_wundartzney-617x1024.png

O termo “Neurociência” surgiu no final do ano de 1970, dado pelos

cientistas Michael S. Gazzaniga e George A. Miller. Ambos estavam a caminho

de um jantar oferecido pelas Faculdades de Rockfeller e Cornell, que tinha

como objetivo explanar e estudar como o cérebro dá origem à mente, e

precisavam de um nome que simbolizasse o estudo.

As descobertas de Broca, foi uma das mais importantes na história da

neurociência.

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Broca e Wernick conseguiram realizar a primeira considerável pesquisa

sobre a localização específica no cérebro de uma função. Eles conseguiram

este feito ao estudar danos em partes do cérebro e seu efeito nas funções

psíquicas. Tudo começou em 1861, quando Broca avaliou um homem que

podia entender a linguagem, mas não era capaz de falar. A única palavra que

ele conseguia falar era “tan”. Depois, descobriram que este homem tinha uma

lesão no lobo frontal esquerdo, que foi chamado, a partir de então, de área de

Broca.

Wernicke, neurologista alemão, estudou um paciente que conseguia

falar, mas muitas vezes emitia frases sem sentido. Este paciente tinha sofrido

um derrame e, embora falasse, não conseguia entender a linguagem falada ou

escrita. A lesão do derrame havia sido na parte posterior do lobo temporal

esquerdo, local que ficou conhecido como área de Wernicke.

Na imagem abaixo pode se observar as duas áreas distintas de Broca e

Wernicke.

Figura 12 - Áreas de Broca e Wernicke

http://www.psicologiamsn.com/wp-content/uploads/2014/01/area-broca_wernicke.jpg>acesso

em 05/12/16

No século XX, com o desenvolvimento da neuroimagiologia, conjunto de

técnicas para diagnóstico médico como tomografia, cintilografia e a

ressonância magnética o conhecimento do sistema nervoso cresceu muito e

milhares de outras pesquisas foram feitas.

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Segundo Relvas (2012 – p.145) estudar Neurociência aplicada é fazer

uma releitura dos teóricos da Educação que tanto auxiliam no fazer em sala da

aula.

Portanto, é necessário que haja uma mudança por parte dos

representantes escolares, para uma atuação mais plena, permitindo uma

abordagem mais eficaz, ampla e significativa dentro da aprendizagem com

auxílio da Neurociência.

4.1.Neurociência e a Educação Inclusiva

A inclusão escolar, leva em consideração a pluralidade das culturas e a

complexibilidade humanística das relações com o meio. E por isso acaba

marcada somente a incorporação dos aprendentes.

Sabe-se que a inteligência progride toda vez que há uma quebra da

estabilização do pensamento, porém numa forma de homogeneizar o

pensamento, e emburrecer a inteligência há um endurecimento desses fatores.

Mas, para que esse endurecimento não ocorra, é necessário um envolvimento

emergente das ações que diz respeito ao cérebro. Cérebro e ação devem estar

unidos neste processo visando impactar através da Neurociência.

Mas de que maneira a Neurociência pode intervir? Ela pode intervir

desmistificando os estudos dos cérebros na sala de aula. E assim o educador

saber compreender melhor como ensinar, já que existem diversas maneiras de

aprender. A mobilização mental sempre vai acontecer, quando a ela é colocado

novos desafios ,que são exteriorizados através da emoção desenvolvendo

competências necessárias para um despertar de novas sinapses. Pois

conforme dizia Freire (1997 apud Chaves/Relvas,2012,p.83):

A concretude do ensino depende a meu ver de ações práticas que deem significado aos “dois mais dois” ou Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil sem viver concretamente, corporalmente, as relações espaciais e temporais de que a cultura infantil é repleta, fica difícil falar em educação concreta, em conhecimento significativo, em formação para a autonomia , em democracia e assim por diante.

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As condutas diárias fazem com que o aprendente cresça por meio de

estímulos com atividades significativas desenvolvendo melhor suas

capacidades físicas, mentais, emocionais e aprimorando diversas habilidades

motoras, neurofisiológicas e psicológicas. Pois segundo Relvas, “a teoria de

Cannon-Bard prevê que o indivíduo, ao perceber estímulo, desencadeia uma

sinapse para o sistema nervoso central”. Também conforme Relvas, Já na

teoria de James - Lange diz que, “à medida que um sinal é passado para um

tensor teria como promover as mudanças emocionais e, depois ele iria para o

local pertinente no SNC para que houvesse a experiência da emoção, e aí o

corpo memorizaria”.

Portanto, dentro de uma perspectiva positiva, a Neurociência tem como

finalidade modelar e descrever esquemas neuronais que permeiam a

percepção e a cognição mostrando alternativas para uma aprendizagem com

estratégias positivas. Mas ainda esbarra na precariedade dos saberes sobre o

desempenho primordial cerebral, bem como a ausência de todos os recursos

oferecidos a educação. Por falta de conhecimento dos educadores.

Silva Lucy(p.22) já dizia que,” Dá trabalho educar. Dá trabalho perceber

que é preciso chegar a cada aluno de maneira diferente.Impossível?

Demagogia?”

Por isso o olhar inclusivo de cada profissional deve estar voltado para as

diversas percepções cerebrais que envolvem este processo. Porém, enquanto

não houver a compreensão de que os aprendentes precisam da ajuda do

professor que está ali à sua frente, nenhuma manifestação do aluno será

presente quanto a aprendizagem intelectual.

Sendo ainda prudente ressaltar que, todos não aprendem no mesmo

momento, e nem sempre com as mesmas estratégias, e conhecendo as partes

do cérebro, torna-se mais fácil conseguir interagir e dispor de momentos

diferentes e distintos de aprendizagem cognitiva. Objetivando uma

aprendizagem espiral em rede, proporcionando e levando os envolvidos no

processo uma relação com contextos, experiências, analises, conhecimento e

reconhecimento, mensurando o seu significado. Conforme Freire, José Carlos

Serrano:

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Independentemente do sistema a que pertençamos, das dificuldades que enfrentemos, é possível, com determinação, estudo e um grande sonho. É preciso sonhar com o queremos para encontrar formas de de realizar o que sonhamos. Para aprender é preciso sonhar é preciso ter esperança. (Freire, 2013, p.99).

Sendo relevante, pensar que o processo de aprendizagem é

desencadeado a partir da motivação. Processo este que vem de dentro para

fora do sujeito. No dia a dia escolar, o disparador motivador deve estar

presente para que haja interesse do educando.

As atividades cerebrais se fazem presentes no processo de

aprendizagem, o que deve ser levado em consideração sempre pelo

profissional de educação. Cabendo a este mergulhar e debruçar nos estudos

através da Neurociência que, através dos seus estudos vem mostrando novos

caminhos para um bom aprendizado dentro da inclusão. (Relvas,2010,p.92)

descreve o caminho percorrido pelos estímulos (SNC) no processo de

aprendizagem da seguinte maneira:

- O córtex cerebral, nas áreas do lobo temporal, recebe e integra e

organiza as percepções auditivas.

- Nas áreas do lobo occipital, o córtex recebe, integra e organiza as

percepções visuais.

- As áreas temporais e occipital se ligam as áreas do lobo frontal,

situadas na terceira circunvolução frontal, responsável pela articulação das

palavras. A articulação frontal ascendente é responsável pela expressão da

escrita (grafia).

- A área parietotemporoccipital é responsável pela integração gnóstica, e

as áreas pré-frontais, pela integração práxica, desde que essas funções sejam

moduladas pelo afeto e pelas condições cognitivas de cada um.

Os estudos dentro da Neurociência colaboram cada vez mais para um

desenvolvimento cognitivo eficaz e de excelência do aprendente que, é incluído

numa classe regular de ensino. Pois, vários resultados colaboram cada vez

mais para o desenvolvimento na área de educação. Dando assim ao docente

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de educação inclusiva uma visão ampla e segura das atividades desenvolvidas

dentro do ambiente escolar e compreender melhor as dificuldades de

aprendizagem de cada sujeito, levando o cérebro a estabelecer novas

sinapses.

Relvas (2010,p.35) diz que, a aprendizagem se dá pela criação de novas

memórias e pela ampliação das redes neurais que armazenam o que já foi

trabalhado, por meio das aprendizagens de conceitos e das metodologias que

irão formar ou ampliar estas memórias.

Sendo assim cabe ao professor refletir sobre maneiras de desenvolver

inteligências e pontencialidades múltiplas em sala de aula.

Cabendo uma ressalva, para entender todo o processo de aprender é

preciso saber um pouco sobre o funcionamento do sistema nervoso central,

organizador dos nossos comportamentos. Já visto na abordagem feita na

página 42.

Os hemisférios direito e esquerdo também não podem ser esquecidos,

pois mantêm conexões recíprocas para troca de informações, conforme

abordagem realizada na página 32.

Portanto, o conhecimento das partes cerebrais e seus aspectos deve ser

uma condição básica para o profissional de educação que trabalha com a

inclusão, para melhor elaborar estratégias eficazes de aprendizagem, que

disparem estímulos significativos que estabeleçam certas conexões neurais,

pois ensinar vai muito além das matérias propostas dentro do currículo escolar.

A sala de aula pode ser comparada a um laboratório, pois pode-se testar e

experimentar diversas formas e maneiras de ensinar e aprender com auxílio da

Neurociência.

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CONCLUSÃO

O estudo apresentado cuja abordagem foi a inclusão de pessoas com

necessidades específicas no ambiente escolar, buscou verificar como ocorre a

inclusão desses educandos na rede regular de ensino dentro do ensino

fundamental I.

Um dos aspectos importantes que deve ser destacado é a necessidade

de preparar, qualificar e especializar os profissionais que trabalham com os

alunos incluídos. Pois os educadores, devem ter por objetivo, trabalhar com o

estímulo para promover certas conexões neurais, com o objetivo de amenizar

as dificuldades de aprendizagem cognitiva desses educandos incluídos.

A educação inclusiva junto à Neurociência deve ser um dos pilares para

se alcançar a tão almejada sociedade igualitária.

Um outro aspecto relevante é o papel da escola, que não poderá mais

fugir a esse compromisso. Ela terá que estar preparada para lidar com as

novas situações que surgem diante desse novo paradigma que é a inclusão. O

que se espera é que a escola como espaço inclusivo tenha por desafio o

sucesso de todos os seus alunos, sem exceção.

Considerando que todos os homens nascem livres e iguais em

dignidade e direitos, não há como conciliar democracia com injustiças sociais.

O desafio é construir uma sociedade democrática, calcada na igualdade, na

liberdade, onde os direitos humanos sejam respeitados e protegidos,

repudiando-se as desigualdades sociais e todas as perversas formas de

exclusão de qualquer indivíduo.

O exercício da cidadania não pode se restringir somente à questão de

direitos e deveres de uma parcela da população, devendo abranger também as

questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade de um

modo geral. Portanto para a construção de uma sociedade compromissada

com as minorias, que valorize a diversidade humana, que respeite a dignidade

de cada indivíduo, a igualdade de direitos e de oportunidades, o exercício

efetivo da cidadania, com liberdade de expressão, do pensamento e de

escolha.

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Entretanto, sabe-se que só o acesso não é suficiente, pois a educação

inclusiva não se faz somente com atos legais, e sim com ações e relações

realizadas na escola, para efetivar o compromisso de transformar a sociedade

injusta e excludente, numa sociedade mais igualitária.

Sendo assim os professores, os pais podem estar fazendo esse trabalho

juntamente com a escola. Por fim, quando o Brasil vier a alcançar os níveis

ótimos de desenvolvimento socioeconômico, compatível com o ideário de uma

sociedade inclusiva, caberá a reflexão sobre a eliminação das classes e

escolas para pessoas com necessidades educacionais específicas, evitando-se

assim incorrer em outro equívoco, o desrespeito ao pluralismo.

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A verdadeira Inclusão 10

1.1. Conhecendo a realidade de pessoas com necessidades

Especificas 12

CAPÍTULO II

A verdadeira inclusão e a Escola Inclusiva 19

2.1. A escola inclusiva 20

2.2. A inclusão e suas praticas o IHA 23

2.3. A inclusão escolar dos P.N.E.E 25

CAPÍTULO III

Neurociência e Inclusão 28

3.1. O educador preparado para a classe diversificada 29

3.2. O cérebro e os seus dois hemisférios 31

3.3. O Cérebro, potencializador do saber através dos Sistema Nervoso 34

CAPÍTULO IV

Teoria da Neurociência e Educação Inclusiva 37

4.1. Neurociência e a Educação Inclusiva 42

CONCLUSÃO 46 BIBLIOGRAFIA 48 ÍNDICE 51 ÍNDICE DE FIGURAS 52 ANEXOS 00

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Hemisfério Cerebrais - Vista superior .............................................32 Figura 2 – Hemisférios Cerebrais esquerdo e direito ........................................32 Figura 3 - Lobos ................................................................................................33 Figura 4 – Vista lateral dos lobos ......................................................................34 Figura 5 – Estrutura básica do neurônio ...........................................................35 Figura 6 – Células da Glia .................................................................................36 Figura 8 – A evolução da cabeça desde os primórdios .....................................37 Figura 9 – O Cérebro ....................................................................................................................................38

Figura 10 – O Sistema Nervoso Central ...........................................................39 Figura 11 – Crânio que passou sofreu trepanação ...........................................40 Figura 12 – Trepanação sendo realizada por perfuração craniana ...................40 Figura 13 - Áreas de Broca e Wernicke ..........................................................411