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Doenças Osteometabólicas e Endócrinológicas
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Dr. Dennis Sansanovicz
Junho, 2011
Doenças Osteometabólicas e Endocrinológicas
Introdução Incluem um grupo extenso de afecções que alteram o
metabolismo ósseo.
Resultam em:- ou generalizada da massa óssea- Produção anormal de tecido osteóide- Distúrbios de mineralização óssea- Armazenamento incomum na estrutura esquelética
Recentemente: Biologia Molecular Detecção das alterações genéticas
* Correção do Erro Bioquímico Primordial
Doenças Abordadas nesta Aula
Escorbuto
Raquitismo
Osteodistrofia Renal
Hiperparatireoidismo Primário
Hiperparatireoidismo Secundário
Mucopolissacaridoses
Osteogênese Imperfeita
Escorbuto
Afecção metabólica causada pela deficiência de ácido ascórbico (Vit C)
Vit C é uma Vitamina Essencial (não sintetizada pelo corpo humano)
Principais fontes: vegetais e frutas (princ. cítricas)
Escorbuto Atualmente = doença rara Regiões desérticas e isoladas e em populações
carentes de países subdesenvolvidos
Países desenvolvidos: moradores de rua, idosos, pacientes psiquiátricos, pacientes com dentição inadequada, dietas radicais, alcoolistas, doenças gastrointestinais e internação hospitalar prolongada (Ortopedia CHS)
Escorbuto Fisiopatologia:- O Ácido Ascórbico tem função na hidroxilização de
aminoácidos e como agente anti-oxidante.
- Prolina Hidroxiprolina- Lisina Hidroxilisina- Hidroxiprolina e Hidroxilisina são responsáveis por ligações
cruzadas que estabilizam o colágeno.
- * Logo, a deficiência de Vit C leva à síntese de fibras colágenas defeituosas.
Ácido Ascórbico
Ácido Ascórbico
Escorbuto
Fisiopatologia:
- As fibras colágenas defeituosas resultam em repercussões sistêmicas e no esqueleto ósseo.
- No esqueleto:
* Alteração na estrutura e permeabilidade dos capilares, levando a formação de tecido ósseo de má qualidade com baixa resistência às forças de tensão.
Escorbuto Características Clínicas:• Doença de Barlow (Escorbuto Infantil):
Irritabilidade, Hiperestesia e Hipotonia muscular (princ. MMII, obrigando à fletir os membros), febre, hemorragias gengivais e do subcutâneo, úlceras orais, dificuldades de cicatrização em ferimentos da pele. Dor óssea/articular e o aumento do diâmetro dos membros e articulações são freqüentes na fase aguda, decorrentes dos hematomas.
* Se a ingestão materna de Vit C foi adequada, os sintomas só aparecerão ente os 6 e 9 meses de idade
Escorbuto
Características Laboratoriais:
• Ácido Ascórbico Plasmático < 2 mg/L = Déficit Vitamínico.
• Entretanto, o resultado do exame pode ser de difícil interpretação.
• A mensuração do Ácido Ascórbico nos Leucócitos é considerada um teste mais confiável .
Escorbuto
Características Radiográficas:
Vistas em geral nos ossos longos Adelgaçamento das corticais. A Osteopenia Generalizada contrasta com a linha
metafisária densa na zona de calcificção, essa linha é chamada:
* Linha Branca de Frankel (que tb aparece nas intoxicações por metais pesados, Sífilis e
Raquitismo em fase de cura). Densidade Óssea lembra vidro esmirilhado
Escorbuto Características Radiográficas:- Sinal de Pelken: osteófitos laterais
na região justafisária da metáfise.- Quando ocorrem fraturas, estas
costumam ser tb na região justafisária da metáfise.
- Fragilidade Capilar Hemorragias Subperiosteais Calcificam Imagem em “Fantasma” (envolvendo o osso)
Escorbuto
Tratamento- Se tratado no início, toda sintomatologia
pode desaparecer.- Responde bem à ingestão de Vit C- OMS : Necessidade mínima diária:• 25mg/dia para R.N• 70mg/dia para as mulheres lactantes
* Dose terapêutica inicial recomendada: 200mg/dia
Raquitismo Raquitismo * Incapacidade de mineralização da matriz óssea recém formada
acúmulo do tecido osteóidediminui a resistência óssea
* Ocorre no indivíduo em crescimento
* Atinge mais áreas em que a velocidade de produção de osteóide é maior, ou seja, a fise.
* Essas alterações na zona metafisária caracterizam os achados radiográficos da doença
Osteomalácia (Raquitismo do Adulto) * Incapacidade de mineralização óssea com acumúlo de osteóide e
diminuição da resistência do osso ao final do crescimento esquelético (exclusivamente no osso lamelar)
Raquitismo Vitamina D:
Pode ser: 1- Ingerida (Óleo de fígado de bacalhau, peixes, gema de ovo, fígado, queijos,
produtos com suplementação).
Neste caso, ela é absorvida diretamente pelo TGI na sua forma de Vit D2 (Calciferol) ou Vit D 3 (Colecalciferol)
2 – Convertida a partir de precursores presentes na pele:
* 7-desidrocolesteterol Colecalciferol(Vit D3)
* Ergosterol Calciferol (Vit D2)
Absorção pelo TGI
(Pró-vitamina D3)
(Pró-vitamina D2)
Raquitismo
Vit D:
Colecalciferol (D3)
Calciferol (D2) Fígado 25-hidroxivitamina D(ou 25-hidroxicolecalciferol)
* No fígado ocorre a primeira hidroxilização da vitamina D
* No rim ocorre a conversão final (2ª Hidroxilização):
25-hidroxivitamina D Rim1,25-diidroxivitamina D
(ou 1,25-diidroxicolecalciferol)(ou Calcitriol)
* Forma Ativa da Vit D
Raquitismo
Sítios de Ação do Calcitriol:
1) Intestino Delgado: promove aumento da absorção de cálcio e fosfato
2) Paratireóides: Produção do PTH
3) Tecido Ósseo: em doses altas aumenta a reabsorção de cálcio do osso
4) Rim : Aum absorção de Ca e P. Feedback negativo para produção de Calcitriol
Causas Etiológicas de Raquitismo
Raquitismos causados pela deficiência de vitamina D:• Esse grupo inclui 2 tipos:
1) Tipo Carencial (Baixa ingestão de Vit D, Baixa Exposição Solar ou Pele Negra e , mais raramente, por baixa ingestão de cálcio ou fósforo)
2) Ligado a Disturbios GI (Doença Gástrica, Síndromes de Má Absorção e Disfunções Hepatobiliares)
Raquitismos vitamina D-dependentes (RVDD):• Ocasionados por erros inatos do metabolismo da Vit D• Incluem:
1) RVDD Tipo I (Pseudodeficiência de Vit D)
2) RVDD Tipo II (Resistência Periférica ao Calcitriol)
Causas Etiológicas de Raquitismo
Raquitismos Vitamina D-resistentes Hipofosfatêmicos:• Caracterizados pelo Hipofosfatemia• Incluem:1) Raquitismo Hipofosfatêmico Ligado ao Cromossomo X (RHX)
2) Raquitismo Hipofosfatêmico Autossômico Dominante (RHAD)
Outras Formas de Raquitismo:• Outros tipos que não se encaixam nos grupos anteriores• Entre eles destaca-se a Osteodistrofia Renal
Abordada no final da apresentação
Raquitismo Características Clínicas:- Apatia, Irritabilidade, Hipotonia
Muscular, fraqueza e, nos casos de Hipocalcemia grave, tetania e convulsões.
- Crânio (Bossa Frontal, Caput Quadratum e Achatamento Parietal
- Baixa Estatura + diversas alterações esqueléticas
Raquitismo Características Clínicas:• Tórax: - Rosário Raquítico (proeminência da
junção costo-condral)- Sulco de Harrison (endentação das
costelas inferiores)- Pectus carinatum (em “peito de
pombo”)• Coluna:
* Cifoses e Escolioses, geralmente em grau leve.
• Abdome:
* Distendido, associado a obstipação ou diarréia
Raquitismo
Características Clínicas:• Membros:- Graus variados de arqueamento
(varo/valgo)- Fraqueza muscular- Marcha Oscilante- Articulações de aspecto
alargado (comprometimento da região epifisiometafisária)
Joelhos “em ventania”
Raquitismo Características Radiográficas:- Casos leves: alterações sutis- Adelgaçamento da cortical- Rarefação do trabeculado ósseo (borrado)
- Metáfise alargada (em forma de taça)- Linhas de Looser ou Pseudofraturas de
Milkman
* Linhas radioluscentes transversais o eixo longo do osso. Correspondem a áreas de enfraquecimento com acúmulo de Osteóide.
*Linha de Looser ou Pseudofratura de Milkman
Raquitismo Características Laboratoriais:• Padrão Laboratorial varia muito dependendo do tipo de Raquitismo• Exames iniciais a serem pedidos: Ca, P e FA• FA: em todos tipos de Raquitismo (Turn Over Ósseo)• Ca: normal ou • P: em todos os casos, exceto na Osteodistrofia Renal (), devido ao
PTH
* Outros exames:• PTH: em todos os casos, excetos nos tipos Hipofosfatêmicos• Dosagem das formas hidroxilada e diidroxilada da Vit D:
p/ diagn de Erro Inato do Metabolismo• Dosagem do FGF23 (Fator de Crescimento Fibroblástico implicado na
gênese dos Raquitismos Hipofosfatêmicos)
Raquitismos Carênciais Deficiências de Vit D ou Ca (África)
Gestação e RNPT: maior susceptibilidade
RN em Aleitamento Materno exclusivo deve receber suplementação (Ad-til ) pois o LM não possui Vit D suficiente.
Diversos distúrbios GI podem levar ao Raquitismo Carencial (D. Crohn, RCU, Sarcoidose, Cirúrgias Bariátricas, etc.)
®
Raquitismos Carênciais Prevenção é o melhor tratamento (Profilaxia):
* Ingestão diária de Calciferol (D3):• Neonatos: 400 a 1000 UI/dia• Adultos: 200 UI/dia• 51-65 anos: 400 UI/dia• >65 anos: 600 UI/dia
Tratamento da Doença já Instalada:* Calciferol (D3):• 1500 – 5000 UI/dia VO por 3 – 6 meses• 200 000 UI por VO repetida após 3 meses• 600 000 UI por via IM – dose única
Raquitismo Vit D Dependentes Erros Inatos no metabolismo da Vit D
RVDD Tipo I:- Alteração do gene que faz a 2ª hidroxilização (Rim)- Tratamento: Calcitriol (1,25 (OH)2 Vit D)
RVDD Tipo II:- Resistência Periférica ao Calcitriol- Apresenta altos níveis de Calcitriol plasmático- Alopécia em 2/3 dos casos- Tratamento: Altas doses de Calcitriol e Cálcio
RVDD Tipo III:
- Proteína anômala se liga no sitio do receptor do calcitriol, impedindo a ação do mesmo nas células alvo.
Raquitismo Vit-D-resistentes hipofosfatêmicos
Causa= Hiposfatemia decorrente de uma Hiperfosfatúria. Principal forma de Raquitismo em Países desenvolvidos Principais tipos:
-Raquitismo Hipofosfatêmico ligado ao X (RHX) (+comum)
-Raquitismo Hipofosfatêmico Autossômico Dominante (figura)
* O FGF23 é o fator etiológico + implicado na Fosfatúria
RHX Forma mais comum dentre os Hipofosfatêmicos Tríade Clínica:- Hipofosfatemia- Deformidade dos membros inferiores- Atraso de Crescimento Ligado ao X: no sexo masculino tem quadro clínico mais expressivo. Altura Máxima: 160 cm Cálcio Sérico tende a ser normal (P é ) Sistema Ósseo: • Arqueamento de MMII, coxa vara e marcha anserina• Não apresentam hipotonia ou fraqueza muscular • Escoliose• Pseudofraturas de Milkman• Artralgias• Dentição deficiente (Infecções Periodontais e Abscessos)
RHX Tratamento:- Adm oral de Fosfato e Calcitriol.- Complicação terapêutica:
• Indução de Hiperpara. secundário devido ao excesso de
fosfato (Feedback + p/ produção de PTH na Paratireóides)• Deformidades Ósseas residuais: Osteotomias Hemiepefisiodeses
Osteodistrofia Renal Causa: IRC Baixos níveis de Calcitriol (perda da 2 ª hidroxilização da Vit D) Acúmulo de 25-hidroxivitamina D (inativo) Ca sérico P sérico Induz ao Hiperpara. Secundário
Baixos níveis de Ca impedem a mineralização do osteóide formado e o PTH induz a desmineralização óssea:
Fraturas patológicas são relativamente comuns em renais crônicos
Tratamento: Calcitriol (1,25 diidroxivitamina D)
Hiperparatireoidismo Primário
Apenas 20 – 25 % dos casos de hiperpara. apresentam alterações ósseas detectáveis pelo Rx.
Hiperpara. Primário é a causa + comum de hipercalcemia.
Incidência: 1/500 a 1/1000 nasc. vivos 2-3% dos casos: pós-menopausa Mais freq. na 5ª década de vida Mulheres:Homens = 3:1
Hiperparatireoidismo Primário
Etiologia• 80 % = Adenoma Benigno Solitário• < 20 % = Hiperplasias das glândulas• <0,5 % = Carcinoma
• Casos raros hereditários (aparecimento na infância):
* NEM : Neoplasias Endócrinas Múltiplas – nas quais há hiperplasia das Paratireo.
HiperparatireoidismoPrimário
Fisiopatologia:• O PTH é um hormônio hipercalcemiante• Condições normais:• Ca PTH (Feedback -)• P PTH (Feedback +)* Funções do PTH:
1) Osso: Reabsorção de Ca
2) Rins: - Reabsorve Ca e excreta P - Estimula produção de 1,25 diidroxivitamina D
3) TGI: Absorção de Ca (agindo diretamente nas cels intestinais e indiretamente ao estimular produção de calcitriol nos rins) e de P (Guyton)
HiperparatireoidismoPrimário
Quadro Clínico:- 47% são assintomáticos - Alterações clínicas decorrem da Hipercalcemia- Mal-estar geral, sede, poliúria, anorexia e
tremores.- Dores e fraqueza muscular.- Nefrolitíase é comum, apresentando-se com
cólicas renais. - Casos de IRA pós-renal
HiperparatireoidismoPrimário
Quadro Clínico:- Osteoporose secundária pode levar a Fx
patológicas.- Dedos em “baqueta de tambor) (reabsorção das
falanges distais)- Depressão, ansiedade e déficit cognitivo leve- TGI: acometimento incomum, úlceras pépticas e
pancreatite (coledocolitíase)- Arritimias, HAS, Hipertrofia Ventricular e
Calcificações de Valvas Cardíacas
HiperparatireoidismoPrimário
Alterações Radiográficas- No esqueleto, o excesso de PTH leva à uma condição
denominada• Osteíte Fibrosa Cística: - Reabsorção do osso cortical (porém, apesar de delgada, a
cortical tem sua microestrutura óssea preservada)- Preservação do osso esponjoso- Há um aumento do diâmetro do osso por um mecanismo
compensatório chamado de aposição periosteal (espessamento do periósteo)
- Esses fatores contribuem para que a fragilidade óssea não seja tão acentuada.
HiperparatireoidismoPrimário
Alterações Radiográficas:• Falanges distais: erosões do
osso subperiosteal.• Afilamento do 1/3 distal da
clavícula• Tumores Marrons
(Pseudotumores formados por células gigantes)
• Reabsorções pontilhadas na calota craniana (em “sal e pimenta”)
HiperparatireoidismoPrimário
Densidometria Óssea• Auxilia a definir a indicação
de tratamentos cirúrgicos de acordo com o grau de perda da massa óssea
• Alta sensibilidade p/ detectar osteíte fibrosa cística em fase inicial
HiperparatireoidismoPrimário
Diagnóstico Laboratorial- PTH sérico elevado- Hipofosfatemia ou Fosfatemia normal- FA se eleva quando há alterações ósseas 1,25 diidroxivitamina D 25 hidroxivitamina D- Marcadores específicos de alto turn over ósseo
podem estar elevados, mesmo sem alt. óssea aparente (FA óssea, C-telopeptídeo)
- Citocinas Inflamatórias relacionadas ao metabolismo ósseo (IL-6 e TNF) podem
HiperparatireoidismoPrimário
Diagnóstico Laboratorial- Urina: Hipercalciúria
Deoxxipiridinolina
N-telopeptídeo
HiperparatireoidismoPrimário
Tratamento:- Extirpação das glândulas hiperplásicas ou
adenomatosas- Pós-cirúrgico: Hipocalcemia = “Sindrome da Fome
do Osso”. Fenômeno de rápido depósito de cálcio, que deve ser tratada com altas doses de Vit D e Ca. Pode-se prevenir esse quadro com o uso de um Bisfosfonato no pré-op.
- Novo medicamento: Cinacalcet, atua sobre o distúrbio primário promovendo redução dos níveis de PTH (evitando as complicações pós-op.)
Hiperparatireoidismo Secundário
Hipocalcemia estimulo p/ hipertrofia das glândulas paratireóides, levando à um PTH.
A Hipocalcemia seria originada pelo distúrbio primário (Raquitismo, Osteomalácia, Doenças Renais e Hepatobiliares, etc.)
Se a doença primária for tratada, o Hiperpara. Secundário pode regredir.
Nos casos em que o Hiperpara Secundário fica refratário ao tratamento com altas doses de cálcio, ele então é chamado de terciário.
Mucopolissacaridoses
Mucopolissacaridoses Grupo de doenças de depósito lisossomal. Incapacidade de metabolizar normalmente os
MUCOPOLISSACARIDEOS (nome antigo do que se chamam hoje de GLICOSAMINOGLICANOS)
Essas macromoléculas são degradadas por enzimas presentes nos lisossomos.
O heparam sulfato(HS), o queratam sulfato(QS) e o dermatam sulfato(DS) são produtos de degradação das células defeituosas e podem se acumular em diversos órgãos, causando deformidades ósseas e alt. clínicas.
Mucopolissacaridoses As síndromes resultantes dependem do gene
envolvido.
São conhecidos 7 tipos básicos de MPS.
Todas têm Herança Autossômica Recessiva, exceto a Síndrome de Hunter (MPS Tipo II), que é ligada ao X.
O depósito de mucopolissacarideos nas estruturas periarticulares expressa-se por rigidez articular, exceto na MPS IV, em que há frouxidão ligamentar.
Mucopolissacaridoses
Características Ortopédicas
• Maioria das MPSs: coxa vara
• Displasia da cabeça femoral
• Encurtamento e alargamento de diáfises
Mucopolissacaridoses
Características Ortopédicas• Metáfises alargadas (punhos, joelhos e
quadris)• Obliqüidade da radio-ulnar distal .• Dedos: Aspecto em “ponta de lápis”
Mucopolissacaridoses Exame de Urina: importante para o
screening do tipo específico da MPS.
Tratamento para as MPS’s está se direcionando para as alterações enzimáticas presentes.
Terapia de Reposição Enzimática e Transplante de Medula Óssea podem ser eficazes
MPS I (Síndrome de Hurler)
Fáscies grotesca é característica. Deficiência da alfa-L-iduronidase Prevalência: 1:100 000 nv 3 Fenótipos diferentes:
1. Forma Hurler (a mais grave)
2. Forma Scheie (caract. menos acentuadas e inteligência normal)
3. Forma Mista
MPS I (Síndrome de Hurler) Achados Laboratoriais das 3 formas:
- Urina: presença de DS e HS
- Cultura de Fibroblastos: acúmulo de S-35
- Déficit de alfa-L-iduronidase nos leucócitos e fibroblastos.
MPS I-H (forma Hurler) A mais grave (protótipo clínico) Manifestações clínicas somente após os 6 meses de idade
Lactentes: robustos, rinorréia persistente, articulações rígidas e cifose toracolombar
12-24 meses: disostoses múltiplas (deformidades esqueléticas), hepatoesplenomegalia, opacificação da córnea, sopros cardíacos, hipertelorismo ocular, nariz em sela, baixa estatura.
Apartir dos 2 anos: retardo mental. Outros: hirsutismo, disacusia e hidrocefalia
SV = até os 10 anos
MPS I-H (forma Hurler)
Coluna Vertebral (alt. características)- Cervical: 25 % tem anomalias (hipoplasia do odontóide)- Lactentes: Cifose acentuada e vértebras em forma ovóide- Vértebras acunhadas anteriormente na transição
toracolombar
Tratamento Ortopédico- Correção de deformidades, contraturas
articulares e desvios angulares.- Instabilidade C1-C2: Artrodese cervical alta
MPS I-S (Forma Scheie) Antiga MPS V (não existe mais esse tipo) Achados Bioquímicos idênticos à forma Hurler Estatura próxima do normal Inteligência preservada Opacificação da córnea e glaucoma
Mãos em garra. Síndrome do Túnel do Carpo é freqüente. Valvulopatia Aórtica (causa do óbito)
MPS II (Síndrome de Hunter)
Deficiência de iduronato-2-sulfatase Manifestações inciam-se aos 2 anos de idade Herança recessiva ligada ao X (Somente homens
são afetados) Mães e irmãs portadoras do gene são sãs. Incidência: 1:65 000 a 1:300 000. Variabilidade fenotípica (forma mais grave SV até
os 15 anos) QC semelhante à Síndr. de Hurler. Mãos em Garra Urina: tb Excreção de DS e HS
MPS II (Síndrome de Hunter)
Diferencial entre MPS I (Huler) e MPS II (Hunter)1. MPS II (Hunter) as córneas são transparentes
2. MPS II(Hunter) só ocorre no sexo masculino (lig. ao X)
3. MPS II(Hunter) pode ser mais brando e ter progressão mais lenta, com indivíduos chegando aos 50 anos de idade.
Tratamento da MPS II• Reposição enzimática com idursulfase• Transplante de medula óssea• Ortopedista: correção de deformidades e contraturas articulares
MPS III (Síndrome de Sanfilippo)
É a mais comum das MPSs. 4 Subtipos:Tipo A: Deficiência da Heparam N-sulfatase
Tipo B: Deficiência da N-acetil-alfa-D-glucosaminidase
Tipo C: Deficiência da acetil-Coa:alfa-glucosaminida acetiltranferase
Tipo D: Deficiência da N-acetilglucosamina-G-sulfatase A mais grave é a Tipo A. Os tipos são semelhantes.
Início dos sintomas: 3-6 anos de idade Hiperatividade, déficit cognitivo, atraso de desenvolvimento,
Hirsurtismo, crânio aumentado, hepatoesplenomegalia. Eventualmente disostose múltipla e rigidez articular leves
MPS III (Síndrome de Sanfilippo)
Entre 8-10 anos : Retardo Mental grave SV até os 20-30 anos Diagnóstico:- Dosagem de níveis enzimáticos em
culturas de fibroblastos ou leucócitos- Urina: HS Tratamento:- Não há tratamento específico- Terapia gênica está em estudo
MPS IV (Síndrome de Morquio-Brailsford)
2 Tipos:- Tipo A: Deficiência da N-acetilgalactosamina-6-sulfatase- Tipo B: Deficiência da beta-galactosidase
Impossível diferenciar clinicamente as duas formas
Inicio da doença aos 2 anos Boca extensa, nariz achatado e alargado
e maxilares proeminentes. Inteligência é normal Aos 6 anos inicia-se a turvação córnea
MPS IV (Síndrome de Morquio-Brailsford) Coluna:
- Platispondilia (achatamento do corpo vertebral de várias vértebras lombares que leva à um déficit de estatura acentuado e cifose).
- Vértebras com proeminência anterior- Hipoplasia de odontóide com instab. C1-C2
MPS IV (Síndrome de Morquio-Brailsford)
Ossos longos arqueados e de menor comprimento, epífises fragmentadas e metáfises alargadas.
Joelhos Valgos e Pés Planos.
Frouxidão Ligamentar (princ. no punho e pequenas articulações)
MPS IV (Síndrome de Morquio-Brailsford)
Dentição espaçada e escura Surdez, hérnias e hepatoesplenomegalia Insuficiência Aórtica Urina: excreção de QS SV até os 20 anos. Alguns até os 50 anos.
Tratamento:- Não há terapia específica- Artrodese cervical alta é muitas vezes necessária
devido a instab. C1-C2 (hipoplasia do odontóide)
MPS VI (Síndrome de Maroteaux-Lamy)
Deficiência de N-acetilgalactosamina-4-transferase
Semelhante à MPS I-H (antiga MPS V), porém c/ SV mais longa e inteligência preservada.
QC inicia-se entre 1 e 3 anos de idade
Déficit de estatura e Rigidez articular
Quadril: Semelhante a Perthes, porém em faixa etária mais precoce
Urina: excreção de DS
MPS VI (Síndrome de Maroteaux-Lamy)
MPS VI é subdividida em leve, moderado e grave
Tratamento- Há tratamento específico:• Reposição enzimática com galsulfase
parece melhorar o padrão de marcha.
SV até a 4ª década de vida
MPS VII (Síndrome de Sly)
Extremamente rara Deficiência da beta-gluronidase Fenótipo semelhante à Hurler Urina: Excreção de DS e HS
Forma leve: SV pode chegar até adolescência Forma Grave: manifesta-se no período pré-natal
(hidropsia fetal e hepatoesplenomegalia)
Osteogênese Imperfeita
Conceito
• Grupo de doenças hereditárias, bem definidas, que apresentam fragilidade óssea excessiva.
• A fragilidade leva a fraturas de repetição, deformando progressivamente o esqueleto.
Osteogênese Imperfeita Etiologia:- O defeito na síntese do colágeno é o responsável
básico da expressividade da síndrome.
- A principal forma de colágeno do tecido ósseo é o tipo I (90% do colágeno corporal).
- Uma falha genética causando uma substituição de um aa por outro dentro das cadeias polipeptídicas do colágeno, causará uma produção de colágeno defeituoso ou em quantidade diminuída, levando ao espectro de alterações da OI.
Osteogênese Imperfeita
Classificação de Silence, 1981- 4 Tipos de OI, sendo cada uma
subdividida em A ou B.
- Logo, os Tipos I, II, III e IV podem ser subdivididos em:
A: sem dentinogênese imperfeita
B: com dentinogênese imperfeita
Osteogênese Imperfeita
Classificação de Silence, 1981 Tipo I: H. autossômica dominante; escleras azuis;
forma leve, inicio das Fx’s na idade pré-escolar. Tipo II(Doença de Vrolik): H. autossômica recessiva;
escleras azuis; forma letal no período perinatal. Tipo III: H. autossômica recessiva; escleras
normais, forma grave, fragilidade óssea e audição normal
Tipo IV: H. autossômica dominante; escleras normais, forma moderadamente grave, fragilidade óssea e audição normal (?)
Osteogênese Imperfeita
Recentemente foram descritos mais 3 novos tipos de OI (V, VI e VII) que não envolvem o colágeno tipo I.
Foram também definidos mais de 20 genes desencadeadores e 30 variedades de alterações moleculares causadoras de fragilidade óssea.
Evolução no Estudo da Ultra-estrutura do Colágeno
Osteogênese Imperfeita
Incidência:* Reino Unido (1981): 6/100 000 nv
* America Latina (1978-1983): 4,3/100 000 nv
* Brasil (1991), estudo de 25 casos:
- Tipo I: 36%
- Tipo II: 12%
- Tipo III: 44%
- Tipo IV: 4%
obs: a maioria não foi classificada.
Osteogênese Imperfeita
Quadro Clínico - As manifestações clínicas se dividem em
dois grupos:
1)Manifestações Esqueléticas:
* decorrentes da fragilidade óssea
2)Manifestações Extra-esqueléticas
* decorrentes do distúrbio do colágeno em outros órgãos
Osteogênese Imperfeita
Manifestações Esqueléticas:
- Fragilidade ósseaFx’s múltiplas por traumas mínimos Deformidades no esqueleto axial e periférico
- No Tipo II (Vrolik) ocorrem Fx’s intra-útero, com encurtamento acentuado dos membros. Ossos e crânio têm formatos aberrantes. Diáfises achatadas, com múltiplos pontos de Fx e neoformação óssea.
Osteogênese Imperfeita
Manifestações Esqueléticas:- Tórax: alargamento do diâm AP (Tórax em quilha)
com múltiplos nódulos nas costelas e junções condro-costais.
- Crânio: irregular e aumentado contrasta com a face afilada.
Osteogênese Imperfeita Classificação de Hanscom e col (1992)* Baseada na gravidade do comprometimento radiográfico• Tipo A: forma leve de OI; mantém os contornos vertebrais• Tipo B: encurvamento dos ossos longos, com cortical larga. A pelve
mantém seus contornos• Tipo C: encurv. dos ossos longos, com cortical fina e protusão acetabular
desenvolvida após os 5 a 10 anos de idade• Tipo D: = Tipo C + cistos nas metáfises dos ossos longos (joelho) em
torno dos 5 anos de idade. Fises fecham precocemente aos 15 anos de idade
• Tipo E: as deformidades resultam em incapacidade extrema. A cifoescoliose é precoce e muito grave. Praticamente não se vê corticais nos osso longos
• Tipo F: desabamento completo das costelas. Incompatível com a sobrevida.
*Os tipos C e D desenvolvem escoliose grave
Osteogênese Imperfeita
Densidometria Óssea:- Método mais eficaz do q a radiografia p/
quantificar da massa óssea- Acompanha pacientes submetidos ao
tratamento medicamentoso
Osteogênese Imperfeita Manifestações Extra-esqueléticas:- Surdez - Defeito dentário- Defeitos do tecido conjuntivo:
* Hérnias inguinais e abdominais
* Esclera Azul: adelgaçamento das camadas da esclera, deixando transparecer a cor azulada do plexo coróide. Sua presença não se relaciona c/ a gravidade do quadro ósseo.
Osteogênese Imperfeita
Diagnóstico Pré-natal:
• A US identifica a OI Tipo II entre a 14ª e 16ª SG e a OI Tipo III entre a 16ª e a 18ª SG
• As formas mais leves são detectadas apenas ao final da gravidez ou no período pós-natal.
Osteogênese Imperfeita
Tratamento:• Medicamentoso:- Não existe medicamento de ação específica.- Pamidronato (bisfosfonato) se demonstrou eficaz
em crianças e adolescentes com OI após 2 a 4 anos de uso (melhora da massa óssea mensurada na DMO)
- Existem vários estudos experimentais envolvendo terapia gênica e uso de células tronco mesenquimais
Osteogênese Imperfeita
Prevenção de Fraturas e Deformidades:• Apoio familiar máximo para evitar Fx’s
• Arquitetura do ambiente familiar também é importante nesta prevenção
• Órteses mais leves e Imobilizações pneumáticas vêm sendo desenvolvidas procurando permitir o ortostatismo nos casos graves
• A melhora da massa muscular é importante p/ combater a osteopenia de desuso e fragilizar ainda mais (estimulo de exercícios de baixo impacto – natação)
Osteogênese Imperfeita
Tratamento das Fraturas• O tempo de consolidação de Fx é normal.• Logo, o tempo de imobilização tb deve seguir os
padrões normais.
• Desvios angulares são mais tolerados, devido às Fx de repetição.
• Indicação Cirúrgica: apenas quando angulações causem perdas funcionais incompatíveis com as necessidades individuais de cada paciente.
Osteogênese Imperfeita
Tratamento das Fraturas:• Podem ser realizadas técnicas de
osteotomias e fixações intramedulares para alinhamento dos membros.
• A Haste Intramedular Telescópica acompanha o crescimento ósseo.
• Sínteses com placas devem ser evitadas devida à má qualidade do osso cortical
Osteogênese Imperfeita Diagnósticos Diferenciais1- Lesão Não-acidental
*Abuso infantil : Fx múltiplas em diferentes estágios de consolidação.
2 – Raquitismo hifosfatêmico
3 - Displasia camptomélica
4 – Osteoporose idiopática juvenil
5 – Síndrome da Osteoporose-pseudoglioma
Questões
TARO 2008
90. Na mucopolissacaridose, o aspecto típico de platispondilia grave é característico na síndrome de
A) HURLER.
B) HUNTER.
C) SANFILIPPO.
D) MORQUIO.
TARO 2008
TARO 2008
90. Na mucopolissacaridose, o aspecto típico de platispondilia grave é característico na síndrome de
A) HURLER.
B) HUNTER.
C) SANFILIPPO.
D) MORQUIO.
TARO 2007
No raquitismo
a) por osteodistrofia renal, os níveis de fosfatase alcalina
no sangue estão normais.
b) por osteodistrofia renal, os níveis de cálcio na urina
estão elevados.
c) por deficiência de vitamina D, os níveis de cálcio e
fósforo no sangue estão diminuídos
d) por deficiência de vitamina D, a reabsorção tubular de
fosfatos está aumentada.
TARO 2007No raquitismo
a) por osteodistrofia renal, os níveis de fosfatase alcalina
no sangue estão normais.(elevados , por aum turn over ósseo , em todos tipos de raquitismo a FA está aum.)
b) por osteodistrofia renal, os níveis de cálcio na urina
estão elevados. (calcitriol PTH rim: excreta Ca)
c) por deficiência de vitamina D, os níveis de cálcio e
fósforo no sangue estão diminuídos. (os de Cálcio podem estar normais ou no Raquitismo Carencial)
d) por deficiência de vitamina D, a reabsorção tubular de
fosfatos está aumentada. (Calcitriol Reabsção de Ca e P pelos rins e intestino)
Taro 2007
A osteogênese imperfeita, de acordo com SILLENCE, apresenta:
a) herança autossômica recessiva nos tipos IVA e IVB.
b) prognóstico favorável no tipo II.
c) esclera normal nos tipos IVA e IVB.
d) escoliose em mais de 40% dos casos nos tipos IA e IB.
TARO 2007
A osteogênese imperfeita, de acordo com SILLENCE, apresenta:
a) herança autossômica recessiva nos tipos IVA e IVB. (Tipo IV é H. Autossômica Dominante)
b) prognóstico favorável no tipo II. (Tipo II é letal no período perinatal
c) esclera normal nos tipos IVA e IVB. (Tipo IV = escleras normais)
d) escoliose em mais de 40% dos casos nos tipos IA e IB. (não faço idéia)
Taro 2006
14. O paratormônio (PTH) estimula os osteoclastos, aumenta a absorção renal do cálcio e diminui a do fosfato.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
Taro 2006
14. O paratormônio (PTH) estimula os osteoclastos, aumenta a absorção renal do cálcio e diminui a do fosfato.
(x) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
* Funções do PTH:
Osso: Reabsorção de Ca
Rins: Reabsorve Ca e excreta P Estimula produção de 1,25 diidroxivitamina D
TGI: Absorção de Ca (agindo diretamente nas cels intestinais e indiretamente ao estimular produção de calcitriol nos rins) e de P (Guyton)
TARO 2006
62. São manifestações do raquitismo: alargamento das grandes articulações, baixa estatura e cifoescoliose.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2006
62. São manifestações do raquitismo: alargamento das grandes articulações, baixa estatura e cifoescoliose.
(X) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
Raquitismo:• Coluna:
* Cifoses e Escolioses, geralmente em grau leve.• Esqueleto:- Graus variados de arqueamento (varo/valgo)- Fraqueza muscular- Marcha Oscilante- Articulações de aspecto alargado (comprometimento da região epifisiometafisária- Baixa Estatura + diversas alterações esqueléticas
TARO 2006
63. Na osteogênese imperfeita, o defeito básico está no colágeno dos tipos II e III.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2006
63. Na osteogênese imperfeita, o defeito básico está no colágeno dos tipos II e III.
( ) Certo (X) Errado ( ) Não sei
O Defeito básico está no colágeno Tipo I (90% do colágeno dos ossos)
TARO 2006
65. Os pacientes com síndrome de MORQUIO (mucopolissacaridose tipo IV) apresentam inteligência normal.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2006
65. Os pacientes com síndrome de MORQUIO (mucopolissacaridose tipo IV) apresentam inteligência normal.
(X) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
Características Clínicas da MPS IV (Morquio):.........• Inicio da doença aos 2 anos• Boca extensa, nariz achatado e alargado e maxilares proeminentes.• Inteligência é normal• Aos 6 anos inicia-se a turvação córnea
.........
FIM