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Comentário LUIZ MELODIA ambiente no limite entre a música e locução, um som-cenário que te chama tanto a contemplar quanto a dançar. Depois da demo, a Drama seguiu tocando em bares, inferninhos ou em qualquer lugar em que coubesse o simples equipamento usado. Tão simples ACABOU CHORARE PIETRO LEAL, 27, MISTÉRIO DO PLANETA Eu admiro muito o Galvão como compositor, a música é linda. Caetano sabe falar para as mulheres como ninguém. MEU GURI FADAS MIRELA PORTUGAL
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5| CADERNO DEZ! |SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 22/1/2008
MÚSICA ❚ Eletrorock jujuba: Drama Queen mistura Nelson Rodrigues, dor de cotovelo e batidas eletrônicas
À beira de um ataque de nervos
Maria Rosa, Natália e Pedro tocam juntos desde o final de 2006
RODRIGO SACOMAN | DIVULGAÇÃO
MIRELA PORTUGALm p o r t u g a l @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r
O clima é de cabaré. Luz baixa,roupas vermelhas, pérolas, rendas.Enquanto canta Eu sou noiva deninguém?, a vocalista oferece comuma mão uma taça de CuracaoBlue, e com a outra, um punhadode jujubas. É nesse limiar entre odoce, pesado e melodramático quetransita a banda Drama Queen. Emtodos os shows, a platéia ganhadrinks, doces, performancesteatrais e uma dose de ironia sobrea tendência feminina [ouuniversal] de fazer tragédia sópara tudo ficar mais interessante.
”Os doces e bebidas são paraaguçar os sentidos do público,fazer as pessoas se sentirem àvontade”, explica a baiana NatáliaGarcez, 22, vocalista. O outromicrofone fica com a tambémbaiana Maria Rosa Espinheira, 26,e as duas colocam nas letras asbirras femininas, fazendo graça oufalando sério. A guitarra é dopaulista Pedro Curvello, 24, e ossamplers eletrônicos, do DJ eprodutor musical cariocaPhantasma, 30.
Para reunir a banda pelaprimeira vez, foi precisotransformar a casa de Natália noRio de Janeiro em um internato.Dessa sessão veio a primeira demo,não por acaso chamada O que osvizinhos vão pensar?, de 2006.
O resultado foi um rock combatidas eletrônicas figurando nolugar do baixo e bateria, e muitavontade de experimentar. Efeitos,ruídos e frases soltas criam um
ambiente no limite entre a músicae locução, um som-cenário que techama tanto a contemplar quantoa dançar.
Depois da demo, a Dramaseguiu tocando em bares,inferninhos ou em qualquer lugarem que coubesse o simplesequipamento usado. Tão simples
que já rendeu até confusão nacontratação dos shows. A últimafoi na rave Universo Paralello. Aorganização demorou para decidironde eles iam tocar. “Falaram pragente que no palco alternativonão dava, porque somos banda.Depois resolveram que no debanda não rolava, porque somos
dançantes. Amei a confusão“,lembra Natália. No final, tocaramno palco das bandas. O uso doamplificador foi o critério decisivo.
FALE COM ELA – A Drama Queenfoi imaginada num palco, daíabandonar o lado performático serinconcebível. O texto era A ValsaNº 6 e, entre os gritos de “Achoque sou menina! Acho que soumulher“, escritos por NelsonRodrigues, Natália e Maria, atrizes,tiveram o estalo de substituir adramática valsa de Chopinmencionada no título da peça poruma trilha eletrônica sombria, comum VJ fazendo experimentações.
A idéia deu certo e elascomeçaram a compor juntas etrocar letras pela internet, até quetinham material o suficiente paraagregar Pedro e Phantasma.”Decidimos usar nossas piadasinternas e levá-las à sério”, contaNatália. A próxima ironia é umaversão funk de Toda MeninaBaiana, produzida por MauroTelefunksoul. A música está forada demo O que os vizinhos..., masdeve ser incluída no CD prometidoaté o fim do ano. O álbum levará onome do lema do grupo, Do Fofoao Trash. Natália diz, mão direitaajeitando a tiara, a esquerdadescansando um cigarro: “Estamoselegendo mascotes que sejam asíntese dessa filosofia. Já temosMichael Jackson e Macaulay Culkine a lista aumenta”.
VÁ LÁ: DRAMA QUEENE REBECA MATA | 2/2 | 18 h | Cia daPizza | Rio Vermelho | Grátis
ComentárioQuem é maissentimental
H E A D PH O N E
1 2 3 4 5PIETRO LEAL, 27,vocalista e violinista daPirigulino Babilaque.Começou a trabalhar commúsica aos 14 anos e de lápara cá cantou axé, pop ehoje toca MPB, seminterpretar papéis efazendo o que gosta.
NOVOSBAIANOSMISTÉRIO DOP L A N E TA
Lidamos com amúsica de formaparecida, focandona poesia e sem seprender a rótulos.
NOVOSBAIANOSACABOUCHORARE
Eu admiro muito oGalvão comocompositor, amúsica é linda.
C A E TA N OVELOSONOSSO ESTRANHOAMOR
Caetano sabe falarpara as mulherescomo ninguém.
CHICOBUARQUEMEU GURI
A música é felizmas a letra édensa. Você sesente enganado,como a mãe arespeito do filho.
LUIZ MELODIAFA D A S
Meu pai cantava etocava essa músicaquando eu erapequeno. Quandotocamos com oLuiz Melodia, eleficou muito feliz.
SAULO KAINUMA | DIVULGAÇÃO
“Sentem-se em frente aopalco, o espetáculo vaicomeçar“, parecem dizer osprimeiros segundos da demo.Os acordes são imagens de umpop sem medo, na maneira decantar infantil, falada, e naprofusão de referências. O somé uma colcha colorida deretalhos com fundo negro dasbatidas eletrônicas. Impossívelnão se lembrar da Cansei deSer Sexy, com um jeitinho mais[surpresa!] teatral.
O que os vizinhos...funciona tanto como trilhasonora em pistas de festinhasobscuras quanto para sentar ecurtir a guitarra ácida queaparece, por vezes, redentora.Amor da vida te pega peloriff-chiclete e pela letra para osmomentos vulneráveis em quetodo mundo é clichê, como oeu-lírico cheio de auto-crítica.Para dançar, para pensar nosamores e desamores, com bomhumor e sem pretensão.