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DISCIPLINA: INFECTOLOGIA – TEMA DST
Prof. Breno César Diniz Pontes
CASO CLÍNICO 1 - Neisseria gonorrhoeae
P.M.A., uma adolescente,14 anos de idade, chegou ao pronto-socorro com intensa dor
abdominal. Sua temperatura era de 38,5ºC, e os exames laboratoriais indicavam elevação da
contagem de leucócitos e da velocidade de hemossedimentação. Os resultados do exame de urina e
do teste de gravidez ainda não estavam disponíveis. O exame pélvico revelou secreção endocervical
purulenta. Foram obtidas amostras da secreção para coloração e cultura. A coloração da secreção
pelo método de Gram revelou a presença de cocos Gram-negativos em associação a neutrófilos.
Indagada sobre o seu comportamento sexual, a paciente declarou ao médico que teve sua primeira
relação há 2 anos. Tanto ela quanto seus parceiros nunca utilizaram preservativos ou qualquer outra
forma de contracepção. (Adaptado da fonte: Schaechter, et al. Microbiologia - mecanismos de doenças
infecciosas, 2002).
QUESTÕES
1) Suponhamos que a paciente, citada acima, tenha doença inflamatória pélvica (DIP). Como ela adquiriu a
infecção?
2) Se a paciente tiver DIP, que outros microrganismos além dos gonococos deveriam ser considerados?
3) Quais as principais características morfológicas e fisiológicas que auxiliam no diagnóstico laboratorial?
4) Quais as três abordagens utilizadas para evitar a gonorréia?
5) Por que é difícil desenvolver uma vacina eficaz contra gonococo?
CASO CLÍNICO 2 - SÍFILIS
J.M.T., um homossexual com 24 anos de idade, chegou à clínica com febre, gânglios linfáticos
aumentados, manchas descoradas na pele, especialmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés.
Ele, recentemente, percebeu lesões translúcidas pequenas, acinzentadas, na parte interna do lábio
inferior. O médico reconheceu a “erupção macular” nas palmas e nas solas e a lesão do lábio como
características da sífilis secundária. O paciente relatou praticar sexo oral, assim como intercurso anal
receptivo.
Um esfregaço da lesão do lábio de J.M.T., foi examinada em microscopia de campo escuro e
revelou a presença de grandes quantidades de espiroquetas espiralados. O laboratório relatou
“sorologia positiva”, indicando a presença de anticorpos característicos para Treponema pallidum no
soro. Esses achados laboratoriais confirmaram o diagnóstico de sífilis secundária. J.M.T. foi tratado
com penicilina, e suas lesões e sintomas diminuíram. Foi considerado curado, em conseqüência de
seus títulos sorológicos para sífilis (os níveis de anticorpos no soro) terem decrescido ao longo dos
meses. (Adaptado da fonte: Schaechter, et al. Microbiologia - mecanismos de doenças infecciosas, 2002).
QUESTÕES
1) Cite as propriedades estruturais e fisiológicas que caracterizam o Treponema pallidum.
2) No caso clínico descrito acima observou-se a resolução da sífilis primária e a emergência do estágio
secundário. Explique.
3) O referido paciente estando no estágio secundário da sífilis pode transmitir a doença a outros parceiros?
4) Quais são as provas microbiológicas e sorológicas disponíveis para o diagnóstico da sífilis?
5) De que forma a sífilis terciária parece ser uma doença auto-imune?
6) Por que torna-se necessário a pesquisa de sífilis, após o diagnóstico de uma outra doença sexualmente
transmissível (DST)?
CASO CLÍNICO 3 - Clamydia trachomatis
Homem de 23 anos de idade proveniente da periferia de Alfenas, consultou um médico devido
à ocorrência de secreção purulenta do pênis. Foi estabelecido o diagnóstico de gonorréia, e o médico
prescreveu ceftriaxona (cefalosporina) por injeção intramuscular. A princípio, houve uma melhora;
entretanto, nos últimos 3 dias, o homem percebeu uma secreção uretral mais discreta, porém
persistente, e apresentou dor durante a micção. Preocupado com o fato de que pudesse não estar
curado, dirigiu-se a um posto de saúde para avaliação. Declarou não ter tido nenhuma relação sexual
desde a última visita. Sua última parceira sexual o acompanhou à clínica, embora ela não tivesse
nenhuma queixa de dor, irritação vaginal ou corrimento. Ao exame físico, foi constatada na sua
companheira uma pequena quantidade de secreção uretral clara e uma secreção esverdeada surgindo
do orifício do colo uterino (cervicite mucopurulenta). O esfregaço e coloração de Gram de uma amostra
da secreção do colo do útero foi realizado e observou-se a ausência de diplococos Gram negativos
(que seria indicativo de N. gonorrhoeae). O médico disse ao homem que ele estava com uma uretrite
pós-gonocócica, uma condição frequentemente causada por Clamydia trachomatis. Esse diagnóstico
foi confirmado pelo achado dos microrganismos num esfregaço de amostra de pus tratado com
anticorpos fluorescentes. Ambos foram tratados com tetraciclina. Algumas semanas depois a mulher
retornou a clínica e ao ser examinada foi constatado que a mesma estava com salpingite e doença
inflamatória pélvica (DIP). A mulher relatou ao médico que não tinha completado o tratamento, pois
tinha esquecido de tomar alguns comprimidos. (Adaptado da fonte: Schaechter, et al. Microbiologia -
mecanismos de doenças infecciosas, 2002).
Responda:
1.Cite as propriedades estruturais e fisiológicas que caracterizam o gênero Clamydia.
2.Descreva o ciclo de desenvolvimento da Clamydia trachomatis.
4.Quais as doenças causadas por Clamydia trachomatis?
5.É possível que as manifestações apresentadas pelo paciente acima pudessem ser causadas por
Neisseria gonorrhoeae e Clamydia trachomatis de forma superpostas? Se sua resposta for sim, diga
por que a ceftriaxona não eliminou a Clamydia trachomatis?
6.Como é realizado o diagnóstico laboratorial das infecções causadas por Clamydia trachomatis?
7. Por que as infecções assintomáticas por clamídias representam um problema de saúde pública?
8.É possível que a companheira do paciente acima tenha alguma complicação grave em decorrência
da infecção por clamídia?