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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA Curso Técnico em Serviços Jurídicos
CAMILA SUELEN CANDEO RAMOS FLORISA PEREIRA DA SILVA
LARIANE FERNANDA GASPARINI SANT’ANA OLIVEIRA NATANAEL ANUNCIATO LOURENÇO
TAMIRES MENDES MORAES
UM ESTUDO SOBRE A FISCALIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS PARA MENORES NA CIDADE DE PALMITAL/SP
Palmital - SP 2016
CAMILA SUELEN CANDEO RAMOS FLORISA PEREIRA DA SILVA
LARIANE FERNANDA GASPARINI SANT’ANA OLIVEIRA NATANAEL ANUNCIATO LOURENÇO
TAMIRES MENDES MORAES
UM ESTUDO SOBRE A FISCALIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS PARA MENORES NA CIDADE DE PALMITAL/SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Serviços Jurídicos Orientadora: Professora Valdiza Maria do Nascimento Fadel
Palmital - SP 2016
“Beber inicia num ato de liberdade, caminha para o hábito e,
finalmente, afunda na necessidade”.
(Benjamin Rush apud Gigliotti e Bessa)
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Deus pela nossa saúde e a força para superar todas as
nossas dificuldades aqui encontradas.
A este Curso Técnico e todo seu corpo docente, além da direção e
administração que nos proporcionaram as condições necessárias para que
alcançássemos os nossos objetivos.
A nossa primeira orientadora Roselaine Candiotti Scalada por todo trabalho
dedicado a nós; e a nossa atual coordenadora Valdiza Maria do Nascimento Fadel,
pela paciência na orientação e incentivo ajudar durante o processo de realização
deste trabalho.
Aos nossos pais, por todo o amor que nos deram, além da educação,
ensinamentos e apoio.
Enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, seja de
forma direta ou indireta, valeu a pena toda distância, todo sofrimento, todas as
renúncias. Valeu a pena esperar. Hoje estamos colhendo, juntos, os frutos do nosso
empenho, fica registrado aqui, o nosso muito obrigado!
RESUMO
Pesquisas apontam que o consumo do álcool pode trazer danos irreversíveis a saúde dos jovens, pois os mesmos encontram-se em fase de desenvolvimento, e a lei 13.106, de 17 de março de 2015 é direcionada a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores no Brasil. Entretanto, o consumo dessa substância tem sido cada vez maior por esse público, o que gera dúvidas com relação a aplicabilidade da referida legislação e sobre os motivos que permitem que esses jovens consigam ter acesso ao álcool. Neste sentido, o presente estudo busca, por meio de pesquisas bibliográficas e na legislação, identificar os conceitos e diretrizes relacionadas ao assunto. Além disso, sob uma perspectiva prática foram feitas pesquisas de campo, visando analisar a aplicabilidade da lei, bem como a visão da sociedade acerca dos danos provenientes do consumo de bebidas alcoólicas por menores. Acredita-se que os resultados do presente estudo poderão contribuir para a disseminação do assunto, e consequentemente para o aumento da aplicabilidade da referida Legislação. Palavras-chave: Consumo. Álcool. Legislação. Prejudicial
ABSTRACT
Research indicates that alcohol consumption can cause irreversible damage to the health of young people, since they are in the development phase, and Law 13,106, of March 17, 2015, is directed at banning the sale of alcoholic beverages to minors in the Brazil. However, the consumption of this substance has been increasing by this public, which raises doubts as to the applicability of said legislation and the reasons that allow those young people to have access to the alcohol. In this sense, the present study seeks, through bibliographical research and legislation, to identify the concepts and guidelines related to the subject. In addition, from a practical perspective, field research was carried out to analyze the applicability of the law, as well as the society's view of the damages caused by the consumption of alcoholic beverages by minors. It is believed that the results of the present study may contribute to the dissemination of the subject, and consequently to increase the applicability of said Legislation. Keywords: Consumption. Alcohol. Legislation. Prejudicial
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Legislação referente ao consumo de álcool entre jovens em países das
Américas ....................................................................................................................14
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Consumo per capita de álcool de acordo com país .................................. 15
Figura 2: Venda de bebidas alcoólicas para menores.............................................. 23
Figura 3: Índice de bebidas ingeridas por menores.................................................. 24
Figura 4: Dados relacionados ao consumo de álcool............................................... 24
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 09
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 11
2.1 CONCEITOS LEGAIS E HISTÓRICO SOBRE O TEMA .............................. 11
2.2 CONSUMO DO ÁLCOOL PELOS ADOLESCENTES................................... 13
2.2.1. Os efeitos do álcool no organismo da criança e adolescente .................. 16
2.3 O papel da família e da escola ..................................................................... 17
2.4 A INFLUÊNCIA DO MARKETING................................................................. 19
2.5 A FISCALIZAÇÃO DA VENDA DO ÁLCOOL PARA MENORES.................. 21
3 RESULTADOS DAS PESQUISA DE CAMPO ............................. 23
3.1 VISÃO DOS COMERCIANTES .................................................................... 23
3.2 VISÃO DOS MENORES ............................................................................... 24
3.3 VISÃO DOS PAIS ......................................................................................... 24
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 25
REFERÊNCIAS ................................................................................ 26
APÊNDICES ..................................................................................... 28
9
1 INTRODUÇÃO
Apesar de existir uma lei brasileira destinada a proibição da venda de bebidas
alcoólicas para menores de 18 anos (lei 13.106, de 17 de março de 2015), o consumo
do álcool e de outras drogas por menores tem se apresentado como um grande
problema social e cultural, o qual tem aumentado expressivamente ao longo das
últimas décadas. Isto porque essas substâncias podem prejudicar o
desenvolvimento físico e mental desses jovens.
A questão principal está relacionada a compreensão sistêmica do contexto
exposto, visto que mesmo havendo legislação os menores conseguem ter acesso ao
álcool, o que pode ocorrer em função de diversos fatores, inclusive por intermédio da
própria família ou amigos, que podem permitir ou oferecer essas substâncias a
esses jovens, da falta de fiscalização nos estabelecimentos comerciais, dentre
outros.
Assim, este estudo busca responder a esta questão com base em
bibliografias e na realidade em que esses consumidores estão inseridos, o que
certamente poderá contribuir para a redução desse problema e orientar quanto a
ação do álcool no organismo.
1.1 OBJETIVOS
O objetivo geral do presente trabalho é oferecer informações sobre os
desafios que a sociedade enfrenta com relação ao consumo do álcool por menores,
bem como as formas de prevenção do problema.
Os objetivos específicos são:
a) Realizar levantamento conceitual sobre o tema, além de verificar as
diretrizes previstas em Lei;
b) Fazer uma pesquisa de campo junto aos estabelecimentos na Cidade
de Palmital para analisar os métodos de controle de venda de bebidas alcoólicas
para menores;
c) Elaborar uma segunda pesquisa de campo com menores e pais para
verificar sobre a compra e o consumo de bebida alcoólica pelos mesmos;
10
d) Por fim, com base nas informações adquiridas por meio desse estudo,
será elaborado um folder informativo destinado aos menores consumidores bebidas
alcoólicas na Cidade de Palmital.
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Primordialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico relacionado ao
tema, uma pesquisa documental na Legislação Brasileira, e informações recentes na
internet a fim de complementar a fundamentação teórica. Posteriormente, foram
efetuadas duas pesquisas de campo. Na primeira delas, a metodologia de coleta se
deu por meio da aplicação de um questionário quantitativo (APÊNDICE A) junto a 20
estabelecimentos comerciais na Cidade de Palmital, Estado de São Paulo. Da
mesma forma a segunda pesquisa também foi direcionada por um questionário
quantitativo (APÊNDICE B) aplicado com 50 menores estudantes da escola Técnica
Estadual Professor Mário Antônio Verza. Ainda, foi aplicado um questionário
quantitativo (APÊNDICE C) com os pais ou responsáveis por esses menores.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão apresentados conceitos pertinentes ao tema, os quais
foram propostos por autores específicos, tais como, Andreuccetti, Bosanello, Bucher,
Caron, Chiapetti, Clark, Hoffman, Laranjeira, Mattos, Meloni, Oliveira, Pinsky,
Romano e Salles.
2.1 CONCEITOS LEGAIS E HISTÓRICO SOBRE O TEMA
Existe muita polêmica quando se trata da questão dos menores brasileiros,
pois, nem sempre, existiu o conceito de criança ou de adolescente como nós
utilizamos nos dias de hoje. Por muito tempo as crianças e adolescentes não tinham
valor e nem proteção.
Pesquisas disponíveis na internet registram que em meados de 1500, na
baixa Idade Média, não existia infância ou adolescência. No Brasil os indígenas
acreditavam que a educação delas era responsabilidade de toda a tribo. Vale
ressaltar que nessa época a educação era mediada pelos jesuítas e tinha um caráter
extremamente religioso, voltado para a catequese e disciplina. A partir do ano de
1700 foram criadas as chamadas Rodas dos Expostos, que eram mecanismos de
madeira fixadas nas paredes das Santas Casas, onde as crianças abandonadas na
faixa etária de 0 à 5 anos eram colocadas. Esse tipo de “assistência” durava até os 7
anos, após isso essas crianças ficavam à mercê do Juiz. Em 1800, crianças e
adolescentes foram inseridos no trabalho escravo, os adolescentes eram úteis por
conta do porte físico e as meninas eram instrumentos de satisfação sexual para os
seus senhores. Até então, não se tinha registrado a preocupação do Estado com o
desenvolvimento de políticas sociais a favor das crianças e adolescentes. A partir do
século XX, sendo um período de relevantes mudanças na sociedade brasileira,
sobretudo, em 1917 durante a greve geral, surge o Comitê de Defesa Proletária
criado por trabalhadores urbanos. O Comitê reivindicava, entre outras coisas, a
proibição do trabalho de menores de 14 anos e a abolição do trabalho noturno de
mulheres e de menores de 18 anos.
Em 1923, surge o Juizado de Menores, tendo Mello Mattos como o primeiro
Juiz de Menores da América Latina. No ano de 1927, foi promulgado o primeiro
documento legal para a população menor de 18 anos: o Código de Menores, que
12
ficou popularmente conhecido como Código Mello Mattos, esse código estava
apenas relacionado a crianças com situação irregular. De acordo com o 1° Art. do
Decreto 17.943 A de 12 de outubro de 1927: “O menor, de um ou outro sexo,
abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 annos de idade, será submettido
pela autoridade competente ás medidas de assistencia e protecção contidas neste
Codigo." (grafia original). (BRASIL, 1927).
Assim, o Código de Menores visava estabelecer diretrizes claras para o trato
da infância e juventude excluídas, regulamentando questões como trabalho infantil,
tutela e pátrio poder, delinquência e liberdade vigiada. Dessa forma, o Estado
passou a se responsabilizar pela tutela das crianças e dos adolescentes, com o
objetivo de manter a “ordem pública” e o “patrimônio” que este contingente parecia
ameaçar.
Dados históricos demonstram que em outubro de 1979, houve uma revisão
do Código de Menores de 1927, assim surgindo o Código de Menores de 79 (Lei
6697 de 10/10/79), que tinha como objetivo não romper o Código, mas sim, criar
uma linha principal de arbitrariedade, assistencialismo e repressão junto à população
infanto-juvenil, ou seja, estabelecer novas diretrizes e medidas de proteção ao
menor. Esta lei introduziu o conceito de "menor em situação irregular", que reunia o
conjunto de meninos e meninas que estavam dentro do que alguns autores
denominam infância em "perigo" e infância "perigosa”.
Na Década de 80, surge uma nova abertura democrática, assim
consolidando uma nova Constituição Federal, considerada a Constituição Cidadã em
05 de outubro de 1988. Com ela, vem junto, a garantia e os direitos fundamentais de
sobrevivência, desenvolvimento pessoal, social, integridade física, psicológica e
moral, além de protegê-los de forma especial, ou seja, através de dispositivos legais
diferenciados, contra negligência, maus tratos, violência, exploração, crueldade e
opressão a criança e o adolescente. Ela fixa para que haja "prioridade absoluta" na
proteção da infância e na garantia de seus direitos, não só por parte do Estado, mas
também da família e da sociedade. (BRASIL, 1988).
Conforme o art. 227, da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao lazer e à profissionalização, à liberdade, ao respeito, à dignidade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
13
negligência, discriminação, exploração, violência crueldade e opressão. (BRASIL, 1998, p. 01).
Sendo assim, estavam lançadas as bases do Estatuto da Criança e do
Adolescente, o art. 4° da Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, a qual traz que: Um documento de direitos humanos que contempla o que há de mais avançado na normativa internacional em respeito aos direitos da população infanto-juvenil. É considerada um marco na proteção da infância e tem como base a doutrina de proteção integral, reforçando alguns preceitos já determinados pela Constituição, ou seja, uma lei sobre os direitos das crianças e adolescentes em todo o Brasil. Entre outras questões de suma importância, o ECA visa superar a concepção de menor. A partir de então, esse termo caiu em desuso. Dizer menor para se referir a uma criança ou um adolescente é resgatar toda a carga histórica que essa palavra carrega. A partir do Estatuto, utilizamos criança para sujeitos de 0 a 12 anos incompletos; e adolescentes para sujeitos de 12 anos completos até 18 anos. Brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em desenvolvimento; sujeitos a quem devemos sempre priorizar. (BRASIL, 1990, p. 01).
O Estatuto da criança e adolescente tem como apoio o Conselho Tutelar e
representa uma grande conquista para a sociedade como um todo.
De acordo com o Portal do Conselho Tutelar (2011), ele é composto de
cinco membros, escolhidos pela comunidade local, regularmente eleitos e
empossados, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente.
Dessa forma, o Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competentes
a guardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas hipóteses em que haja
desrespeito, inclusive com relação a seus pais e responsáveis, bem como aos
direitos e deveres previstos na legislação do ECA e na Constituição.
2.2 CONSUMO GLOBALMENTE DE ÁLCOOL PELOS ADOLESCENTES
Estudos desde a adolescência já constata a preocupação com os
adolescentes que a cada dia vem iniciando o consumo do álcool precocemente,
segundo os autores abaixo: Dados epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram que é na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso. Nos Estados Unidos, calcula-se que o álcool é usado pelo menos uma vez por mês por mais de 50% dos estudantes das últimas séries, sendo que 31% chegam a se embriagar mensalmente. O estudo encontrou na
14
população jovem americana (13 a 18 anos) a seguinte taxa: 15% são bebedores pesados (cinco ou mais doses por dia em três ou mais dias dos últimos 15 dias). Seu consumo varia de acordo com o sexo e, em meninos, esse uso aparece associado com mais frequência à delinquência. (CARON; RUTTER, 1991, p.1063-1080; CLARK; WATSON; REYNOLDS, 1995, p.121-152).
O consumo só aumenta, porém a informação de que o álcool pode trazer
vários distúrbios, ao sistema nervoso ainda se encontram falhas, assim, podendo
prejudicar o futuro dos adolescentes, já que a maioria dos consumidores de álcool,
apresentam perda de tiamina, e a diferença de gênero sexual na hora de consumir
o álcool, pois pessoas do gênero masculino apresentam um certo branco
(esquecimento) após ingerir determinadas doses, já pessoas do gênero feminino,
após ingerir o mesmo consumo de álcool, ainda apresenta lucidez.
Exemplos dessas medidas são o estabelecimento de idade mínima para
consumo ou compra de álcool e taxação das bebidas alcoólicas. De acordo com
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) (2016, p. 01): “ao menos 67
países mundo afora apresentam legislações em torno da idade mínima de consumo
ou compra de álcool. O limite mais comumente estabelecido é a da idade de 18
anos”.
Contudo, alguns países definem esse limite como sendo de 21 anos, por
exemplo nos Estados Unidos, a legislação não é a mesma para todos os estados.
Em 31 das 50 unidades federativas, o consumo e a venda de álcool só são
permitidos para maiores de 21 anos, mediante a apresentação do documento de
identidade.
A tabela abaixo mostra o limite permitido de compra ou de consumo em
alguns países das Américas, conforme é possível ver na tabela 1.
Tabela 1 - Legislação referente ao consumo de álcool entre jovens em países das
Américas PAÍS IDADE LEGISLAÇÃO
ARGENTINA 18 anos Consumo proibido BRASIL 18 anos Consumo proibido CHILE 21 anos Consumo proibido
COLÔMBIA 18 anos Consumo proibido MÉXICO 18 anos Venda proibida
PERU 18 anos Consumo proibido URUGUAI 18 anos Venda proibida
EUA 21 anos Detalhes variam de acordo com o estado
Fonte: Jernigan (2001, p. 01).
15
Na França, desde o início deste ano, a venda de bebidas a menores de 18
anos está proibida. Até então, o consumo era permitido por jovens acima de 16 anos
de idade.
No Brasil, segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA)
(2014) dados estatísticos indicam que ainda apresenta um consumo elevado de
álcool. Em 2005, houve uma diminuição no consumo per capita de álcool puro no
Brasil (legal e ilegal) de (9,8L) e em 2010 (8,7L). As bebidas destiladas
correspondem ao tipo de bebida mais consumido no mundo (50%), seguido da
cerveja (35%); já as bebidas do tipo vinho correspondem a 8%.
Globalmente, segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool
(CISA) (2016), estima-se que indivíduos com idade de 15 anos ou mais consumiram
em torno de 6,2 litros de álcool puro em 2010 (equivalente a cerca de 13,5g por dia).
A Figura 1 mostra a estimativa do consumo per capita de álcool de acordo
com país.
Figura 1 - Consumo per capita de álcool de acordo com país
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) (2014, p. 01)
Na Região das Américas a cerveja é o tipo mais consumido (55%), seguido
dos destilados (32,6%) e do vinho (11,7%).
Álcool, cigarro e outras drogas estão presentes desde o início da
adolescência da metade dos brasileiros. De acordo, com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (2012), mais da metade (50,3%) desses jovens já tomou ao
menos uma dose de bebida alcoólica, o que corresponde a uma lata de cerveja, uma
taça de vinho ou uma dose de cachaça ou uísque.
16
Cada vez mais está aumentando o consumo do álcool, seu efeito nocivo tem
grande relevância em diferentes aspectos: individual, familiar, social e econômico.
Por isso, medidas preventivas devêm ser amplamente discutidas nas esferas política
e social, e por autoridades e instituições de saúde. É necessário um trabalho intenso
para conscientizar a todos do caminho que o álcool possa levar.
2.2.1 Os efeitos do álcool no organismo do menor
Salles (1998, p. 128), afirma que, “o álcool, considerando-se o uso pelo
menos uma vez na vida, é a droga mais consumida em todas as faixas etárias,
começando entre os dez e os doze anos”.
Assim, o álcool pode ser considerado uma droga ilícita consumida
precocemente pelos adolescentes. Nesse período, os adolescentes passam por
inúmeras mudanças desde a formação de sua personalidade e descobertas
significativas para sua vida. Essas mudanças, sendo elas às vezes momentos
difíceis, os adolescentes acabam usando o álcool como uma “válvula de escape”,
com quantidades extremamente exageradas, e o seu uso indevidamente é
considerado um grave problema de saúde.
Então o consumo de álcool pode suceder do estilo de vida do adolescente,
assim podendo causar alterações neurológicas graves, afetando a memória e sua
capacidade de definir a realidade e ficção, levando os adolescentes a propensão do
álcool. E isso vem preocupando os órgãos de saúde, que faz um alerta para que os
adolescentes não façam o consumo do álcool.
De acordo com Andreuccetti (2007, p. 01), “a relação do álcool e o impulso
para as agressões é fisiológico, a bebida etílica chega ao cérebro, aguça o sistema
nervoso simpático, rebaixa a crítica e aumenta a agressividade”.
Segundo informações do site Tua Saúde (2014, p. 01): O álcool não só afeta o sistema nervoso como acarreta outros tipos de danos ao organismo, sendo eles: tontura, náuseas, vômitos, emagrecimento, febre e dores abdominais, fala arrastada, sonolência, diarreia, dor de cabeça, dificuldade para respirar, visão e audição alteradas, capacidade de raciocínio, problema de atenção alteração na percepção e coordenação motora e coma alcoólico. E com consumo do álcool a longo prazo esses sintomas tende a piorar sendo eles: perda de reflexos, perda de memória, perda de julgamento da realidade, taquicardia, hipertensão arterial, respiração mais lenta, esofagite, gastrite, hepatite, pancreatite, alteração na capacidade do rim filtrar as substancias do corpo, alteração na produção de glóbulos vermelhos e impotência. Um sintoma mais
17
grave é o envelhecimento prematuro das funções neuropsicológicas, portanto, é um conjunto de fatores genéticos.
Segundo Bosanello apud Pinto (2009, p. 01), “o organismo do ser humano é
constituído por unidades hereditárias que as denominamos de genes. São estes
genes que controlam o desenvolvimento da personalidade, isto é, são estruturas que
representam as funções de um organismo”. Portanto, se os pais ou avós serem
alcóolatras, existe uma grande possibilidade de seus filhos se tornarem usuários do
álcool, mas é importante salientar que muitas vezes esses fatores não influenciam
necessariamente ao consumo do álcool.
2.3 O PAPEL DA FAMÍLIA E DA ESCOLA
A família é um grupo social com uma organização complexa e que possui
um papel fundamental na constituição dos indivíduos, ela tem como função fazer
com que a criança, quando ainda pequena, aprenda a lidar com limites e
frustrações.
O contexto familiar é marcado por diversos períodos e eventos que afetam
direta ou indiretamente todos os seus membros. O período que corresponde
adolescência é considerado uma fase de intensas transformações relacionadas,
especialmente entre pais e filhos.
Conforme menciona Oliveira (2010 p. 02): Cabe à família da criança ou do adolescente estabelecer um diálogo no qual o jovem possa compreender os riscos do uso do álcool, além de dar o bom exemplo. Participar da comunidade também é outra dica para a família conseguir estabelecer esse laço com o jovem e incentivá-lo a, assim como eles, engajar-se nas questões sociais.
É nesse período de adolescência, devido a vontade de se tornarem
independente da família, muitos jovens começam a experimentar as bebidas
alcoólicas. Entretanto, Chiapetti (2010, p. 01) diz que: A adolescência é uma fase conflituosa da vida devido às transformações biológicas e psicológicas vividas. Surgem as curiosidades, os questionamentos, à vontade de conhecer, de experimentar o novo, mesmo sabendo dos riscos, este é um sentimento de ser capaz, de tomar as suas próprias decisões. É nessa fase que o adolescente procura a sua identidade, não mais se baseando apenas nas orientações dos pais, mas também, nas relações que vão construindo com o grupo social no qual está inserido, principalmente o grupo de amigos.
18
Por tal razão, que a responsabilidade dos pais é enorme no desenvolvimento
familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao máximo a estabilidade emocional,
econômica e social. Os pais desejam que seus filhos adolescentes assumam a responsabilidade de manter suas tarefas em ordem, mas os adolescentes geralmente querem continuar dependendo dos pais neste aspecto, enquanto buscam independência, saindo à noite, fumando, bebendo, enfim, tendo hábitos que seus pais desaprovam. (COLEMAN, 1985, p. 45).
Em outras palavras, essa transição que o adolescente passa entre a
dependência dos pais e a liberdade que vai conquistando à medida que se torna
adulto. É um momento bastante delicado, porque o adolescente está bastante
vulnerável enquanto tenta se enquadrar no mundo e se encaixar em seu grupo
social, os adolescentes têm o desejo de assegurar a sua autonomia, mas ao mesmo
tempo ficam preocupados, confusos e temerosos de tomar decisões errôneas para
se tornarem iguais aos amigos, e infelizmente, muitos grupos têm como pré-requisito
o uso dessas substâncias, que, utilizadas de forma desregrada, se tornam
prejudiciais ao organismo do ser humano.
É preciso ressaltar que quanto mais precoce a experimentação, pior as
consequências e maior o risco de desenvolvimento de abuso e dependência de
álcool. (MELONI e LARANJEIRA, 2004).
De acordo com Verner (2012), o grande problema é, que quanto mais cedo
se inicia o consumo de álcool, mais risco se tem de termos problemas e inclusive
dependência futura, sendo assim juventude e álcool não combinam, essa é a grande
singularidade dessa fase que nós precisamos tomar realmente uma consciência
grande, seja os pais, os próprios adolescentes. Isto porque a adolescência é mais do
que um estágio de transição da infância para a vida adulta, não é uma evolução
linear, contínua e uniforme, mas sim um período de grandes transformações
biológicas, psíquicas, hormonais, sociais e comportamentais, que marcam essa
etapa do desenvolvimento.
Não somente a família, mas a escola também tem um papel fundamental,
que podem juntos diminuir este problema; com fundamentos de Bucher (1988), os
professores, ao lado dos pais, são os adultos que estão em melhor posição para
formar mentalidades voltadas para busca de um indivíduo e de uma sociedade com
19
saúde. Por isso é imprescindível o desempenho conjunto entre “escola, família, e
sociedade” na formulação e na implementação de ações positivas que amenizem o
uso do álcool pela juventude.
Neste sentido, a escola é o segundo estágio das adaptações e assimilações
da maior parte do conhecimento e da estruturação da personalidade do jovem, tão
importante quanto a família, ela tem um papel fundamental no desenvolvimento
sadio da criança, adolescente e jovem, contribuindo para a formação global do
educando e da sociedade. O papel da escola na prevenção é educar crianças e
jovens a buscarem e desenvolverem sua identidade e subjetividade, promover e
integrar a educação intelectual e emocional, incentivar a cidadania e a
responsabilidade social, bem como garantir que eles incorporem hábitos saudáveis
no seu cotidiano. A questão do relacionamento entre a escola e a família no trato
com os jovens é de fundamental importância e ambos precisam andar sempre juntos
para que possam gerar resultados, seja na prevenção do uso do álcool e outras
drogas; seja no desenvolvimento pessoal e profissional.
Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação de
direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto que cabe não somente a família,
como a sociedade, o poder público proibir a venda e comercialização de bebidas
alcoólicas, entre outros.
2.4 A INFLUÊNCIA DO MARKETING
O marketing tem grande influência relacionado aos adolescentes sobre
bebidas alcoólicas. [...] há algumas evidências de que o marketing pode ter um impacto sobre os jovens. As pesquisas indicam que há influência cumulativa da propaganda do álcool em formatar percepções dos jovens sobre o álcool e as normas do beber. A propaganda do álcool predispõe os jovens a beber antes da idade legal para compra. (PINSKY; PAVARINO FILHO, 2007, p. 110-118).
Estabelece o artigo 220, da lei Constituição Federal n. 07, de 05 de outubro
de 1988: A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. (BRASIL, 1988, p. 88).
20
No entanto, avisos como “O Ministério da Saúde adverte ...” não são
suficientes para prevenir sobre o consumo de tais substâncias. O investimento
nesse tipo de publicidade é tão grande, e as propagandas são tão bem feitas, que
acabam por induzir até mesmo aqueles que estão conscientes sobre os malefícios
causados pelo álcool.
Muitos jovens iniciaram sua dependência do álcool, incentivados pela
propaganda, pois, elas são exibidas em canais abertos, muitas vezes em horários
inapropriados (até mesmo no intervalo de programas infantis), exprimem essa ideia
de que o álcool é algo bom e prazeroso, demonstrando sempre gente jovem em
bares bem decorados, rodeados de mulheres bonitas, o que não é a verdade, pois
muitos dos bares “de esquina” não são bem decorados, sendo até mesmo as
condições de higiene duvidosas. As propagandas são tão bem articuladas que
acabam neutralizando qualquer tentativa de conscientização sobre as
consequências do consumo de álcool.
De acordo com a Revista Brasileira de Psiquiatria (2016, p. 02): O tema Álcool para crianças e adolescentes, é bastante controverso, pois a Lei brasileira proíbe a venda de bebida alcoólica a menores de 18 anos, embora muitos façam uso em casa, em festas e às vezes até em ambientes públicos. A sociedade age de forma diferente frente a esse problema, onde por um lado condena o abuso de álcool, mas por outro aceita propagandas que estimulam o uso.
Além das propagandas, dentre os prejuízos sociais associados, os acidentes
de trânsito representam um problema de preocupação mundial que acarretam um
número excessivo de mortes e prejuízos por ano. Ainda, a população mais exposta
ao risco de acidentes fatais no trânsito é paradoxalmente composta por aqueles que
representam em grande parte o futuro da nação: os adolescentes, sendo a faixa
etária com maior predisposição ao consumo de bebidas alcoólicas e também a mais
propensa ao cometimento de ilicitudes.
Ademais, os adolescentes necessitam entender que o álcool pode causar
também impactos gravíssimos tanto no desenvolvimento cerebral, como inúmeros
prejuízos ao resto do organismo e a longo prazo, pode até gerar quadros demenciais
irreversíveis. Sem contar que abre portas para a utilização de outras drogas, sejam
lícitas, como o tabaco, ou ilícitas, como a maconha. Com o aumento do consumo da
bebida alcóolica, as habilidades motoras e o tempo de reação também sofrem
consequências e o comportamento torna-se descontrolado, com tendência para
21
maior impulsividade e agressividade, comprometendo mais a aptidão para dirigir
podendo causar sonolência ou até mesmo desmaios ao volante.
2.5 A FISCALIZAÇÃO DA VENDA DO ÁLCOOL PARA MENORES
A venda ou o fornecimento, mesmo que gratuito, de bebida alcoólica para
menores de dezoito anos é proibida pela legislação brasileira.
De acordo com o art. 243 da Lei 8069, de 13 de julho de 1990 do Estatuto da
Criança e Adolescente: Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que
gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. (BRASIL, 1990, p.01).
A Lei, entretanto, não tem sido cumprida por omissão, tolerância,
displicência, má fé, interesses comerciais e outros motivos inconfessáveis. A análise
desta temática, na realidade, deve ser desenvolvida não somente à luz da Lei, mas,
e principalmente, à luz do bom senso, da valorização do Ser e dos relacionamentos
interpessoais. Cuidar bem da educação de crianças e adolescentes para princípios e
valores que preservem a vida e a dignidade é tarefa de cada família e de toda a
sociedade. A Lei busca dar forma a esta necessidade básica.
De acordo com o Portal do Governo do Estado de São Paulo (2011), a lei
paulista determina sanções administrativas, além das punições civis e penais já
previstas pela legislação brasileira, a quem vende bebidas alcoólicas a menores de
idade. Ainda, que a venda, a oferta, o fornecimento, a entrega ou a permissão do
consumo de bebida alcoólica os menores de 18 anos, assim como a afixação dos
avisos de proibição devem ser fiscalizados de forma rigorosa.
Por mais que o consumo de álcool por adolescentes na sociedade possa
parecer banalizado, o adolescente ainda encontra todas as portas abertas para o
álcool, pois, não é incomum a presença de bebidas alcoólicas em festas de
adolescentes, até mesmo nos bares não havendo restrição a venda de bebida
alcoólica aos menores de 18 anos. Conforme a Lei 8.069, é proibida a venda à
criança ou ao adolescente de: II - bebidas alcoólicas, e a violação deste dispositivo
acarreta a aplicação das penalidades cabíveis. (BRASIL, 1990).
22
Segundo Romano (2007, p. 02), “O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil
só é legalmente permitido após os 18 anos de idade; no entanto, os empecilhos são
pequenos para que os adolescentes comprem e consumam álcool”.
Portanto, menores de 18 anos, tem uma finalidade específica de cometer
delito, pois, sejam em festas, bares ou estabelecimentos comerciais diversos, o
acesso é muito fácil às mais variadas bebidas alcoólicas disponíveis para o
consumidor maior de idade. Caso haja o descumprimento da legislação, de acordo
com o art. 243 da lei 8.069 de 13 de julho de 1990: Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81”, pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) e o estabelecimento da pessoa que for flagrada contra a lei será fechado até o pagamento da multa ser efetuado. (ROMANO, 2015, p. 02).
A legislação brasileira estabelece que quem vende, oferece, fornece,
entrega ou permite o consumo de bebida alcoólica por menores de 18 anos em suas
dependências será punido, ainda que não tenha vendido essa bebida. Sempre que o
consumidor mostrar interesse em consumir bebida alcoólica deve ser exigido o
documento de identidade para comprovar a sua maioridade. O estabelecimento
pode recusar o fornecimento para quem não apresentar o documento. Além disso,
os avisos de proibição devem ser fixados em locais de ampla visibilidade no
estabelecimento, para que todos possam vê-los. Além de exigir documento de
identidade, o estabelecimento pode utilizar mecanismos de controle, como cadastro,
pulseiras etc.
Em supermercados, lojas de conveniência, padarias e similares, as bebidas
alcoólicas devem ser expostas em locais próprios, separados dos demais produtos
colocados à venda. Esses locais também deverão conter avisos de proibição em
número suficiente para garantir a sua visibilidade na totalidade dos ambientes do
estabelecimento.
Segundo o Portal do Governo do Estado de São Paulo (2011), as punições
baseiam se em multa, interdição e perda da eficácia da inscrição estadual, fixadas
de acordo com a gravidade da infração e, no caso da multa, com a capacidade
econômica do estabelecimento. Esta revisão da legislação faz com que se crie uma
nova postura diante da vida na sociedade, onde possamos inserir a criança e
adolescente na posição que lhe és de direito, ou seja, essa medida se faz
necessária para combater uma realidade indisfarçável do país.
23
3 RESULTADOS DAS PESQUISA DE CAMPO
Neste capítulo, serão apresentados os principais resultados da pesquisa de
campo realizada na cidade de Palmital, São Paulo junto a comerciantes, menores e
pais ou responsáveis pelos mesmos.
3.1 VISÃO DOS COMERCIANTES
A pesquisa demonstrou que todos os entrevistados conhecem a lei que
regulamenta a venda de bebida alcoólica no Brasil , a qual proíbe a venda para
menores de 18 anos. Inclusive, em todos os estabelecimentos há placa informando
sobre esta proibição.
Contudo, o levantamento apontou informações curiosas sobre a rotina dos
estabelecimentos na venda de bebida alcoólica, onde 70% dos entrevistados
afirmaram pedir documentos, 30% vendem normalmente mesmo sabendo que o
cliente ou consumidor é menor e 40% afirmaram que os consumidores menores
frequentam o estabelecimento comercial normalmente, conforme a figura 2.
Figura 2: Venda de bebidas alcoólicas para menores
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Assim, os resultados apontam que, mesmo existindo legislação voltada a
proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores, um percentual considerável
ainda consegue efetuar a compra ou consumo.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
ComercianteConhecemaleiPlacadeproibiçãodevendasdebebidasàmenoresPedemdocumentoVendemnormalmenteMenoresfrequentadores
24
3.2 VISÃO DOS MENORES
A coleta de dados junto aos menores demonstrou, conforme a figura 3, que
a maioria costuma beber frequentemente, 30% bebem em ocasiões especiais e 15%
nunca ingeriram bebida alcoólica.
Figura 3: Índice de bebidas ingeridas por menores
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
3.3 VISÃO DOS PAIS
Foi possível verificar que 20% dos pais consomem bebidas alcoólicas, e
autorizam seus filhos a fazer o mesmo, 30% não bebem ou não autorizam seus
filhos a beber e 10% possuem problemas alcoólicos na família.
Figura 4: Dados relacionados ao consumo do álcool
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Menores
Bebemfrequentemente Bebememocasiõesespeciais
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Pais
Consomembebidasalcóolicas Nãobebem
Temproblemacomálcoolnafamília
25
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização das pesquisas bibliográficas e de campo, nas quais foram
realizadas levantamentos teóricos e práticos sobre a lei de proibição de vendas de
bebidas alcóolicas para menores.
A partir de dados coletados é possível afirmar que, mesmo existindo
legislação pertinente, o álcool ainda é consumido por menores em dois contextos. O
primeiro ocorre em função da falta de controle dos próprios donos dos
estabelecimentos comerciais, somada à fragilidade da fiscalização por parte dos órgãos
que compõem a rede de proteção aos menores. Contudo, observou-se que a maioria
dos estabelecimentos só efetua a venda dessas substâncias mediante apresentação
de documento. O segundo contexto diz respeito à ausência da orientação adequada
da criança e do adolescente, em que muitas vezes os próprios pais ou responsáveis
oferecem ou autorizam o consumo do álcool pelos mesmos.
Alcançando os objetivos propostos no presente estudo, a partir dos
resultados obtidos foi possível alcançar os objetivos propostos inicialmente, e diante
da evidência de que o uso do álcool se inicia na adolescência, entende-se que as
estratégias de prevenção devem preceder as primeiras experiências e contribuírem
para o seu adiamento.
Neste sentido, para minimizar o problema é necessário que, além de uma
fiscalização mais severa e contínua, haja uma mudança cultural por parte da
sociedade, na qual o consumo do álcool por menores é vista de forma positiva e
comum. Desta forma, se todos fizerem sua parte, através de denúncias, campanhas de
prevenção e de orientação aos comércios e também autoridades policiais, ministério
público, conselhos tutelares, varas da infância e à sociedade em geral, juntos, através de
um fortalecimento dessa rede de proteção é possível efetuar essa prevenção.
Em suma, vale dizer que a intenção do presente trabalho não é a de fazer
oposição às bebidas alcoólicas ou de defender sua extinção na sociedade, como em
alguns momentos históricos já se tentou fazer. Entretanto, é necessário alertar para
o impactos negativos para o desenvolvimento físico e mental dos consumidores, ou
seja, dos menores.
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27
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TIBA, I. Disciplina: o limite na medida certa. São Paulo: Ed. Gente, 1996. Acesso em: 09 de junho de 2016. VEJA, Revista. Mais da metade dos adolescentes já provaram bebida alcoólica. Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/mais-da-metade-dos-adolescentes-brasileiros-ja-provou-bebida-alcoolica/v. 46, p. 121-152, 1995. Acesso em: 10 de agosto de 2016.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO JUNTO NO COMÉRCIO DE PALMITAL
1. Consumidores de bebida alcoólica MENORES costumam frequentar seu
estabelecimento comercial
a) ( ) Sim b) ( )Não
1.1. Em caso positivo na questão 1, com qual frequência....
a) ( ) Diariamente
b) ( ) Semanalmente
c) ( ) Quinzenalmente
2 . Há quanto tempo o senhor tem esse estabelecimento?
a) ( ) Há menos de um ano
b) ( ) Há mais de um ano
3. Você conhece a lei de proibição de vendas de bebidas alcoólicas aos menores?
a) ( )Sim b) ( ) Não
4. Em sua opinião, quais os motivos que levam os menores a começar a beber?
a) ( ) Exemplos na Família
b) ( ) Amigos que consomem bebidas alcoólica
c) ( ) Propaganda na TV
d) ( ) Rádio
5. No seu estabelecimento existe alguma placa de proibição de bebida alcoólica
para menores?
a) ( )Sim b) ( ) Não
6. Quando um menor chega até o seu estabelecimento para comprar ou consumir
bebida alcoólica, como você procede de qual maneira?
a) ( ) Vende normalmente
b) ( ) Pede documento
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APÊNDICE B – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO A CRIANÇA E
ADOLESCENTE NA CIDADE DE PALMITAL
1. Qual a sua idade? __________
2. Qual o seu sexo?
a) ( ) Masculino b) ( ) Feminino
3. Você já ingeriu bebida alcoólica?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
4. Com qual frequência você ingere bebidas alcoólicas?
a) ( ) Sempre b) ( ) Às vezes
c) ( ) Quase nunca d) ( ) Apenas em ocasiões especiais
e) ( ) Nunca houve
5. Em que lugares ocorrem essa ingestão?
a) ( ) Em festas
b) ( ) Em Casa
c) ( ) Em bares
d) ( ) outro: ______________________________
6. Quando você ingere bebida, há o consentimento/permissão dos seus pais?
a) ( ) Eles permitem c) ( ) Não permitem
b) ( ) Não sabem d) ( ) Permitem em ocasiões especiais
7. Qual era a sua idade na primeira vez em que houve o consumo?
a) ( ) Menor de 8 anos
b) ( ) Entre 8 e 12
c) ( ) Entre 13 e 15
d) ( ) mais de 16
8. Há influência de alguma parte quanto ao consumo?
a) ( ) Dos pais
b) ( ) De alguma outra parte da família
c) ( ) Não há
d) ( ) De amigos
e) ( ) De outros
9. Você já chegou a passar mal por ter ingerido bebidas alcoólicas?
a) ( ) sim, uma única vez
30
b) ( ) sim, algumas vezes
c) ( ) sim, várias vezes
d) ( ) não bebo
10. Já houve apresentação de problemas de saúde decorrentes do alcoolismo?
a) ( ) Varias vezes
b) ( ) Algumas vezes
c) ( ) Uma única vez
d) ( ) Nunca houve
11. Você se considera alcoólatra?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
12. Quais os tipos de bebidas você já provou?
a) ( ) Vinho c) ( ) Cerveja e) ( ) Whisky g) ( ) “Batidinha”
b) ( ) Champanhe d) ( ) pinga f) ( ) tequila h) ( ) Não bebo
i) ( ) Outro. Especifique: _______________________
13. Qual a sua ocupação?
a) ( ) Trabalha e estuda
b) ( ) Estuda
14. Você já comprou sozinho alguma bebida alcóolica?
a) ( ) Sim,
Onde? ____________________________________________________
b) ( ) Não
c) ( ) Já tentei mas não consegui
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APÊNDICE C – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS PAIS
1. Qual idade de seu filho (a):
________________________________
2. Você consome bebidas alcoólicas:
a) ( ) sempre b) ( ) ás vezes c) ( ) nunca
3. Tem alguém na sua família com problemas alcoólicos?
a) ( ) sim b) ( ) não c) ( ) não sei
4. Você autoriza seus filhos a consumirem bebidas alcoólicas?
a) ( ) sim b) ( ) não
4.1 Se sim, qual a idade deles?
a) ( ) 10 a 15 anos b) ( ) 16 a 18 anos c) ( ) outros, quais?
__________________
5. Você costuma ingerir bebida alcoólica com seus filhos?
a) ( ) sim b) ( ) não c) ( ) ás vezes
6. Onde seus filhos costumam beber
a) ( ) baladas c) ( ) com os amigos
b) ( ) festas familiares d) ( ) não bebem