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E-book #4

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Page 1: E-book #4
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EquipE Técnica

Educadora Física do Ambulatório de Geriatria da Unidade

Vila Mariana e da Equipe de Educação em Diabetes.

Elis Forgerini, Luiza Spinelli e Rubens Nogueira são jornalistas, especialistas em

comunicação digital do Einstein e responsáveis pela produção, edição e revisão da

série Mexa-se.

Carla Giuliano de Sá Pinto

É educador físico / fisioterapeuta do Centro de Medicina

Preventiva do Einstein - Unidade Jardins e autor do

livro “Manual de Atividades Físicas para a Prevenção de

Doenças” da editora Elsevier - Campus.

Marcio Marega

EquipE EdiTorial

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EquipE Técnica

EquipE EdiTorial

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SEr SaudávEl EviTa câncEr!

De acordo com a publicação Physical

Activities Guidelines Advisory Committee

Report (PAGA, 2007), estima-se que nos

Estados Unidos, 45% dos homens e 38% das

mulheres desenvolverão câncer durante

suas vidas. Somente 10% a 15% dos casos

são consequência de uma predisposição

genética herdada, sendo o restante atribuído

ao estilo de vida e a fatores ambientais.

A International Agency for Research on

Cancer (IARC, 2007) estima que 25% dos

casos de câncer no mundo são devidos a

sobrepeso, obesidade ou sedentarismo, o

que apenas evidencia o papel fundamental

que a atividade física tem na melhora do

prognóstico dessa doença e na qualidade de

vida.

Boa leitura. E, não se esqueça, mexa-se!

Marcio Marega

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SEr SaudávEl EviTa câncEr! índice

Sim, atividade física previne câncer!

O câncer

Tratamentos e terapias para o câncer

A prática de exercícios durante o tratamento

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o câncEr

A atividade física é considerada uma

forma de prevenção e de tratamento para

diversas doenças e isso, não é diferente

quando estamos falando sobre câncer. O

câncer é originado por neoplasias, nome

dado às alterações celulares que acarretam

em um crescimento exagerado das células.

Essas neoplasias podem ser benignas ou

malignas.

• Benignas: crescem e aumentam de

volume apenas no local onde começaram.

• Malignas: possuem o potencial de

comprimir, invadir e destruir o tecido normal

que as circundam. Além disso, são capazes

de se propagar (metástase) por todo o corpo

através da corrente sanguínea ou do sistema

linfático, ou ainda formam “colônias” de

células neoplásicas em um novo local, onde

continuam seu comportamento destrutivo.

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É difícil definir o câncer como uma única doença, já que existem mais de 200 tipos diferentes de

neoplasias malignas com comportamento clínico diferenciado. Há, porém, classificações que

dividem as neoplasias em quatro grupos:

CARCINOMA: células epiteliais, glândulas e órgãos

internos, que representam cerca de 80

a 90% dos cânceres. Por exemplo, de

próstata, cólon, pulmão, cervical e mama

LINFOMA:

que possui origem no sistema imune

LEUCEMIA:

que tem origem nas células do sangue

SARCOMA:

que está localizado em tecidos

conjuntivos, como ossos, tendões,

cartilagem, gordura e músculos

De acorDo com o InstItuto nacIonal Do câncer (Inca), em 2006 foram DIagnostIcaDos maIs De 234 mIl casos novos De câncer em homens e maIs De 237 mIl em mulheres. os tIpos De maIor IncIDêncIa são o câncer De mama em mulheres e De próstata em homens.

entre as prIncIpaIs causas para o DesenvolvImento Do câncer estão a preDIsposIção genétIca, exposIção à raDIação, substâncIas tóxIcas, tabagIsmo, exposIção solar e também a obesIDaDe!

QuanDo o assunto é a prevenção Do câncer, a DIca é o controle Dos fatores Que favorecem o DesenvolvImento, uma vez Que 25% Dos DIagnóstIcos são causaDos pelo sobrepeso, obesIDaDe e seDentarIsmo, além Dos fatores ambIentaIs, Que responDem por 70 a 80% Das causas De câncer.

O crescimento da doença

Entendendo o câncer

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Sim, aTividadE fíSica prEvinE câncEr!

Para prevenir o desenvolvimento do câncer

devemos reduzir a exposição a fatores

de risco. Como a doença é provocada por

muitas causas, a interação entre os fatores

de risco e os de proteção a que as pessoas

estão submetidas pode diminuir as chances

da doença.

Entretanto, nem sempre a relação entre

a exposição a um ou mais fatores de risco

e o desenvolvimento de uma doença é

reconhecível facilmente, especialmente

quando as causas estão relacionadas à

comportamentos sociais comuns como

o tipo de alimentação e o sedentarismo,

por exemplo. Nas doenças crônicas, como

diabetes, hipertensão e o próprio câncer, as

primeiras manifestações podem surgir após

muitos anos de exposição única aos fatores

de risco (como radiações ionizantes) ou

contínua (radiação solar ou tabagismo, por

exemplo).

Os fatores que estão associados ao surgimento da doença podem ser encontrados no ambiente

físico, herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente

social e cultural.

São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares

e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Ainda assim,

não podemos afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum.

É certo que a obesidade aumenta o risco de desenvolver câncer de mama no pós-menopausa,

cólon e reto, esôfago, fígado, bexiga, pâncreas, rim e útero. Uma pessoa obesa com síndrome

metabólica aumenta o risco de desenvolver câncer, pois, para compensar a ineficácia de sua

insulina, o corpo aumenta sua produção de 100 a até 200% (hiperinsulinemia), o que estimula o

crescimento celular.

Por isso, com a prática de atividade física associada a baixos níveis de gordura, o sistema

metabólico fica menos favorável ao desenvolvimento de neoplasias, pois auxilia no controle

da resistência à insulina, evitando a hiperinsulinemia e controlando as concentrações de

triglicerídeos.

O que causa câncer

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levanDo em consIDeração outros benefícIos Da atIvIDaDe físIca, como por exemplo a melhora IntestInal, pesQuIsas InDIcam Que homens fIsIcamente atIvos apresentam uma reDução De 30 a 40% Do rIsco De câncer De cólon, uma vez Que ele gera um aumento Do perIstaltIsmo colônIco, DImInuInDo o tempo De trânsIto IntestInal.

Já nas mulheres, o rIsco De câncer De mama reDuz De 20 a 30%, além Do controle Da obesIDaDe Que é fator prognóstIco aDverso, uma vez Que mulheres com ganho De peso após o tratamento apresentam maIores taxas De recIDIva e mortalIDaDe.

A ciência comprova

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TraTamEnToS E TErapiaS para o câncEr

O tratamento do câncer pode acontecer por meio de uma opção ou da

associação de várias modalidades de tratamento:

• Cirurgia: remoção parcial ou total do tecido ou órgão canceroso.

• Radioterapia: radiação ionizante. Tem como objetivo irradiar o volume de

tumor conhecido ao mesmo tempo em que se preservam os tecidos adjacen-

tes sensíveis à irradiação. A radioterapia é aplicada por um longo período em

doses repetidas para destruir as células cancerosas sem qualquer dano exces-

sivo às normais..

• Terapias sistêmicas (medicamentos): prescrita para tumores sólidos em fase

avançada quando se suspeita que as células cancerosas já sofreram metástase

para além do local primário e dos linfonodos regionais. É a forma de tratamento

curativo para leucemia e linfoma, em que as células cancerosas, por definição,

não estão confinadas a uma determinada região.

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muItas vezes, o pacIente Desenvolve efeItos aDversos físIcos e funcIonaIs ao tratamento Que poDem IncluIr cItopenIas (anemIa, neutropenIa e trombocItopenIa), astenIa (sensação De fraQueza sem perDa real De força muscular), ataxIa (perDa De controle motor), caQuexIa (perDa De peso rápIDa), função carDIovascular e pulmonar reDuzIDa, fraQueza e atrofIa muscular, DIspneIa, muDança De peso, DIfIculDaDe para DormIr, faDIga, náuseas, vômItos e Dor, além De seQuelas psIcológIcas como Depressão, ansIeDaDe, estresse, preocupações com a Imagem corporal, autoestIma reDuzIDa e perDa Da sensação De controle.

apesar De tuDo Isso, a atIvIDaDe físIca traz benefícIos ao corpo. InfelIzmente as pessoas Que recebem o DIagnóstIco tenDem a DImInuIr o nível De exercícIos Durante o tratamento. porém, é Importante Que os pacIentes mantenham uma alImentação sauDável e exercícIo físIco regular como parte Do tratamento.

os exercícIos são capazes De conservar a massa muscular mesmo com o tumor competInDo com o organIsmo por nutrIentes, normalIzanDo hormônIos como a InsulIna e o t3, reDuzInDo a concentração De cortIsol, melhoranDo a resposta ImunológIca e auxIlIanDo o organIsmo no combate à neoplasIa e à caQuexIa tumoral (perDa De peso aceleraDa).

os exercícIos também melhoram a capacIDaDe carDIorrespIratórIa, o Que auxIlIa no controle Da faDIga proporcIonaDa pela Doença, DImInuem taxas De complIcações carDíacas e auxIlIam na recuperação pós-operatórIa e na restauração Do membro operaDo, controlanDo outros possíveIs efeItos aDversos Do tratamento.

Afaste o desânimo e movimente-se!

Benefícios reais

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a práTica dE ExErcícioS duranTE o TraTamEnTo

Apesar da atividade física fazer muito bem, alguns cuidados devem ser tomados com pacientes

em tratamento do câncer.

Durante o tratamento de quimioterapia os exercícios não podem ser praticados caso o paciente

apresente um quadro de anemia severa – o sistema cardiovascular não está preparado para se

adaptar à maior demanda de oxigênio.

Pacientes com cateter externo de longa permanência, por exemplo, não devem fazer exercícios

em água pelo risco de infecção, nem exercícios resistidos na musculatura local pelo risco de

deslocamento. Já os que estão em tratamento de radioterapia devem evitar exercícios em piscinas

com cloro, já que a pele do local tratado pode se ressentir.

a recomenDação geral é Que pacIentes com DIagnóstIco De câncer realIzem exercícIos

com IntensIDaDe moDeraDa, com Duração De 30 a 60 mInutos, poDenDo fazer tanto

atIvIDaDes com característIcas aeróbIas, Quanto para fortalecImento e hIpertrofIa, senDo

o IDeal uma combInação Dos DoIs.

os exercícIos proporcIonarão uma melhora no eQuIlíbrIo, reDução no rIsco De QueDas

e fraturas, prevenção Da osteoporose, reDução Do rIsco De DesenvolvImento De Doenças

carDIovasculares assocIaDas, além De uma DImInuIção Da faDIga, náuseas, constIpação,

sIntomas relacIonaDos com ansIeDaDe e Depressão, IncIDêncIa De trombose venosa

profunDa e perDa De massa muscular.

Que tipo de exercício praticar?

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De acordo com a American Cancer Society, são recomendados:

• Exercícios aeróbios com intensidade de 50 a 70% da frequência cardíaca máxima, ou 70 a 75% do

VO2 máximo (capacidade que o corpo tem de absorver o volume máximo de oxigênio)

• Atividades resistidas com carga de 60 a 70% em uma repetição máxima

• Alongamentos

• Exercícios com duração de 30 a 60 minutos e frequência mínima de três vezes por semana

• Respeito à individualidade biológica, limitações e habilidades

• Adequação do treino sempre que necessário de acordo com possíveis sintomas que possam surgir

durante o tratamento

Dicas e Recomendações

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