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1 Sindicato dos Enfermeiros Portugueses nº10 - outubro/2012

e-Revista Nº 10

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Revista eletrónica do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, n.º 10

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Sindicato dos Enfermeiros Portuguesesnº10 - outubro/2012

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O resultado das políticas deste governo é a hipoteca de, pelo menos, 3 gerações de Portugueses. A de entre os 45 e os 55 anos que, face ao que lhes foi “roubado” pensarão em emigrar para tentar ter um final de vida digna; a geração dos 20 anos porque para terem um início de vida terão que emigrar; a geração dos 10 anos que, infelizmente, estarão confrontados com um país mais pobre, mais frágil, mais sujeito a doenças e com menos instrumentos sociais que os apoiem.

nota de

abertura

Os mais recentes anúncios efetuado pelo Governo caíram como um cutelo nas esperanças dos portugueses, dos trabalhadores em geral e nos trabalhadores da

administração pública, em particular. E não lhes chega. Desta vez, o Governo ainda tem distinta lata de propor a diminuição em 6% dos subsídios de desemprego e nas baixas por doença. Ou seja, a loucura deste governo para supostamente atingir ob-jetivos que todos já percebemos nunca poderão ser atingidos, vai desde o roubo aos pensionistas, doentes, trabalhadores, desempregados….Por muito que tentemos antever como vai estar o país e os portugueses no final de 2013, não é fácil. Sabemos que estaremos todos mais pobres, fruto do roubo promo-vido pela diminuição dos escalões de IRS mas a dúvida persiste: que acontecerá à democracia e aos pilares onde ela assenta? Como estará o Estado Social? Qual será o fosso das desigualdades? Recentemente veio a público que em Portugal já existe 3000 milhões de pobres. A manterem-se as medidas agora anunciadas não restarão dúvidas que estes números aumentarão exponencialmente. Os pilares sociais que permitiram o desenvolvimento do país nos últimos 30 anos estão em risco porque essa é uma finalidade do Governo.

Governo hipoteca três gerações

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Lutar contra esta perspetiva, hoje mais do que nunca, é um dever de todos e uma responsabilidade de cada um de nós. Se queremos que o nosso futuro e o dos nossos filhos não passem pela miséria que Portugal já conheceu num passado recente, vamos ter que nos mobilizar.As mais recentes manifestações, tenham sido elas promovidas pelos movimentos de cidadãos ou pela CGTP demonstram que a paciência está a chegar ao fim!Dia 31 de Outubro estaremos em frente à Assembleia da República para gritar que não queremos aquela proposta de orça-mento e portanto que o alterem.Dia 14 de Novembro estaremos a parti-cipar numa Greve Geral que não acon-tecerá só em Portugal. A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) determinou o dia 14 como um dia de luta à escala europeia. Neste contexto, para além das greves gerais já convocadas para Espa-nha e Chipre, acontecerão várias outras iniciativas de Luta, nos restantes países europeus.

Ficha técnicaE-revista: SEP-Info • Edição: SEP, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses • email: [email protected] • Tel: 21 392 03 50 • Fax: 21 396 82 02 • Morada: Av. 24 de Julho, 132, Lisboa, 1350-346 Lisboa, Portugal • Diretor: José Carlos Martins • Coordenador Técnico: Guadalupe Simões • Lay-out/Pagi-nação: Formiga Amarela, Oficina de Textos e Ideias, Lda • Web: Webisart • Outubro 2012

ÍndiceGoverno mantêm o roubo de um subsidio à função pública.............

Terreiro do Paço foi mais uma vez o Terreiro do Povo!...............

Portas abertas à privatização dos cuidados de saúde

primários........................................................................................................

Governo sem legitimidade para governar...............................

Marcha Contra o Desemprego.......................................................

Associação Europeia de Enfermagem reúne e faz

propostas......................................................................................................

Reunião com o CA do CMRRC - Rovisco Pais....................

SEP arranca mais compromissos positivos...........................

Exigimos o cumprimento da lei ao Centro Hospitalar

de Lisboa Ocidental..............................................................................

ARS NORTE não aplica o 62/79..................................................

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Apesar do acórdão do Tribunal Constitucio-nal, o Governo per-siste em tomar medi-das que aumentam as desigualdades e não só no setor público e privado. Continuam a ser os trabalhado-res a verem os seus rendimentos drasti-camente diminuídos, enquanto o capital escapa de diversas formas.

O Governo mantém o roubo, continua a não respeitar o Acórdão do Tribunal Constitucional. Uma vez que continua a não haver equidade entre o público e o privado; e entre o trabalho; e o capital e viola as regras democráticas de um Estado de direito ao fazer tábua rasa do direito à negociação.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública já tomou posições públicas sobre o Orçamento do Estado

para 2013. A apresentação feita pelo Ministro das Finanças sobre o OE 2013, além dos cortes conhecidos, subtrai um subsídio depois do tribunal constitucional considerar inconsti-tucional a retirada de 2 subsídios.

destaque

Governo mantêm o roubo de um subsidio à função pública, a reformados e pensionistas

Frente Comum afirma

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Reorganização de serviços exige participação de todos os enfermeiros e unidade no SEP

O governo, menosprezando a inteligência dos portugueses, apre-senta esta medida como uma ‘devolução’. Esta devolução só seria se entregassem o que foi roubado no corrente ano. E, continua a ser inconstitucional.Os trabalhadores da Ad. Pública, os reformados e pensionistas, so-freram, ainda, efeitos de uma sobretaxa de 40%, equivalente a 60% da remuneração mensal, no IRS.Face ao claro roubo aos trabalhadores, o Governo é menos rápido no que diz respeito a tomar medidas para legislar, por exemplo, so-bre imposto sobre transações financeiras, parcerias PP ou medidas previstas em sede de IRC.A Frente Comum condena e aponta a distribuição nada equitativa entre o setor público e o setor privado ou falta de balanceamento entre o capital e o trabalho.Existe claro desprezo em relação à legalidade na negociação com os sindicatos, que a lei impõe. A apresentação de medidas relati-vamente ao trabalho da AP deveria ser antecedida por negociação. Viola assim, as regras democráticas de um estado de direito.

[ O Governo é menos rápido no que diz respeito a tomar medidas para legislar, por exemplo, sobre imposto sobre transações financei-

ras, parcerias público-priva-das ou medidas previstas

em sede de IRC. ]

Distribuição entre setor público e setor privado continua a não ser equitativa

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As manifestações de indignação e protesto contra as medidas deste governo e contra as políticas de austeri-dade multiplicam-se e ganham dimen-são. A sociedade civil mexe-se. A CGTP alerta para os perigos da con-tinuação desta política e apresenta medidas alterna-tivas, por forma a que não sejam sempre os mesmos a pagar a fatura de uma crise para a qual não contribuí-ram em nada.

Terreiro do Paço foi mais uma vez o Terreiro do Povo!

29 de Setembro de 2012

A maior manifestação dos últimos anos, convocada pela CGTP-IN, foi a 29 de Setembro de 2012 no Terreiro do Paço, que se transformou, mais uma vez, no Terreiro do Povo e que foi pequena para acolher o mar de gente indignada que se quis manifestar.

em foco

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Reorganização de serviços exige participação de todos os enfermeiros e unidade no SEP

A Praça do Comércio foi pequena e as ruas adjacentes ajudaram para conseguir

receber a expressão de descontentamento e revolta dos portugueses que vieram de todas as partes do país, protestar contra o governo e as políticas de austeridade.Os enfermeiros num bom número de vozes ruidosas disseram que basta de cortes no rendimento do seu trabalho, que já atingiu 27%., desde 2011. Muitos enfermeiros con-tratados mostraram o seu inconformismo por poderem a vir a ser englobados no “despe-dimento” de todos os trabalhadores contra-tados, quando sentem todos os dias que os cuidados de saúde que prestam às popula-ções não chegam para tantas solicitações.Entre cânticos de apelo à saída de Passos Coelho do governo, a frase “o povo unido ja-mais será vencido” foi a mais ouvida durante toda a Manif.O líder da CGTP, Arménio Carlos, durante o seu discurso exigiu que o primeiro-ministro se “vá embora, e o mais depressa possível”, acrescentando que “Portugal se vai levantar em peso contra as políticas atuais” porque o “povo está a perder o medo”.Estava criado o ambiente propício para apelar à realização de uma “grande greve geral”, que seria discutida no conselho nacio-nal extraordinário, no dia 3 de Outubro. Aí se decidiu que 14 de Novembro, seria o dia para a Greve Geral.

[ Muitos enfermeiros contratados mostra-ram o seu inconformismo por poderem a

vir a ser englobados no “despedimento” de todos os trabalhadores contratados, quan-do sentem todos os dias que os cuidados de saúde que prestam às populações não

chegam para tantas solicitações. ]

Os Enfermeiros estiveram em força no Terreiro do Paço

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A privatização de setores e empresas é uma imagem de marca deste Gover-

no. E é má. Em várias áreas não se com-preendem porque se privatizam empresas

rentáveis ou setores socialmente relevantes, como a saúde.em foco

Portas abertas à privatização dos cuidados de saúde primários

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O Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho que terá como objetivo ‘definir os princípios e as

normas orientadoras de atividade a desenvolver pelas Unidades de Saúde Familiar modelo C’ sem ter sido nomeado qualquer enfermeiro para o integrar. Para nós, é claramente uma antecâmara de privatização deste setor. A ideia de passar unidades para o setor social e cooperativo não é nova.Passado um ano e 3 meses de governação, constata-mos que a prioridade assumida pelo governo de manter a reforma dos Cuidados de Saúde Primários não pas-sou de uma promessa, face ao compromisso assumi-do. Desde logo, a não admissão de mais profissionais, como os enfermeiros e a não criação de mais unidades funcionais paralisou a reforma.É neste contexto que o SEP considera inaceitável avançar-se com mais esta experiência para o setor so-cial e cooperativo, quando não foram dadas condições para o desenvolvimento das reformas em curso, no âmbito do setor público.

[ O SEP considera inacei-tável avançar-se com mais

esta experiência para o setor social e cooperativo, quando não foram dadas condições para o desen-volvimento das reformas em curso, no âmbito do

setor público. ]

Abrir as portas à privatização dos cuidados de saúde primários é uma machadada mais no Serviço Nacional de Saúde, tal como o concebemos. A tão prometida reforma da CSP ficou na gaveta.

Destruição do Serviço Nacional de Saúde tem de ser impedido

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10Governo sem legitimidade para governar

A coligação perdeu prazo de validade

Um governo que viola compromissos com o povo português, decisões judiciais, a lei e a constituição é um governo sem legitimidade para governar.

em foco

Mais um ROUBO na apo-sentação!Governo quer o aumento da idade da aposentação para os 65 anos, já!Mais DESPEDIMENTOS!TRABALHO extraordiná-rio sinónimo de trabalho ESCRAVO!Subsídios continuam à espera de Governo que respeite a Constituição

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Descontar, sim! Aos assalariados, cada vez mais! Para receber, o mais tarde possível e principalmente para

além de todos os compromissos assumidos! O Governo viola a Lei e dá o dito por não dito com os tra-balhadores e reformados da Administração Pública, com os sindicatos, com a Assembleia da República e todo o povo português.O Governo pretende romper com mais uma decisão no regime de transição da Segurança Social com a CGA, que seria em 2015, querendo antecipar já 2013 o aumen-to da idade da reforma para 65 anos, reduzindo assim o valor de todas pensões.O Governo anuncia mais despedimentos! Sem assumir a diferenciação dos serviços públicos pretende fazer des-pedimentos em massa mandando embora mais de cem mil trabalhadores contratados a termo resolutivo ou com nomeação transitória e impor a caducidade obrigatória de todos os contratos a termo em 2013.Trabalho extraordinário dá lugar ao trabalho escravo! O Governo propõe mais uma redução do pagamento do tra-balho extraordinário para 25% do seu valor real. Trabalho para além do horário normal é quase extraordinário.Os subsídios continuam roubados! O Governo não quer devolver qualquer subsídio. Continua a mentir: rouba o subsídio de férias e pretende roubar mais de 80% do subsídio de Natal por via da redução dos escalões de IRS e da sobretaxa de 4%, violando grosseiramente a deci-são do Tribunal Constitucional, a Lei e a Constituição da República Portuguesa.

[ Mais despedimentos! Trabalho extraordinário dá

lugar ao trabalho escravo! Os subsídios continuam rouba-dos! O Governo viola a Lei e

dá o dito por não dito.]

Governo dá o dito por não dito aos reformados

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O SEP participou nas mais diversas iniciativas da Marcha Contra o Desem-

prego dando visibilidade à dimensão deste problema junto dos enfermeiros e lutando

para que se admitam mais enfermeiros nas insti-tuições, até se atingirem as dotações seguras.

Marcha Contra o Desemprego

em foco

5 e 13 de Outubro

A CGTP-IN concretizou entre os dias 5 e 13 de Outubro a Marcha Contra o Desemprego sob o lema “Marcha Contra o Desemprego. Trabalho com Direitos, Portugal com Futuro!”, iniciativa que pretendeu ser um alerta contra o flagelo social do desemprego que afeta milhares de pessoas no nosso país.

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O desemprego é, neste momento, o maior flagelo nacional

[ A CGTP-IN denunciou o aumento brutal do desemprego estrutural – a taxa de desemprego deverá atingir os 15,5% no ano de 2012, sendo que a taxa real de desemprego

(considerando os inativos e os que estão em subemprego) ultrapassa

já os 20%, abrangendo mais de 1,2 milhões de pessoas desemprega-das, com especial incidência nos jovens (45% dos desempregados

têm menos de 35 anos). ]

A Marcha Contra o Desemprego, organizada pela CGTP-IN, iniciou-se com duas colunas.

A do norte partiu de Braga e a do sul saiu do Algarve, tendo terminado com a convergência das duas numa manifestação em Lisboa, que acabou em frente à Assembleia da República.Numa ação que visou envolver os desemprega-dos, os jovens à procura do primeiro emprego e todos aqueles que perderam o emprego, a CGTP--IN aproveitou não só para denunciar o aumento brutal do desemprego estrutural – a taxa de de-semprego deverá atingir os 15,5% no ano de 2012, sendo que a taxa real de desemprego (conside-rando os inativos e os que estão em subemprego) ultrapassa já os 20% abrangendo mais de 1,2 milhões de pessoas desempregadas, com espe-cial incidência nos jovens (45% dos desemprega-dos têm menos de 35 anos), mas também para apresentar propostas de solução para este flagelo social, tendo enunciado 10 medidas para comba-ter o desemprego.O desemprego afeta muitos milhares de enfermei-ros essencialmente os que procuram o primeiro emprego. São expetativas defraudadas... É a revolta pelo preço miserável que recebem pelo trabalho qualificado... É, por vezes, o recurso ao voluntariado e, cada vez mais recorrer a opções que pensávamos ultrapassadas, a emigração.O SEP deu visibilidade a esta problemática par-ticipando nesta marcha contra o desemprego e reafirmando a imperatividade de se admitir mais enfermeiros até se atingirem as dotações seguras.

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Há um ponto comum que une o movimento associativo eu-ropeu de enfer-magem que é a necessidade de participação nas decisões políti-cas que à clas-se e ao setor da Saúde dizem respeito.

Associação Europeia de Enfermagem reúne e faz propostas

Realizou-se entre os dias 4 e 5 de Outubro, no Luxemburgo, a 97ª Assembleia da Federação Europeia de Associações de Enfermagem (EFN). Portugal, como é habitual, fez-se representar de acordo com o seu modelo de colaboração e estiveram presentes na reunião o Enfermeiro António Manuel, membro da comissão executiva da EFN, o enfermeiro Bruno Noronha (OE), Enfermeira Guadalupe Simões (SEP) e Paula Domingos, colaboradora da OE.

Nesta reunião foram aprovados os novos Estatutos e o Regulamento Interno. Foi apresentado na Assembleia uma proposta de criação de um instituto

que numa fase inicial estará diretamente ligado à EFN mas cujo objetivo é que se torne independente. O Instituto terá como objetivo recolher todos os traba-lhos de investigação produzidos por enfermeiros no espaço europeu, contri-buindo desta forma para a fundamentação das decisões políticas da EFN. Em 2010, foi aprovada a Diretiva Europeia sobre as “Picadas de agulhas”. Até Maio de 2013 todos os países terão que transpor a diretiva para legislação

internacional

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interna e relatar para a Comissão Europeia como a estão a im-plementar. Recorde-se que esta diretiva foi publicada depois de anos de intensa negociação entre a Comissão Europeia e a EFN. Foi apresentado pela Ordem dos Enfermeiros Espanhola um ins-trumento de ensino à distância que alerta os enfermeiros sobre a prevenção, como evitar riscos, tipo de material a utilizar, etc. No Comité Profissional a discussão foi mais uma vez em torno da diretiva 36. A decisão foi no sentido de continuar a pressionar a comissão europeia para que a diretiva imponha os 12 anos de escolaridade obrigatória como critério para o acesso à formação de enfermagem. Recorde-se que os países que estão a colocar obstáculos a este critério são a Alemanha, a Holanda, Malta e Luxemburgo. Contudo, foi decidida a criação de um grupo de trabalho que prepare uma alternativa, caso a Comissão Europeia não aceite aquele critério. No Comité da Força de Trabalho discutiu-se e foi aprovada uma posição sobre a proposta do Conselho Europeu para a criação de um Conselho de Emprego e Competências dos Enfermeiros sendo que a EFN deverá monitorizar o seu desenvolvimento. Foram eleitos nesta Assembleia: para Vice-Presidente Branca Rimac da Associação Crota, e para a Comissão Executiva Peter Carter do Royal College of Nursing e Herdis Gunnarsdóttir, da Associação Islandesa.O SEP gostaria de realçar o excelente trabalho efetuado pelo En-fermeiro António Manuel, enquanto responsável pelas Relações Internacionais da Ordem dos Enfermeiros, nos anteriores manda-tos da Ordem. Nessa qualidade foi eleito por duas vezes para a Comissão Executiva da EFN. A sua capacidade de intervenção e clareza nas exposições permitiu, também, sedimentar a posição portuguesa, neste espaço.

Informação mais detalhada na próxima revista “Enfermagem em Foco”

Urgente divulgação dos trabalhos de investigação levados a cabo pelos enfermeiros europeus

[ Em 2010, foi aprovada a Diretiva Europeia sobre as

“Picadas de agulhas”. Até Maio de 2013 todos os países terão

que transpor a diretiva para legislação interna e relatar para a Comissão Europeia como a

estão a implementar.]

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O SEP tem porfiado na marcação de reuniões com os conselhos de adminis-tração, sendo certo que só assim se con-seguirá desblo-quear muitas das injustiças cometidas sobre a classe. Mas é impres-cindível que esta se mante-nha unida.

regiões

Reunião com o CA do CMRRC - Rovisco Pais

Após um trimestre à espera de resposta, foi possível reunir com o Conselho de Administração do Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro, em que esclarecemos que a nova Avaliação do Desempenho não pode ser já implementada por falta da publicação do diploma que define o funcionamento da Direção de Enfermagem. O CA adiantou que aguarda o desenvolvimento legislativo.

Coimbra

Sobre o reposicionamento dos Enfermeiros Graduados a partir de Jan/2012, o CA referiu que estariam todos reposicionados e que

existem 2 enfermeiros em condições de serem reposicionados em 2013. O SEP sugere que confirmem o correto reposicionamento.Sobre a previsão no mapa de pessoal de 2013 de postos de traba-lho para enf.º principal como exigência legal (n.º 1 do artº 3 do DL

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122/2010 de 11/11), o CA apesar de não ter efetuado essa previsão admite a retificação orçamental a enviar à tutela.Sobre a elaboração de horários, o SEP considera a importância de um documento sobre as normas e critérios. Convém recordar que todas as horas de trabalho que ultrapassem as 140 na aferição dos horários (de 4 em 4 semanas), terão de ser pagas legalmente em horas extraordinárias. O CA concordou com o SEP ficando disponível para uma reunião em que resulte uma proposta de documento.O SEP questionou a pertinência da implementação do Sistema de Classificação de Do-entes em Enfermagem (SCDE) em função do grau de dependência dos doentes como um valioso instrumento de gestão, ao que CA respondeu que teria todo o interesse em implementar necessitando de ministrar formação para o efeito. Considerando que existem 2500 horas em débito até agosto último, o SEP configura inequivocamente uma necessidade recorrente da contratação de mais enfermeiros e consequente maior número de horas de cuidados de enfermagem. Difícil assim de com-preender e aceitar o precário vínculo contratual dos colegas que estão subcontratados por empresa de trabalho temporário, como ficou demonstrado nas ações para a resolu-ção da subcontratação de enfermeiros junto do Ministério da Saúde e da ARS Centro.O CA afirmou que a única via de contratar enfermeiros é através da subcontratação e que mesmo essa lhes está limitada em termos orçamentais.

[ O CA afirmou que a única via de contratar enfermeiros é através da subcontratação e que mesmo essa lhes está limitada em

termos orçamentais.]

Os enfermeiros acreditam no diálogo mas não exitam em recorrer à luta se necessário

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SEP arranca mais compromissos positivos

Lisboa - CHLC

A reunião do SEP com o Conselho de Administração do CHLC, EPE trouxe respostas e compromissos positivos para os enfermeiros, sabendo-se embora que há aspetos a carecer de melhoria e de outro tipo de respostas. A unidade dos enfermeiros em torno das suas organizações é um elemento fundamental para a obtenção de resultados na luta pelos direitos.

regiõesregiões

A reunião com o Conselho de Administração do CHLC, EPE permitiu esclarecer que a restruturação hospitalar

do CHLC, EPE será feita considerando as boas expetativas dos enfermeiros. Assim, todos os enfermeiros das unidades a encerrar serão colocados, facilitadas as cedências de interesse público e os pedidos de transferência satisfeitos sempre que possível. A mediação do SEP permitiu pedir o

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pagamento como horas extraordinárias ou em tempo no mês seguinte, caso exista bolsa de horas e ainda dos montantes em atraso relacionados com os transplantes de córnea.O reposicionamento dos Enfermeiros Graduados até 2005 está a decorrer mediante a en-trega do relatório de atividades com avaliações de desempenho satisfatórias. Não existe um número concreto dos colegas que faltam reposicionar.A reversão do vencimento perdido por motivo de doença, foi revisto em 2011, por não existir disponibilidade económica para realizar o seu pagamento tendo em conta os cortes econó-micos. O critério para a sua atribuição mantém-se na assiduidade e o mérito. O CA informou que quanto à gestão dos recursos humanos desejada está comprometida por existir um grande número de gravidezes de risco, pelo período de férias e ausências não planificadas. Em resposta ao esclarecimento do SEP sobre os enfermeiros que são mobilizados para o Serviço de Urgência Pediátrica do H.D. Estefânia para garantir os cuidados mínimos não poderem efetuar os registos correspondentes aos cuidados de enfermagem prestados, o CA assume que isso acontece nos fins de semana e é justificado para manter o sigilo relativa-mente aos processos dos utentes.Finalmente sobre o sistema Sisqual, ao contrário de outras instituições, o SEP referiu que os enfermeiros não têm acesso a todos os itens que o sistema disponibiliza (S. horário, S. inicial, Acumulado, Prévio, Total, Ausências, Feriados, T. Turnos); exemplificando: quando um enfermeiro escalado apresenta atestado no fim de semana o Sisqual não contabiliza as ho-ras previamente marcadas no horário e nas ausências continua a não contabilizar as horas previamente escaladas.O CA reconhece estes fatos a serem revistos com os responsáveis do software. No entanto, sugere o melhor diálogo com os superiores hierárquicos de modo a conhecerem a sua esca-la completa e a ficarem com uma cópia. Confirma que o cálculo de horas terá de ser célere de modo a evitar as reclamações sobre os saldos dos horários.

[ O pagamento das horas de qualidade aos enfermeiros “subcontratados” será efetuado logo que o hospital receba o dinheiro do Ministério da Saúde

que permita a regularização com a empresa de subcontratação.]

Muito se tem conseguido de positivo sempre que os enfermeiros se mostram determinados e unidos

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A reunião com o CA do CHLO permitiu concluir que todos os enfermeiros cujas unidades se preveem encerrar serão recolo-

cados e serão facilitadas as cedências de interesse público, assim como os pedidos de transferência. A intervenção do SEP permitiu salvaguardar o pagamento das horas extraordinárias, em dinheiro ou em tempo.Reposicionamento dos enfermeiros graduados está a decorrer. Quanto à reversão do vencimento perdido por motivo de doença, os critérios foram revistos e estão dependentes da assiduidade e méri-to (o que é estranho tendo em conta que não existe nenhum proces-so, legal, para avaliar o desempenho).SEP ainda exigiu esclarecimentos sobre as razões pelas quais os enfermeiros que se deslocam ao SU Pediátrica da Estefânia não poderem efetuar os registos dos cuidados que prestam. CA assume que tal só acontece ao fim de semana e justifica com o sigilo relati-vamente ao processo dos utentes. Esta justificação é perfeitamente

regiões

Expetativas cumpridas

Lisboa - CHLO

A reunião com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental permitiu esclarecer que serão levadas em conta as boas expetativas dos enfermeiros.

O diálogo dos en-fermeiros com as administrações, chefias politicas e governo ganham força na justa medida em que a unidade dos pro-fissionais é uma realidade.Temos mais força quando estamos unidos.

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A luta dos enfermeiros, tarde ou cedo, alcança resultados

inadequada. O processo clinico dos doentes é uma fonte de informação que deve estar disponível a todos os enfermeiros. A mobilização de enfermeiros para aquela instituição é uma opção do CA e, todos os enfermeiros estão sujeitos pelo seu código deontológico, ao sigilo profissional. Neste contexto, o CA terá que ser responsabilizado pela possibilidade de menos rigor na informação clini-ca a que estes enfermeiros tenham acesso e às consequências que daí possam advir. Quanto ao SISQUAL, é inaceitável que aos enfermeiros esteja a ser sonegada informação, contrariamente ao que acontece em outras instituições. CA reco-nhece que existem aspetos a serem revistos com os responsáveis do programa informático.

[ Quanto à reversão do vencimento perdido por motivo de doença, os cri-térios foram revistos e estão dependentes da assiduidade e mérito, o que é estranho tendo em conta que não existe nenhum processo, legal, para

avaliar o desempenho.]

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ARS NORTE não aplica o 62/79

No dia 2 de Outubro, os enfermeiros com CTFP a termo aprovaram resolução em que decidiram a data limite - 15

de Outubro - para a ARS Norte resolver a aplicação do 62/79 e a resolução do concurso, ameaçando com uma greve, caso não haja resposta positiva e reposição da legalidade.A 4 de Outubro, em reunião, a ARS não dá qualquer resposta sobre a aplicação do 62/79 e sobre o concurso externo de in-gresso justificou o atraso com os muitos recursos hierárquicos da Lista de classificação final. Quanto aos incentivos que já deveriam ter sido pagos às USF’s modelo B escudou-se numa

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Norte

SEP reuniu com a ARS Norte e questiona a ausência de aplicabilidade dos direitos dos enfermeiros. A ARS Norte é a única que não pagou aos enfermeiros, segundo a lei.

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Enfermeiros estão preparados para a luta

suposta fiscalização que foi solicitada sobre os medica-mentos e meios complementares de diagnóstico.Esta “Não” resposta levou o SEP a exigir nova reunião que se concretizou a 15. Mais uma vez, e como é apa-nágio desta ARS, nenhuma resposta concreta foi dada. Sobre o 62/79 a exigência do presidente da ARS é que o Ministério da Saúde envie uma orientação por escrita especificamente para a ARS. Esta exigência é tanto mais absurda porquanto, em Agosto, este problema foi ultrapassado quando o MS assumiu o pagamento pelo 62/79 aos enfermeiros a CIT, nas EPE’s. Mais absurda se torna se tivermos em conta que a ARS Norte já per-deu em Tribunal, uma ação interposta pelo SEP, sobre o assunto e da qual recorreram.Quantos ao concurso, desta vez afirmaram já estar en-viar alguns processos para secretaria geral que deverá dar resposta aos recursos hierárquicos. Continuam a dizer que pretendem ter o processo concluído ainda em Outubro mas, na reunião com o Ministério da Saúde, a 17 o SEP obteve a informação que só estará concluído em Novembro.Quanto às UFS’s, SEP exigiu que a ARS fizesse pu-blicar relatórios preliminares até ao final de outubro e procedesse ao pagamento dos incentivos até 20 de no-vembro. Caso assim não aconteça, o SEP avaliará com os enfermeiros que exercem funções nestas unidades, formas de luta.

[ Sobre o 62/79, a exi-gência do presidente da

ARS é que o Ministério da Saúde envie uma orienta-ção por escrita especifica-mente para a ARS, o que

é absurdo.]

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