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EBOM ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA DIPLOMAÇÃO EM OSTEOPATIA - DO REGINA LÚCIA BRAGA SILVA BARROS EFEITOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO NO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (ARTIGO) BELO HORIZONTE - 2009

EBOM ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA DIPLOMAÇÃO EM ... · indivíduo. A osteopatia evidencia uma relação entre a anatomo-fisiologia da região esôfago-cardio-tuberositária com

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EBOM – ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA DIPLOMAÇÃO EM OSTEOPATIA - DO

REGINA LÚCIA BRAGA SILVA BARROS

EFEITOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO NO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

(ARTIGO)

BELO HORIZONTE - 2009

1

EFEITOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO NO REFLUXO

GASTROESOFÁGICO

Regina Lúcia Braga Silva Barros ¹; Laís Cristina Almeida 2; Priscila

Albuquerque de Araújo 3

1. Autora. Fisioterapeuta.

2. Orientadora. Fisioterapeuta; Especialista em Osteopatia pela FCMMG;

Coordenadora Científica dos Cursos de RPG/Reposturarse e Osteopatia

pela FCMMG; Mestranda em Ciências do Desporto – Portugal.

3. Orientadora. Fisioterapeuta; Especialista em Osteopatia pela FCMMG;

Mestre em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas

Gerais, UFMG.

Endereço para contato com a autora:

Rua Domingos Vieira, no 587 – sala 1306.

Bairro Santa Efigênia. Belo Horizonte/MG.

CEP. 30150-240. Telefone: 31-3241-6300.

Email: [email protected]

2

EFEITOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO NO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Regina Lúcia Braga Silva Barros *; Laís Cristina Almeida**; Priscila Albuquerque de Araújo*** * Aluna do curso de Pós-Graduação em Osteopatia Estrutural, Visceral e Craniana. ** Fisioterapeuta, Especialista em Osteopatia pela FCMMG, Coordenadora Científica dos cursos de RPG/ Reposturarse e Osteopatia pela FCMMG, Mestranda em Ciências do Desporto- Portugal. *** Fisioterapeuta, Especialista em Osteopatia pela FCMMG, Mestre em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Endereço: Rua Domingos Vieira, 587 – sala 1306, Santa Efigênia, Belo Horizonte/MG, CEP. 30150-240 Contatos: 31-32416300 / [email protected]

RESUMO A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo gastroduodenal provoca sintomas e/ou complicações esofágicos ou extra-esofágicos afetando negativamente a qualidade de vida do indivíduo. A osteopatia evidencia uma relação entre a anatomo-fisiologia da região esôfago-cardio-tuberositária com a DRGE, sugerindo também que a modalidade terapêutica baseada na osteopatia visceral pode ajudar no alívio dos sintomas. Portanto, objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do tratamento osteopático em sujeitos com diagnóstico de DGRE por meio dos questionários de qualidade de vida (HBQOL) e de percepção dos sintomas (QS-DRGE). Contou com uma amostra de cinco sujeitos com diagnóstico médico de DRGE. A metodologia se baseou, num primeiro momento, na aplicação dos questionários aos sujeitos. Posteriormente o grupo amostral foi submetido ao diagnóstico e tratamento osteopático. Foram realizadas quatro sessões de 60 minutos, uma vez por semana, e finalmente aplicados novamente os questionários. Os dados obtidos por esses instrumentos foram analisados através do cálculo de freqüências de cada variável antes e depois das quatro sessões. Os resultados sugerem que o entendimento das regiões anatomicamente ligadas à DRGE e os questionários QS-DRGE e HBQLO são ferramentas úteis que podem ajudar no estabelecimento de parâmetros para validar o tratamento osteopático. Sugerem também que a osteopatia é eficaz na melhora dos sintomas e qualidade de vida em indivíduos com DRGE.

PALAVRAS-CHAVES: Osteopatia. DRGE. Tratamento. Visceral. HBQOL. QS-DRGE.

ABSTRACT

The Gastroesophageal Reflux Disease (GERD) is a condition that develops when the reflux of gastroduodenal contents causes symptoms or complications esophageal or extra-esophageal negatively affecting the quality of life of an individual. Osteopathy emphasizes a relationship between the anatomo-physiology of the cardio-esophageal-tuberositary region with GERD, also suggesting that the therapeutic modality based on visceral osteopathy can help relieve symptoms. Therefore, the aim of this study was to evaluate the effects of osteopathic treatment in subjects with chronic DGRE using questionnaires of quality of life (HBQOL) and perception of symptoms (QS-GERD). A group of five people with a diagnosis of GERD were used to demonstrate it. The methodology was based, initially, in the answering of questionnaires by that group.

3

Later they were submitted to diagnosis and osteopathic treatment. There were four sessions of 60 minutes once a week, and then the questionnaires were answerered once again. The data obtained by these instruments were analyzed by calculating the frequencies of each variable before and after the four sessions. The results suggest that the understanding of the regions anatomically connected to the GERD and the questionnaires QS-GERD and HBQLO are useful tools that can assist in establishing benchmarks to validate the osteopathic treatment. They also suggest that osteopathy is effective in improving symptoms and quality of life in individuals with GERD. KEY WORDS: Osteopathy. GERD. Treatment. Visceral. HBQOL. QS-GERD.

1. INTRODUÇÃO

A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição que se

desenvolve quando o refluxo do conteúdo gastroduodenal provoca sintomas

e/ou complicações (VAKIL et al, 2006) esofágicas ou extra-esofágicas,

associadas ou não a lesões teciduais (MORAES et al, 2002).

Os sintomas característicos da DRGE são a queimação retroesternal

(azia) e a regurgitação e, dentre as manifestações de lesão esofágica, a mais

comum é a esofagite. O diagnóstico pode se basear em um, dois ou todos os

seguintes parâmetros: (a) presença de sintomas típicos; (b) exames que

demonstram o refluxo do conteúdo estomacal com monitorização do pH; e/ou

(c) detecção dos efeitos lesivos do refluxo, por meio da endoscopia, histologia

ou microscopia eletrônica (VAKIL et al, 2006).

A DRGE afeta negativamente a qualidade de vida do indivíduo e

aumenta os custos com a saúde (MOAYYEDI e TALLEY, 2006). Além disso,

devido a seu curso prolongado e à agressão erosiva do conteúdo ácido na

mucosa do esôfago, a DRGE pode evoluir com a formação de úlceras e

estenose esofágica e favorecer o desenvolvimento de adenocarcinoma de

esôfago (MOAYYEDI e TALLEY, 2006; KAHRILAS, 2008).

A prevalência da DRGE no mundo ocidental varia entre 10% e 20%3. No

Brasil estima-se que aproximadamente 12% de sua população apresentem

sintomas dessa patologia. Quanto à predisposição, são considerados fatores

de risco para a DRGE a história familiar e obesidade (MORAES-FILHO et al,

2005; BARROS, 2005). Outros fatores podem ser responsáveis pela DRGE,

considerados como exógenos e iatrogênicos, incluindo aí dieta inadequada e

4

uso de drogas, e fatores endógenos, como alterações na capacidade de

esvaziamento gástrico, câncer, alterações hormonais, entre outros (BARROS,

2005).

Quanto ao seu fator fisiológico, relata-se que a DRGE decorre de um

distúrbio do peristaltismo do esôfago ou pela insuficiência do esfíncter inferior

daquele órgão em agir como uma barreira anti-refluxo, sobretudo na presença

de um aumento das pressões intra-abdominais, como o que se observa na

obesidade (KAHRILAS, 2004; ORLANDO, 2008). O esfíncter inferior do

esôfago e o diafragma crural constituem os esfíncteres intrínsecos e

extrínsecos, respectivamente, relacionados a essa afecção, e são

anatomicamente sobrepostos e ancorado um ao outro pelo ligamento

frenoesofágico (MITTAL e BALABAN, 1997). Qualquer deficiência nesta

barreira permitirá o trânsito retrógrado do estomago para o esôfago.

Pesquisas recentes têm demonstrado estreita relação entre o

relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago e a separação espacial

entre o músculo diafragma na presença da DRGE (CASTRO et al, 1999;

ELSIG, 1999; CHINZON, 2002). O relaxamento transitório é um mecanismo

fisiológico em resposta à distensão gástrica via reflexo vagal. Em indivíduos

com DRGE, a abertura do esfíncter parece ser maior, favorecendo o refluxo

patológico e a separação espacial entre o músculo diafragma e o esfíncter

inferior do esôfago parece estar relacionado à presença de hérnia hiatal

(RICHTER, 2007). Estudos demonstraram, por meio de manometria de alta

resolução, que em presença de pequena hérnia hiatal ocorre freqüentemente

uma redução espontânea temporária da hérnia. Mostrou também que há maior

refluxo durante a presença da hérnia. (Bredenoord et al 2006)

Já o tratamento da DRGE tem como objetivo proteger a mucosa do

esôfago e, eventualmente, as estruturas respiratórias do contato com os

conteúdos gástrico e duodenal, diminuindo os riscos e intensidade das

complicações. As condutas mais comuns no tratamento são os medicamentos

e as modificações na dieta, visando diminuir a acidez que provoca erosão da

mucosa esofágica. Condutas conservadoras que abordam as disfunções

mecânicas da DRGE, em geral, limitam-se a modificações comportamentais,

tais como elevar da cabeceira da cama, diminuir a quantidade de alimento

ingerido durante as refeições, evitar deitar-se nas 2 horas após as refeições,

5

reduzir ou cessar o uso do fumo e reduzir o peso corporal (NASI, MORAES-

FILHO e CECCONELLO, 2006).

Embora se obtenha resultados satisfatórios com o tratamento

medicamentoso em muitos casos, é necessário que o mesmo seja efetuado por

tempo prolongado. Desse modo, o custo elevado e a exposição a efeitos

colaterais podem tornar esta modalidade terapêutica inconveniente. Além

disso, os medicamentos se dirigem ao alívio dos sintomas e não à correção

das alterações (NASI, MORAES-FILHO e CECCONELLO, 2006). A alternativa

para os casos refratários aos medicamentos tem sido a cirurgia. E como a base

da fisiopatologia da DRGE parece ser a alteração mecânica entre a função do

esfíncter inferior do esôfago e a posição do diafragma em relação ao esfíncter,

as formas de tratamento mais adequadas parecem ser aquelas que corrijam

esta disfunção.

Por outro lado, o método de tratamento específico para corrigir

disfunções muscoloesqueleticas, viscerais, fasciais e cranianas é a osteopatia.

Esta, em 1887, foi definida pela Convenção Européia de Osteopatia como uma

ciência, uma arte e uma filosofia dos cuidados da saúde, baseados nos

conhecimentos científicos em evolução. Sua filosofia engloba o conceito de

unidade da estrutura do organismo vivo e suas funções. Sua especificidade

consiste em utilizar um modo terapêutico que visa reorganizar as relações de

mobilidade e de flutuação das estruturas anatômicas. Para essa ciência a

disfunção osteopática é uma restrição de mobilidade da estrutura e esta

disfunção é geralmente reversível (AUQUIER e CORRIAT, 1997).

A osteopatia considera que o corpo funciona como uma unidade de

partes integradas e, portanto, cada função do organismo, respiratória,

digestiva, cardíaca, entre outras, estará interligada através de elementos

estruturais anatômicos (CHAITOW, 1982). A unidade do corpo e a inter-relação

das estruturas são feitas pelo sistema fascial. Fáscia é o componente de tecido

mole do sistema conjuntivo que permeia todo o corpo humano. Ela forma uma

matriz tridimensional de suporte estrutural contínua no corpo inteiro. A fáscia

rodeia e interpenetra todos os órgãos, músculos, ossos e fibras nervosas,

criando um ambiente único para os sistemas funcionais do corpo (FASCIA

RESEARCH CONGRESS, 2007). Neste sentido, se uma das partes está

restrita, as outras sofrerão adaptações e compensações, eventualmente

6

levando a problemas de saúde. O mau alinhamento das estruturas anatômicas

provoca uma compensação em tecidos adjacentes ou distantes que impedem o

movimento normal, desencadeando um processo contínuo de compensações

que podem gerar diversas doenças.

A osteopatia é também uma modalidade terapêutica que visa a

restauração da mobilidade fisiológica das estruturas internas. Por meio de

alongamentos suaves, manipulações e mobilizações, o tratamento osteopático

visa restabelecer a resiliência normal das estruturas conjuntivas em torno das

vísceras. Tem sido utilizado em casos de desordens funcionais, tais como a

síndrome do cólon irritável, com resultados positivos quanto à diminuição dos

sintomas e melhora na qualidade de vida (HUNDSCHEID et al, 2007). E a

osteopatia visceral, especificadamente, consiste no uso de manobras passivas

articulares e alongamento miofascial para o tratamento de disfunções das

vísceras.

Note-se que a região esôfago-cardio-teberositária é uma zona de

trações mecânicas de diferentes pressões: pressões toraco-abdominal e do

entorno anatômico. Existe entre a caixa torácica e abdominal uma troca

constante de pressão intermediada pelo diafragma. Então o esôfago e a parte

alta do estômago são tracionados por forças de pressão negativa do tórax e

por forças de pressão positiva do abdome, podendo provocar patologias

mecânicas na região (BARRAL e MERCIER, 1983; KAHLE, PLATZER e

LEONAHARDT 1988). Portanto, pode-se inferir que o tratamento osteopático

da DRGE consiste na liberação das disfunções das estruturas relacionadas

com a região esôfago-cardio-tuberositária: diafragma, costelas, vértebras,

estômago, peritônio, crânio, entre outras, e envolve tratamento

musculoesquelético, craniano, visceral e fascial.

Por esse motivo, no presente estudo, as manobras utilizadas visaram: o

alongamento da cadeia inspiratória e relaxamento do diafragma e dos seus

pilares, buscando restaurar a mobilidade e posicionamento, com conseqüente

melhora das trocas de pressão intratorácicas e abdominal; melhorar a

neurovascularização e a circulação dos líquidos, gases e mobilidade global das

vísceras e diminuir a tensão do trato gastrointestinal; melhorar as fixações

restaurando a mobilidade das estruturas e suas funções; relaxar as fibras

conjuntivas envolvidas na junção gastroesofágica que estão em conexão com o

7

fígado; recuperar a extensibilidade da junção gastroesofágica; relaxar a

pressão e o espasmo do esfíncter inferior do esôfago; reduzir a compressão

neural e permitir uma troca, ritmo e amplitude normais do movimento craniano;

liberar a base do crânio, os temporais que estão em conexão com o forame

jugular, o nervo vago e o fluxo venoso; restaurar o equilíbrio das tensões

membranosas permitindo um ritmo e amplitudes normais do movimento

craniano; avaliar a cervical (C3-C4), origem do nervo frênico (BARRAL e

MERCIER, 1983; OLIVEIRA, 2003).

Porém, até o presente momento, foram detectados poucos estudos que

avaliem o efeito do tratamento osteopático na DRGE. (Ferreira, 2007) aponta,

em sua pesquisa, relativa eficácia na redução de sintomas causados pala

DRGE por meio da terapêutica osteopática, embora a autora não utilizasse um

método de avaliação consistente. Por isso o presente estudo utiliza dois

questionários, validados para o português, para uma avaliação

multidimensional da qualidade de vida e da percepção dos sintomas

decorrentes do DRGE, buscando auxiliar na credibilidade dos resultados.

Assim, o objetivo deste estudo é avaliar, por meio dos questionários de

qualidade de vida (HBQOL) e percepção dos sintomas (QS-DRGE), validados

no Brasil, os efeitos do tratamento osteopático em sujeitos com diagnóstico de

DGRE.

2. METODOLOGIA

2.1 Tipo de Estudo

O presente trabalho é um estudo clínico, longitudinal e qualitativo.

2.2 Amostra

A amostra, de conveniência, foi composta por cinco sujeitos com

diagnóstico médico de DRGE. A todos já tinha sido administrado algum tipo

propedêutica e terapêutica médica relativas ao DRGE.

A amostra compunha-se de homens e mulheres de 18 a 53 anos que

apresentassem pelo menos dois sintomas de DRGE: azia, tosse, rouquidão,

laringite, regurgitação, dentre outros. Os critérios de exclusão foram: cirurgias

prévias de estômago e esôfago, complicações da DRGE (úlcera ou estenose

8

esofágica e esôfago de Barrett e alterações de cognição que impedissem a

compreensão dos procedimentos propostos. Todos os sujeitos foram

solicitados a ler e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo

1).

2.3 Instrumentação

2.3.1 HBQOL

O HBQOL é um instrumento validado em português do Brasil e é

utilizado para uma avaliação multidimensional de como a azia afeta a qualidade

de vida em sujeitos com DRGE (PEREIRA et al, 2007) (Anexo 2).

2.3.2 QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS QS-DRGE

O QS-DRGE é um questionário reconhecido devido a sua fácil

compreensão e aplicação, avalia a percepção do paciente quanto ao seu

estado de saúde e seus sintomas. Foi validado para o português em 2004

(anexo 3) e. (Fornari et al, 2004)

2.4 Procedimentos

Todos os sujeitos da amostra foram previamente avaliados por

gastroenterologistas, tendo sido confirmando o diagnóstico de DRGE.

Inicialmente os pesquisadores aplicaram os questionários (QS-DRGE e

HBQOL). Posteriormente, o grupo amostral foi submetido ao diagnóstico e

tratamento osteopático, composto por manobras para o diafragma, abdome,

peritônio, fígado, costelas, junção gastroesofágica, cervical, esfíncter do

esôfago, cárdia, dobradiça T12-L1, C3-C4, esfeno-basilar, base craniana,

temporal e forame jugular.

Foram realizadas quatro sessões de 60 minutos, uma vez por semana,

seguindo o tratamento com manobras para as regiões acima indicadas. Ao final

de quatro sessões eram aplicados novamente os questionários de Sintomas

QS-DRGE e o de qualidade de vida HBQOL. Posteriormente os dados foram

analisados.

9

0

1

2

3

4

5

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 2 HBQOL - Conseguiu fazer menos que

gostaria devido a azia?

Sim

Não

2.5 Análise Estatística

Para análise estatística do questionário e do banco de dados foi utilizado

o programa Epi info, versão 3.5.1, e esta análise foi obtida através do cálculo

de freqüências de cada variável antes e depois das quatro sessões, devido ao

número reduzido da amostra.

3. RESULTADOS

Os resultados comparativos obtidos estão apresentados nos gráficos

abaixo. Ao lado de cada gráfico, em legenda, estão relacionadas as respostas

possíveis para cada uma das perguntas propostas. As repostas estão

indicadas nos gráficos pelas colunas e suas respectivas cores. As alturas das

colunas, nos gráficos, representam o número de pessoas que responderam

afirmativamente a respectiva pergunta.

No gráfico, ao lado um do outro, estão os dois conjuntos de colunas que

representam as respostas obtidas antes e depois do tratamento para todos os

sujeitos da amostragem.

Como já foi indicado acima, e pode ser visto nos Anexos 1 e 2 relativos

aos questionários HBQOL e QS-DRGE, cada gráfico corresponde a uma

pergunta específica de cada um desses instrumentos e estão dispostos na

ordem de apresentação da pergunta.

0

2

4

6

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 1 HBQOL - Reduziu a quantidade de tempo que

você gastava no trabalho ou em outras atividades devido

a sua azia?

Sim

Não

10

0

1

2

3

4

5

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 3 HBQOL - Ficou limitado no tipo de

trabalho ou outras atividades devido a azia?

Não

Sim

0

1

2

3

4

5

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 4 HBQOL - Teve dificuldade em executar

o trabalho ou outras atividades?

Sim

Não

0

1

2

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 5 HBQOL - Durante a semana passada o

quanto a sua azia interferiu com as suas atividades

sociais normais, com família, amigos, vizinhos ou

grupos?

Nenhum pouco

Discretamente

Moderadamente

Bastante

Extremamente

00,5

11,5

22,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 6 HBQOL - Quanto de dor em queimação você

teve durante a semana passada?

Nenhuma

Muito leve

Leve

Moderada

Severa

11

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 8 HBQOL - Durante a semana passada

que quantidade de tempo a azia interfereiu com o

seu sono?

Nenhum pouco dotempo

Um pouco do tempo

Algum tempo

Uma boa parte dotempo

A maior parte dotempo

O tempo todo

0

1

2

3

4

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 7 HBQOL - Durante a semana passada o quanto

a azia interferiu com o seu trabalho normal (incluindo

ambos os trabalhos externos e da casa)?

Nenhum pouco

Discretamente

Moderadamente

Bastante

Extremamente

12

0

1

2

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 9 HBQOL - Durante a semana passada que quantidade de tempo

você teve problemas para pegar no sono ou para ficar dormindo a noite

toda por causa da sua azia?

Nenhum pouco do tempo

Um pouco do tempo

Algum tempo

Uma boa parte do tempo

A maior parte do tempo

O tempo todo

0

1

2

3

4

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 10 HBQOL - Em que quantidade de tempo durante a

semana passada a azia fez com que você mudasse o tipo de

comida ou a quantidade que você comia?

Nenhum pouco do tempo

Um pouco do tempo

Algum tempo

Uma boa parte do tempo

A maior parte do tempo

O tempo todo

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 11 HBQOL - Em que quantidade de tempo durante a semana

passada a azia fez a comida parecer nenhum pouco apetitosa ou gostosa?

Nenhum pouco do tempo

Um pouco do tempo.

Algum tempo

Uma boa parte do tempo

A maior parte do tempo

O tempo todo

13

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 12 HBQOL - Em que quantidade de tempo, durante a

semana passada a azia reduziu a sua disposição?

Nenhum pouco do tempo

Um pouco do tempo

Algum tempo

Uma boa parte do tempo

A maior parte do tempo

O tempo todo

00,5

11,5

22,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 13 HBQOL - Em que quantidade de tempo a azia

impediu que você fizesse o tipo de coisa que outras

pessoas da sua idade fazem?

Nenhum pouco do tempo

Um pouco do tempo

Algum tempo

Uma boa parte do tempo

A maior parte do tempo

Todo o tempo

00,5

11,5

22,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 14 HBQOL - Em média quanta dor a azia lhe

causou?

Nenhum pouco

Discretamente

Moderadamente

Bastante

Extremamente

14

0

1

2

3

4

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 15 HBQOL - O quanto a azia tem lhe preocupado

ou afligido?

Nenhum pouco

Discretamente

Moderadamente

Bastante

Extremamente

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos

sintomas

Gráfico 1 QS-DRGE - Quanto o incomoda sua azia?

Não sinto

Sinto mas não me

incomoda

Sinto e me incomoda,

mas não todos os dias

Sinto e me incomoda

todos os dias

Sinto isto atrapalha o que

eu faço durante o dia

Sinto e os sintomas não

me deixam fazer nada

15

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 2 QS-DRGE - Sente azia quando

esta deitado?

Não sinto

Sinto mas não me

incomoda

Sinto e me incomoda,

mas não todos os dias

Sinto e me incomoda

todos os dias

Sinto e isto atrapalha o

que eu faço durante o dia

Sinto e os sintomas não

me deixam fazer nada

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 3 QS-DRGE - Sente azia quando está em pé?

Não sinto

Sinto mais nãoincomoda

Sinto e me incomoda,mas não todos osdias

Sinto e me incomodatodos os dias

Sinto e isso atrapalhao que eu faço duranteo dia

Sinto e os sintomasnão me deixam fazernada

16

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 4 QS-DRGE - Sente azia após as refeiçoes?

Não sinto

Sinto mas não me incomoda

Sinto e me incomoda, mas

não todos os dias

Sinto e me incomoda todos os

dias

Sinto e isso atrapalha o que

eu faço durante o dia

Sinto e os sintomas não me

deixam fazer nada

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 5 QS-DRGE - A azia altera seus hábitos de

alimentação?

Não sinto

Sinto mas não incomoda

Sinto e me incomoda, mas não

são todos os dias

Sinto e me incomoda todos os

dias

Sinto e isso atrapalha o que

eu faço

Sinto e os sintomas não me

deixam fazer nada

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 6 QS-DRGE - A azia acorda você durante o sono?

Não sinto

Sinto mas não incomoda

Sinto e me incomoda,

mas não todos os dias

Sinto e me incomoda

todos os dias

Sinto e isso atrapalha o

que eu faço durante o dia

Sinto e os sintomas não

me deixam fazer nada

17

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 7 QS-DRGE - Você sente dificuldade para engolir?

Não sinto

Sinto mas não

incomoda

Sinto e me incomoda,

mas não todos os dias

Sinto e me incomoda

todos os dias

Sinto e isto atrapalha o

que eu faço durante o

dia

Sinto e os sintomas

não me deixam fazer

nada

00,5

11,5

22,5

33,5

4

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 8 QS-DREGE - Você sente dor ao engolir?

Não sinto

Sinto mas não incomoda

Sinto e me incomoda, masnão todos os dias

Sinto e me incomodatodos os dias

Sinto e isso atrapalha oque eu faço durante o dia

Sinto os sintomas e nãome deixam fazer nada

18

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos

sintomas

Gráfico 9 QS-DRGE - Se você precisa tomar

remédio, isto atrapalha o seu dia-a-dia?

Não sinto

Sinto mas não meincomoda

Sinto e meincomoda, mas nãotodos os dias

Sinto e me incomodatodos os dias

Sinto e isto atrapalhao que eu façodurante o dia

Sinto e os sintomasnão me deixam fazernada

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 10 QS-DRGE - Volta líquido ou alimento do

estômago em direção a boca?

Não sinto

Sinto, mas não incomoda

Sinto e me incomoda, masnão todos os dias

Sinto e me incomoda todosos dias

Sinto e isso atrapalha o queeu faço durante o dia

Sinto e os sintomas não medeixam fazer nada

19

0

0,5

1

1,5

2

Pessoas

Antes Depois

Quantificação dos sintomas

Gráfico 11 QS-DRGE - Qual o grau de

satisfação com a sua situação atual?

Muito satisfeito

Satisfeito

Neutro

Insatisfeito

Muito insatisfeito

Incapacitado

4. DISCUSSÃO

Pelos achados apresentados nos resultados pode-se perceber melhoras

significativas nos níveis de qualidade de vida e na intensidade dos sintomas e

transtornos advindos da DRGE, como observado nos gráficos. O que em parte

confirma os resultados obtidos em outro estudo relacionadas à diminuição dos

sintomas. (Ferreira, 2007)

O uso de manobras para regiões especificamente relacionadas ao

DRGE, como o diafragma, abdome, peritônio, fígado, costelas, junção

gastroesofágica, cervical, esfíncter do esôfago, cárdia, dobradiça T12-L1, C3-

C4, esfeno-basilar, base craniana, temporal e forame jugular, conjuntamente

como o uso dos questionários, respondem a uma tentativa de uniformização e

validação do tratamento utilizado. Se por meio dos questionários é possível

uma análise razoavelmente segura quanto a possibilidade de diminuição dos

sintomas relativos ao DRGE, as manobras apontam para as condições do

funcionamento eficiente junção esôfago-cardio-tuberositária: um diafragma

elástico e tônico; uma boa tensão longitudinal do esôfago; um entorno

anatômico flexível e extensível; um equilíbrio das pressões tóraco-abdominais;

e, finalmente, um bom estado geral do paciente (BARRAL e MERCIER, 1983).

Ao atravessar o diafragma, no estreitamento esofagiano inferior, o

esôfago é acompanhado pelo nervo vago que forma o plexo esofagiano e os

20

troncos vagais e também pelos nervos pneumogástricos. Disfunções nesta

região pode ser acompanhados de distúrbios relacionados ao nervo vago e,

também, do tônus e de elasticidade dos pilares do diafragma, que forma o anel

fibroso do orifício esofagiano (BARRAL e MERCIER, 1983).

Desta forma, estas relações anatomo-funcionais justificam o tratamento

baseado nas manobras osteopáticas das regiões descritas neste trabalho,

sugerindo também sua relação com a DRGE. Além disso, o esôfago está em

relação com a coluna vertebral através da aponeurose pré-vertebral e dos

músculos pré-vertebrais. A porção diafragmática do esôfago relaciona-se com

os pilares do diafragma, com o ligamento triangular esquerdo do fígado, com o

peritônio parietal que recobre o diafragma e o peritônio esofagiano e através do

diafragma com as cartilagens costais 5ª, 6ª, 7ª e 9ª costelas. A grossa

tuberosidade do estômago está ligada ao diafragma pelo ligamento freno-

gástrico. O orifício inferior do estômago possui inserções fibrosas com a pleura

e o mediastino. (Barral e Mercier 1983)

É importante ressaltar que a mobilidade do peritônio assegura a relação

de mobilidade dos órgãos na cavidade peritoneal e a estreita relação do

esôfago com a fáscia cervical, pois o esôfago se localiza entre o espaço

conjuntivo das duas lâminas superficial e profunda da fáscia cervical. Assim o

esôfago é a continuação da faringe, que é um tubo suspenso na base do crânio

pela fascia faringo-basilar, o que nos leva pensar nas relações entre o esfíncter

do esôfago, a cervical e o crânio.

Segundo achados , o tecido conectivo fascial é ricamente inervado por

mecanorreceptores, encontrados em todo tipo de tecido conectivo como

tendões, ligamentos, aponeuroses e cápsulas articulares mecanorreceptores

intrafascial de Pacini, paciniforme e de Ruffini. Os órgãos de Ruffini são

particularmente interessantes, com alta responsividade a pressões tangenciais,

possuindo uma rica rede de receptores intersticiais. A estimulação destes

receptores pode provocar mudanças no sistema nervoso autônomo (SNA)

como a diminuição da atividade simpática. O estímulo de receptores sensoriais

tem demonstrado levar a uma diminuição do tônus simpático e uma mudança

na viscosidade do tecido local (SCHLEIP, 2003).

Estudos a fáscia crural em humanos com fotomicroscopia eletrônica.

Encontraram células musculares lisas dentro das fibras de colágeno e

21

inúmeras perfurações na camada fascial superficial caracterizadas por uma

tríade de veia, artéria e nervo, sendo que a maioria dos nervos nessas tríades

eram autônomos. (Staubesand e Li, 1997). A estimulação dos

mecanorreceptores intrafasciais, essencialmente terminações livres, dispara o

SNA para alterar o tônus das células musculares lisas intrafasciais. (Yahia et al,

1992)

Desta forma, a literatura especializada indica que os resultados

significativos do nosso estudo não devem ser entendidos somente por

propriedades mecânicas, mas também por propriedades neuro-sensoriais e

auto-reguladoras.

5. CONCLUSÃO

No presente estudo, o entendimento das regiões anatomicamente

ligadas à DRGE e os questionários QS-DRGE e HBQLO se mostraram

ferramentas úteis que podem ajudar no estabelecimento de parâmetros

conjuntos para validar o tratamento osteopático daquela disfunção. Portanto, a

osteopatia parece eficaz para melhorar os sintomas e qualidade de vida em

indivíduos com DRGE e resistentes a medicamentos, ainda que o presente

estudo se baseie num reduzido numero de sessões.

Finalmente, se pelo número reduzido da amostragem deve-se se ter

cautela em estender os resultados no sentido de uma generalização, o

reduzido número de sessões e as manobras para regiões específicas

relacionadas à DRGE possibilitam considerar que disfunções relacionadas às

regiões esôfago-cardio-tuberositária podem, de fato, estarem ligadas com a

DRGE. Ainda assim, sugerem-se pesquisas futuras com uma metodologia que

comporte uma maior amostragem e um número maior de sessões de

tratamento osteopático como garantias de melhor validação.

22

6. BIBLIOGRAFIA

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KAHRILAS, P.J. Gastroesophageal Reflux Disease. N Engl J Med, v. 359, n.16, p.1700-72, Out 2008.

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24

Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do Projeto: EFEITO DE TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS NO REFLUXO

GASTROESOFÁGICO

Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça

ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas

completamente.

1 ) Introdução

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa EFEITO DE TÉCNICAS

OSTEOPÁTICAS NO REFLUXO GASTROESOFÁGICO.

Se decidir participar dela, é importante que leia estas informações sobre o

estudo e o seu papel nesta pesquisa.

É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu

consentimento livre e esclarecido por escrito.

2 ) Objetivo

O objetivo deste estudo é avaliar os efeitos do tratamento osteopático em

sujeitos com diagnóstico de DGRE por meio de um estudo experimental.

3 ) Procedimentos do Estudo

Se concordar em participar deste estudo você será solicitado a comparecer no

serviço de de Osteopatia determinado pela pesquisadora.

4 ) Riscos e desconforto

Você não correra nenhum tipo de risco durante as manobra realizadas, poderá

ter algum desconforto durante as manobras mas, de leve intensidade.

25

5 ) Benefícios

A participação na pesquisa não acarretará gasto para você, sendo totalmente

gratuita. Possivelmente, os resultados dessa pesquisa trarão benefício imediato

a você, pois poderá aliviar os sintomas da doença do refluxo gastroesofágico.

Além disso, este estudo poderá ajudar várias pessoas com a doença do refluxo

gastroesofágico.

6 ) Tratamento Alternativo

Os participantes do grupo do tratamento osteopático serão submetidos a um

tratamento baseado em palpação e manobras de alongamento e manipulação

suaves e confortáveis. Além disso, poderão tomar medicamentos indicados

pelos pesquisadores em caso de azia e regurgitação.

7 ) Custos/Reembolso

Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo. Você também

não será reembolsado com o gasto para se locomover de casa até o local da

pesquisa e para retornar para casa.

8 ) Responsabilidade

Toda responsabilidade do presente projeto é de Regina Braga, que deverá ser

contactada caso haja qualquer problema. O contato pode ser feito a cobrar pelo

telefone 3227-1662.

9 ) Caráter Confidencial dos Registros

Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não

poderão ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de

saúde que estarão cuidando de você, agências governamentais locais, o

26

Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o estudo está sendo

realizado, o patrocinador do estudo e seus representantes podem precisar

consultar seus registros. Você não será identificado quando o material de seu

registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa.

Ao assinar este consentimento informado, você autoriza as inspeções em seus

registros. Para registro de suas informações será assinalado um número ao

seu nome, e toda informação buscada será referenciada usando este número.

10 ) Participação

Sua participação nesta pesquisa consistirá em submeter-se ao tratamento

osteopático e seguir as orientações de medicamento.

É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de

pesquisa é completamente voluntária e de que você pode recusar-se a

participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de

benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Em caso de você

decidir retirar-se do estudo, deverá notificar ao profissional e/ou pesquisador

que esteja atendendo-o. A recusa em participar ou a saída do estudo não

influenciarão seus cuidados nesta instituição.

11 ) Para obter informações adicionais

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do pesquisador

principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora

ou a qualquer momento. Caso você venha a sofrer uma reação adversa ou

danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por

favor, entre em contato com o pesquisador pelo telefone 32271662.

27

Se você tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do

estudo clínico, você também poderá contatar uma terceira parte/pessoa, que

não participa desta pesquisa, o Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa

da Instituição, no telefone (31) 3238.8838.

12 ) Declaração de consentimento

Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de

assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os

métodos e meios a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios e

eventos adversos que podem vir a ocorrer em conseqüência dos

procedimentos..

Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima.

Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste

estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para

todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste

formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do

estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra

penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para

participar como paciente deste estudo.

Nome do participante (em letra de forma)

Assinatura do participante ou representante legal Data

28

Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os

possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante

e/ou seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu

representante recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas

em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu

essa explicação.

Assinatura do pesquisador Data

29

Anexo 2 – Questionário HBQOL em português (BRASIL)

30

Anexo 3 – Questionário de sintomas QS-DRGE