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1 ANÁLISE DA MANIPULAÇÃO OSTEOPÁTICA VISCERAL ABDOMINAL HEMODINÂMICA NA MOBILIDADE DO TRONCO Por: Rodrigo Castello de Oliveira Lima Orientador: Danilo de Almeida Vasconcelos, PhD DO Co-Orientador: Laís Cristina Almeida, Ms DO Recife, 2012. ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA E TERAPIA MANUAL EBOM

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ANÁLISE DA MANIPULAÇÃO OSTEOPÁTICA VISCERAL ABDOMINAL

HEMODINÂMICA NA MOBILIDADE DO TRONCO

Por: Rodrigo Castello de Oliveira Lima

Orientador: Danilo de Almeida Vasconcelos, PhD DO

Co-Orientador: Laís Cristina Almeida, Ms DO

Recife, 2012.

ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA E TERAPIA MANUAL – EBOM

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RODRIGO CASTELLO DE OLIVEIRA LIMA

ANÁLISE DA MANIPULAÇÃO OSTEOPÁTICA VISCERAL ABDOMINAL

HEMODINÂMICA NA MOBILIDADE DO TRONCO

Projeto de pesquisa

apresentado a Escola

Brasileira de Osteopatia e

Terapia Manual - EBOM,

como requisito parcial para a

certificação da diplomação

em osteopatia

Recife, 2012

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................4

2. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................6

2.1 Tipo de Estudo...................................................................................................6

2.2 Amostra.............................................................................................................6

2.3 Instrumentos de Avaliação................................................................................7

2.4 Procedimentos...................................................................................................7

3. RESULTADOS...................................................................................................10

4. DISCUSSÃO.......................................................................................................11

5. CONCLUSÃO.....................................................................................................11

6. REFERÊNCIAS..................................................................................................11

7. APÊNDICES.......................................................................................................13

7.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice I)............................13

7.2 Ficha de Avaliação (Apêndice II).....................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

A região lombar desempenha um papel fundamental na adaptação das cargas

recorrentes do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas externamente.

Esta região possui um misto de características, deve ser forte e rígida, principalmente

quando em sobrecarga, para conservar as relações anatômicas intervertebrais e proteger

os elementos neurais. Em contraposição, ela deve ser flexível, para tolerar o movimento.

A capacidade de envolver essas duas funções garantem a manutenção do alinhamento

vertebral1,2.

Para desempenhar a maioria das tarefas cotidianas e recreativas é necessária uma

boa flexibilidade e amplitude de movimento (ADM), livre de restrições e dor3. Existem

várias estruturas e fatores limitantes da ADM de uma articulação. Tais restrições podem

ser decorrentes de fatores como tensões da cápsula articular, aderências ligamentares,

espasmos musculares, tensão muscular, tensão miofascial, dor e edema4. A diminuição

dessa capacidade poderá produzir alterações na biomecânica normal do movimento e

predispor o indivíduo a lesões5.

Essa relação entre as tensões e a diminuição da ADM pode ser explicada pela

existência da fáscia. Anatomicamente, a fáscia refere-se a uma membrana de tecido

conjuntivo denso que penetra e cerca o corpo humano para proteger, nutrir e manter os

órgãos em seus lugares. Esse conjunto de tecidos constitui uma peça única, formando

uma estrutura contínua, onde o menor tensionamento repercutirá sobre todo o corpo6,7,8.

Dessa forma, uma boa mobilidade da região toracolombar vai envolver a relação

harmoniosa entre as estruturas ligamentares, ósseas, musculares, fáscias e viscerais que

compõem o interior da região abdominal9.

Para entender as conexões e correlações entre esses sistemas corporais, é

necessário reconhecer a existência de relações entre o conteúdo visceral e o recipiente

musculoesquelético. Essas relações entre as vísceras, os músculos e a fáscia vão

condicionar não somente a estática, mas também toda a nossa dinâmica corporal10,11 .

Assim, na medida em que conhecemos essas inter-relações anatômicas é

possível entender uma organização baseada na continuidade tecidual. Essa integração é

intermediada anatomicamente pelo peritônio e a sua relação com as paredes

musculoesqueléticas9,10.

Cox2 alegou que a fáscia toracolombar contém terminações nervosas livres e

dois tipos de mecanorreceptores encapsulados (corpúsculos de Ruffini e Paccini). A

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partir desse ponto, pode-se sustentar a hipótese de que a fáscia toracolombar pode ter

um papel neurossensorial no surgimento de tensões fáscias e no mecanismo de dor na

coluna lombar.

Além disso, Olrnarker (1998 apud Gerwin et al.12), cita que os distúrbios dos

órgãos internos (intestinos, próstata, útero e rins) podem refletir sobre a região inferior

das costas e que as tentativas de tratar o tecido miofascial resultam muitas vezes na

resolução ou melhora do quadro.

Alguns autores relatam que profissionais com orientações a respeito do

funcionamento fascial trataram com sucesso pacientes com “síndrome da cirurgia

malsucedida da região inferior das costas”, ou seja, tentativas cirúrgicas malsucedidas

de tratar os sintomas que, de fato, estavam sendo gerados por uma disfunção miofascial

ou articular12.

Considerando os conceitos expostos anteriormente, Bertolucci13 afirma que a

fáscia pode apresentar aderências entre seus folhetos, o que impede o livre fluxo de

forças entre as estruturas que se interligam, acarretam sobrecarga tecidual e,

consequentemente, produção de inflamação e dor. E em seguida, sugere uma terapia

voltada para a dissolução de tais aderências, como é o caso das técnicas da liberação

miofascial.

Dessa forma, técnicas osteopáticas dirigidas ao tecido fascial com o objetivo de

diminuir as tensões, melhorar a circulação de fluidos, hidratação dos tecidos e as

amplitudes de movimento podem ser úteis ao tratar as regiões sintomáticas7,8. Portanto,

parece possível que a partir de um mecanismo de transmissão de forças, a tensão gerada

através da técnica visceral seja transmitida para outros tecidos, e que essa tensão dos

tecidos possam ser modificadas, mesmo que de forma passageira. Com isso, a técnica

visceral osteopática poderia colaborar na redistribuição das tensões miofasciais,

motivando possíveis alterações nas amplitudes globais e, dessa forma, ser empregada

nas afecções de mobilidade.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Tipo de Estudo

O delineamento do projeto caracteriza como experimental em corte transversal e

aleatório. O presente estudo está vinculado a Universidade Católica de Pernambuco

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(UNICAP), ao Centro de Ciências Biológicas e Saúde - (CCBS), e ao curso de

Fisioterapia. O mesmo será desenvolvido na UNICAP.

2.2 Amostra

A população incluída no estudo foi composta por homens, sedentários, entre 20

e 40 anos. Foram excluídos dos estudo pessoas que já realizaram cirurgias lombares,

portadores de doenças reumáticas, pacientes com fraturas associadas, hipertensão

arterial, fragilidade vascular, aneurisma da aorta, doenças inflamatórias, câncer.

A amostra foi de conveniência, composta por 30 indivíduos14. Os voluntários

foram divididos em dois grupos: Grupo I – grupo controle, com 15 indivíduos

assintomáticos que ficaram em repouso, em decúbito dorsal, pelo mesmo tempo

despendido com o grupo experimental, e o Grupo II – composto por 15 indivíduos

assintomáticos que foram submetidos a técnica visceral abdominal hemodinâmica.

Todos os sujeitos foram solicitados a ler e a assinar o termo de consentimento

livre e esclarecido (Apêndice I). Os sujeitos que aceitaram os termos foram incluídos no

estudo e passaram por uma anamnese (Apêndice II), em que se registraram os dados

pessoais referentes ao nome, idade, peso, altura e IMC (índice de massa corporal).

2.3 Instrumentos de Avaliação

Para avaliar a mobilidade dos segmentos foram aplicados os seguintes

procedimentos:

• Índice de Schöber – foi utilizado uma fita métrica e um lápis

demográfico;

• Flexímetria Toracolombar – através de flexímetro (Instituto Code de

Pesquisa, Guarulhos - Brasil) para medir as posições angulares durante o

movimento de flexão do tronco na posição de pé;

• Sit and Reach (sentar e alcançar) – através Banco de Wells portátil

(Sanny, São Bernardo do Campo - Brasil), avaliar numericamente em

centímetros o alcance durante a flexão do tronco na posição sentada e pernas

esticadas.

2.4 Procedimentos

Pra avaliar a mobilidade do tronco foram aplicados os testes detalhados a seguir.

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O teste de Schöber foi realizado em posição ortostática com os pés juntos, com

um lápis dermatográfico traça-se uma linha unindo as duas espinhas ilíacas póstero-

superiores e outra linha 10 centímetros acima; em seguida, pediu-se ao individuo uma

flexão anterior do tronco; o examinador mediu, então, a distância entre as espinhas

ilíacas póstero-superiores e o ponto marcado a 10 centímetros acima. Em indivíduos que

não apresentam patologias na coluna, este ponto se deslocará, aumentando a distância

em aproximadamente 5 centímetros, sendo então considerada uma boa mobilidade ou

mobilidade normal15,16.

O Flexímetro consiste em um inclinômetro gravidade-dependente, cuja escala é

em graus, preso a uma fita de velcro. Ao final de cada movimento, o aparelho deve ser

reposicionado. Esse método de avaliação consiste na flexão anterior de tronco com o

indivíduo em posição ortostática, com os membros inferiores em extensão e com a

utilização do flexímetro fixado ao tronco do voluntário. Durante essa flexão de tronco o

aparelho indicará o valor obtido em graus pelo indivíduo em cada tentativa15,16.

Continuando esse processo avaliativo, os indivíduos foram submetidos ao teste

Sit and Reach (sentar e alcançar). Este é um teste ativo que vai medir a flexibilidade da

articulação do quadril e avalia os músculos paravertebrais e os posteriores da coxa. Para

a execução do teste, será utilizado o Banco de Wells, onde o avaliado deverá sentar de

frente para o banco, apoiando os pés no local indicado e mantendo os joelhos

estendidos, deverá erguer os braços e sobrepor uma mão a outra e leva as duas para

frente tão longe quanto possível sem que os joelhos flexionem. O resultado foi a melhor

distância registrada dentre três tentativas16,17.

Em seguida, foram encaminhados a uma sala reservada, onde deviam estar

vestidos com roupas que permitam a aplicação da técnica manual visceral, de forma que

a execução do movimento não fosse prejudicada. Cada individuo da amostra foi

submetido duas vezes a análise pelo teste de Schöber, flexímetro e ao Sit and Reach. A

primeira vez antes da aplicação da técnica e a segunda no período logo após.

Para a realização da “Manobra Abdominal Hemodinâmica”, a posição do

paciente deve ser em decúbito dorsal, joelhos flexionados. Posição do Osteopata: em pé

na altura da cabeça do paciente. Manobra: o osteopata coloca as suas mãos espalmadas

sobre a parte baixa do abdômen do paciente (a ponta dos dedos toca a sínfise pubiana),

os dedos juntos, as eminencias hipotênares das mãos afastadas. Pede ao individuo para

respirar mais amplamente que o normal, mas sem exagero. Nas fases de expiração,

efetua uma leve supinação com as suas duas mãos e engancha o mais profundamente

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possível os tecidos e as vísceras para puxá-las (sem deixar as mãos escorregarem) na

sua direção. Na fase da inspiração, ele deixa a suas mãos descerem de novo para o púbis

do paciente, imprimindo uma leve pronação. Reinicia essa sequência em 5 tempos

respiratórios e aproveita o último tempo de expiração para imprimir uma vibração nas

suas mãos. Deixar a seguir o paciente repousar um tempo igual ao da manobra,

repetindo a manobra três vezes11.

3. RESULTADOS

4. DISCUSSÃO

O presente estudo demonstrou através da investigação estatística, que a técnica

osteopática visceral abdominal hemodinâmica mostra-se um recurso eficiente para o

ganho do movimento de flexão anterior do tronco, provavelmente por ser capaz de

produzir a liberação de aderências fasciais e aumentar o aporte sanguíneo à região,

permitindo dessa forma, a recuperação adequada da fisiologia natural do indivíduo.

4.1 Etiologia e Fisiologia Fascial

Para recuperar e manter efetivamente as amplitudes de movimento é primordial

o conhecimento sobre as estruturas teciduais relacionadas. As condições fisiológicas

associadas às limitações de ADM podem variar, sendo mais comuns as restrições

relacionadas a mais de uma estrutura18.

Desta forma, o corpo em movimento deve ser visto como um sistema único e

integrado, característica esta dada pelo sistema fascial13. A fáscia em conjunto com os

músculos a ela conectados, desempenha um papel importante no suporte da região

lombar durante o movimento de flexão19. Os músculos cooperam entre si na produção

dos movimentos, quanto melhor a relação entre os músculos e as fáscias conectivas,

melhor será a qualidade do movimento. Tal qualidade, por sua vez, apresenta intima

relação com a saúde e a funcionalidade dos tecidos envolvidos13.

As células do tecido conjuntivo respondem às exigências a que o corpo é

submetido através da matriz extracelular, distribuindo as tensões sofridas. Nesse

processo, o tecido precisa se adaptar as necessidades de flexibilidade e estabilidade as

quais são impostas. Assim, os elementos extracelulares são alterados para satisfazer as

exigências dentro dos limites impostos pela nutrição, idade e síntese de proteína20.

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Essas adaptações do tecido conjuntivo são baseadas na secreção de duas

proteínas de constituição: o colágeno e a elastina. O fator excitante para a secreção do

colágeno é o tensionamento tecidual, e esse processo acarreta grande parte dos

problemas relacionados ao conjuntivo. Este artifício é uma defesa do tecido, ele se torna

mais sólido e deixa de exercer com a mesma eficácia sua função7.

Além disso, a plasticidade fascial está intimamente relacionada aos

mecanorreceptores que inervam o tecido. Onde, a estimulação manual destas

terminações sensoriais provavelmente leva a mudança de tônus nas unidades motoras

que são mecanicamente ligados ao tecido abaixo das mãos do terapeuta6. Quando o

corpo é submetido a uma força de deformação, mesmo que ligeiramente, promove um

estiramento sobre as moléculas. Biologicamente, isso cria um ligeiro fluxo elétrico

através de uma carga piezo- (pressão) elétrica. Esse estimulo pode ser interpretado pelas

células próximas, e as células do tecido conjuntivo respondem a isso, alterando os

elementos intercelulares da região20.

Nesse processo há um particular interesse pelos Órgãos de Ruffini (com sua alta

capacidade de resposta a pressões tangenciais) e na rede muito rica de receptores

intersticiais, dado que a estimulação de ambos os receptores podem desencadear

profundas alterações no sistema nervoso autonômico6. Essas tensões são transmitidas ao

longo do sistema fascial, influenciando a postura de todo o corpo21. A técnica visceral

utilizada no presente estudo aborda o tecido de forma tangencial e isso parece ter

produzido uma liberação do sistema fascial.

4.2 Descrição Anatômica

Na medida em que se pretende colocar em evidência uma continuidade tecidual,

o peritônio passa a ser o elemento primitivo nessa exploração anatômica. O peritônio se

caracteriza por ser uma membrana serosa com folhetos contínuos que revestem a face

interna da cavidade abdominal (peritônio parietal) e a face externa dos órgãos (peritônio

visceral) 9,22.

Os planos profundos da parede abdominal são constituídos, do centro para a

periferia, sucessivamente pelo peritônio, fáscia subserosa (gordura extraperitoneal) e em

seguida inicia-se o contato com a fáscia transversal (endoabdominal). Na sequencia

encontra-se o músculo transverso, o mais profundo dos anterolaterais do abdômen,

formando uma cinta elástica entre as costelas e ossos do quadril, indo das vertebras

lombares a linha alba23,24.

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A fáscia transversal, que reveste o músculo transverso, prolonga-se e reveste

todo o abdômen e tem diversos nomes na medida em que se relaciona com outros

músculos na parede posterior do abdômen. Dorsalmente, quando deixa os fascículos

musculares do transverso, continua e recobre os músculos do quadro lombar e do psoas.

Do psoas passa a recobrir os pilares do diafragma, os corpos e os discos das vertebras

lombares, e depois se continua com a fáscia do psoas do outro lado22,24,25.

Superiormente o peritônio parietal adere firmemente a face inferior do diafragma

através da fáscia diafragmática. O diafragma é um músculo-fibroso que apresenta

inserções de origens esternal, costal e lombar (mediante os seus pilares)9,24. Em sua

origem os pilares são estruturas tendíneas e se fundem com o ligamento longitudinal

anterior da coluna24.

Muitas das lâminas das fáscias mesclam-se na área toracolombar e sacral, onde

se juntam em lâminas mais fortes, frequentemente inseparáveis na dissecação20. Os

tecidos prolongam-se inferiormente por diversos caminhos, entre eles: a continuação

dos ligamentos longitudinais anterior e posterior que unem a quinta vertebra lombar ao

sacro; da união do quinto disco intervertebral a primeira vertebra sacral; os ligamentos

amarelos unem as laminas da quinta vertebra lombar com as da primeira sacral. De cada

lado um ligamento adicional, o iliolombar, une a coluna a pelve e ao sacro24.

Pode-se levar essa continuidade além, onde inferiormente, o ligamento

sacrotuberal surge como uma continuação dos isquiostibiais passando sobre a borda

lateral do sacro. A extremidade inferior do ligamento é contínua com os isquiostibiais.

Os tendões dos isquiostibiais, especialmente aquele do bíceps femoral, é contínuo com a

superfície do ligamento sacrotuberal e, em seguida, até a fáscia sacral20.

A partir dessa descrição anatômica, é plausível imaginar que a técnica tenha

atingido amplamente os tecidos corporais, através da continuidade fascial, incluindo a

região do tronco, quadril e dos membros inferiores.

4.3 A Técnica Visceral

Muitas abordagens da terapia manual tentam concentrar o seu tratamento sobre a

fáscia. Elas afirmam alterar a densidade, tônus, viscosidade ou arranjo das fáscias

através da aplicação de pressão manual. Suas explicações teóricas normalmente

referem-se a capacidade da fáscia para se adaptar ao estresse físico6.

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Segundo Barral26, os ligamentos que unem os órgãos as estruturas circundantes

determinam seus eixos normais de movimento. Qualquer adesão adicional que restrinja

ou distorça estes movimentos pode afetar adversamente não só a função do órgão ao

longo do tempo, mas também difundir-se por toda a estrutura miofascial.

A “técnica global” consiste de forma simplificada em movimentos tangenciais

que tracionam os órgãos abdominais e as fáscias no sentido cefálico durante os tempos

expiratórios. Tem como objetivo primário melhorar o retorno venoso da circulação

mesentérica e incrementar a dinamização dos tecidos corporais11. Entretanto, pode-se

imaginar que a técnica tenha promovido também a liberação do sistema fascial,

ocasionando tais benfeitorias, sejam elas associadas a músculos e/ou viscerais.

4.4 Métodos de Avaliação

O flexímetro foi considerado válido em aferições para quantificar os movimento

da coluna no plano sagital. Contudo, o seu uso deve levar em consideração os aspectos

metodológicos empregados nos estudos de validação27.

Entretanto, os testes de Schöber e o Sit and Reach (Banco de Wells) utilizados

nesse estudo, apesar de serem amplamente utilizados, apresentam controvérsias em

relação a suas validade e fidedignidade. O Sit and Reach foi proposto por Wells e

Dillon28 com a intenção de mensurar a flexibilidade do quadril e da região lombar,

entretanto, estudos mais recentes mostram uma validade moderada para as mensurações

da flexibilidade dos isquiostibiais e baixa para a flexibilidade lombar29,30. Contudo, o

estudo de Grenier et al31 demonstrou uma moderada correlação entre o Sit and Reach e

a flexibilidade lombar.

O teste de Schöber encontra-se pressuposto de que o movimento da pele ao

longo da coluna lombar representa o seu grau de flexão32. Por se tratar de um teste

palpatório, a confiabilidade do teste tem sido debatida. O estudo de Tousignant et al33,

afirma ter uma validade moderada, mas com excelente confiabilidade e mudanças

métricas mínimas detectáveis. Sugere-se que o teste seja utilizado somente como

coadjuvante no acompanhamento da evolução clinica e no processo de avaliação34.

Apesar dos questionamentos sobre a validade de alguns testes, o autor, acredita

que os mesmos se tornam interessantes, já que, direta ou indiretamente fornecem

informações sobre a mobilidade dos segmentos, independente da especificidade. Isso

corrobora com a ideia de globalidade e continuação tecidual a qual o presente estudo se

baseou.

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4.5 Liberação do Sistema Fascial

O autor Abend35 menciona que a liberação miofascial aumenta a amplitude de

movimento, a circulação e diminui a dor. Além disso, em uma revisão feita por

Bianchini e Moreira36 citam que liberar as restrições miofasciais podem afetar outros

órgãos do corpo através da liberação de tensão no grande sistema fascial. Esses

resultados corroboraram com os achados do presente estudo no que se referem

principalmente ao aumento da ADM.

O trabalho de Kankaanpää et at37, fortalece a ideia ao afirmar que há uma

intensa ligação entre a fáscia toracolombar, a coluna lombar e os músculos extensores

do quadril. Os músculos são organizados em um sistema cujo elemento aglutinador é o

tecido conjuntivo.

Estes achados reforçam o estudo de Batista et al38, que mostra que o aumento na

extensibilidade muscular também pode ocorrer pelas alterações do tecido conjuntivo.

O estudo de Tecco et al39 compararam a postura cervical na radiografia lateral

entre indivíduos saudáveis e indivíduos que tiveram lesões do ligamento cruzado

anterior do joelho esquerdo. Eles descobriram que o último grupo mostrou a extensão

da cabeça significativa em relação aos sujeitos saudáveis. Dvorak e Dvorak40 injetaram

uma solução hidro-salina nos processos transversos de C7 e utilizaram a eletromiografia

para observar a contração muscular em zonas distais ao metâmero espinhal de onde a

injeção foi feita. Isso parece indicar que, por causa das ligações no interior do sistema

fascial, alterações em qualquer parte do corpo podem criar uma desordem em outro

local.

O estudo de Tozzi et al41, avaliou a mobilidade das camadas fasciais com o uso

do ultrassom dinâmico em pacientes com dor cervical e lombar antes e após a liberação

miofascial. A liberação miofascial se mostrou uma técnica manual eficaz para liberar a

mobilidade do deslizamento fascial e para melhorar a percepção de dor.

Outro estudo de Tozzi et al42, comparou a mobilidade dos rins em indivíduos

assintomáticos e com dores nas costas por meio do ultrassom em tempo real, e em

seguida, aplicou técnicas de manipulação fascial. Manipulação osteopática se mostrou

eficaz para a melhoria da mobilidade renal e a redução da dor em indivíduos com

lombalgia. Assim, nesse estudo, pode-se evidenciar na prática a correlação do tecido

visceral e fascial com a mobilidade.

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O estudo de Langevin et al43, propôs quantificar o movimento no interior da

fáscia toracolombar usando imagens de ultrassom em indivíduos com e sem dor lombar.

A tensão de cisalhamento toracolombar apresentou uma alteração de 20% em humanos

com dor lombar crônica. Esta redução de movimento no plano de cisalhamento pode ser

devido a padrões anormais de movimento do tronco e/ou patologias intrínsecas do

tecido conjuntivo. Esse estudo confirma a ideia de que alterações do tecido conjuntivo

podem reduzir os movimentos de cisalhamentos entre os folhetos do tecido fascial e,

dessa forma, altera a mobilidade corporal.

Os resultados encontrados no presente estudo reforçam a ideia da verdadeira

continuidade fascial quando compara seus resultados a outras pesquisas que buscaram a

liberação do sistema fascial. Além disso, se propôs a descrever as possíveis relações

anatômicas que permitiriam tal continuação tecidual. Segundo Bienfait7, “não

deformidade única, isolada ou localizada, dessa forma, as abordagens terapêuticas não

podem ser limitadas”.

5. CONCLUSÃO

Conclui-se que o resultado obtido pela técnica osteopática visceral abdominal

hemodinâmica foi satisfatório, pois produziu uma diferença significativa na recuperação

da mobilidade durante flexão anterior do tronco. Apesar da pouca literatura sobre a

técnica, que permitiria uma melhor fundamentação, o presente estudo demonstrou que

foi possível melhorar a amplitude do movimento dos sujeitos avaliados. Cabe observar

que a utilização da técnica manual, a inexistência de custos adicionais, bem como a

baixa complexidade na aplicação da técnica, tornam a técnica visceral bastante atraente

como recurso terapêutico.

Almeja-se despertar um desejo de maior conhecimento das técnicas viscerais em

geral, levando a mais pesquisas que mostrem os efeitos do método na melhoria da

qualidade de vida e no tratamento de ocorrências clínicas. Espera-se que mais estudos

sejam realizados para aprofundar sua utilização e obter uma maior compreensão de seus

efeitos e aplicabilidades, oferecendo assim, mais alternativas aos fisioterapeutas nos

tratamentos e uma maior eficiência e rapidez na recuperação dos pacientes.

6. REFERÊNCIAS

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14

1 ALMEIDA CCV, BARBOSA CGD, ARAÚJO AR et al. Relação da fáscia tóraco

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2 COX JM. Dor lombar: Mecanismos, diagnóstico e tratamento. 6nd ed. São Paulo:

Manole; 2002. Chaper 15, Reabilitação do paciente com Dor Lombar; p.653-678.

3 VOIGT L, VALE RGS, ABDALA DW et al. Efeitos de uma repetição de dez

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homens adultos jovens. Fitness and Performance Journal. 2007; 6(6): 352-356.

4 CARREGARO RL, GIL COURY HJC, SILVA LCCB. Comparação entre dois

testes clínicos para avaliar a flexibilidade dos músculos posteriores da coxa. Rev

Bras Fisiot. 2007; 11(2): 139-145.

5 ARAUJO AGS, CASAGRANDE KC, MAIA K. Comparação de diferentes

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sexo feminino. Rev Bras Fisiol Exer. 2011; 10(1): 36-40.

6 SCHLEIP R. Fascial plasticity – a new neurobiological explanation:Part 1. J Bodyw

Mov Ther. 2003; 7(1): 11-19.

7 BIENFAIT M. Fáscias e pompagens: estudo e tratamento do esqueleto fibroso. 4nd

ed. São Paulo: Summus; 1999.

8 ALMEIDA LC. Reeducação postural e sensoperceptiva: fundamentos teóricos e

práticos. Rio de Janeiro: MedBook; 2006.

9 BUSQUET VM. As cadeias fisiológicas: A cadeia visceral abdômen/pelve:

descrição e tratamento. 2nd ed. Barueri: Manole; 2009.

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7. APÊNDICES

7.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Apêndice I)

Registro Nacional no SISNEP: CAAE Nº................................................

Título da Pesquisa: “Análise da manipulação osteopática visceral abdominal

hemodinâmica na mobilidade do tronco”

1) INTRODUÇÃO

Você está sendo convidado a participar da pesquisa sobre: Análise da

manipulação visceral na mobilidade do tronco. O Pesquisador responsável é Rodrigo

Castello de Oliveira Lima. Se decidir participar da mesma, é importante que leia as

informações a seguir sobre a pesquisa e o seu papel enquanto participante dela. Você

poderá desistir a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer tipo de ônus. Sua

recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a

Instituição. No caso de você decidir retirar-se do estudo, deverá notificar ao

profissional e/ou pesquisador que o esteja atendendo. Caso queira participar da

pesquisa é preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar aqui o seu

consentimento livre e esclarecido, passando a assinar este Termo.

2) OBJETIVO

Verificar o efeito da técnica visceral, a “grande manobra abdominal

hemodinâmica”, para a melhora da mobilidade do tronco durante a flexão do tronco.

3) PROCEDIMENTO DO ESTUDO

Se concordar em participar deste estudo você irá tomar parte de uma entrevista

individual com o pesquisador auxiliar, e irá realizar o teste de Schöber (medida através

da fita métrica dos segmentos lombares), o flexímetro (equipamento para medir a

amplitude do movimento em graus através de um sistema gravitacional preso por velcro

no tórax) e o Sit and Reach (Banco de Wells) para avaliar a mobilidade da região do

tronco. Após esse processo avaliativo, os participantes serão submetidos a técnica

visceral “grande manobra abdominal hemodinâmica”.

4) RISCOS DESCONFORTOS, INCONVENIÊNCIA E INCÔMODOS.

Será realizada uma entrevista pessoal com o pesquisador, em um ambiente

reservado, seguro e impermeável à observação de terceiros; os dados coletados ficarão

sob a guarda pessoal do pesquisador, de modo a evitar qualquer vazamento de

informações. Na realização do teste certamente haverá o incomodo ou inconveniente de

investimento do tempo do voluntário da pesquisa ao participar da realização do mesmo.

Por se tratar de uma técnica manual na região abdominal, pode provocar vermelhidão e

irritação da pele em pessoas sensíveis ao contato manual, além disso, por mobilizar a

região intestinal, pode provocar a manifestações de gases ou vontades súbitas de ir ao

sanitário. Para minimizar tais ocorrências o pesquisador vai alertar o voluntário, desde o

começo, sobre a sua liberdade de desistir de realizar o teste a qualquer momento.

Qualquer resposta negativa a técnica, o participante será encaminhado ao hospital pelo

pesquisador, que assumirá toda a responsabilidade pelo processo.

5) BENEFÍCIOS E DEVOLUÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos servirão para a construção de um melhor protocolo de

tratamento com relação a pacientes com restrição na mobilidade do tronco. Serão

demonstrados a todas as participantes os resultados do trabalho.

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6) RELEVÂNCIA DA PESQUISA

A importância da pesquisa reside no fato de que o presente estudo objetiva

evidenciar através de suas conclusões a influencia visceral sobre a mobilidade corporal,

visando otimizar os atendimentos para melhora da mobilidade do tronco, podendo ser

utilizadas pelos profissionais que atuam na saúde, aperfeiçoamento o tratamento e

promovendo o bem estar.

7) CARÁTER CONFIDENCIAL DOS REGISTROS

Todas as informações obtidas mediante sua participação neste estudo serão

mantidas em estrita confidencialidade. Você não será identificado quando o conteúdo de

suas informações for utilizado, seja para propósito de publicação científica ou

educativa. Os dados a serem publicados serão impessoais e integrados ao conjunto dos

demais voluntários da pesquisa. Sua identidade e seus dados de caráter pessoal

específico, em tudo que depender do pesquisador dentro do respeito à Lei, serão

mantidos em absoluto sigilo.

8) DECISÃO DE PARTICIPAR, NÃO PARTICIPAR OU DESISTIR

Você como pessoa convidada a participar desta pesquisa, tem plena liberdade

para aceitar participar ou recusar-se a participar da mesma. Tem o direito de continuar

até o final da coleta dos dados ou desistir de sua participação a qualquer momento.

9) PARA OBTER INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Você receberá uma cópia deste Termo onde consta o telefone e o endereço do

pesquisador principal, para poder tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação,

agora ou a qualquer momento. Caso você venha a ter algum problema diretamente

ligado a esta pesquisa, ou tenha mais perguntas sobre a mesma, pode entrar em contato

com o Rodrigo Castello de Oliveira Lima, que é o pesquisador responsável por esta

pesquisa, pelo telefone (81)9967-8303, cujo endereço eletrônico é

[email protected].

10) DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de

assinar este Termo de Consentimento. Declaro que fui informada sobre o objetivo, os

métodos e procedimentos da pesquisa, as inconveniências, riscos, benefícios da mesma.

Por isso coloco minha assinatura ao final deste documento, logo a seguir. Declaro

também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa

foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.

Confirmo também que recebi uma cópia desse formulário de consentimento.

Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda

de benefícios ou qualquer outra penalidade na relação com os pesquisadores. Dou o meu

consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas, para participar como

voluntário, dessa pesquisa.

_________________________________

Assinatura do Voluntário da Pesquisa

_________________ ______/____/_____

Local Data

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7.2 FICHA DE AVALIAÇÃO (Apêndice II)

Entrevista n.º: _________________

Data da entrevista: _____/_____/_____Examinador:_________________________

I-IDENTIFICAÇÃO PESSOAL

Nome:______________________________________________________________

Endereço:_________________________________

Bairro:_______________________

CEP:___________Telefone:_______________________

Celular:__________________

Data de nascimento:_____________________ Idade:_________

Ocupação:________________________

Estado civil:_______________________

II-ANAMNESE

1- Está tomando alguma medicação especifica para a dor lombar? ( ) Sim ( ) Não

2- Já realizou alguma cirurgia na coluna? ( ) Sim ( )Não

3- Sente dor durante a flexão do tronco? ( ) Sim ( )Não

4- Sente dor durante a extensão do tronco? ( ) Sim ( )Não

5- Sente dor na rotação axial do tronco? ( ) Sim ( )Não

6- Já realizou alguma cirurgia Abdominal? ( ) Sim ( ) Não

Qual?_____________________

AVALIAÇÃO ANTES APÓS

TESTE DE SCHOBER

SIT AND REACH

FLEXÍMETRO