Upload
ednilton-nobre-nunes
View
220
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
O que é economia de mercado e sua relação com o governo e a sociedade.
Citation preview
ECONOMIA DE MERCADO
A Economia de Mercado é um sistema econômico elaborado no seio do
desenvolvimento do capitalismo e tem como premissa básica a centralidade do mercado na
economia, através da redução dos papéis exercidos pelo Estado. Trata-se, portanto, de uma
filiação dos ideais preconizados peloliberalismo econômico, que apregoa o chamado Estado
mínimo.
Uma das bases para a consolidação da economia de mercado é o predomínio da
propriedade privada, ou seja, a existência do menor número possível de empresas estatais.
Desse modo, caso o Estado possua um grande número de companhias, deverá vendê-las ou
repassá-las à iniciativa privada, em um processo denominado porprivatização. No Brasil, as
privatizações ocorreram ao longo da década de 1990, durante os governos de Fernando
Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Para regular a economia, segundo as orientações da Economia de Mercado, não há
necessidade de intervenção do Estado, pois o mercado se autorregula. Tal regulação acontece
com base nos princípios da livre concorrência e da lei da oferta e da procura.
A livre concorrência é a ideia de que, quando existem várias empresas no mercado
em um mesmo setor, produzindo ou vendendo um mesmo produto, os preços deverão ser os
menores possíveis, pois a concorrência impede que cada negociante estabeleça o valor de suas
mercadorias em um patamar que os clientes se recusem a comprar.
Já a lei da oferta e da procura, apesar do nome, não é uma lei, ou seja, não está
prevista na legislação. Trata-se de uma espécie de “regra informal” que está na base da
sustentação do mercado. Ela preconiza a ideia de que um produto em grande quantidade no
mercado e com baixa procura tende a diminuir os seus preços. Por outro lado, quando há uma
grande procura e uma baixa disponibilidade, os preços tendem a aumentar. Sintetizando:
OFERTA maior que a PROCURA = REDUÇÃO DOS PREÇOS
OFERTA menor que a PROCURA = ELEVAÇÃO DOS PREÇOS
No entanto, essa estruturação básica da Economia de Mercado apresenta alguns
problemas estruturais, o que dá força aos seus opositores e o fortalecimento a suas críticas. A
primeira grande falha está na fragilidade das premissas da livre concorrência e da lei da oferta
e da procura. Em muitos casos, empresas de um mesmo setor ou produto organizam-se na
formação de cartéis, que, na prática, ocasionam a padronização dos preços a fim de evitar
grandes perdas durante a concorrência. Apesar de ser considerada irregular, essa prática é
bastante comum em todo o mundo. Às vezes, não há um cartel organizado, mas uma
regulação média dos preços, que variam em pouquíssimos centavos entre uma ou outra
empresa.
Um segundo problema refere-se a outras estratégias existentes para burlar a livre
concorrência, que se tornaram muito recorrentes desde o surgimento e consolidação do
Capitalismo Financeiro (que passou a ser chamado, também, de Capitalismo Monopolista), o
que propiciou o surgimento de grandes empresas, muitas delas multinacionais.
Quando uma empresa de menor porte ou poder começa a ganhar mercado em uma
determinada área ou região, as multinacionais (assim como as grandes empresas locais)
investem ações nessas companhias menores ou compram-nas integralmente, assumindo o
monopólio ou o oligopólio da economia, tanto em âmbito local quanto em âmbito regional.
Em outros casos, empresas de um mesmo segmento unem-se para evitar os prejuízos de uma
concorrência feroz, em uma prática denominada por trustes. Um exemplo disso é a fusão
entre as marcas de bebida Skol, Brahma e Antárctica, que juntas compõem atualmente a
AMBEV. Apesar de haver diferenças de preços entre as marcas, não se nota (exceto em
promoções ocasionais) grandes distinções entre os seus respectivos preços.
Assim, segundo as principais críticas direcionadas à Economia de Mercado, torna-se
praticamente impossível concorrer com grandes empresas multinacionais em determinados
setores. Muitas vezes, essas empresas aproveitam-se de sua grandeza econômica para colocar
os preços de seus produtos abaixo do custo de sua produção em uma determinada região
apenas para controlar o mercado e destruir seus concorrentes. Uma vez concluído esse
objetivo, elas voltam a elevar os valores. Em outros casos, as grandes marcas utilizam-se de
seus poderes políticos para influenciar decisões do Estado que as beneficiem.
Por fim, um terceiro problema da Economia de Mercado está nos excessos cometidos
pelas empresas contra seus trabalhadores. Para não ficar atrás na disputa por um mercado,
algumas empresas buscam diminuir ao máximo os seus custos, incluindo aqueles destinados à
mão de obra. Dessa forma, torna-se comum o pagamento de baixíssimos salários, além da
máxima exploração dos trabalhadores que, muitas vezes, possuem múltiplas funções e acabam
fazendo a função que, em tese, deveria ser exercida por várias pessoas.
Apesar de todas as críticas e contestações, a Economia de Mercado é predominante na
economia global contemporânea. O Estado, nesse caso, passa a controlar o mínimo possível a
economia, operando apenas para conter os excessos do mercado e para garantir a não
ocorrência de crises que afetem, assim, a dinâmica econômica.
REFERENCIA
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PENA, Rodolfo F. Alves. "Economia de Mercado"; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/economia-mercado.htm>. Acesso em 26 de
novembro de 2015.