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Com projeto ousado, Nova esCola judaiCa uNe moderNidade e tradição
Edição 1 • Ju l -Ago-Set de 2009 • revista da Nova esCola judaiCa
O inícionova erade uma
DiversiDaDe: a impOrtância Da inclusãO
chag Da vez: rOsh hashaná e as reflexões sObre renOvaçãO
excelência eDucaciOnal: parceria entre O cOlégiO e O institutO weizmann
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A s páginas que você lerá a seguir, querido leitor, são a concretização de um sonho. A
revista Juntos surge com o objetivo de ser um espaço dedicado à discussão de as-
suntos relacionados à pedagogia e às atividades adjacentes necessárias para a formação
sólida das próximas gerações. A publicação nasce também com a missão de estreitar a
parceria da família com a escola e de fortalecer a identidade da comunidade judaica por
meio da proposição de reflexões que possibilitem o crescimento contínuo de todos os
seus participantes, estabelecendo-se, assim, um círculo virtuoso bom para todo mundo.
A revista é, na verdade, a extensão do projeto da Nova Escola Judaica – fruto da união
dos colégios Bialik e Renascença. Com a proposta de integrar as melhores práticas de
cada um deles e de construir uma escola moderna, a nova instituição tem como meta
ser uma referência que ultrapasse os limites da comunidade judaica, capaz de formar
cidadãos íntegros, éticos, críticos, sensíveis, que sejam engajados em descortinar um
mundo novo – mais humano.
Para chegar ao modelo ideal de uma instituição de ensino de alta performance é preciso
percorrer uma longa trajetória. Por isso, foram organizados eventos, com intuito de dialo-
gar sobre pontos da Nova Escola que a tornarão aquilo que queremos. Uma das principais
ações nesse sentido foi a Semana de Imersão, tema da reportagem de capa.
Uma instituição que tem em seu DNA a luta por uma sociedade mais equânime não tem
outra opção que não a de trilhar caminhos alicerçados na sustentabilidade. Na seção
“Planeta Terra”, você conhecerá alguns projetos dos colégios, pensando num amanhã
mais ensolarado. Já na coluna “Diversidade”, é possível entender por que “incluir” é um
verbo que permeia as atividades da escola.
Como diz o jornalista Caio Blinder, um de nossos entrevistados desta edição inaugural,
“judaísmo é um senso de inquietação intelectual de constante curiosidade para apren-
der”. Inspirado por essa frase, convido você a ir adiante e saborear as novidades conti-
das nas páginas que estão por vir. Ótima leitura!
A revista Juntos é uma publicação trimestral da Nova Escola Judaica l Presidente da Unidade Bialik: Jefferson Grosman l Presidente da Unidade Re nascença: Michel Stolar l Diretor Geral: João Carlos Martins l Diretor de Comunicação e Coordenador do projeto: Rubem D. Duek l Comitê de Comunicação: Deborah Cukierkorn, Liane Gotlib Zaidler, Paula Cristina da Silva e Rubem Duek l Produção Editorial: Coletânea Editorial l Jornalista Responsável: Daniela Graicar – MTB 30960 l Direção: Cristiane Duarte l Edição: Lucas Toyama l Reportagem: Estela Marques l Revisão: Thaís Nicoleti l Projeto Gráfico: Flavio Giannotti l Arte: Claudio Franchini e Joice Couto Santos l Fotografia: David Benadiba, Paulo Uras e Vanessa Kogan Rosenbau m l Imagens: Shutterstock l Produção gráfica: Doron Central l Tiragem: 5 mil exemplares l Agradecemos a todos que colaboraram nesta edição: D anie-l a Alonso, Equipe de Educadores da Nova Escola Judaica, Henry Lederfeind, Lucila Sarteschi, Marcos David Muhlpointner, Rogério Giorgion, Shirly Cohen, Vivian Tempel Wroclawski e Vivian Wrona Vainzof.
João Carlos Martins é diretor da Nova Escola Judaica
Seja bem-vindo!04
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Estudo recente realizado em 58 países pela Strategy
Analytics mostrou que 77% dos internautas do
Estado de Israel utilizam internet com banda larga.
A mesma pesquisa, feita nos Estados Unidos,
atestou que, na terra do Tio Sam, esse índice
alcançou apenas 60%. No topo da lista, aparece
a Coreia do Sul, com 95% de usuários. A Strategy
Analytics revela ainda uma previsão segundo
a qual os Estados Unidos cairão da 20ª para
23ª posição. Quem diria!
Um dos mais comemorados nomes do
design em Milão, na última edição do Salão
do Móvel, foi o israelense Arik Ben Simhon
(http://www.arikbensimhon.com). O designer
lançou uma linha de poltronas de ABS
inspirada nas roupas de proteção de alta
performance. Um bom exemplo é a poltrona
Goldy (£$ 2.600), com estrutura de madeira,
espuma e acabamento de poliuretano. Todas
as peças da coleção estão disponíveis para
compra no site. E melhor: são exportadas
para qualquer lugar do mundo!
Quatro filmes israelenses foram indicados ao Festival
de Toronto, que ocorrerá em setembro de 2009. Estão
inscritas no festival 32 obras do mundo todo e Israel é o
único país com quatro indicações. Uma delas é do diretor
Leon Prudovsky, “Five hours from Paris” (“A cinco horas
de Paris”, em tradução livre) que relata o encontro, em
Tel Aviv, de um motorista de táxi israelense com uma
professora russa de música. Outro destaque é “Google
Baby”, cujo enredo, dirigido por Zippi Brand Franks,
baseia-se na história de um bebê de proveta indiano.
ISrAel no FeStIvAl de CInemA de toronto
ConeCtAdoS
Um novo ArtIStA ISrAelenSe
por Shirly Cohen
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Isso mesmo! Estudantes israelenses estão
correndo atrás da boa reputação de Israel
na mídia. Trata-se de uma iniciativa de
reverter a imagem negativa atribuída ao
Estado, muitas vezes visto como vilão do
Oriente Médio pela mídia sensacionalista.
O projeto “Broadcast Israel” foi idealizado
por um grupo de estudantes da Universidade
de Haifa que fazem parte do programa
“StandWithUs Fellowship Program”.
Para participar, basta gravar um vídeo de
aproximadamente dois minutos que retrate a
beleza do Estado de Israel e postá-lo no YouTube.
Os vídeos postados podem abordar qualquer
assunto, de turismo a artes, passando por
inovações e paisagens. O idealizador do
melhor vídeo ganhará uma passagem com
acompanhante para Israel e estada de cinco
dias. Os vencedores ganharão ainda um tour
completo pelo Estado e terão a oportunidade
de conhecer de perto importantes líderes do
Parlamento Israelense. Vai perder essa?
O Fenômeno vai às telas! O jogador Ronaldo participará do longa-metragem que, baseado em fatos reais,
contará a história de Alneyrab, garota palestina de 13 anos que sonhava em conhecer o craque brasileiro.
Ela pretendia concretizar o sonho em 2005, durante uma visita do atleta ao Oriente Médio, em uma missão
humanitária. No entanto, a adolescente, que morava em um campo de refugiados no sul do Líbano, apenas
teve a oportunidade de vê-lo passar em um
cortejo pela cidade. Pouco tempo depois,
ela perdeu a perna ao pisar numa mina
e morreu devido a complicações de saúde
causadas pelo acidente.
Desde 2000, Ronaldo é um dos embaixadores
do Programa de Desenvolvimento da ONU.
Na época do acidente com Alneyrab, o
jogador viajou a Israel para apoiar a campanha
contra a pobreza no mundo.
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ronAldo FIlmA no orIente médIo
A revistA Juntos
pediu A Alunos,
professores e
diretores que
indicAssem um de
seus livros preferidos.
de relAtos míticos Ao gênio chico
BuArque, os pArticipAntes montArAm um
mosAico diversificAdo pArA quem gostA
de se AventurAr pelo universo dAs letrAs.
confirA As dicAs. e BoA leiturA!
“A obra de Chico Buarque
traça um quadro
contundente e irônico
daquilo que somos
como nação, das mazelas
de nossa elite, que
reinventa sua dominação,
perpetuando as contradições
tão características de nossa formação histórica.
o mote da narrativa são as memórias de um
ancião num leito de hospital, que nos confidencia
a saga de sua família. trata-se de uma saga familiar
marcada pela decadência social e econômica,
cujo pano de fundo é a história do Brasil
dos últimos dois séculos.”
FRANCISCO ROChA, professor de História (Ensino
Médio) da Nova Escola Judaica – Unidade Bialik
“no livro, a autora Cornelia Funke traça
uma historia mágica na qual o leitor é
convidado a participar das emoções com
os personagens encantados que aparecem
nos capítulos. É incrível: um capitulo
desperta a vontade de ler o próximo!
o valor da leitura e seus segredos são
retratados nessa história de aventuras.
Vale a pena, é um modo gostoso de ler
e de viajar na imaginação.”
RAFAELA K. CUKIERKORN, aluna do 1º ano
do Ensino Médio da Nova Escola Judaica –
Unidade Renascença
“no livro, Larry Kahaner traz a amplitude e
ao mesmo tempo a profundidade sobre como
o Judaísmo trata de assuntos como o dinheiro
e a espiritualidade, o trabalho e suas relações,
a tzedaká, a sustentabilidade empresarial, entre
outros temas atuais. tudo isto apresentado de
forma clara e objetiva. o talmude é uma das
bases do judaísmo, mas não uma obra religiosa.
É composto por debates entre antigos rabinos
sobre praticamente todos aspectos
da vida, da medicina à criação
de filhos e de negócios à
construção de casas.”
RUBEM D. DUEK, diretor de
Comunicação da Nova Escola Judaica
e diretor da ASM Consultoria de
Inteligência de Mercado
leIte derrAmAdo
CorAção de tIntA
vAloreS, proSperIdAde e o tAlmUdelIçõeS de negóCIoS doS AntIgoS rAbInoS
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Equipe de educadores: reflexões para a construção
de um saber conectado aos dias atuais
Tradição e modernidade de mãos dadas
Princípios da
por Equipe de Educadores da Nova Escola Judaica
D iante do desafio de delinear o projeto da Nova
Escola Judaica, a equipe de educadores das Uni
dades Bialik e Renascença tem realizado uma ação
constante de revisitar o passado dessas duas institui
ções, na memória arquivada em textos e presente nos
depoimentos de quem participou dos projetos. Afinal,
como escreveu o filósofo Walter Benjamin, acreditamos
que, “enquanto a adivinhação do futuro paralisa, a
reflexão sobre o passado liberta o presente”1.
Nesse processo de construção da Nova Escola,
estamos sendo instigados a olhar com atenção e cui
dado para os percursos, as crenças e os princípios que
norteiam os nossos ideais em educação. Constatamos
que a riqueza desse processo se encontra justamente
na oportunidade do encontro de diferentes visões,
histórias e caminhos, na constante construção do pro
jeto pedagógico da escola na qual acreditamos.
Por meio das nossas reflexões, conversas, leituras
e debates, a equipe de educadores definiu quatro
grandes pilares que unem as duas instituições por
princípio e, assim, estruturam e norteiam a concepção
da proposta educativa da Nova Escola.
A escola é um espaço de:
0 Convívio da tradição com a modernidade;
0 Convívio com a diversidade;
0 Construção da aprendizagem;
0 Construção da identidade.
Entendemos que a tradição e a modernidade são
conceitos polissêmicos que estão presentes no universo
escolar, seja na forma de embate e conflito, seja na
forma de complementaridade.
A tradição não se contrapõe à modernidade. Ao
partirmos dessa premissa, superamos a dicotomia
simplificada entre sociedades tradicionais e moder
nas, entre educação tradicional e moderna, para
construirmos uma educação que esteja mais próxima
da reali dade de nossa comunidade e que busque,
nas permanências da tradição, os elementos consti
tutivos da própria modernidade.
Vivemos a modernidade na sua diversidade, frag
mentação e pluralidade marcadas pela globalização,
vivenciando uma rápida transformação, inclusive vir
tual. Um dos nossos grandes desafios, portanto, é
inserir o aluno no mundo moderno de forma a ajudálo
na compreensão e na crítica dessa complexidade, o
que só será possível com o acesso ao legado cultural
que herdamos e que define o conhecimento humano
expresso nas diferentes disciplinas. Ao situarem as
novas gerações nos dilemas, conflitos, avanços e
recuos na cons tituição dos saberes em constante
transformação, os alunos têm a possibilidade de
narrarse como parte dessa história.
Como um dos principais desafios da escola, apon
tamos o convívio com a diversidade diante da globali
JudaicaNova Escola
zação em que estamos imersos. Reconhecemos que
a diversidade é uma construção histórica, cultural e
social das diferenças, marcada pelas relações de poder.
Compreendemos, assim, que a complexidade das
diferenças muda com o tempo e assume formas diver
sas em contextos diferentes. Na organização das nos
sas práticas e na seleção dos conteúdos, temos como
preocupação uma abordagem que contemple a diver
sidade cultural (multiculturalismo) dentro do próprio
judaísmo e, principalmente, na capacidade e habili
dade na aprendizagem. A diversidade, enfim, é a nossa
referência para o planejar pedagógico do professor
e da investigação do aluno.
Na construção da aprendizagem, enxergamos a
escola como um espaço do ato investigativo na
proposição de projetos que demandem atitude de
pesquisa por parte tanto dos professores quanto dos
alunos, diante das problematizações na busca da com
preensão do mundo que habitamos. Sustentar uma
atitude investigativa aponta para a necessidade de
construir projetos que contem com a contribuição das
diversas áreas do conhecimento, levando ao exercício
da escolha, da articulação, do registro e da comunica
ção do conhecimento adquirido e construído.
Na construção de conceitos, o professor investe
em uma relação dialógica, pois acreditamos que
somente construímos conhecimento na interação com
o outro (pares, adultos e objeto de estudo). O ambien te
escolar, portanto, é gestado pelos educadores de
forma a mediar uma rede de relações interpessoais
que promovam o diálogo e o respeito aos diversos
pontos de vista ante os conflitos.
Como ensina a psicanálise, o ser humano é marcado
pela incompletude, termômetro da vitalidade. O con
flito, a indignação, a resistência e a falta nos impul
sionam a desejar, a inventar, a sonhar e a criar. O não
saber, a crise e a ausência de respostas às nossas
perguntas trazem desassossego, mas é aí também
que reside a possibilidade de transformação e de um
equilíbrio, mesmo que temporário.
Na construção da identidade de nossos alunos, é
essencial a preservação da cultura judaica, pela memória
baseada em vivências e reflexões. Isso propicia as
condições para que ressignifiquem os princípios éticos
que herdaram e desenvolvam os valores universais da
humanidade, tais como o exercício da alteridade (uma
das mais importantes facetas do amor ao próximo), a
justiça e o respeito à dignidade e à singularidade de
todas as pessoas e, assim, conquistem uma inserção
consequente e construtiva no mundo.
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Grupos de dança da Nova Escola se apresentam no teatro
Arthur Rubinstein, no clube A Hebraica. O evento celebrou
os 100 anos de Tel Aviv
Professor Marcos Smaletz em sessão de
autógrafos de sua obra “Nada acontece por
acaso“, na feira de livro da Unidade Renascença
Criançada passeia de charrete em atividade
do programa “Colônia de Férias“, da
Unidade Renascença
Evento literário reuniu pais e filhos que, juntos, mergulharam no mundo das letras
Pais e
alunos da
Nova Escola
participaram
da 3ª Corrida
Hebraica -
Macabi Brasil,
na Cidade
Universitária
Depois da “correria“, um merecido descanso. E flashes
Ainda na feira de
livros, alunos encenaram
o musical “A Arca de Noé“
Quem ficou no colégio “pintou o 7” em brincadeira que uniu diversão e arte
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olho no futuro, pé na tradição
Nasce a Nova por Daniela Graicar e Lucas Toyama
U m ano após o anúncio da fusão dos colégios Bialik e Renascença, a Nova
Escola Judaica começa a ganhar contornos definitivos. O projeto, prova
irrefutável da importância de transformar sonhos em realizações concretas, saiu
do papel para preencher, de forma inovadora, uma lacuna no âmbito educacional
não apenas dentro da comunidade judaica mas em toda a sociedade. Ele está
sendo formatado para ser referência num segmento nevrálgico para a formação
das futuras gerações e para o surgimento de uma sociedade mais justa e ética.
E o novo centro educacional deu um importante passo em seu processo de
constituição, com a assinatura da carta de intenções realizada por membros da
Nova Escola e de A Hebraica para que o novo colégio funcione dentro do clube
(veja mais informações no box na página 15).
Com a árdua missão de desafiar e capacitar a mente e nutrir o espírito dos
jovens da comunidade judaica, a Nova Escola não medirá esforços para celebrar
a diversidade da cultura judaica e conquistar a quali dade do ensino – por meio
da adoção de uma metodologia pedagógica mo derna e da seleção de profis-
sionais com sólida formação acadêmica e permanente atualização. Mas não é
só isso. A busca pelo equilíbrio permeará todas as ações da instituição, com o
fomento de uma formação emba sada nas dimensões física, intelectual, espiritual,
financeira, afetiva e social.
O olhar é para a coletividade, sem perder o foco no estímulo ao potencial
Escola Judaica
individual e às mentes empreendedoras. Com o
diálogo aberto impregnado em seu DNA, o colégio
incentivará o intercâmbio acadêmico com Israel e
com outros países, e promoverá a fluência em Por-
tuguês, He braico e Inglês.
Para consolidar seus ideais e atingir o ponto de
maturação necessário que uma empreitada dessa
envergadura exige, está sendo realizada uma série
de ações e esforços múltiplos visando acelerar e
intensificar o processo de fusão. Nesse sentido, um
grande passo foi dado na Semana de Imersão, que
ocorreu entre os dias 29 de junho e 3 de julho.
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InterCâmbIo de IdeIas. de muItas IdeIas...
É fato: foram cinco dias de trabalho intenso. Foi
na A Hebraica, em São Paulo, que mantenedores,
diretores e coordenadores de área se reuniram num
programa de imersão para definir e consolidar a prin-
cipal missão e as diretrizes gerais sobre as quais a
Nova Escola Judaica irá sustentar-se.
A semana foi aberta com as palavras do diretor João
Carlos Martins, que, sob os olhares atentos da plateia,
lembrou que o processo de fusão entre as Unidades
Bi alik e Renascença estava completando um ano naquela
ocasião. “Muita coisa aconteceu nesse período. Tanto
os eventos internos como os externos estão consoli-
dando o processo de fusão que irá culminar na escola
dos sonhos.” Segundo ele, a Nova Escola entende que
a educação judaica é mais do que um ensino. É a pre-
paração das gerações futuras para o novo mundo.
Antes de dar início efetivamente aos trabalhos da
semana, os consultores da fusão, José Ernesto Bologna
e Marcelo Maghidman, da empresa Ethos – Seres Huma-
nos de Negócios, encarregaram-se de trazer ainda mais
inspiração às equipes reunidas. “Olhem para este pro-
jeto com amor, respeito e ânimo. O que acontecerá
nesta sala será de extrema importância para o futuro”,
disse Bologna. Numa reflexão, eles mostraram que o
mundo mudou e que as escolas devem perceber o
novo cenário, readaptar seu papel e ajudar as famílias
a entender o novo. Eis o combustível que alimenta os
ânimos dos idealizadores da Nova Escola.
Para os consultores, trata-se de uma oportunidade
de compartilhar, de mirar um horizonte mais expan-
dido, de definir com clareza as necessidades do futuro
e de considerar os interesses de todos os envolvidos.
Parceria
“Estou contente em ver aqui a presença de toda a nossa equipe e também
da Fisesp. Esta é uma semana muito importante para todos nós. Estamos
fortalecendo ainda mais o processo de fusão e chegando perto de
consolidar o sonho da Nova Escola Judaica.”
Michel Stolar, presidente da Unidade Renascença
“Sinto aqui a atmosfera gostosa do ambiente escolar. Somos apoiadores
da ideia, que exige um trabalho grandioso, profissional e complexo.
Quando olho para a frente, vejo que estamos no caminho certo. Sei que
este é um projeto vencedor, que irá transformar a nossa comunidade e
preencher uma lacuna. Vamos ter uma escola dos sonhos. Vamos trabalhar
para entregar o que prometemos.”
BoriS Ber, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp)
“Todos vocês aqui presentes são fundamentais. É a palavra de vocês
que irá passar segurança e credibilidade na consolidação do processo.
Sabemos que há ainda uma batalha além dos muros da escola, mas
estamos aqui para reforçar as energias e seguir em frente.”
JefferSon GroSMan, presidente da Unidade Bialik
Um passo fundamental no processo de
formação da nova escola Judaica foi dado
no início de agosto. com a assinatura de
uma carta de intenções realizada por membros
das diretorias do colégio e de a hebraica,
as partes assumiram o compromisso de
trabalhar conjuntamente para que a nova
escola tenha sua futura sede dentro do clube.
o evento contou com a presença de
presidentes e ex-presidentes de a hebraica,
dos colégios Bialik e renascença, da conib
(confederação israelita do Brasil), da fisesp
(federação israelita do estado de São paulo),
além de representantes do Vaad chinuch
da federação, membros do executivo e do
conselho do clube.
“há um ano, os colégios Bialik e renascença,
a convite da fisesp, se engajaram no projeto
comunitário da nova escola Judaica. em
uma atitude ousada, corajosa e com visão
de futuro, estas lideranças comunitárias
decidiram unir o espaço de a hebraica ao
sonho da nova instituição”, destacaram
os presidentes das duas Unidades,
Jefferson Grosman e Michel Stolar.
o tempo entre a assinatura da carta de
intenções e a concretização da obra está
estimado entre 24 e 48 meses e dependerá
da aprovação dos conselhos deliberativos
das escolas e dos trâmites de autorizações e
documentações junto à prefeitura do Município
de São paulo. enquanto isso, as duas unidades
continuarão funcionando normalmente em suas
respectivas sedes, fazendo os investimentos
necessários para aprimorar, dia a dia, a
qualidade do ensino.
“estamos assinando um protocolo de intenções.
o próximo passo é um estudo de viabilidade
para que no futuro a nova escola Judaica esteja
situada dentro da a hebraica”, afirmou arthur
rottenberg, presidente do clube. “não vai ser
uma escola da a hebraica, mas uma escola na a
hebraica, com total independência de sua diretoria
e filosofia pedagógica. este é o novo futuro da
comunidade judaica”, completou.
Uma relação de perguntas e respostas com mais
detalhes sobre o projeto estará disponível nos
sites: www.bialik.g12.br e www.renascenca.br.
Para tanto, explicam, é primordial sair do casulo e
perceber o outro, atinar para as demandas da socie-
dade sem se esquecer de reconhecer cada indivíduo
por meio de um sistema inclusivo.
De acordo com os executivos, pelo fato de as duas
instituições já possuírem um sistema educacional de
alto nível, a Nova Escola deverá tratar das questões
universais segundo a perspectiva judaica e estará apta
para atuar sob os holofotes da diversidade, da sus-
tentabilidade, das redes de relacionamento, da trans-
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Nov
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cola
1.375alunos
72conselheiros
33mantenedores
e diretores
3.263pessoas envolvidas
na fusão, entre
funcionários, voluntários,
professores e famílias
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disciplina, da interdependência, da inclusão, da
capacidade de convívio e da dignidade.
A segunda reflexão dos consultores tratou dos
valores do mundo contemporâneo e das escolhas da
Nova Escola. “Não estamos começando do zero;
décadas de história farão parte da Nova Escola”,
explicitou Maghidman. Todos os passos estão sendo
dados com o foco no cliente. “Temos um público que
não quer menos do que o melhor”, finalizou.
A questão do papel da família dentro da escola
também foi abordada. Para os palestrantes, essa rela-
ção deve ser uma via de mão dupla. A formação da
identidade da criança, que começa em casa, deve ser
um esforço conjunto entre as partes. Assim, o apoio
das famílias judaicas, células da preservação da comu-
nidade e de sua cultura, torna-se imprescindível.
o resultado de uma longa jornada
Depois de um semestre de muitas pesquisas, estu-
dos e reflexões, era chegada a hora do mergulho
pedagógico. No segundo e no terceiro dias, coordena-
dores das áreas de Artes, Matemática, Educação Física,
História, Geografia, Língua Portuguesa, Ciências e Inglês
apresentaram suas propostas. Em linhas gerais, os
projetos tiveram como denominador comum a multi-
disciplinaridade, atributo fundamental para a consti-
tuição de cidadãos preparados para o mundo que se
ergue do lado de fora dos muros dos colégios.
O diálogo entre as áreas de conhecimento torna-se
imperativo para assegurar uma formação mais holís-
tica, alicerçada no propósito de formar gerações mais
engajadas e críticas, sem excluir a construção de um
olhar sensível, poético e questionador.
No penúltimo dia, temas gerais foram apresenta-
dos e debatidos por todos: Cultura Judaica, Tradição
e Modernidade, Construção da Identidade do Aluno,
Atuação na Diversidade e Construção da Aprendiza-
gem. E, no dia de encerramento, após as reuniões
com seus respectivos coaches, os segmentos Educa-
ção Infantil, Fundamental I e II e Ensino Médio também
“Esta foi uma semana de qualidade e eficiência desse processo de união.
Esta entidade de ensino está engajada em construir um sentido para tudo
e para todos, sempre numa perspectiva judaica. O processo de fusão está
sendo mediado por consultores e, ineditamente, está dando um suporte
emocional para as suas equipes por meio da atuação de uma terapeuta.” SUeli Marciale, educadora que atua na formação de profissionais. Atuou como coach para a equipe do Fundamental II
“A imersão foi muito importante para proporcionar uma dedicação exclusiva
à fusão, distante da rotina escolar. Muitas perguntas provocaram reflexão
e nos fizeram deparar com questões fundamentais para a estruturação
da Nova Escola. Estamos partindo do conhecido, mergulhando no
desconhecido para então construir algo realmente novo.”
ciSele ortiz, educadora. Atuou como coach para a equipe da Educação Infantil
“Esta semana englobou três processos: a investigação sobre a identidade
das escolas, os fundamentos para a construção da nova instituição e a
criação de uma nova síntese. Trata-se de desafios que precisam de tempo
para se desenrolar. Profissionais qualificados estão à frente do processo,
que tem muito a contribuir aos alunos, à comunidade e à sociedade.”SelMa rocha, historiadora e consultora da área de educação.
Atuou como coach para a equipe do Fundamental I
“Este foi um momento de grande partilha depois de um longo período
de estudo, encontros e posicionamento de cada instituição. Esta semana
foi fundamental para a retomada do que já foi conquistado e para
considerar as faltas e os vazios. Foi um momento de aprimorar a
qualidade e a excelência neste processo de mudança”lUcilla da SilVeira leite piMentel, filósofa e educadora.
Atuou como coach para a equipe do Ensino Médio
“Estar com o diferente é um constante exercício ainda mais visível
neste processo de fusão. Este foi um encontro no qual cada um
dos profissionais pôde conviver com a diversidade. Por meio de
uma escuta curiosa, pudemos legitimar o outro. Vimos o
diferente como oportunidade de crescimento.”Sonia leVinBUk, terapeuta familiar e facilitadora de processos grupais.
Atua na construção de equipes de coordenação e de professores
0 Garantir uma formação equilibrada
nas dimensões acadêmica, judaica,
afetiva, econômica, física e social
0 desafiar e capacitar a mente e nutrir
o espírito dos nossos jovens
O caminhO:
0 aprimorar continuamente
a qualidade do ensino
0 explorar e celebrar a riqueza
e a diversidade da cultura judaica
0 reconhecer e estimular
o potencial individual
0 incentivar atitude empreendedora
0 estabelecer intercâmbio acadêmico
com israel e com outros países
0 proporcionar fluência em português,
hebraico e inglês
0 desenvolver o senso de cidadania
e responsabilidade social
0 prover infraestrutura ambiental
e tecnológica para a multiplicidade
das necessidades acadêmicas e humanas
0 Selecionar profissionais com sólida
formação acadêmica que valorizem sua
constante capacitação e sejam competentes
mediadores entre os alunos, o mundo do
conhecimento e as interações grupais
Conheça a missão da Nova Escola Judaica
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“A que profundidade você quer chegar
nesta imersão?”
Contadora de histórias entretém os participantes
Caricaturas:quem é quem?
Um palhaço palestrante finalizou o evento
estratégia, foco, liderança, criatividade e parceria. essas foram as palavras que inspiraram cada
dia do evento. em muitos momentos, os trabalhos eram serpenteados por atrações e por pura
descontração. confira algumas delas:
Pausa para o recreio
tiveram a oportunidade de expor seus trabalhos.
Todo o conteúdo abordado na semana de imersão
foi observado por conceituados profissionais da área
de educação. “Trouxemos especialistas que avaliaram
e, mais do que isso, contribuíram com sua valiosa
experiência para cada segmento. Esse é um olhar de
fora, o que é muito importante para nós”, explicou
Martins. Com base nesse trabalho de coaching, serão
gerados relatórios com os detalhes apresentados e
discutidos, conferindo a coerência desejada diante
de um projeto pedagógico inovador.
Intensa, a semana passou rapidamente. “Tínhamos
certeza de que o tempo não daria conta de tamanha
complexidade”, disse o diretor. A imersão possibilitou
uma interação mais próxima entre os profissionais,
aprofundando questões fundamentais e dividindo
preocupações. “Foi uma oportunidade para a Nova
Escola ter se visto como um todo”, avaliou.
A imersão terminou com algumas certezas. “Os
esforços dos trabalhos desta semana repercutiram
positivamente na comunidade. O projeto adquiriu ainda
mais força”, disse Jefferson Grosman, presidente da
Unidade Bialik. Michel Stolar, presidente da Unidade
Renascença, concorda. “Estamos fortalecendo ainda
mais o processo de fusão e chegando perto de con-
solidar o sonho da Nova Escola Judaica”, finalizou.
ao longo de sua exposição, o consultor José
ernesto Bologna fez uma análise do objetivo
da imersão apresentado pelo diretor geral
João carlos Martins: “construir um projeto
pedagógico sólido e integrado”. ele utilizou
uma explicação de cada palavra do discurso
para esclarecer a ideia e torná-la mais palpável:
Construção: fé na livre associação do
pensamento de algo que se faz em conjunto.
Projeto: forma de se projetar no mundo
de acordo com o próprio olhar, tratando as
questões universais sob a perspectiva judaica.
Pedagógico: olhar cada criança de forma única.
Sólido: aspecto que remete à resiliência–
flexibilidade e plasticidade necessárias num
mundo que se desmancha no ar e no qual
a sustentabilidade é a palavra de ordem,
implicando inclusão, convívio e dignidade.
Integrado: atributo que pressupõe o diálogo
entre as disciplinas, conectando-as ao mundo
real e dando, assim, sentido ao aprendizado.
Os ObJETivOs Da imErsãO
19d
IversId
ad
e • Juntos
uma condição para garantir a qualidade do ensino
inclusãoP rojetos pedagógicos fundamentados, intenções
claras e consistentes, variedade de recursos e, é
claro, professores com boa formação são indicadores
de qualidade de ensino. Para garantir a aprendizagem,
é preciso considerar a quem ensinamos. Nessa pers-
pectiva, não podemos negar o elemento constitutivo
mais importante de nossa caracterização: a diversidade.
Somos únicos e pertencentes a um grupo.
Contemplar a diversidade não se resume em aceitar
as diferenças ou incluir pessoas com necessidades
especiais. Mais do que isso, é reconhecer que o espaço
coletivo se faz pelas diferenças, que são pertencentes
a todos e compõem a humanidade. Dessa forma, há
que se destituir o imaginário negativo sobre as dife-
renças, herança histórica de contextos de desigual-
dades e práticas discriminatórias.
Na Nova Escola Judaica, o respeito à diversidade
e a inclusão de crianças e jovens com Necessidades
Educacionais Especiais são práticas efetivas. Há
muito tempo, as duas unidades acolhem e flexibi-
lizam propostas para adequar o ensino a todos. E,
por Daniela alonso*
nos últimos anos, vêm aplicando recursos, capaci-
tando a equipe e modernizando as propostas, o
que possibilita ações efetivas e resultados positivos
na aprendizagem de seus alunos.
A instituição, que se distingue pela valorização da
diversidade no contexto escolar, enriquece o desen-
volvimento pessoal e social. E vai além, ampliando
suas competências, bem como a rede de saberes e
de conhecimentos. Aqui há o cruzamento entre o
movimento de inclusão e a qualidade de ensino. A
escola que pensa em todos reconhece as competên-
cias de cada um e oferece estratégias diversificadas,
modernizando e ampliando as ofertas de ensino.
A Nova Escola Judaica, numa análise técnica,
nasce com mais uma sintonia em sua composição:
ambas as unidades carregam a cultura da diversi-
dade. Caracterizam-se pela experiência, trazem em
suas bagagens histórias que pertencem a este con-
texto. Para a Nova Escola, isso não é novidade, não
assusta mais, pelo contrário: desafia, intriga, pro-
move e faz acontecer!
*Pedagoga, Psicopedagoga e Consultora em Educação Inclusiva
Ju
ntos
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en
trev
ista
U m entra nas casas das pessoas, toda semana,
por meio da televisão. O outro constrói as casas
das pessoas, muitas delas da televisão. Em sua edição
de lançamento, a revista Juntos convidou o jornalista
20 •
21
Blinder com seus colegas do programa “Manhattan Connection“, do GNT
Conheça um pouCo mais da vida do jornalista Caio Blinder e do arquiteto leo shehtman, íCones em suas áreas
por Estela Marques
inquieto por naturezaEle está presente na telinha todas as noites de
domingo falando sobre política internacional e assun-
tos diversos no programa Manhattan Con ne ctio n, no
GNT. Integrante da bancada desde o surgimento do
programa – há 16 anos –, o jornalista Caio Blinder
demonstra atitude firme, com opiniões precisas. Uma
observação mais acurada, no entanto, evidencia seu
jeitão simples e acessível. Um inegável “gente boa”.
Paulistano de origem e de coração, ele tem um
extenso currículo na área, com forte participação
no País e no exterior. Entre letras e laudas desde
1977, Blinder já foi colunista dos jornais “O Globo”
e “Diário de Notícias” (Lisboa), lecionou Relações
Internacionais na Universidade de Indiana e foi cor-
respondente da “Folha de S. Paulo” nos EUA.
Sua carreira bem-sucedida teve início há 48 anos,
nas salas de aula do colégio judaico Renascença,
onde o pequeno Blinder passou 13 anos de sua
infância e adolescência.
Hoje, ele reside nos EUA (onde está há mais de
20 anos), e seu tempo está dividido entre as duas
filhas, Ana e Aiza, sua esposa Alma e a profissão.
Além de apresentador, Blinder é correspondente
letras edesenhos
Entre
da rádio Jovem Pan em Nova York, colunista do
portal on-line iG, das revistas “Cardnews” e “Con-
sumidor Moderno” e do jornal “Tribuna Judaica”.
Mas seu dom vai além: ele coleciona dois livros de
sua autoria: “Manhattan e Outras Conexões” e “Ter-
ras Prometidas”.
Em entrevista à revista Juntos, o jornalista comenta
sua trajetória, destaca a importância do judaísmo
na sua formação e fala sobre os preceitos judaicos
aprendidos no passado que ele carrega até hoje,
esteja onde estiver. Confira.
Juntos: Como surgiu interesse pelo jorna lismo?
Caio Blinder: Sempre quis ser jornalista, a von-
tade surgiu quando comecei a ler jornais, com
oito anos de idade. Sou viciado em notícias e
em histórias. Minha inabilidade para aprender
ciências exatas também foi um motivador da
escolha profissional.
Juntos: O senhor acredita ter sido importante
a educação judaica para sua formação?
Blinder: Sim. Judaísmo é um senso de in quietação
intelectual, de constante curiosidade para
Caio Blinder e o arquiteto Leo Shehtman, ex-alunos
dos colégios Renascença e Bialik, respectivamente,
para contar um pouco de suas trajetórias de sucesso
nos segmentos em que atuam.
Ju
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trev
ista
teto e vai entender como a sua curiosidade, associada
às ideias criativas, contribuem para verdadeiras obras-
primas da arquitetura e da decoração.
Juntos: Como se tornou arquiteto?
Leo Shehtman: Foi por certa teimosia. Meu pai é
arquiteto e eu não queria seguir a mesma profissão
dele, mas era só para contrariar. Decidi, então,
pres tar vestibular para medicina e passei na facul
dade em Santos, onde estudei por seis meses. Mas
logo percebi que essa não era a minha praia. Quando
ingressei na arquitetura, encontrei meu caminho.
Juntos: Como o senhor concebe um projeto?
Shehtman: Ele tem de ter a cara do cliente. A fun
ção de um bom arquiteto não é determinar, e sim
orientar. Quando o cliente me dá asas, coloco meu
estilo mais contemporâneo. Uso muito brilho. Acho
que meu nome deveria ser “Leo Swarovski Shehtma n”.
Também uso vidro para tudo! Hoje, é um material
tecnologicamente muito desenvolvido.
Juntos: Qual foi seu maior desafio profissional?
Shehtman: O projeto que tive de elaborar para
um iate. O desafio era reunir uma série de alter
nativas que funcionassem em um barco e mate
riais altamente tecnológicos.
Juntos: Qual sua opinião sobre a arquitetura
e os arquitetos brasileiros?
Shehtman: Com certeza, o Brasil é altamente
criativo, tem uma arquitetura de excelente quali
dade e nossos projetos surpreendem muita gente
lá fora. Não deixamos nada a desejar à arquitetura
de outros países.
Juntos: Como o colégio Bialik contribuiu
para sua for mação?
Shehtman: A contribuição foi mais emocional. Eu
me lembro de que, na época em que estudei, de
o glamour no DnaUma bela obra arquitetônica e uma decoração de
encher os olhos exigem uma receita pra lá de ousada.
O arquiteto Leo Shehtman domina essa arte.
Aos 52 anos, dos quais 29 dedicados à arquitetura
e ao design de interiores, Shehtman diz em alto e bom
tom que ama o que faz. E é essa paixão pela profissão
que marca a identidade do arquiteto, frequentemente
requisitado por artistas como Gugu Liberato, Cláudia
Raia, Tom Cavalcante e Tony Ramos, entre outros, e
por clientes anônimos espalhados por todo o Brasil e
por locais como Miami, Nova York e Paris.
Saudosista, o arquiteto se recorda com carinho dos
bons e velhos tempos vividos no colégio Bialik, onde
reforçou a união e o sentimento familiar presente entre
a coordenação e os alunos. A relação com o colégio,
aliás, remete a tempos mais longínquos. Afinal, o pré-
dio da instituição foi construído por seu pai, Luiz
Shehtman, também arquiteto e um dos presidentes
da escola, entre 1964 e 1970.
O envolvimento com o Bialik tem perpassado as
gerações da família Shehtman. Prova disso é que os
filhos de Leo, Gabriel, 25, e Caroline, 22, estudaram
no colégio judaico até ingressarem na universidade.
Na entrevista a seguir você vai conhecer um pouco
mais sobre a personalidade e a sofisticação do arqui- FO
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aprender. Ser judeu significa ser minoria e
aprender a sobreviver, manter um espírito crítico,
encarar as coisas com certo ceticismo. A edu
cação judaica alargou meus horizontes. Sou
muito grato ao Renascença e ao Chazit (Movi
mento Juvenil Judaico).
Juntos: Como o senhor aplica os ensinamentos
judaicos em seu dia a dia?
Blinder: Em particular, a ideia de sempre estar
questionando.
Juntos: O senhor guarda alguma recordação
da época do Renascença?
Blinder: A coisa mais presente daquele passado
são os jogos de futebol de tampinha, o meu
medo da professora Sosenica, de Matemática,
e minha adoração pela professora L íg ia ,
de História.
Juntos: Qual aprendizado mais importante
do judaísmo o senhor leva para seu dia a dia?
Blinder: Assumir quem somos, não se esquecer
de onde viemos e aprender a tolerar os outros.
Juntos: O senhor poderia relatar algum fato
curioso ocorrido ao longo de sua carreira?
Blinder: Eu trabalhava na TV Bandeirantes, no
final dos anos 70. Um dia, chegou a notícia de
que Golda Meir (uma das fundadoras de Israel)
morrera. Não esperei a confirmação e mandei o
apresentador dar a notícia. Era falsa. Matei Golda
Meir prema turamente, um ano antes.
Juntos: Que a mensagem o senhor deixaria para
os jovens que seguem o judaísmo como religião?
Blinder: Seja judeu, mas seja tolerante com aque
les que vivem o judaísmo de forma diferente,
assim como com aqueles que têm outras religiões
ou nenhuma.
1962 a 1977, o Bialik era uma escola pequena e
existia ali um sentimento muito “família”. Trago
esse traço comigo até hoje. Muito do amor que
existe dentro de mim devo ao Bialik.
Juntos: Quais as recordações da época
em que o senhor esteve no Biliak?
Shehtman: O Marcos Smaletz. Ele era o diretor,
além de companheiro e amigo de todos. E,
ob viamente, o meu pai, Luiz, que foi presidente
do colégio Bialik.
Juntos: O senhor mantém tradições ju daicas?
Shehtman: Rosh Hashaná, Yom Kipur e Mezuza.
Juntos: Em sua opinião, qual a maior contribuição
que o judaísmo traz para a sociedade?
Shehtman: A união, sem dúvida.
Juntos: Como o senhor se define?
Shehtman: Uma pessoa extremamente vaidosa
que sempre almejou o sucesso. E sempre pedi a
Deus para nunca perder a humildade. Acredito
que, quando o ser humano perde a humildade,
tudo vai por água abaixo.
Sofisticação e criatividade marcam os projetos de Shehtman
“Muito do amor que existe dentro de mim devo ao Bialik“, diz Shehtman
22 •
23
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Localizado em Rehovot, Israel, o Instituto
Weizmann figura na vanguarda da investigação
científica. Seus modernos laboratórios
abrigam mais de 2.500 cientistas, técnicos de
laboratório e estudantes, que vêm fazendo
grandes contribuições para a humanidade
no campo das investigações científicas e no
tratamento de doenças como o câncer e a
esclerose múltipla, entre outras.
Conheça o Instituto Weizmann
Marcos (esq.) e Rogério (dir.): troca de experiências com docentes do mundo todo
Professores da Nova escola viajam Para iNtercâmbio No iNstituto WeizmaNN de ciêNcias, em israel
Intercâmbiopor Lucas Toyama
P arceria firmada entre a Nova Escola Judaica e os
Amigos do Instituto Weizmann levou dois profes-
sores, das unidades Bialik e Renascença, para partici-
parem do “4th Schwartz Seminar”, curso de aprimo-
ramento para docentes de ensino médio, realizado em
julho no Instituto Weizmann de Ciências, em Israel.
Marcos David Muhlpointner, professor de Ciências
da unidade Renascença, e Rogério Giorgion, coordena-
dor da área de Ciências da unidade Bialik, tiveram a
oportunidade de vivenciar a ciência ao lado de espe-
cialistas e trocar experiências com docentes de países
da América Latina, da América do Norte, da Europa,
da Austrália, de Singapura e de Israel.
Segundo o diretor de Comunicação da Nova Escola
Judaica, Rubem Duek, por meio de iniciativas como
esta, a Nova Escola pretende investir na capacitação
dos profissionais para promover maior interação em
sala de aula e despertar o interesse dos alunos pela
sobre seus projetos e experiências.
Era chegada a hora dos tão esperados seminários.
“Os conteúdos eram simplesmente impressionantes”,
afirma Muhlpointner. um deles tratava da relevância
dos estudos sobre o funcionamento do cérebro no
sistema educacional, em que foram apresentados os
resultados de diversas pesquisas sobre a memória e o
seu desenvolvimento. Também fizeram parte do pro-
grama assuntos como introdução à investigação em
ciência e tecnologia, metodologias para utilizar ciências
na prática, além de apresentações como química do
vinho, desenvolvimento sustentável, germes e anti-
bióticos. “Participamos ainda de atividades sobre o
ensino e a aprendizagem de habilidades e procedi-
mentos científicos”, conta Giorgion.
No geral, as apresentações surpreenderam os pro-
fessores por diversas vezes. “Revelaram-nos propostas
simples, baratas e muito eficientes para todos realiza-
rem atividades de ciências em sala de aula”, conta o
professor da Nova Escola Judaica – unidade Renas-
cença. “Como montar um microfone com uma lata
furada e um saco plástico? Como transformar luz em
som? Aprendemos que brincar com o conhecimento
é a principal chave do ensino”, finaliza.
de ideiasciência. “Este será um de nossos diferenciais com-
petitivos”, diz. Mario Fleck, presidente da Associação
dos Amigos do Instituto Weizmann, acredita que essa
capacitação é um exemplo da relevância que a Nova
Escola atribui ao investimento na área científica.
Para Muhlpointner, encontros como esse são de
extrema importância para o processo de aprendizado,
pois trazem novas perspectivas de como aplicar con-
ceitos e metodologias no ensino de Ciências.
CUrIOsIDADE, sUrprEsA,
ENCANtAmENtO, fAsCINAçãO...
A experiência vivida pelos professores foi, segundo
eles, inesquecível. Em visita ao Instituto, foi apresentado
o sistema de ensino de Ciências em Israel. Lá, os par-
ticipantes puderam conhecer também o que muitos
países estão realizando nesse universo em sala de aula,
já que cada professor fez uma explanação individual
NO DEsErtO
Àquela altura do curso, era impossível imaginar
que algo ainda mais impressionante ainda estaria por
vir. Ao chegarem ao deserto, os professores montaram
armadilhas, analisaram pegadas, caçaram animais e
debateram a respeito dos fatores abióticos (tempera-
tura, vento e umidade, entre outros). “Jantamos uma
comida deliciosa, preparada e servida no próprio
deserto e, com um professor de Astronomia, fomos
observar o céu. Vimos Saturno, algumas nebulosas,
as constelações e a Lua, com seu brilho fascinante”,
relembra Muhlpointner.
Após seis dias de atividades, a certeza de que o
encontro foi pra lá de profícuo. “É uma alegria muito
grande ver o Instituto Weizmann se preocupando tanto
com o ensino quanto com a aprendizagem. Para alguns,
isso pareceria óbvio, mas não é”, explica Giorgion.
Para o professor, os principais centros de pesquisa no
mundo não se preocupam com o ensino, sob o argu-
mento de que focam apenas a pesquisa.
Lá, eles encontraram, além de laboratórios de pes-
quisa, um departamento direcionado exclusivamente
ao ensino e à formação dos futuros pesquisadores –
com a mesma importância e referência. uma expe riên-
cia a ser seguida. De volta ao Brasil, os professores
atuarão como multiplicadores de todo esse rico conhe-
cimento adquirido. Bom para a Nova Escola. Melhor
para seus alunos. FO
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7
De olho na questão da sustentabilidade, a Nova
Escola Judaica – Unidade Bialik iniciou um trabalho
de conscientização dos alunos em relação ao lixo
reciclável, estimulando a prática da reciclagem dentro
e fora do ambiente escolar.
O uso indiscriminado de copos plásticos também está
sendo alvo de mudança. A campanha teve início com
os alunos do Ensino Médio, provocando a reflexão e
a conscientização sobre o impacto desse material no
meio ambiente. A novidade é que cada aluno leva sua
garrafa ou copo não descartável e os enche com água
dos bebedouros durante o intervalo das aulas.
Com o hábito adquirido, esses alunos deverão
mobilizar os demais, ampliando a campanha para todo
o espaço escolar.
O setor de Serviço Social da Unidade Bialik
realiza a campanha do agasalho há mais
de dez anos, sempre no mês de junho,
com resultados mais do que positivos.
E este ano não foi diferente. A ação tem
por objetivo mobilizar todos os alunos por
meio da conscientização e da reflexão a
respeito da realidade na qual estão inseridos.
A arrecadação é destinada aos funcionários,
ao Fundo de Solidariedade do Estado
de São Paulo (em parceria com a Fisesp), à
Unibes, ao Graacc, à Casa Hope e à Pastoral
do Menor, entre outras entidades.
A campanha de arrecadação de brinquedos foi a primeira ação
social coletiva das Unidades Bialik e Renascença. O resultado foi
surpreendente. “Não imaginei um volume tão expressivo. Estamos
no caminho certo para formar cidadãos conscientes”, afirmou
Deborah Cukierkorn, coordenadora de Eventos da Unidade
Renascença. Para a assistente social da Unidade Bialik,
Yvonne Freund, “é importante que as crianças tenham
consciência das diferenças sociais e se solidarizarem”.
Os brinquedos foram doados para os projetos assistenciais
da Unibes. Sandra Berenstein Tudisco, coordenadora de
projetos sociais da entidade, lembrou que judaísmo é ação.
“As crianças estão aprendendo a fazer tzedaká desde
pequenos”, pontuou, enfatizando que, no judaísmo, caridade
não é só um ato de amor, mas de justiça, um modo de criar as
condições que levam o mundo numa direção mais justa.
Na esfera social, a Unidade Renascença atua por meio
de duas frentes: os Projetos Assistenciais e os Projetos
Presenciais. A primeira, sob a liderança dos alunos
do Grêmio, mobiliza, entre maio e dezembro, toda
a escola para a arrecadação de alimentos, roupas e
brinquedos. O material é distribuído de acordo com
datas especiais e necessidades para quatro instituições
carentes: Fraternidade Irmã Clara, Centro Social São
Geraldo, Orfanato Lar de Ismael e Creche Beth Lafer.
Já os Projetos Presenciais desenvolvem a vivência e a
doação do tempo. Os alunos da Unidade Renascença
recebem, semanalmente, jovens de uma creche
próxima à unidade, com os quais convivem. São
adolescentes que passam a desfrutar de momentos
de lazer e da oportunidade de se dedicar a trabalhos
manuais, de utilizar computador e de aperfeiçoar
conteúdos pedagógicos. Realizada em parceria com
a ONG Pensamento Positivo, outra iniciativa de
destaque são as visitas ao Hospital Santa Cecília, em
que os alunos jogam Rumikub com pacientes.
Mudança de hábitona unidade bialikinverno
Mais quenteaJudar é uMa grande brincadeira!
a iMportância de olhar o outrom
undo
mel
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ma tenta a todo o movimento
que valoriza a diversidade,
a Nova Escola se abre para a
sociedade, promovendo diver
sas ações sociais de volun
tariado e de trabalhos comu
nitários de destaque entre seus
alunos, sempre com referência
aos pr inc íp ios bás icos do
judaísmo. E mais. Ligadas tam
bém ao conceito de susten
tabilidade, as unidades desem
p e n h a m a i n d a a ç õ e s d e
preservação do planeta. Tudo
por um mundo melhor! Conheça
um pouco mais sobre esses
projetos que fazem toda a dife
rença na formação dos alunos,
bem como na vida de quem
recebe essas boas ações.Além de brinquedos e agasalhos, alunos doam seu tempo e dão aula de cidadania
Dedicação e amor para a construção de um mundo mais justo
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• 2
9 A origem do Rosh Hashaná está descrita na
Torá. Mas sua forma de celebração tem pouco
a ver com o que conhecemos hoje. “No sétimo
mês, no primeiro dia do mês, será um descanso
solene para vocês, uma comemoração
proclamada com o toque do shofar (trompete
feito de chifres), uma convocação santa”, diz
o texto bíblico (Levítico/Vayikra 23:23-25),
que faz a primeira referência à data sagrada.
Segundo o calendário hebraico, o sétimo mês é
Tishrei. O primeiro é Nissan, mês da libertação
do Egito, quando o povo judeu se tornou uma
nação. Em diversas passagens da Torá, a festa
é chamada de Yom Teruá ou Yom Hazicaron,
mas nunca de Rosh Hashaná.
Esse nome foi dado à festa apenas no período
mishnaico (10 a.C – 220 d.C), quando os
primeiros comentários da Torá foram compilados.
Outro fato que chama atenção é que, antes da
destruição do 1º Templo e do início do exílio na
Babilônia (586 A.C), os judeus comemoravam
quatro “anos novos”: o dia 1º de Nissan marcava
o ano novo dos Reis; o dia 1º de Elul era o ano
novo para os Animais. Já o dia 15 de Shevat
(Tu Bishevat) foi estabelecido como o ano novo
das Árvores, e o dia 1º de Tishrei, como o ano
novo dos Anos, por marcar o aniversário da
criação do mundo e de Adão e Eva.
Com a vitória do Exército babilônio sobre
os judeus em Jerusalém e a destruição do
1º Templo, as duas primeiras celebrações
foram extintas. Não havia mais reis judeus nem
o Templo para realizar os sacrifícios. Foram
mantidos apenas o ano novo das Árvores (Tu
Bishevat) e o ano novo dos Anos (Rosh Hashaná).
A celebração ao longo do tempoFestividade é oportunidade para reFletir sobre
o ano que passou e para renovar planos
Rosh Hashaná:novidade
brado a partir da noite de 18 de setembro – deixa de
ser apenas uma data sagrada do judaísmo e ganha
maior amplitude. Afinal, a celebração enfatiza a importân
cia do ser humano desenvolver a consciência de que
tem uma missão e de que suas ações afetam não ape
nas as pessoas próximas a ele, mas o mundo todo.
Por isso, o mês de Elul e o período que vai de Rosh
Hashaná a Yom Kipur são encarados, na tradição judai ca,
como uma oportunidade de refletir e rever os feitos
do ano que está no fim e de renovar planos e iniciativas
para os meses que estão por vir. “Todos os anos, quando
este Chag se aproxima, sinto que é hora de entrar em
contato com aqueles pensamentos e sentimentos que
deixamos de lado durante o ano”, diz Mindla Fleider,
coordenadora de Estudos Judaicos da Educação Infan
til da Nova Escola Judaica – Unidade Renascença.
Os conceitos de novidade e renovação são temas
emblemáticos no Rosh Hashaná. De acordo com o
Talmud, “novidade” significa algo que não tem, obriga
toriamente, nenhum elo com o passado. Já a ideia de
“renovação” está fortemente vinculada às experiências
vividas por cada um e nelas está fundamentada. São
justamente a renovação e a novidade que fizeram da
Rosh Hashaná a primeira festividade abordada pela
revista Juntos. Afinal, é esse o espírito que todo o pro
cesso de formação da Nova Escola carrega consigo.
Em geral, as pessoas são atraídas pelas novidades,
mas deixam a ideia de renovação em segundo plano.
Ficam felizes ao comprar um aparelho celular de última
geração, ao mudarse para um apartamento ou ao
escolher uma roupa nova. Por outro lado, quando têm
de retomar atividades ou rotinas, a sensação nem sem
pre é das mais agradáveis.
No entanto, na correria do dia a dia, são poucos os
que se dão conta de que novidade e renovação são
elementos indissociáveis. E é justamente no Rosh
Hashaná que há a oportunidade de corrigir esse erro.
Afinal, as novidades não acontecem sem que antes
haja o processo de renovação. Essa reflexão ocorre
com todos os indivíduos que se propõem a se dedicar
ao Rosh Hashaná, independentemente de idade.
“Quando penso em Rosh Hashaná, vem a palavra
‘recomeço’, pois é nesse momento que zeramos a cota
de acertos e de erros para começar uma jornada”, diz
Bruna Vizzone, estudante da Unidade Renascença. Mesmo
entre as crianças essa noção de renovação é muito forte.
“Acho uma data muito importante e significativa, pois
é mais um ano novo que está começando”, afirma Marina
Pereira Friedman, aluna do 5º ano da Unidade Bialik.
e renovação
P or que Rosh Hashaná é uma celebração diferente
de todas as outras no calendário judaico? A per
gunta, que à primeira vista se assemelha ao questiona
mento feito no tradicional Ma Nishtaná de Pessach,
convidanos a uma série de reflexões pessoais. Embora
não haja uma resposta única ou correta, é possível
recorrer ao pensamento de sábios judeus para obtêla.
Enquanto as outras festas marcam uma passagem
significativa na história do povo judeu (Purim, Pessach,
Sucot e Tisha Be Av, entre outras), o Rosh Hashaná
celebra um evento universal: a criação do primeiro
homem e da primeira mulher – Adão e Eva.
Assim, o Rosh Hashaná – que neste ano será cele
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Turma do Fundão Também Faz lição de casaCorrente
C olaborar para a formação da escola dos sonhos.
Foi com esse ideal que, em 2006, um grupo de
ex-alunos do colégio Bialik se reuniu e formou a Turma
do Fundão, cuja finalidade é ajudar da melhor maneira
possível a direção da instituição a torná-la uma refe-
rência não apenas na comunidade judaica, mas em
toda a sociedade. “O engajamento inicial foi impor-
tante, pois significou o retorno de uma geração que
deixou a escola há uma década”, diz Vivian Wrona
Vainzof, uma das fundadoras da Turma.
Com muita vontade de ajudar, mas sem saber exata-
mente como, o grupo mergulhou no universo do colé-
gio para entender sua realidade. Descobriu que 30%
dos matriculados não pagam a mensalidade integral
e são subsidiados pela própria instituição. Foi a partir
daí que as coisas se tornaram mais claras e a Turma do
Fundão começou a delinear sua razão de ser.
A lógica é simples: ao alocar verbas para subsi diar
bolsistas, a instituição garante um investimento impor-
tante – propiciar educação a jovens que não têm
condições de arcar com os estudos em sua totali-
dade – mas deixa de investir em outros pontos
de melho ria. Assim, se conseguir arre cadar
fundos, a Turma do Fundão minimiza o impacto
das bolsas nas finanças da escola, contri-
buindo, em última instância, para o desen-
volvimento contínuo do colégio.
Além de organizar eventos para
formar o tal colchão de liquidez,
a turma tem entrado em contato
com outros ex-alunos e pos-
síveis contribuintes. Hoje,
a Turma do Fundão conta
por Lucas Toyama
com cerca de 70 doadores que participam ativamente.
Além de ex-alunos, o grupo é composto ainda por
pais de alunos atuais e por pessoas que nunca estu-
daram na instituição. Desde o início das atividades,
foram arrecadados mais de R$ 210 mil, montante
que possibilitou investimentos em projetos de capaci-
tação de professores e alunos e em melhorias da
infraestrutura e dos equipamentos da escola.
E essa “turma do bem” tem tudo para crescer.
Com o projeto de união dos colégios Bialik e Re nas-
cença, a Turma do Fundão ganhará novos integrantes.
Ela passará a ser a Turma do Fundão da Nova Escola,
com mais mentes e corações em prol da constituição
de uma escola judaica de referência na formação de
cidadãos íntegros, críticos, éticos e capazes de
colaborar de maneira profícua com a sociedade.
Mais informações podem ser obtidas no site
www.turmadofundao.com.br
do bem
Os desafios das aulas de fisicasempre foram memoraveis, com direitoate a trofeus de giz , os famosos"kol hakavod". Mas agora o desafioe outro: ajudar a Nova Escola Judaicaa manter as criancas bolsistas no colegio.
Participe da Turma do Fundao.Um projeto dos ex-a lunos cr iadopara financiar bolsas de estudos e elevar a qual idade do ensinoda nossa escola.Acesse o site www.turmadofundao.com.brou ligue ( 11 ) 3093-0872.
Faca a sua parte e mostreque voce merece esse "kol hakavod".
Agradecimentos: • Foto: Way of Light • Tratamento de imagem: Image Nation • Fotolito: Litokromia
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