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Junho | 2011 |S18 |D19 |S20 |21 |Q22 |Q23 |S24 Ano II R$ 2,50 81 A trajetória de Geci Prates , uma das mães do PT A copa do Mundo de Jaison Barbosa Como vestir uma candidata a rainha Quem vem de longe para ver Ivete Renato HENRICHS Consenso político em meio à situação conturbada da saúde pública Ao destinar mais de 30% dos gastos ambulatoriais e hospitalares para o atendimento de pacientes de outros municípios, Caxias do Sul se firma como uma das principais rotas da ambulancioterapia no Estado PEDE CARONA A SAúDE Indústria local cresceu pouco no primeiro trimestre Roberto HUNOFF Maurício Concatto/O Caxiense

Edição 81

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Ao destinar mais de 30% dos gastos ambulatoriais e hospitalares para o atendimento de pacientes de outros municípios, Caxias do Sul se firma como uma das principais rotas da ambulancioterapia no Estado

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Junho | 2011|S18 |D19 |S20 |21 |Q22 |Q23 |S24

Ano ii

R$ 2,50

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A trajetória de Geci

Prates, uma das

mães do PT

A copado Mundo

de JaisonBarbosa

Como vestiruma candidata

a rainha

Quem vem de longe para ver

Ivete

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Consenso políticoem meio à situação

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Ao destinar mais de 30% dosgastos ambulatoriais ehospitalares para o atendimento de pacientes de outros municípios, Caxias do Sul se firma como uma das principais rotas da ambulancioterapia no Estado

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Índice

Expediente

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a Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Crescimento da indústria foi de 0,7% no primeiro trimestre

o caxiense entrevista | 5Com poucos números, secretário de Turismo garante que Caxias está preparada para a Copa

Boa Gente | 7Arte indecifrável na sala de aula eo campeão do xadez nos Jogos Escolares.Top 5 #CaxiasFacts por FYCS

ambulancioterapia | 8O peso de 47 municípios vizinhos sobre a saúde de Caxias

festa da uva | 11Os vestidos que contam – e reinventam – a História napassarela da escolha da rainha

Perfil | 14A despedida de Geci Prates, que rodou o Estado de Fusca com Olívio e Lula

Guia de cultura | 16Quatro dias para aplaudir de graçaa produção do teatro local

artes | 19Modigliani e Tim Burton trocam ideias e falam de amor em uma sala quasevazia. E deixam a porta aberta Ivete Sangalo | 20O ídolo e o show na versão de umadas milhares de fãs número 1

Dupla ca-Ju | 21As conclusões de Picoli e Macuglia sobre os amistosos

Guia de esportes | 22O basquete é a estrela do fim de semana

Renato Henrichs | 23Acordo entre situação e oposição dá fôlego à rede municipal de saúde

www.ocaXIenSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vitacomercial: Pita Loss e Calebe De Bonicirculação/assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveiraadministrativo: Luiz Antônio BoffImpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@eloisafrancisco eu vi primeiro no @ocaxien-se! RT @folhateen Gaúchos fazem sucesso com versão desleixada dos blogs de moda #tododiaumlook

@clarifioreze Morri de rir lendo a matéria so-bre o blog Todo Dia Um Look no @ocaxiense Muito bom! #tododiaumlook

@camila_Bertoldo Muito boa a matéria do @ocaxiense sobre o Passaporte da Leitura. :) #feiradolivro

@Lisifotos Belíssima! Parabéns à fotógrafa de Farroupilha que trabalha no Rio e foi premiada em Cannes com foto de Cuba #anarovati

@jornalisi Super amei o Top 5 dessa edição! Poesia: bem no clima do #DiadosNamorados S2 #top5pormarcodemenezes

Não é só porque eu sou um puxassaco por natureza, mas a matéria sobre maconha do

@ocaxiense está linda. Do tipo pra guardar para o futuro.

Pedro felipe f. Rech

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No Site

Soama é notícia no britânico Daily Mail | isto nada mais é que uma vergonha para nós caxienses. Es-

ses animais não sofrem maus tratos por parte de tratadores e veterinários, mas acreditem, eles rezam para que a comuni-dade se concientize em adoção e doação de alimentos e medi-camentos. Algo deve ser feito e, desculpe aos “amantes dos animais”, mas esta favela tem que acabar. Animais não adota-dos em determinado período deveriam ser exterminados. A verba da prefeitura deveria ir para orfanatos, creches, hospi-tais, asilos… Espero que esta notícia internacional pressione os órgãos responsáveis e os faça agir.

Marcos

agradecemos | Ao Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, pelas fotografias que ilustram as páginas 7, 8 e 9. O jornal fica à disposição para creditar as fotos cujo au-tor não foi identificado.

Que pobreza de espírito, Marcos! Animais sentem assim como nós. Que tal matar crianças que não são adotadas? Afi-nal, elas dão despesa para o Estado! Me diga o que tu faz pelas crianças, pelos idosos, pelos sem-teto? E em Caxias existem protetores suficientes para defender que parte do dinheiro de seus impostos seja repassada para os animais abandonados. Me revoltaria se a prefeitura não fizesse o que é de sua obriga-ção, repassando esse valor extremamente pequeno compara-do ao valor destinado para qualquer outro fim, como para os salários de prefeito, vereadores…

Luciara

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www.ocaxiense.com.br 318 a 24 de junho de 2011 O Caxiense

Caxias do Sul voltou a virar notícia internacional. Mas, mais uma vez, não há motivo de or-gulho. A chácara para 1,6 mil ca-chorros abandonados da Socieda-de Amigos dos Animais (Soama) chamou a atenção do jornal bri-tânico Daily Mail, que publicou reportagem em seu site. O texto estava repleto de brincadeiras. Em uma delas, fez um trocadi-lho com slum (favela, em inglês), dog (cachorro) e o termo slumdog (azarão). Mas a mais divertida foi a forma como o diário traduziu Soama para o inglês: Just Love (Só Ama, em português).

A passarela da BR-116, em São Ciro, tem todas as qualidades de uma novela – e não só porque se arrasta por meses. Nas últimas semanas, teve capítulo frustran-te (quando nenhuma empresa se candidatou para construí-la), um esperançoso (quando a RPP Em-preendimentos imobiliários apre-sentou proposta) e agora vive um período de apreensão. A empresa, que pedia R$ 600 mil pela obra – R$ 200 mil a mais do que o orça-do –, ouviu uma contraproposta da prefeitura e ganhou prazo até segunda-feira (20) para decidir se aceita. Sem revelar valores, o secretário municipal de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo, diz que o orçamento subiu, mas ainda está numa cifra bem distante daquela sugerida pela construtora.

A prefeitura tem pressa para evi-tar o final infeliz. Se não encontrar

o dia em que a Soama se transformou em Só ama

Impasse estacionana Zona azul

novela da passarelarepleta de suspense

uma luz para a segurança

em 5 dias, 546 pacientessem atendimento no Postão

SeGunDa | 13.jun

QuaRTa | 15.jun

QuInTa | 16.jun SeXTa | 17.jun

TeRÇa | 14.jun

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

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Durante a semana, prefeitura iniciou o programa para instalar 1,5 mil novas luminárias no município e anunciou licitação para o Zona Azul

Está cada vez mais difícil esta-cionar no Centro, mas parece que haverá uma vaga para quem lucra com a situação. Por determinação do Tribunal de Justiça, a prefeitura precisou rescindir o contrato com a Rek Parking, que administra o estacionamento pago. Os desem-bargadores consideraram irregu-lar a prorrogação da concessão em 2008 sem licitação.

Para evitar a paralisação da cobrança de forma abrupta, o Município assinou um contrato emergencial com a empresa até novembro, com possibilidade de

A greve dos médicos já ultrapas-sou dois meses sem esperança de definição, mas foi só esta semana que os caxienses tiveram a primei-ra radiografia – ainda que parcial – dos prejuízos da paralisação. Por cinco dias, entre 27 e 31 de maio, 546 pacientes ficaram sem consul-tas no Pronto Atendimento 24h (Postão), segundo exame de uma força-tarefa montada pela prefei-tura.

Na interpretação da Justiça, esse levantamento comprova o des-cumprimento de uma decisão an-terior por parte dos médicos. O Ju-diciário só permitiu a mobilização com o compromisso de que 100% da demanda fosse atendida com pelo menos metade do efetivo. O resultado ameaça pesar no bolso do Sindicato dos Médicos, multa-do em R$ 220 mil. A entidade avi-sou que irá recorrer.

uma solução até o dia 30, o Mu-nicípio corre o risco de perder R$ 300 mil do governo federal.

A prefeitura promete combater a insegurança noturna com uma arma óbvia, mas eficaz, segundo especialistas: melhorar a ilumi-nação das ruas. Por Ana Rech, a Secretaria Municipal de Obras

renová-lo por seis meses. Até o fim do ano, a prefeitura pretende lan-çar o edital de um novo concurso.

e Serviços Públicos começou a instalar 1,5 mil novas luminárias dentro do programa Caxias Mais Segura e iluminada.

O projeto prevê que 46 quilô-metros de vias sejam beneficiados em distritos como Galópolis e Vila Cristina e bairros como Pe-trópolis, Belo Horizonte, Vila ipê e Centro. A segunda etapa está orçada em R$ 1,6 milhão.

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Roberto [email protected]

O faturamento das indústrias li-gadas ao Simecs aumentou apenas 0,7% no primeiro trimestre do ano na comparação com 2010, soman-do pouco mais de R$ 4,030 bilhões. É o que consta no site na entidade. A atividade eletroeletrônica apre-sentou variação positiva de 4%, totalizando receita de R$ 387,3 mi-lhões. Já a metalmecânica fechou em queda no mesmo percentual, reduzindo suas vendas para R$ 530

milhões. O segmento automoti-vo, principal gerador de trabalho e renda do setor, movimentou R$ 3,1 bilhões, apenas 1% de alta sobre os três primeiros meses de 2010. No ano passado, o setor como um todo faturou R$ 17,2 bilhões, crescimen-to de 32%. A análise dos resultados e das negociações do dissídio cole-tivo será feita na segunda-feira (20), às 10h, pela diretoria da entidade durante coletiva à imprensa.

De 19 a 22 de junho a Pinoti Baby, grife de moda bebê de Caxias do Sul, participará da 37ª Feira inter-nacional do Setor infanto Juvenil/Teen/Bebê. Dedicada nos últimos 20 anos somente ao nicho de roupas para bebês, a empresa produz 12 mil peças por mês e as comercia-liza para mais de 2 mil lojas.

Com unidades em Porto Alegre, Caxias e Rio Grande, a Capse in-vestimentos prepara a ampliação de suas estruturas para atender a crescente demanda por investi-mentos financeiros. Dentre seus produtos estão ações, operações estruturadas, tesouro direto, clubes de investimentos, fundos exclusi-vos e Bolsa de Valores, Mercadorias

e Futuro de São Paulo. De acordo com seu diretor, Pedro De Cesaro, o mercado tem se mostrado bas-tante aquecido, com investidores buscando diferentes aplicações. Dentre os diferenciais da empresa está o atendimento personalizado, com acompanhamento do cliente desde o cadastro até a efetivação do negócio.

O presidente da Viação Santa Te-reza, fernando Ribeiro, é o con-vidado da reunião-almoço de segun-da-feira (20) da CiC de Caxias do Sul. Apresentará o tema O futuro do transporte coletivo. O encontro mar-ca os 25 anos da concessionária do transporte coletivo na cidade.

A Pink Lou, marca voltada para o público feminino teen, prepara a inauguração de sua primeira loja no Estado, em Caxias do Sul. Com 10 lojas espalhadas pelo Brasil, a fran-quia ocupará espaço no térreo do San Pelegrino Shopping.

A Criare Móveis, de Bento Gonçalves, é a primeira indús-tria moveleira nacional a ter seu aplicativo nos produtos Apple. Os clientes podem conferir o catálogode ambientes com imagens em 3De informações técnicas sobreos projetos. O app foi desenvolvidopara iPads, iPods e iPhones. A empresa integra o grupo Carraroe tem mais de 200 lojas no Brasil,incluindo Caxias.

Com o lançamento do Q-Comér-cio, a CDL de Caxias do Sul amplia as oportunidades para a qualifi-cação do varejo local. Seu foco é a gestão do negócio com um todo, visando maior competitividade por meio de melhorias em méto-dos e procedimentos. O programa foi, inicialmente, incorporado de forma pioneira no Estado pela CDL caxiense e agora é colocado à dispo-sição dos comerciantes. Ele integra um projeto mais amplo da Fede-ração das Câmaras de Dirigentes Lojistas, que é o de instrumentalizar lojistas gaúchos para posicionar o Rio Grande do Sul como referên-cia do varejo mundial até 2017.

Com foco na indústria naval, a 18ª edição da Feira Brasileira da Mecâ-nica e Automação industrial está confirmada para o período de 2 a 5 de agosto, no Centro de Eventos da Festa da Uva. Na segunda (20), a partir das 19h30, no Restaurante Don Claudino, haverá o lançamen-

to oficial da feira, com palestra de Marcus Coester, diretor-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvi-mento e Promoção do investimen-to. Ele discorrerá sobre a situação atual do polo naval e as perspecti-vas de sua implantação para o setor metalmecânico da Serra.

A Universidade de Caxias do Sul organiza para terça (21), no Salão de Atos do Bloco A, o 4º Seminá-rio de Sensibilização – Propriedade Industrial como Instrumento Es-tratégico de Fomento à Inovação. A iniciativa tem a parceria da Rede

Gaúcha de Propriedade intelectual e trará para a cidade, dentre outros especialistas, o analista de paten-tes do instituto Nacional de Pro-priedade industrial Alex Todorov. Destaque também para a apresen-tação do case da Grendene.

Marcopolo e Randon, as duas maiores companhias de Caxias do Sul, estão dentre as 23 empresas gaúchas distinguidas no 39º Prêmio Exportação do Rio Grande do Sul, uma iniciativa da regional gaúcha da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil. A entrega ocorrerá na segunda-feira (20), a partir das 19h30, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. A Marcopolo receberá seu prêmio na Trajetória Exportadora Master por posicionar-se dentre as maiores exportadoras do Estado por três anos e com taxa de crescimento significativa. A Randon será reco-nhecida pelo trabalho de diversifi-cação de mercados. Com matriz em Porto Alegre e filial em Caxias do Sul, a Constat aparece na relação de destaque no segmento de serviço de tecnologia de informação. A princi-pal autoridade presente ao encontro será o presidente do Banco Central, o gaúcho Alexandre Tombini.

Por que minha namorada merece um super presente de Dia dos Namorados? “Porque datas como essa não são para serem lembradas, mas sim para serem vividas. Melhor que dar um presente, é receber um sorriso. Melhor que ganhar um sorriso, é fazer memórias. Me-lhor que fazer memórias, é ser feliz hoje ao lado de quem se gosta.” Com essas inspiradas frases, Ericki Funes Gutierrez, 22 anos, venceu a promoção do jornal O Caxiense e homenageou Silvia Sbravati, 21 anos, com presentes especiais na data dos apaixonados. A promoção teve o apoio do Salão de Beleza iza Cabeleireira, Scapularium (San Pelegrino Shopping), Botticale Farmácia de Manipulação e Restau-rante Don Claudino, com organização da Divina informação.

Nessa semana Caxias do Sul manteve sua característica de pioneirismo em vários aspectos ambientais. A cidade é a primeira no país a ter um sistema de coleta e destinação adequada das lâmpadas fluorescentes, compactas e bulbos, estes usados na iluminação pública. Mas para que o sistema funcione o consumidor terá de se conscientizar em levar a lâmpada fora de uso para uma das 22 lojas já credenciadas. Além dos benefícios ambientais, a iniciativa torna-se ainda mais im-portante diante da proibição, a par-tir de 2016, da fabricação e importa-ção de lâmpadas incandescentes, o que tornará regra o uso das fluores-centes ou, então, do sistema LED, ainda mais durável e com menor consumo de energia. As fluorescen-tes têm mercúrio na sua composi-ção, enquanto o LED traz chumbo. Em ambos os casos, mais do que necessária a destinação adequada.

Moda infantilMercado financeiro

Ineditismo

Gestão qualificada

febramec

Patente industrial

Reconhecimento

namorados premiados

Custos da evolução TÍMIDo cReScIMenTo no TRIMeSTRe

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por JoSÉ eDuaRDo [email protected]

esde 2009 no comando da Se-cretaria Municipal de Turismo, Jaison Barbosa, 40 anos, busca alternativas para alavancar o cres-cimento do setor, divulgando a cidade por meio de viagens pelo Brasil e pelo mundo. Agora, seus próximos desafios são a Festa da Uva de 2012 e a preparação para a Copa de 2014 – Caxias do Sul quer se tornar um Centro de Trei-namento de Seleções. Mas nada tira o sono do secretário. Para ele, o município tem condições de receber um dos maiores eventos esportivos do planeta.

o senhor realizou quatro gran-des viagens internacionais desde que assumiu o cargo de secretá-rio de Turismo. Quais os resul-tados para caxias?

Realizei uma visitação técnica em Madri. Fui em duas reuniões durante dois dias. A Organiza-

ção Mundial de Turismo disse que a primeira entidade a ser fi-liada no Rio Grande do Sul seria a Tur Caxias, uma nova entidade criada para trabalhar com os ro-teiros turísticos. No Paraguai, fa-lei sobre a cidade para um grupo de ministros do mundo todo. Na Argentina, fizemos um trabalho de divulgação da Serra Gaúcha. Dirigentes da Fifa vinham me perguntar: “Caxias está na busca para ser centro de treinamento?”. Em Portugal, fomos na Bolsa de Turismo de Lisboa. Minha pri-meira atitude foi ter uma reunião com o presidente da TAP (Trans-portes Aéreos Portugueses). isso porque havia uma solicitação do nosso trade turístico de que essa viagem (voo Porto Alegre - Lisboa) é importante.

Mas chegou a ter algum retorno direto?

Claro. Consegui a garantia de que, durante o Salão de Turis-mo de Gramado, teremos a inte-

gração do voo da Europa com o Rio Grande do Sul. O presidente da TAP vai vir com um grupo de empreendedores europeus e pro-meteu trazê-los a Caxias do Sul.

caxias hoje des-ponta no turismo de passeio na Ser-ra?

Tivemos a cons-trução de dois pro-cessos importantes no aspecto turístico nos últimos 15 anos: a criação dos rotei-ros e a criação da secretaria. Caxias é uma cidade que re-cebe turistas. Numa Caxias da aventura, Criúva é um roteiro importante. Descobrimos que nossos rodeios e torneios de laço recebem muita gente de fora. Percebemos em um evento que mais de 45% das pessoas vieram do entorno de Caxias. O nosso principal agente receptivo hoje é

a Caxias dos negócios e, dentro deles, estão os eventos.

então, os turistas que vêm para os eventos seguem, por tabela, para os roteiros?

Na maioria dos casos, sim.

É crescente a pro-cura dos turistas pelos roteiros? em reportagem de o caxiense em 2010, os próprios comerciantes di-ziam que a procura estava baixa.

Quem comercia-liza sempre quer

mais, e é bom que seja assim. isso instiga a melhoria e a qualifica-ção.

e eles dão um retorno sobre o número de visitantes?

Nos roteiros, temos 11 pou-sadas cadastradas e entregamos

o caxiense entrevista

“Nosso potencial é o turismodoméstico.Quando se tem essa capacidade não é necessário tanto o turismo internacional”

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“Caxias tem CapaCidadede reCeber a Copa”Mesmo com deficiências no aeroporto e hotéis já alcançando 67% de ocupação, secretário do Turismo, Jaison Barbosa, defende condições da cidade para abrigar seleções em 2014

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Segundo secretário, as obras para o Som & Luz só não ficam prontas antes da Festa da Uva “se der um tufão” ou por impedimento ambiental

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uma folheteria. O turista pode escolher onde quer ir. Conhecer o La Cittá, com a igreja de São Pele-grino. Quando aproveitamos um evento regional, como o Choco-fest, e a rede hoteleira lota, é dito que só servimos para pouso. Mas o pouso representa mais de 30% dos gastos do turista. É claro que ampliar esse roteiro é um fator que fomentamos.

os representantes dos roteiros relataram crescimento no nú-mero de turistas?

Temos um trabalho dentro da UCS chamado Observatur. Com ele, trabalhamos a coleta de da-dos de todos os municípios. Exis-te uma série de dificuldades nos levantamentos. Não se tem uma equação. Em todos seminários que vou é discutido que faltam dados e pesquisas. O Ministério do Turismo diz que o viajante in-ternacional ampliou.

aqui em caxias?No país, no Estado e acaba

ocorrendo naturalmente em Ca-xias. Nosso potencial é o turis-mo doméstico, onde está o maior número de visitantes. Quando se tem essa capacidade não precisa tanto do turismo internacional. Porém, pode existir a crise in-terna. Caxias se fortalece por ter dinamismo econômico. Entendo que neste ano o turismo vai mui-to bem e só tende a crescer até as Olimpíadas.

e os dados da pesquisa da ucS?Vejo que existe uma certa difi-

culdade na questão desses ques-tionários e também nos preços destas pesquisas. Nós fizemos al-gumas pesquisas internas. Temos um questionário que é feito nos Centros de informações.

chegaram a perceber um cresci-mento?

Em junho, julho e agosto temos os maiores fluxos. Com a gripe (Gripe A, em 2009), caiu drasti-

camente. Foi um impacto de nível global, o que mostrou a impor-tância de termos inúmeros focos.

É possível quantificar o cresci-mento do turismo?

Sim. Existem pesquisas realiza-das pelo Sindicato de Hotéis. Elas dizem que o fluxo turístico na ci-dade é de 67%. isso não é pouco dentro do número oficial de 3.280 leitos. Em um mês, são 105 mil leitos. Na agenda de 2010, ocor-reram quase 2 mil eventos em Ca-xias. Mas podem dizer: “o tango não gerou nada”. Gerou, sim. Os casais que vieram dançar ficaram hospedados onde? Pergunta às pessoas se foi fácil conseguir hotel em Caxias.

Sobre a gestão Sartori, que avali-zação o senhor faz?

No turismo, temos uma grande felicidade. O primeiro secretário do PT ficou apenas um ano. Foi um tempo de verificação de re-cursos e de tentativa de ter um organograma funcional. Com o início da nossa gestão, trabalha-mos com o Conselho Municipal de Turismo a criação do site, fol-ders e uma série de coisas que não existiam.

Quais os próximos projetos do senhor na secretaria?

Tenho um grande desafio que é a Festa da Uva. Eu, que sou de São José dos Ausentes, chego aqui e vejo uma estrutura toda ina-dequada (em relação ao Som & Luz). Minha primeira atitude foi tirar aquilo lá. Temos um projeto do novo Som & Luz, que, na mi-nha visão, é muito bom. A estru-tura vai começar a ser montada. Já chegaram os pré-moldados. A arquibancada deve ficar pronta no máximo para o fim de agosto. Vou fazer diversos testes de ilu-minação e sonorização.

Por que houve seguidas prorro-gações para o início da obra?

Quero dizer que é um orgulho

que tenho de não ter perdido o recurso (conquistado por emenda parlamentar). isso demonstra o trabalho do meu departamento financeiro. Essa obra passou por inúmeras licitações, mas não pas-sou por nenhuma negociação. E se não deram certo foi porque as empresas não foram competentes. Então, foi melhor a obra não ser iniciada para não ficar inacaba-da. A seriedade com que a Viezzer está construindo nos dá tranquilidade.

chega a ter uma possibilidade de a obra não ficar pronta até a festa da uva 2012?

Só se der um tufão ou barrarem a obra por questão am-biental. Não acredi-to de forma alguma.

o espetáculo vai ser diferente também?

Claro. Totalmente diferente, mas não vou contar.

como a cidade se prepara para receber os turistas durante a festa da uva?

isso tudo está sendo pensado, estudado, analisado, inclusive nas próprias viagens que tenho feito.

e para a copa, a cidade se encon-tra preparada estruturalmente?

Não acredito que Caxias precise da Copa do Mundo para se quali-ficar, para ter dois grandes clubes de futebol, para ter a UCS, para ter a estrutura do Recreio da Ju-ventude, para ter 21 hotéis e oito pousadas, para ter quase 4 mil leitos, para ter a Festa da Uva e o pavilhão que se movimenta todo ano.

o aeroporto comporta receber o fluxo da copa?

O aeroporto não existe por cau-sa da Copa. Podemos melhorá-

lo. Então, devemos usar a Copa como legado de motivação para olharmos e percebermos tudo o que temos de bom e o que pode-mos usar para buscar infraestru-tura para o município. Tenho cer-teza que Caxias tem capacidade de receber a Copa.

Tem capacidade atualmente?Mas claro. Porque tem um povo

capaz.

Mesmo com a atual condição do aero-porto?

Se fosse assim, a África não recebe-ria a Copa. Quantas regiões brasileiras têm a infraestrutu-ra que a Serra Gaú-cha tem? Nenhuma dessas cidades tem a capacidade de re-

ceber a massa de turistas que vêm com a Copa. Mas isso é durante os 22 dias. Caxias tem a capacida-de de sustentabilidade ambiental para este período. Porque Caxias do Sul se programa e faz a Bar-ragem das Marrecas, faz a coleta de lixo automatizada. Onde na África tem coleta de lixo automa-tizada? E a África fez fiasco? Não, pelo contrário. Temos condição de estar entre os melhores muni-cípios.

a capacidade hoteleira, sempre atuando com margem alta de lotação, está apta para receber a copa?

A rede hoteleira trabalha de forma integrada. Antigamente, quando tínhamos uma Festa da Uva, as pessoas precisavam ser hospedadas em casas. A partir do momento em que unimos a Serra, as pessoas ficam nas cidades da região. Nessa rede se tem apro-ximadamente 30 mil leitos. Se pegar os dados do Ministério do Turismo, isso corresponde entre 5% a 10% da capacidade de leitos do país.

“Devemos usar a Copa como legado para percebermos o que temos de bom e o que podemos usar para buscar infraestrutura”

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Há dois anos, Vilmar, 14 anos, jogou a sua pri-meira partida de xadrez. Foi durante as aulas de educação física na Escola Municipal Nova Espe-rança, na Vila Amélia, bairro Desvio Rizzo. Na última semana, o garoto, que é bom em mate-mática e “mais ou menos” nas outras disciplinas, ficou em primeiro lugar na categoria infantil do xadrez nos Jogos Escolares. Pelo regulamento da competição, cada partida tinha duração de 15 minutos, bem menos do que em uma partida normal, que pode durar horas e até dias. Vilmar disputou sete e achou os 15 minutos mais do que suficientes para o xeque-mate. “Eu acabava sem-pre antes do tempo.” Vilmar tem experiência em acabar logo com uma partida de xadrez. Quan-do aprendeu a jogar, ensinou a irmã Graciela, 10 anos. Nos treinos em casa, elimina rápido a opo-nente. Com os colegas da sua idade, aprendeu o segredo dos melhores enxadristas. “Antes eu fi-cava nervoso. Mas na competição eu tive calma. E o importante no xadrez é ficar calmo.”

Formado em Licenciatura em Artes, Robinson Cabral le-cionou durante dois anos. Foi tempo suficiente para perceber que a escola não prepara o jovem para fazer leitura de arte e que esse modelo de aula em que o professor ensina e os alunos ouvem está longe do ideal. "O professor não tem que ensinar nada, ele está ali para instigar, provocar e encher o aluno de referências", defende Robinson. Na última semana, ele apresentou no Ordovás o seu documentário Lendo arte. No vídeo, 25 alunos de três escolas de Caxias interpretam di-ferentes obras de arte. "isso é arte?", indagaram alguns sobre o banco de carne em um ponto de ônibus, de Nana Corte. Já o Cristo de Bruno Segalla foi melhor aceito, mas por uma questão religiosa, não por mérito artístico. Para Robinson, entender a relação entre os jovens e a arte é o primeiro passo para estabelecer um novo tipo de diálogo entre alunos e pro-fessores. "Ler arte é ter um olhar mais sensível, mais percep-tivo. Quem tem essa sensibilidade também percebe melhor o mundo ao seu redor, porque a arte está a serviço da vida."

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celebridades da Internet | Nos primórdios, Caxias já se desta-cava no meio, criando os primeiros virais, utilizando os e-mails como ferramenta de divulgação, promoven-do então o contorcionismo dentro de carros importados e a paisagem local nua e crua.

Troca-troca | Nossa festa local foi abalada por um troca-troca fora do comum. A soberana da época, num golpe de mestre, matou dois coelhos com uma cajadada; realizou o sonho da irmã e com isso tirou tempo para encontrar com o baixinho do futebol.

o eterno ex-BBB | Somente Ca-xias do Sul teve a capacidade de dar a um sujeito insuportável o status de eterna celebridade por sua participa-ção sofrível no famoso reality show da Globo. E você aí trabalhando por nada...

choque do Lasier | Uma ge-ração toda teve como principal lem-brança o emblemático acidente en-volvendo o jornalista Lasier Martins, quando este sofreu um choque ao vivo no Jornal do Almoço. "Voltamos já já com o comentário de Paulo Roberto Falcão."fYcS | Quem é? São? Não se sabe. O que se sabe é que Caxias foi desmas-carada tal como o retrato de Dorian Gray e agora as coisas não serão mais como antigamente.

#caxiasfactspor fucK YeaH coLuna SocIaL

Celebridade no Twitter e persona non grata entre os habitués mais badalados de Caxias, o misterioso FYCS dá rasante pela coluna para listar os cinco fatos "que levaram o nome de nossa pequena Sicilia além fronteiras". Coisa fina.

por MaRceLo aRaMIS

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por VaLQuÍRIa [email protected]

s 8h40 de terça-feira (14), a dona de casa Sirlei Ribeiro, 38 anos, estava na entrada do Centro Es-pecializado em Saúde (CES) e tentava ligar para o celular do motorista da van que levaria ela e a filha Suelen, 11 anos, de volta a São Marcos. As viagens a Caxias do Sul se tornaram uma rotina desde que a menina começou a sentir fortes dores no estômago. A família até tentou atendimento no município, mas não teve jeito: só há acompanhamento pela rede pública com um gastroenterolo-gista em instituições caxienses. “Tem médico lá, mas só atendi-mento particular, e a gente não tem condições”, explicou Sirlei.

A busca por saúde exigiu esfor-ço. Mãe e filha precisaram acor-dar às 5h. Meia hora depois, a van passou na frente da casa delas, já repleta de sonolentos passageiros que também recorreriam a Caxias atrás de um médico. Suelen se submeteu a uma rápida consulta, mas ouviu uma recomendação.

Precisará voltar ao centro caxien-se em seis meses para reavaliação e renovação das receitas para os remédios de uso contínuo. Sirlei resignou-se.

“Seria pior se o SUS (Sistema Único de Saúde) não nos ajudasse. Claro, é difícil levantar de manhã, no frio, mas é melhor do que não ter atendimento”, explicou a mãe, antes de embarcar na van onde esperaria até que os outros passa-geiros terminassem suas consul-tas pela manhã.

No setor de endocrinologia do CES, três andares acima de onde Sirlei telefonava para o motoris-ta da van, a auxiliar de cozinha Maria Adelina Rabello, 33 anos, recebia atendimento. A vinda de São Francisco de Paula demorou duas horas e meia, mas a consulta que Maria esperou durante meses levou apenas 10 minutos.

Já que não tinha como pegar um ônibus que chegasse tão cedo em Caxias, ela estava hospedada com a filha na casa de uma tia desde a noite anterior. Maria so-fre de diabetes desde os 10 anos e precisa de acompanhamento

médico regular. A frequência ao CES depende da condição de saúde.“Venho quando estou ruim”, diz, explicando que isso costuma acontecer, em média, duas vezes por mês.

Em razão da es-trutura enxuta por ter uma população de 20 mil habitan-tes, o SUS de São Francisco de Paula a encaminhou para Caxias. “Era aqui ou Porto Alegre”, disse Maria, que preferi-ria não ter de optar por uma das duas cidades, mas reali-zar o acompanhamento em São Francisco. “Mas pela nossa saúde a gente tem que se sujeitar a tudo.”

Sirlei e Maria fazem parte dos milhares de gaúchos que anu-almente vêm a Caxias para fazer tratamento de saúde. É a política chamada de regionalização da saúde. Ela prevê que as principais cidades do Estado, escolhidas por seu porte, transformem-se em

polo regional. Esses municípios recebem verba para, além de su-prir a demanda local, atender a moradores de cidades vizinhas (ou nem tão vizinhas assim), que,

pelo seu tamanho, não têm infraestru-tura adequada para tratamentos mais complexos. Por obrigar que os pa-cientes embarquem em ambulâncias (ou vans, ônibus e outros veículos das prefeituras) e pe-guem a estrada, o programa se tornou mais popular por

outro nome: ambulancioterapia. Segundo Marcos Antônio Lo-

bato, diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Am-bulatorial da Secretaria Estadual da Saúde, Caxias aparece entre as cinco maiores cidades polo do Estado – ao lado de Porto Alegre, Canoas, Pelotas e Passo Fundo. Os números da Secretaria Municipal da Saúde dão uma dimensão do quadro. Em 2010, os gastos am-

ambulancioterapia

“Pela saúde, a gente tem que se sujeitar a tudo”, resigna-seMaria, que saiude São Francisco de Paula para ser atendidaem Caxias

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drama da saúd epega a estrada

Pacientes de 47 cidades recorrem a Caxias para atendimentos de média complexidade e representam cerca de um terço dos gastos ambulatoriais e hospitalares do município

Feliz é um dos municípios que enviam pacientes para instituições caxienses, responsáveis por atender uma população de 1,1 milhão de habitantes

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bulatoriais em Caxias passaram dos R$ 36 milhões. Desse total, 34,52% foram investidos para re-ceber moradores da região. Com os gastos hospitalares, a situação se assemelha. Dos R$ 35 milhões, 30,17% tiveram como destino pa-cientes de fora.

A ambulancioterapia se baseia em uma premissa simples. “Não podemos ofertar todos os servi-ços que a população precisa em todos os municípios”, afirma Lo-bato. Segundo ele, é necessário ter volume mínimo de atendimentos para que valha a pena. “Não daria para botar um cirurgião cardíaco em um município de 5 mil habi-tantes. Ele vai fazer atendimen-tos gerais e vai perder a prática, porque a chance de ter um caso é raríssima. Por isso, tem que regio-nalizar para garantir qualidade”, ressalta.

Mas não é só quem necessi-ta do SUS que precisa se deslo-car para ser atendido. A opera-dora de máquinas Cátia Müller Munchen, 36 anos, tem plano de saúde, mas precisaria pagar uma consulta particular se quisesse receber atendimento de um car-diologista em Feliz. Acabou no Círculo Operário na manhã de terça-feira. “É ruim lá embaixo (em Feliz). Lá é pequeninho, tem sempre esse transtorno de vir

para cá porque não tem médicos que atendem por esse plano”, dis-se. Às 9h30, já estava liberada de sua consulta, mas a espera ainda levaria tempo. Ela aguardava os outros passageiros dentro da van que estava estacionada no Hos-pital Pompéia. Enfrentaria uma hora de viagem. “Seria ótimo se lá tivesse esses atendimentos. Vou perder a manhã toda aqui”, disse Cátia, que só pode viajar a Caxias por atendimento médico porque trabalha apenas à tarde e à noite.

na mesma van de feliz, estavam a agricultora Beatriz Pe-zzi, 34 anos, e o pai dela, o apo-sentado Rafael Seidel, 63 anos, que usava um boné com o nome da cidade. Ela conta que o pai, que sofre de câncer, recém ha-via saído de uma consulta com o urologista, especialidade médica sem oferta em Feliz. Ele passou por uma cirurgia recente – “tudo encaminhado pelo SUS de Feliz”, segundo a filha –, e os dois pre-cisaram ficar 11 dias em Caxias. “Fazer o quê? Tem que ir onde consegue”, conformou-se Beatriz, contando que eles voltariam no dia seguinte e na segunda-feira da outra semana para novos exames no Pompéia.

Assim que o veículo de Feliz partiu do estacionamento, a dona de casa ivete Prezzi, 52 anos, de

Bento Gonçalves, desceu as esca-das da entrada do Pompéia para fumar um cigarro. Ela acompa-nhava a irmã mais velha, Lour-des, internada depois de uma cirurgia de próte-se de quadril. Elas procuraram ajuda caxiense porque na cidade de origem não existe suporte para uma operação dessa complexidade. Lourdes se operou em março. Foi enca-minhada para casa, mas, depois de uma infecção, precisou voltar a Caxias. A irmã acompanhou todo o proces-so. Além do desconforto de dor-mir fora de sua cidade, em uma poltrona de hospital, tem de arcar com os gastos de alimentação e viagens – ela e outras duas irmãs se revezam nos cuidados a Lour-des. “Não é fácil. É terrível. Ben-to precisaria de um ortopedista. Tem, mas não atende pelo SUS.”

O Pompeia é referência regional em três especialidades: traumato-ortopedia, neurocirurgia e cirur-gia cardíaca. Segundo a super-visora de recepção do hospital, Daeli Beatriz Prombatti, 115 pa-cientes por mês, em média, vêm de outros municípios para inter-nação. “Neste número não estão

os dados de emergências, avalia-ções e exames, que é um volume bem maior”, pondera.

Outra referência para cidades vizinhas, o Hospital do Círculo

até recebe pessoas de municípios que teriam estrutura para atendê-las – como o caso de Gra-mado, que tem UTi –, segundo a ad-ministradora Paula Cristina de Olivei-ra. É segurança que eles buscam na ins-tituição caxiense. Um exemplo são as gestantes de risco,

que vêm para Caxias porque a ci-dade tem os únicos hospitais com plantão 24 horas de ginecologia. “Nós brincamos que nosso pátio é estacionamento de ambulância de outras cidades”, conta Paula.

a situação não é exclusiva do Círculo. Descendo até o Hos-pital Saúde, é possível ver muitas placas de outras cidades: Coti-porã, Fagundes Varela, Protásio Alves, Nova Bassano, Jaquirana, Guabiju, São Jorge... Mesmo de forma involuntária, as frases nos veículos ironizam a situação. O carro da prefeitura de Veranó-polis tem o desenho um coração com os braços abertos, que segura

“Não daria para botar um cirurgião cardíaco em um município de 5 mil habitantes. Ele vai perder a prática”, dizMarco Lobato

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uma faixa com os dizeres: “Saúde com qualidade mudando a cida-de”. A ambulância de Farroupilha destaca que a prefeitura está “cui-dando da nossa gente”.

Naquele quarteirão, motoristas dormiam dentro das vans naque-la manhã de terça-feira. Outros se reuniam em um restaurante de comida campeira em fren-te ao hospital. Lá passam horas, conversando e olhando pela ja-nela para ver se as pessoas que precisam levar de volta às suas cidades já terminaram seus tra-tamentos. Os pacientes também têm de esperar na calçada até que a lotação de suas ambulâncias ou vans se complete. Pegando um sol para afastar o frio estava o casal de agricultores Adair, 36 anos, e Evandra Migon, 31 anos. “Vai ser o dia inteiro esperando aqui”, pre-via Evandra, que, com o marido, veio de Fagundes Varela para fa-zer uma consulta com um reuma-tologista no horário da tarde em um consultório particular. A con-sulta seria paga pelo casal, com ajuda da prefeitura. “Lá tem médi-cos, mas eles não são especializa-dos”, diz Adair. Até que o horário marcado com o médico de Caxias chegasse, o casal do município de pouco mais de 2,5 mil habitantes não sairia dali: “Não dá para ca-minhar muito porque a gente se perde”, disse Adair.

Outro que não pretendia andar muito para não se arriscar pe-las ruas de Caxias – uma cidade grande aos olhos de quem é acos-tumado ao movimento reduzido dos municípios pequenos – era Valdemar de Souza, 42 anos, de Nova Prata. Ele faz acompanha-mento médico no Hospital Saúde, depois de uma operação no qua-dril no ano passado, que o afastou do trabalho. “É uma cirurgia bem complicada. Achei vantajoso fazer em Caxias. Eu pesquisei antes e vi que aqui era o melhor lugar, com

mais equipamentos”, contou Val-demar, sozinho na frente do res-taurante, de olho no ônibus ainda vazio que embarcaria mais tarde de volta à cidade onde mora.

os dados da Secretaria Municipal da Saúde revelam que, no SUS, Nova Prata não está en-tre os cinco municípios que mais enviam pacientes a Caxias. Far-roupilha é a campeã, seguida por Vacaria, Bento Gonçalves, Nova Petrópolis e São Marcos. “Somos referência para 1,1 milhão de ha-bitantes. São cerca de 420 mil ha-bitantes daqui e 700 mil de fora que atendemos, vindos de 47 mu-nicípios do entorno”, contabiliza a secretária Maria do Rosário, ci-tando os tratamentos principais: cardiologia, oncologia, traumato-ortopedia, neurologia, fonoau-diologia e otorrinolaringologia.

Tamanha procura não chega a ser um problema, garante a se-cretária. Conforme ela, o atendi-mento a outras cidades não cos-tuma tirar as vagas dos caxienses, porque o município recebe verba para realizá-lo.

“Em alguns momentos, há dis-puta de oferta, porque há poucos especialistas em algumas áreas. Mas, para que o município possa ofertar serviços de alta complexi-dade para a sua população, ele é obrigado a ofertar para os da re-gião, senão ele não recebe os re-cursos para ser referência”, explica Maria do Rosário.

Por ter esses serviços de refe-rência por conta de seu tamanho, Caxias deve encarar a condição de município polo como uma vantagem, e não o contrário, con-forme Lobato, da Secretaria Esta-dual da Saúde. Mas ele admite: a saúde pública carece de mais in-vestimento estadual e federal. “O que deve acontecer é um aumento no número de leitos em Caxias e em toda a região”, avalia.

Dados do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) mos-tram que a quantidade de leitos de internação em todo o Estado diminuiu. Em Caxias do Sul, de 2005 a 2010, o número passou de 1.741 para 1.542, uma diminuição de 11,4%. O problema se agrava, segundo Maria Rita de Assis Bra-sil, vice-presidente do sindicato, porque prefeituras encaminham pa-cientes aos grandes centros para atendi-mentos que pode-riam ser realizados em suas cidades. “São procedimentos de pequena e mé-dia complexidade. Nem todas as ambu-lâncias andam pelo Estado a fora por necessidade”, explica Maria Rita, dizendo que a prática sobrecarrega os mé-dicos. “Ela (a regionalização da saúde) é necessária e importan-te, mas não pode burlar o acesso. Lembro-me de um acidente na estrada com pessoas de Santa Vi-tória que estavam indo para Rio Grande fazer hemodiálise. Essa regionalização não está correta”, salientou.

A melhora deve ocorrer a partir de um estudo das necessidades da região, conforme a vice-presiden-te. “Para desobstruir os grandes centros é bom que venham pa-cientes tratar-se em Santa Maria, Passo Fundo e Caxias, mas tem de ver como a rede das cidades com-porta isso. Às vezes, essa rede mal dá conta. Tem de ser bem nego-ciado com essa prefeitura.”

Para tentar evitar o colap-so na sistema de saúde, não são os pacientes de fora que decidem em que instituição de Caxias serão tratados, como explica o diretor do Hospital Geral Sandro Jun-

queira. “O atendimento que é fei-to na região é regulado pela Cen-tral de Regulação de Leitos. É lá que é feito esse equilíbrio, decide-se para que hospital vai, para que as pessoas de fora não usem mais do que as pessoas daqui”, afirma.

O HG não contabiliza qual par-cela das 1,2 mil internações, 600 cirurgias e 33 mil exames men-

sais diz respeito a pacientes de outras cidades. Junqueira destaca, porém, que os serviços de alta complexidade do hospital – oncológi-cos, cardíacos e das UTis – são referên-cias para a região. “Para os tratamen-tos de alta comple-xidade, existe quase um equilíbrio entre demandas da região

e de Caxias”, analisa. No Hospital Geral, as mesmas

vans vistas em outras instituições da cidade estacionavam ali no fim da manhã da terça. O veículo de São Marcos, onde viajaram Sirlei e a filha Suelen – citadas no co-meço desta reportagem –, era um exemplo. As duas aguardavam dentro da van uma paciente que fez hemodiálise. Pouco antes do meio-dia, ivori da Silva da Rosa, 68 anos, caminhava a passos len-tos em direção ao veículo, ampa-rada por uma das pessoas da van após o tratamento. Ela faz sessões há nove meses, três vezes por se-mana. “Em São Marcos tem dois hospitais, mas não tem hemodiá-lise”, justificou ivori.

A pior parte, segundo ela, e en-frentar o frio de manhã cedo para a jornada. Ela reflete sobre as di-ficuldades de ter que vir a Caxias já que sua cidade não oferece o tratamento de saúde que necessi-ta: “É ruim, mas, se a gente quer viver, tem de enfrentar”.

“Tem de ver como a rede das cidades comporta isso. Às vezes, essa rede mal dá conta”, diz Maria Rita de Assis Brasil, do Simers

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Em busca de consulta com um gastroenterologista, Sirlei (E) traz a filha Suelen de São Marcos, mesma cidade de Ivori (D), que faz hemodiálise

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por caMILa [email protected]

lém das atividades do concurso, as candidatas ao trio de soberanas da Festa da Uva enfrentam uma bateria de avaliações da cidade que irão representar. Os caxien-ses julgam pela aparência e por breves aparições públicas quem é merecedora dos títulos de rai-nha e princesas. Para o dia 3 de setembro, resta então apenas um elemento surpresa a ser avalia-do: o traje. Carregados de osten-tação e significados, os vestidos produzidos especialmente para o desfile, que custam em média R$ 6 mil, consomem a aten-ção de candidatas, costureiras e pes-quisadores ao longo de quatro meses.

Neste ano, os tra-jes serão uma ho-menagem às 25 rai-nhas que a Festa da Uva já teve. Cada candidata recebeu uma foto antiga e uma ficha com a descrição das roupas e materiais utilizados. Aquelas que recebe-ram como modelo rainhas que usaram vestidos curtos, comuns na década de 60, foram orienta-das a fazer versões longas, para se encaixar no padrão das demais. Conforme Zuleika Corlatti, vice-presidente da Comissão Comuni-tária ao lado do marido, Milton, a festa também aconselha que as meninas levem em consideração o peso do vestido. “A festa não exige o mais caro e vestido não conta ponto. Há os que são bem simples mas levam muita beleza para a passarela”, comenta.

os trajes de pelo menos quatro candidatas sairão das mãos habilidosas de Lola, 81 anos, e Tine Sales, 47 anos. Com a paixão em comum pela costura,

mãe e filha expõem no ateliê fotos de vestidos criados para a festa. Em quadros pendurados na pare-de estão os trios de soberanas de 1994 até 2006, com trajes oficiais costurados por elas. Em álbuns e porta-retratos ficam as imagens das criações para os concursos. Uma foto de Vanessa Susin, prin-cesa em 2008, durante uma pro-va do vestido demonstra a reação esperada das meninas ao vestir o traje: um espontâneo olhar de en-cantamento com a imagem refle-tida no espelho.

Acostumadas a costurar para noivas e debutantes, uma clien-

tela naturalmente ansiosa, Lola e Tine vivem os dias de tra-balho mais intenso a cada dois anos, quando atendem as candidatas. Porém, a busca por mate-riais diferenciados é permanente.“Usar pérola para os ca-chos de uva é o mais fácil, mas fica lindo com botões, que dão brilho e formato de

um jeito diferente”, exemplifica Tine. Para tecidos, ela afirma que a luminosidade é característica obrigatória.

Mãe e filha comparam a ansiedade das candidatas à expec-tativa das noivas por ver o vesti-do pronto, mas uma diferença grandiosa interfere no entusias-mo. “Ao invés de no máximo 600 pessoas admirarem aquela roupa, uma comunidade inteira o fará”, afirmam. A quantidade de fato-res que influenciam a produção também é considerável: candida-ta, mãe, entidade, pesquisadora, tema da festa, cores, bordado de uvas. Assim, ao longo de dois me-ses, com pelo menos três provas, a dupla trabalha em cada vestido “até que fique perfeito”. Para Tine, luxo e brilho são indispensáveis.

Trajes reais

“A roupa não é de quem faz a concepção ou da costureira. É da menina que veste e da comunidade que a elege”, destaca Tânia

a

soNHos Feitos para VestirEm meio a tecidos, pesquisas e histórias, nascem os vestidos que devem encantar as candidatas e o público do concurso de rainha da Festa da Uva

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as rainhas que cada candidata vai homenagear no vestido: 1. Adélia Eberle, 1933 | Lisiane Viezzer Bordin; 2. Odila Zatti, 1934 |

Gabriela Tomanchievicz Kern; 3. Zila Turra, 1958 (E) | Marília Segalla; 4. Maria Elisa Eberle, 1954 | Paula Souza dos Santos; 5. Olivia Teresinha

Morganti, 1950 | Muriel da Rocha Pistorello.

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“É uma passarela, as pessoas que-rem ver um espetáculo”, justifica. “O vestido dá segurança, por isso se coloca o melhor que se tem.” isso normalmente resulta em tra-jes de até 8 quilos, armados por saias com babados de tule, o que não parece preocupar as meninas que poderão usar a roupa ao lon-go de toda festa, como embaixa-trizes, caso não sejam escolhidas para o trio de soberanas.“O efeito na passarela é fundamental, nem que tenha que sofrer depois”, ex-plica Tine.

Com 60 anos dedicados à cos-tura, Lola custou a acreditar que seria a responsável por produzir os vestidos oficiais do trio de so-beranas da festa de 1994. “Apesar de ter que fazer um histórico da minha vida e distribuir em folhe-tos para mostrar que eu era capaz, foi muito gratificante”, diz ela, que antes produzia os trajes de gala usados no concurso – somente o trio de soberanas usava os trajes típicos.

A manga ampla que baila com o abanar das meninas foi criada por Tine para as soberanas de 2000, pensando no efeito que causaria nos corsos alegóricos. A caracte-rística reinou absoluta nos pedi-dos das candidatas dali em dian-te. Elementos que evidenciam a feminilidade também são impres-cindíveis, como cinturas marca-das e decotes discretos. Apesar das determinações originadas na pesquisa de referências, as cria-ções das costureiras levam em consideração o tipo físico e o jei-to de ser da menina. Lola mostra como um vestido sem detalhes, marcando a cintura ou a barra da saia, feito em tecido salmão claro, dá a ilusão de ótica de que a miú-da embaixatriz tem o porte altivo de uma rainha.

a pesquisadora Vera Sté-

dile Zattera explica as diferentes fases da cultura que norteava a confecção dos trajes. Até 1991, a proposta era homenagear os co-lonizadores, que implantaram o cultivo da uva. Assim, os trajes se assemelhavam à roupa usada pela mulher colona, ou seja, saia e blusa ou camisa, avental e len-ço atravessado no peito. Para ela, quando uma ou duas dessas peças não são usadas, perde-se a carac-terística do traje.

Adornos, como bordados e ren-das, não descaracterizam a rou-pa, desde que aplicados no corte correto.“O pesquisador tem que ter uma certa habilidade para perceber onde está a característi-ca e não cair para a moda”, indica, afirmando não se tratar de uma crítica aos estilistas. “A partir do momento que vai para a moda, torna-se mundial, enquanto tra-ta-se de um traje regional. É por isso que tem mais de 50 festas co-munitárias no Estado sendo que não se sabe mais de quais cidades

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6. Helena Luiza Robinson, 1961 | Daiane Rizzi; 7. Silvia Ana Celli, 1965 | Karine Capeletti;

8. Elizabeth Menetrier, 1969 | Kelin Zanette; 9. Margareth Trevisan, 1972 | Amanda Adami Santi; 10. Marisa Dotti, 1984 | Shania Rodrigues Pandolfo

11. Roxane Torelly, 1975 | Michelle de Mateo; 12. Marília Conte, 1981 (C) | Roberta Toscan;

13. Annemarie Brugger, 1978 | Angélica Dosciatti; 14. Patrícia Roth dos Santos, 1998 | Adriane Muneretto.

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são”, explica. Para ela, o vestido precisa contentar a candidata, ter impacto na passarela e respeitar as referências históricas. “A com-posição do traje tem que fazer com que ela se sinta maravilhosa e feliz. Senão, ela não vai se sentir bem na passarela. E se eu não es-tiver feliz com o resultado, ela não sai do ateliê.”

Na festa de 1994, a partir do estudo Elementos do Vestir Re-gional, implantou-se a ideia de fazer releituras das roupas de mu-lheres que moraram na região, e não mais das que vieram da itá-lia. A pesquisadora Tânia Tonet, autora do trabalho, utilizou fon-tes primárias, como fotos, peças originais e relatos. Ao prestar consultoria às candidatas na con-cepção do vestido, Tânia leva em consideração o tipo físico, a per-sonalidade, a história da menina e de seus antepassados e, sobretu-do, a identidade regional. “Como diz Eça de Queiroz, toda cultura transmutada é uma nova cultura. Nossa cultura é de descendente de italianos, mas somos um povo brasileiro e gaúcho”, destaca Tâ-nia.

A partir do estudo surgem bor-dados e pedrarias imitando uvas. Conforme Tânia, os colonos ti-nham o hábito de pendurar os cachos da fruta nas roupas em época de colheita. “Eu vi isso em fotos, existiu, não foi inventado pelo pesquisador. O uso da uva só se fixou porque foi algo espontâ-neo”, explica.

neste ano, a proposta de homenagem mescla as duas fa-ses anteriores, ao relembrar as 25 rainhas da Festa. Para Vera, os vestidos deverão se inspirar em elementos como cor, tipo de saia ou corselê, mangas, decotes e bordados, mas não reproduzir o vestido antigo. “É preciso analisar aquela figura, com aquela roupa, e perceber qual a característica. A riqueza que vem em cima disso não importa. Mas cuidado: não é cópia”, alerta, lembrando que o figurinista deve criar o traje base-ado em estudos e pesquisas.

Para Tânia, por ser um vesti-do com características regionais, as criações deste ano, apesar de aludir a tempos passados, serão atemporais. “A moda fala de uma época, mas o traje fala de uma re-gião”, enfatiza. Responsável pela introdução dos vestidos mais lu-xuosos nos concursos, Tânia refu-ta a possível ideia de se implantar um uniforme para as candidatas. “Os vestidos são um espetáculo à parte. A expectativa no dia do concurso é para ver os trajes, além do estado anímico delas. Para se sentirem seguras, precisam estar se sentindo lindas”, conclui. “A roupa não é de quem faz a con-cepção ou da costureira. É da me-nina que veste e da comunidade que a elege.”

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15. Patrícia Horn Pezzi, 1996 | Catrine Pereira Stronge; 16. Catiana Rossatto, 1991 | Aline Casagrande; 17. Cristina Bria-ni, 1994 | Lídia Flores; 18. Fa-biana Bressanelli Koch (2000)

| Fabiane Velho; 19. Sílvia Slomp, 1986 | Flávia Zanotto

Colognese; 20. Deliz De Zorzi, 1989 | Carla Brandalise; 21.

Juliana Marzotto, 2002 | Bruna Perusato Giechelin; 22. Julia

Brugger De Carli, 2006 | Jéssica Thomé; 23. Priscila Tomazzoni,

2004 | Francine Guerra; 24. Andressa Grillo Lovato, 2008 | Aline Dallegrave; 25.

Tatiane Frizzo, 2010 | Amanda Nichele.

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por RoBIn [email protected]

ose, não adianta, nós temos que fazer as leis. Temos que criar um partido”, repetia a sindicalista Geci Lautert Prates à amiga Rosi-ta Bado, naqueles difíceis anos 70.

Era ditadura militar. A abertu-ra democrática ainda não tinha rompido a barreira das promes-sas, mas a jovem já mostrava um traço que a caracterizaria por toda a vida: o idealismo. Naquela épo-ca, Geci defendia os direitos dos trabalhadores da indústria gráfica e se participava da formação do que viria se tornar a Central Úni-ca dos Trabalhadores. Mas não foi o bastante. Com fama de durona, Geci e sua vontade de fazer leis ajudaram a formar um dos maio-res siglas de centro-esquerda das Américas.

O Partido dos Trabalhadores foi seu mais importante “filho”. Pelo PT, Geci esquecia de comer, dormia em portas de igreja e ven-dia sanduíches no cio da Terra – uma espécie de Woodstock caxien-se, realizado nos Pa-vilhões da Festa da Uva em 1982 – en-quanto o restante da juventude de Caxias se divertia. Ela co-mandou o diretório municipal da sigla, representou o Esta-do na composição dos dois primeiros diretórios nacio-nais, coordenou campanhas e foi candidata a vice-governadora quando ninguém mais o queria.

A sindicalista viu o “filho” ca-minhar a passos largos antes de não poder mais dar sua opinião sobre os rumos do PT. Às 8h40 de quarta-feira (15), aos 68 anos, ela morreu de falência múltipla dos órgãos e metástase do sistema nervoso central. A petista lutava contra o câncer havia seis anos. A doença primeiro atingiu as ma-mas, depois, os ossos, o fígado e, no dia 6, chegou ao cérebro. Nos últimos dias, não falava muito. Li-mitava-se a respostas como “sim” e “não” às perguntas feitas por quem a visitava. Mas, até os dias finais, jamais respondeu afirmati-vamente se sentia dor.

Rosita, com quem Geci morou por 42 anos, acompanhou a últi-ma batalha da amiga de perto. As duas se conheceram na indústria gráfica caxiense. Trabalharam ao mesmo tempo na Lito Caxias quando Rosita tinha 15 anos e Geci, 26. Os amigos em comum costumam dizer que Rosita era a mais racional da dupla, e Geci agia com a emoção. Enquanto Geci perdia conta do tempo nas reuniões do partido, era Rosita quem providenciava comida e lugar onde dormir quando Geci trazia para casa companheiros do

PT sem avisar.As duas passaram a dividir uma

casa quando a mãe de Rosita fa-leceu. Ela e a irmã, Meri, de me-nos de dois anos, foram morar com Geci e a mãe, Cecília. Geci, nascida em Carazinho, já vivia em Caxias havia cerca de 10 anos. Quando Cecília morreu, anos depois, ela e Rosita foram para o Pensionato São José. A irmã de Rosita foi encaminhada para um orfanato. Geci e amiga continua-ram na indústria gráfica, em em-presas diferentes, e a aproximação com a política se consolidou com a participação de movimentos da igreja durante a ditadura militar.

Elas integraram a Juventude Operária Católica (JOC). Foi onde Geci passou a perceber seu interesse pelos movimentos po-pulares, o que culminou com a entrada para o sindicalismo. Foi uma pioneira: tornou-se a primei-ra presidente mulher do Sindicato dos Trabalhadores das indústrias Gráficas de Caxias do Sul, em 1975. “Era uma guerreira. imagi-

na, naquela época, em uma cidade ma-chista como Caxias, presidente do sindi-cato dos gráficos?”, impressiona-se o ar-tista José de Oliveira Luiz, o Zé do Rio, colega de partido de Geci por anos.

A amiga e com-panheira de sigla Neiva Alves lembra de algo que pode

ter feito Geci ganhar a confiança de tantos homens: a sinceridade. “Não é porque era minha coma-dre que deixava de me dizer o que pensava. No sindicato, ela tinha ideias claras e sabia conduzir as coisas.”

foi no sindicalismo que co-nheceu o ex-presidente Luiz iná-cio Lula da Silva, então também líder sindical. Mais especifica-mente, nos encontros para tentar tornar a Central Única dos Tra-balhadores (CUT) representação exclusiva dos trabalhadores no país, no final da década de 70. As reuniões também fazem parte das raízes do Partido dos Trabalhado-res. Geci representou o Rio Gran-de do Sul nas duas edições iniciais da Comissão Executiva Nacional e ajudou a consolidar o partido nas primeiras eleições.

Somente partidos com can-didaturas em pelo menos cinco estados poderiam participar das eleições de 1982, e Geci concor-reu a vice-governadora na chapa de Olívio Dutra. “Ninguém mais tinha coragem para ser candidato naquela época”, lembra Rosita, re-ferindo-se ao medo de represália durante o começo da reabertura democrática. A própria Rosita foi candidata a vereadora em Caxias – faltava um nome para fechar a

Luto na política

“Não é porque era minha comadre que deixava de me dizer o que pensava. Ela sabia conduzir as coisas”, afirmaNeiva Alves

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a fundá-lo, Geci Prates, 48 anos, lutou por seis anos contra um câncer com a mesma determinação com que

conduziu sua militância política

Page 15: Edição 81

lista –, mas nem ela diz ter votado no próprio nome.

ainda longe de contar com a estrutura de segundo maior partido do país, posição conquistada anos mais tarde, Geci e Olívio rodavam o Estado em um Fusca para fazer campa-nha. Naquela primeira peregri-nação, foram acompanhados pelo candidato do partido ao governo de São Paulo na época, Lula. Os dois homens grandes e barbados e a mulher alta tinham dificulda-des para achar abrigo nos rincões do Estado. Geci, então, tentava buscar a compaixão dos padres – afinal, fazia parte da Juventude Operária Católica. Mas nem sem-pre os sacerdotes deixavam os três dormir nas paróquias. Em muitas noites, sem opção, eles se amon-toaram em frente a igrejas.

O ex-governador Olívio Dutra lembra que ela também buscou as primeiras doações para mo-biliar as sedes do partido. Ainda antes do votação de 1982, Geci e Rosita foram morar em Porto Alegre. Olívio foi eleito prefeito anos mais tarde, e Geci assumiu a articulação da administração mu-nicipal junto aos sindicatos.

A petista trabalhou durante 10 anos com o ex-governador. Nes-te tempo, ainda foi candidata a vereadora e deputada estadual, além de ocupar cargos de lideran-ça dentro do PT no município e no Estado. “Ela deixa exemplo de perseverança, firmeza nos propó-sitos, franqueza, preocupação de que o partido estabelecesse rela-ções com os movimentos sociais, e o da capacidade de reconhecer o interesse público e de lutar para que ele se sobressaia aos partidá-rios e particulares”, afirma Olívio.

Geci participou da campanha em 1998 e foi chefe de gabinete do ex-deputado estadual Roque Grazziotin. Eles se conheceram nos movimentos juvenis da igre-ja, ainda nos anos 70, quando, lembra o padre, a Juventude Operária teve que passar a se chamar Pastoral da Juven-tude para escapar da perseguição dos militares. A petista se orgulhava, inclu-sive, de não ter apa-nhado na ditadura. Contava que fazia discursos em frente às empresas gráficas, sabia que os militares a estavam esperando e fugia com ajuda de outros sindi-calistas. “Ela era uma incentiva-dora, idealista, uma sonhadora. Parecia durona, mas era muito afável”, descreve o religioso.

a petista também trabalhou nas campanhas de Marisa Formo-lo para prefeita e deputada esta-dual. Chegou a assessorar Marisa na Assembleia, onde conheceu Denise Pessôa, 28 anos, uma das novas promessas do PT em Ca-xias. “Estamos velhas, temos que apostar em gente nova”, dizia Geci a Rosita nos últimos anos.

“Lembro do último final de se-mana de campanha, todos está-vamos cansados e a Geci chegou e disse: ‘Vamos fazer uma carre-ata’. E fizemos”, recorda Denise. A energia da ex-sindicalista era acompanhada, descreve a verea-dora, de senso de organização e respeito. “Se alguém tivesse um pouco de vontade, ela sempre incentivava. Mesmo com muito mais idade e experiência, ela nun-

ca tentou impor nada para nós durante a campanha.”

A preocupação com a juven-tude era encontrar quem levasse adiante as ideias do partido, que,

apesar de muito di-ferente do que aju-dara a fundar, não admitia que fosse criticado. Geci fazia parte da Unidade na Luta, mas transitava por todas as corren-tes do Partido dos Trabalhadores. “Ela se preocupava com o PT, mas também tinha que morar, comer...”, lembra a

amiga Rosita. Toda essa dedica-ção fez com que conhecesse os preceitos do partido como pou-cos, assegura Denise. Com tanto envolvimento com o “filho” que nunca deixou de vigiar, nunca ca-sou, não por falta de pretenden-tes – segundo amigos, teve muitos namorados.

Geci enfrentou o câncer com a mesma firmeza com que se envolveu com os destinos petis-tas. No fim de 2010, quando a do-ença atingiu o fígado, começou a fazer transfusões de sangue. Mas nem se queixava quando avisa-va Denise que faltaria ao serviço para cumprir o procedimento. Meses antes, encontrou-se com o ainda presidente Lula. Foi no co-mício de Dilma em Caxias, no dia 21 de outubro.

Já debilitada, pediu que a ve-readora a ajudasse a caminhar durante o encontro. Segundo De-nise, o presidente pediu que ela fosse visitá-lo em Brasília uma úl-tima vez antes dele “descer a ram-pa”. O câncer não deixou.

“Imagina, naquela época, em uma cidade machista como Caxias, (uma mulher) presidente do sindicato dos gráficos”, destaca Zé do Rio

www.ocaxiense.com.br 1518 a 24 de junho de 2011 O Caxiense

Na primeira eleição para o Piratini depois da reabertura democrática, Geni concorreu ao lado de Olívio Dutra. Em

1988, nas eleições municipais, tentou uma vaga na Câmara

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Edital de INTIMAÇÃO DE LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO 1ª Vara de Família - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: dias. Natureza: Levantamento de Interdição Processo: 010/1.10.0032991-7 (CNJ:.0329911- 46.2010.8.21.0010). Requerente: Nilva Toss Frizzo e Neda Toss Objeto: INTIMAÇÃO, a quem interessar possa, que foi proferida sentença procedente de-terminando o levantamento da interdição das requerentes.

Caxias do Sul, 03 de junho de 2011.SERVIDOR: GEOVANA ZAMPERETTI NICOLETTO. JUIZ: Maria Olivier.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Page 16: Edição 81

Recomenda

Recomenda

RecomendaRecomendal Morro do céu | Documentá-

rio. Domingo, 17h | ordovásA sessão conta com a presen-

ça especial do cineasta Gustavo Spolidoro, que apresenta seu mais recente filme para celebrar o Dia do Cinema Brasileiro. Morro do Céu é uma pequena comunidade de descendentes de italianos na Serra. Lá, o jovem Bruno Storti e seus amigos preenchem os dias de verão entre túneis de trem, a colheita da uva e a descoberta do primeiro amor. A entrada é fran-ca. 71 min..

l o céu de Lisboa | Drama. Terça (21), 20h | ucS

O Projeto Cinéfilus dá continui-dade ao ciclo de exibição da obra do cineasta alemão Wim Wen-ders com o longa de 1994. Uma parceria Alemanha/Portugal, a produção conta a história de um engenheiro de som que vai a Lis-

boa ajudar um amigo a concluir seu filme. Porém, o desapareci-mento do amigo faz com que o engenheiro percorra toda a capi-tal portuguesa à procura dele. A entrada custa R$ 3.

l a Árvore | Drama. Quinta (23) e sexta (24), 19h30 (leg.) | ordovás

indicado ao César e exibido na programação oficial de Cannes, o filme da diretora Julie Bertuccelli conta a história de uma família cuja vida é abalada pela morte do pai. Enquanto a filha de 8 anos se afeiçoa a uma figueira do jardim, onde diz sentir a presença do pai, a mãe tenta retomar sua vida nor-mal. Uma produção França/Aus-trália. Com Charlotte Gainsbourg e Morgana Davies.

aInDa eM caRTaZ: Água para elefantes. Drama. 20h20 (leg.), sem sessão na terça (21), UCS | Incêndios. Drama. Sábado e domingo, 20h. Ordovás | Kung fu Panda 2. Animação. 14h30, 16h30, 18h30 e 20h45 (dub.), 14h, 16h, 18h e 20h (dub. 3D) e 22h (leg. 3D). iguatemi | Piratas do

caribe 4: navegando em Águas Misteriosas. Aventura. 15h15, 18h15 e 21h15 (leg.). iguatemi | Qualquer gato vira-lata. Comé-dia. 14h45, 17h, 19h40 e 21h40. iguatemi | Rio. Animação. 16h (dub.). UCS | Se beber, não case! Parte 2. Comédia. 13h30, 15h40, 17h50, 20h10 e 22h10 (leg.). iguatemi | Velozes e furiosos 5 – operação Rio. Ação. 18h (leg.) UCS | X-Men: Primeira clas-se. Ação. 13h45, 16h45, 19h20 e 21h50 (leg.). iguatemi |

l cucastortas | Sábado (18), 20h |

Esta banda de música autoral, que surgiu no período aquariano de 2006, faz um som degenerado e tenta mexer com as energias do espectador está lançando seu pri-meiro CD, Varal de Ideias, pelo Financiarte. O grupo mistura estilos latinos, brasileiros e gaú-chos com o experimentalismo dos anos 60 e 70 para formar o que chamam de “rock gauchilei-ro experimental”. Na formação, César Augusto Paim (guitarra e voz), Alexandre Betete (voz e gui-tarra), Bob Valente (baixo), Nano Zanandrea (bateria e voz) e Mar-celinho Silva (percussão). Teatro do ordovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l fernando aver Jazz Trio | Domingo, 19h30 |

O mais clássico do jazz. É esse

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[email protected] carol De Barba |

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O drama franco-australiano a Árvore, com sessões na quinta e na sexta, no Ordovás, fala sobre a superação do luto

InGReSSoS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estu-dantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito indus-trial. 3209-5910 | ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programa-ção ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antu-nes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

Page 17: Edição 81

Recomenda

o conceito que o Fernando Aver Jazz Trio busca em seu primeiro álbum, que leva o nome da ban-da e foi custeado pelo Financiarte. A formação atual conta com Fer-nando Aver na guitarra, Marcos Petta no baixo e Fernando Zorzi na bateria (substituindo Rodrigo Zorzi, que gravou o CD). ingres-sos antecipados podem ser ad-quiridos na Escola Acordes Jazz Atelier Musical e na loja Rei da Música.Teatro do ordovásR$ 10 | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

TaMBÉM TocanDo – Sá-bado: festa Latina. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Top Hits. Eletrônica, pagode e ser-tanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | DJ Zonatão e Liquid Souza Band. Eletrônica e rock. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Radiofonia e DJ eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJs audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Bailinho do Paulinho. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | astafix e Tor-vo. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | adelar Bertussi e Grupo Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | os Blugs. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Ópera Liz. Rock nacional e in-ternacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | caixa acústica e a4. Rock. 23h30. Bukus Anexo. 3285-3987 | Preview Vestibular de Inverno 2011 anglo americano. Analú Giacomolli DJ convidada. Eletrô-nica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | festival covernation. Rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Sam-beabá. 0h. Boteco 13. 3221-4513 | Domingo: franciele Duarte e Banda. Rock clássico. 22h. Mis-sissippi. 3028-6149 | camisa 10 e

DJ eddy. Pagode. 21h. Portal Bo-wling. 3220-5758 | Terça (21): Robledo Rock e Domênico an-zolim. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | fabiano Godoy e Pity almeida. Pop rock. 21h30. Boteco 13. 3221-4513 | Quar-ta (22): arraiá do Vagão. Ton e os Karas. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Disco. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | franciele Duarte e Banda. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Rodrigo Marenna e Sasha Zavistanovicz. Pop rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Maurí-cio e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | festa anos 70 e 80 com a Banda Sunny Music. Pop e Rock. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | Quinta (23): flávio ozelame e Trio. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Pro-jeto Rock e cultura. Vagão Clas-sic. 3223-0616 | fabrício Beck Trio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Macuco. Tra-dicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Gui oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Sex-ta (24): Toolbox. Pop rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | el Baile. Fes-ta à fantasia. Eletrônica. 23h. Ha-vana. 3224-6619 | andy and The Rockets. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | DJs audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | franciele Duarte e Banda. Rock. Vagão Classic. 3223-0616 | Quar-teto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Gui oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | H5n1 e DJ eddy. Pop rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Rock Rocket. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Vo-lux e DJ Mono. Samba rock e som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Seleção do Samba. Pop rock. 21h30. Boteco 13. 3221-4513 |

l Teatro Daqui | De terça (21) a sexta (24) |

A mostra reúne espetáculos de grupos caxienses financiados pela Lei Municipal de incentivo à Cul-tura, pelo Financiarte e pelo Prê-mio Anual de incentivo à Monta-gem Teatral. PRoGRaMaÇão: Terça (21): Memórias de uma Solteirona. 20h. Zica Stockmans interpreta uma quarentona independente, vendedora de mão cheia, que tem um entrave na sua vida: as pen-dências espirituais com Tia Gér-debra, uma freira que a mantém eternamente virgem. Direção de Sandro Martins. 12 anos. 60min.. | Quarta (22): Romeu e Julie-ta – Jamais Vós Vereis algo Se-melhante. 20h. A comédia, que comemora os 10 anos do grupo Atores Reunidos, conta a história de amor mais famosa de todos os tempos sob a ótica de dois freis, acusados de serem os responsá-veis pela tragédia. Com Raulino Prezzi e Ana Fuchs. 12 anos. 80 min.. | Quinta (23): ali-se... aqui ou acolá. 16h. A peça da Cia 2 apresenta uma visão diferente da obra de Lewis Carroll. fazendo referência a situações e persona-gens da cultura nacional, provo-cando reflexões sobre identidade, transformação e união. Direção de Márcio Ramos e Tefa Polido-ro. Com Beta Padilha, Camila Cardoso, Elvis Barbieri, Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni, Jéssica Pistorello, Rachel Zílio e Vinícius Padilha. Livre. 60Min.. | Sexta (24): o Vale dos Sonhos. 20h. Com músicas de Samuel Sodré e direção de Tânia de Castro, os bo-nequeiros do grupo Quiquiprocó contam a viagem de Rodrigo para

o Vale dos Sonhos, onde terá que salvar a luz do arco-íris das gar-ras do malvado Noturno. O texto e a confecção dos bonecos são de Andréa Peres. No elenco, Andréa Peres, Tháfila Rodrigues, Pricila Toni, Milena Molardi e Jasmine Pereira. Livre. 40min..Teatro do ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Sobre tomates, tamancos e tesouras | Quarta (22), 20h |

A peça da Cia. Teatro da Mafal-da, de São Paulo, conta a história de Mafalda Mafalda, uma artista de cabaré banida pelo seu público após uma apresentação malsuce-dida. O espectador logo acaba por saber que algo grave se passou na fatídica performance. Algo que envolve o uso de uma tesoura, de tomates e de um pesadíssimo tamanco do Dr. Scholl. Com An-drea Macera. Direção de Rhena de Faria. 14 anos. 70 min.Teatro do SescR$ 5 (comerciários), R$ 7,50 (estu-dantes e sênior) e R$ 15 | Rua Mo-reira César, 2462 | 3221-5233

l o Mágico de oz | Terça (21) e quarta (22), 20h, e quinta (23), 15h |

O musical tem direção de Billy Bond e conta a encantadora his-tória de Dorothy, uma garotinha que mora em uma fazenda no Kansas, interior dos EUA, e é le-vada junto com seu cachorrinho Totó para uma terra mágica e dis-tante, além do arco-íris: a Terra de Oz. ingressos na By Ange, Brisa Calçados e San Pelegrino Shop-ping Mall.ucS TeatroR$ 80 e R$ 40 (crianças até 12 anos) | Cidade Universitária | 3218-2309

www.ocaxiense.com.br 1718 a 24 de junho de 2011 O Caxiense

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Fernando Aver (E) comanda o jazz trio que lança seu primeiro CD neste domingo, no Teatro do Ordovás

Page 18: Edição 81

l Relicário de Delicadezas | A partir de quarta (15). Visitação de segunda a sábado, das 9h às 22h, e domingo, das 14h às 21h |

O fotógrafo gaúcho Carlos Pa-nitz expõe pela primeira vez em Caxias. A mostra reúne 15 ima-gens capturadas em situações do dia a dia, em lugares comuns como parques, bares e ruas, mas com um olhar que provoca o ima-ginário do espectador.Shopping IguatemiEntrada franca | RSC 453, 2780 | 3289-9292

l Quadrado do espírito | De segunda a sexta, das 8h às 22h |

A exposição da artista visual e jornalista Yara Baungarten reúne gravuras, serigrafias, vídeos e ins-talação com inspiração em obras de alquimistas. Com curadoria de Ana Zavadil e cocuradoria de Flávio Drum de Almeida, Ra-quel Longhi, Simone Aguiar Dal

Bosco e Suzana Pezzi (alunos da Disciplina Curadoria, ministrada pela professora Mara Galvani).Hall Superior campus 8Entrada franca | RS-122, Km 69 | 3289-9000

l Brotações | De segunda a sexta, das 8h30min às 18h, e sá-bado, das 10h às 16h |

A artista porto-alegrense Adma Corá exibe obras em cerâmica e papel machê. Adma trabalha com a experimentação contínua e acredita em sua arte como um eterno desafio.Galeria MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l arquitetura uruguaia contemporânea | De segunda a sexta, das 9h às 22h |

A exposição apresenta 50 obras de arquitetura produzidas no Uruguai e no Exterior por arqui-tetos formados na Faculdade de Arquitetura de Montevidéu. A

produção apresentada concentra-se na organização das plantas, no tratamento das superfícies e na articulação do objeto no entor-no. Com organização do Museu da Casa Brasileira, Consulado da República Oriental do Uruguai e Escola da Cidade e curadoria de Ruben Otero, Luis Zino e ignacio Errandonea. A mostra integra o calendário de eventos comemo-rativos aos 15 anos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UCS e do Campus 8.Hall Inferior campus 8Entrada franca | RS-122, Km 69 | 3289-9000

l folc – Industrial | De se-gunda a sexta, das 9h às 19h; sá-bado e domingo, das 15h às 19h |

A artista porto-riquenha Bea-triz Santiago Muñoz está em Ca-xias do Sul desde o dia 9 de maio para produzir um trabalho para a 8ª Bienal do Mercosul. Ela tra-balhou com pessoas da comuni-dade, coletando objetos vincula-dos a noções políticas. Dentro do projeto Cadernos de Viagem, nove artistas de diferentes nacionali-dades percorrem regiões do Rio

Grande do Sul e, a partir dessa experiência, produzem uma obra.Galeria do ordovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

aInDa eM eXPoSIÇão – a porta aberta. Alessandra Bal-dissarelli. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do ipam. 3901-1316 | 10 anos do Museu dos capu-chinhos. De segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h. Mu-seu dos Capuchinhos. 3220-9400 | no ar - o Rádio e a Televisão em caxias do Sul. Terça a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal | o observador. Marcos Clasen e Giovana Mazzochi. Diariamente, das 8h às 20h. Jardim de inverno do Sesc. 3221-5233 | o veneno que nos cerca - plantas tóxicas. De segunda a sábado, das 10h às 22h, aos domingo, das 14h às 20h. San Pelegrino Shopping. 3022-6700 | V clic ambiental. Coleti-va. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado e domingo, das 15h às 19h. Sala de Exposições do Or-dovás. 3901-1316.

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Na exposição Relicário de Delicadezas, no Iguatemi, o fotógrafo Carlos Panitz descobre o colorido de cenas cotidianas

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exposição | a porta aberta

todos os

amores de aLessaNdra

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por MaRceLo [email protected]

Espaço Cultural Farmácia do ipam, que recebe pequenas exposições – em geral, de novos artistas – é uma sala com cerca de 9 m² na entrada da filial da farmácia na Dom José Barea, atrás da prefeitura. É uma galeria modesta, de pouca visibilidade e fre-quentada por quem precisa mais de remédio do que de arte. O livro de visitas tem a média de 15 assinatu-ras por exposição. E cada uma cos-tuma ficar em cartaz por um mês. Certamente as obras são vistas por mais gente do que o livro consegue registrar (até mesmo nas galerias convencionais, onde as pessoas vão com a única finalidade de admirar as obras, assinar o livro não é hábito da maioria). Enfim, o lugar, que é muito útil aos artistas e espectadores estre-antes, é pouco conhecido. Parece ser pouco procurado também. Quem recepciona os clientes na popular matriz da farmácia, na Pinheiro Ma-chado, nunca ouviu falar nesse tal de espaço cultural. É nessa galeria que Alessandra Baldissarelli, de quem Caxias ainda vai ouvir falar muito, realiza a sua primeira exposição in-dividual. a porta aberta, em cartaz até 1° de julho, é um lugar para en-contros sem compromisso.

Alessandra, 24 anos, formou-se em Artes há menos de dois meses. A sua exposição de estreia é uma seleção de 10 trabalhos realizados durante a faculdade, a maioria em 2008. Há xilogravuras, colagem, de-senho, grafite, carvão e pintura. Uma amostra de cada experiência que a artista teve durante o curso. A expo-sição marca uma indecisão comum aos recém-formados. Por enquan-to, Alessandra só decidiu que ainda não é hora de optar por um único rumo. “Para a exposição, selecionei os meus melhores trabalhos. É o que eu percorri nas diversas linguagens da arte. Não sou muito dessa ideia de trabalhar com uma linguagem só. Pretendo continuar essa experimen-

tação”, explica a artista que abraça o todo porque não está preparada para despedidas ou ainda não se apaixo-nou por uma técnica a ponto de en-ciumar as outras, esfriar a relação.

No último semestre do curso, em 2010, Alessandra conquistou o 2° lugar no 4° Salão Campus 8 pela ins-talação re des cobrir. Uma árvore de cerâmica, com galhos de papel ma-chê, sobre uma colina de livros pin-tados de branco, recebia uma proje-ção de vídeo. O ciclo da vida e dos dias como metáfora para o apren-dizado, a germinação de ideias, o florescer da arte. Quando iniciou o curso, de Licenciatura em Artes, Alessandra estava convicta de que queria lecionar. Ensinar ainda está nos planos profissionais da artista, mas agora divide espaço com a meta de continuar aprendendo através da produção autoral.

As referências da exposição re-forçam o entusiasmo de Alessandra em frente a uma porta aberta para a diversidade do mundo da arte. Ela consegue misturar – e organizar – arabescos emprestados de Beatriz Milhazes, traços de Modigliani e viagens estéticas de Tim Burton. Além de conviverem civilizadamen-te nas obras, eles ainda recebem bem as influências pessoais de Alessan-dra. A principal delas é a música, a primeira arte com a qual ela flertou. Na infância tocava violão, passou a adolescência abraçada à guitarra e agora quer voltar para o violino, que abandonou por causa da faculdade. O piano, o primeiro amor, foi o res-ponsável por mostrar a Alessandra que as artes percorrem caminhos diferentes mas podem andar juntas. Quando criança, desenhou um te-clado em uma folha de papel e con-seguia acompanhar a música de um artista que tocava na TV.

Na última terça-feira (14), fui à ex-posição de Alessandra e ocupei a oi-tava linha do livro de visitas. Quan-do você for visitá-la, assine também. Jovens artistas sofrem com admira-dores secretos.

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por caRoL De [email protected]

la levanta poeira e cifras, muitas cifras. Um dos maiores nomes da música brasileira da atualidade, a cantora ivete Sangalo está em Ca-xias neste sábado (18) para mais um megaespetáculo, que deve atrair 20 mil pessoas. Na caçam-ba do seu carro nada velho, uma estrutura impressionante que transformará a cancha de rodeio – oficialmente, Espaço Multicul-tural – do Parque da Festa da Uva em palco de mais uma apresenta-ção da turnê Madison in Brazil, fruto do show que lotou o Ma-dison Square Garden, em Nova York, em setembro de 2010. O evento será às 21h30 (os portões abrem às 17h), e até sexta-feira (17) ainda havia ingressos.

O show faz parte de uma mi-niturnê pelo Sul e contará com as mesmas trocas de figurino, repertório e projeções nos te-lões usados na versão america-na. Entre músicos, bailarinos e equipe de apoio, ivete viaja com 43 funcionários – que utilizam 22 quartos de hotel, quatro vans e três camarins –, e precisará de mais 200 seguranças e 300 pesso-as envolvidas diretamente na pro-dução, além de muito sushi, água de coco e, é claro, um belo frango assado para carregar as energias e fazer o público caxiense tirar o pé do chão. Todos esses recursos fazem dela não só um dos maio-res cachês do meio musical – sua imagem e marca são produtos de mídia milionários, com alto valor no mercado publicitário – mas, principalmente, a artista com a

legião de fãs mais fanáticos do Brasil. Só no Twitter ela tem apro-ximadamente 2 milhões de segui-dores – o número exato é difícil precisar, porque aumenta a cada dia – muitos deles dispostos a ver-dadeiras loucuras para tirar uma foto, pegar um autógrafo, entregar uma lembrança ou simplesmente chegar perto da cantora, como a mineira Daniela Castro. A jovem de 20 anos faz faculdade de Direi-to, mora em ipatinga, interior de Minas Gerais, e percorrerá quase 2 mil quilômetros até Caxias para assistir ao show que só não viu em Nova York porque não conseguiu tirar o visto. “ingresso não era difícil comprar. A própria ivete fez promoção nas mídias sociais. Mas muita gente não conseguiu ir por causa do visto”, lamenta.

Dani começou a gostar da can-tora quando ela ainda fazia parte da Banda Eva. Porém, foi a partir do DVD MTV ao Vivo, com ive-te já em carreira solo, gravado no estádio da Fonte Nova, em Salva-dor, que ela se apaixonou “louca-mente”. “Ela é linda, carismática, simpática, se desdobra para aten-der todos os fãs... E também pelo axé, que é o estilo de música que eu gosto”, explica. Daniela acom-panha todos os passos da canto-ra. Compra CDs, DVDs, revistas, perfumes, sandálias, todo tipo de produto em que ivete aparece ou que esteja comercialmente liga-do à imagem da artista. “Com a internet a gente consegue baixar muita coisa. Antes, até CD dos outros com participação especial dela eu comprava, para ter um re-gistro”, conta.

A vice-presidente do fã-clube

Nação ivete também já perdeu a conta dos shows em que compa-receu. “Aqui em Minas: Belo Ho-rizonte, Lavras, Governador Va-ladares... Para Vitória (ES) já fui três vezes”, orgulha-se. Daniela diz que já viu tantos espetáculos e assistiu tantas vezes ao DVD do Madison que até decorou as fa-las de ivete. Mesmo assim, está bastante curiosa e ansiosa pela oportunida-de de vê-la de novo ao vivo em Caxias. “Pessoalmente é ou-tra emoção”, reforça. Os shows de ivete sempre são marca-dos pela interação e pela sintonia com o público. “Ela co-meça cantando três ou quatro músicas direto. Depois, já conversa com o público. Se vê alguém com uma blusa diferente, ela comenta. Se dá briga, ela pede que parem”, relata. De acordo com Daniela, ivete também pes-quisa sobre a cidade onde está se apresentando, fala dos times, do clima, da comida típica, chega até a convidar artistas locais para pequenas participações e, no bis, atende aos pedidos de cada pla-teia. “Quando termina, ela canta outras de sucesso que não estão no repertório, conforme o que a galera pede. Ela também toca ba-teria e piano nesse show”, revela.

Segundo Daniela, todos os ado-radores da baiana também são muito unidos. Por isso, em cada cantinho do país a universitária tem um lugar para ficar, o que di-minui bastante o custo da viagem

e aumenta consideravelmente o apoio para aventuras. Em agosto do ano passado, por exemplo, ela foi para Vitória com mais duas amigas. Enfrentou nove horas de viagem de trem e mais dois ôni-bus para chegar na casa do tio de uma delas. No último lotação, levou um tombo que lhe rendeu

uma lesão no ombro e dois meses de fi-sioterapia, mas não desistiu do show.

Nessa mesma via-gem, a fã também vivenciou um dos momentos mais es-peciais de sua re-lação com o ídolo. Daniela descobriu uma estratégia de ivete para desviar a atenção das multi-

dões que costumam esperá-la nos aeroportos e conseguiu recepcio-ná-la ao lado de apenas quatro fãs, todas suas amigas. O grupo conversou com a cantora com tranquilidade, tirou fotos e entre-gou dois presentes, uma camiseta das “superfãs” para a “supermãe” e outra em tamanho minúsculo para Marcelo, o filho da cantora, que completa dois anos em outu-bro. Depois de mais de 12 horas no aeroporto, sem dormir e sem comer, as amigas ainda seguiram para a apresentação de ivete com todo o pique. “Durante o show ela olhou para a gente, lembrou do presente e agradeceu. São loucu-ras de fã, mas que sem sombra de dúvidas valem muito a pena”, diz Daniela, emocionada. “Faria tudo novamente por ela, que é minha razão de sonhar”.

Paixão pelo axé

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de miNas para Caxias, atrÁs da baiaNa

A fanática Daniela Castro sai de ipatinga para mais um show de ivete Sangalo. Desta vez, a megaprodução Madison in Brazil, que já decorou de tanto assistir no DVD

Estudante de Direito de 20 anos coleciona fotos e autógrafos da musa, a quem já presenteou com uma camisa de “supermãe”

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“Faria tudo novamente por ela, que é minha razão de sonhar”, diz a vice-presidente do fã clube Nação Ivete, que vem de Minas

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Picoli, no Juventude, e Guilher-me Macuglia, do Caxias, sabem que um mês passa rápido. Na ver-dade, menos de um mês. A estreia nas séries C e D ocorrerão em pouco mais de três semanas. Até o dia 17 de julho, os treinadores da dupla CA-JU passarão a tra-balhar os chamados ajustes finais nas suas equipes. Talvez o coman-dante grená tenha um pouco mais de dificuldade pelo fato de ter um time em formação, diferentemen-te de Picoli, que manteve a base que sagrou-se campeã do interior no Gauchão.

O técnico alviverde frisa que, passada a etapa da preparação física e tática, chegou a hora de criar ritmo de jogo com os amis-tosos. “Algumas situações só acontecem dentro de campo, no 11 contra 11, e de preferência en-tre atletas que não se conhecem. Agora, entramos na reta final”, considera Picoli. Ele acredita que com os testes poderá definir me-lhor quem e como seu time irá jo-gar. “É importante saber usar as peças que tenho”, complementa. Entretanto, Picoli lamenta a di-ficuldade em encontrar adversá-rios, possibilidade que foi cogita-da antes do início dos trabalhos, em maio. “A partir de agora te-remos de dar um jeito de jogar”, pondera o ex-zagueiro papo, que fez apenas um jogo-treino, contra o Serrano (vencido por 6 x 0).

no caxias, Macuglia tes-tou sua equipe três vezes: contra o Sindicato dos Atletas Profis-sionais (11 x 2), Serrano (5 x 1) e

Grêmio (0 x 0). Contra o Serra-no, o volante Felipe Gonçalves foi improvisado na lateral direita e o atacante Lima, poupado. O zagueiro Édson Rocha também não atuou. Gerley, recuperado de lesão, entrou na lateral esquer-da na segunda etapa. Marinho e Marcelinho começaram jogando. Nenê entrou depois. O treinador repetiu o que disse após o pri-meiro jogo-treino, que “algumas coisas estão se confirmando, mas outras devem melhorar”. O técni-co grená destaca que as jogadas precisam ter mais velocidade e as finalizações, maior qualidade.

contra o time misto do Grêmio, no meio da semana (dia 15), o Caxias não saiu do empa-te. Porém, a atuação foi mais elo-giada por Macuglia, que chegou a ficar nervoso após alguns lances contra o Serrano, em Canela. “Ti-vemos boa movimentação e nos posicionamos bem taticamente. Acredito que estamos no cami-nho certo. Sem a bola, os joga-dores cumpriram suas funções”, avaliou o treinador em entrevista à Rádio Caxias.

Os próximos compromissos gre-nás estão marcados para 2 e 9 de julho, contra o Cruzeiro de Porto Alegre. O Juventude deve enfren-tar a Chapecoense-SC, adversária grená na Série C, nas mesmas da-tas. Neste final de semana havia a possibilidade de um jogo-treino com o União Frederiquense (de Frederico Westphalen), entretan-to, a movimentação esperada por Picoli não foi confirmada.

Papos ou grenás sabem na ponta da língua a atual escala-ção dos seus times do coração?

Para solucionar as dúvidas, a última formação do Caxias, no empate sem gols contra o Grêmio: Walter (Pablo); Felipe Gonçalves, Fábio Santos (Vanderlei), Vinícius (Édson Rocha) e Gerley (Victor); Márcio Hahn (Saulo), itaqui, Thomaz (Marcelinho) e Mari-nho (Agostin); Pedro Henrique (Nenê) e Lima (Paulo Rangel).

O último trabalho mais for-te do Ju, um coletivo na manhã do dia 11, teve Follmann; Cel-sinho, Rafael Pereira, Fred e Alex Telles; Léo Maringá, Jardel, Jander e Cristiano; Rafael Ai-dar (López) e Zulú (Martínez).

Atuais campeões gaúchos, os juniores do Juventude foram eliminados do Estadual da cate-goria nas quartas de final, após serem derrotados pelo igrejinha (1 x 0 em Caxias do Sul e 2 x 0 na casa do adversário). O Caxias, vice-campeão em 2010, passou pelo Porto Alegre (3 x 2 em casa e 2 x 2 fora) e agora enfrentará o igrejinha. A outra semifinal será entre Grêmio x inter.

Nem todos os jogadores do Ju estão torcendo para o Santos na decisão da Copa Libertadores da América. O primeiro jogo contra o Peñarol, no dia 15, terminou com o placar zera-do, no Estádio Centenário, em Montevi-déu (Uruguai). “Será uma final muito difícil. Fazia tempo que o Peñarol não participava de uma deci-são tão importante como essa”, opina o meia Christian Yeladian, uruguaio de 27 anos que está no Juventude desde abril de 2010.

A Rede Record veiculou na últi-ma semana a série de reportagens intitulada Cartolas: Jogo Sujo, que atingiu diretamente o presi-dente da CBF, Ricardo Teixeira, e dirigentes do Corinthians, espe-cificamente seu atual presidente, Andrés Sanchez. Contra Teixeira foram apresentadas denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Além disso, a rede britânica de TV BBC denunciou que o mandatário da CBF e seu sogro, João Havelange (ex-presidente da Fifa), teriam recebido propina de R$ 15,1 mi-lhões de empresas de marketing esportivo. O jornalista Luiz Carlos Azenha, da Record, que está pres-tes a completar 40 anos na área investigativa, responde com outra pergunta o questionamento sobre por que a Record está fazendo es-sas matérias: “por que a TV Globo não faz? As denúncias são públi-cas, estão aí para serem investiga-das...”. Em www.r7.com é possível conferir as reportagens na íntegra.

Nos dias 14 e 16 de junho a Confederação Brasileira de Fu-tebol (CBF) divulgou as tabelas novamente revisadas das séries D e C, respectivamente. As par-tidas de Juventude e Caxias não foram alteradas. Entretanto, as estreias da dupla CA-JU perma-necem agendadas para o mesmo dia: 17 de julho. O Caxias rece-berá a Chapecoense-SC às 15h e o Ju enfrentará o Brusque-SC às 17h. Ambos os jogos estão pro-gramados para Caxias do Sul. É pouco provável que essa versão seja mantida pelo fato de a Bri-gada Militar (BM) não ter efetivo para acompanhar duas partidas em horários muitos próximos.

Enquanto o futebol não é atra-ção no Estádio Alfredo Jaconi, fora dele a equipe de bocha pon-tobol do clube se classificou para as oitavas de final do Campeo-nato Citadino 2011. A próxima etapa começa sábado (18), contra o São Luiz, na 6ª Légua. O con-fronto de volta será no dia 2 de julho, no Recreio Guarany. O Ju busca o tetracampeonato da competição. Na primeira etapa o alviverde enfrentou São Luiz da 9ª Légua, São Severino, Pedan-cino, Estrela da Saúde e Pio X.

O lateral direito Alisson, 22 anos, que estava no Caxias desde 2009, assinou por quatro tempora-das com o inter. Formado nas ca-tegorias de base do Juventude em 2007, chegou a jogar o Brasileirão. O Colorado adquiriu 50% dos di-reitos federativos do atleta, garan-tindo um reforço no caixa grená.

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Juniores

Libertadores

Jogo sujo

Tudo igual Bochas

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Recomendal estadual Sub-17 | Sábado, 9h, 10h30, 15h e 16h30, e domin-go, às 9h |

Os meninos da UCS e do Juve-nil têm um fim de semana de dis-puta em Caxias do Sul. O time do Juvenil venceu as duas primeiras partidas por quase 20 pontos de diferença e agora terá a oportu-nidade de disparar na tabela. O primeiro adversário é o Grêmio Náutico União (GMU). Em se-guida, a equipe enfrenta a Sogipa e o Sinodal. O treinador da equi-pe, Giuliano Marramarco, conta que os bons resultados do Juvenil se devem, em parte, à atuação de dois jogadores que integram a se-leção gaúcha da categoria. O pivô Matheus Fagundes e o armador Maurício Ferronato disputaram inclusive partidas pela equipe profissional no último Estadu-al. O técnico acredita que o jogo mais difícil do Juvenil seja contra o GMU. “Pela lógica, nós sería-mos as duas finalistas da com-petição”, conta ele. Conforme o formato da competição, as quatro melhores equipes classificam-se para os play-offs finais. Sábado, 9h: Juvenil x União (Juvenil) | 10h30: UCS x Sogipa (Juvenil) | 15h: Juvenil x Sogipa (UCS) | 16h30: UCS x Sinodal (UCS) | Domingo, 9h: Juvenil x Sinodal (Juvenil) ucS e clube JuvenilEntrada gratuita | UCS: Francis-co Getúlio Vargas. Juvenil: 1.130

Marquês do Herval, 197

l Jogos abertos de Basque-te | Sábado, a partir das 14h |

As finais da competição pro-metem paridade. O Clube Juvenil enfrenta Os Aranhas e, na sequ-ência, o Recreio da Juventude joga com o Abacs. Para as equipes perdedoras, resta definir o 3º e 4º lugares. A decisão de quem leva o troféu de campeão encerra o evento.enxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Marechal Floriano

l caxias x São José (juvenil) | Sábado, às 15h |

A equipe grená venceu o Rio-grandense por 1 a 0 na última rodada do Campeonato Gaúcho e garantiu vaga antecipada para as oitavas de final da competição. Neste sábado, o Caxias enfrenta o São José pelo último jogo da fase de grupos.cT Baixada RubraEntrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898

l Juventude x Riogranden-se (juvenil) | Sábado, às 15h |Após vencer o São José por 2 a 0, os meninos do Ju conquistaram matematicamente a vaga para as oitavas de final no Estadual da categoria. O time alviverde soma 13 pontos e lidera a Chave 11. O próximo desafio ocorre neste sá-

bado contra o Riograndense de Montenegro.centro de formação de atletas e cidadãos (cfac)Entrada gratuita | Atílio Andreaz-za, Parque Oásis

l Jogos abertos de Tênis de Mesa | Sábado, 10h |

Cerca de 40 mesatenistas dispu-tam a competição neste final de semana. As oito mesas do Enxu-tão dividirão espaço entre as ca-tegorias sub-12, sub-17 e adulta disputadas nos naipes masculino e feminino. No final da tarde se-rão disputados os jogos finais. enxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Marechal Floriano

l 4ª copa QI | Domingo, às 9h |A tradicional competição or-

ganizada pela escola Qi deverá reunir cerca de 60 enxadristas das categorias sub-12, 14, 16 e 18.

Segundo os organizadores da disputa, as partidas ocorrem si-multaneamente e não haverá li-mitador de tempo por jogada. Os vencedores ganharão uma via-gem para disputar o Mundial de Xadrez da Juventude, em Caldas Novas, Goiás. escola QIEntrada gratuita | Marechal Flo-riano, 970

l Rústica da cidade de ca-xias do Sul | Domingo, às 9h30 e 10h15 |

Atletas devem movimentar as ruas da cidade neste domingo. A rústica principal será disputada por 17 diferentes categorias entre os naipes masculino e feminino. Com o percurso de 7 mil metros, a prova terá largada na Estação Férrea às 10h15. Para os cadeiran-tes e deficientes visuais, a compe-tição terá uma distância reduzida, adaptada para cada tipo de neces-sidade. A largada ocorre às 9h30. Largo da estação férreaAugusto Pestana, São Pelegrino

l centro Sul Brasileiro | Sexta (24), às 8h |

A competição irá reunir 100 dos principais desportistas do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As partidas ocorrerão na sala Caxias do Sul do Hotel Royal, lo-cal onde estarão instaladas as 12 mesas da modalidade liso e seis da cavado. A AFM Caxias estará representada por 15 jogadores. A competição será disputada em chaves, e os melhores competido-res avançam para as fases elimi-natórias. Os jogos finais ocorrem no sábado (25).Personal Hotel RoyalEntrada gratuita | Garibaldi, 153, Pio X

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Guia de Esportespor José eduardo coutelle | [email protected]

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4ª Copa QI promete reunir 50 enxadristas, que concorrem uma viagem para disputar o mundial; outra atração da semana é o futebol de mesa

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Renato [email protected]

Quinze meses depois de pales-trar na reunião-almoço da CiC, o diretor-superintendente da Visate, Fernando Ribeiro, voltará à enti-dade nesta segunda-feira (20). A nova palestra comemorará os 25 anos de fundação da empresa.

Mas Ribeiro deverá abordar também problemas enfrentados por usuários e pela concessio-nária do serviço de transporte coletivo. Problemas, aliás, que permanecem os mesmos de 15 meses atrás. E não por culpa dela.

Não passou em vão a presença as-sídua do deputado federal Gilberto Pepe Vargas (PT) em diversas sole-nidades oficiais realizadas esta semana na cidade.

Uma movimen-tação típica de quem pretende

disputar a eleição à prefeitura noano que vem.

Sensibilizado com a importância do tema de Queimada dos campos – o homem e o campo – a nature-za, o fogo e a lei, organizado por Alindo Butzke e Mardioli Dalla Rosa, o deputado Alceu Barbosa Velho (PDT) quer lançar o livro da Educs na Comissão de Agricul-tura da Assembleia Legislativa.

A partir de pesquisa feita pela UCS nos municípios de Bom Jesus, Jaquirana, São José dos Ausentes e São Francisco de Paula, Queimada dos campos discute a prática agrí-cola do uso do fogo na zona rural.

Assim como o deputado Assis Melo (PC do B), que levou o tema para a tribuna da Câmara Federal, o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor, também está preocupado com a situação da saúde pública em Caxias do Sul – no que a gre-ve dos médicos prejudica a po-pulação mais pobre da cidade.

Pretende discutir a situação ainda neste sábado, após a assembleia dos trabalhadores metalúrgicos. Vidor se propõe a mediar uma saída para o impasse entre Sindi-cato dos Médicos e a prefeitura.

A julgar pelas informações a respeito, os russos ainda não foram

avisados de que o ex-governador Germano Rigotto (PMDB) não pre-tende candidatar-se a prefeito de Caxias do Sul na eleição de 2012. Mais que isso: ele preten-de acompanhar “de longe” o pro-

cesso eleitoral na cidade.Nesse caso específico, peemede-

bistas locais discordam: querem chamá-lo a a participar dos debates para definição do nome que dispu-tará a sucessão de José ivo Sartori. Lembrado por diversos par-

tidos políticos para concorrer a prefeito no ano que vem, o pre-sidente da CiC, Milton Corlatti, prefere não pensar no assun-to – ao menos por enquanto.

E atribui a lembrança de seu nome ao bom trabalho desenvolvido à frente da entidade empresarial. Que, por sinal, o credita a uma candida-tura, sim. O mandato de Corlatti na CiC termina no fim do ano.

Esses mesmos peemedebistas rela-tivizam as afirmações do presidente

estadual do partido, ibsen Pinheiro, na semana passada.Acham que, ao destacar apenas a figura de Sartori como o nome mais importante do PMDB gaúcho no momento, ibsen

quis apenas cutucar Rigotto. Ecos da campanha eleitoral passada.

Aliás

Reinvestida

Candidatíssimo

Queimadas

Mediador

“De longe”

De olho

Foi a demonstração maior de que a política ainda tem jeito. Tem sido vista assim a aprovação consensual, na Câmara de Vereadores, do pro-jeto de contratação temporária de 246 profissionais para a área da saú-de do município.

O projeto teve acolhimento unâ-nime depois de um entendimen-to entre as lideranças do governo (Geni Peteffi, do PMDB) e da oposi-ção (Rodrigo Beltrão, do PT). Para facilitar e agilizar a votação, Rodri-go abriu mão de emendas propostas ao texto.

a única emenda aprovada altera a duração dos contratos des-ses futuros médicos do Município. Em vez de durarem um ano, sendo prorrogáveis por mais um, fixou-se o prazo de vigência de seis meses, com prorrogação máxima de até dois anos.

As outras reivindicações de Ro-drigo Beltrão e também de Ana Corso (PT) deverão ser encami-

nhadas pela líder do governo Geni Peteffi ao prefeito José ivo Sartori. Entre elas, prova seletiva para a contratação de profissionais.

o entendimento entre go-verno e oposição no Legislativo caxiense tem ao menos uma expli-cação: ninguém quer ser responsa-bilizado por alimentar a situação conturbada que vive hoje a saúde pública do município em função da greve dos médicos.

A contratação temporária de 246 médicos pode não impedir a conti-nuidade da paralisação, mas reduz o problema de atendimento na rede municipal de saúde.

Se houvesse fiscalização rígida no cumprimento do horá-rio de atendimento dos médicos da rede pública municipal de saúde, o segmento poderia atuar sem pro-blemas com apenas 40% do atual quadro de pessoal. É o que dizem especialistas na área.

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www.ocaxiense.com.br 2318 a 24 de junho de 2011 O Caxiense

Se alguém quer ganhar mais, tem que cumprir a carga horária e participar de um novo concurso, a ser criado,

para fazer jus a esse salárioVereador Marcos Daneluz (PT), presidente da

Câmara, ao propor a realização de um novo concurso público para a contratação de médicos na prefeitura. Proposta,

por sinal, já avaliada como inviável pelo procurador Lauri Romário da Silva.

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