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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 72 Ano VI - Novembro 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Página Melhor Idade Pág.: 03 Educação x Professores Pág.: 04 Política e Cidadania Pág.: 05 Dia Internacional da Cultura Pág.: 06 Página Literária Pág.: 07 O Alimento que compramos Pág.: 14 Reflexões Pág.: 13 Socializando ideias Pág.: 12 Culturas Brasileiras Pág.: 11 LIBRA e Pré-Sal A verdade Pág.: 10 E agora José? Pág.: 09 A CERCA (Conto real) Parte VI Pág.: 08 A História da República Pág.: 16 Educação Pág.: 15 Datas importantes NOVEMBRO - 2013 02 - Dia de Finados 04 - Dia do inventor 05 - Dia Nacional da Cultura (Lei 5579/70) - Dia do Cinema Brasileiro - Dia do radio Amador - Nascimento de Ruy Barbosa (1849) - Nascimento de Sobral Pinto (1893) 06 - Aclamação de Bento Gonçalves (1836) 08 - Descoberta do RAIO X (1895) 10 - Promulgada a 3ª. Constituição Brasil (1937) - Inicio do Estado Novo (Getúlio Vargas-1937) 11 - Dia do Diretor de Escola 14 - Dia Nacional da Alfabetização 14 - Criação do Ministério da Educação (1930) - Dia do Bandeirante - Morte da Princesa Isabel (1921) 15 - Proclamação da República Fed. do Brasil 16 - Dia Internacional da Tolerância - Nascimento de José Saramago (1922) 17 - Dia Internacional do Estudante - Dia da Criatividade 18 - Criação da Ordem dos Advogados do Brasil - Criação da EMBRATUR - Criação Ministério do Meio Ambiente (1922) 20 - Dia Universal da Criança 22 - Dia Universal da Música 25 - Nascimento de Eça de Queiroz (1845) 26 - Dia do Ministério Público 30 - Dia do Estatuto da Terra (Lei 4504/64) - Morte de Sobral Pinto (1991) CULTURAonline BRASIL Esse é um dia para relembrar os grandes in- ventores exis- tente no mundo. No Brasil, como não citar Santos Dumont, res- ponsável por inventar o avi- ão. A data foi idealizada pelo inventor alemão Gerhard Muthenthaler, com o objetivo de incentivar as pessoas a terem mais ideias para um mundo melhor. Desde a formação da terra, o homem vem se superan- do com melhorias para o seu dia a dia e da sociedade. Primeiro veio o fogo, depois a roda, a linguagem escri- ta, falada e ano após ano uma evolução após outra. Um grande marco foi a Revolução Industrial, quando James Watt inventou a máquina a vapor em 1780. Daí por diante as invenções não pararam. Hoje o computador, a internet, as redes sociais e má- quinas de última geração facilitam a vida do homem no trabalho, em casa e nas ruas. 5 de NOVEMBRO O Brasil é um país de formação multirracial e por isso carrega um pouco do costume de cada povo que veio mo- rar aqui. Dos negros, herdamos o candomblé, a capoeira, parte do nosso vocabulário e muito do nos- so folclore. Dos índios, herdamos o artesanato, a pintu- ra, comidas exóticas como o peixe na folha da bananei- ra e a rede. Do português, ficamos com o costume ca- tólico, a língua, as roupas. Saiba mais: Página 11 A fixação do dia 5 de novembro como Dia do Rádio Amador foi em razão de que, nes- sa data, no ano de 1924, o Diário Oficial da União publicara o Decreto de nº 16.657, sancionado pelo então Presidente da Repúbli- ca Arthur Bernardes, regulamentando as estações de radioamadores existentes no Brasil, e, até então, consi- deradas como clandestinas. O referido decreto foi bai- xado tendo em vista a representação feita no ano de 1923, pela Academia Brasileira de Ciências, reconhe- cendo a existência do radioamadorismo no Brasil, tiran- do-o da clandestinidade. No final da década de 1880, a monarquia brasileira es- tava numa situação de crise, pois representava uma forma de governo que não correspondia mais às mu- danças sociais em processo. Fazia-se necessário a im- plantação de uma nova forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais. Saiba mais- Página 16 O Estatuto da Terra foi um dos primeiros códigos inteira- mente elaborados pelo Gover- no Militar no Brasil, a Lei 4504, de 30 de novembro de 1964, foi concebida como a forma de colocar um freio nos movimen- tos campesinos que se multipli- cavam durante o Governo João Goulart, foi feita para promover uma melhor distribuição de ter- ra, buscando atender aos prin- cípios de justiça social e o au- mento da produtividade, hoje, ainda é considerada a lei agrária mais avançada do País. No final da década de 1950 e início da de 1960, pipoca- vam em quase toda a América Latina as tensões soci- ais no campo. Estávamos no auge da guerra fria, com o mundo polarizado entre as duas potências de então, Estados Unidos e União Soviética. Dessas contingências resultou o projeto do Estatuto da Terra com a ingerência dos Estados Unidos, segundo estudiosos da história recente do País. Prova disso é que o seu coordenador foi o todo-poderoso ministro Ro- berto Campos, que comandava a economia nos primei- ros anos do regime militar. Reforma Agrária uma via inclusiva !

Edição 72 Ano VI - Novembro 2013 Distribuição Gratuita · cípios de justiça social e o au-mento da produtividade, hoje, ainda é considerada a lei agrária mais avançada do

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Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

Edição 72 Ano VI - Novembro 2013 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Página Melhor Idade Pág.: 03

Educação x Professores Pág.: 04

Política e Cidadania Pág.: 05

Dia Internacional da Cultura Pág.: 06

Página Literária Pág.: 07

O Alimento que compramos Pág.: 14

Reflexões Pág.: 13

Socializando ideias Pág.: 12

Culturas Brasileiras Pág.: 11

LIBRA e Pré-Sal A verdade Pág.: 10

E agora José? Pág.: 09

A CERCA (Conto real) Parte VI Pág.: 08

A História da República Pág.: 16

Educação Pág.: 15

Datas importantes

NOVEMBRO - 2013

02 - Dia de Finados 04 - Dia do inventor 05 - Dia Nacional da Cultura (Lei 5579/70) - Dia do Cinema Brasileiro - Dia do radio Amador - Nascimento de Ruy Barbosa (1849) - Nascimento de Sobral Pinto (1893) 06 - Aclamação de Bento Gonçalves (1836) 08 - Descoberta do RAIO X (1895) 10 - Promulgada a 3ª. Constituição Brasil (1937) - Inicio do Estado Novo (Getúlio Vargas-1937) 11 - Dia do Diretor de Escola 14 - Dia Nacional da Alfabetização 14 - Criação do Ministério da Educação (1930) - Dia do Bandeirante - Morte da Princesa Isabel (1921) 15 - Proclamação da República Fed. do Brasil 16 - Dia Internacional da Tolerância - Nascimento de José Saramago (1922) 17 - Dia Internacional do Estudante - Dia da Criatividade 18 - Criação da Ordem dos Advogados do Brasil - Criação da EMBRATUR - Criação Ministério do Meio Ambiente (1922) 20 - Dia Universal da Criança 22 - Dia Universal da Música 25 - Nascimento de Eça de Queiroz (1845) 26 - Dia do Ministério Público 30 - Dia do Estatuto da Terra (Lei 4504/64) - Morte de Sobral Pinto (1991)

CULTURAonline BRASIL

Esse é um dia para relembrar os grandes in-ventores exis-tente no mundo. No Brasil, como não citar Santos Dumont, res-ponsável por inventar o avi-

ão. A data foi idealizada pelo inventor alemão Gerhard Muthenthaler, com o objetivo de incentivar as pessoas a terem mais ideias para um mundo melhor. Desde a formação da terra, o homem vem se superan-do com melhorias para o seu dia a dia e da sociedade. Primeiro veio o fogo, depois a roda, a linguagem escri-ta, falada e ano após ano uma evolução após outra. Um grande marco foi a Revolução Industrial, quando James Watt inventou a máquina a vapor em 1780. Daí por diante as invenções não pararam. Hoje o computador, a internet, as redes sociais e má-quinas de última geração facilitam a vida do homem no trabalho, em casa e nas ruas.

5 de NOVEMBRO

O Brasil é um país de formação multirracial e por isso carrega um pouco do costume de cada povo que veio mo-rar aqui. Dos negros, herdamos o candomblé, a capoeira, parte do nosso vocabulário e muito do nos-so folclore. Dos índios, herdamos o artesanato, a pintu-ra, comidas exóticas como o peixe na folha da bananei-ra e a rede. Do português, ficamos com o costume ca-

tólico, a língua, as roupas. Saiba mais: Página 11

A fixação do dia 5 de novembro como Dia do Rádio Amador foi em razão de que, nes-sa data, no ano de 1924, o Diário Oficial da União publicara o Decreto de nº 16.657, sancionado pelo então Presidente da Repúbli-

ca Arthur Bernardes, regulamentando as estações de radioamadores existentes no Brasil, e, até então, consi-deradas como clandestinas. O referido decreto foi bai-xado tendo em vista a representação feita no ano de 1923, pela Academia Brasileira de Ciências, reconhe-cendo a existência do radioamadorismo no Brasil, tiran-do-o da clandestinidade.

No final da década de 1880, a monarquia brasileira es-tava numa situação de crise, pois representava uma forma de governo que não correspondia mais às mu-danças sociais em processo. Fazia-se necessário a im-plantação de uma nova forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.

Saiba mais- Página 16 O Estatuto da Terra foi um dos primeiros códigos inteira-mente elaborados pelo Gover-no Militar no Brasil, a Lei 4504,

de 30 de novembro de 1964, foi concebida como a forma de colocar um freio nos movimen-tos campesinos que se multipli-cavam durante o Governo João Goulart, foi feita para promover uma melhor distribuição de ter-ra, buscando atender aos prin-cípios de justiça social e o au-

mento da produtividade, hoje, ainda é considerada a lei agrária mais avançada do País.

No final da década de 1950 e início da de 1960, pipoca-vam em quase toda a América Latina as tensões soci-ais no campo. Estávamos no auge da guerra fria, com o mundo polarizado entre as duas potências de então, Estados Unidos e União Soviética.

Dessas contingências resultou o projeto do Estatuto da Terra com a ingerência dos Estados Unidos, segundo estudiosos da história recente do País. Prova disso é que o seu coordenador foi o todo-poderoso ministro Ro-berto Campos, que comandava a economia nos primei-ros anos do regime militar.

Reforma Agrária uma via inclusiva !

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale

www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

OLÁ COMO VAI? Que tal ficarmos sem televisão por um tempo, sem inter-net, deixarmos o celular e o carro em casa. E então, co-mo será que nos sentiremos? Talvez, o tempo pareça demorar mais a passar...

Claro que a tecnologia faz parte de nossas vidas e deve-mos usufruir desse avanço que facilitou muito nosso dia a dia e tem sido uma importante contribuição nas pesquisas científicas e descobertas para cura de doenças, aumen-

tou a velocidade do tempo com que desenvolvemos nossos trabalhos e melhorou consideravel-mente os recursos para o aprendizado.

Mas apesar disso, não podemos deixar de colocar em questão a dependência que se criou em tor-no da tecnologia e de como estamos“conectados” todo o tempo. A linguagem resumiu-se a carac-teres, distanciando-se cada vez mais do português correto e dos jovens estudantes em plena for-mação.

Quanto à distância, ela também se instalou entre as pessoas através de atitudes;comunicamo-nos com amigos pelo face book e não mais em encontros e rodas de conversas, compartilhando segre-dos e sonhos.

Temos os olhos voltados o tempo todo para os smartphones; em casa, na rua, na praia e no trânsi-to, deixando de lado, cada vez mais,o abraço, a paquera e a cordialidade dos cumprimentos.

Perdemos a família que almoçava reunida aos domingos, as visitas que fazíamos e recebíamos nos finais de semana, os passeios de mãos dadas e, sem contar, a alegria dos avós que recebiam seus netos em tempos de férias para passar um tempo com eles.Perdemos a essência do relacio-namento e o poder de reservar para nossas vidas esses bons momentos.

Vamos nos desarmar dessas ações tecnológicas e nos relacionar mais com as pessoas e,saber o que as pessoas pensam, sentem e em que podemos ajudá-las?

Que tal encontrar seus amigos pessoalmente no aniversário ao invés de cumprimentá-lo pelas re-des sociais, chamar seu filho no quarto com palavras ao invés do Skype ou “torpedo”, promover a fraternidade o ano todo e não apenas nas festas de final de ano, dar um brinquedo para seu filho e interagir com ele nas brincadeiras exercitando o pensamento e expressando pensamentos e senti-mentos.

Depende de nós continuarmos dependentes e viciados disso tudo ou simplesmente usarmos todo esse avanço a nosso favor sem aumentar ainda mais essa distância.

Nem sempre estou bem, e você, como vai? Genha Auga – Jornalista MTB: 15.320

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e

demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que

assinam as matérias, podendo seus

conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

Nosso sentido de identidade geralmente nos faz cair na armadilha de pensar que nunca poderemos mudar.Para nos tornarmos uma versão melhorada de nós mesmos, às vezes temos que abrir mão das noções preconceituosas sobre quem pensamos que somos.

Não importa quem você costumava ser. O que importa é o tipo de pessoa que você gostaria de se tornar.

Yehuda Berg

Televisão no Brasil é o ópio do Povo.

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 03

Na Melhor Idade

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional.

São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-

mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ou-vinte poderá interagir com suas

sugestões, críticas ou questionamentos.

CULTURAonline BRASIL Apresentado pelo

Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA

PROGRAMAÇÃO Acesse e ajude a Educação

no Brasil www.culturaonlinebr.org

Experiência é tudo! 60 ANOS NO RAMO Um cara sofria de dor de cabeça crônica infernal. Foi ao médico que, de-pois dos exames de pra-xe, disse:

- Meu caro, tenho uma boa e uma má notícia. A boa, é que posso curá-lo dessa dor de cabe-ça para sempre.

A má notícia é que para fazer isso eu preciso castrá-lo! Seus testículos estão pressionando a espinha, e essa pressão provoca uma dor de cabeça infernal.

Para aliviar o sofrimento preciso removê-los. O cara levou um choque e caiu em depressão. Passou dias meditando. Indagava se havia al-guma coisa pela qual valesse a pena viver.

Não teve outra escolha a não ser submeter-se à vontade do bisturi.

Quando deixou o hospital, pela primeira vez, depois de 20 anos, não sentia mais dor de ca-

beça. No entanto, percebeu que uma parte im-portante de si estava faltando. Enquanto caminhava pelas ruas notava que era um homem diferente, mas que poderia ter um novo começo. Avistou uma loja de roupas masculinas de grife.

"É disto que eu preciso", disse para si mesmo.

- Quero um terno novo!!!, Pediu ao vendedor.

O alfaiate, de idade avançada, deu uma olha-dela, e falou: - Vejamos... é um 44 longo.

O cara riu: - é isso mesmo, como é que o se-nhor soube?

- Estou no ramo há mais de 60 anos, respon-deu o alfaiate.

Experimentou o terno, que lhe caiu muito bem.

Enquanto se admirava no espelho, o alfaiate perguntou: - Que tal uma camisa nova?

Ele pensou por alguns instantes: - Claro!

O alfaiate olhou e disse:

- 34 de manga, e 16 de pescoço.

E ele pasmado: - Mas, é isso mesmo, como pôde adivinhar? - Estou no ramo há mais de sessenta anos, disse.

Experimentou a camisa e ficou satisfeito.

Enquanto andava pela loja, o alfaiate sugeriu-lhe: - Que tal uma cueca nova? - Claro.

O alfaiate olhou seus quadris, e lascou: - Vejamos... Acho que é 36.

O cara soltou uma gargalhada: - Desta vez, te peguei. Uso o tamanho 34 des-de os 18 anos de idade.

O alfaiate sacudiu a cabeça negativamente: - Você não pode usar 34. O tamanho 34 pres-siona os testículos contra a espinha, e essa pressão deve provocar em você uma dor de cabeça infernal.

EXPERIÊNCIA É TUDO... (60 anos no ramo). Negócio de médico é operar. Consulte seu alfaiate antes de operar.

CULTURAonline BRASIL

Site: www.claudiaandreucciadvocacia.adv.br

Áreas: Cível - Direito Trabalhista - Direito Administrativo

Sobre amigos Uma antiga lenda árabe conta que dois amigos resolveram viajar para uma cidade distante. Para chegar àquela cidade, deveriam atraves-sar o deserto, o que é sempre uma tarefa ár-dua e perigosa. Essa empreitada exige muito companheirismo e colaboração. Em certo ponto da viagem, os dois discutiram. O mais velho deles falou alto e xingou o amigo, querendo ter a razão. O outro, ofendido, saiu dali em silêncio e escreveu na areia: "Hoje, meu melhor amigo bateu em meu rosto". Apesar da discussão, seguiram viagem e che-garam a um oásis, onde resolveram tomar ba-nho. O amigo que tinha sido ofendido perdeu o equilíbrio, caiu na água e estava já por afogar-se. O amigo imediatamente pulou na água e o salvou. Ao recuperar-se, o homem que por pouco qua-se perdeu a vida pegou uma faca e escreveu numa pedra:

"Hoje, meu melhor amigo salvou a minha vida". Intrigado, o amigo perguntou: - Por que, depois que lhe bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra? Sorrindo, o outro respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, deve-mos escrever na areia para que o vento do es-quecimento e a chuva do perdão apaguem as marcas; mas quando ele nos faz algo maravi-lhoso, devemos gravar na pedra, onde nada pode apagar. Para refletir Mesmo irmãos ou grandes amigos podem se desentender algum dia. Isso não é problema, acontece. A questão fundamental é como lida-mos com essa briga. Devemos fazer dela um instrumento para o nosso crescimento e para aumentar ainda mais a nossa amizade. Escre-ver na areia as coisas ruins da nossa vida é estar com o coração aberto ao perdão e à su-peração. Significa que, quando algo ruim acon-

tecer, saberemos lidar com a situação. Perdoe sempre e tenha calma nas situações difíceis. Nos momentos de alegria, ao contrário, vibre. Torne-os inesquecíveis, eternos. Como você costuma reagir em situações nas quais é ofendido? E quando geram grande alegria? Com quais situações você tem mais facilidade de lidar? Como pode melhorar? Consegue perdoar com facilidade? E agradecer? Procure fazer mentalmente o exercício de es-crever na areia as situações difíceis e na pedra as de realização. Tente isso no futuro.

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 04

IMPORTÂNCIA DOS PROFESSORES

Salvem os Professores, Antes que abafem suas vozes. Levantem a “Bandeira da Esperança”, Valorizem seu trabalho Ensinem as crianças a respeitá-los Mantenham a chama do ensino Ou perderemos o maior bem. Professor é a engrenagem do aprender Roguemos por seus apelos, Oremos por suas vidas, Façamos tudo para preservá-los. Educam crianças com Seus maiores valores, Seus ensinamentos são a nossa salvação. Ontem é o que somos hoje; Reflexo do nosso amanhã. Queiram as lições que nos oferecem Usem essa semente E teremos um novo rumo. Amem esses anjos! Pensem neles, Apeguem-se às suas causas. Talento de professor garante Riqueza, progresso e Ideologias. Ascendem ao futuro. Em prol do ensinar Seguem em frente Tecendo o saber. Amam o que fazem Resistem ao tempo, Aguentam... Sabem que, Aprender é Levar avante intentos, Viver pela pátria, Ajudar a manter a ordem. Torcem pelo progresso, Acordam o pensar, Moralizam o “Ser” Bancam o aprender, Estudam para sempre, Motivam a Nação para crescer.

Genha Auga Jornalista e Poetisa

Educação x Professores

CONTATOS: 055 12 9 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

O homem erudito é um descobridor de

fatos que já existem - mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e

que ele faz existir.

Albert Einstein

Por que gritar? Por que as pessoas gritam?

Um dia, um mestre indiano, preocupado com o comportamento dos seus discípulos, que viviam aos berros uns com os outros, fez a seguinte pergunta: – Por que as pessoas gritam quando estão a-borrecidas ou quando não se entendem?

– Gritamos porque perdemos a calma – disse um deles.

– Mas por que gritar quando a outra pessoa es-tá ao seu lado? – questionou novamente o pensador.

– Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça – retrucou outro discípulo.

O mestre volta a perguntar: – Não é possível falar com a outra pessoa em voz baixa?

Os alunos deram várias respostas, mas nenhuma delas convenceu o velho pensa-dor, que esclareceu: – O fato é que quando duas pessoas gritam é porque, quando estão aborrecidas, seus corações estão muito afastados. E, para cobrir esta distância, precisam gritar para que possam escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão de gritar, para que possam ouvir umas às outras, por causa da grande dis-tância.

E continuou o sábio: – Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas, não gritam; falam suave-mente. Por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes, seus corações estão tão próximos que nem falam, somente sus-surram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, o que basta. Seus corações se entendem. É justamente isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo: – Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará o dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Lembremo-nos que: “Pela longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda amolece até os ossos” (Pv 25.15).

Juca Barbosa

Crônicas do Dr. Marco Mendes

MEMÓRIAS DO MEDO

Eu tinha muito me-do de ir até a edícu-la nos fundos da casa. Durante boa parte de minha vida fui aterrorizado por uma visão que se

ocultava nos lugares mais escuros. Um rosto mal definido. Olhos terríveis a me espreitar e uma boca ameaçadora. Se escondiam por detrás de uma janela. A visão não era muito nítida, pois estavam en-cobertos pela escuridão. Eu sabia que não eram absolutamente reais, mas afinal o que é a realidade, senão o fruto de nossa própria crença? E por que acreditamos? O que nos leva a acreditar?

Quantas coisas estão depositadas em nossas memórias fazendo-nos crer sem saber o por-quê cremos? Um dia fui mergulhando nas memórias mais distantes e depois de algum esforço um lam-pejo acendeu uma pequena memória já ador-mecida. Eu me vi lendo um gibi do Renato, o menino da casa vizinha. Era um Gibi impresso em branco e preto. Com certeza foi comprado na barbearia do Condomar. Naquele “flash” de memória eu me vi aos 3 para 4 anos de idade vendo o desenho de um lobisomem com olhos arregalados e dentes afiados, sob o cenário de uma noite de lua cheia. Encontrei enfim meu fantasma. Um único quadro de memória distorcida pro-jetando-se para os recônditos da alma era afinal o mentor do meu medo.

Puxa vida! Como somos complexos!

Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estão errados.

Robert Stevenson

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 05

Cidadania - 16 Novembro - Dia Internacional da Tolerância

O estresse no trânsito Há alguns dias me deparei com a notícia de uma ocor-rência de trânsito envolven-do dois jovens e uma médi-ca, ocorrência da qual res-tou duas mortes instantâ-neas e um indiciamento por

duplo homicídio por dolo eventual.

Segundo apurado, tal ocorrência se deu porque o motoqueiro, após ter sua passagem “trancada” pe-la motorista, bateu com a mão no vidro do veículo e, a motorista em reação arrancou em alta veloci-dade numa perseguição até conseguir encostar seu carro na moto que, devido a velocidade que se encontravam, foi arremessada contra um poste causando a morte do piloto e da acompanhante.

Fatos como este assim como tantos outros noticia-dos, tornam-se cada vez mais corriqueiros e pas-sam a ter a visão de uma normalidade equivocada. Não se pode ter como normal o ínfimo valor que se dá aos valores e à vida no trânsito.

Neste caso, amplamente divulgado pela mídia du-as jovens vidas (21 e 23 anos) foram ceifadas e a motorista, aos 45 anos de idade macula sua vida pela prática de crime contra a vida, mais especifi-camente duplo homicídio por dolo eventual uma

vez que ao sair em perseguição assumiu o risco do resultado morte e, poderá, se condenada, ter sua liberdade restringida por uma pena que varia de 06 a 20 anos de reclusão.

Qual o valor de uma vida? Quanto vale sua liberdade e o exercício de seu di-reito de ir e vir?

O trânsito, há muito se sabe, é considerado fator de perigo para saúde posto que o estresse por ele gerado possa ser causa de hipertensão, elevação de freqüência cardíaca, gastrite, etc, porém nos dias atuais, esse estresse gera também o compor-tamento impaciente, deseducado, agressivo e se torna fator de risco de vida no trânsito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elege o trânsito como 9ª causa de mortes em todo o mun-do e a 3ª causa para doenças neurológicas ou car-diovasculares.

A Organização das Nações Unidas (ONU) esco-lheu a década de 2010 a 2020 como os anos de ação pela segurança do trânsito, com a meta de reduzir em 50% o número de mortes em todo o mundo.

A tendência do trânsito é ser a cada dia mais caóti-co e, não temos condições de saber quem é o mo-torista ao lado ou mesmo seu nível de estresse físico, psíquico e emocional desse motorista.

O segredo para a diminuição dessas ocorrências está em encontrarmos alternativas para o controle do estresse gerado pelo trânsito e que somado aos problemas diários, pode tomar proporções inaceitá-

veis.

A principal postura para se evitar o conflito no trân-sito é não reagir as provocações do motorista ao lado.

Existem medidas e exercícios que facilmente pode-mos lançar mãos para nos auxiliar na redução do estresse causado pelo trânsito, exemplo disso é procurar sair de casa sempre com certa antece-dência; é ouvir uma boa e relaxante música en-quanto dirige; é escolher vias alternativas na hora do rush e, se mesmo assim cair num congestiona-mento, tire o pé da embreagem isso evita a contra-ção muscular constante que pode provocar câim-bras, dores e consequentemente irritabilidade.

Exercite a gentileza, para consigo e para com o outro, evite atos inconsequentes, afinal, como já disse um poeta de rua, gentileza gera gentileza e pode também gerar um trânsito pacífico, além de ser um ótimo antídoto para o caos.

Claudia Andreucci Advogada

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ABALROAMENTO EM MOTO NÃO É COLISÃO. É ATROPELAMENTO! PONHA ISSO NA CABEÇA! OLHO VIVO! FAÇA SEMPRE UM BOLETIM DE OCORRÊNCIA.

POLÍCIA POLÍTICA

O DEOPS/SP, denominado Delegacia de Ordem Política e Social em sua origem e, posteriormente, como última denominação, Departamento Estadual de Ordem Política e Social, foi criado em 30 de dezembro de 1924, através da Lei nº 2.034/24, que visava reorganizar a polícia do Estado. Esse órgão tinha como objetivo prevenir e reprimir delitos considerados de ordem política e social contra a segurança do Estado. Para isso, desenvolveu um grande aparato para monitoramento das atividades de pessoas e grupos considera-dos potencialmente perigosos à ordem vigente. Um dos principais instrumentos utilizados por essa vigilância foi a documen-tação: o acervo DEOPS/SP foi constituído, ao longo dos anos, pela docu-mentação produzida por esse órgão e também de documentos apreendidos pelos órgãos de repressão. Sendo assim, podemos entendê-la como um es-

pelho da forma de funcionamento das estruturas repressivas no estado de São Paulo. O contexto de instalação do DEOPS remete a uma época em que ocorreram agitações e mobilizações políticas no país, como greves trabalhistas, a for-mação do Partido Comunista do Brasil (PCB) e o movimento tenentista. O DEOPS/SP permaneceu em atividade até 1983, atravessando distintas con-junturas políticas e econômicas. Mesmo em períodos ditos democráticos, co-mo no da República Liberal de 1945-1964, ele se manteve em operação. Para cada período de atuação, o seu arquivo revela quais os principais indi-víduos e grupos temidos pela ordem: quando da criação do DEOPS, no go-verno de Arthur Bernardes, os anarquistas e comunistas operários constituí-am a maioria dos fichados pela polícia política; já nos anos do governo de Getúlio Vargas, que correspondiam à Segunda Guerra Mundial, o “perigo” mais vigiado eram os imigrantes com nacionalidade ligada ao Eixo. Durante a ditadura civil-militar brasileira, não houve apenas um foco, fazendo com que a política de vigilância tomasse grandes contornos – o que fez cres-cer consideravelmente o seu acervo documental. Nesses caminhos da re-pressão, foi constituído o acervo DEOPS/SP: um conjunto documental forma-do por 1.173 metros lineares de documentação, com 150 mil Prontuários (Nominais e Temáticos), 13 mil pastas de dossiês e aproximadamente 2 mi-lhões de fichas.

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06

Cultura Dia Internacional da Cultura

A vitória do teclado

Para desgosto dos franceses, a caligrafia está mor-rendo nos Estados Unidos. Será que este é o des-tino da técnica no resto do mundo? Por Gianni Carta Para o horror dos franceses, a caligrafia está em vias de desaparição nos EUA.

Fico admirado quando vejo a letra cursiva que mi-nha filha de 12 anos aprimorou em cursos de cali-grafia desde a maternal em escolas públicas na França. É uma letra arredondada, pequena, uma verdadeira arte.

Desenha com igual habilidade em uma escola de arte cuja professora ministra aulas no Louvre. Quando era um pouco mais velho que ela abando-nei a letra cursiva pela bastão quando mudei para os Estados Unidos. Minha letra cursiva era um de-sastre, como a de meu filho de 9 anos, também ele a estudar na França. Em contrapartida, ele lê muito e é excelente aluno de matemática.

Cada um de meus filhos tem aptidão para uma ma-téria escolar, o que já é muito.

Portanto, não vejo com horror, como a vasta maio-ria dos franceses, o fato de a caligrafia, e aqui refi-ro-me ao ensino de letras cursivas redondas e liga-das umas às outras, estar em vias de desaparição em 45 dos 50 estados nos Estados Unidos.

Se na França a letra cursiva faz parte da identida-de nacional, nos EUA predominará, como tem sido o caso desde o início do século passado, a letra bastão, ou de fôrma. Esta é mais fácil de aprender e, segundo alguns pedagogos, mais democrática.

O motivo? A letra bastão se assemelha mais àquela de jor-nais, revistas, cartazes, e, mais importante, do computador. Ademais, pessoas isentas de talento são punidas com notas baixas em aulas de caligra-fia em países como a França.

É a vitória dos teclados de computadores?

Para os norte-americanos, a partir do primeiro ano é mais importante ensinar para a criança a digitar rapidamente do que passar horas a fio para aper-feiçoar a letra. No entanto, Laura Dinehart, da Universidade da Flórida, disse em uma entrevista recente que exis-te uma sólida correlação entre o aprendizado pre-coce da caligrafia e o bom desenvolvimento esco-lar do aluno.

Será?

Dinehart, é verdade, oferece estatísticas convin-centes. E nos diz que é mais fácil memorizar copi-ando um texto à mão do que no teclado de um lap-top. De fato, em bibliotecas francesas vejo muita gente a copiar textos à mão, mas também detecto centenas de laptops.

Em entrevista para um website brasileiro, Francis-ca Paula Toledo Monteiro, professora de alfabeti-zação infantil da Unicamp, pondera: “Não há utili-dade na letra cursiva nem em termos de coordena-ção motora, porque essa coordenação não é testa-da pela letra. Ela se dá na interação da criança com o mundo e com os outros”.

Em miúdos, a criança obtém melhor coordenação (um dos motivos pelos quais se ensina caligrafia na França) ao se alimentar com garfo e faca, ao amarrar o tênis, ao aprender a chutar uma bola, etc.

Além disso, hoje nos comunicamos mais via outros meios: SMS, tweets, e-mails.

A letra bastão não é somente mais democrática – mas ela está em sintonia com os novos tempos.

Ao invés de passar horas a aprimorar sua caligrafi-a, minha filha poderá desenhar mais, ir a mostras e estudar história. Por sua vez, meu filho terá mais tempo para ler, estudar matemática e jogar bola.

Quanto a mim, que adotei há décadas a letra bas-tão só uso lápis e papel para fazer anotações rápi-das e, quando não uso gravador, para registrar as respostas de entrevistados. E só eu entendo meus garranchos.

Rádio web CULTURAonline BRASIL Links de acesso: www.culturaonlinebr.org /// www.formiguinhasdovale.org

Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre

como lidar com isto

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os cole-gas, Professores e demais Funcioná-rios da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultu-am o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendi-zado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, de-vem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educa-ção de casa, dada pelos pais, boa par-te dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o con-trole emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua vol-ta e jamais falar de alguém pelas cos-tas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequên-cias de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ahhh... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as con-sequências disto...

SOBRE CULTURA e CONHECIMENTO

Você pode ter todo conhecimento e cultura que o mundo oferece. Pode ser dono das mais belas palavras. Pode ter feito várias faculdades e completado vários cursos. Pode falar várias línguas. Isso faz te ti uma pessoa culta. Mas a Sabedoria é algo muito maior que isso e um Sábio pode ter poucos conhecimentos, falar apenas um idioma, talvez nem escrever tudo corretamente. Pois Sábio é aquele que coloca seu conhecimento em PRÁTICA e a Sabedoria é conhecer e aplicar o que se aprendeu, seja na vida ou na Universidade. Acumular conhecimento e não colocá-lo em uso no dia dia é como ter um copo cheio de água próximo as mãos e não poder bebê-lo para matar a sede.

Tico Santa Cruz

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 07

Contos, Poesias e Crônicas 6º ano da Gazeta Valeparaibana

Mais um ano de sobrevivência de um projeto de educação.

Mas...

A primavera sempre chega, quando o inverno vai embora, para nos chamar sobre a oportunidade da renovação. Por aqui ela chegou. Até que enfim...

Estava com saudades de seu frescor, do cheiro das flores.

Já não faz tanto frio muito embora a-meace uma chuvinha. Liberto-me agora do peso dos agasa-lhos pesados.

Nem capa de chuva precisa já que quero que a chuva da primavera regue meus pensamentos, fortificando-os.

Revejo meu corpo, um ano a mais faz estragos.

Sinto compaixão em vez de ódio. Algumas rugas a mais e tão só.

Estou mais leve e a agressividade vai se amansando.

Não mais dependo de ônibus para me locomover.

Meu Verona azul esse velhinho que conservo, me leva para onde quero, não mais a velha Belina que agora re-pousa tranquila no canto da garagem e á qual dedico algumas horas por se-mana. Não vendo e não troco, um a-mor inexplicável, afinal me serviu mais de 20 anos, nunca me deixando na mão.

Meu Verona tem intimidade com a ci-dade, sabe localizar bairros, avenidas, ruas, praças, parques e fontes, apren-deu com a Belina.

Em casa as janelas deixam entrar a luz do sol que cada vez brilha com mais intensidade, deixando entrar seus raios e menos poeira.

Os dias serão mais longos. Os bares começarão a colocar mesi-

nhas do lado de fora, nas calçadas.

As flores brotam, as árvores ressusci-tam.

As pessoas continuam intolerantes, impertinentes, mal-educadas... Assustadoras.

Mas entendo, são os novos tempos da individualidade.

Mas me orgulho desta sexta primavera de nosso jornal. Me orgulho de poder manter esta uni-ão onde a individualidade se preserva e se respeita.

Vez ou outra, um grilo, algumas dúvi-das, mas sinto algumas conquistas comportamentais.

Não toco nas frutas, não pego nada voluntariamente, gosto de preservar e de certa forma feliz por alimentar os pássaros que são meus hóspedes to-dos os dias.

Levanto com o canto do bem-te-vi e durmo com o canto da coruja, isso quando não aproveito para escrever algum texto como esta cronica demais um aniversário,

Evito, na medida do possível, minhas gargalhadas debochadas, meu gesti-cular espaçoso... Afim de não os as-sustar a natureza que me inspira.

Vou aprendendo a ser mais contido, primavera após primavera. E é com muita alegria que todo o mês vejo co-migo pessoas que de uma forma ab-solutamente voluntariosa democrati-zam o conhecimento.

Enfim, assim como a natureza reno-vando, ensinando, fazendo renascer ideias e sentimentos, somente eu en-velhecendo.

Sejas bem vinda então Primavera e que muitas outras se sucedam e sem-pre renovadas para todos nós! Obrigado a todos.

Filipe de Sousa

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SEM LUZ, SEM NADA GenhaAuga

Por um momento a luz se apaga. Num pequeno percalço da vida,

Ficamos sem luz

Acenda a vela que ela ilumina! E num instante a vela resolve tudo

Quase tudo. Ou nada...

Tantas horas sem luz; Sem internet,

Televisão, Rádio,

Elevador, Escada rolante,

“Chapinha”. Ai, ai, face book, orkut, msn, note book.

Como viver sem isso tudo?

Por outro lado, A vela resolve tudo... Uma visão diferente;

A luz te deixa maquiada de sedução A conversa, troca a intercomunicação

Vejo tuas mãos e não tua unha

Seu cabelo cacheado é sensual, não anormal Não vejo celulites nem estrias

Vejo a pessoa que por um instante de mim se aproxima E me dá calor

Sem nenhuma rima Só amor! Nada combina.

Só nossos corpos e nossas vidas!

A intercomunicação,substituída Por conversas,

Beijos e afagos, amor e sedução. Descubro que a falta de amor É o que a modernidade nos dá

É o que se perde, Porque somos escravos do consumo

Que pensamos saber usar

Temos que viver e amar! Não virar produto

Nunca mais quero que a luz se acenda...

"Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir"

SOBRE POETAS Os poetas místicos são filósofos doentes, E os filósofos são homens doidos. Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem E dizem que as pedras têm alma E que os rios têm êxtases ao luar. Mas as flores, se sentissem, não eram flo-res, Eram gente; E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras; E se os rios tivessem êxtases ao luar, Os rios seriam homens doentes. Alberto Caeiro

PEQUENO ESCLARECIMENTO Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levi-tação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísti-cos e declamatórios. Um silêncio... Es-te impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês. (Em A Vaca e o Hipogrifo) Mario Quintana

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta A CERCA - Parte VI

Continuação

Os postes eram feitos de tal maneira que uma ponta se encaixava na extremidade do outro o que já nos facilitaria.

Os japoneses nos deram três postes que en-caixados renderam vinte e dois metros.

Para a ponta da broca foi usado um pedaço de cano com um metro a qual foi soldado em dos postes.

Na ponta deste cano soldado no poste foram serrados seis dentes e travados alternada-mente para dentro e para fora; os dentes para dentro tinham que segurar o núcleo de terra que ia forma-se nos canos. A um metro dos dentes do cano foi feito um furo no cano para saída de água; as emendas entre os canos ficaram presas com pinos pois tinham que ser desmontáveis.

Todo este serviço foi feito na oficina; um tripé, feito por nos, de bambu gigante, uma corda grossa de sisal e duas talhas duplas para fa-zer um cadernal completavam o equipamento; tínhamos também uma broca para fazer o furo inicial na terra

A bomba que tinha de ser do tipo com vare-tão, teria que ser fabricada na oficina bem co-mo um cano com um flange na ponta para im-pedir o desmoronamento da terra e poder tirar a bomba para eventuais consertos, este cano tinha que sobressair da terra aproximadamen-te sessenta centímetros.

O diâmetro interno deste cano era o suficiente para deixar passar a bomba.

Entre o furo na terra e este cano com o flange ficou um espaço para formar um filtro que era composto por um tipo de sisal, brita e areia grossa, jogada alternadamente naquele espa-ço.

Nem tínhamos o equipamento, por esta razão tínhamos que trabalhar bastante e a todo va-por.

O nosso mesmo grupo foi que começou a fu-rar, para obter experiência, viramos a broca por meio de uma travessa presa por braçadei-ras aos canos.

Fazer o furo na terra foi fácil, mas quando chegou a camada abrasiva foi ficando mais difícil, pois parecia que os dentes da broca não cortavam o material abrasivo, foi ai que alguém deu um palpite de colocar um peso na broca; aceitamos o palpite e quatro de nos subimos na broca para ficar de pé nas traves-

sas, isto realmente resolveu o nosso proble-ma, e como.

Todos nos havíamos participado da troca de idéias, mas nenhum de nós havia imaginado como ia ser o serviço com a broca.

A cada metro que a broca descia era içada para remover o núcleo, havia etapas em que a broca de repente baixava até a travessa, e isto dava trabalho para içar, pois havia então uma coluna de água de sete metros sobre o núcleo.

Este poço experimental foi feito em dez dias com a bomba colocada e produzindo água cristalina de vinte e dois metros de profundi-dade. Mais dois grupos foram formados para a furação, em três dias o novo poço estava pronto, fizemos em total no campo, nove po-ços cavados e treze perfurados.

A epidemia de desinteira era muito séria, ha-via dias em que quinze a dezessete pessoas morriam, seus corpos eram enviados a família na medida do possível.

Os japoneses abriram uma vendinha no cam-po para vender fumo nativo e um tipo de açú-car mascavo extraído de uma palmeira, a A-renga Pinnata. Não vendiam comida, pois a intenção era de nos deixar morrer lentamente, outra razão era a de tirar dos prisioneiros o resto de dinheiro que ainda tivessem no cam-po.

Começaram a furtar comida, alguém no nosso barracão roubava pão dos companheiros, principalmente dos mais velhos. Era uma situ-ação muito séria, o responsável foi achado e foi castigado com uma surra de cinta. Um dia, na hora do almoço, meu pai notara que eu não comia das folhas que eu apanhara, res-pondendo não estar com muita fome, as fo-lhas foram divididas entre seis a oito pessoas.

Naquela noite fui acordado por uma pancada na minha cabeça; levantei e tateando na es-curidão peguei numa cabeça, pensei que fos-se meu irmão; pedi ajuda acordando os outros que acenderam a lâmpada. Era o Christoffel, ele havia desmaiado, com uma maca foi leva-do ao hospital.

Ele estava com desinteria, talvez as folhas estivessem contaminadas. Nos dias seguintes foram hospitalizados, meu pai, meu irmão e meu tio, além de mais uns outros. Não podía-mos visitar os doentes, um enfermeiro dava noticias à tarde. Felizmente todos se recupe-raram, meu pai foi quem demorou mais a se recuperar, houve até duvidas que ele se recu-perasse, um dos médicos queria saber se ele havia ingerido alguma coisa, a resposta foi que meu pai mastigara algumas folhas de chá preto e engolido apenas a saliva sem as folhi-nhas.

O medico sem pensar muito disse a meu pai que isto era muito perigoso, poderia ter morri-do. Meu pai já contava 57 anos e, portanto teria que se recuperar sem medicamentos. Também soube de outros que sobreviveram à doença, Naerssen; aquele que principiou a biblioteca: - Guilherme, eu vi a morte bem de perto, estávamos num quarto bem pequeno, com outros quatro e todos com mais de qua-renta anos, evacuávamos só pus e sangue, já

nem usávamos roupas da cintura para baixo, no terceiro dia de internação a primeira baixa, o homem que estava próximo da porta, a fra-queza era tanta que nem alcançávamos ir ao banheiro e nos dois dias subseqüentes os meus companheiros de quarto se foram tam-bém, pensei que minha vez também chegaria, entretanto nem percebera que a freqüência das idas ao banheiro havia diminuído, não im-porta como, escapei por um milagre!

Havia outro problema; um soldado japonês tinha o hábito de entrar no campo de surpresa de modo que as pessoas não tinham tempo de fazer continência e, portanto apanhavam. Na área pertencente ao hospital, havia um gramado onde os convalescentes ficavam dei-tados ao sol, aquele soldado de vez em quan-do aparecia por lá para dar vazão ao seu sa-dismo, pulando de botas sobre os que lá esta-vam; muitos não resistiam, o japonês foi cha-mado de papa defunto.

Nós quase não ganhávamos carne, uns dez a doze cubinhos de uns dois centímetros em cada tambor de 250 litros de liquido era a nos-sa parte.

Ao japonês cabia a parte do leão, o que se destinava ao hospital não era ruim e a razão era de dar alta o mais rápido possível aos convalescentes.

Num terreno atrás do matadouro um rapaz que era do nosso barracão, reparou num monte de ossos e decidiu levar alguns que continham tutano para fazer uma sopa, o pes-soal do matadouro avisou que os ossos já es-tavam estragados, mas ele não deu ouvido e foi-se embora. Três dias depois ele estava morrendo, pediu a presença do comandante do barracão e de um padre, antes de fechar os olhos pediu perdão de seus pecados, con-fessando-se a pessoa que roubava pão à noi-te em nosso barracão.

Certa manhã não levantei muito disposto, es-tava sonolento, chegando ao serviço o chefe reparou e mandou-me para o medico, consta-tou que eu estava com icterícia para o qual ele não tinha remédio. Eu precisava comer açúcar e manter repouso, era meu dia de sor-te, pois estavam fazendo distribuição de açú-car e eu consegui comprar algum também, em poucas horas consumi um quilo e duzen-tos gramas.

O repouso tornou-se um castigo para mim; durante o dia tinha sono, mas não conseguia dormir por causa da movimentação no barra-cão, mas a noite não tinha sono. Eu contava telhas e ripas, pois o barracão não tinha forro; e os percevejos me incomodavam. Não eram dezenas ou centenas, mas milhares de inse-tos que vinham na minha direção enquanto eu estava deitado no chão. Peguei o que havia sobrado do meu colchão e o coloquei sobre a mesa, pensava estar livre deles, entretanto eles subiam pelos pés da mesa, voltei para o chão e lá fiquei por dez dias...

havia sido tão duramente castigado por ter vendido ao japonês um relógio como sendo da marca Mido, mas que do Mido só tinha o mostrador...

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a se-

guir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser... Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a ob-jetiva, que todos ao nosso redor conhe-ce; e a subjetiva... Em alguns momen-tos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!! Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparên-cia x essência. E você... O que pensa disso?

Que desafio, hein?

Clarice Lispector

Seria difícil conceber castigo mais de-moníaco, pudesse uma tal coisa ser posta em prática, do que abandonar uma pessoa à deriva na sociedade por forma a passar despercebida a todos os seus membros. Se ninguém se voltasse para nós ao ver-nos entrar em casa, se ninguém nos respondesse quando nós falásse-mos, ou se preocupasse com o que nós fizéssemos, mas se toda a gente que conhecêssemos nos «desligasse do mundo» e agisse como se fôssemos entidades inexistentes, não tardaría-mos a ser tomados de uma espécie de desespero de raiva e impotência, de que a mais cruel das torturas corporais seria um alívio.

William James

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Para onde caminha a humanidade? (II) Uma célebre frase de Molière diz que “Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas tam-bém pelo que deixamos de fazer”. Muito se tem falado no que se tem feito para diminuir a violên-cia. Mas o que deixamos de fazer? E é nesse pon-to que entramos com aquilo que dissemos da ter-ceirização das responsabilidades.

A violência ganha um sentido mais amplo se nos responsabilizarmos por aquilo que deixamos de fazer. Percebam que, quando deixamos de verifi-car uma lição de casa, ou quando permitimos que uma criança se exceda em sua birra, ou damos à criança muito além daquilo que seria necessário, no intuito de aplacar nossa consciência pela au-sência provocada por nós mesmos e pela descul-pa de não ter tempo em função do trabalho ou algo assim, estamos afastando essa criança do conví-vio e com o tempo passando ela irá tomar isso co-mo desinteresse dos pais por ela, daí à violência é um passo, pois o que ela quer é atenção, ser re-preendida, coisa que nunca foi.

A violência abrange todos os níveis sociais, e a violência escolar é apenas uma das facetas da vio-lência que vemos emergir por aí, ela não tem pre-ferência por cor, raça, religião ou condição social. Na organização da nossa sociedade atual ela ad-quire um papel primordial devido às interações de uma série de fatores políticos, socioeconômicos e também culturais tanto de grupos sociais como de áreas determinadas. Porém cabe destacar um gru-po especialmente vulnerável que são as crianças e adolescentes. Considerando a escola como um

espaço de socialização do indivíduo, é óbvio que os conflitos irão aparecer.

Vamos nos arriscar a dizer que a violência pode ser fruto da falta de educação. Ora, se a terceiriza-ção da educação é uma realidade moderna porque não também dizer que a banalização da violência escolar também o é.

O que gera muitas vezes na escola a violência (verbal, física ou intelectual) é a falta de educação. A sociedade moderna é uma sociedade de privilé-gios, e não de direitos (e muito menos de deve-res). Todo mundo está certo e todo mundo tem razão. Chegamos a pensar que está faltando nor-mas claras de convivência em sociedade.

Ao longo dos tempos quem ditava tais normas era a Igreja. Em outros tempos as normas foram dita-das pelos governos. Consequentemente a família ditava as normas aos seus filhos e aos filhos dos filhos. Com a quebra do poder da igreja e com a abertura para a democracia o Brasil deixou de ter normas claras de convivência. Os valores de uma época se perderam e não existe mais o porque de se cumprir com determinadas tarefas, ou de res-peitar determinadas pessoas (como se umas me-recessem mais respeito do que outras).

Na política a corrupção se banalizou e virou algo aceitável. A legislação trouxe demasiados privilé-gios para o mundo do crime. O poder público tirou a responsabilidade dos pais sobre a educação do seu filho (inclusive proibindo a palmada pedagógi-ca). A Constituição de 1988 é bem clara quando diz no artigo 205 que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, vi-sando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-cação para o trabalho”. Ora, neste momento a e-ducação está sendo colocada antes, pelo Estado do que pela família (esta em segundo lugar).

No que diz respeito a educação, aquela que a fa-mília deve colocar aos seus filhos, e os limites e os valores que desejam inserir é preciso repetir a cé-lebre frase “quem pariu Mateus que o crie”. Sendo assim, vale algumas dicas:

1. Professor não é pai. Professor deve ensinar competências e habilidades conforme um plano de ensino.

2. Babá não é mãe, babá deve ser um comple-mento às necessidades da família.

3. Aluno é aluno durante um ano, ou um período. Filho é filho para sempre.

4. Dizer não ao seu filho não vai traumatizá-lo. Vai ensinar que ele não pode ter tudo e que não é a pessoa mais importante do mundo.

5. Escola não é reformatório. Escola é um espaço de interação social para que se aprendam os con-teúdos mínimos para viver em sociedade.

6. Pai e mãe devem ser os responsáveis pelos a-tos dos seus filhos.

7. Proteger seu filho quando estiver errado hoje pode significar assumir a culpa por um assassinato amanhã (ainda que [não] seja só um acidente be-ber e dirigir).

8. Não espere que seus filhos não sigam seus e-xemplos. Nenhuma criança aprende a falar mal, brigar, ser nervoso, cuidar da vida alheia, fazer picuinhas, distribuir fofocas e ser mal educado so-zinho.

9. Não acredite que a sociedade ou “a vida” vai educar o seu filho. Muito pelo contrário, o que po-dem fazer é ensinar, e geralmente, aquilo que não presta.

10. Não adianta chorar pelo leite derramado. Ou seja, se não educar seu filho desde cedo, não vai adiantar querer começar aos quinze anos de ida-de, quando talvez já for tarde de mais. Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. Pós-Graduado em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Especialista em Gestão Ambien-tal, Mestre em Geociências e doutorando em Geologia. Articulista e palestrante. [email protected]

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Profissão Cidadão - Mais uma vez venderam o Brasil

LIBRA - Pré-Sal

Fernando Henrique Cardoso (1998): “Dinheiro da venda da Vale do Rio Do-ce será para amortizar a dívida externa e para investir na Educação”. Dilma Rousseff (2010) - “Privatizar o pré-Sal é um crime de lesa a Pátria”. Dilma Rousseff (2013) - “Royalties do Pré-Sal serão para investir na saúde e na educação”. "A Noruega já arrecada duas vezes mais que o Brasil no regime de concessão e, pro-vavelmente, vai continuar arrecadando duas vezes mais que no regime de partilha. (...) O grande derrotado no leilão de Libra é a educação e a saúde, pois agora fica até difícil saber quanto essas áreas vão receber." Na verdade não houve leilão, pois não houve concorrência. Ninguém quis oferecer mais excedente em óleo para a União e, ainda assim, correr o risco de perder a dispu-ta. A Petrobras para arrefecer os �nacionalistas� aumentou a participação de 30% para 40%, os chineses, a Total e Shell acharam melhor dividir o grande tesouro de Libra e ficar, cada um, com 20%, sem correr risco. Afinal, 20% de um tesouro é, tam-bém, um tesouro. Ficou bom para todo mundo, menos para o povo brasileiro, pois 41,65% não é o exce-dente em óleo mínimo para a União. Com petróleo a US$ 60 por barril e produção mé-dia dos poços de 4 mil barris por dia, o excedente em óleo da União é de apenas 9,93%; com o petróleo a US$ 80 por barril, o excedente será de 15,2%. Ou seja, o risco é todo do Estado brasileiro; os contratados sempre ganham. Em 2009, o campo de Marlim pagou uma participação especial de 30,7%. Se operas-se nos termos do edital do regime de partilha de Libra, o excedente em óleo seria de 9,93%. O regime de concessão pagaria três vezes mais que o regime de partilha de Libra. Ressalte-se, contudo, que os royalties no regime de partilha (15%) são maio-res que na concessão (10%). No entanto, no cômputo geral, o regime de partilha pode pagar menos para o Estado brasileiro que o regime de concessão, em função do de-sempenho dos poços e dos preços. Na verdade, tecnicamente, o edital de Libra é muito ruim! A Noruega já arrecada duas vezes mais que o Brasil no regime de concessão e, pro-vavelmente, vai continuar arrecadando duas vezes mais que no regime de partilha. O grande derrotado no �leilão� de Libra é a educação e a saúde, pois agora fica até difícil saber quanto essas áreas vão receber. Os recursos para educação e saúde vão depender muito da produção média dos poços e do preço do petróleo no mercado in-ternacional. O regime de concessão era muito ruim em termos de arrecadação estatal, mas era, pelo menos, consistente tecnicamente. Libra certamente pagaria uma participação especial próxima de 40% da receita líquida, pois vão ser produzidos, no mínimo, 8 bilhões de barris no período do contrato. O que gerará uma produção média da ordem de 1 milhão de barris por dia. No regime de partilha, o percentual do Estado pode variar de 9,93% a 45,56%, o que representa uma média de 27,8%. Esse percentual é muito menor que o percentual da participação especial no regime de concessão. O propalado percentual de 75% de receita líquida para o Estado é irreal, basta anali-sar o balanço de Petrobras em relação ao Imposto de Renda - IR e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. No ano de 2012, a Petrobras pagou de R$ 15,6 bilhões de royalties, 15,9 bilhões de participação especial e R$ 4,85 bilhões de IR e CSLL. Se os 75% de Libra fossem verdade, o campo de Lula, que vai gerar uma participação especial próxima de 40%, sem nenhum risco para a União, pois não depende de pro-dução média dos poços e do preço do petróleo, deverá gerar mais de 75%, já que a Petrobras tem uma participação bem maior que em Libra e a participação especial garantida. Em síntese, Lula deve gerar mais arrecadação para o Estado brasileiro que Libra. Dá para acreditar? Se o regime de concessão é muito ruim, o edital de Libra consegue ser ainda pior! Só que o regime de concessão foi concebido pela �direita� e o regime de partilha pela �esquerda�. A verdadeira esquerda deveria defender o monopólio executivo da Uni-ão ou a contratação da Petrobras como prestadora de serviços em Libra. Só assim, teríamos receitas estratégicas para as áreas sociais. Em 2012, a receita operacional líquida da Petrobras com a produção de petróleo e gás natural foi da ordem de R$ 150 bilhões e o pagamento de royalties, participação espe-cial e IR/CSLL foi de R$ 36,25 bilhões. Assim, o retorno por barril para o Estado brasi-leiro, em 2012, foi de 24,2%. Na Noruega, esse retorno é, em média, de 80%.

Haja IR e CSLL para elevar o retorno do barril do Estado brasileiro de 24,2% para uma participação governamental de 75%. A figura abaixo mostra a contribuição econômica da Petrobras em 2011 e 2012.

Obs.: sempre é bom lembrar que o ICMS, CIDE e PIS/COFINS são pagos pela socie-dade brasileira. A Petrobras simplesmente repassa para os preços. Ela é simplesmen-te uma �repassadora� desses tributos. Na verdade, o IR e a CSLL não são pagos por campo. No balanço, as empresas utili-zam todos os artifícios contábeis imagináveis e inimagináveis para pagar menos tribu-tos. Daí a famosa frase de que são somente os assalariados pagam corretamente o IR. Os vencedores do leilão de Libra vão usar artifícios contábeis semelhantes ao da Vale, por exemplo, que tem uma lucratividade enorme no setor mineral e paga bai-xíssimos valores de IR e CSLL. A participação governamental teórica é acima de 32%, na prática é abaixo de 8%, ou seja 4 vezes menor. O lucro líquido e o custo dos pro-dutos vendidos da Vale, mostrados abaixo, não têm nada a ver com a rentabilidade das jazidas de minério de ferro em produção. Balanço e Demonstração de Resultado são um mundo à parte. Mas o papel e o discurso fácil aceitam tudo. Quem quiser acreditar em Papai Noel que acredite.

Paulo Cesar

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Culturas Brasileiras

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Formação Cultural Brasileira

Segundo o Di-cionário Auré-lio, a cultura pode ser defini-da como um complexo dos padrões de comportamen-to, das crenças,

das instituições, das manifestações artísticas e intelectuais transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade. Ou seja, é o conjunto formado pela linguagem, crenças, hábitos, pensamentos e arte de um povo, que no caso do Brasil é um dos mais plurais do mundo.

Durante os séculos de colonização, o território brasileiro foi palco de uma fusão primordial entre as culturas dos indíge-nas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escra-vos trazidos da África subsaariana.

Foi nesse período que se deu o início da formação cultural brasileira que, mais tarde, também recebeu influências da imigração de europeus não portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos. Países como a França, a Inglaterra e os Estados Unidos, grandes centros culturais do planeta, não ficaram de fora desse contexto e também expor-taram seus hábitos e produtos para o Brasil, formando assim uma sociedade altamente miscigenada.

Dentre todos esses povos, os que exerceram maior influência no Brasil foram os portugueses, que deixaram como principal herança a língua portuguesa, falada por todos seus habitan-tes. Além da linguagem, os colonizadores também implemen-taram no território a religião católica, crença da maioria da população, e os seres fantásticos do folclore como o bumba-meu-boi, o bicho-papão e o lobisomem.

A colonização europeia foi tão forte que praticamente elimi-nou as demais culturas dos povos indígenas e africanos. Mesmo assim, eles conseguiram deixar no País um pouco de seu conhecimento nas línguas, culinária e folclore brasileiros, influenciando com seus costumes na cultura local atual.

Tudo o que se vê hoje culturalmente nas regiões brasileiras é resultado da reunião das crenças de todos esses povos que, direta ou indiretamente, transmitiram suas características culturais e formaram o que hoje é o Brasil: um conglomerado de povos, culturas, crenças, cores e movimentos. Por mais que esses povos tenham sido marcados no passado pelas contradições do conflito e da convivência, atualmente o Brasil constitui uma nação de traços singulares, de convivência pacífica e baseada no respeito e na coletividade.

A influência indígena

Primeiros habitantes do território brasileiro, os índios se divi-dem em diversos povos de hábitos, costumes e línguas dife-rentes. Cada tribo possui sua cultura, religião, crenças e co-nhecimentos específicos. Os Ianomâmis, por exemplo, falam quatro línguas, já os Carajás falam apenas uma. Os Guaranis manifestam sua cultura em trabalhos em cerâmica e em ritu-ais religiosos, enquanto os Tupis acreditam ser dominados por um ser supremo designado Monan. A diversidade cultural presente entre as culturas indígenas brasileiras é proporcio-nal a existente hoje em todo o Brasil.

Apesar da colonização europeia ter praticamente destruído a população indígena não só fisicamente, através de guerras e escravidão, como também culturalmente, pela ação da cate-quese e intensa miscigenação com outras etnias, a cultura e os conhecimentos desse povo acabaram por influenciar par-cialmente a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos, como as redes de descanso, no Brasil. Porém, as conse-

quências da colonização foram tamanhas que, atualmente, apenas algumas nações indígenas ainda existem e conse-guem manter parte da sua cultura original.

Durante a colonização a cultura e os conhecimentos indíge-nas foram determinantes. Tanto que o principal destaque nesse período foi a influência indígena na chamada língua geral, uma língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, principalmente nas regi-ões de influência paulista e na região amazônica. Atualmen-te, o português brasileiro guarda inúmeros termos de origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. Dentre eles estão os nomes na designação de animais e plantas nativos como o jaguar, a capivara e o ipê, e a presença muito frequente na toponímia por todo o território.

Também recebeu forte influência indígena o folclore das regi-ões do interior do Brasil, com os seres fantásticos como o curupira, o Saci-Pererê, o boitatá e a Iara. Na culinária, a herança indígena está na mandioca, na erva-mate, no açaí, na jabuticaba, nos inúmeros pescados e em pratos típicos como o pirão. Apesar desses legados terem uma boa repre-sentatividade no País, a influência indígena se faz mais forte em certas regiões brasileiras como o Norte do Brasil, em que os grupos conseguiram se manter mais distantes da primeira ação colonizadora.

A influência portuguesa

Colonizadores do território brasileiro por 322 anos, de todos os povos que chegaram no País os portugueses foram os que mais exerceram influência na formação da cultura brasi-leira. Durante todo período de colonização cidadãos portu-gueses foram transportados para as terras sul-americanas, influenciando não só a sociedade que viria a se formar, como também as culturas dos povos que já existiam. O evento que mais trouxe implicações políticas, econômicas e culturais para o Brasil foi a mudança da corte de D. João VI para o Brasil, em 1808. A partir daí a imigração portuguesa foi cons-tante e perdurou até meados do século XX.

A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por todos os habi-tantes do País. Difundida principalmente pelos padres jesuí-tas, o português era no início da colonização considerado língua geral na colônia, ao lado do tupi. Com a proibição do tupi em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópo-le, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, ele herdou as palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.

Outro importante legado português foi a religião católica, crença de grande parte da população brasileira. O catolicis-mo, profundamente arraigado em Portugal, deixou no Brasil as tradições do calendário religioso, suas festas e procissões, tornando-se a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Atualmen-te, o Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais. De acordo com o IBGE 73,8% da po-pulação brasileira declara-se católica.

Além da língua e da religião, vários folguedos populares co-mo o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem portuguesa os seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, e muitas das lendas e jogos infantis como as cantigas de roda. Duas das festas mais importantes do Brasil, o carnaval e a festa junina, também chegaram no Brasil por influência dos portugueses.

A culinária brasileira também recebeu algumas interferências dos colonizadores. Muitos dos pratos típicos do País, por exemplo, são o resultado da adaptação de pratos portugue-ses às condições da colônia. Um deles é a feijoada brasileira,

que foi um resultado da adaptação dos cozidos portugueses. A cachaça, que foi criada nos engenhos como substituto para a bagaceira portuguesa, e alguns pratos portugueses como as bacalhoadas também se incorporaram aos hábitos brasi-leiros.

Nas artes, a cultura dos portugueses foi responsável pela introdução dos grandes movimentos artísticos europeus co-mo o renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassi-cismo. Com isso a literatura, pintura, escultura, música, arqui-tetura e artes em geral no Brasil colônia eram muito basea-das na arte portuguesa. Essa referência pode ser vista nos escritos do Padre Antônio Vieira,na decoração de talha dou-rada e nas pinturas de muitas igrejas coloniais. As interven-ções portuguesas seguiram após a Independência, tanto na arte popular como na arte erudita. E muito do que o Brasil é hoje, tem forte apelo à cultura dos colonos misturada com as culturas dos demais povos que habitaram o País.

A influência africana

A cultura africana é extremamente diversificada e suas carac-terísticas retratam tanto a história do povo quanto a do conti-nente – considerado o território habitado a mais tempo na Terra. Isso acontece porque os habitantes da África evoluí-ram em um ambiente cheio de contrastes e com várias di-mensões.

Culturalmente eles diferem muito entre si, falam um vasto número de línguas, praticam diferentes religiões, vivem em habitações diversificadas e se envolvem em inúmeras ativida-des econômicas. Tribos, grupos étnicos e sociais formam essa população de costumes, tradições, línguas e religiões específicas.

No Brasil, a cultura africana chegou através do tráfico negrei-ro que trouxe para o País povos da África na condição de escravos. Formados principalmente por bantos, nagôs, jejes, hauçás e malês os africanos tiveram sua cultura repreendida pelos colonizadores.

Na colônia os escravos aprendiam o português, chegavam a ser batizados com nomes portugueses e obrigados a se con-verterem ao catolicismo. Mesmo assim foram eles que ajuda-ram a dar origem às religiões afro-brasileiras, difundidas atu-almente em diversas regiões do País. As mais praticadas no Brasil são o candomblé e a umbanda.

Porém, a contribuição dos africanos na cultura brasileira não se limitou à religião. Dança, música, culinária e idioma rece-beram influências que prevalecem no Brasil até os dias de hoje. Na culinária regional, por exemplo, a herança africana é evidente, principalmente na Bahia. O dendezeiro, uma pal-meira africana da qual se extrai o azeite de dendê, foi introdu-zido na região pelos escravos e é hoje utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé. Já o idioma brasileiro ganhou novas palavras co-mo batuque, moleque, benze, macumba e catinga.

A música também foi muito favorecida pela cultura africana, que contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Um exemplo disso é o gênero mu-sical lundu, que juntamente com outros gêneros deu origem à base rítmica do maxixe, samba, choro e bossa nova. Além da contribuição rítmica, também foram trazidos alguns instru-mentos musicais como o berimbau, o afoxé e o agogô, todos de origem africana. O mais conhecido deles no Brasil é o berimbau, instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da ca-poeira. No folclore são de origem africana as danças de cate-retê, jongo e o samba, e os instrumentos musicais atabaque, a cuíca e a marimba. Fontes:

Portal online Wikipédia Portal online Info Escola

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Socializando ideias

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Cidadania, Professor e Famí-lia.Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a E-ducação e o Brasil se discute num debate aberto, crítico e

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EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO. O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?

- Qual o percurso realiza-do pelos seus alunos ou filhos de casa para a esco-la? - Que transporte utilizam? - Você já observou que onde há escola, há um grande fluxo de pessoas, de veículos e o trânsito se

torna congestionado? No Brasil no ano de 2005, cerca de 2.500 crian-ças morreram no trânsito, vitimas de atropelamen-tos ou de colisões na condição de passageiros. A

primeira causa externa de morte na infância é pro-vocada no trânsito. Uma grande parte das crian-ças vai para as escolas em transportes escolares, seja aluno de escolas públicas ou privadas. Não só as crianças que utilizam os transportes, sejam escolares ou veículos particulares, como todos os pedestres, estão sujeitos a grandes riscos de aci-dentes, pois tanto na entrada como na saída das escolas, existe um grande fluxo de veículos e pe-destres, colocando em risco a vida das crianças, jovens e adultos. Hoje, estamos chamando atenção para as crian-ças que vão para a escola de transporte escolar, ou melhor, chamando a atenção dos pais ou res-ponsáveis, para que cuidem da vida das crianças, pois uma grande parte dos transportes não con-

duz as crianças dentro da legislação, não respeita as normas de circulação, não utiliza o cinto de se-gurança nos bancos traseiros, e os condutores não praticam a direção defensiva. É comum ob-servamos transportes escolares trafegando nas ruas e avenidas, principalmente nos grandes cen-tros, da mesma forma que é comum observamos crianças penduradas nas janelas, em pé, sem cin-to de segurança e sem o mínimo de segurança. Qualquer cidadão, seja pai, aluno, professor ou condutor, deve ficar atento as normatizações, cui-dar da segurança, não esquecer que a vida deve ser preservada. Não esqueça, a criança precisa estar saudável e precisa estar viva na escola!

www.blogdotransito.com.br

A Voz e o Silêncio

A Voz perguntou ao silêncio o motivo daquela mesquinharia verbal. O Silêncio, então res-pondeu, com sua habitual eloquência. A Voz prosseguiu, mal percebendo a resposta lacô-nica. Passou a dissertar sobre os tantos defei-tos que percebera no Silêncio e que o leva-vam a (não)agir desta forma. Prosseguiu o Silêncio a ouvir atentamente. E, apesar dos tantos defeitos apontados, a Voz lembrou também das virtudes do Silêncio, disse que era um bom amigo e que sabia guardar segredo, ainda que, noutras ocasiões ele fosse tão insuportável. Pediu também para que parasse com aquele ar condenatório e aquela insuportável pose de arrogância e dis-se que ele deveria aceitá-la do jeito que é. Lembrou a ele de sua tristeza, depressivida-

de, melancolia, e disse, categórica, que não havia nada como a alegria. O Silêncio olhou e deu de ombros. A Voz prosseguiu em sua atividade, ora agra-decendo o amigo, por escutar com tanta paci-ência seus desatinos e suas tolices, ora recla-mando acintosamente por julgar que ele não ajudava em nada, não dava nenhum conselho e, enfim, pelo desprezo que ele tinha por ela, que, afinal, sempre fora uma amiga tão leal. Às vezes irritada, às vezes depressiva, mas sempre falante, continuou, por toda a vida, a Voz que, depois de iniciar-se, por volta dos dois anos de idade, não se recordava de ter parado, a não ser para dormir, quer dizer... isso quando parava. Usava ela o velho “No caminho com Maia-kóvski” que julgava ser uma prova irrefutável de sua importância no mundo. Gostava de jo-gar isso na cara do Silêncio. Chamava-o de inerte, inútil, de fazer pouco pelo bem da hu-manidade. Falou que ele era reacionário, pois consentia com os males do mundo e que só a Voz do povo poderia mudar esse estado de coisas. E depois de falar, falar, falar agrade-ceu-lhe por aquele clima de paz. Disse que, às vezes, era escrava das palavras, parafra-seando Shakespeare. O Silêncio sorriu com o canto da boca.

No fim de sua vida, a Voz, já cansada e abati-da, contemplava o Silêncio e percebia que ha-viam ficado bastante parecidos, apesar da e-norme diferença de idade, afinal, seu compa-nheiro era muito mais velho. Sem muita ener-gia, contemplava sua serenidade e notava que, apesar de toda a energia gasta, dos vai-e-vens, das andanças e loucuras e da impres-são de ter feito tanta coisa, quase não se dife-renciava, neste quesito, do amigo Silêncio. Compreendia agora que, em todos os mo-mentos e por todos os lugares, estivera sem-pre acompanhada deste amigo. Sentido suas forças se esvaírem, tentou ainda balbuciar uma última palavra, sendo contida por um dedinho indicador terno pousando so-bre os seus lábios. Ouviu, pela primeira e últi-ma vez o silêncio dizer: - Shhh! Não precisa dizer nada. E calada, enfim, contemplou a face serena e silenciosa e esta parecia lhe dizer tanta coisa, parecia dotado de uma linguagem tão comple-xa que somente agora, em seu leito de morte, podia compreendê-la. Lembrara, em seu último suspiro, de uma i-magem de Lispector a lhe dizer “o silêncio não é o vazio, é a plenitude”.

Welton Oda

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Reflexões Nasceste antes de

1986???? Então lê isto...

Se não... lê na mesma...

De acordo com os reguladores e bu-rocratas de hoje, todos nós que nas-cemos nos anos 40, 50, 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nos-sas caminhas de bebê eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medica-mentos com tampas 'à prova de cri-anças', ou cadeados nos armários e podíamos brincar com as panelas.

Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.

Quando éramos pequenos viajáva-mos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bônus.

Bebíamos água da mangueira do jar-dim e não da garrafa e como nos de-liciávamos.

Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincan-do na rua. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo ladeira abai-xo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar o freio e ai a queda era certa, rolando junto com o carrinho de rolimã.

Depois de acabarmos num barranco aprendíamos e o próximo carrinho já vinha com freio.

Saíamos de casa de manhã e brincá-vamos o dia todo, desde que estivés-semos em casa antes de escurecer.

Estávamos incomunicáveis e nin-guém se importava com isso. Não tínhamos Play Station, X Box..

Nada de 40 canais de televisão, fil-mes de vídeo, home theater, celula-res, computadores, DVD, Chat na Internet.

Mas... tínhamos amigos - se os qui-séssemos encontrar sabíamos onde estavam, na nossa rua.

Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía!

Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até alguns ossos quebrados, pedradas na testa, etc. mas sempre sem processos em tribunal.

Havia lutas. Guerra da Praça; Rua de Baixo contra a Rua de Cima... mas sem sermos processados.

Batíamos ás portas de vizinhos e fu-gíamos e tínhamos mesmo medo de ser flagrados.

Íamos a pé para casa dos amigos.

Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a ma-mã ou o papá nos levassem.

Criávamos jogos com paus e bolas; eu mesmo construí minha primeira guitarra e tocou em um show.

Se infringíssemos a lei era impensá-vel os nossos pais nos perdoarem. Eles estavam do lado da lei.

Nem me lembro o que fiz, só sei que um dia meu pai me levou ao Quartel da Guarda para que o Comandante me desse uma lição de moral.

Esta geração produziu os melhores inventores e criadores de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma ex-plosão de inovação e ideias novas.

Tínhamos liberdade, fracasso, suces-so e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns!

Passa este texto a outros que tive-ram a sorte de crescer como verda-deiras crianças, antes dos advoga-dos e governos regularem as nossas vidas, 'para nosso bem'.

Para todos os outros que não têm a idade suficiente, pensei que gostas-sem de ler acerca de nós.

Isto, meus amigos é surpreendente-mente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.

A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986, ou depois.

Chamam-se jovens.

Nunca ouviram 'we are the world' e uptown girl conhecem de westlife e não de Billy Joel.

Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.

Para eles sempre houve uma só Ale-manha e um só Vietnam.

O HIV sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi bran-co. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo tivesse sido um deus da dança.

Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie, são filmes do ano passado.

Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão preto e branco.

Agora vamos ver se estamos ficando velhos: 1. Entendes o que está escrito acima e sorris. 2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada. 3. Os teus amigos estão casados ou a casando. 4. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores. 5. Abanas a cabeça ao ver adoles-centes com celulares enviando SMS, estando um ao lado do outro. 6. Lembras-te da Gabriela (a primeira telenovela). 7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.

Verdade sim. Estamos ficando velhos (hehehehe).

Mas que tivemos uma infância le-gal ... Isso tivemos...

Pelo menos eu tive!

Adaptação: Filipe de Sousa

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QUE MUNDO QUEREMOS? É comum ouvirmos dizer que as pre-ocupações com as questões ambien-tais só são válidas em sociedades que já resolveram seus problemas básicos de moradia, saúde, educa-ção, trabalho, pobreza. Em países em desenvolvimento, há questões mais sérias com que se preocupar do que fauna e flora... Esta visão do meio ambiente como um cenário, uma paisagem que a gente cuida quando houver tempo e recurso, nos é bem familiar aqui no Brasil

Ainda persiste em diversos segmen-tos da sociedade brasileira a visão da defesa do meio ambiente como en-trave ao progresso, à criação de no-vos empregos, ao crescimento das exportações, ao desenvolvimento do país. Se analisarmos com cuidado os fa-tos, perceberemos que as duas vi-sões, do ambiente como cenário e de seus defensores como antidesenvol-vimentistas, estão fundamentadas na falta de conhecimento ecológico, na pouca compreensão do funciona-mento da natureza e do equilíbrio ecológico como fundamental para a manutenção da Teia da Vida. A palavra ecologia, vem do grego óikos que significa casa, lar; ecologi-a, portanto, é a ciência da administra-ção do Lar-Terra, da Pacha-Mama, grande mãe, como nosso planeta era designado nas culturas andinas, ou de Gaia, organismo vivo, como era chamado na mitologia grega e tam-bém o é na moderna cosmologia. Um grande desafio está posto, talvez o maior já enfrentado pela humanida-de.

Em escala sem precedentes, o equilí-brio que rege o funcionamento da natureza há bilhões de anos e que garante a sustentabilidade da vida na Terra vem sendo seriamente amea-çado pelo modelo civilizatório adota-do pelos humanos, em especial no ocidente e nos últimos séculos. A sociedade em que vivemos não é sustentável e faz cada um de nós sujeito e vítima das conseqüências perversas deste modelo. Vivemos problemas sociais e ambientais gra-ves, como o aumento das desigual-dades sociais e da pobreza; a inse-gurança coletiva, as guerras e a vio-lência urbana; problemas como a de-sertificação, a perda de solos cultivá-veis e da biodiversidade; a poluição das águas e do ar; o aquecimento global e as mudanças climáticas. A ciência nos mostra que o crescente impacto que causamos sobre a Terra nos torna uma ameaça a nós mes-mos. Podemos reverter esta situação? Sim, podemos escolher transformar a nossa sociedade em uma sociedade sustentável.

Na realidade, por toda parte emer-gem estudos e projetos, seja na área social, ambiental, econômica, cultu-ral, que apontam para o uso de tec-nologias limpas, renováveis, ecoefici-entes, e para formas mais justas de se relacionar em sociedade. Porém, apesar destes conceitos te-rem avançado e se popularizado nas últimas décadas, as ações práticas ainda são tímidas, limitadas e insufi-cientes perante a grandeza dos de-safios que estamos enfrentando. Um dos maiores obstáculos ainda a ser transposto é a necessidade de mudanças em nossa forma de pen-sar e agir. Temos que estar dispostos a mudar apesar das dificuldades que se colo-cam neste processo, não nos deixan-do dominar pela sensação de impo-tência ou de comodismo. Afinal é a nossa vida e de nossos descenden-tes que está em jogo.

Filipe de Sousa

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 14

EDUCAR não é opinião O ALIMENTO QUE

COMPRAMOS!!

Cada vez mais se critica a alimentação nossa de cada dia. Não é pra menos, somos o maior consumidor de agrotóxi-cos do planeta (cinco litros para cada habitante do Brasil), os produtos que an-tes eram perecíveis são conservados com produtos químicos (será que nos fazem bem?) e será que o peso, data de vencimento e conteúdo estão corretos?

Além da qualidade dos produtos alimen-tícios, vindos do campos, que faz tempo deixa muito a desejar pela quantidade de agrotóxicos utilizados e já existem estu-dos comprovando as complicações de-correntes do uso excessivo, faz tempo que existem críticas a respeito o que se faz e o que se usa na conservação de tais produtos. Qual a reação destes pro-dutos químicos no organismo humano? Existem pesquisas comprovando que muitos desses produtos provocam cân-cer e isso sem falar daqueles produtos que ainda não foram comprovados as complicações pelo uso e absorção!!!

Muitos dos produtos agrotóxicos e produ-tos utilizados na nossa alimentação são proibidos nos chamados países do pri-meiro mundo e estranhamente liberados para uso na agricultura e beneficiamento dos alimentos aqui no Brasil!!!

Além dos problemas citados acima, te-mos de nos procurar com alguns itens na hora da compra:

O peso. É comum se questionar o peso dos pro-

dutos alimentícios vendidos nos super-mercados, feiras e mercearias. Como a fiscalização frouxa é comum encontrar-mos produtos com peso abaixo do ofer-tado. E mesmo com as denuncias é comum encontrarmos produtos com pe-so adulterado nas feiras, mercearias e até nos supermercados.

Data de vencimento Mesmo com o uso excessivo de conser-vantes existem limites e prazos para os produtos serem consumidos. Mas é co-mum encontramos produtos com datas vencidas na prateleiras de supermerca-dos e mercearias. El alguns casos os produtos nas prateleiras chegam a fica-rem podres. Existem órgãos responsáveis pelo con-trole do peso e data de vencimentos dos produtos, só que eles geralmente apare-cem depois de várias denuncias e como existe uma demora entre a denuncia e a apuração, os consumidores acabam sen-do lesados justamente neste intervalo.

Para piorar a situação, o controle só é feito nos produtos colocados nas prate-leiras e não existe nenhum controle do que se faz com os produtos vencidos retirados dessas prateleiras. Existem muitas denuncias que alguns produtos, tipo feijão e arros, são retirados das pra-teleiras e levados para recolocação com novas datas de vencimentos!!! Existem alguns supermercados que colocam no-va data de vencimento na presença dos próprios consumidores!!!

O conteúdo do produto Quando você está comprando algum produto alimentício tem certeza do peso e também que o produto que está sendo comprando é 100% do que realmente você pensa que é? Quanto a questão do peso existem de-nuncias e mais denuncias e de vez em quando aparecem os agentes responsá-veis para reprimir os abusos. Claro que a eficiência não é tal grande, mas inibe um pouco a ação deste método.

E em relação aos produto nas embala-

gens oferecidas, você tem certeza do que está levando? Vamos ver algumas exemplos de como esse item é burlado pelas empresas vendedoras de alimen-tos:

Produtos derivados do leite Nos supermercados a manteiga já vem pesada, embalada e nas feiras geral-mente é pesada na hora. Você saberia se as beneficiadoras de alimentos (é as-sim que se chama as empresas de ali-mentos) colocassem um pouco de sal ou trigo na manteiga que você está com-prando? Veja, um latão de manteiga tem 20 Kg, se a beneficiadora pegar um des-ses latões e misturar um quilo de sal, você perceberia? É claro que os compra-dores desses 21 Kg de manteiga (não se esqueça que foi adicionado um quilo de sal) estaria pagando um quilo de sal como se fosse manteiga!

E a venda de manteiga Diet? Você sabe como se consegue deixar a manteiga diet? Lembrar que a manteiga é 100% gordura tirada do leite ou pelo menos deveria ser!. A única maneira de deixar a manteiga com menos gordura é misturar algum produto na mesma que não seja gordura. Na propaganda vem escrito: produto com 10% a menos de gordura. Já parou pra pensar que esses 10% é outro produto, como por exemplo: trigo ou algum farináceo. Você estaria com-prado 90% de manteiga, com mais 10% de trigo, como se fosse um único produ-to. Estaria pagando trigo como se fosse manteiga (o trigo é muito mais barato) e o mais interessante é que a manteiga Diet. é vendida mais cara por ser Diet.!!!!

O queijo nosso de cada dia O queijo, igualmente a manteiga, é um subproduto do leite e consequentemente pode-se usar os mesmos artifícios usa-dos para a manteiga e se conseguir ven-der trigo ou sal pelo preço do produto original ao qual foram adicionados!

O Café torrado Você já percebeu que algumas marcas de café são bem mais amarga que ou-

tras? O que torna o café mais amargo que outros? É um outro tipo de café que você não está acostumado a consumir ou tem algum outro produto misturado?

Me lembro, quando criança, costumava ir nessas casa de vender café, junto com o meu pai. Claro, geralmente íamos fazer uma refeição. Mas, como criança costu-ma entrar em tudo que é lugar, certa vez entrei em uma dessas casas de torrar café e vi vários sacos de café e um de milho! Como era criança, nem liguei o fato de ter um saco de milho dentro de um depósito onde se torra café. Foi que uma certa vez meu pai tomando o café, em umas dessa casas, ele questionou: o café parece ter milho torrado misturado? Está com gosto esquisito! Foi que liguei o fato de ter um saco de milho dentro do depósito de uma dessas casas!

Alguns alimentos vendidos em grãos vem com misturas estranhas ou proveni-entes do próprio produto (bagaço é um deles) que aumentam o peso,e volume do produto, e consequentemente estão sendo vendidos como parte do produto. Como exemplo, podemos citar os mais vendidos: feijão, arroz e milho.

A quantidade de bagaço, grãos deforma-dos, pequenos insetos e até mesmo al-gumas pedras influenciam no peso e vo-lume do produto. Mas o inconveniente não fica só por conta do pagamento, tem também o fato que esses produtos exi-gem que se faça uma separação, dos grãos, antes de serem consumidos. As vezes algumas dessas pedras passam despercebidas, por ocasião da separa-ção, e acabam parando no seu almoço e o risco de se morder uma dessas pedras e perder um dente é eminente. Se esse produtos forem cozinhados sem a devida separação o risco de um acidente torna-se bem maior!

Antônio Carlos Vieira

Licenciatura Plena: Geografia (UFS)

http://carlos-geografia.blogspot.com

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo incluindo-se a devassi-dão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

Se disseres-me que este problema não tem solução, direi que estás equivocado. Isto porque a solução está no seio

da reorganização do teu pensamento

Bartolomeu Mbaia Advogado

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"Eu não recearia muito as más leis se elas fossem aplica-das por bons juízes. Não há texto de lei que não deixe cam-po à interpretação. A lei é morta. O magistrado vivo. É uma

grande vantagem que ele tem sobre ela"

Anatole France

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NOVEMBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 15

Educação

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

Carta Aberta ao Senado Federal em Repúdio à Declaração

Preconceituosa do Sr. Claudio de Moura Castro

Brasil, 28 de outubro de 2013.

As entidades e os movimentos da sociedade civil que participam dos debates para a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), desde a I Conae (Conferência Nacio-nal de Educação, 2010), manifestam seu repúdio e exigem retratação pú-blica à "proposição" desrespeitosa apresentada pelo Sr. Claudio de Moura Castro, em audiência pública realizada no dia 22 de outubro de 2013, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Fede-ral.

Na ocasião, buscando reforçar seu argumento de que o PNE é inconsis-tente devido à participação da socie-dade civil, o referido expositor suge-riu, em tom de deboche, que sua pro-posta ao plano seria oferecer "um bônus para as 'caboclinhas' de Per-nambuco e do Ceará se casarem com os engenheiros estrangeiros, porque aí eles ficam e aumenta o ca-pital humano no Brasil, aumenta a nossa oferta de engenheiros" (sic).

Preconceituosa, a "proposição" é i-nadmissivelmente machista e discri-minatória. Constitui-se em uma ofen-sa às mulheres e à educação brasi-leira, inclusive sugerindo a subjuga-

ção das mesmas por estrangeiros. Além disso, manifesta um preconcei-to regional e racial inaceitável, espe-cialmente em uma sociedade demo-crática. Entendemos que a diversida-de de opiniões não pode significar, de forma alguma, o desrespeito a qualquer pessoa ou grupo social.

Compreendemos, ainda, que tal ma-nifestação representa um desrespeito ao próprio Senado Federal, como Casa Legislativa que deve ser dedi-cada ao profícuo debate democráti-co, pautado pela ética e pelo compro-misso político, orientado pelos princí-pios da Constituição Federal de 1988 e de convenções internacionais de Direitos Humanos. A elaboração do PNE, demandado pelo Art. 214 da Carta Magna, não deve ceder à ga-lhofa, muito menos quando precon-ceituosa.

Por esta razão, os signatários desta Carta esperam contar com o compro-misso dos parlamentares e das parla-mentares em contestar esse tipo de manifestação ofensiva aos brasileiros e às brasileiras. Nesse sentido, espe-ramos as devidas escusas do Sr. Claudio de Moura Castro, que com seus comentários discriminatórios desrespeitou profundamente nossa democracia e a sociedade.

Movimentos e entidades signatárias

(por ordem alfabética):

ABdC (Associação Brasileira de Currículo)

Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa

e Informação ActionAid Brasil

Aliança pela Infância Anfope (Associação Nacional pela

Formação dos Profissionais da Educação)

Anpae/DF (Associação Nacional de Política e Administração da Educação

Distrito Federal) Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação)

Assopaes (Associação de Pais de Alunos do Espírito Santo)

Auçuba Comunicação Educação Campanha Nacional pelo Direito à

Educação CCLF-PE (Centro de Cultura Luiz Freire

Pernambuco) Cedeca-CE (Centro de Defesa da

Criança e do Adolescente do Ceará) Cedes (Centro de Estudos Educação e

Sociedade) Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas

em Educação, Cultura e Ação Comunitária)

CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)

Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de

Ensino) Escola de Gente – Comunicação e

Inclusão Fineduca (Associação Nacional de Pes-quisa em Financiamento da Educação)

Flacso Brasil (Faculdade Latino-

Americana de Ciências Sociais) Fojupe (Fórum das Juventudes de

Pernambuco) FOMEJA (Fórum Mineiro de Educação

de Jovens e Adultos) Fóruns de Educação de Jovens e

Adultos do Brasil Fundação Abrinq pelos Direitos da

Criança e do Adolescente Geledés – Instituto da Mulher Negra

Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) Instituto Avisa Lá

IPF (Instituto Paulo Freire) Mieib (Movimento Interfóruns de

Educação Infantil do Brasil) Mova Brasil (Movimentos de

Alfabetização de Jovens e Adultos do Brasil)

Movimento Mulheres em Luta do Ceará MST (Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra) Omep/Brasil/RS — Novo Hamburgo

(Organização Mundial Para Educação Pré-Escolar)

RedEstrado (Rede Latino-americana de Estudos Sobre Trabalho Docente)

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos

Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

Unipop (Instituto Universidade Popular)

(Campanha Nacional pelo Direito à

Educação, 28/10/2013)

Procrastinar...Adiar...

Sinônimo de procrastinar: adiar, de-longar, diferir, espaçar, postergar, prolongar, prorrogar, protelar, retardar.

A palavra é no mínimo esquisita, mas significa tão somente adiar algo, dei-xar para depois. E Por que deixamos algo para de-pois? Com certeza porque é algo que não é prazeroso, que não temos muita vontade e nem entusiasmo em fazer, talvez seja algo que vá nos causar algum incômodo, irritação, ou que se for feito, poderá trazer um resultado contrário ao esperado, ao que gosta-ríamos, ou simplesmente a preguiça tomou conta de nós, e um dia a gen-te vai fazer. A tarefa é chata; sei lá porque que deixamos para depois. O fato é que isso pode gerar stress, incômodo, podemos nos sentir culpado por não

fazer algo que já podia ou já devia ter sido feito, mas vai saber porque ain-da não fizemos? Talvez e tão somen-te estejamos agindo contra nós mes-mos, nos sabotando, por medo tal-vez, adiar algo pode nos fazer mais mal do que bem, embora muitas ve-zes tenhamos a sensação de alívio por temos adiado algo que pode ser dolorido, como conversas por exem-plo, decisões que podem mudar a nossa vida, finalizações de situações, coisas que nos causam desconforto e que preferimos não encarar no mo-mento, deixamos pra depois. E o stress por adiar vai aumentando, e a sensação de fracasso e de se sentir inútil também, sem falar que nos sentimos covardes. Mas nem tudo que adiamos tem esse sentido. Arrumar o armário por exemplo, é chato, fazer os exames de saúde roti-neiros, adiamos , um pouco por pre-guiça e achar que não precisamos e temos coisas mais importantes para fazer, outro pouco porque no fundo temos medo de não estarmos tão bem assim ( melhor não saber), co-mo pensam alguns. Mas e aqueles que adiam as coisas por medo de serem felizes? Sim, a felicidade pode causar medos e receios. Tem aqueles que estão tão acostumados a serem infelizes, ou com sua vidinha sem graça, que adi-am coisas que sabem que os fariam

felizes, coisas que dariam um novo colorido as suas vidas, afinal ser feliz também pode ser assustador, mudar o que está funcionando, mesmo que não seja muito bom, é correr riscos, quem sabe um dia. Deixar para de-pois pode ser um problema bem mais sério do que parece, adiar as coisas pode nos fazer perder oportunidades, podemos ficar mal vistos, como o,”cara das desculpas que só enrola e não faz nada”. O assunto é tão sé-rio que o empreendedor, autor e pa-lestrante Christian Barbosa especia-lista em gestão do tempo e produtivi-dade no Brasil, realizou com mais de 4 mil pessoas uma pesquisa em que perguntou: “você procrastina atividades ao longo da sua rotina?”. 97,4% dos entrevistados responde-ram “sim”. É claro que adiar as coisas de vez em quando é algo normal, todos fa-zem isso, mas quando isso começa a gerar problemas na nossa vida, quando começa a se tornar um recur-so que utilizamos quando não poderí-amos adiar algo realmente importan-te, é preciso olhar para nós mesmos com um olhar mais atento, de obser-vador, e tentar descobrir o que está por trás disso. Que angústias ou problemas esta-mos querendo esconder com essa atitude de procrastinar tudo.

Na vida pessoal é normal que isso ocorra mais, porque só temos que dar satisfação a nós mesmos. Adia-mos a ginástica ou a dieta, mas é só a nós que estaremos prejudicando, mas quando envolve a vida profissio-nal, e a vida de outras pessoas que dependem as vezes de uma decisão ou de uma atitude nossa, algo a mais tem que ser feito. Corremos o risco de termos a nossa saúde seriamente abalada por conta disso, pelo stress e desconforto que isso nos causa. Vamos tentar adiar menos, procrasti-nar menos e fazer mais. Parar de empurrar com a “barriga”. Como diz o velho ditado: Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Amanhã pode ser tarde demais. Va-mos nos ouvir, fazer silêncio, aliviar nossa mente dos problemas e pensa-mentos originados por que não fize-mos, porque adiamos e não conse-guimos relaxar, porque ainda falta fazer algo. A paz que tanto almeja-mos está em nós mesmos, estabele-cendo prioridades, vamos realizando pouco a pouco o que tem ser feito, sem angústias, e vivendo o momento presente.

Mariene Hildebrando Professora e especialista em Direitos Humanos e-mail: [email protected]

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NOVEMBRO - 2013

Edição nº. 72 Ano VI - 2013

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

O inicio da República Brasileira

O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido co-

mo a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil fir-mou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área soci-al, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.

A República da Espada (1889 a 1894)

Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Procla-mação da República, liderada pelo Marechal Deo-doro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto.

O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.

Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representa-va os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os ci-dadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias

O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrá-rio. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Re-publicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos con-trolavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.

Dominando o poder, estes presidentes implementa-ram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.

Surgiu neste período o tenentismo, que foi um mo-vimento de caráter político-militar, liderado por te-nentes, que faziam oposição ao governo oligárqui-co.

Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Colu-na Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copaca-

bana foram dois exemplos do movimento tenentis-ta.

Política do Café-com-leite

A maioria dos presidentes desta época eram políti-cos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois esta-dos eram os mais ricos da nação e, por isso, domi-navam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acaba-vam favorecendo sempre o setor agrícola, principal-mente do café (paulista) e do leite (mineiro). A polí-tica do café-com-leite sofreu duras críticas de em-presários ligados à indústria, que estava em expan-são neste período.

Se por um lado a política do café-com-leite privilegi-ou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou pro-vocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores

Montada no governo do presidente paulista Cam-pos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presi-dente apoiava os candidatos dos partidos governis-tas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também du-rante a época do governo.

O coronelismo

A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regi-ões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violên-cia para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que vo-tasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus ob-jetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté

Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo re-publicano para beneficiar os cafeicultores em mo-mentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava.

Esperava-se a alta do preço do café e então os es-toques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendei-ros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930 Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Wa-shington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Alian-ça Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Ge-túlio Vargas.

Júlio Prestes sai vencedor nas elei-ções de abril de 1930, deixando des-contes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Lidera-dos por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares desconten-

tes, provocam a Revolução de 1930.

É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

Galeria dos Presidentes da República Velha:

Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891),

Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894),

Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898),

Campos Salles (15/11/1898 a 15/11/1902) ,

Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906),

Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909),

Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910),

Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914),

Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918),

Delfim Moreira Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919),

Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),

Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926),

Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).

Você sabia?

- O período da História do Brasil conhecido como Nova República teve início em 1985, com o fim da Ditadura Militar e início do processo de redemocra-tização. Este período da História do Brasil dura até os dias atuais.

- A palavra República tem origem no latim res publi-ca, cujo significado é "coisa pública".

Da redação

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