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EDUCAÇÃO PARA MUDANÇA Aprendendo a conviver com os outros Contribuições Feministas para uma cultura de paz

Educação para mudança

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EDUCAÇÃO PARA MUDANÇA

Aprendendo a conviver com os outros

Contribuições Feministas para uma cultura de paz

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Revolução das mentalidades

• Nascido há um século atrás, o FEMINISMO mais do que um movimento político-social de inserção das mulheres na esfera do público é, ao meu ver, um acontecimento semiológico de crítica à cultura Através dele foi possível ressignificar conceitos e valores fundamentais não apenas para os direitos da mulher, mas também para consolidar o que se denomina hoje a Pós-modernidade.

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DISCURSOS DESAUTORIZADORES

• Valendo-se de um cenário instável e descrente, o feminismo como corrente de pensamento (e não apenas luta social) corrobora para desconstrução dos conceitos binários e totalizantes como:cultura/natureza; razão/emoção; público / privado. Em todos esses pares o primeiro elemento estaria relacionado ao masculino e o segundo, ao feminino. E haveria, supostamente, uma primazia do primeiro sobre o segundo.

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No elogio da dúvida

Ressemantizar esses conceitos, desfazendo a dicotomia e desconfiando da valoração hierárquica a eles atribuída foi o trabalho de várias correntes de pensamentos no século XX, entre elas: a Psicanálise , a Ecologia e também a Crítica Feminista.

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Privado X Público

• Mudança de mentalidades?• O mundo do público hoje é feminino

e masculino• E o mundo privado???

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Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível. (BARTHES, Roland. A aula. São Paulo, Cultrix, 1977.pp.21)

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O EXERCÍCIO DO PENSAR

•ENSINA-SE A VER , LER E ESCREVER?•PERMITE-SE A DÚVIDA?•PRATICA-SE A REFUTAÇÃO?•EXERCITA-SE O AUTO-CONHECIMENTO E O POSICIONAMENTO DO SUJEITO FRENTE AOS FATOS?

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O papel da Retórica: Silogismos

•TODO HOMEM É MORTAL;

•SOCRATES É HOMEM;

•LOGO, SOCRATES É MORTAL

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DÚVIDA METÓDICA (Discurso do Método – René Descartes)

1. Se eu duvido então eu penso;Logo, o pensamento existe;

2. Se o pensamento existe, então existe um eu que pensa, portanto, penso, logo existo;

3. Se eu existo, então Deus existe.

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O primado da dúvida não descarta os valores

Já que não tenho certeza de nada, devo investigar com rigor as minhas dúvidas e defender uma a uma, pela via do argumento, todas as minhas conclusões provisórias(…) A frase “não aceito o seu argumento” se não vier acompanhada de contra-argumentos, contém violência semelhante ao silêncio ou ao porrete.(BERNARDO, Gustavo. Educação pelo argumento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rocco,2007, pp.30)

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Certezas cegasA maior parte dos maiores males que o homem tem infligindo ao homem proveio do fato de as pessoas estarem absolutamente certas de algo que, na verdade, era falso. Saber-se a verdade é mais dificil do que a maioria dos homens supõe, e agir com implacavel determinação na crença de que a verdade constitui monopólio de seu partido é o mesmo que fazer um convite ao desastre.(RUSSEL, Bertrand. Ensaios impopulares. Apud: Bernardo.

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Só sei que nada sei…1. Penso, onde não sou

(Lacan)_Inconsciente: problematizando o eu , ou o sujeito da razão;

2. Sou pelo olhos do outro _ a educação pela interação;

3. A dúvida da humildade _ ou onde a razão falhou;

4. Só há encontro cognitivo onde há encontro afetivo.

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Crise da razão e da féA ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso neoliberal anda solta no mundo. Com ares de pós-modernidade, insiste em convencer-nos de que nada podemos contra a realidade social que, de histórica e cultural, passa a ser ou virar quase natural. Do ponto de vista de tal ideologia, só há uma saída para a prática educativa: adaptar o educando a esta realidade que não pode ser mudada.(Freire, 2010:20)

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Consequências da criseO progresso e as tecnologias não acabaram com a fome;A privatização não é só econômica. Ela é filosófica, metafísica. Ela tem reflexos na nossa subjetividade. Nos estamos virando seres cada vez menos solidários, menos interessados nas causas coletivas, menos mobilizáveis para grandes questões.(Frei Betto. Ética. NASCIMENTO, Elimar Pinheiro(Org.). Rio de Janeiro: Garamond,1997, pp.24)

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Educação da autonomia – Paulo FreireEnsinar exige reconhecer que a educação é ideológica.

Daí a crítica permanentemente presente em mim à malvadez neoliberal, ao cinismo de sua ideologia fatalista e sua inflexível ao sonho e à utopia.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 41 reimprenssão. São Paulo: Paz e Terra, 2010.pp.16

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Ensinar exige alegria e esperançaHá esperança faz parte da natureza humana. Seria uma contradição, se inacabado e consciente do inacabamento, primeiro, o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e, segundo, se buscasse sem esperança.(…) A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela não haveria História, mas puro determinismo(p.72)

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História é tempo de possibilidadeComo presença presente no mundo não posso escapar a responsabilidade ética no meu mover-me no mundo. Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que faço no mover-me no mundo e se careço de responsabilidade não posso falar em ética

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Isto não signfica negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, permita-me reiterar, é problemático e não inexorável.

(grifo do autor. Freire, 2010: 19)

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Ensinar exige convição de que a mudança é possível

O mundo não é o mundo está sendo.Meu papel no mundo não é só de quem constata o que ocorre, mas também de quem intervém como sujeito de ocorrências.Somos programados para aprender, onde quer que haja mulheres e homens há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.Evocamos assim nossa vocação humana para ser mais

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Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática

Quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curisosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica.

(Freire, 2010: 39)

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Só sei que nada sei…1. Penso, onde não sou

(Lacan)_Inconsciente: problematizando o eu , ou o sujeito da razão;

2. Sou pelo olhos do outro _ a educação pela interação;

3. A dúvida da humildade _ ou onde a razão falhou;

4. Só há encontro cognitivo onde há encontro afetivo.

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Ensinar o que não se sabe

O que se sabe: a cultura da dominação

O que se deseja ensinar: a cultura da paz

O que fazer?

Como fazer?

Para que fazer?

O que conhecer?

Como conhecer?

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Pós-modernidadeIdentidade

O progresso científico e tecnológico que não responde fundamentalmente aos interesses humanos, às necessidades de nossa existência, perdem, pra mim, sua significação(p.130)

Ensinar exige disponibilidade para o diálogoEducação para o ser ???

Os quatro pilares da Educação

1. Aprender a conhecer;2. Aprender a fazer;3. Aprender a viver juntos;4. Aprender a ser.

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Exercendo a criticidade…

O significado de fazer

O significado de conhecer

O Significado de viver juntosContribuição feminista no aprendizado do viver com os outros

A crítica ao patriarcado não apenas como um problema das mulheres, já que, o feminismo denunciou

O significado do aprender a ser

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BIBLIOGRAFIABERNARDO, Gustavo. Educação pelo argumento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rocco,2007.DARCY-OLIVEIRA, Rosiska. Reengenharia do tempo. Rio de Janeiro : Rocco, 2003.DELORS, Jacques et alli. Educação: um tesouro a descobrir; relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez/UNESCO, 1998.NASCIMENTO, Elimar Pinheiro(Org.). Ética. Rio de Janeiro: Garamond,1997.FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 41 reimprenssão. São Paulo: Paz e Terra, 2010.MURARO, Rose. Um mundo novo em gestação. Campinas: Verus, 2003.