Educação Para o Século XXI

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    reciclado, sujeito a peque-

    nas variaes nas cores e

    na qualidade de impresso.

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    CATALOGAO NA FONTE PLIS/CENTRO DE DOCUMENTAO E INFORMAO

    CARDELLI, Jorge; DUHALDE, Miguel; MAFFEI, Laura

    Educao para o Sculo XXI.

    So Paulo, Instituto Plis, . p. (Cadernos de Proposies para o Sculo XXI, )

    . Educao. . Cultura. . Cidadania. . Poltica Educacional. . Desenvolvimento

    Sustentvel. . Metodologia Educacional. I. CARDELLI, Jorge. II. DUHALDE, Miguel.

    III. MAFFEI, Laura. IV. Instituto Plis.V. CTERA. VI. Aliana por um Mundo Res-

    ponsvel, Plural e Solidrio. VII. Ttulo. VIII. Srie

    Fonte: Vocabulrio Plis/CDI

    REALIZAO

    Instituto Plis

    Rua Arajo,

    So PauloSP

    CEP-

    Brasiltel. - fax -

    www.polis.org.br

    EDIO DOS CADERNOS DE PROPOSIES EM PORTUGUS

    coordenao geral Hamilton Faria

    coordenao editorial Janaina Mattos

    traduo Beatriz Cannabravareviso Maria Sylvia Corra

    projeto grfico Cssia Buitoni

    ilustraes Marcelo Bicalho (as ilustraes foram produzidas especialmente

    para esta coleo)

    difuso Isis de Palma Imagens Educao

    APOIO

    Fondation Charles-Lopold Mayer pour le Progrs de lHomme FPH (Paris)

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    Captulo II: Educao, Cidadania e Democracia

    Fundamentao

    A Escola, espao de cidadania e de democracia

    Propostas

    Captulo III: Educao e Desenvolvimento

    Fundamentao

    Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento

    Ambiente, Educao e Desenvolvimento

    Construindo educao para a sustentabilidade

    Propostas

    Captulo IV: Estado e polticas educativas

    Fundamentao

    Instituies Educativas

    Desenvolvimento curricular

    Propostas

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    de desenvolvimento inclusivo, solidrio e sustentvel e de uma socie-dade radicalmente democrtica.

    Pedro PontualMembro da coordenao da Escola de

    Cidadania do Instituto Polis e presidente do CEAAL

    (Conselho de Educao de Adultos da Amrica Latina)

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    papel do educador como simples transmissor de conhecimentos ela-borados em outros mbitos e, por outro, os reducionismos prpriosdas reflexes que se limitam apenas a aspectos pedaggicos e didti-

    cos. Nesse sentido, consideramos que toda e qualquer discusso so-bre Educao no pode ficar restrita a um grupo de especialistas, eque dela devem participar as vozes de todos os atores envolvidos.

    Para desenvolver este espao, organizamos o trabalho conside-rando diferentes eixos temticos: Educao e cultura; Educao, cida-

    dania e democracia; Educao e desenvolvimento; Cultura das insti-tuies educativas; Educao, Estado e polticas curriculares.Entre os meses de outubro de e maio de foram realiza-

    dos diferentes encontros relacionados a esses eixos; alm disso, traba-lhou-se com um Frum de Discusso a Distncia, do qual participaram

    pessoas de todos os continentes. Como encerramento, teve lugar na ci-

    dade de Buenos Aires, Argentina, durante o ms de junho de , umEncontro Internacional de sntese, do qual participaram aproximada-mente pessoas, provenientes da frica, Amrica, sia e Europa.

    O Caderno de Propostasque chega a suas mos foi construdo apartir dos aportes surgidos nos mencionados encontros e das contri-

    buies dos participantes no Frum de Discusso a Distncia. Cada

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    aparece canalizando o impulso de ampliao da demanda educativaso diferentes e combinadas. No entanto, apresentam como traogeral o ataque ao sentido histrico outorgado ao papel da educao

    pblica e s caractersticas da organizao escolar e do trabalhodocente. Do ponto de vista liberal, os objetos da cultura so partedo mercado, bem como os processos educativos que permitem suaapropriao. O sentido da educao, segundo essa perspectiva, torna-se possvel atravs da apropriao individual dos recortes culturaisadequados e da capitalizao individual necessria para poder atuarnesse mercado que a sociedade. A educao, segundo essa viso,serve apenas para capitalizar individualmente. O ensino, ento, sermais ou menos bom medida que os contedos a ser ensinados se-jam mais ou menos teis para o mercado do emprego.

    Um projeto educativo deve superar a concepo de educao pr-

    pria do neoliberalismo, que se reduz perspectiva do mercado detrabalho, e avanar decididamente na construo de identidades cul-turais, no desenvolvimento de filosofias humanistas integradoras detodos os homens e mulheres da terra, e no desenvolvimento de estru-turas produtivas globais justas e sustentveis. Uma proposta de mun-dializao alternativa deve incluir esses aspectos como elementos

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    da explorao, para o desenvolvimento do armamentismo e paraincrementar a excluso social e a pobreza. Nesse sentido, preci-so que sejam institucionalizadas as instncias internacionais par-

    ticipativas e de amplo consenso, que situem no centro do debateestes aspectos crticos e seu impacto nos contedos curriculares enas metodologias de ensino.

    A necessidade de fazer com que haja uma tomada de conscinciade como a informao e a comunicao em geral podem ser utili-zadas, e de que no mundo atual isso ocorre majoritariamente embenefcio dos poderosos, destacando a importncia de incidir emsua regulamentao, considerando os interesses do conjunto dahumanidade, atravs de mecanismos concertados, democrticos enos quais a sociedade civil seja protagonista.

    Que preciso promover o desenvolvimento da sociedade civil nacio-

    nal, regional e mundial em suas instncias solidrias, atendendos diferentes formas culturais especficas da atividade humana.Destacar a importncia da luta pela defesa dos direitos ligados sdiferentes identidades culturais.

    Que a natureza deve ser o ponto de partida da sustentabilidade dequalquer proposta poltica, econmica, social e cultural. Nesse sen-

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    cao popular ambiental, para a conquista de sustentabilidade, jus-tia e eqidade para as sociedades humanas.

    No captulo IV,Estado e polticas educativas, aborda-se o papeldo Estado e da sociedade civil no estabelecimento de polticas de im-pacto, tanto nas instituies educativas como nos desenvolvimentoscurriculares.

    Cada um desses captulos vem acompanhado de propostas paraa superao dos obstculos e abordagem dos conflitos prprios docontexto analisado.

    O captulo V apresenta a metodologia de trabalho que permitiuchegar redao do presente Caderno de Propostas, e o ltimo ca-

    ptulo, as concluses que pretendem ser, mais do que um fechamentodefinitivo, um ponto de partida para novas reflexes, perguntas eaes. Assim, o que se espera que diferentes atores sociais se sin-tam mobilizados a retomar o texto para question-lo, modific-lo,ampli-lo, adequ-lo e resignific-lo, considerando as particularida-des dos seus prprios contextos.

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    sobre a necessidade de considerar outros problemas da sociedadeglobal, como a crise ecolgica, a crise epistemolgica e a desigual-dade lacerante entre riqueza e pobreza, que desembocam por sua vez

    em outros problemas: os refugiados ambientais, as migraes irrepri-mveis, o crescimento urbano imprevisvel, a violncia devastadora, oarmamentismo e o narcotrfico, as tecnologias antiticas e predado-ras etc. Todas essas questes nos obrigam a repensar decididamenteo curso dos acontecimentos.

    Propostas

    No que se refere aos instrumentos com os quais contamos para atransformao, o que afirmamos que com a identidade, a orga-

    nizao, a determinao, o saber, a obstinao e a pacincia, a mu-dana possvel. Em tudo isso, as Escolas e Universidades haverode cumprir um papel fundamental: reforar os vnculos entre es-tudantes, intelectuais e organizaes de base em p de igualdade,realizando a maior quantidade possvel de aes no seu meio. Apartir do Magistrio e das Universidades deveriam ser intensifi-

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    Potenciar o desenvolvimento dos meios de comunicao alternati-vos a partir dos centros educativos e de outros atores sociais comomovimentos de bairro e fundaes.

    Aprender a valorizar outras formas de comunicao, inclusive o si-lncio, retirando o carter excludente que tm os meios de comuni-cao de massa em mos das classes dominantes.

    A educao deve contribuir para a democratizao das comunica-es, desenvolvendo uma reflexo crtica sobre os meios e o seu pa-

    pel no exerccio da dominao social. Em sua prtica concreta, devefavorecer o desenvolvimento de formas alternativas de comuni-cao. As instituies educativas devem ser espaos fortementeintercomunicados atravs da gerao de instrumentos que impli-

    quem em um ativo protagonismo dos atores educativos.

    A partir da educao deve-se promover a idia de que a linguagem uma construo histrica e cultural. Mostrar que os significadosse articulam em funo de interesses e, inclusive nas salas de aula,convertem-se em instrumento de discriminao e excluso social.

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    no protagonismo, em situaes nas quais os conhecimentos cientfi-cos mostrem sua potncia resolutiva. Ressaltar a dimenso que tema verdade para a transformao do mundo, distanciando-se tanto do

    pensamento nico como dos relativismos extremos e individualistas.

    A seleo dos contedos no campo educativo deve ser produto deamplos consensos democrticos que incluam no apenas os atoresdo processo educativo, mas tambm as diferentes expresses so-ciais e culturais de todas as regies e naes do mundo.

    Tendo presente que as tendncias educativas atuais enfatizam cri-trios pragmticos e utilitrios de seleo de contedos, valori-zando as dimenses cientficas e tecnolgicas em detrimento dasdiversas expresses artsticas, considera-se importante questionar

    essa tendncia, atuando na revalorizao do papel da arte na for-mao dos diferentes atores sociais.

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    des e oportunidades e uma base de justia social. Nessas condies,tambm gerada uma cultura que afasta o cidado dos prprios co-nhecimentos e instrumentos que lhe permitiriam sobrepor-se aos

    condicionamentos sofridos.Num ambiente de excluso vo sendo reciclados os prprios ele-mentos culturais que do continuidade situao de marginalidade.Uma situao que pode ser inclusive agravada pela prpria escola, seela permitir que em seu espao seja ratificado o fracasso dos mais po-bres, convertendo o conhecimento que no chega em um elemento

    que aprofunda a excluso j existente.Desenvolvimento cientfico e tecnolgico orientado pelos interesses

    do poder hegemnico. O avano apresentado pela crescente evoluoda cincia e da tecnologia de tal magnitude que estaria em condiesde resolver a maior parte dos problemas essenciais de moradia,

    alimentao, sade, segurana e educao no mundo. No entanto,isso no acontece de maneira alguma, no por impossibilidade ouinsuficincia do desenvolvimento alcanado, mas pela orientao im-posta a esses novos conhecimentos orientao ligada aos interes-ses dos negcios e dos ganhos daqueles que exploram e dirigem as

    pesquisas. A ttulo de exemplo, mencionamos apenas o resultado ma-

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    paoprivilegiado para impulsionar e promover as mudanas cultu-rais, um lugar para a construo de novos pensamentos que, a partirda tica e de princpios humanitrios, construa os valores de uma

    nova sociedade.As escolas e as universidades pblicas, e qualquer outra forma po-pular de educao, devem estar a servio do pblico e do popular, im-pulsionando a democracia e a cidadania a partir da prtica concretaem seus prprios espaos. Nenhum discurso, nenhum texto, nenhu-ma teorizao deixar marcas mais profundas na formao de crian-

    as e jovens do que a prtica concreta do respeito, da tolerncia e daconvivncia plural na escola. A falta dessa prtica concreta reduz acapacidade de correo que a democracia necessita desesperadamen-te. preciso confrontar-se, interrogar-se e potencializar-se a partirda prtica. Sobretudo porque a educao, como processo de conheci-

    mento, deve se dirigir a todas as dimenses dos seres humanos: fsica,psquica, afetiva, racional e social. A educao que dissocia teoria eprtica torna invisvel a realidade e nesse contexto se desvanece o serhumano carnal, substrato vivencial da democracia.

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    Do trabalho sobre uma pedagogia da tica. No se trata de dar aulasde moral, mas sim de oferecer a uma comunidade enfraquecida oexemplo de uma instituio que exercita a justia, que estimula a

    participao, que protege os fracos, que respeita o sofrimento e quepromove a solidariedade;

    Do abandono da neutralidade, protagonizando a partir do pedag-gico, do curricular e das atitudes uma clara resistncia exclusoe injustia;

    Da organizao da demanda social, abrindo a escola para a comuni-dade e promovendo o arco de alianas sociais para a soluo dos

    problemas. Superando, ao mesmo tempo, as formas estereotipadasde democracia, oferecendo oportunidades e alternativas efetivas

    para a igualdade de possibilidades;

    Da compreenso de que a escola pode ser a voz dos que no podemou no sabem expressar sua situao desvantajosa para salientar asinjustias, as desigualdades e promover a diversidade como direito;

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    tra no prprio cerne do projeto histrico da humanidade da moder-nidade. Este raciocnio nos leva a repensar, a partir das bases, essesmesmos modelos que regeram o pensamento, e com ele as formas

    de produo, a organizao social, a maneira de representar o mun-do atravs da razo, e a dominao da natureza por meio da cincia,como suas caractersticas mais destacadas. A educao as institui-es educativas da modernidade tem contribudo para o desenvol-vimento e fortalecimento de uma cultura do domnio, da exploraoe do risco que supe pensar e atuar por um progresso baseado no

    desenvolvimento tcnico-instrumental e de crescimento contnuo.Revis-la em suas bases para repensar o mundo e, particularmente, omodelo de desenvolvimento, constitui um esforo inestimvel.

    nesse sentido que a educao, de forma ampla, de base insti-tucional, mas tambm como processo contnuo dos sujeitos em sua

    cultura, passa a ser um instrumento estratgico para formar os valo-res, habilidades e capacidades de re-aprender o mundo e rumar nadireo de sociedades sustentveis.

    As idias-fora da modernidade, que ainda subjazem em nossaforma de ver e organizar o mundo, so as de progresso, crescimentoeconmico, expanso, dominao e explorao. Idias baseadas em

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    nas em todo o planeta. Em termos de biosfera, os efeitos das tensess quais submetido o planeta so de tal magnitude que se tornaminsustentveis. Nesse aspecto, a irrupo do desenvolvimento capi-

    talista neoliberal que encontrou uma fase de internalizao da eco-nomia e avana para a mundializao dos sistemas de produo e deconsumo, seja qual forem as culturas e os valores, produziu um ace-leramento dos processos destrutivos.

    Hoje, mais do que nunca, necessrio eliminar o desperdcio epropiciar mecanismos de redistribuio mundiais, que evitem as toli-

    ces e proponham um trnsito sustentabilidade planetria. Sem essacondio no ser possvel o apelo a um futuro comum para todos os

    povos do globo, ainda mais quando as sociedades mais despojadas domundo so excludas do banquete ao qual se sentam apenas algunspoucos pases.

    O valor da pergunta que nos indica, pelo menos, o que teremosque responder para sair do atoleiro. Ser possvel frear as atuaistendncias autodestrutivas e vencer a inrcia dos processos insus-

    tentveis? O capitalismo neoliberal atual mutar para alguma forma

    econmica sustentvel? Qual ser a magnitude da transformao que

    dever acontecer nas esferas econmica, social e poltica da vida hu-

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    Educao Popular Ambiental, indicando sua capacidade de res-peitar a diversidade biolgica, fsica e cultural;

    A definio da profunda vinculao entre modelo de desenvol-

    vimento e educao que promova o eco-desenvolvimento.

    Apreender a realidade e construir cidadania: talvez o desafio maiorseja a construo de uma sociedade que recrie e/ou internalizeuma srie de valores, prticas cotidianas, saberes que formem su-

    jeitos que atuem coletivamente, que tenham atitudes polticas efe-

    tivas e afetivas de relao com seu entorno.

    A tica, o desenvolvimento e a responsabilidade conjunta diante doconhecimento e sua utilizao. No mundo de hoje, o problema prin-cipal no parece ser a acumulao de conhecimento, mas sim o que

    se faz com ele e o que que ele reproduz em termos ticos. Portan-to, uma educao para o desenvolvimento e para a sustentabilidadeser aquela que seja capaz de conjugar a necessidade educativa coma tica da relao harmnica com o ambiente, no mbito de umprograma educativo. Uma reeducao tica para a sustentabili-dade, partindo de uma perspectiva global, ser inestimvel.

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    Os Sistemas Educativos: o papel dos sistemas educativos prepon-derante na consolidao do fato social educativo em escala glo-bal. Os Estados-nao tm neles o principal veculo de transmisso

    cultural e por isso devemos propor sua reorientao organizativapara o eco-desenvolvimento. A organizao escolar como produtodas prticas educativas democrticas imperiosa, residindo aboa parte da simbologia que as sociedades assumem para confor-mar-se como tal.

    O subsistema universitrio deve ser protagonista na produo deconhecimentos que desenvolvam, por exemplo, foras produtivasno mbito do eco-desenvolvimento e do saber ambiental integra-do a ele como novo paradigma.

    Reorganizar a sociedade para reorganizar a produo e o SubsistemaEconmico: A humanidade em seu conjunto participa como meio,como objeto e como decisor em cada uma das atividades humanas,entre elas a atividade econmica.

    Esta ltima atividade humana se encontra dentro da biosfera e, por-

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    atuais e da centralidade da linguagem no discurso e na constituiodo social. Nesse sentido, a cultura um campo de luta em torno daconstruo e da imposio de significados sobre o mundo social.

    Na viso tradicional e tecnocrtica, a cultura abstrada de seuprocesso de produo histrico, sem considerar que os campos dacultura e do conhecimento so produzidos pelas relaes sociais eque essas relaes sociais so hierrquicas, assimtricas: so relaessociais de poder.

    Em nossa concepo, o trabalho curricular supe uma produtivi-

    dade constante, tanto nos processos de aprendizagem como na tarefade ensinar. Isso se expressa no trabalho com os materiais didticos, naanlise crtica das origens dos conhecimentos a serem ensinados e nagerao de situaes capazes de produzir sua reconstruo. Afirma-mos que estas prticas contribuem para a produo de identidadessociais e culturais, fazendo da educao uma experincia relevante.

    Nesse marco, enunciamos um conjunto de princpios para a re-flexo e a ao de compreender e transformar a sociedade.

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    ao trabalho de relao com a comunidade, promovendo o inter-cmbio de valores e seus projetos socioantropolgicos.

    No que se refere linguagem prpria da cultura das instituies edu-cativas, propomos a promoo da reflexo coletiva e a discussosobre o significado dos termos nela utilizados e o desenvolvimentode uma leitura crtica dos discursos que surgem a partir da ideo-logia dominante, com a inteno de determinar a vida cotidianaprpria dessas instituies.

    Gerar instncias que permitam aos sujeitos institucionais tomar apalavra, conferindo-lhe novos sentidos em um processo de parti-cipao, discusso e auto-reflexo coletiva. Promover um com-

    promisso do Estado por meio de polticas culturais que tenhamcomo elemento constitutivo os saberes expressados nos discur-sos dos setores populares.

    No que se refere s relaes de poder, preciso impulsionar modelosinstitucionais baseados em um maior protagonismo dos docentes,estudantes e dos diferentes atores da comunidade educativa, para

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    zam e congelam a dinmica de mudana que as instituies edu-cativas necessitam.

    preciso contribuir para que sejam visualizadas as relaes de po-der que aparecem mediando a dinmica cultural da instituio,

    para critic-las e transform-las no sentido de um enriquecimentodemocrtico, com o firme objetivo de construir uma cultura insti-tucional que favorea a discusso e redefina participativamente oespao pblico.

    De acordo com o que foi desenvolvido no pontoDesenvolvimentocurricular, postulam-se as seguintes propostas e princpios orienta-dores da prxis curricular:

    Orientar a ao e o pensamento para uma sociedade que consi-dere como prioridade a satisfao das necessidades vitais, sociaise histricas.

    Pensar a educao como espao pblico no qual seja possvel a re-

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    sistema no que se refere ao papel do educador como simples transmis-

    sor de conhecimentos elaborados em outros mbitos e, alm disso, pa-

    ra no cair nos reducionismos prprios das reflexes que se limitam a

    aspectos pedaggicos e didticos. Nesse mesmo sentido, considerou-

    se que um documento de carter mundial sobre a problemtica da

    educao deve necessariamente incluir, em seu processo de elaborao,

    os sujeitos que cotidianamente produzem o fato educativo. Um dos

    principais protagonistas deste processo o educador, e por isso que

    se pensou na importncia e significado que teria este texto se fossem

    includos justamente aqueles que atuam no campo de referncia.As fundamentaes e propostas para o campo da educao fo-

    ram desenvolvidas, neste caso, considerando que os profissionais queatuam nesse campo, ao mesmo tempo em que so especialistas notema, conhecem a realidade educativa, integrando a teoria existentea suas prprias vivncias concretas.

    Alm disso, considerou-se a importncia de construir este docu-mento com a contribuio de todos os sujeitos envolvidos e interes-sados na problemtica educativa mundial, obtendo como resultado aparticipao e representao de diferentes setores da sociedade.

    Antes de descrever os passos seguidos neste processo, impor-

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    Vilte da CTERA. Realizado nos dias , e de novembro deem Buenos Aires.

    Encontro Nacional da Rede DHIE Docentes que Fazem PesquisaEducativa, organizado pela Escola de Formao Pedaggica e Sin-dical Marina Vilte da CTERA. Realizado nos dias e de novem-bro de em Buenos Aires.

    Encontro Educao e Desenvolvimento, Comodoro, Rivadavia , a de novembro de .

    Encontro Nacional de Educadores pela Paz Para que a paz no seja

    apenas ausncia de guerra..., organizado por CTERA e AMSAFE.Realizado na cidade de Rosrio no dia de outubro de .

    Encontro Nacional de Jovens comprometidos na construo deuma nova sociedade, organizado por CTERA, AMSAFE Villa Cons-titucin e CTA Villa Constitucin. Realizado nos dias e de ou-tubro de na cidade de Villa Constitucin, Prov. de Santa F.

    Encontro regional da Rede SEPA Cone Sul, organizado por CTERAe Rede SEPA Rede Social para a Educao Pblica nas Amricas.Aconteceu nos dias , e de outubro de em Buenos Aires.

    Encontro Educao, Ambiente de Trabalho e Trabalho Docente,Buenos Aires, e de outubro de .

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    fonte de contribuies e tambm como instncia para a discussodo documento. Participaram pessoas, assim distribudas: mulheres e homens. atores da educao formal (de educao bsica, de secundria,

    de terciria, de universitria) e atores da educao no formal. habitantes da Argentina, do Brasil, da Guatemala e pessoa de

    cada um dos seguintes pases: Camares, Canad, Frana, Paraguai,Benin e ndia.

    RedaoA equipe de redao teve participao permanente nas diferen-

    tes instncias para realizar, entre os meses de julho e agosto de ,a integrao das diferentes contribuies e a redao do presenteCaderno de Propostas.Para tanto, essa equipe dedicou-se a organizara informao e sistematizar as produes, considerando os eixos quehaviam sido propostos no incio da discusso e que pretendiam darconta das principais dimenses e problemticas do campo da edu-cao: Educao e Cultura; Educao, democracia e cidadania, Edu-cao e Desenvolvimento, Estado e polticas educativas.

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    senciais, pelo contrrio, foram a modalidade de maior riqueza, inter-cmbio e discusso neste processo.

    Tambm importante tomar conscincia, no que se refere s de-bilidades, da dificuldade de incluir neste documento todas as opi-

    nies, pois seguramente muitos setores deixaram de ser representa-dos no processo de discusso e redao; portanto, esta produo deveser considerada levando-se em conta a parcialidade de que estiveramcompostas as diferentes instncias.

    Por ltimo, acreditamos que o processo esteve muito centrali-

    zado na elaborao e discusso do documento. Nesse sentido, con-sideramos que uma das maneiras de continuar a aprofundar a refle-xo e as aes conseqentes seria enfatizar a apresentao e a dis-cusso de experincias concretas, buscando demonstrar, a partir dediferentes prticas sociais, como podem ser iniciados processos detransformao.

    Por outro lado, o prprio processo permitiu, entre outras coisas,a potencializao de redes de intercmbio sobre opinies e experin-cias educativas. Do ponto de vista do trabalho coletivo e cooperativofoi possvel avanar a um modo de discusso em profundidade sobreo papel da educao no mundo atual. E essa mesma modalidade per-

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