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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ ALINE PACHECO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ SETEMBRO-2005

EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS

REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ

ALINE PACHECO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ

SETEMBRO-2005

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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS

REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ

ALINE PACHECO

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias- CCTA, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”.

Orientadora: Profa. CELIA RAQUEL QUIRINO

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ SETEMBRO-2005

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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS

REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ

ALINE PACHECO

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias- CCTA, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”.

Aprovada em 29 de Setembro de 2005 Comissão Examinadora: ___________________________________________________________________

Profa Tânia Góes de Pinho (PhD Fisiopatologia da Reprodução)- UFF

___________________________________________________________________ Profo. José Frederico Straggiotti Silva (DS. Reprodução Animal)- UENF

___________________________________________________________________ Profa Isabel Candia Nunes da Cunha (DS. Reprodução Animal)- UENF

__________________________________________________________________ Profa Celia Raquel Quirino (DS. Melhoramento Genético Animal) - UENF

(Orientadora)

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O que me faz esperançoso não é a certeza do achado, mas o mover- me na busca.

(Paulo Freire)

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Aos meus pais,

Evair e Maria Aparecida,

pelo grande amor e incentivo...

À minha irmã,

Elaine pelo apoio, carinho e

incentivo.

Ao meu Amor

José Ricardo

DEDICO.

iii

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AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo...

À Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF- pela oportunidade de

realização do curso e pelo apoio financeiro.

À minha orientadora e amiga Celia Raquel Quirino, pela amizade, confiança,

apoio, incentivos, grande orientação e exemplo.

Aos meus pais, pois sem eles nada disso seria possível.

À minha irmã por estar também sempre presente, ajudando quando possível

e apoiando sempre.

Ao meu querido e amado sobrinho Gabriel, que mesmo sem compreender me

ajudou a seguir em frente em alguns momento.

Ao meu amado noivo José Ricardo, pelo amor, dedicação, alegrias, por estar

sempre ao meu lado e me aturando nos momentos de estresse. Agradeço ainda

pelas muitas vezes que foi um pouco “chato”, sei que sempre queria o melhor para

mim.

As amigas, Iliani, e Joseane, que ganhei assim que cheguei em Campos.

Primeira república, que me acolheu com carinho e amizade. Posteriormente veio

morar conosco Cristiana e Giselda, que tornaram-se companheiras de casa e de

aflições de uma pós graduação. Agradeço a todas pela amizade, pelo convívio,

pelas conversas jogadas fora, pelas risadas..... em fim pelos bons momentos da

república “Nós e jeca mar é jóia”.

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À minha segunda família, Gracinha, Joice e Jorge pelo amor, acolhida e pelos

almoços de Domingo.

Aos amigos de José Ricardo, Guty, Leandro, que posso considerar como

meus também e a amiga Tati (namorada de Guty), pelos momentos de

descontração.

Aos amigos do LMGA / Melhoramento Genético, Sabrina, Giliana, Renato e

Roberto, pelo companheirismo e ajudas.

Um agradecimento especial à amiga Sabrina, que apesar da sua vida agitada

de recém mamãe, me ajudou e estava sempre disposta a ajudar, nas coletas de

material a campo.

A amiga de sempre Aparecida, pelo carinho, atenção, conselhos e pelo

companheirismo nesta caminhada.

Aos companheiros de campo, Carlos Henrique (Alemão), Júnior e João

Gomes, pela ajuda na realização dos trabalhos nas fazendas. Agradeço em especial

ao amigo Edenilson, que mesmo não sabendo nada e tendo até “receio” dos bovinos

me acompanhou em uma das coletas.

Aos proprietários das Fazendas Santo Antônio (Heloiza e Dr João) e Santa

Ana (Heloisa e Isidoro), pela possibilidade de realização do trabalho.

Aos funcionários da Fazenda Santo Antônio, Filhote e Marcelo e da Fazenda

Santa Ana, Márcio, pela ajuda e pela boa vontade no trabalho com os animais. Um

agradecimento em especial e parabenização a Filhote, que apesar da idade estava

sempre muito disposto.

À Fazenda da Emater- Italva e seus funcionários, pela possibilidade de utilizar

os animais e pela ajuda. Em especial ao gerente de produção Oto, ao técnico José

Vicente e aos trabalhadores de campo.

Aos amigos do PROVIN, Vivian e Ricardo, pelo convívio, sugestões e pelos

projetos elaborados.

A Cristiana (Kity), pela amizade e sugestões.

Aos motoristas da UENF, Belido e Samuel não só por nos direcionar as

propriedades, mas também por muitas vezes ajudar nas coletas.

A todas as pessoas que, embora não tenham sido citadas tenham contribuído

para a realização deste trabalho.

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BIOGRAFIA

Aline Pacheco, filha de Evair Pires Pacheco e Maria Aparecida Pacheco,

nasceu em 06 de dezembro de 1979, na cidade de Nova Iguaçu, RJ.

Iniciou o curso de Medicina Veterinária em março de 1998, na Universidade

Federal Fluminense - UFF, tendo colado grau em março de 2003.

Em setembro de 2003, iniciou o curso de Pós – Graduação em nível de

Mestrado em Produção Animal, Melhoramento Genético Animal/Reprodução Animal,

da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF , em Campos

dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese e conclusão do curso em

setembro de 2005.

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CONTEÚDO

RESUMO........................................................................................................ xiii

ABSTRACT.................................................................................................... xv

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 01

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 03

2.1- Biometria Testicular................................................................... 03

2.2-Características Seminais............................................................ 09

2.3- Fatores ambientais que podem afetar as características

seminais 13

2.3.1. Efeito do mês ou época do ano...................................... 13

2.3.2.. Efeito da idade do animal.............................................. 15

2.3.3. Efeito do nível Nutricional............................................... 17

2.4. Medidas Morfométricas.............................................................. 18

2.5. Repetibilidade............................................................................ 21

3.MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 24

vii

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3.1. Propriedades e Animais............................................................ 24

3.2. Exame externo e interno do sistema genital.............................. 28

3.3. Coleta e Avaliação do sêmen ................................................... 28

3.4. Medidas Morfométricas e Peso Corporal................................... 29

3.5. Análise estatística...................................................................... 30

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 32

4.1 Efeito da idade e de Fazenda..................................................... 32

4.1.1. Medidas testiculares e Peso............................................. 32

4.1.2. Características Seminais.................................................. 39

4.2.Correlações ................................................................................ 44

4.3. Medidas Morfométricas.............................................................. 48

4.4. Repetibilidade............................................................................ 51

5. CONCLUSÕES.......................................................................................... 56

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 58

viii

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos valores de

Perímetro escrotal (PE) para touros da raça Guzerá de

diferentes idades, segundo diferentes autores

09

Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos

touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as

características seminais.

25

Tabela 3. Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos

touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as

medidas testiculares, corporais e peso.

25

Tabela 4: Médias e respectivos desvios padrão das medidas testiculares,

segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda. 37

Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos

touros Guzerá, segundo Fazenda e faixa etária. 38

Tabela 6: Médias e respectivos desvios padrão das características físicas do

sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo

fazenda (FAZ.)

42

Tabela 7: Médias e respectivos desvios padrão das características

morfológicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros

Guzerá e segundo fazenda (FAZ.)

43

ix

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Tabela 8: Correlações simples entre medidas testiculares, peso corporal e

idade dos touros da raça Guzerá 46

Tabela 9: Correlações simples entre as características seminais, perímetro

escrotal e idade dos touros da raça Guzerá 48

Tabela 10: Médias e respectivos desvios padrão das medidas corporais dos

touros da raça Guzerá avaliadas nas diferentes faixas etárias e

nas diferentes fazendas

50

Tabela 11: Correlações simples entre as medidas corporais, peso e idade

dos touros da raça Guzerá 51

Tabela 12: Valores de repetibilidade para as medidas testiculares dos touros

da raça Guzerá 52

Tabela 13: Valores de repetibilidade encontrados para as medidas corporais

e pesos dos touros da raça Guzerá 53

Tabela 14: Valores de repetibilidade encontrados para as características

seminais dos touros da raça Guzerá 55

x

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Medidas médias de perímetro escrotal (PE) de acordo com a

faixa etária dos touros Guzerá em diferentes fazendas

36

Figura 2: Médias do Peso corporal de acordo com a faixa etária dos touros

Guzerá nas diferentes fazendas

38

xi

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LISTA DE ABREVIATURA

ACER= Altura de cernelha AG= Altura de garupa ASP= Aspecto do ejaculado CT= Circunferência Torácica CTD= Comprimento testículo direito CTE= Comprimento testículo esquerdo CTEST= Consistência testicular CONC= Concentração espermática DMa= Defeitos maiores DMe= Defeitos menores DT= Defeitos totais FAZ= Fazenda Fig= Figura ID= Idade LA= Livro aberto LTD= Largura testículo direito LTE= Largura testículo esquerdo MOT= Motilidade espermática PO= Puro de origem PE= Perímetro escrotal Sptzs= espermatozóides TURB= Turbilhonamento espermático Tab= Tabela VOL= Volume seminal VIG= Vigor espermático

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RESUMO

PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Setembro, 2005; Efeito da idade e de fazenda sobre as características seminais, medidas testiculares e morfométricas e suas repetibilidades em touros da raça guzerá. Orientadora: Celia Raquel Quirino. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da idade e de diferentes

fazendas sobre as características seminais, medidas testiculares e corporais de

touros da raça Guzerá. Foi ainda objetivo estimar as correlações simples entre as

medidas testiculares, corporais e as características seminais e os valores de

repetibilidade destas características, a fim de se determinar o quanto cada variável

se repete em momentos diferentes da vida dos touros. Para analisar os possíveis

efeitos de idade e de fazenda foram utilizadas quatro fazendas, localizadas em

diferentes municípios da região Norte e Noroeste Fluminense. As fazendas utilizadas

localizavam-se nos municípios de Campos dos Goytacazes, Miracema, Italva e

Carapebus. Em cada fazenda foram realizadas avaliações mensais de outubro de

2004 a junho de 2005 das características seminais, medidas testiculares e corporais.

Dentro de cada fazenda os machos foram divididos por faixa etária, desde 12 até os

72 meses de idade, porém nem todas as fazendas possuíam touros em todas as

idades. As mensurações testiculares e corporais iniciaram em machos com 12

meses de idade, enquanto que as coletas e avaliações do sêmen tiveram início com

touros a partir dos 24 meses de idade, pois em geral os machos mais jovens não

responderam à eletroejaculação ou apresentaram-se oligospérmicos. Para verificar

os efeitos de idade e de fazenda foi realizado análise de variância, foram estimadas

ainda as correlações simples e as repetibilidades das características. Os resultados

xiii

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encontrados demonstraram que tanto a idade quanto a fazenda influenciaram as

características estudadas. As medidas testiculares e a altura de cernelha e de

garupa aumentaram à medida que a idade aumentava, porém o maior crescimento

foi verificado até os 36 meses de idade. A circunferência torácica e o peso corporal

aumentaram até os 72 meses de idade. Para as características seminais foi

observado uma melhora qualitativa dos 24 para os 36 meses em duas fazendas

avaliadas. Em relação ao efeito de fazenda sobre as características estudadas

verifica-se que as fazendas 1 e 3 apresentaram machos com menores testículos,

peso corporal e medidas corporais. Para as características seminais houve também

variação entre as fazendas, todavia os resultados foram variados de acordo com

cada idade, ou seja, em cada idade uma fazenda apresentava melhores ou piores

resultados. As correlações simples entre as medidas testiculares, peso e idade

foram de alta magnitude, variando de 0,71 a 0,96, enquanto que a consistência

testicular não apresentou correlação com as medidas testiculares, peso e idade. As

medidas corporais, altura de cernelha e de garupa, apresentaram alta correlação

entre si (0,97) e com o peso corporal (0,79 e 0,76, respectivamente) e de média

magnitude com a idade (0,56 e 0,51). As características seminais apresentaram

coeficientes de correlação bastante variáveis (entre 0,17 a 0,79). Quando se

correlacionou o perímetro escrotal às características seminais foram encontrados

valores de baixa magnitude. A repetibilidade das medidas testiculares e corporais

foram altas, variando de 0,61 a 0,96, e apresentaram-se maiores em touros com

mais de 36 meses de idade, entretanto, para as características seminais, os valores

foram variáveis, os defeitos espermáticos apresentaram baixos valores de

repetibilidade. Conclui-se com o presente trabalho, que para a escolha adequada de

reprodutores, deve-se levar em consideração a idade e os diferentes sistemas de

manejo em que estes serão criados, além disso, torna-se fundamental a avaliação

periódica da qualidade seminal, visto que as características seminais estão

propensas às variações de ambiente externo e ainda apresentaram média a baixa

repetibilidades.

Palavras chave: Guzerá, Biometria Testicular, morfometria, peso, características

seminais.

xiv

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ABSTRAC

PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,

September, 2005; Effect of age and farm on the seminal, corporal and testicular

characteristics and their repeatability of Guzera bulls. Adviser: Celia Raquel Quirino.

The aim of this study was to evaluate the effects of age and different farms on the

seminal, corporal and testicular characteristics of Guzera bulls and to estimate the

correlations among seminal, corporal and testicular characteristics and repeatability

of these characteristics, in order to determine which each variable repeats on

different moments of the bull’s life. To analyze the possible effects of age and farm, it

was used four farms located in different cities of North and Northwest area of

Fluminense State. The farms were located in the Campos of Goytacazes, Miracema,

Italva and Carapebus. In each farm were preformed monthly evaluations from

October 2004 to June 2005, of the seminal, corporal and testicular characteristics. In

each farm the bulls were divided into groups by age, from 12 months to the 72

months of age, but some farms didn’t have animals in all ages. The corporal and

testicular measurement’s began in the 12 months bulls, while the collections the

semen and evaluations began in the 24 months bulls, because the younger bulls

didn’t respond to eletroejaculation or became oligospermic. To determine the effects

of age and farm was preformed variance analysis, correlations and repeatability. The

results showed that both age and farm influenced the characteristics. These

characteristics, height at withers and pelvic height increased as age increased,

xv

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18

owever the largest growth was verified until 36 months of age. The chest

circumference and body weight increased until 72 months of age. Seminal

characteristics had quality improvement from 24 to 36 months of age in two farms.

The farms effect showed that the farm number one and three had the bulls the

shorter testes and lowest body weight and body measurements. Seminal

characteristics showed differences among farms, however the results varied into

each age, that means that different farms had better results in different ages.

Correlations among the testes measures, body weight and age were of high

magnitude varying from 0,71 to 0,96. Testicular consistence showed no correlation

with testes measures, body weight and age. Height withers and pelvic height were

highly correlated among themselves (0,97) and with the body weight (0,79 and 0,76

respectively) and medium correlated with age (0,56 and 0,51 respectively). The

correlation coefficients of seminal traits had a wide range (from 0,17 to 0,79). The

scrotal circumference had values of low magnitude when correlated to seminal

characteristics. The repeatability of the testicular and body measurements had high

values, varying from 0,61 to 0,96 and was larger in 36 months bulls. Seminal

characteristics had variable values, spermatic defects had low values and

repeatability. In conclusion age and genetic group and environment should be

considered to make an appropriate choice of bulls, also periodical evaluations of the

seminal quality should be done, since seminal characteristic are highly influenced by

environment and had repeatability that ranged from low to medium.

Words key: Guzera, scrotal circumference, seminal characteristics, body

measurements

xvi

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1

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um país de grandes dimensões e que detém os mais diversos

contrastes, sejam nos aspectos climáticos, sócio culturais e econômicos. A

diversidade climática quanto à altitude, temperatura do ar, relevo e precipitação

pluviométrica podem estar presentes até mesmo dentro de uma mesma região.

Desta forma, a escolha de raças ou indivíduos fisiologicamente melhor adaptados à

determinada região ou ambiente de criação torna-se fator importante.

Em 1870 a raça Guzerá, devido seu grande porte e força, entrou no Brasil pelo

Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade principal de resolver os problemas de

transporte do café dentro das fazendas. Em pouco tempo foi observado o grande

valor da raça, que além de extremamente adaptada e resistente, produzia leite em

quantidade e qualidade. A partir da década de trinta foi e ainda é intensamente

utilizada em cruzamentos, tendo representado importante papel na formação de

novas raças (SANTOS, 2005).

Apesar da grande potencialidade da pecuária brasileira, contando com raças e

material genético de qualidade e ainda com diversidade em climas, o perfil da

pecuária ainda é, em sua maioria, o de utilização do sistema de monta natural com

subutilização de seus touros.

Os estudos realizados com objetivo de se melhorar a performance reprodutiva

destes animais torna-se fundamental e necessário, sobretudo nos machos onde se

aplica uma maior pressão de seleção.

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2

Pesquisadores como PINEDA et al. (2000a) e SALVADOR et al. (2003), que

vêm estudando o comportamento de animais da raça Nelore, demonstram que estes

animais quando mantidos em condições adequadas de nutrição e manejo podem

servir um número maior de vacas do que normalmente é utilizado. Além disso hoje

se conta com os avanços da congelação do sêmen e com a Inseminação Artificial,

que são técnicas que ainda não são utilizadas pela maioria dos produtores

brasileiros.

Diante da importância do macho como reprodutor e difusor de material

genético, este deve ser criteriosamente selecionado, principalmente quanto aos seus

aspectos reprodutivos e produtivos, assim como os raciais. Para isto, deve-se ter

conhecimento dos padrões fenotípicos de cada características e de cada raça e

ainda dos possíveis fatores genéticos e ambientais que possam interferir,

temporariamente ou de modo permanente, na performance do reprodutor. Cabe

ainda ressaltar a importância dos estudos de correlação entre as características,

principalmente devido ao fato de a maioria das características reprodutivas serem

consideradas de baixa herdabilidade (PEREIRA, 2001), sendo muitas vezes

necessário a utilização da seleção indireta.

Para a manutenção das características de importância econômica em uma

propriedade, tais como as associadas às características reprodutivas, é desejável

que os animais apresentem repetibilidade destas características, a fim de se garantir

produções futuras. No Brasil são escassos os trabalhos que se referem a estimativas

de repetibilidade das características reprodutivas dos machos.

Os objetivos do presente estudo são:

1. Avaliar os efeitos da idade e de diferentes fazendas sobre as características

físicas e morfológicas do sêmen e sobre as medidas testiculares em touros da

raça Guzerá.

2. Avaliar o padrão das medidas morfométricas em touros Guzerá de diferentes

idades e fazendas localizadas nas regiões Norte e Noroeste Fluminense.

3. Avaliar as correlações simples entre as características seminais e o perímetro

escrotal, entre o perímetro escrotal e demais medidas testiculares e entre as

medidas corporais.

4. Estimar os valores de repetibilidade das características seminais, medidas

testiculares e corporais.

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3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Biometria Testicular Os programas de melhoramento genético animal buscam selecionar animais

com alto valor genético e com potencial para manifestar as características de

importância econômica, sobretudo as relacionadas à reprodução (BELLOWS e

STAIGMILLER, 1994).

A avaliação física dos testículos tem sido alcançada mediante aplicação de

critérios diversos de mensuração, sempre com a finalidade de possibilitar uma

previsão à cerca do potencial de produção de sêmen.

Os primeiros estudos relacionados à avaliação testicular foram realizados por

WILLETT e OHMS (1957) e HAHN et al. (1969), com o objetivo de obter uma medida

que fosse capaz de predizer a produção espermática dos touros. Após intensas

pesquisas, estes autores concluíram que o PE se encontrava altamente

correlacionado com peso testicular (r= 0,94), assim como com volume testicular (r=

0,96), podendo ser utilizado como indicador de quantidade de parênquima testicular,

que é o tecido responsável pela produção de espermatozóides.

WILLETT e OHMS (1957) descreveram ainda alta correlação do PE com

produção de espermatozóides (r= 0,92) em touros jovens, o que não foi encontrado

em touros adultos, sugerindo que com a aproximação da velhice a capacidade de

produção diminui.

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4

Os estudos relacionando PE com as demais características reprodutivas, tanto

na fêmea quanto no macho, prosseguiram até os dias atuais, visto que, as altas

correlações com produção de gametas e a facilidade de mensuração do PE podem

levar a progressos genéticos através da seleção, bem como auxiliam na detecção

precoce daqueles reprodutores com maior potencial reprodutivo (BRINKS, 1994;

CHRISTENSEN et al., 1999; QUIRINO, 1999; PEÑA et al., 2000; GRESSLER et al.,

2000; BRITO et al., 2004).

A partir da década de 80, os estudos relacionados à viabilidade da utilização

da biometria testicular como característica de importância para o melhoramento

genético começaram a ser desenvolvidos com maior intensidade por pesquisadores

de todo o mundo (KNIGHTS et al., 1984; COULTER et al., 1987; ALENCAR et

al.,1993; ELER et al.,1996; BERGMAN et al., 1996; SARREIRO et al., 2002). Dentre

alguns dos objetivos destes pesquisadores esteve a obtenção dos parâmetros

genéticos: herdabilidade, repetibilidade e correlações, para a característica

biométrica perímetro escrotal.

Nos primeiros estudos, realizados em Bos taurus, KNIGHTS et al. (1984)

relataram para touros da raça Angus herdabilidade de 0,36 para o PE. No Brasil, os

pesquisadores ELER et al. (1996); BERGMAN et al. (1996) e QUIRINO (1999)

encontraram resultados de herdabilidade para PE de 0,52; 0,74 e 0,81,

respectivamente, para bovinos da raça Nelore (B. indicus), permitindo assim sua

inclusão nos programas de seleção.

Somando-se ainda como fator favorável, apesar de poucos trabalhos

realizados, temos que a característica PE apresenta alta repetibilidade (t=0,98)

(HAHN et al., 1969), fornecendo a esta característica maior confiabilidade.

Além disso, o perímetro escrotal (PE) é considerado uma medida de fácil

obtenção e de baixo custo, sendo realizada com a utilização de uma fita métrica

flexível (FONSECA, 2000).

As mensurações do PE fornecem prognóstico da vida reprodutiva futura, não

apenas dos touros, mas inclusive de suas filhas e meias irmãs (BELLOWS e

STAIGMILLER, 1994), por possuir correlações favoráveis com produção de

gametas, com fertilidade e ainda com as características de produção, aumentando a

eficiência reprodutiva de ambos os sexos (PINTO, 1994; LÔBO, 1996).

A correlação positiva do PE com características reprodutivas na fêmea deve-

se, segundo LAND (1978), aos fatores hormonais, visto que, os mesmos hormônios

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que promovem o desenvolvimento testicular nos machos promovem o

desenvolvimento ovariano nas fêmeas.

BRINKS (1994) observou correlações genéticas favoráveis entre perímetro

escrotal e taxa de prenhez, idade a primeira cobrição e idade ao primeiro parto,

sugerindo que o melhoramento da fertilidade nas fêmeas pode ser obtido por meio

de seleção indireta, com base em características associadas à eficiência reprodutiva,

principalmente o perímetro escrotal dos touros geneticamente relacionados a estas

fêmeas.

No Brasil PEREIRA et al. (2002) realizaram estudos com a raça Nelore,

encontrando correlações favoráveis de r= -0,19, entre perímetro escrotal e idade ao

primeiro parto aos 14 meses e r= -0,39 com idade ao primeiro parto aos 26 meses.

Estes resultados indicariam que o perímetro escrotal pode ser utilizado como critério

de seleção para precocidade sexual das fêmeas.

Em relação às correlações genéticas e fenotípicas entre PE e as

características seminais quantitativas e qualitativas, KNIGHTS et al. (1984), em

touros da raça Angus, encontraram resultados de baixo a moderado, ao passo que,

TROCÓNIZ et al. (1991) observaram correlações positivas e altas entre PE e

característica qualitativas do sêmen como a motilidade progressiva r= 0,61 e o vigor

espermático r= 0,59 e quantitativas como o volume r= 0,62 e a concentração

espermática r= 0,49.

No Brasil, QUIRINO (1999) ao estudar touros da raça Nelore, relata

correlações genéticas entre PE e características físicas do sêmen baixas (entre 0,10

a 0,13), com exceção de vigor espermático, que teve correlação de 0,89. Para a

correlação entre PE e morfologias espermáticas os valores encontrados

apresentaram-se negativos e de médios a altos (entre -0,86 e -0,52), indicando a

associação favorável entre o desenvolvimento dos testículos e os defeitos

espermáticos. MARTINEZ et al. (2000) encontraram para touros Gir correlação

fenotípica baixa (r= 0,05 a 0,35) entre PE e características físicas do sêmen e

associação desfavorável entre o PE e os defeitos espermáticos (r= 0,05 a 0,09).

Buscando ainda evidenciar a relação existente entre PE e características

seminais, SARREIRO et al. (2002) relataram correlações genéticas altas e

favoráveis entre PE e características físicas do sêmen, porém para anormalidades

espermáticas a correlação foi baixa (r= -0,14). Mais recentemente, BRITO et al.

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(2004), avaliaram touros Bos indicus e B. taurus e associaram a melhor qualidade

seminal e maior produção espermática com maior volume testicular.

Além das características seminais, a performance reprodutiva dos touros

pode ser influenciada por outros fatores como o peso corporal e a libido. As

avaliações conjuntas das características seminais, biometria testicular e libido

fornecem informações complementares e eficientes para predizer a fertilidade do

rebanho. Em zebuínos, algumas pesquisas (PINEDA et al., 2000a; SALVADOR et

al., 2003; QUIRINO et al., 2004) já foram realizadas nesta área.

O tamanho testicular pode ser considerado um indicador da quantidade de

tecido produtor de espermatozóides, no entanto, é altamente influenciado pela

composição genética do animal. Touros Bos taurus, em geral, apresentam maior PE

do que Bos Indicus quando avaliados em uma mesma idade (GODFREY et al.,

1990; CHASE et al., 1997; CHENOWETH et al., 1996).

Por razões econômicas e visando reduzir a intervalo entre gerações, a seleção

de machos a serem preservados como reprodutores deve ser realizada o mais

precocemente possível. SALVADOR et al. (2002) correlacionaram o PE com as

características idade e peso corporal em touros Nelore de 3 a 4 anos de idade. Os

pesquisadores observaram que o PE esteve mais correlacionado com peso (r= 0,63)

do que com a idade (r= 0,43). PEÑA et al. (2000), relataram efeitos significativos da

idade e do peso sobre o PE, sugerindo que tais características são importantes

fontes de variação a serem removidas quando o PE for utilizado como critério de

seleção para melhorar geneticamente a precocidade sexual.

Segundo TOELLE e ROBSON (1985) o PE medido aos 205 dias de idade é

um reflexo do aumento do peso corporal e, entre 205 e 365 dias, é mais influenciado

pelos hormônios gonadotróficos. Como o início da atividade gametogênica está na

dependência do desenvolvimento corporal que, geralmente é estimado através do

peso, se o desenvolvimento corporal for retardado por condições ambientais

adversas, o desenvolvimento testicular também estará prejudicado.

MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram coeficiente de correlação entre PE

e peso corporal, variando de 0,52 a 0,64 para diferentes raças taurinas com idade

entre um e dois anos. Observaram, ainda, que a taxa de crescimento testicular

tornou-se muito mais lenta do que o peso corporal em touros com mais de um ano

de idade.

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O PE, assim como o peso corporal, aumentam com o avanço da idade do

animal, e podem ser influenciados por mudanças ambientais, nutricionais e de

manejo (ABREU, 2000). Diante disso ressalta-se a importância de se verificar

correlações em diferentes fases de crescimento do animal. ALENCAR et al. (1993)

relatam baixa correlação genética entre PE, medido aos 12, 18 e 24 meses e peso

ao nascimento (r= 0,25; -0,27; 0,17, respectivamente), indicando que a seleção para

PE não resultaria em aumento de peso ao nascimento. Entretanto as correlações

com peso ao desmame foram elevadas, variando de 0,61 a 0,98, indicando que a

seleção para peso resultaria em aumento de PE e, ainda, que grande parte dos

genes e dos fatores de ambiente que influenciam o PE em uma determinada idade,

também influenciam nas outras idades.

VALENTIM et al. (2002) encontraram coeficientes de correlação entre PE e

peso corporal variando de r= 0,50 a 0,63 para touros Nelore, e r= 0,56 a 0,60 para

cruzados, observando assim que a seleção para perímetro escrotal influencia o peso

corporal, visto que estas características apresentam altas correlações.

Em relação ao desenvolvimento testicular, BERGMAN et al. (1996) em

condições extensivas de criação avaliaram o crescimento testicular de touros da

raça Nelore, observando um crescimento de forma linear até os 12 meses de idade

com tendência curvilínea após esta idade e inflexão próxima aos 18 meses de idade.

Estes achados poderiam ser um indicativo da puberdade alcançada pelos machos.

Resultados semelhantes foram encontrados por QUIRINO et al. (1998), sendo que o

ponto de maior crescimento (ponto de inflexão na curva de crescimento logístico) foi

aos treze meses de idade, e o perímetro escrotal cresceu até os 40 meses de idade,

onde alcança um platô.

Segundo SILVA et al. (1993), o crescimento mais intensivo dos testículos

ocorre próximo à puberdade, indicando que a tomada da medida do PE neste

período é estratégica para avanços genéticos em fertilidade e precocidade sexual.

BERGMANN (1999) sugere ainda, que quando o objetivo da seleção é a redução da

idade à puberdade, a avaliação do perímetro escrotal deve ser feita antes dos 24

meses de idade, pois é este o período que antecede ou coincide, com o início da

atividade reprodutiva.

O PE por ser uma característica de média a alta herdabilidade e de possuir

correlação com volume testicular, peso testicular e ainda com produção de

espermatozóides, tem sido intensamente utilizado como critério de seleção. No

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entanto esta seleção de touros com maiores PE tem influenciado o formato dos

testículos, que em touros normais devem ser simétricos e ovalados (BARTH et al.,

1992), para cada vez mais esféricos. Estas variações no formato normal dos

testículos podem trazer conseqüências sobre a produção e qualidade seminal,

porém são poucos os trabalhos que avaliam estes efeitos.

Touros zebuínos tendem a possuir testículos mais alongados e

consequentemente com menor PE. UNANIAN et al. (2000) verificaram em touros

Nelore, maior freqüência de testículos com formatos alongados em touros jovens (12

meses de idade), porém com o aumento da idade dos touros a freqüência de

formatos alongados foi diminuindo e aumentando os de formato ovalado.

BAILEY et al. (1996) sugerem que o PE não deve ser o único indicador de

produção espermática, pois segundo estes autores, quando compararam grupos de

animais com formatos testiculares diferentes (ovóides, alongados e curtos),

verificaram que o formato testicular influenciou a produção diária de

espermatozóides. O grupo de touros que apresentou maior PE não foi o que teve

maior produção espermática, isto se deve ao fato de os testículos alongados

possuírem melhor termorregulação, oriunda de melhor distribuição de vasos

sangüíneos e túbulos seminíferos, importantes na produção espermática.

Para touros da raça Guzerá são poucos os trabalhos, tanto no Brasil como no

exterior, que relatam as características reprodutivas como o PE. Na Tabela 1

apresenta-se algumas médias e desvios padrão do PE encontrado para a raça

Guzerá.

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Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos

valores de Perímetro escrotal (PE) para touros da raça Guzerá de diferentes idades, segundo diferentes autores

Autor/ Ano Idade (meses) PE± DP TROCÓNIZ et al. (1991) 8-12 18,9±1,8

22-24 30,9±3,3 >40 38,5±5,8

CARTAXO et al. (2001) Até 20 27,50 21-24 29,78 > 24 31,61

DIAS et al. (2003) 17-29 32,50 DIAS et al. (2004) 15-20 28,1±2,8

TORRES JÚNIOR et al. (2003) 13-15,9 19,4±2,8 22-24,9 29,1±3,5 28-30,7 32,7±2,5

ANDRADE et al. (2004) 21-27 32,1±2,5 PACHECO et al. (2005) 24 36,3±2,2

36 41,5±0,8 48 38,3±2,1 60 37,3±3,7

As médias encontradas para touros Guzerá, em geral, apresentam-se

semelhantes as encontradas para touros Nelore (UNANIAN et al., 2000;

GUIMARÃES et al., 2003). Porém foi observado por TROCÓNIZ et al. (1991) uma

tendência de os touros Guzerá apresentarem maiores medidas de PE do que os da

raça Nelore.

As médias encontradas por PACHECO et al. (2005) foram superiores as

observadas pelos outros pesquisadores acima citados, assim como superou as

médias encontradas por QUIRINO (1999) para touros Nelore nas mesmas faixas

etária.

2.2. Características seminais

Os aspectos quantitativos e qualitativos do sêmen bovino e suas relações com

fertilidade têm sido objeto de muitos estudos. As características seminais podem ser

divididas em físicas, onde estão incluídas: volume (VOL), cor, aspecto (ASP), pH,

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motilidade (MOT), vigor (VIG), turbilhonamento (TURB), concentração (CONC) e

morfológicas, que são as classificações visuais quanto as patologias espermáticas,

estando classificadas de acordo com BLOM (1973) em defeitos maiores (DMa),

defeitos menores (DMe) e defeitos totais (DT).

O volume varia, em zebuínos, conforme o método de coleta, de 2 a 6 mL

quando usada a vagina artificial e até 25 mL quando obtido por eletroejaculação,

(SILVA et al., 1993). Em touros criados de forma extensiva a eletroejaculação é a

forma mais utilizada para a obtenção do ejaculado. No entanto, esta técnica induz

um ejaculado com grande volume diminuindo a confiabilidade na avaliação de

concentração espermática (CHACÓN et al., 1999).

Além da vagina artificial e da eletroejaculação, o sêmen pode ser coletado por

massagem transretal das glândulas vesiculares e ampolas do ducto deferente,

sendo uma técnica antiga e que causa menos estresse e sofrimento ao animal

(FALK et al., 2001). Segundo PALMER et al. (2004a) o método de massagem

transretal para a obtenção de ejaculado é eficiente em touros maduros e

acostumados com a técnica. Estes autores realizaram 288 tentativas de coleta em

touros maduros, os quais 97% ejacularam, porém os autores não confirmaram a

mesma eficiência em touros jovens e não acostumados com o procedimento.

Posteriormente PALMER et al. (2004b) compararam dois métodos de coleta de

sêmen (eletroejaculação e massagem transretal) em touros jovens, observando que

em touros não acostumados com a manipulação, a eficiência na obtenção do

ejaculado foi baixa e demorada, porém nos touros acostumados não houve

diferença entre os dois métodos testados. Contudo, apesar de a massagem

transretal mostrar-se eficiente na obtenção do ejaculado, esta técnica produziu um

ejaculado de pior qualidade, com menor motilidade progressiva, concentração

espermática e porcentagem de vivos, o que pode estar relacionado ao maior tempo

para emissão do ejaculado e pela ausência de protusão do pênis na maioria dos

touros.

A cor e o aspecto do ejaculado são avaliações subjetivas e em um animal

saudável irão refletir a concentração espermática. A coloração normalmente é

brancacenta ou marmórea, mas alguns touros produzem consistentemente sêmen

amarelado, devido à presença de um inofensivo pigmento, a riboflavina. Quanto ao

aspecto o sêmen deve ter uma aparência uniforme, livre de pêlos, sujeiras ou outros

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contaminantes e pode variar do cremoso marmóreo, leitoso, opaco até aquoso

(HAFEZ, 1995).

RABESQUINE et al. (2003) observaram na raça Limousin, ejaculado de

coloração branca e aspecto leitoso – viscoso. PINHO et al. (2004) relataram em

touros de diferentes raças (B. indicus e B taurus) ejaculados de coloração

brancacenta e aspecto leitoso. Em touros da raça Guzerá, SCHMIDT-HEBBEL et al.

(2000), em coletas repetidas de sêmen, observaram ejaculados de aspecto aquoso

nas primeiras coletas passando posteriormente para branco leitoso. PACHECO et al.

(2005) observaram em touros Guzerá predominância de ejaculados de aspecto

opalescente e leitoso.

Após a avaliação física e visual do ejaculado (VOL, COR, ASP e COL), o

sêmen deve ser analisado microscopicamente para as características motilidade,

vigor e turbilhonamento, imediatamente após a coleta, evitando-se choques

térmicos, ação dos ventos e luminosidade diretamente no ejaculado (SILVA et al.,

1993). A motilidade progressiva expressa a porcentagem total de espermatozóides

móveis, sendo indicativa de normalidade do sêmen. O vigor representa a força do

movimento ou a capacidade de movimento individual da célula espermática,

podendo ser classificado numa escala de zero a cinco e o turbilhonamento o

movimento de massa, que é resultante da motilidade do vigor e da concentração

espermática (CBRA, 1998).

De acordo com SALVADOR et al. (2002), touros de 3 e 4 anos de idade da

raça Nelore, criados à pasto no Centro Oeste do Brasil, e previamente selecionados

aos 2 anos de idades, apresentaram médias de 56,8 % e 58,6% para MOT, 3,0 e 3,2

para VIG e 16,4 % e 19,6 % para defeitos totais, respectivamente. Os mesmos

autores relatam ainda que aos 3 anos de idade grande parte dos touros

apresentavam-se atrasados quanto à maturidade sexual, fato este ocasionado

principalmente pela restrição alimentar. Para touros de raça Guzerá com idade entre

21 a 27 meses, ANDRADE et al.(2004) relataram 50,3 % de MOT, 11,6 % de

defeitos maiores e 22,0 % de defeitos totais.

A concentração espermática (número de espermatozóides por mL), é uma

característica extremamente variável e juntamente com o volume do ejaculado irá

determinar quantas fêmeas poderão ser fertilizadas com um ejaculado através da

Inseminação Artificial (HAFEZ, 1995). A concentração espermática pode sofrer

variações devido a fatores como método de coleta, atividade do reprodutor,

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condicionamento, idade e estado fisiológico testicular (ABREU, 2000 e PALMER et

al., 2004b).

CARTAXO et al. (2001) observaram diferenças significativas na concentração

espermática de touros Guzerá, analisados por diferentes anos. O valor mais alto

encontrado foi de 618,67 x 106 sptz / ml e o mais baixo de 248,64 x 106 sptz/ ml.

Em relação às características morfológicas dos espermatozóides, segundo

BLOM (1973), os espermatozóides podem ser classificados baseando-se na

importância dos defeitos em defeitos maiores, defeitos menores e defeitos totais.

CHENOWETH (2005) define como defeitos maiores aqueles que prejudicam a

fertilidade do touro e como defeitos menores aqueles que trazem menos prejuízos à

fertilidade. Mais adiante o mesmo pesquisador relata ainda que a definição de

defeitos maiores inclui alguns critérios como, a freqüência de sua ocorrência, se

estão relacionados com infertilidade ou esterilidade ou ainda se eles podem ser

herdáveis.

DIAS et al. (2004), comparando diferentes sistemas de manejo nutricional em

touros Guzerá de 15 a 20 meses de idade, encontraram valores de defeitos maiores

igual a 31,8%, 42,1%, 50,7%, para machos suplementados com concentrado,

suplementados apenas no período da seca e somente à pasto, respectivamente,

demonstrando a importância da alimentação adequada sobre a qualidade seminal.

Em relação a herdabilidade das características seminais, são poucos os

estudos realizados no Brasil. QUIRINO (1999) relatou para a raça Nelore, valores de

herdabilidade para as características físicas e morfológicas do sêmen, variando de

0,07 a 0,59. SARREIRO (2001) também para a raça Nelore, obteve valores mais

baixos, variando de 0,00 a 0,07. Estes resultados sugerem que a seleção direta de

reprodutores com base nas características seminais podem não ser eficientes para

garantir a descendência qualidade seminal.

As características físicas e morfológicas do sêmen demonstram entre si,

valores de correlações variáveis segundo alguns pesquisadores (VALE-FILHO et al.,

1997; QUIRINO, 1999; MARTINEZ et al., 2000; SARREIRO, 2001), porém, em geral,

estão favoravelmente correlacionadas.

Tais características sofrem ainda fortes influências de uma série de fatores

genéticos e ambientais como: raça, idade, condição física, nutrição, doenças, época

de coleta e método de coleta (ABREU, 2000), devendo ser levados em consideração

nos estudos de avaliação andrológica dos touros.

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2.3. Fatores ambientais que podem afetar as características seminais

2.3.1. Efeito do mês ou época do ano

Por ser um processo longo e sensível e que exige manutenção de temperatura

testicular entre 4 a 6o abaixo da temperatura corporal, a espermatogênese pode

sofrer alterações seja pela temperatura ambiente, por fatores nutricionais ou

sanitários, podendo afetar permanentemente ou de modo temporário a qualidade

seminal (GABALDI et al.,1999). Segundo BIFFANI et al. (1999) o conhecimento dos

fatores não genéticos permite identificar os fatores ambientais que proporcionam

variações nas produções. Informações sobre mudanças que ocorrem na qualidade

seminal devido à variações climáticas podem auxiliar na seleção genética e no

planejamento de procedimentos em relação ao manejo dos animais, visando

aumentar a capacidade reprodutiva do rebanho (CARTAXO et al., 2001).

KUMI-DIAKA et al. (1981) estudaram os efeitos das estações do ano sobre as

características seminais, comparando Bos indicus com Bos taurus mantidos em

condições tropicais. Observaram que não houve efeito de variação sazonal na

concentração, porcentagem de vivos e anormalidades espermáticas em Bos indicus,

porém em Bos taurus houve alterações nas estações mais quentes, demostrando

menores concentrações e porcentagem de espermatozóides vivos e maiores

quantidades de defeitos espermáticos. Os autores relataram ainda que os touros

Bos taurus apresentaram maior porcentagem de degeneração testicular. Estes

resultados demonstram a adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes.

Diferenças na qualidade espermática e perímetro escrotal durante os meses

de avaliação foram encontradas por CHENOWETH et al. (1996), em estudos

realizados durante dois anos com Bos taurus e Bos indicus, em condições

subtropicais da Flórida. Os melhores resultados, quantitativos e qualitativos, foram

observados nos meses de julho (verão) e outubro (outono), o que pode ser explicado

por melhores condições climáticas e de oferta de alimentos. Quando os mesmos

pesquisadores compararam Bos taurus com Bos indicus evidenciaram melhores

resultados para os Bos taurus.

A maioria dos trabalhos realizados nos países estrangeiros compara o

desempenho dos taurinos com os zebuínos, evidenciando em grande parte a

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adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes, que no entanto apresentam

puberdade mais tardia. FIELDS et al. (1979) avaliaram touros jovens com 16 a 20

meses de idade e observaram que nos meses de verão o tamanho testicular,

motilidade espermática e concentração aumentaram consideravelmente nas raças

Brahman e Santa Gertrudes, já a raça Angus não houve diferença significativa e a

raça Hereford apresentou declínio para a mesma época estudada.

MATHEVON et al. (1998) estudaram fatores ambientais que afetam as

características seminais em touros Holstein e observaram que diferentes estações

do ano afetaram todas as características seminais em touros jovens, mas não

afetaram volume e motilidade espermática em touros adultos. Neste estudo, as

melhores performances foram visualizadas no inverno e na primavera.

Alguns autores têm observado alterações nos índices de patologia em touros

de origem zebuína na África, no decorrer de diferentes estações do ano, sendo que

os menores índices se apresentam na estação chuvosa, creditando tal fato a

variações da temperatura (REKWOT et al., 1987; SEKONI et al., 1988) ou a

melhorias nutricionais decorrentes dos elevados índices pluviométricos no período

chuvoso, aumentando a qualidade das forragens (IGBOELI e RAKHA, 1971).

No Brasil, FONSECA et al. (1993) avaliaram touros Nelore e relataram que

perímetro escrotal, volume, motilidade e concentração espermática não diferiram

com os meses estudados, contudo houve diferenças sazonais em relação à

incidência de anormalidades espermáticas. BRITO et al. (2002a), num estudo de

dois anos realizado em três centros de Inseminação artificial no Brasil, não

encontraram diferenças significativas na produção e na qualidade espermática sobre

diferentes condições de temperatura e umidade.

O comportamento sexual pode sofrer também interferência das modificações

climáticas, no entanto o efeito de elevadas temperaturas é mais evidenciado em

taurinos, que apresentam menos tolerância ao estresse térmico (FIELDS et al.,

1979). Em zebuínos, SANTOS et al. (2001), no Brasil, não encontraram diferenças

no comportamento sexual, avaliados em diferentes épocas do ano, concluindo que

esta variável não alteraria a avaliação dos touros para efeito de seleção de libido.

Os trabalhos científicos (FIELDS et al., 1979; FONSECA et al., 1993;

MATHEVON et al., 1998; BRITO et al., 2002a) demonstram uma certa variação nos

resultados, ora as condições ambientais influenciam as características seminais ora

não influenciam, desta forma torna-se importante o estudo destes fatores em cada

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região e em cada rebanho, a fim de determinar sua interação com o genótipo do

animal.

2.3.2.. Efeito da idade do animal

A idade do touro é um fator que afeta todas as características relacionadas à

eficiência reprodutiva, sendo muito importante sua consideração nas práticas de

manejo de reprodutores. Touros jovens não produzem ejaculados com quantidade

suficiente de espermatozóides para fecundar uma fêmea, isto só irá acontecer,

segundo HAFEZ (1995), quando o animal atingir a puberdade.

O termo puberdade não é consensual entre os pesquisadores, havendo várias

definições, porém a mais amplamente utilizada é a proposta por WOLF et al. (1965),

que estabeleceram o início da puberdade como sendo o momento em que o touro

produz um ejaculado com no mínimo 50 milhões de espermatozóides e pelo menos

10% de motilidade progressiva, momento este em que o touro é supostamente

capaz de fecundar uma vaca e/ou servir em vagina artificial.

O início da puberdade pode ser influenciado por alguns fatores como raça,

estado nutricional e ambiente. A idade que o animal alcança a puberdade é uma

característica indicativa de precocidade que é o que a pecuária moderna está

almejando. A seleção de animais precoces, ou seja, que atingem a puberdade em

menores idades tem demonstrado resultados positivos na pecuária, pois esta

característica apresenta valor de moderado a alto para herdabilidade (0,41), além de

demonstrar correlação favorável com idade a puberdade das fêmeas aparentadas

(KINDER et al., 1995).

Segundo GALLOWAY (1976) os taurinos (Bos taurus) atingem a puberdade

mais precocemente que os zebuínos (Bos indicus). FIELDS et al. (1979) e

LUNSTRA et al. (1988), comparando Bos taurus e Bos indicus em condições de

clima temperado, evidenciaram a precocidade dos taurinos, que também obtiveram

melhores resultados em termos de qualidade seminal e maiores medidas de

perímetro escrotal. KUMI-DIAKA et al. (1981), em condições tropicais da Nigéria,

encontraram melhores resultados para idade à puberdade, para os zebuínos.

DIARRA et al. (1997) estudaram as características seminais de 294 touros da

raça holandesa entre 10 e 18 meses de idade. Dos resultados achados por estes

autores a análise de regressão indicou que para cada 1 dia de aumento na idade,

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16

aumenta o volume do ejaculado em 0,04 ml, a concentração e a motilidade

espermática se incrementam em 0,0024 x 109 espermatozóides/ml e 0,034%,

respectivamente.

Embora desde a puberdade o macho já esteja em condições de se reproduzir,

a capacidade reprodutiva plena só é alcançada na maturidade sexual. Segundo

CHENOWETH (1994), maturidade sexual é definida como o momento em que o

macho apresenta interesse sexual, desenvolvimento físico e espermatogênico,

sendo assim capaz de promover acasalamentos férteis.

PICARD-HAGEN et al. (2002) avaliaram o efeito de coletas seminais em

idades precoces do animal sobre a produção e qualidade seminal em touros

Holstein. As características seminais foram afetadas pela idade, animais que

atingiam a maturidade apresentavam melhores resultados. A utilização de coletas

freqüentes e em idades precoces influenciou a qualidade seminal apenas nas

primeiras coletas, posteriormente as características não sofreram influência. Estes

resultados demonstram que os animais necessitam de um período para adaptação,

no entanto coletas realizadas em animais jovens são viáveis para a identificação de

animais precoces e melhoradores.

Em estudos realizados no Brasil alguns pesquisadores observaram resultados

semelhantes, ou seja, com o aumento da idade houve aumento do volume

espermático, concentração e motilidade espermática e peso corporal (QUIRINO,

1999; CARTAXO et al., 2001).

As características morfológicas dos espermatozóides são também

influenciadas pela idade do animal, segundo CHACÓN et al. (1999) ocorre com

maior freqüência anormalidades espermáticas em touros com menos de dois anos

de idade. TROCÓNIZ et al. (1991) observaram uma maior porcentagem de defeitos

espermáticos em touros mais jovens, tanto para Guzerá quanto para Nelore. BRITO

et al. (2002b) e SALVADOR et al. (2002), em estudos realizados no Brasil,

observaram diminuição dos defeitos espermáticos com o avançar da idade.

Page 35: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

17

2.3.3. Efeito do nível Nutricional O manejo nutricional é um dos principais fatores limitantes ou determinantes

da eficiência reprodutiva. O efeito de uma deficiência ou mesmo de um excesso

alimentar é observado com o tempo, influenciando principalmente a idade à

puberdade (SILVA et al., 1993).

Em touros adultos, o consumo de alimentos deve ser controlado para evitar

obesidade, mas este consumo deve ser suficiente para manter o animal em boa

condição corporal. A recomendação feita por SIRATSKII (1996), citado por

NICODEMO e SATURNINO (2002), é que os animais devem, aos 12 meses de

idade, serem criados em regime que favoreça o ganho diário de 1,0 Kg.

Observações clínicas e pesquisas sobre super alimentação têm demonstrado

claramente que tanto a libido quanto a qualidade seminal podem ser prejudicadas

pelo excesso de ingestão de energia (CATES, 1991).

COULTER et al. (1997) avaliaram o efeito de dietas com quantidades

moderadas de energia e com dietas ricas em energia em touros (B. taurus), sobre a

qualidade seminal e características testiculares. Touros alimentados com alta

energia tiveram maiores valores de perímetro escrotal, porém a consistência

testicular diminuiu, este fato pode estar associado ao aumento de temperatura na

região testicular. Em conseqüência, a qualidade seminal dos animais super

alimentados foi prejudicada, havendo maior número de defeitos espermáticos e

menores valores para motilidade progressiva.

Subnutrição em fases precoces do desenvolvimento dos touros também pode

retardar ou até mesmo suspender os processos de maturação do eixo hipotalâmico

hipofisário, causando danos permanentes aos tecidos neurais e gonadais. Já

animais adultos sofreriam alterações temporárias na capacidade reprodutiva,

normalmente restaurada quando voltam a receber nutrição adequada (NICODEMO e

SATURNINO, 2002). A habilidade reprodutiva dos touros é geralmente máxima aos

36 meses de idade, sendo que, quando jovens, normalmente, necessitam de

suplementação à pasto para o seu desenvolvimento adequado.

A influência da nutrição e da genética sobre as características reprodutivas

interferem no desenvolvimento dos zebuínos, sendo considerados animais tardios. A

puberdade de touros da raça Nelore em pastejo, com ganhos médios de 0,3 kg/ dia

a 0,4 kg/ dia, foi observada entre 16 e 19 meses de idade (SILVA et al., 1993).

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18

Quando utiliza-se a suplementação alimentar a idade à puberdade é reduzida

(COULTER et al., 1997).

Segundo NOLAN et al. (1990), tourinhos Brahman quando comparados com

outra raça de origem européia, apresentam-se mais tardios, todavia aumentando a

dieta destes machos para ganhos entre 0,75 kg/ dia e 1,0 kg/ dia a puberdade se

antecipou, desta forma torna-se imprescindível o conhecimento de uma taxa ótima

de alimentação que venha proporcionar diminuição na idade à puberdade e aumento

na performance reprodutiva.

Nas condições de Brasil central, existem indicações de que a fertilidade dos

touros da raça Nelore em pastagens é afetada negativamente durante o período de

seca, evidenciado por redução do perímetro escrotal, porcentagem de

espermatozóides vivos e vigor (SILVA et al., 1991).

Segundo SILVA et al. (1993) touros adultos devem estar em boas condições

para que sejam férteis e sexualmente ativos, sendo que em geral, consomem de 1,5

a 3% do peso vivo em matéria seca, dependendo das condições de alimentação e

características individuais.

De acordo com SALVADOR et al. (2002) apesar da grande potencialidade de

algumas raças zebuínas para alta produção e reprodução em ambiente tropical,

muitas vezes o ambiente inadequado, notadamente nutricional, pode prejudicar o

desenvolvimento, principalmente de animais geneticamente superiores.

2.4. Medidas Morfométricas

Os rebanhos brasileiros, diante da diversidade climática, são criados em

diferentes condições ambientais, estando sujeitos a condições adversas que passam

a influenciar no desenvolvimento corporal dos animais. Diante disto, torna-se

fundamental o conhecimento das condições em que cada animal é criado.

Segundo SALLES (1995) o desenvolvimento é o resultado das mudanças na

conformação corporal e o estabelecimento das várias funções do animal. Entretanto

do ponto de vista biológico o desenvolvimento não poderia ser expresso em termos

quantitativos, desta forma trabalha-se com crescimento, que estaria relacionado ao

aumento em massa e tamanho corporal.

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19

Atualmente, os programas de seleção estão enfatizando o tamanho corporal,

pois está diretamente relacionado ao peso do animal (ROSA, 1999) e permite

descrever melhor um indivíduo ou população. As mensurações morfométricas,

realizadas para definir o tamanho corporal, permitem ainda determinar tendências ao

longo dos anos em uma raça, embora não substituam as características de

desempenho (MAGNOBOSCO et al., 1996).

Existe uma variedade muito grande de raças bovinas e associado a isto, há

variabilidade em tamanho corporal, entre e até mesmo dentro de raças. Esta

diversidade, segundo CARTWRIGHT (1979), deve ser vista como recurso genético,

gerando oportunidade para aumentar a eficiência de produção.

As mensurações corporais lineares, como altura e comprimento são mais

precisas na determinação do tamanho à maturidade do que o peso, visto que, peso

e gordura subcutânea podem sofrer flutuações periódicas, dependendo do nível

nutricional e ainda do porte e estado fisiológico do animal (KUNKLE et al., 1994).

Apesar da importância de se obter as medidas corporais em cada raça, afim

de se determinar os padrões morfométricos e as taxas de crescimento, são

escassos os trabalhos encontrados na literatura. A maioria dos trabalhos

encontrados relatam medidas apenas de peso e ganhos em peso (MARTINS et al.,

2000; GARNERO et al., 2001; FERREIRA et al., 2001), fatores estes que são

fortemente influenciados pelo ambiente, principalmente pela oferta de alimentação.

No Brasil WINKLER et al. (1992) avaliaram medidas corporais e peso de

fêmeas da raça Guzerá, observando que as medidas corporais como altura e

comprimento apresentaram maiores valores de repetibilidade do que aquelas

observadas para peso corporal e circunferência torácica, sendo estes achados

atribuídos às flutuações ambientais que afetaram a qualidade das pastagens e

consequentemente o peso corporal.

Seguindo os mesmos estudos, de mensurações corporais e peso, em fêmeas

da raça Guzerá, WINKLER (1993) observou médias de 447,3 ± 3,7 kg para peso à

maturidade, 182,2 ± 0,61 cm para circunferência torácica, 134,6 ± 0,42 cm para

altura de cernelha, 140,3 ± 0,44 cm para altura de garupa e 146,4 ± 0,51 cm para

comprimento do corpo. De acordo com o referido autor, o peso corporal e a

circunferência torácica das fêmeas, pode ser ainda influenciado pelo estado

fisiológico (Gestante x não gestante e lactante x seca).

Page 38: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

20

Segundo PRAJAPATI et al. (1991) as medidas morfométricas variam em

função do crescimento esquelético, atingindo um limiar à maturidade, enquanto que

o peso e a circunferência torácica variam em função do crescimento muscular.

Segundo diversos autores (PIMENTEL et al., 1984; WINKLER, 1993; FERNANDES

et al., 1996; SANCHES, 1999), existe, entre as características peso corporal e

medidas morfométricas, alto grau de associação verificado pelas positivas e altas

correlações genéticas e fenotípicas.

Devido às altas correlações entre as medidas corporais e destas com o peso e

o PE, ao se selecionar animais para maiores pesos, irá aumentar automaticamente

as medidas corporais lineares e o PE (MARTINS FILHO, 1991; SANCHES, 1999;

LEZIER, 2003; TORRES JÚNIOR, 2004).

FERNANDES et al. (1996), ao estudarem vários rebanhos de bovinos da raça

Brahman no Brasil, observaram este efeito, verificando que os animais mais pesados

foram também os mais altos, profundos e com maiores garupas.

A elevada correlação entre peso corporal e circunferência torácica observada

por alguns pesquisadores como WINKLER (1993), CYRILLO et al. (2000) e

PACHECO et al. (2005), demonstra a possibilidade de utilização da circunferência

torácica para predizer o peso dos animais.

Segundo CYRILLO et al. (2000) a seleção indireta para peso pós-desmame

sobre medidas corporais em machos Nelore, promove respostas positivas

correlacionadas nas medidas corporais. Quando a seleção baseia-se apenas em

peso corporal, FERREIRA et al. (2001) também relatam ganhos genéticos, devido às

altas respostas correlacionadas encontradas entre pesos em diferentes fases da

vida do animal.

As medidas corporais estão menos sujeitas a influências ambientais, porém

estão propensas aos efeitos genéticos e aos erros de mensuração. CYRILLO et al.

(2000), trabalhando com touros Nelore em diferentes anos e em diferentes

rebanhos, observaram comportamento oscilatório nas medidas corporais. Os autores

atribuem estes resultados a dificuldades de mensuração, devido ao temperamento

agitado dos animais e devido à variações genéticas entre os rebanhos. Quando

incluíram o peso corporal como covariável nas análises, observaram que grande

parte da diferença entre rebanhos para as características de medidas corporais foi

decorrente principalmente das diferenças de peso entre os animais dos vários

rebanhos.

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21

De acordo com SILVA (1997), juntamente com o desenvolvimento ponderal

deve-se considerar a precocidade reprodutiva, constituindo-se como novos conceitos

de competência em pecuária. No entanto, estudos que relacionaram tamanho

corporal com características reprodutivas (BARBOSA, 1991; WINKLER, 1993 e

SANCHES, 1999) relatam baixas correlações. MEYER et al. (1991) observam que

apesar da meta prioritária ser a obtenção de elevadas taxas de crescimento corporal

e elevados índices de eficiência reprodutiva, isto pode ser dificultado pela provável

existência de antagonismo genético entre crescimento e reprodução.

Cabe ressaltar ainda, que animais de maior tamanho à maturidade necessitam

de maiores quantidades de energia para mantença e para os atributos reprodutivos

(MARTINS FILHO, 1991). Devido a estes fatos, em um programa de seleção torna-

se imprescindível a consideração de todas as possíveis relações entre peso,

medidas corporais e características reprodutivas, evitando-se selecionar animais

muito grandes simplesmente pela alta correlação com peso e obtendo-se resposta

correlacionada indesejável para outras características (SCAPARATI et al., 1996).

Segundo WINKLER (1993) as medidas morfométricas contam ainda com

variação genética aditiva, que aumenta de acordo com idade dos animais, ou seja,

os efeitos dos fatores genéticos na variação fenotípica tornam-se mais importantes

do que os efeitos dos fatores ambientais. O mesmo autor relata valores altos de

herdabilidade para as medidas corporais variando entre 0,45 a 0,69. Resultados

semelhantes foram encontrados por FERNANDES et al. (1996 ) e HADDAD et al.

(2005).

2.5. Repetibilidade

A estimativa de valores para determinadas características em um mesmo

indivíduo, tendem a se repetir e isto depende em parte, do genótipo do animal, que é

constante durante toda a vida do animal e em parte, pelas influências específicas do

meio ambiente. A correlação média entre duas produções de um mesmo indivíduo é

medida através da repetibilidade (t) de uma característica (PEREIRA, 2001).

Segundo PEREIRA (2001) através de múltiplas observações de uma mesma

característica e de um mesmo animal há redução da variância devido aos efeitos

temporários do ambiente, reduzindo com isto a variância fenotípica.

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As características reprodutivas de um animal adulto sofrem variações de

acordo com os efeitos ambientais (ABREU, 2000), desta forma a variância da

característica de um indivíduo pode ser analisada sob dois componentes. O primeiro

é a variância dentro dos indivíduos, onde suas características são afetadas por

efeitos temporários do meio ambiente (como por exemplo, qualidade da alimentação

e efeito estacionais) e são medidos através das diferenças temporárias no

desempenho de um mesmo animal. O segundo é a variância entre indivíduos; neste

caso o animal é afetado por uma circunstância ambiental que afeta o indivíduo

permanentemente (como por exemplo, a perda de um testículo).

Segundo ABREU et al. (2001a) a repetibilidade e as correlações entre as

características seminais podem ser elementos de valor para se tomar decisões

sobre o descarte de reprodutores devido à inadequada produção de sêmen de

qualidade. Os autores relatam ainda, após análise de 13.092 coletas de sêmen de

touros mestiços, que é possível o descarte com segurança, de touros doadores

devido à baixa produção ou qualidade do sêmen após 8 a 12 coletas.

O cálculo de repetibilidade tem, entre outras funções, a de estabelecer o limite

superior dos valores de herdabilidade das características em estudo. A repetibilidade

apresenta valores geralmente maiores do que a herdabilidade, pois inclui além dos

efeitos aditivos dos genes, os efeitos não aditivos e algumas diferenças de ambiente

permanentes existentes entre indivíduos de um mesmo grupo. A repetibilidade

também vai indicar a acurácia das mensurações múltiplas, com conseqüente

redução da variância fenotípica (PEREIRA, 2001).

Para as características produtivas, os valores de repetibilidade apresentam-se

de moderados a altos, como por exemplo: peso ao nascer (t=0,20-0,30), medidas

corporais (t=0,70-0,90), produção de leite (t=0,35-0,40), produção de gordura

(t=0,35-0,45) (DALTON, 1980, citado por PEREIRA, 2001).

Porém, para características reprodutivas das fêmeas os valores são

geralmente baixos. TONHATI et al. (1999) determinaram a repetibilidade para

resposta à superovulação em vacas Holstein, obtendo resultado de t=0,13,

sugerindo que a seleção baseada em desempenho prévio deve ser cuidadosa.

DALTON (1980), citado por PEREIRA (2001), relata repetibilidade de 0,01-0,10 para

intervalo entre partos e DEMEKE et al. (2004) repetibilidade de 0,14.

Para características reprodutivas em machos, são escassos os trabalhos que

relatam valores de repetibilidade, tanto no exterior quanto no Brasil.

Page 41: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

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No exterior CHANDLER et al. (1985) encontraram valores de repetibilidade (t)

de 0,44 para motilidade espermática, t=0,34 para porcentagem de acrossomas

intactos, t=0,74 para defeitos maiores e t=0,50 para defeitos menores. Enquanto,

MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram valores de t=0,36 para o volume seminal,

0,04 para a motilidade, t=0,001 para a concentração, t=0,495 para os defeitos

maiores e t=0,187 para os defeitos menores. FITZPATRICK et al. (2002) relataram

repetibilidade moderada para MOT e VIG e modera baixa para defeitos espermáticos

totais.

No Brasil, MARTINEZ et al.(2000) encontraram para touros da raça Gir

valores de moderado a alto para repetibilidade, variando de t= 0,26 para TURB a t=

0,70 para VIG, indicando que estas características possuem, certamente, um

componente genético que pode ser utilizado na escolha daqueles reprodutores que

deverão ser intensamente utilizados nos rebanhos. ABREU (2000), encontrou para

touros mestiços repetibilidades de t= 0,32 para VOL, t= 0,45 para MOT e t= 0,38

para CONC.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Propriedades e Animais

Os dados do presente estudo pertencem a quatro rebanhos diferentes de

bovinos da raça Guzerá, localizados em diferentes municípios do Norte e Noroeste

Fluminense. Os rebanhos foram classificados como fazenda (FAZ.).

Observa-se na Tabela 2 e 3 a distribuição do número de observações por

faixa etária do touro dentro de cada fazenda. As idades dos touros foram calculadas

subtraindo-se a data de coleta da data de nascimento do touro, sendo

posteriormente classificadas em Idade, segundo uma faixa etária pré determinada.

Touros com idade menor ou igual a 17 meses foram classificados como tendo 12

meses, entre 17,01 e menor ou igual a 30 meses foram classificados como tendo 24

meses, entre 30,01 e menor ou igual a 39 meses foram classificados como tendo 36

meses, entre 39,01 e menor ou igual a 52 meses foram classificados como tendo 48

meses e touros com idade maior ou igual a 63,01 meses foram classificados como

tendo 72 meses.

Para as características seminais, as coletas tiveram início nos touros de 24

meses de idade. Touros com idade menor ou igual a 12 meses, quando estimulados

por eletroejaculação não responderam ou apresentaram-se oligospérmicos, sendo

avaliados apenas quanto às características testiculares, de medidas corporais e

peso corporal.

As coletas e avaliações do sêmen e mensurações testiculares e corporais

foram realizadas mensalmente de outubro de 2004 a junho de 2005.

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Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as características seminais

IDADE(meses) FAZ. 1 FAZ. 2 FAZ.3 FAZ.4 TOTAL 12 - - - - - 24 - n=5 n=30 n=21 n=56 36 n=17 - n=24 n=20 n=61 48 n=13 n=3 n=20 n=12 n=48 60 n=15 n=7 - n=25 n=47

≥72 - n=23 - n=25 n=47

Tabela 3: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as medidas testiculares, corporais e peso

IDADE(meses) FAZ. 1 FAZ. 2 FAZ.3 FAZ.4 TOTAL 12 - n=7 n=16 n=27 n=50 24 - n=6 n=47 n=21 n=74 36 n=17 - n=28 n=20 n=65 48 n=13 n=3 n=22 n=12 n=50 60 n=15 n=7 - n=25 n=47

≥72 - n=23 - n=25 n=47

A descrição de cada fazenda, seu manejo, alimentação e dos animais

apresenta-se a seguir.

A FAZ.1 pertencente ao Setor de Reprodução Animal do Laboratório de

Melhoramento Genético Animal (LMGA), Centro de Ciências e Tecnologias

Agropecuárias (CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

(UENF), localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, a uma altitude de 13 metros em

relação ao nível do mar e com as seguintes coordenadas: latitude 21o48’45’’S e

longitude 41o18’45’’W. O município de Campos dos Goytacazes localiza-se na

região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente e úmido,

com temperatura anual média de 22,7o C.

Os animais da Universidade são de uso exclusivo para experimentos de

pesquisa, sendo os touros utilizados regularmente para coletas de sêmen.

Foram utilizados dois touros LA (livro aberto), nascidos em abril de 2000 e

novembro de 2001. Durante o experimento os touros permaneceram juntos em

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piquetes de grama nativa. Nos três meses antes do início do experimento, (julho,

agosto e setembro de 2004) foi fornecido silagem de sorgo (Sorghum spp.), no mês

de dezembro e janeiro de 2004, ração duas vezes ao dia, passando posteriormente

para capim elefante (Pennisetum purpurium sp.) picado.

Os touros foram avaliados, mensalmente, quanto às características seminais,

medidas testiculares e corporais.

A FAZ. 2 está localizada no município de Miracema – RJ, a uma altitude de

137 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude

21o26’15’’S e longitude 42o11’15’’W. O município de Miracema localiza-se na região

Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical, chuvoso no

verão e seco no inverno, com temperatura média anual de 23,0o C.

A fazenda dedica-se a criação de animais da raça Guzerá PO (Puro de

origem), linhagem leiteira, possuindo um total de aproximadamente 300 animais. A

propriedade conta ainda com um rebanho de vacas mestiças para produção de

leite. Todos os animais são criados extensivamente.

A forrageira predominante é a Braquiaria decumbens e a grama nativa,

tendo ainda piquetes de capim colonião (Panicum maximum) e capim angola

(Brachiaria mutica). Não foi fornecido aos touros qualquer tipo de suplementação

alimentar. O sal mineral foi fornecido a vontade a todos os animais.

Na propriedade não se realiza estação de monta definida, os touros são

mantidos o ano todo com as fêmeas (Guzerá e mestiças).

Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais

oito touros nascidos entre junho de 1996 e agosto de 2003.

A FAZ.3 está localizada no município de Italva-RJ, a uma altitude de 36

metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude

21o26’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Italva localiza-se na região

Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente, com

temperatura média anual de 23,0o C.

A fazenda conta com 150 animais da raça Guzerá linhagem leiteira PO

(Puro de origem) e com animais mestiços, mantidos em condição extensiva de

criação. Os touros permanecem em pasto de grama nativa e capim angola

(Brachiaria mutica), não sendo fornecido qualquer tipo de suplementação alimentar.

Era fornecido regularmente sal mineral aos animais.

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A propriedade não realiza estação de monta definida, os touros Guzerá

permanecem durante todo o ano com fêmeas mestiças, e as fêmeas Guzerá são

inseminadas com sêmen de reprodutores Guzerá PO de linhagem conhecida.

Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais

treze touros nascidos entre março de 2001 e outubro de 2003.

A FAZ. 4 está localizada no município de Carapebus - RJ, a uma altitude

de15 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude

22o11’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Carapebus localiza-se na

região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical úmido, com

temperatura média anual de 23,0o C.

A fazenda dedica-se a criação de bovinos da raça Guzerá PO, possuindo

um rebanho de 200 animais, de linhagem leiteira e para corte. Possui ainda um

rebanho comum de bovinos Guzerá, que é destinado para corte.

Os animais são mantidos em condição extensiva de criação. Os touros

permanecem durante todo o ano em pastos com predomínio de Brachiaria

decumbens e B. brizantha. Foi fornecido no final de maio e início de junho

suplementação alimentar a alguns machos. O sal mineral é fornecido regularmente

a todos os animais.

A FAZ.4, utiliza Inseminação Artificial nas fêmeas Guzerá, com sêmen de

touros PO de linhagens conhecidas, sendo os touros da fazenda utilizados apenas

para repasse e nas fêmeas do rebanho comum. Não é realizada estação de monta.

Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais 22

touros nascidos entre novembro de 1996 e outubro de 2003.

O controle sanitário dos animais é realizado adequadamente em todas as

fazendas, procedendo-se vermifugações regulares, controle de ectoparasitas e

vacinações contra febre aftosa, carbúnculo sintomático, brucelose e leptospirose.

Page 46: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

28

3.2. Exame externo e interno do sistema genital

Cada touro passou por uma avaliação externa, onde foram examinados

através da inspeção e palpação o pênis, prepúcio, escroto, testículos, epidídimo e

cordão espermático dos animais.

Além das avaliações citadas, foi mensurado o perímetro escrotal (PE) com

auxílio de fita métrica na posição mediana do saco escrotal, no ponto de maior

dimensão, envolvendo as duas gônodas e a pele escrotal. As medidas

bidimensionais comprimento e largura do testículo direito (CTD, LTD) e esquerdo

(CTE, LTE) foram realizadas com auxílio do paquímetro, excluindo-se a cauda do

epidídimo. Os testículos foram avaliados ainda, de forma manual, quanto à sua

consistência (CTEST), aplicando-se pontuação de 1 a 5, sendo: 1= tipo muito

flácido; 2= flácido; 3= ligeiramente flácido; 4= tensão sub-normal e 5= tensão normal,

indicando gametogênese normal (QUIRINO, 1999).

Internamente foram avaliadas, através de palpação retal, as glândulas

vesiculares, ampolas do ducto deferente e próstata (CBRA, 1998).

3.3. Coleta e Avaliação do sêmen

As coletas de sêmen foram realizadas com auxílio de aparelho

eletroejaculador (El macho II modelo AS 200). Cada touro foi contido

individualmente, procedendo-se em seguida a técnica de eletroestimulação até a

obtenção do ejaculado.

A segunda fração do ejaculado, que é rica em espermatozóides, foi coletada

em tubos graduados e aquecidos a 37oC para se evitar o choque térmico e

protegidos da luminosidade. Imediatamente após cada coleta foi realizado, segundo

o CBRA (1998), a análise física macroscópica do ejaculado, observando o volume

(VOL) - diretamente no tubo graduado e o aspecto do sêmen (ASP), que foi

classificado de 1 a 4, sendo 1= aquoso, 2= opalescente, 3= leitoso e 4= cremoso.

Page 47: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

29

Para a avaliação física microscópica do sêmen foi colocada uma gota de

sêmen entre lâmina e lamínula previamente aquecidas a 37o C, realizando a leitura

em microscópio óptico sob campo claro com aumento de 100 x.

As características microscópicas avaliadas foram: motilidade progressiva

(MOT), expressa em porcentagem, vigor espermático (VIG) e turbilhonamento

(TURB), expressos numa escala de zero a 5, sendo zero ausência de movimento e 5

movimentação com grande energia, sendo do tipo progressiva retilínea (CBRA,

1998).

Após proceder as avaliações físicas macro e microscópicas citadas, foram

coletadas duas amostras em solução de formol-citrato para posterior análise de

concentração espermática (CONC) e morfológica, que foram avaliadas no

Laboratório de Tecnologia do sêmen do LMGA/CCTA/UENF.

A amostra coletada para realização da concentração espermática foi diluída

em 1:200 e a contagem foi feita em câmara de neubauer. Para as avaliações de

morfologia espermática, a solução de formol-citrato foi acrescida de sêmen até a

turvação do meio, procedendo a seguir a preparação de lâmina úmida para leitura

em microscópio de contraste de fase, em aumento de 1000X, onde foram contadas

200 células, sendo o resultado transformado para porcentagem.

As características morfológicas foram classificadas em defeitos maiores

(DMa), defeitos menores (DMe) e defeitos totais (DT) de acordo com BLOM, (1973).

3.4. Medidas Morfométricas e Peso corporal

Para realizar as medidas corporais os touros foram contidos em posição

adequada, evitando-se quaisquer desníveis que pudessem provocar erros nas

medidas. As seguintes medidas corporais foram obtidas:

Altura de Garupa (AG): Tomada com auxílio do hipômetro, desde a porção

anterior do sacro ao solo.

Altura de Cernelha (ACER): Tomada com auxílio do hipômetro, da região da

cernelha ao solo.

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30

Circunferência Torácica (CT): Medida tomada com auxílio de uma fita

milimetrada, pelo contorno do tórax passando pelo cilhadouro e voltando

perpendicularmente à linha do dorso. A fita utilizada (Bovitec )fornecia também o

respectivo peso corporal (PESO 1).

Os touros também foram pesados em balança mecânica (PESO 2) nas

Fazendas 2, 3 e 4. Na Fazenda 1 o peso foi estimado com base na medida da

circunferência torácica.Todas as medidas e pesagens foram realizadas sempre pela

mesma pessoa.

3.5. Análise estatística

As informações referentes as características seminais, medidas testiculares

e corporais foram transferidas primeiramente a um arquivo de dados em EXCEL.

Posteriormente, foram realizadas análises preliminares das informações com

a finalidade de conhecer as médias, desvios padrão, coeficientes de variação com

os procedimentos Proc. Means e Proc. Freq do SAS, (1996), assim como testar a

normalidade das características morfológicas dos espermatozóides (Proc.

UNIVARIATE, SAS, 1996).

Foram realizadas análises preliminares com o objetivo de verificar a

influência dos efeitos fixos de idade e de fazenda, assim como a interação entre

estes efeitos. Como foram encontrados efeitos significativos nas interações as

análises foram realizadas por idade para cada fazenda.

A análise de variância para detectar os efeitos da idade e de fazenda sobre

as características físicas e morfológicas dos espermatozóides, medidas testiculares

e corporais incluiu os efeitos fixos de fazenda e idade do animal. As médias dos

quadrados mínimos foram comparadas pelo teste SNK Proc. GLM (SAS, 1996).

O modelo de análise foi:

Yil = µ + FAZi + erroil

Onde, Yil= variável dependente(PE, LTD, LTE, CTD, CTE, CTEST, ACER, AG, CT,

PESO 1, PESO 2, ASP, VOL, MOT, VIG, TURB,

DMa, DMe, DT);

Page 49: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

31

µ= média geral

FAZ= efeito fixo da iésimo fazenda (i= 1 a 4);

erroil= erro aleatório associado a cada observação (N~ 0,1).

Foram calculados as correlações simples entre as características seminais,

medidas testiculares e corporais (Proc. CORR, SAS, 1996).

A repetibilidade (t) das características em diferentes coletas e mensurações

dentro de cada idade foi calculada segundo (PEREIRA, 2001):

t = σ2G + σ2

EP = σ2B

σ2G + σ2

EP + σ2ET σ

2B + σ2

W

onde: σ2G = variância genética

σ2EP = variância de ambiente permanente

σ2ET = variância de ambiente temporário

σ2B = variância entre indivíduos

σ2W = variância dentro de indivíduos.

Page 50: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Efeito da Idade e de Fazenda

4.1.1. Medidas Testiculares e Peso

No presente estudo as medidas testiculares e o peso corporal passaram a ser

avaliados a partir dos 12 meses de idade, prosseguindo até os 72 meses. As

análises foram separadas por fazenda e dentro de cada fazenda por faixa etária.

Em relação aos efeitos de idade, observa-se na Tabela 4 e na Figura 1 que

em todas as fazendas houve aumento progressivo das medidas testiculares com o

avanço da idade, concordando com resultados de vários pesquisadores em estudos

realizados com diferentes raças (MARTINS FILHO, 1991; GRESSLER, 1998;

QUIRINO, 1999; BRITO et al., 2002b; LEZIER, 2003).

Em todas as fazendas acompanhadas, o maior crescimento testicular, tanto

para PE quanto para as medidas de comprimento e largura testicular, foi observado

dos 12 até os 36 meses de idade. Após os 36 meses de idade as medidas

testiculares atingiram um platô, não sendo evidente o aumento em PE, comprimento

e largura testicular.

CHENOWETH et al. (1996), avaliando touros de diferentes raças zebuínas e

européias, durante dois anos, relataram maior crescimento testicular dos 12 aos 18

meses de idade. Nas raças européias avaliadas por estes autores o crescimento

testicular a partir dos 18 meses de idade não foi significativo, enquanto nos zebuínos

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33

o crescimento se manteve até o fim do estudo quando os touros tinham

aproximadamente 36 meses de idade.

Para touros Nelore entre 12 e 18 meses de idade, BERGMAN et al. (1996)

relataram crescimento linear do PE até os 12 meses de idade, apresentando uma

tendência curvilínea após esta idade, com inflexão próxima aos 18 meses de idade.

QUIRINO et al. (1999), ao estudar o desenvolvimento dos testículos durante

toda a vida do animal através de modelos não lineares para curva de crescimento,

encontraram que o maior crescimento testicular ocorre entre os 9 aos 20 meses. Os

autores relataram que o ponto de inflexão (momento de maior crescimento dos

testículos) foi verificado aos 13 meses de idade quando os testículos apresentaram

PE de 18,57 cm.

Este ponto de inflexão aos 18 meses de idade poderia estar relacionado à

rápida proliferação de parênquima testicular, podendo sugerir que os touros PO

desta raça atingiram o início do período puberal (QUIRINO et al., 1999).

As médias das medidas testiculares para as diferentes faixas etária estudas

no presente trabalho, em geral, foram semelhantes às relatadas na literatura para a

raça Guzerá (Tab.1). As pequenas diferenças nas médias do PE e comprimento e

largura dos testículos possivelmente seriam decorrentes das diferenças em manejo,

nutrição e genótipos de bovinos Guzerá avaliados pelos diferentes pesquisadores

(TROCÓNIZ et al., 1991; CARTAXO et al., 2001; DIAS et al., 2003; TORRES

JÚNIOR et al., 2004).

Ao comparar as diferentes medidas testiculares obtidas nas fazendas

utilizadas neste experimento observa-se que houve influência da idade sobre todas

as medidas avaliadas. Porém, as médias de PE observadas no presente estudo

estão dentro da faixa esperada, por isso as variações encontradas nas diferentes

fazendas e dentro de uma mesma fazenda são, possivelmente, decorrentes de

diferenças na linhagem genética dos touros avaliados, nas diferenças nutricionais e

de manejo ou ainda devido às diferenças de localização entre as fazendas. Segundo

FERREIRA et al. (2001), o conjunto de genes responsáveis pela expressão de

determinada característica pode variar dependendo do ambiente.

A FAZ. 1 apresentou em todas as faixas etárias, os menores valores de PE,

sugerindo efeito devido à linhagem genética destes touros que são LA, pois mesmo

recebendo suplementação alimentar nos meses em que as pastagens estavam

prejudicadas não conseguiram superar o PE dos touros PO das outras fazendas.

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34

VALE FILHO et al. (1997) avaliaram touros registrados e não registrados da raça

Nelore, verificando que os não registrados tenderam a apresentar menor PE, peso

corporal e qualidade seminal, demonstrando a importância de se considerar o fator

genético no momento da seleção.

Quando se avalia a influência de Fazenda sobre o PE observa-se que as FAZ.

2 e 4 apresentaram medidas testiculares semelhantes nas idades de 48 e 60 meses,

enquanto que aos 24 meses de idade o PE encontrado na FAZ.2 foi superior ao

encontrado na FAZ.4. Na FAZ.3 que teve touros com idade desde os 12 até os 48

meses as médias para PE foram muito variáveis, apresentando as maiores medidas,

quando comparadas às outras fazendas, nas idades de 12 (22,63 cm) e 48 meses

(39,3 cm), entretanto aos 24 meses os touros desta fazenda apresentaram o menor

PE (27,85 cm). Estes resultados demonstram a diversidade das medidas testiculares

entre indivíduos pertencentes a um mesmo rebanho e criados em um mesmo

ambiente.

Quando se compara o PE da raça Guzerá com o da raça Nelore observa-se

que, aos 12 meses e em condições de pastagem, os touros Guzerá do presente

trabalho foram superiores aos Nelores avaliados por LEZIER (2003).

Já TROCONIZ et al. (1991), ao avaliar touros Guzerá e Nelore da mesma faixa

etária (18 meses), verificaram superioridade dos touros Guzerá, que tiveram maior

PE (25,6 x 23,6 cm, respectivamente) e foram, em geral, mais pesados (310,0 x

268,1 kg, respectivamente).

Diferentemente, TORRES JÚNIOR (2004), avaliando o desenvolvimento

testicular de touros Guzerá, observou medidas testiculares semelhantes às

registradas em outras raças zebuínas como a Nelore em regime de pastejo

(UNANIAM et al., 2000) e a Gir em regime semi-extensivo com suplementação

concentrada (GUIMARÃES et al., 2003).

Segundo QUIRINO (1999) as medidas testiculares, principalmente o PE, é

amplamente utilizado como característica de escolha para seleção de reprodutores.

A sua mensuração pode ser realizada precocemente, podendo desta forma ser

utilizado como critério para a realização de uma pré-seleção dos touros com maiores

PE. Contudo, ressalta-se a importância que os estudos destas características

deverão ser realizados de forma complementar à avaliação andrológica e ao teste de

libido (BERGMAN et al., 1999 e QUIRINO, 1999).

Page 53: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

35

Para a CTEST, que é uma avaliação subjetiva e foi realizada através da

palpação do parênquima testicular não foi encontrada no presente estudo diferença

significativa entre as idades nem entre as fazendas. Mesmo nos touros com idade

superior a 60 meses, que normalmente já demonstram processos de degeneração

testicular devido à estresse térmico, não foram encontradas diferenças. Este achado

demonstra a resistência e adaptação desta raça ao clima quente das regiões Norte e

Noroeste Fluminense.

TROCONIZ et al. (1991), ao avaliar a CTEST de touros Guzerá dos 8 aos 110

meses de idade, também verificaram ausência do efeito da idade sobre a

característica. Entretanto, VALENTIM et al. (2002) observaram em touros Nelore de

20 meses de idade maior CTEST do que aos 24 meses de idade

Em relação ao peso corporal (Tab. 5 e Fig. 2) observa-se que a idade

influenciou significativamente o peso corporal em todas as fazendas incluídas no

estudo. Analisando a FAZ. 4, que teve animais de todas as faixas etárias, observa-

se que o peso apresentou maior aumento até os 36 meses de idade, assim como

ocorreu com o PE.

MUCARI et al. (2003) relataram para touros Guzerá, criados a pasto em

sistema extensivo, aumentos significativos em peso dos 8 aos 24 meses de idade.

As médias encontradas pelos referidos autores para touros aos 12 meses de idade

foram inferiores (191,92 kg) às encontradas neste trabalho (199,33 a 233,44 kg),

enquanto que para touros de 24 meses a média foi inferior (306,78 kg) às médias

encontradas nas FAZ. 2 e 4 (334,83 e 373,11 kg, respectivamente) e superior à

encontrada para a FAZ. 3 (274,93 kg).

Para touros da raça Guzerá com idade maior que 24 meses, CARTAXO et al.

(2001) relataram peso médio de 446,85 kg, sendo este resultado superior ao

encontrado para os touros de 36 meses das FAZ. 1 e 3, e inferior aos da FAZ. 4.

Quando se comparou o peso corporal dos touros das diferentes fazendas,

verificou-se efeito significativo de fazenda (Tab. 5). Os touros das FAZ. 1 e 3

apresentaram os menores pesos corporais em todas as idades. Estes resultados

demonstram a forte influência que o ambiente, a disponibilidade de alimentos e o

fator genético podem causar no desenvolvimento dos machos.

Na FAZ. 1, o baixo peso corporal poderia ser explicado devido à linhagem

genética LA dos touros, pois estes eram suplementados regularmente com silagem,

ração e capim picado. Enquanto na FAZ. 3, possivelmente os baixos pesos devem-

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36

se a deficiência nutricional, pois os touros eram mantidos em pastagens de baixa

qualidade de grama nativa e capim Angola (Brachiaria mutica), sem qualquer tipo de

suplementação.

Nas FAZ 2 e 4, assim como ocorreu para o PE , os pesos não demonstraram

grande variações, exceto para os touros da FAZ. 2 aos 48 meses de idade que

apresentaram média de peso (729,67 kg) bastante superior as demais fazendas, isto

possivelmente ocorreu devido ao fator individual de cada animal.

SOUZA et al. (2002) citam efeitos significativos do ambiente sobre o peso aos

205 e 365 dias de idade em touros Guzerá, concluindo que para se realizar

comparações entre diversos animais é necessário ajuste prévio quanto aos efeitos

ambientais, visando suprimir a influência do meio.

Figura 1: Medidas médias de perímetro escrotal (PE) de acordo com a faixa etária dos touros Guzerá em diferentes fazendas.

PE

1015202530354045

12 24 36 48 60 72

Idade (meses)

cm

faz1

faz2

faz3

faz4

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Tabela 4: Médias e respectivos desvios padrão das medidas testiculares, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda

ID(meses)

12 MESES PE(cm) CTD(cm) CTE(cm) LTD(cm) LTE(cm) CTEST

FAZ.2(n=10) 22,3±5,83A 6,77±1,80A 6,68±1,81A 4,08±1,39A 4,0±1,23A 4,80±0,42B

FAZ.3(n=24) 22,63±1,99A 7,10±1,12A 7,09±1,09A 4,09±0,99A 4,0±0,42A 4,92±0,28AB

FAZ.4(n=37) 20,13±2,24A 6,32±0,94A 6,38±0,85A 3,63±0,48A 3,68±0,41A 5,0±0,0A

24 MESES

FAZ.2(n=06)

34,17±1,25A

11,13±0,41A

11,37±0,77A

6,67±0,29A

6,53±0,11A

5,0±0,0A

FAZ.3(n=43) 27,85±3,73B 8,98±1,70A 8,91±1,69B 5,20±0,82B 5,12±0,80B 4,93±0,26A

FAZ.4(n=44) 29,60±5,95AB 9,83±2,05A 10,01±1,94AB 5,70±1,27AB 5,70±1,31AB 4,89±0,31A

36 MESES

FAZ.1(n=17)

32,62±0,96A

11,4±0,39B

11,67±0,53B

6,41±0,22B

6,22±0,15C

4,82±0,39A

FAZ.3(n=24) 34,64±1,75B 11,21±0,95B 11,42±1,00B 6,44±0,31B 6,56±0,33B 4,75±0,44A

FAZ.4(n=16) 39,67±2,42C 12,64±1,61A 12,81±1,52A 7,71±0,60A 7,79±0,69A 4,6±0,62A

48 MESES

FAZ.1(n=13)

34,60±1,49B

11,6±0,29AB

11,84±0,21A

6,84±0,21A

6,76±0,22A

4,92±0,28A

FAZ.2(n=3) 37,00±2,65AB 12,67±1,15A 12,33±1,36A 7,53±0,50A 7,57±0,50A 4,67±0,58A

FAZ.3(n=22) 39,33±3,3A 11,63±0,95AB 13,06±1,81A 7,14±0,53A 8,08±1,36A 4,59±0,50A

FAZ.4(n=13) 37,02±1,72AB 11,26±0,87B 11,48±0,59A 7,17±0,46A 7,24±0,40A 4,77±0,44A

60 MESES

FAZ.1(n=15)

36,48±0,91B

13,4±1,02A

13,37±0,85A

7,46±0,38A

7,43±0,34A

4,87±0,35A

FAZ.2(n=7) 38,00±3,47A 12,8±0,63A 12,47±0,66A 7,51±0,55A 7,83±0,46A 4,14±0,69B

FAZ.4(n=25) 37,42±3,67A 12,68±1,50A 12,96±1,44A 7,42±0,84A 7,47±0,71A 4,85±0,36A

72 MESES

FAZ.2(n=23)

40,37±2,15A

13,43±1,09A

13,69±0,99A

8,09±0,61A

7,97±0,57A

4,13±0,46A

FAZ.4(n=25) 38,28±2,95B 12,72±1,64A 12,82±1,51B 7,67±0,70B 7,83±0,64A 4,6±0,58B

Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular

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Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos touros

Guzerá segundo Fazenda e faixa etária

IDADE

(meses)

FAZENDA

Pesos (kg)

1 2 3 4

12 - 221,71±55,01A 199,33±23,71B 233,44±47,79A

24 - 334,83±70,78A 274,93±41,62B 373,11±86,13A

36 426,0±18,87A - 397,04±90,17A 575,5±27,07B

48 479,67±22,81C 729,67±36,09A 554,32±68,44B 590,92±34,24B

60 616,0±19,69B 718,29±55,86A - 714,55±47,06A

72 - 740,35±52,72A - 697,76±38,77B

Letras diferentes em uma mesma linha indica diferenças pelo teste SNK (P<0,05)

Figura 2: Médias do Peso corporal de acordo com a faixa etária dos

touros Guzerá nas diferentes fazendas.

P E S O C O R P O R A L

1 0 0

2 0 0

3 0 0

4 0 0

5 0 0

6 0 0

7 0 0

8 0 0

1 2 m 2 4 m 3 6 m 4 8 m 6 0 m 7 2 m

I d a d e (m e se s)

kg

fa z . 1

fa z . 2

fa z . 3

fa z 4

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39

4.1.2. Características Seminais

A Tabela 6 mostra as médias e respectivos desvios padrão das

características físicas do sêmen, segundo a idade e fazenda.

Aos 24 meses de idade pode-se observar que as características físicas do

sêmen variaram de acordo com cada fazenda analisada.

Não foram encontradas diferenças significativas entre as FAZ. 3 e 4 para

todas as características físicas do sêmen, demonstrando ainda grandes variações

entre os animais, possuindo machos com valores de MOT entre 10 a 90 % e CONC

desde 15 x 106 a 780 x 106 sptzs/ ml. Estes resultados demonstram a diversidade

das linhagens genéticas existentes nestas duas fazendas, o que poderia ser

resultado da escolha inadequada do sêmen dos reprodutores, visto que ambas

utilizam a Inseminação Artificial.

Observa-se ainda na Tabela 6, que nesta faixa etária (24 meses) há animais

que ainda não atingiram a puberdade, que segundo WOLF et al. (1965) ocorre

quando o ejaculado possui no mínimo 10 % de MOT e pelo menos 50 x 106 sptzs/

ml.

Os touros, na faixa etária de 24 meses da FAZ. 2, obtiveram os melhores

resultados para MOT (76%), VIG (4,2), ASP (2,4) e CONC (484,0 x 106 sptzs/ ml), já

o VOL não apresentou diferenças entre os touros das diferentes fazendas. Quando

se analisa os valores de desvios padrão das características seminais observa-se

ainda menor variação nos resultados, o que poderia ser decorrente da utilização dos

mesmos touros por sucessivas gerações.

SCHMIDT-HEBBEL et al. (2000) e DIAS et al. (2003), em estudos realizados

com touros Guzerá, dentro da faixa etária dos 24 meses, encontraram resultados

superiores para as características do sêmen quando comparados aos resultados

achados nas FAZ. 3 e 4 do presente estudo, porém, semelhantes aos encontrados

na FAZ. 2. Sugere-se que a superioridade dos touros avaliados por SCHMIDT-

HEBBEL et al. (2000) e DIAS et al. (2003) possivelmente, devem-se à

suplementação ministrada aos touros e sucessivos processos de seleção

empregados nos rebanhos avaliados por estes autores.

Aos 36 meses de idade, os touros das FAZ. 3 e 4 apresentaram uma melhora

qualitativa e quantitativa nas características seminais. Na FAZ 2 não foram

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40

encontrados touros de 36 meses de idade e na FAZ. 1 os touros demonstraram

superioridade nos valores de todas as características seminais, o que pode ser

resultado do manejo reprodutivo e nutricional diferenciado que estes touros

recebem.

CARTAXO et al. (2001), observando as características seminais de touros

Guzerá com idades desde 12 meses até superior aos 24 meses, relataram aumento

nos valores de MOT, VIG e CONC com o aumento da idade.

DIAS et al. (2004) comparando a qualidade seminal de touros Guzerá sob

diferentes manejos nutricionais, verificaram que aqueles que eram mantidos em

pasto com suplementação no período de seca foram os que apresentaram maior

motilidade espermática.

Na tabela 6 também pode-se verificar que a partir dos 36 meses e até os 72

meses de idade, as características seminais apresentaram menor variação entre

idades e entre fazendas. No entanto, aos 48 meses nota-se, nas FAZ. 1 e 2,

resultados ligeiramente maiores para MOT e TURB, o que poderia ser resultado do

manejo diferenciado destas fazendas.

As médias observadas para MOT e VIG, dos 48 ao 72 meses de idade,

ficaram entre 76,6% e 61,67% e 3,88 a 3,15, respectivamente. CARTAXO et al.

(2001) relataram para touros Guzerá com mais de 24 meses, resultados

semelhantes, com médias de 70,02% para MOT e 3,26 para VIG.

O VOL variou de 2,17 ml a 4,42 ml, podendo-se observar ainda que, em geral,

o volume seminal aumentou com o avanço da idade. Resultados semelhantes foram

encontrados por GARNER et al. (1996) em touros Holstein e por ABREU et al.

(2001b) em touros mestiços, que relataram que o VOL aumentou com a idade. As

médias para VOL encontradas pelos referidos autores foram superiores aos

encontrados neste trabalho. O aumento do volume seminal em machos de maior

idade, pode ser devido à maior produção de líquido seminal pelas glândulas sexuais.

O TURB e a CONC apresentaram valores bastante variáveis, tanto entre

fazendas quanto dentro da fazenda, sendo observado na FAZ.1, as maiores médias

para estas características. Verificou-se ainda, médias ligeiramente maiores para os

touros de 36 a 60 meses de idade. A variação nos resultados de CONC sugerem

que esta característica está mais sujeita às variações ambientais e de nutrição e

como o TURB é um reflexo da CONC, da MOT e do VIG, passa a apresentar

também resultados variáveis.

Page 59: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

41

CARTAXO et al. (2001) relataram para touros Guzerá com idade maior a 24

meses, CONC de 602,5 x 106 sptzs/ ml, sendo este valor semelhante a algumas

médias encontradas no presente trabalho.

Os valores das características MOT e VIG aumentaram ligeiramente com a

idade, porém o maior aumento foi observado na faixa etária de 24 para 36 meses.

Resultados semelhantes foram encontrados por TORRES JÚNIOR (2004) para

touros Guzerá. FONSECA et al. (1997), utilizando touros Nelore com idades entre 12

e 60 meses, somente verificaram aumentos significativos na qualidade seminal dos

12 aos 24, sugerindo que nesta faixa etária os machos estão entrando na

puberdade, quando o processo da espermatogênese está em organização.

Diferente dos resultados aqui encontrados e aos citados acima, BRITO et al.

(2002a), em avaliação de touros de diferentes raças Bos taurus e B. indicus durante

dois anos consecutivos em centrais de Inseminação Artificial, relataram diminuição

da MOT e do VOL com o aumento da idade.

Page 60: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

42

Tabela 6: Médias e respectivos desvios padrão das características físicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda (FAZ.)

ID(meses) MOT(%) VIG(0-5) TURB(0-5) VOL(ml) ASP(1-4) CONC(x106/ml)

24 MESES

FAZ.2(n=5) 76,0±8,94A 4,2±0,84A 1,40±1,14A 2,8±1,35A 2,4±0,55A 484,0±488,6A

FAZ.3(n=30) 48,83±24,09B 3,13±0,86B 0,5±0,86B 2,23±0,92A 1,5±0,73B 115,90±179,58B

FAZ.4(n=21) 56,9±32,61B 3,52±1,21AB 1,14±1,24AB 3,0±1,35A 1,76±0,70B 150,71±157,04B

36 MESES

FAZ.1(n=17) 82,06±7,72A 3,88±0,70A 2,71±1,69A 2,65±1,48A 2,41±0,32A 699,78±499,78A

FAZ.3(n=24) 66,67±15,08B 3,50±0,66A 1,33±1,01B 2,88±1,15A 2,38±0,65B 489,17±281,75B

FAZ.4(n=20) 69,25±15,33B 3,65±0,93A 1,45±1,05B 2,93±0,91A 2,3±0,57B 331,0±293,53B

48 MESES

FAZ.1(n=13) 70,0±14,43A 3,15±0,80A 2,23±1,30A 4,42±2,37A 2,85±1,06A 508,46±314,63A

FAZ.2(n=3) 71,67±18,93A 3,67±1,53A 2,0±0,0A 2,17±0,76B 1,33±0,58B 306,67±175,59A

FAZ.3(n=20) 64,0±16,19B 3,35±0,59A 1,45±1,09AB 2,85±1,38B 2,45±0,83A 431,5±382,72A

FAZ.4(n=12) 61,67±17,3B 3,25±1,06A 0,83±0,72B 3,21±1,56A 2,42±0,51A 212,08±173,38B

60 MESES

FAZ.1(n=15) 68,67±16,31A 3,67±0,72A 1,80±1,52A 3,63±2,89A 2,47±0,91A 593,67±469,97A

FAZ.2 (n=7) 72,86±12,86A 3,43±0,98A 1,0±0,82A 3,79±2,69A 1,29±0,49B 216,43±187,50B

FAZ.4(n=25) 70,8±14,63A 3,58±1,10A 1,38±1,42A 3,23±1,23A 2,35±0,69A 315,19±297,19AB

72 MESES

FAZ.2(n=23) 70,43±11,77A 3,39±0,84A 0,70±0,93A 3,78±1,54A 1,48±0,59A 222,17±276,42A

FAZ.4(n=25) 76,6±9,97A 3,88±0,67B 1,52±1,12B 4,12±2,61A 2,24±0,78B 312,2±336,83A

Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática

Page 61: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

43

Tabela 7: Médias e respectivos desvios padrão das características morfológicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda (FAZ.)

ID(meses) DMa(%) DMe(%) DT(%)

24 MESES

FAZ.2(n=5) 7,0±0,33A 24,0±14,14A 31,0±18,38A

FAZ.3(n=30) 38,46±24,33B 13,95±8,86B 52,41±21,33B

FAZ.4(n=21) 22,45±22,46B 14,64±8,50B 35,41±20,05A

36 MESES

FAZ.1(n=17) 5,32±3,26B 19,89±9,96A 25,21±9,33AB

FAZ.3(n=24) 17,29±16,4A 13,62±6,68B 31,14±19,60A

FAZ.4(n=20) 7,90±5,44B 8,43±2,62C 16,33±5,31B

48 MESES

FAZ.1(n=13) 4,55±4,27B 23,09±10,63A 29,36±12,18A

FAZ.2(n=3) 5,50±2,18A 21,50±7,40A 27,0±8,67A

FAZ.3(n=20) 10,57±8,55B 12,25±4,64B 23,20±11,51A

FAZ.4(n=12) 4,37±1,63B 12,46±5,826B 17,12±5,43B

60 MESES

FAZ.1 (n=15) 4,65±5,31A 21,27±5,32A 25,92±5,10A

FAZ.2 (n=7) 4,75±0,50A 13,63±6,21B 19,13±5,23B

FAZ.4(n=25) 11,30±6,29B 16,68±8,58B 27,70±10,83A

72 MESES

FAZ.2(n=23) 7,15±2,18A 15,13±7,32A 22,28±8,36A

FAZ.4(n=25) 8,3±3,12A 15,98±6,58A 23,67±10,3A

Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. DMa= Defeitos maiores, DMe= Defeitos menores, DT= Defeitos totais

Page 62: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

44

As médias encontradas para os defeitos espermáticos são apresentadas na

Tabela 7. Os resultados encontrados para DMa, DMe e DT em touros de 24 meses

foram bastante altos. As FAZ 3 e 4, apresentaram principalmente alta porcentagem

de DMa, enquanto que a FAZ 2 apresentou maior porcentagem de DMe, o que pode

ser um indicador de imaturidade sexual dos touros desta faixa etária.

São poucos os trabalhos encontrados na literatura referentes às

características seminais, sobretudo nas características morfológicas em touros da

raça Guzerá.

ANDRADE et al. (2004), comparando touros Guzerá com idade entre 15 a 27

meses e divididos em dois grupos (maturo e imaturo) quanto à classificação por

pontos (CAP), encontraram valores semelhantes para DMa (39,1%) e para DT (50,6

%) nos touros imaturos. Os touros considerados maturos pelos autores

apresentaram médias inferiores para DMa (11,6%) e DT (22,0%) aos encontrados

neste trabalho.

Dos 24 para os 36 meses de idade foi observado diminuição da porcentagem

de defeitos, principalmente nos DMa e DT. A partir dos 36 meses de idade os

resultados foram variáveis, mas em geral não sofreram grandes modificações.

CARTAXO et al. (2001) avaliaram touros Guzerá em três idades diferentes, touros

até 20 meses, de 21 a 24 meses e com idade superior a 24 meses. Estes

pesquisadores não encontraram diferenças significativas entre as faixas de idade

estudadas, porém relataram pequena diminuição na porcentagem de defeitos com o

aumento da idade.

O efeito de fazenda foi significativo sobre as características morfológicas do

sêmen, demonstrando que as variações em manejo, disponibilidade em forragens e

diferenças climáticas afetam a qualidade seminal.

4.2. Correlações

As correlações simples entre o PE, comprimento, largura, consistência

testicular, peso e idade são apresentadas na tabela 8.

As correlações entre as medidas testiculares foram todas favoráveis e de alta

magnitude (P<0,05), com exceção da consistência testicular que não apresentou

correlação com nenhuma das outras medidas, concordando com os achados de

Page 63: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

45

VALENTIN et al. (2002), que relataram para touros Nelore e cruzados, ausência de

correlação fenotípicas entre CTEST e demais medidas testiculares.

O PE apresentou correlação maior com o Peso (0,83), do que com a idade

(0,71). Resultados semelhantes foram encontrados por PINEDA et al. (2000) e

SALVADOR et al. (2002). A maior correlação do PE com o peso deve-se ao fato de

que no início do desenvolvimento do animal o PE é mais influenciado pelo peso

corporal, pois se o desenvolvimento corporal for prejudicado, certamente o

desenvolvimento testicular também estará (TOELLE e ROBSON, 1985).

As medidas bidimensionais do testículo (CTD, CTE, LTD, LTE) apresentaram-

se todas altamente correlacionadas entre si (variando de 0,89 a 0,96) e com o PE

(0,92 a 0,96) concordando com outros achados encontrados na literatura, para a

raça Guzerá (TORRES JÚNIOR, 2003) e para a raça Nelore (GUIMARÃES et al.,

2003). As correlações entre as medidas testiculares encontradas no presente estudo

foram superiores às observadas por UNANIAN et al. (2000) em touros Nelore.

As altas correlações encontradas entre as medidas testiculares, sugere a

possibilidade de utilizar apenas o PE como característica a ser considerada nos

programas de seleção de touros. Entretanto, estudos recentes de BALEY et al.

(1996), UNANIAN et al.(2000) e TORRES JÚNIOR et al. (2003), demonstram que

touros de origem zebuína apresentam formas testiculares mais alongadas,

acarretando conseqüentemente em menores PE. Pelos testículos apresentarem esta

característica estes pesquisadores sugerem a utilização das medidas bidimensionais

na avaliação dos mesmos.

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46

Tabela 8: Correlações simples entre medidas testiculares, peso corporal e idade dos touros da raça Guzerá

PE CTD CTE LTD LTE PESO CTEST

PE -

CTD 0,92 -

CTE 0,94 0,96 -

LTD 0,96 0,93 0,93 -

LTE 0,96 0,89 0,94 0,95 -

PESO 0,83 0,82 0,82 0,85 0,84 -

CTES -0,02 0,01 0,00 0,01 -0,01 -0,12 -

ID 0,71 0,72 0,71 0,74 0,72 0,85 -0,02

ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular

As estimativas de correlação simples entre as características seminais e delas

com peso corporal, PE e idade são apresentadas na Tabela 9.

As associações entre PE e as características físicas do sêmen foram de baixa

magnitude, apresentando-se mais correlacionado à MOT, do que ao VIG, ao TURB,

ao VOL e à CONC.

MARTINEZ et al. (2000) reportaram para touros da raça Gir, baixas

correlações entre o PE e as características seminais, sendo significativas apenas

para VOL (r= 0,35) e TURB (r= 0,31).

As correlações de média a baixa magnitude entre as característica físicas do

sêmen e o PE sugerem que apenas a mensuração do PE não garante quantidade e

qualidade do ejaculado, nem de seu poder fecundante, por isso torna-se

fundamental a avaliação física e morfológica do sêmen.

O aspecto do sêmen apresentou-se altamente correlacionado com a CONC

(r= 0,68), demonstrando que a classificação visual do aspecto do ejaculado pode

sugerir a concentração espermática do mesmo. ABREU et al. (2004) verificaram

elevado desvio padrão ao comparar o aspecto (cremoso, leitoso e aquoso) com a

concentração esperada, sugerindo que a melhor classificação utilizada quanto ao

aspecto seminal é o empregado pelo CBRA (1998) (cremoso, leitoso, opalescente e

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47

aquoso), e que foi utilizado no presente trabalho. Os pesquisadores relataram ainda

que a contagem em câmara de neubauer não deve ser substituída pela avaliação do

aspecto seminal realizada de maneira visual e subjetiva.

MOT, TURB e VIG apresentaram-se altamente correlacionados, concordando

com resultados encontrados por SALVADOR et al. (2002), para touros Nelore. Já as

características VOL e CONC demonstraram baixas correlação entre si e com as

demais características (MOT, VIG, TURB), o que pode ser devido a elevada

influência do VOL e da CONC aos diversos fatores ambientais e do próprio animal,

ou ainda devido ao uso do eletroejaculador como forma de coleta do sêmen, pois

através desta técnica pode-se aumentar o VOL do ejaculado, refletindo desta forma

na concentração espermática.

As correlações entre as características TURB, ASP, CONC e a idade dos

animais foram próximas de zero, enquanto que a MOT, o VIG e o VOL apresentaram

correlações de média a baixa magnitude. Estes resultados mostram que a medida

que aumenta a idade dos touros poderia se esperar aumento da MOT, VIG e VOL

do sêmen.

Os DMa e DT apresentaram correlações favoráveis e negativas com as

características físicas MOT, VIG, TURB e CONC, sugerindo que com o aumento nos

valores destas características poderia se esperar diminuição nos DMa e DT. O VOL

apresentou correlações próximas de zero com os defeitos espermáticos.

Para a raça Guzerá não foram encontrados trabalhos correlacionando os

defeitos espermáticos com as demais características seminais peso e PE. Para a

raça Nelore PINEDA et al. (2000b) e SALVADOR et al. (2002) relataram correlações

simples favoráveis entre DT e MOT e VIG, concordando com os resultados

encontrados no presente trabalho.

O peso corporal e o PE mostraram-se favoravelmente correlacionados com

DMa e DT e correlações próximas de zero com os DMe. VALE FILHO et al. (2001)

relataram resultados semelhantes para touros Tabapuã, sugerindo que com estes

resultados poderia se esperar redução dos DMa e DT com o aumento do peso e do

PE.

Page 66: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

48

Tabela 9: Correlações simples entre as características seminais, perímetro escrotal e

idade dos touros da raça Guzerá

MOT VIG TURB VOL ASP CONC PE Peso ID DMa DMe

MOT -

VIG 0,79 -

TURB 0,58 0,49 -

VOL 0,21 0,17 0,29 -

ASP 0,40 0,24 0,62 0,19 -

CON

C 0,26 0,09 0,57 0,20 0,68 -

PE 0,42 0,17 0,19 0,27 0,15 0,17 -

PESO 0,41 0,20 0,19 0,34 0,14 0,11 0,83 -

ID 0,30 0,11 0,04 0,29 -0,05 0,03 0,71 0,98 -

DMa -0,21 -0,14 -0,22 -0,05 -0,19 -0,19 -0,23 -0,18 0,17 -

DMe 0,09 0,05 0,26 0,18 0,14 0,23 0,08 0,06 0,03 -0,14 -

DT -0,15 -0,11 -0,08 0,06 -0,11 -0,06 -0,19 -0,16 0,19 0,88 0,32

MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática, ID= Idade, PE= Perímetro escrotal, DMa= Defeitos maiores, DMe= Defeitos menores, DT= Defeitos totais

4.3. Medidas Morfométricas.

Ao avaliar o perfil das medidas corporais dos touros da raça Guzerá em

diferentes fazendas do Norte e Noroeste Fluminense (Tab: 10), observa-se que a

altura de cernelha e de garupa aumentaram até os 36 meses de idade na FAZ.4, e

até os 48 meses nas FAZ. 1 e 3, e a partir desta idade o crescimento cessou.

A Circunferência torácica aumentou significativamente dos 12 até os 72 meses

de idade, o que pode ser devido a sua alta correlação com peso corporal (r= 97),

que também demonstrou o mesmo comportamento com o aumento da idade. Outros

pesquisadores relataram resultados semelhantes (FERNANDES et al., 1996 e

SANCHES, 1999; CYRILLO et al., 2000), indicando que a CT poderia ser utilizada

como indicador de peso corporal.

Page 67: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

49

As médias de AG e CT encontradas no presente estudo para touros Guzerá

aos 12 meses de idade foram inferiores as observadas por SANCHES (1999) e

CYRILLO et al. (2000) em touros Nelore da mesma idade. Para touros Guzerá não

foram encontrados na literatura, trabalhos relatando medidas corporais.

As medidas observadas para touros na maturidade (com idade maior ou igual

a 48 meses) foram superiores aos valores relatados por WINKLER (1993).

Resultado este já esperado, pois este autor trabalhou com fêmeas Guzerá, que

assim como em todas as raças estas se apresentam geralmente menores e mais

leves que os machos.

Devido aos escassos trabalhos publicados na literatura científica sobre as

características morfométricas dos touros de diferentes raças, principalmente os

zebuínos que compõem grande parte da pecuária brasileira, sugere-se a

necessidade de maiores estudos nesta área, sobretudo dos touros Guzerá, que

atualmente estão sendo amplamente utilizados em cruzamentos e manifestam

diferenças em tamanho corporal, dependendo de sua linhagem genética.

As análises de variância demonstraram diferenças significativas para as

medidas CT, ACER e AG, entre as diferentes fazendas. As diferenças em CT

devem-se principalmente aos diferentes tipos de manejo e disponibilidade de

nutrientes, visto que esta medida é um reflexo do peso corporal. Já as medidas de

altura são, possivelmente, devido às diferenças entre genótipos e linhagens

utilizadas nas fazendas estudadas, ou ainda devido a fatores inerentes do próprio

animal. Os pesquisadores brasileiros WINKLER (1993), FERNANDES et al. (1996) e

CYRILLO et al. (2000), apesar de estudarem medidas corporais em fêmeas e em

raças diferentes, também relataram diferenças entre rebanhos e ainda entre

indivíduos da mesma raça e idade.

Em relação às correlações simples entre as medidas corporais, o peso e a

idade (Tab. 11), verificou-se que foram favoráveis e de alta magnitude. A CT

apresentou-se altamente correlacionada tanto ao Peso registrado na balança

(PESO2), quanto ao peso encontrado na fita (PESO1) e ainda os dois pesos

apresentaram-se altamente correlacionados (r= 0,98). Isto poderia sugerir a

possibilidade de se utilizar as fitas de mensuração da CT para avaliar o peso

corporal na raça Guzerá, porém há ainda necessidade de realizar estudos dentro de

cada idade para avaliar se o peso obtido com o auxílio da fita apresenta alta

correlação com o peso obtido ao utilizar a balança.

Page 68: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

50

Tabela 10: Médias e respectivos desvios padrão das medidas corporais dos touros

da raça Guzerá avaliadas nas diferentes faixas etárias e nas diferentes fazendas

ID(meses)

12 MESES CT(cm) ACER.(cm) AG(cm)

FAZ.2(n=7) 143,29±11,76B 116,72±10,86B 122,68±8,15B

FAZ.3(n=16) 146,38±6,24A 120,66±5,65A 126,65±4,88A

FAZ.4(n=27) 145,44±9,44A 118,18±6,72A 125,61±7,07A

24 MESES

FAZ.2(n=6)

168,5±7,66A

132,92±6,79A

140,13±5,83A

FAZ.3(n=47) 157,68±7,91B 126,86±5,16B 133,92±5,26B

FAZ.4(n=44) 169,70±15,11A 131,77±6,38A 139,60±6,49A

36 MESES

FAZ.1(n=17)

175,45±2,88B

139,33±1,26A

150,0±0,50A

FAZ.3(n=28) 177,89±16,63B 135,18±7,48B 143,15±7,53B

FAZ.4(n=20) 197,8±3,31A 142,5±3,46A 150,89±4,68A

48 MESES

FAZ.1(n=13)

189,0±7,38C

141,12±1,52B

150,0±1,11AB

FAZ.2(n=3) 214,33±4,04A 145,5±1,15A 152,33±1,36A

FAZ.3(n=22) 196,91±8,11B 143,77±4,41A 152,06±4,79A

FAZ.4(n=13) 199,23±3,70B 142,8±3,74AB 149,6±3,72B

60 MESES

FAZ.1(n=15)

202,0±2,42B

143,93±1,37B

149,45±1,97B

FAZ.2(n=7) 211,71±7,23A 150,12±0,85A 153,55±3,11AB

FAZ.4(n=25) 213,63±5,12A 148,15±4,39AB 155,37±4,04A

72 MESES

FAZ.2(n=23)

212,87±6,14A

147,47±4,03A

155,44±2,40A

FAZ.4(n=25) 204,76±4,44B 143,04±3,82B 148,8±5,08B

Letras diferente na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa

Page 69: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

51

Tabela 11: Correlações simples entre as medidas corporais, peso e idade dos touros da raça Guzerá

CT PESO1 PESO2 ACER AG

CT -

PESO1 0,97 -

PESO2 0,97 0,98 -

ACER 0,75 0,83 0,79 -

AG 0,73 0,81 0,76 0,97 -

ID 0,80 0,78 0,85 0,56 0,51

ID= Idade, CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa, PESO1= peso corporal referente à medida da CT, PESO2= peso corporal tomado na balança mecânica

4.4. Repetibilidade

Os resultados referentes a repetibilidade das características são apresentados

nas tabelas 12, 13 e 14.

Em todas as idades avaliadas, as medidas testiculares PE, CTD, CTE, LTD,

LTE apresentaram altos valores de repetibilidade, demonstrando a confiabilidade das

mensurações tomadas em diferentes momentos da vida do animal (Tab. 12).

Os resultados encontrados no presente estudo para as medidas testiculares

demonstram que, conforme aumenta a idade há aumento na repetibilidade das

características mensuradas. Os menores valores de repetibilidade, em animais jovens

(com 12 meses de idade), quando comparados aos machos adultos (maior de 36

meses de idade), devem-se principalmente ao fato de que os machos jovens ainda

estão em fase de desenvolvimento, apresentando variações nas mensurações dentro

da mesma idade podendo desta forma, refletir sobre a estimativa da repetibilidade.

Enquanto os machos adultos já atingiram o platô de desenvolvimento testicular, as

medidas realizadas em dois momentos diferentes tendem a se repetir com maior

freqüência.

Page 70: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

52

A repetibilidade da consistência testicular apresentou valores baixos (0,23 a

0,30) nas avaliações dos machos jovens (até os 24 meses de idade) e apresentou-se

alta (0,73) para os machos adultos. Estes resultados devem-se, possivelmente, ao

caráter subjetivo de classificação desta característica (apesar de ter sido sempre

avaliada pelo mesmo técnico) ou ainda, devido a influência do ambiente, visto que as

altas temperaturas podem prejudicar o parênquima testicular causando processos

degenerativos que irão se manifestar provocando diminuição da consistência

testicular (VALENTIN et al., 2002).

Na literatura são escassos os trabalhos que apresentam valores de

repetibilidade para as medidas testiculares. HAHN et al. (1969) relataram

repetibilidade de 0,98 para PE, resultado semelhante ao encontrado para touros

Guzerá com idade maior de 36 meses, neste estudo.

Tabela 12: Valores de repetibilidade para as medidas testiculares dos touros da raça Guzerá

ID (meses) PE CTD CTE LTD LTE CTEST

12 0,77 0,61 0,61 0,76 0,74 0,23

24 0,86 0,87 0,85 0,87 0,81 0,30

>36 0,95 0,85 0,86 0,93 0,96 0,73

ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular

Para as medidas corporais e peso, os valores encontrados de repetibilidade

foram também altos (Tab.13), observando-se a mesma tendência que a encontrada

para as medidas testiculares, ou seja, aumento dos valores de repetibilidade com o

aumento da idade dos touros.

Para a característica peso foram utilizados dois tipos de informação. Uma

referente ao peso encontrado na fita utilizada para medir circunferência torácica

(PESO 1) e outra referente ao peso registrado na balança da fazenda (PESO 2). O

PESO 1 demonstrou maior repetibilidade aos 24 meses de idade, sugerindo que

nesta idade o peso encontrado referente à circunferência torácica pode ter menor

Page 71: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

53

porcentagem de erro, do que as encontradas em outras idades. Já os valores de

repetibilidade encontrados para o PESO 2, assim como as outras medidas, foram

maiores em touros com idade maior de 36 meses.

JANSEN et al. (1985) encontraram para touros da raça Holstein de 15 meses

de idade altas repetibilidades para peso corporal (t= 0,99), altura de cernelha (t=

0,73) e altura de garupa (t= 0, 78), demonstrando que em condições semelhantes as

medidas corporais tendem a se repetir.

Tabela 13: Valores de repetibilidade encontrados para as medidas

corporais e pesos dos touros da raça Guzerá

ID (meses) PESO1 PESO2 CT ACER AG

12 0,76 0,86 0,71 0,66 0,77

24 0,91 0,89 0,88 0,71 0,78

>36 0,87 0,92 0,90 0,82 0,87

ID= Idade, CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa, PESO1= peso corporal referente à medida da CT, PESO2= peso corporal tomado na balança mecânica

Os valores de repetibilidade das características seminais avaliadas no

presente estudo apresentaram-se bastante variáveis (Tab.14). A MOT e o VIG

demonstraram alta repetibilidade dos 12 aos 24 meses de idade, enquanto que para

os touros com idade maior a 36 meses foram de moderado a baixo. O TURB

apresentou maior repetibilidade aos 24 meses e o VOL aos 12 meses de idade.

Em relação a idade não foi encontrada a mesma tendência (maiores

repetibilidades para touros com maior idade) como as relatadas para medidas

testiculares e corporais. Aos 24 meses de idade as repetibilidades para as

características foram maiores, possivelmente devido às menores influências

ambientais e do próprio animal nesta faixa etária, pois os machos jovens (12 meses

de idade) ainda estão em fase de desenvolvimento, enquanto os adultos (com idade

maior de 36 meses de idade) podem já estar sofrendo ou ter sofrido influências do

ambiente, como falta ou excesso de alimentação, estresse térmico, que podem

afetar a qualidade seminal. Todavia, a maior repetibilidade para as características

seminais aos 24 meses de idade não indica que nesta faixa etária os touros não

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54

sofram interferências do ambiente ou que possam ser criados em condições

inadequadas de manejo.

MATHEVON et al. (1998) relataram repetibilidade para as características

seminais como VOL, CONC, MOT para touros Holstein jovens (até 30 meses de

idade) e maduros (entre 4 a 6 anos de idade). Estes pesquisadores encontraram

maiores valores de repetibilidade para os touros maduros, variando de 0,51 para

VOL a 0,64 para MOT, atribuindo estes resultados ao fato de estes machos estarem

sexualmente maduros e com a produção espermática mais estabilizada.

As estimativas de repetibilidade para as características da qualidade do

sêmen, estimadas por modelos univariados encontrados por MARTINEZ et al. (2000)

em touros da raça Gir com idade entre 30 a 60 meses, foram moderadas para VOL,

MOT e DMa, concordando com os resultados encontrados neste trabalho.

Estes resultados indicam que as características seminais possuem certamente um

componente genético que pode ser utilizado na escolha dos reprodutores que

deverão ser intensamente utilizados como reprodutores.

ABREU, (2000) relatou repetibilidade moderada para MOT (0,45), VOL (0,32)

e CONC (0,38), sugerindo que a decisão de descartar um reprodutor com base na

qualidade seminal deve ser tomada com segurança apenas após algumas

avaliações andrológicas.

Os defeitos espermáticos (DMa, DMe e DT) apresentaram valores de

repetibilidade baixos ou próximos de zero, indicando que estas características

podem ser influenciadas por diversos fatores externos e até mesmo da condição

fisiológica do animal.

Os baixos valores de repetibilidade encontrados para os defeitos espermáticos

e para VIG, TURB e VOL em touros com idade maior que 36 meses, indicam que

não podemos confiar em fazer avaliação andrológica apenas uma vez, pois

repetibilidade baixa indica que a medida pode não se repetir em outro momento da

vida do animal, principalmente por problemas de temperatura ambiente, umidade,

nutrição e manejo dos animais. Face a isto, sugere-se fazer avaliações andrológicas

antes de cada estação de monta e quando a fazenda não utilizar estação de monta,

recomenda-se a avaliação andrológica pelo menos a cada três meses.

Page 73: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

55

Tabela 14: Valores de repetibilidade encontrados para as características seminais dos touros da raça Guzerá

ID

(meses) MOT VIG TURB VOL ASP DMa DMe DT

12 0,96 0,70 0,40 0,66 0,36 0,45 0,17 0,16

24 0,84 0,72 0,70 0,45 0,72 0,07 0,08 0,07

>36 0,48 0,28 0,28 0,33 0,65 0,50 0,08 0,18

ID= Idade, MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática, DMa= defeitos maiores, DMe= defeito menores, DT= Defeitos totais

Page 74: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

56

5. CONCLUSÔES

Os touros da raça Guzerá criados na região Norte e Noroeste do Estado do

Rio de Janeiro apresentaram medidas testiculares e morfométricas dentro dos

padrões da raça.

A idade e os efeitos de fazenda influenciaram as características seminais,

medidas testiculares e corporais. O maior crescimento das medidas testiculares e

corporais ocorreu dos 12 até os 36 meses e o aumento da qualidade espermáticas

acorreu dos 24 para os 36 meses.

As fazendas com melhores condições de nutrição, manejo e clima

apresentaram os melhores resultados para todas as características estudadas.

Portanto, para a escolha adequada de reprodutores é necessária a avaliação

conjunta de todos os fatores que interferem na eficiência reprodutiva, considerando

principalmente, a idade e as condições ambientais, nutricionais e climáticas em que

os machos serão criados.

O perímetro escrotal apresentou alta correlação com as medidas de

comprimento e largura testicular e esteve mais correlacionado ao peso corporal do

que à idade do animal, demonstrando que esta medida seria mais influenciada pelo

desenvolvimento corporal do animal.

As correlações do perímetro escrotal com as características seminais foram de

baixa magnitude, não sendo recomendável apenas a utilização do perímetro escrotal

como característica a ser utilizada para avaliar a eficiência reprodutiva dos touros.

As estimativas de repetibilidade das medidas testiculares e corporais foram

altas, enquanto que para as características físicas do sêmen foram de média a baixa

e para as características morfológicas foram baixas. Desta forma pode-se sugerir,

Page 75: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

57

que a escolha de reprodutores com base em apenas uma avaliação andrológica

pode levar a erros que refletirão na eficiência reprodutiva do rebanho ou ao descarte

de animais de qualidade, pois os touros podem apresentar diferentes resultados em

momentos diferentes da vida, sendo recomendável avaliações repetidas da

qualidade seminal.

Page 76: EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS ... - UENF · Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos ... peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha

58

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