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Marcela Rosana da Silva Santos EFEITO DE COMPOSTO FITOTERÁPICO SOBRE O CÁLCULO RENAL INDUZIDO EM RATOS Pindamonhangaba-SP 2015

EFEITO DE COMPOSTO FITOTERÁPICO SOBRE … medicinais, acupuntura, homeopatia, entre outras práticas para complementar o tratamento alopático sem substituí-lo. Tem como base o conhecimento

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Marcela Rosana da Silva Santos

EFEITO DE COMPOSTO FITOTERÁPICO SOBRE O CÁLCULO RENAL INDUZIDO EM RATOS

Pindamonhangaba-SP 2015

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Marcela Rosana da Silva Santos

EFEITO DE COMPOSTO FITOTERÁPICO SOBRE O CÁLCULO RENAL INDUZIDO EM RATOS

Pindamonhangaba-SP 2015

Monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção do diploma de Bacharel pelo curso de Farmácia da Faculdade de Pindamonhangaba. Orientador: Dr. Claudemir de Carvalho Coorientador: Dr. Gokithi Akissue

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Santos, Marcela Rosana da Silva, Efeito de composto fitoterápico sobre o cálculo renal induzido em ratos / Marcela Rosana da Silva Santos / Pindamonhangaba - SP : FUNVIC Faculdade de Pindamonhangaba, 2015. 37f. :il Monografia ( Graduação em Farmácia ) FUNVIC -SP. Orientador: Prof. Dr. Claudemir de Carvalho. 1 Indução de nefrolitíase. 2 Cálculo renal 3 Fitoterapia. 4Histologia. I Efeito de composto fitoterápico sobre o cálculo renal induzido em ratos II Marcela Rosana da Silva Santos.

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MARCELA ROSANA DA SILVA SANTOS

EFEITO DE COMPOSTO DE FITOTERÁPICO SOBRE O CÁLCULO RENAL INDUZIDO EM RATOS

Monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Diploma de Graduação pelo Curso de Farmácia da Faculdade de Pindamonhangaba

Data: ___ / ____ / _____

Resultado: ___________

BANCA EXAMINADORA

Prof.__________________________________ Faculdade de Pindamonhangaba

Assinatura_____________________________

Prof.__________________________________ Faculdade de Pindamonhangaba

Assinatura_____________________________

Prof.__________________________________

Assinatura_____________________________

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AGRADECIMENTOS

À FUNVIC-Faculdade de Pindamonhangaba, pela concessão da bolsa de estudos e oportunidade de adquirir novos conhecimentos. Ao professor Dr. Claudemir de Carvalho pela orientação e amizade, não só neste trabalho, mas durante todos estes anos que estou na Instituição. Ao professor Dr. Gokithi Akissue pelo incentivo à pesquisa e dedicação, ajudando não só na teoria, mas também na coleta das plantas medicinais utilizadas neste trabalho. Ao professor MSc. Guilherme Muniz Pereira Chaves Urias, pelo auxílio nas análises estatísticas deste trabalho. À Dra. Milene Sanches Galhardo e a Maria de Fátima Pacheco, técnica de laboratório, ambas do Laboratório de Histologia da Universidade de Taubaté-UNITAU, pela confecção das lâminas. Á amiga que mesmo depois de formada, veio-me “socorrer” quando estava entrando em desespero. Obrigada pela ajuda, conselhos, conversas e até broncas. Fábia LugliSper, mais uma vez, obrigada pelo apoio e por estar presente nas minhas duas formações acadêmicas. Ao amigo Luciano Valiensi Lima, que dedicou seu domingo a me ensinar a entender estatística, e pela elaboração dos gráficos. Á minha família por acreditar neste novo sonho.

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“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Antoine de Saint-Exupéry

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RESUMO

O popular cálculo renal, conhecido cientificamente como litíase renal, urolitíase, nefrolitíase, acomete não só humanos, mas também cães, gatos e ovinos com alta incidência. É resultante da interação de inúmeros fatores fisiológicos e nutricionais, como a alta concentração de determinado soluto na urina. No Brasil é considerado um problema de Saúde Pública e diminui qualidade de vida,além de ser uma das patologias mais atendidas em Hospitais no Setor de Urgências, devido a intensa dor causada pela obstrução das vias excretais renais.Logo é de importância econômica e de qualidade de vida do indivíduo um tratamento complementar de fácil acesso e efetivo. Com este intuito objetivo deste trabalho é mostrar os efeitos do uso de infuso da mistura de partes iguais de abacateiro, quebra-pedra, assa-peixe e chapéu-de-couro, indicados tradicionalmente por erveiros, consumidores e relatos na literatura, para uso humano, no controle da litíase renal induzida em ratos. Utilizou –se modelo experimental animal, com 41 ratos da espécie Wistar, distribuídos em 6 grupos, 1 grupo com 6 animais controle, e 5 grupos de 7 animais cada, que sofreram a indução química por solução de etilenoglicol 1%, o grupo controle etilenoglicol não teve tratamento, e os outros 4 receberam tratamento na mesma dose de infuso, porém por períodos diferentes, respectivamente, uso concomitante a indução, e pós indução 7, 15 e 30 dias. O infuso não apresentou resultado preventivo, porém houve diferença significativa (p < 0,001) entre os grupos tratados com infuso e o controle etilenoglicol, indicando melhor resultado para o tratamento de 30 dias. Palavras-chave:Indução de nefrolitíase. Cálculo renal. Fitoterapia.

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ABSTRACT

The popular renal calculi, known scientifically as renal lithiasis, urolithiasis, nephrolithiasis, affects notonlyhumanbutalsodogs, catsandsheepwith high incidence. It is the resultoftheinteractionofnumerousphysiologicalfactorsandnutritional, as the high concentrationofdeterminedsolute in Urine. In Brazil isconsidered a publichealthproblemandreducesqualityoflife, in additiontobeingoneofthemostpathologiesanswered in hospitals in the sector ofemergency, dueto intense paincausedbyairwayobstruction excretais renal.As soon as it isofeconomicimportanceandthequalityoflifeofindividuals a complementarytreatmentofeasyaccessandeffective.Withthisaimobjectiveofthisworkisto show theeffectsofthe use ofinfusedmixtureofequalpartsof avocado, puzzle-stone, assa-fishandumbrella-leather, indicatedbytheherbalists, traditionallyconsumersandreports in theliterature, for human use, in thecontrolof renal lithiasisinduced in rats. Used if animal experimental model, with 41 Rats Wistar, distributed in 6 groups, Group 1 with 6 animals, controland 5 groupsof 7 animalseach, whosufferedthechemicalinductionbysolutionofethyleneglycol 1%,thecontrolgrouphad no treatment, ethyleneglycolandtheother 4 receivedtreatment in the same dose of infused, however for differentperiods, respectively, concomitant use theinduction, andafterinduction 7, 15 and 30 days. The non-infusedpresentedresultsofpreventive, howevertherewas no significantdifference p < 0.001 betweengroupstreated with infusedandcontrolethyleneglycol, indicatingthebestresult for thetreatmentof 30 days.

Key words: inductionofnephrolithiasis. Renal calculation. Phytotherapy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 12 2.1 Urolitíase ...................................................................................................................... 12 2.2 Modelo Experimental em urolitíase .......................................................................... 13 2.3 Plantas Medicinais e Fitoterapia ............................................................................... 14 2.3.1 FITOTERAPIA .......................................................................................................... 14 2.3.2 PLANTAS MEDICINAIS ......................................................................................... 15 2.3.2.1 Descrição das espécies estudadas ............................................................................ 16 2.3.2.1.1 Persea americana Mill ......................................................................................... 16 2.3.2.1.2 Phyllanthusniruri L. ............................................................................................ 17 2.3.2.1.3 VernoniabeyrichiiLess ....................................................................................... 18 2.3.2.1.4 Echinodorusgrandiflorus (Chem e Schltdl) Micheli .......................................... 19 3 MÉTODO....................................................................................................................... 21 3.1 Grupo experimental .................................................................................................... 21 3.2 Indução à urolitíase ..................................................................................................... 21 3.3 Tratamento .................................................................................................................. 22 3.4 Eutanásia, necropsia e coleta de amostra ................................................................. 22 3.5 Histologia ..................................................................................................................... 23 3.6 Análise Estatística ....................................................................................................... 23 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 24 5 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 30 6 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 33 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 34

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1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, os produtos naturais são usados tanto na busca

da cura de doenças, quanto para alívio dos sintomas produzidos pelas mesmas.1 No Brasil, a

prática deste uso ocorre desde o descobrimento do país pelos portugueses, onde os indígenas

que aqui habitavam utilizavam as espécies nativas de plantas para combater doenças,

diferenciando as que possuíam características de cura das que se caracterizavam como

veneno.2

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece oficialmente o uso de

fitoterápicos desde 1978, ou seja, produtos e medicamentos obtidos ou elaborados

exclusivamente a partir de matérias-primas ativas vegetais, com finalidade curativa ou

profilática com benefício para o usuário. Não se considera fitoterápico qualquer medicamento

preparado de substância ativa isolada ou mistura simples, ainda que seja de origem vegetal.3

A obtenção das plantas medicinais muitas vezes ocorre em hortas domiciliares,

ocorrendo confusão entre uma espécie e outra (comum ocorrer o uso de erva cidreira para

chás calmante, que facilmente pode ser confundido com citronela na horta caseira), compras

em erveiros que não seguem protocolos de controle de qualidade, como identificação da

espécie, princípios ativos, parte da planta utilizada, modo de coleta, secagem e

armazenamento, muitas vezes o indivíduo que está adquirindo a planta medicinal, não sabe se

adquiriu corretamente o produto desejado ou se o mesmo foi adulterado para render lucros

melhores. Essas situações justificam relatos de tratamentos fitoterápicos não serem eficazes e

a importância de estudos que demonstrem a ação farmacológica das plantas medicinais.

Afim de evitar os problemas supracitados, a OMS propôs no mesmo ano de 1978, a

inclusão dos fitoterápicos no Sistema Nacional de Assistência à Saúde além de educação e

capacitação em Saúde a nível nacional. Em 17 de Janeiro de 1992 o Conselho Federal de

Medicina, pelo parecer nº 04/92 reconheceu a fitoterapia como método terapêutico, sendo a

Vigilância Sanitáriaresponsável por supervisionar e regulamentar a formação de recursos

humanos éticos para esta fiscalização.3

No ano de 2006, em 22 de Junho o Decreto Presidencial nº 5813, aprovou a Política

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) como um dos elementos

fundamentais para promoção de qualidade de vida da população brasileira, garantindo acesso

seguro e o uso racional das plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo sustentabilidade e

desenvolvimento na cadeia de produção e até mesmo na indústria brasileira de

medicamentos.4 Implantou-se, neste mesmo ano, a Política Nacional de Práticas Integrativas e

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Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), que visa incentivar o uso das

plantas medicinais, acupuntura, homeopatia, entre outras práticas para complementar o

tratamento alopático sem substituí-lo. Tem como base o conhecimento empírico, popular, que

é colocado “a prova’’ segundo os estudos científicos, por meio de pesquisas que gerem dados

validados estatisticamente.5

No Brasil temos como um dos problemas de Saúde Pública, e também Zootécnico o

popular cálculo renal, conhecido cientificamente como litíase renal, urolitíase, nefrolitíase,

que acomete não só humanos, como também cães e gatos e, com alta incidência em

ovinos.6,7Este processo patológico resulta da interação de inúmeros fatores fisiológicos e

nutricionais, como a alta concentração de determinado soluto na urina.Em humanos a grande

maioria dos cálculos formados é pelo acúmulo de íons cálcio, em decorrência da alimentação

ou mesmo processos fisiopatológicos e em ovinos e caprinos é pela alta ingestão de grãos

ricos em cálcio e potássio.6,7

Segundo Mazzucchi e Srougi,8 esta patologia ocorre com maior frequência em homens

e animais machos. A Sociedade Europeia de Urologia9 corrobora com os dados anteriores,

informando que a ocorrência em homens é três vezes maior que em mulheres.

O acúmulo de cálculos renais leva à cólica renal, uma das patologias mais atendidas

em Hospitais no setor de Urgências, uma vez que a obstrução das vias excretais renais causa

intensa dor.10 Pode-se dizer que essa patologia afasta o indivíduo de seu posto de trabalho, por

até três dias tendo-se, no Brasil, um prejuízo estimado por volta dos 18 milhões de reais.11

Logo é de importância econômica e de qualidade de vida do indivíduo um tratamento

complementar de fácil acesso e efetivo.

Dentre as plantas medicinais popularmente usadas para tratamento ou prevenção do

cálculo renal escolheram-se quatro espécies: Persea americana Mill, popularmente conhecida

como abacateiro,Phyllanthusniruri, popularmente conhecida como quebra-pedra,

VernoniabeyrichiiLess, popularmente conhecida como assa-peixe e

aEchinodorusgrandiflorus (Chem e Schltdl) Micheli, popularmente conhecida como chápeu-

de-couro. A escolha teve como base, os trabalhos de Lopes e Pantoja,12Scardelato et al.,13

Ministério da Saúde por meio do guia Fitoterapia no SUS3 e o uso popular das mesmas.

Devido a atual condição financeira mundial, incluindo Brasil, onde nem toda a

população tem acesso a medicamentos industrializados, o uso das plantas medicinais vem

aumentando, por isso a importância de se fazer um estudo científico para comprovar a

eficácia, eficiência e segurança do uso de fitoterápicos, corroborando assim com a PNPIC.

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Se o uso popular relata a eficácia das plantas escolhidas quando usadas

individualmente, então, o uso conjunto levará a um sinergismo e uma complementação de

atividade, já que algumas têm efeito diurético e outras agem como dilatador e solvente.

Objetivou-se com este trabalho mostrar os efeitos do uso de infuso da mistura de

partes iguais de abacateiro, quebra-pedra, assa-peixe e chapéu-de-couro, indicados

tradicionalmente por erveiros e consumidores para uso humano, no controle da litíase renal

induzida em ratos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Urolitíase

Conhecida por diferentes nomes como litíase urinária, litíase renal, nefrolitíase e o

popular cálculo renal, é uma das patologias mais frequentes no aparelho urinário observada

em Pronto Atendimento de Hospitais, sendo também observadas em animais domésticos,

ovinos e caprinos. Caracteriza-se por provocar intensa dor lombar, a região pode variar

dependendo de onde se encontra o cálculo formado, devido a intensidade da dor, pode ocorrer

vômito, náuseas e hematúria.14-17

Ainda não está elucidado o mecanismo de acúmulo de poli cristais de composição

química diferente e matriz orgânica. Os cristais formados podem ser de oxalatos de cálcio;

fosfatos de amônio, magnésio e cálcio; cistina; urato de amônio; ácido úrico; xantina; 2,8

dihidroxiadenina; ou ainda de matriz ou por medicamentos de compostos sulfatados, silicatos,

triantereno e indinavir. Sabe-se de fatores que predispõe a formação de cálculo como histórico

familiar; gênero sexual; idade; hábitos de vida principalmente alimentação, quantidade de

líquidos ingeridos, sedentarismo; medicamentos e drogas litogênicas; histórico recorrente de

infecção urinária; alterações anatômicas como rim em forma de ferradura entre outras;

distúrbios metabólicos; alterações de pH na urina; urina supersaturada de minerais; exposição

á clima quente e as condições de trabalho, como calor intenso ou ar condicionado.14-18

Mazzucchi e Srougi8 concluíram em seus estudos, que indivíduos com índice de massa

corpórea (IMC) maior que 30, possuem uma probabilidade maior de desenvolver cálculo

renal, mostrando-nos uma grande associação entre obesidade e litíase renal, assim como

ocorre com a Diabetes Melittus tipo dois.

Embora a sintomatologia seja característica o diagnóstico clínico é fechado por

exames de imagem: raios-X simples de abdome e/ou acompanhado de ultrassom; tomografia

computadorizada helicoidal sem contraste endovenoso no abdome e pelve e laboratoriais

como: urina tipo um e 24 horas, para avaliar sedimento, pH, leucocitúria, quais bactérias

presentes e características do cálculo, considera-se padrão ouro para o diagnóstico a

tomografia computadorizada helicoidal sem contraste. O diagnóstico auxilia muito o tipo de

tratamento a ser escolhido, pois depende do tipo de cálculo e região onde o mesmo está

alojado.8,9,14,17

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2.2 Modelo Experimental em urolitíase

A urolitíase animal pode ser induzida por meio de cirurgias para inserção de corpos

estranhos na bexigaou ainda por via química.19,20, 27

A indução por via química foi realizada por muitos estudiosos, variando o agente

químico, sua concentração e a via de introdução do mesmo, via oral, intraperitoneal e ainda

intraabdominal.21-27A maioria das induções provocadas foram por solução aquosa de

etilenoglicol, variando apenas a concentração, usou-se solução aquosa de 0,75% por 28 dias,

oferecida à vontade para os animais.21-23 Já Hadjzadeh e seus colaboradores em 2007 e

2008,24,25 utilizaram também a solução aquosa de etilenoglicol porém na concentração de 1%

por 28 dias sendo a via intraperitoneal e via oral à vontade (30 dias), respectivamente. Khalili

et al.26 usaram solução aquosa de etilenoglicol 1% associada com cloridrato de amônia 0,5%,

por 30 dias, para obtenção dos cálculos renais.

O etilenoglicol é um composto orgânico, de baixo peso molecular também conhecido

como monoetilenoglicol, possui a fórmula molecular C2H4(OH)2, sua metabolização ocorre

no fígado por 2 vias, via do citocromo P450, ocorrendo o processo de oxidação e via celular,

através do processo de conjugação, presentes não só nas células hepáticas mas também nas

células intestinais. Ambas as vias geram metabólitos tóxicos. A metabolização tem início com

a enzima álcool desidrogenase (ADH), (Figura 1), que converte o etilenoglicol (EG) em

glicoaldeído, que origina dois subprodutos, o ácido glicólico (principal via de metabolização)

e o glioxal que possui meia vida curta. O glicoaldeído sofre degradação pela enzima aldeído

desidrogenase (ALDH) originando o ácido glicólico, que sofre ação da enzima álcool

desidrogenase (ADH) originando o ácido glioxílico que sofre ação da enzima lactato

desidrogenase (LDH) e do glicolato oxidase (GO) gerando o ácido oxálico, que também é

produzido pela ação do glicolatodesidrogenase (GD) no ácido glicólico, sendo que uma parte

deste ácido reage com a enzima alanina glioxilatoaminotransferase (AGAT), originando a

glicina que posteriormente se converterá em gás carbônico.28,29

O ácido oxálico formado nas duas vias, se complexa com os íons cálcio do organismo

e forma o oxalato de cálcio, o popular cálculo renal, que compromete a função renal.

Dependendo da quantidade de etilenoglicol metabolizada, ocorrerá um acúmulo de

ácido glicólico, consequentemente diminuição do pH, levando há uma acidose metabólica e

um aumento de formação do produto final oxalato de cálcio.

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Figura 1: Metabolização do Etilenoglicol 29 adaptado de Corley e colaboradores 28 Legenda: ADH = álcool desidrogenase; ALDH = aldeído desidrogenase; GD =

glicolatodesidrogenase; GO = glicolato oxidase; AGAT = alanina glioxilatoaminotransferase

2.3 Plantas Medicinais e Fitoterapia

2.3.1 FITOTERAPIA

Parte da ciência médica que utiliza vegetais para tratamento ou prevenção de doenças,

como terapia complementar ou alternativa.3,30 São empregadas tanto as plantas frescas como

as drogas. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),30 temos como

medicamentos fitoterápicos, aqueles que são originados de plantas medicinais, obtidos

exclusivamente de derivados de droga vegetal como, extratos, óleos, sucos, infusos (matéria

prima deste trabalho) entre outros, assim como os medicamentos alopáticos devem oferecer

efeitos terapêuticos comprovados, garantia de qualidade e eficácia, composição padronizada e

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segurança no uso.

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em 17/01/1992, reconheceu pelo parecer

nº04/92, a fitoterapia como método terapêutico. A ANVISA foi encarregada de supervisionar

a regulamentação para formação de recursos humanos aptos, seguindo parâmetros éticos já

existentes.

No ano de 2001 o Ministério da Saúde desenvolveu ações multidisciplinares para

elaboração de políticas públicas voltadas ao uso de plantas medicinais e da fitoterapia no

Sistema Único de Saúde (SUS), através da criação da Proposta de Política Nacional de Plantas

Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos (PPNPMF); em 2005 a mesma foi elaborada.3

A Proposta de Política Nacional de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos

idealizou, juntamente com a Central de Medicamentos (CEME), uma relação de espécies

vegetais selecionadas para estudos, compondo a Relação Nacional de Plantas Medicinais de

Interesse ao SUS (lista RENISUS), que consta de 71 espécies, sendo que nela estão inclusas

duas espécies deste trabalho, Persea americana, abacateiro e Phyllanthusniruri quebra-pedra,

estudadas para ação diurética e/ou antilisiática, o que justifica o objetivo deste trabalho.

2.3.2 PLANTAS MEDICINAIS

A sabedoria popular propõe inúmeras plantas para se fazer chás que ajudem a

controlar a dor ou mesmo a expelir os cálculos renais. Dentre as plantas medicinais foram

escolhidas quatro espécies para se fazer o infuso para o tratamento a ser testado, são elas:

Persea americana Mill, popularmente conhecido como abacateiro, família Lauraceae;

Phyllanthusniruri, popularmente conhecido como quebra-pedra, família Phyllanthaceae;

VernoniabeyrichiiLess, popularmente conhecido como assa-peixe, família Asteraceae e o

Echinodorusgrandiflorus (Chem e Schltdl) Micheli, popularmente conhecido como chápeu-

de-couro, família Alismataceae.A escolha teve como base, os trabalhos de Lopes e

Pantoja,12Scardelato et al.,13 Ministério da Saúde por meio do guia Fitoterapia no SUS3 e o

uso popular das mesmas.

Em um estudo feito no Rio de Janeiro, na população de Santa Cruz, entrevistou-se 312

usuários de plantas medicinais e 21 comerciantes, popularmente chamados de erveiros que

durante 11 meses citaram 50 espécies de plantas medicinais que comercializavam, incluindo

as 04 que são objeto de estudo deste trabalho. Dentre as 10 indicações mais citadas pelos

usuários, estão o popular chapéu-de-couro e o quebra-pedra, para uso em infecções urinárias e

cálculos renais e ardência na urina, respectivamente.12

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2.3.2.1 Descrição das espécies estudadas

2.3.2.1.1. Persea americana Mill (Abacateiro)

Também conhecida pelas sinonímias científicas como Perseafolium e/ou

PerseagratíssimaGaertn. f. pertencente à família Lauraceae, apresenta como características

organolépticas folha inodora e sabor levemente adstringente. As folhas secas constituem a

droga vegetal, sendo composta por no mínimo 0,4% de flavonóides totais expressos em

apigenina que tem como ação farmacológica a indução de diurese, ser antibacteriano e

antiviral; 0,14% de óleo essencial, complexa mistura de compostos químicos vegetais,

aromáticos e voláteis, a maior parte dos óleos essenciais é composta por terpenos, tem como

ação farmacológica ser anti-séptico das vias urinárias.31,32

Macroscopicamente identifica-se a coloração verde-escura na face adaxial, quase lisa e

pouco brilhante, a face abaxial possui coloração verde mais clara, áspera e fosca quando

frescas e quando secas coloração até castanho-claro. As folhas são simples, podendo ter

formas diversas: oval-acuminadas, elípticas, oblongas, semi-coriáceas. Possuem na face

abaxial uma nervura principal, com nervuras secundárias oblíquas ambas proeminentes que

originam as nervuras terciárias que formam uma trama fina. As margens são inteiras, meio

onduladas, variando a lâmina foliar de 8 a20 cm de comprimento e de 4 a9 cm de largura, o

pecíolo pode chegar até 5 cm de comprimento com base de 3 a4 mm de largura.32

Microscopicamente, a lâmina foliar é de simetria dorsiventral e hipoestomática, a

epiderme na face adaxial é constituída de células poligonais, de paredes levemente sinuosas,

com raros tricomas tectores unicelulares que são frequentes em folhas jovens e raros nas

folhas adultas, curtos a longos de paredes espessas. A face abaxial em geral se compõe de

células menores, que podem ser arredondadas ou retangulares, as paredes são periclinais

tendendo a forma convexa. Possui cutícula granulosa com estômatos anomocíticos, com três a

quatro células subsidiárias, porém em secção transversal a epiderme apresenta cutícula

espessa, uniestratificada nas duas faces, sendo que na face adaxial as células seguem o sentido

transversal e são alongadas. O mesofilo é composto de uma a duas camadas de células

paliçádicas alongadas, que apresentam inúmeros idioblastos secretores de óleo essencial e

mucilagem, são redondos e volumosos, pode ocorrer do mesofilo ser formado por células

parenquimáticas achatadas tangencialmente, alongadas e de paredes espessas. Parênquima do

tipo esponjoso com poucas células irregulares, mas grandes espaços intercelulares. Possui um

feixe vascular colateral, localizado na nervura principal, é envolto por uma bainha

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praticamente contínua de esclerênquima e outros dois feixes colaterais pequenos junto ao

bordo, na lâmina foliar, voltados para a face adaxial. Nas células parenquimáticas, localizadas

próximas ás nervuras há pequenos cristais de oxalato de cálcio, que são fusiformes.31

Caracteriza-se o pó microscopicamente pela coloração verde-escura, fragmentos de

epiderme da face adaxial, com células poligonais isodiamétricas cobertas por cutícula

espessada, enquanto que os fragmentos da epiderme da face abaxial compõe-se de células

menores, com estômatos anomocíticos, tricomas tectores e/ou fragmentos, inteiros e sozinhos

ou acompanhados de células epidérmicas, fragmentos arredondados de mesofilo com

idioblastos secretores, os fragmentos de nervura vem acompanhados de células portadoras de

cristais fusiformes, cristais de oxalato de cálcio.31

Seguindo os critérios da monografia do abacateiro, descrita pela Farmacopeia

Brasileira31 no ensaio de pureza deve se obter no máximo os seguintes parâmetros: 2,0% de

material estranho; 12,0% de água; 5,0% de cinzas totais e 10,0% de cinzas sulfatadas.

2.3.2.1.2 Phyllanthusniruri L. (Quebra-Pedra)

Também conhecida pela sinonímia científica como Phyllanthusniruriherbae,

popularmente conhecida como quebra-pedra, erva-pombinha, fura-muro, arrebenta pedra,

pertencente à família Phyllanthaceae e possui subespécies Phyllanthusnirurissp. niruri L. e

Phyllanthusnirurissp. lathyroides (Kunth) G.L. Webster, apresentam como características

organolépticas droga vegetal inodora e sabor no início da mastigaçãoamargo e ao fim suave.

As partes aéreas secas constituem a droga vegetal, sendo composta por no mínimo 6,5% de

taninos totais que tem como ações farmacológicas precipitação de proteínas formando camada

protetora na mucosa e pele, o que diminui as secreções, hemostático, anti-inflamatório e

cicatrizante, anti-séptico, bactericida, fungicida e antiviral além de antioxidante e 0,15% de

ácido gálico, além de compostos fenólicos, vitamina C, ácido linoleico, ligninas, rutina,

quercetina, triterpenos, filantina, flavonóides e alcalóides pirrolizidínicos.32-35

Phyllanthusniruri L. é uma planta herbácea, podendo atingir 80 cm de altura, caules

finos sem folhas que podem ser ramificados ou simples, ou com ramos laterais filiformes com

folhas. As folhas possuem base assimétrica, margem lisa e as lâminas discolores (formada por

duas ou mais lâminas parciais com um pecíolo em comum), quando olhadas em conjunto

possuem aspecto de folhas compostas de pequenas leguminosas, porém as folhas são simples,

dísticas, alternas, membranáceas, glabratas e com formato oblongo-elíptico, de ápice

atenuado, a face adaxial possui coloração verde-oliva já a face abaxial cinza-pálida a verde-

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pálida. Apresentam nervuras não proeminentes, mas visíveis exceto a nervura principal da

face abaxial. Possui flores femininas e masculinas. As características macroscópicas são o

diferencial na distinção das espécies de Phyllanthus.32-35

Microscopicamente, quando analisada em corte transversal, a epiderme que compõe o

caule secundário, é uniestratificada e possui estômatos, o clorênquima possui de duas a quatro

camadas celulares isodiamétricas que contém grãos de amido e espaços intercelulares que

podem estar evidentes ou não, apresenta ainda drusas de oxalato de cálcio que também estão

presentes em outras regiões como parênquima medular, parênquima cortical, floema onde

encontra-se em maior abundância, nas células maiores, completando quase todo o volume

celular. O floema externo é um agrupamento de fibras de volume reduzido, com paredes bem

espessas. Em geral as folhas são hipoestomáticas, com raros estômatos na face adaxial sobre

as nervuras menores, quando presentes os estômatos são do tipo paracítico e em menor

número anomocíticos. Em corte frontal a epiderme também é uniestratificada em ambas as

faces, tendo as células fundamentais achatadas e algumas papilosas, na face adaxial os

contornos são irregulares e as paredes onduladas mais que na face abaxial, são de maiores

tamanhos em comparação as da face abaxial e contém cristais. Possui cutícula fina que se

espessa na nervura principal, o mesofilo é dorsiventral, e o parênquima paliçádico

uniestratificado, com idioblastos cristalíferos de drusas, os cristais são pequenos e de

diferentes formatos. Na epiderme abaxial a uma camada de colênquima angular com parede

fina que pode conter cloroplastos, o sistema vascular é do tipo colateral com 2 a 6 raios, o

floema contem pequeno número de células.35 Caracteriza-se o pó microscopicamente pela presença de cristais de oxalato de cálcio

do tipo drusas, fragmentos de tecidos foliares, caulinares e epidérmicos, assim como

fragmentos de tecido vascular com fibras ou elementos de vaso com espessamento

ponteadoanelado ou espiralado, há presença de frutos e sementes isolados.35 Seguindo os critérios da monografia do quebra-pedra, descrita pela Farmacopeia

Brasileira,35 no ensaio de pureza deve-se obter no máximo os seguintes parâmetros: 2,0% de

material estranho correspondente ás raízes; 10,0% de água e 6,0% de cinzas totais.

2.3.2.1.3 VernoniabeyrichiiLess (Assa-Peixe)

Também conhecida pela sinonímia científica como Vernonia brasiliana (L),

Vernoniaferruginea,popularmente conhecida como assa-peixe, assa-peixe preto, assa-peixe

roxo, assa-peixe-do-pará, assa-peixe-de-santana, pau de múquem, pau de muqueca e

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manjericão de cavalo, é pertencente à família Asteraceae, apresentam como características

marcante flavonóides com capacidade antioxidante.36,37 Não possui monografia descrita em

nenhuma farmacopeia, tanto a brasileira como as internacionais.

É considerada um arbusto perene, tendo a altura entre 0,5 e 2,5m, possui caule muito

ramificado com ramos de contorno de coloração verde a amarronzada, com tricomas em

abundância. A forma da lâmina foliar é lanceolada, delgada e membranácea, tendo margem

lisa e nervação peninérvea, o pecíolo é achatado biconvexo e com base arredondada. As flores

são reunidas em inflorescência, com coloração violácea-pálida. 37

Microscopicamente em corte transversal a raiz é composta de epiderme simples,

precedida de parênquima cortical com fibras na porção mediana, o sistema vascular composto

por parênquima medular e quatro feixes colaterais, o caule também apresenta epiderme

simples, porém contendo tricomas não glandulares, que parecem a forma de dois braços. Sua

folha também possui epiderme simples, assim como caule e raiz, mas difere-se por ser

revestida por cutícula fina em ambas as faces, adaxial e abaxial, sendo os estômatos são do

tipo anomocíticos na face abaxial. Os tricomas não-glandulares e glandulares encontram-se

nas duas faces, estando em maior quantidade na face abaxial.36

2.3.2.1.4 Echinodorusgrandiflorus (Chem e Schltdl) Micheli (Chapéu-de-Couro)

Também conhecida pela sinonímia científica Echinodorusfolium e popularmente como

chapéu-de-couro, chá-de-mineiro,erva-de-pântano, erva-de-bugre, congonha-do-brejo e erva-

do-brejo, presente na região Sudeste nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, pertence à

família Alismataceae.33,38 Apresenta como características organolépticas da droga vegetal as

folhas secas com sabor amargo e odor característico. Suas folhas secas contém no mínimo

2,8% de derivados do ácido ortohidroxicinâmico, além de taninos, resinas, alcalóides,

flavonóides, glicídeos e heterosídeos.33,39

Possui folhas de estrutura simples, coriácea com ápice arredondado e agudo, a lâmina

possui diversas dimensões, pois é dependente da condição climática, variando de 20 a25 cm

de largura no meio da lâmina, com comprimento de 10 a35 cm, tem pecíolo longo, circular e

ovalado, com estriações longitudinais, as nervuras partem de um único ponto do limbo, sendo

proeminentes na face abaxial. Possui ductos secretores em abundância, possível visualização

sem lentes.38,39

Microscopicamente caracteriza-se pela lâmina foliar anfiestomática, com estômatos no

nível das células epidérmicas, sendo a epiderme uniestratificada e recoberta de cutícula fina

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com pequenas papilas que produzem pontos brilhantes ao microscópio óptico, os estômatos

são paralelocíticos com células guarda alongadas em ambas as faces no corte frontal, porém

mais comum na face abaxial parede anticlinal, que variam de retas a sinuosas. Nas nervuras

não há presença de estômatos, sendo as células epidérmicas retangulares e alongadas, há

presença de tricomas pluricelulares estrelados. No corte transversal, as células epidérmicas

são maiores e as câmaras subestomáticas são amplas, o mesofilo possui camada de

parênquima esponjoso com células de pequenas expansões braciformes e uma camada de

parênquima paliçádico de células alongadas. A nervura principal composta por aerênquima

comporta três feixes colaterais vasculares de maior calibre, já o pecíolo apresenta células

epidérmicas poliédricas, longitudinalmente alongadas, em corte transversal o pecíolo é

preenchido por aerênquima semelhante ao supracitado, contendo ductos secretores e

trabéculas, algumas células contem grãos de amido.39

Caracteriza-se o pó microscopicamente pela presença de fragmentos de tecidos da

epiderme da lâmina foliar, células epidérmicas sinuosas com cutícula e feixes de fibra junto

com células pequenas de expansões braciformes, do parênquima esponjoso,os estômatos são

paralelocíticos, as células tubulares são longitudinalmente alongadas e compõe as trabéculas

da nervura principal.39 Seguindo os critérios da monografia do chápeu-de-couro, descrita pela Farmacopeia

brasileira,39 os ensaios de pureza devem conter no máximo os seguintes parâmetros: 2,0% de

material estranho; 9,0% de água,11,0% de cinzas totais e 13,0% de cinzas sulfatadas.

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3 MÉTODO

3.1 Grupo Experimental

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da

FUNVIC - Faculdade de Pindamonhangaba sob o protocolo n° 026/2012e está de acordo com

o estabelecido pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA).

Foram utilizados 41ratos Wistar machos, com peso de 360g ±20g, com 90 dias de

idade, produzidos e mantidos no Biotério da instituição em regime de 12 horas de claro/

escuro, com temperatura controlada de 23ºC ± 2 ºC. Estes animais foram mantidos em gaiola

de polipropileno (60x50x22 cm), alimentados ad libitum com ração Nuvilab®. CR-1 alimento

completo.Foram separados em seis grupos:

Grupo I: seis animais controle 30 dias.

Grupo II: sete animais controle etilenoglicol 30 dias, solução de etilenoglicol 1% ad

libitum.

Grupo III: sete animais tratados com solução de etilenoglicol 1% ad libitume infuso,

dose controlada (via gavagem,) 30 dias concomitantemente.

Grupo IV: sete animais tratados com solução de etilenoglicol 1% ad libitum e infuso,

dose controlada (via gavagem) por sete dias.

Grupo V:sete animais tratados com solução de etilenoglicol 1% ad libitum e infuso,

dose controlada (via gavagem,) 14 dias.

Grupo VI: sete animais tratados com solução de etilenoglicol 1% ad libitum e infuso,

dose controlada (via gavagem,) 30 dias.

Os animais forma pesados semanalmente durante todo o experimento, e diariamente

foram mensurados o consumo de ração, água e solução de etilenoglicol 1%.

3.2 Indução a urolitíase

A indução do cálculo renal ocorreu por agente químico, a partir do uso de uma solução

aquosa de etilenoglicol a 1%, à vontade, conforme a literatura estudada.

A solução foi preparada diariamente, por diluição do Etilenoglicol P.A. (AUDAZ

Brasil, lote 1508664) e ofertada aos respectivos grupos em mamadeiras de 700 mL, o volume

diário consumido foi mensurado todas as manhãs e as mamadeiras foram substituídas toda

manhã, por outras contendo solução recém preparada, durante os 30 dias de tratamento.

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3.3 Tratamento

As plantas medicinais já na forma de droga, foram doadas pelo professor Dr. Gokithi

Akissue, vindas de sua plantação particular localizada no município de Piedade-SP.

O infuso era preparado diariamente, contendo 1g da droga vegetal, de cada uma das

plantas (abacateiro, assa-peixe, chapéu-de-couro e quebra pedra) totalizando 4 g para 100 mL

de água. Após a água entrar em ebulição, adicionava-se a droga, abafava-se e após esperar dez

minutos, com o fogo apagado, coava-se em peneira plástica de cozinha, para um bequer,

resfriando à temperatura ambiente, transferia-se para uma proveta de 100 mL, onde o volume

era completado para qsp 100 mL.

Depois de frio, o infuso foi administrado, diariamente aos respectivos grupos (III ao

VI) por meio de gavagem; sendo que a dose estabelecida é a de equivalência a dose diária

para um home adulto com 70 Kg.

Um adulto de 70 Kg toma em média 1000 mL de infuso durante o dia, preparado com

20 g da mistura de droga, sendo 5 g de cada planta, caracterizando uma dose de 20 mg/mL da

mistura, conforme indicaçãodos erveiros e das pessoas que utilizam chás, para um rato de

peso igual a 380 g a dose proporcional é de 110 mg/mL o que corresponde o volume de 5,5

mL, volume muito grande para ingestão do animal, para diminuir o volume a ser ingerido,

dobrou-se a quantidade da mistura (droga vegetal) em 100 mL, utilizando 1 g de cada planta,

totalizando 4 g em 100 mL, resultando em um volume para gavagem de 2,75 mL, optou-se

por administrar 3 mL contendo 120 mg/mL, para facilitar a calibração da dose na seringa e

também evitar possíveis perdas com refluxo, durante o processo de gavagem.

Devido o volume equivalente a dose para humano ter sido de 3 mL, volume alto se

considerarmos o porte e anatomia dos animais, foram realizadas duas gavagens diárias com

1,5 mL, as 8:00 horas e as 16:00 horas.

3.4 Eutanásia, necropsia e coleta de amostras

Após os respectivos tratamentos, os animais foram submetidos à eutanásia por

processo indolor (0,2 mL/100g de peso vivo de uma solução 1:1 de cloridrato de xilasina 2%

e cloridrato de quetamina 10%) para coleta do órgão alvo.O óbito foi induzido por

exsanguinação por punção cardíaca.A necropsia foi realizada por incisão na linha branca e

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abertura do tórax. Durante a necropsia foram coletados e pesados os rins dos animais de cada

grupo.

3.5 Histologia

Após pesagem, os rins foram fixados em solução de formaldeído a 10% tamponada,

para preparo de cortes histológicos conforme rotina histotécnica.Para microscopia foram

realizados cortes histopatológicos de 5 µm que foram fixados em lâminas e corados com

Hematoxilina e Eosina (HE).

Os cortes foram analisados em microscópio óptico binocular, na lente objetiva de

aumento de 10 x. Investigou-se a presença de depósitos de cristais de oxalato de cálcio,

quantificando-os através da análise de10 campos microscópicos, para cada animal de cada

grupo. Foram também investigadas alterações teciduais como dilatação dos túbulos renais,

glomérulos, presença de hemorragia.

3.6 Análise Estatística

Para comparar os grupos estatisticamente foram utilizados os Teste não paramétrico

Kruskall Wallis e o Teste de Dunn, para o consumo de ração e ingestão hídrica, Teste T para

as médias dos rins e Kruskall Wallis para os depósitos de oxalato de cálcio que teve

considerou p <0,0001 para o nível de significância α = 0,05.

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4 RESULTADOS

O Teste Kruskall Wallis p = < 0,0001 e nível de significância e α = 0,05 o Teste de

Dunn p <0,05, evidenciaram que houve diferença significativa entre o consumo de ração do G

I (controle) e consumo de ração dos demais grupos experimentais. Não houve diferença

significativa ente o consumo de ração do (G II) grupo controle etilenoglicol com o grupo

etilenoglicol + infuso concomitantemente por 30 dias (G III), grupo etilenoglicol + infuso 14

dias (Grupo V) e grupo etilenoglicol + infuso 30 dias (G VI), porém teve diferença com o

grupo etilenoglicol + infuso sete dias (G IV). O grupo etilenoglicol + infuso

concomitantemente (G III) diferiu estatisticamente do consumo do grupo etilenoglicol +

infuso sete dias (G IV) e não dos demais, o grupo etilenoglicol + infuso por sete dias (G IV)

estatisticamente também se diferenciou do consumo do grupo etilenoglicol + infuso 30 dias

(Grupo VI).

Mesmo ocorrendo diferenças no consumo de ração, não houve diferença significativa

quanto ao peso corporal e renal entre os grupos, o que pode ser observado na tabela 1.

Tabela 1- Efeito do infuso de folhas de abacateiro, quebra-pedra, chapéu-de-couro e assa-peixe no peso corporal e dos rins dos animais experimentais e controles

Peso corporal (g) Peso rim direito (g) Peso rim esquerdo(g)

G I (n=6) 379,36 ±118,80 1,40 ± 0,18 1,34 ± 0,15

GII (n=7) 394,80 ± 37,69 1,37 ± 0,14 1,32 ± 0,14

G III (n=7) 393,37 ± 36,56 1,28 ± 0,15 1,29 ± 0,17

G IV (n=7) 372,03 ± 32,62 1,37 ± 0,10 1,38 ± 0,10

G V (n=7) 426,03 ± 49,19 1,34 ± 0,08 1,40 ± 0,13

G VI (n=7) 423,51 ± 40,84 1,33 ± 0,10 1,27 ± 0,12

Legenda: G I = grupo controle; G II = grupo controle etilenoglicol; G III = grupo etilenoglicol + infuso concomitantemente por 30 dias; GIV = grupo etilenoglicol + infuso 7 dias; G V = etilenoglicol + infuso 14 dias; G VI = etilenoglicol + infuso 30 dias Dados expressados por média e desvio padrão

O Teste Kruskall Wallis p < 0,0001,grau de liberdade 13 e nível de significância α =

0,05, evidenciou diferença significativa entre o número formado de cristais de oxalato de

cálcio no grupo etilenoglicol (GII) em comparação com o grupo controle (G I) onde não

houve formação de cálculos como o esperado, e também entre os grupos tratados (G III a G

VI), o que pode ser visualizado na Figura 2.

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Gr.I Gr.II Gr.III Gr.IV Gr.V Gr.VI

02

46

810

Tratamentos

Núm

ero

de d

epósitos d

e c

álc

ulo

renal

Figura 2- Comparação quanto ao número de depósitos de oxalato de cálcio nos grupos estudados Grupo I = grupo controle; Grupo II = grupo controle etilenoglicol; Grupo III = grupo etilenoglicol + infuso concomitantemente por 30 dias; Grupo IV = grupo etilenoglicol + infuso 7 dias; Grupo V = etilenoglicol + infuso 14 dias; Grupo VI = etilenoglicol + infuso 30 dias

Comparando-se estatisticamente G II (grupo etilenoglicol) com o grupo etilenoglicol +

infuso por 30 dias concomitantemente (G III), grupo etilenoglicol + infuso por sete dias (G

IV), grupo etilenoglicol + infuso por 14 dias (G V) e grupo etilenoglicol + infuso por 30 dias

(G VI), verificou-se que o infuso não possui caráter preventivo, pois houve formação de

cálculo, em todos os animais do grupo, porém em menor número que o grupo etilenoglicol

(Grupo II) demonstrando que biologicamente houve diferenças. Não houve diferença

significativa no número de cálculos encontrados entre os grupos tratados por diferentes

períodos, entretanto, conforme o aumento de dias do tratamento, o número de cristais de

oxalato e o tamanho foram diminuindo, pois no grupo etilenoglicol + infuso por 30 dias

(Grupo VI) três animais já não apresentavam mais os cristais de oxalato, o que é demonstrado

nas Figuras 3 a 6.

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R1

(G

-II)

R2

(G

-II)

R3

(G

-II)

R4

(G

-II)

R5

(G

-II)

R6

(G

-II)

R7

(G

-II)

R1

(G

-III)

R2

(G

-III)

R3

(G

-III)

R4

(G

-III)

R5

(G

-III)

R6

(G

-III)

R7

(G

-III)

0

2

4

6

8

10

CONTROLE ETILENOGLICOL (Gr-II) x ETILENOGLICOL + INFUSO 30D CONCOMITANTE (Gr-III)

Figura 3- Comparação entre os depósitos de oxalato de cálcio nos grupos G II =grupo controle etilenoglicol e G III = grupo etilenoglicol + infuso concomitantemente por 30 dias Legenda: R1 a R7 (Gr II) ratos etilenoglicol; R1 a R7 (Gr III) ratos tratados com infuso por sete dias

R1

(G

-II)

R2

(G

-II)

R3

(G

-II)

R4

(G

-II)

R5

(G

-II)

R6

(G

-II)

R7

(G

-II)

R1

(G

-IV

)

R2

(G

-IV

)

R3

(G

-IV

)

R4

(G

-IV

)

R5

(G

-IV

)

R6

(G

-IV

)

R7

(G

-IV

)

0

2

4

6

8

10

CONTROLE ETILENOGLICOL (Gr-II) x ETILENOGLICOL 30D + INFUSO 7D (Gr-IV)

Figura 4- Comparação entre os depósitos de oxalato de cálcio nos grupos G II =grupo controle

etilenoglicol e G IV = grupo etilenoglicol + infuso por 7 dias Legenda: R1 a R7 (Gr II) ratos etilenoglicol; R1 a R7 (Gr IV) ratos tratados com infuso por sete dias

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R1

(G

-II)

R2

(G

-II)

R3

(G

-II)

R4

(G

-II)

R5

(G

-II)

R6

(G

-II)

R7

(G

-II)

R1

(G

-V)

R2

(G

-V)

R3

(G

-V)

R4

(G

-V)

R5

(G

-V)

R6

(G

-V)

R7

(G

-V)

0

2

4

6

8

10

CONTROLE ETILENOGLICOL (Gr-II) x ETILENOGLICOL 30D + INFUSO 14D (Gr-V)

Figura 5 - Comparação entre os depósitos de oxalato de cálcio nos grupos G II =grupo controle etilenoglicol e G IV = grupo etilenoglicol + infuso por 14 dias Legenda: R1 a R7 (Gr II) ratos etilenoglicol; R1 a R7 (Gr V) ratos tratados com infuso por 14 dias

R1

(G

-II)

R2

(G

-II)

R3

(G

-II)

R4

(G

-II)

R5

(G

-II)

R6

(G

-II)

R7

(G

-II)

R1

(G

-VI)

R2

(G

-VI)

R3

(G

-VI)

R4

(G

-VI)

R5

(G

-VI)

R6

(G

-VI)

R7

(G

-VI)

0

2

4

6

8

10

CONTROLE ETILENOGLICOL (Gr-II) x ETILENOGLICOL 30D + INFUSO 30D (Gr-VI)

Figura 6 - Comparação entre os depósitos de oxalato de cálcio nos grupos G II =grupo controle

etilenoglicol e G IV = grupo etilenoglicol + infuso por 30 dias Legenda: R1 a R7 (Gr II) ratos etilenoglicol; R1 a R7 (Gr VI) ratos tratados com infuso por 30 dias

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A administração de etilenoglicol resultou na formação de depósitos de oxalatode

cálcio (Figuras7 A,B,C, D) em todos os ratos tratados.

Figura 7- Cortes de rim de ratos apresentando cálculo renal (asterisco):A- Grupos GII, B- GIII, C- GIV, e D- GVI, respectivamente. Observar que podem apresentar tamanho, forma e cor diferenciadas (Hematoxilina-eosina, x 400)

Também se observou dilatação de túbulos renais nos animais do grupo II em maior

número e, em menor número nos animais dos grupos induzidos, porém tratados com o infuso.

Além da dilatação dos túbulos renais foram observadas alterações nos glomérulos (Figura 8).

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Figura 8- Cortes de rim de rato, mostrando em E glomérulos normais (GI- controle) e em F diferentes graus de degeneração glomerular (*) e atrofia (◄) (GII) (Hematoxilina-eosina, x 100)

E

* * F

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5 DISCUSSÃO

A nefrolitíase, popularmente conhecida como cálculo renal, diminui e muito a

qualidade de vida dos portadores desta patologia, gerando um problema de Saúde Pública.10,11

Korkes, Silva e Heilberg,40relataram em seus estudos epidemiológicos no Sistema Único de

Saúde do Brasil no ano de 2010, que a Saúde Pública teve como gasto por volta dos R$ 29,2

milhões por ano devido as internações por nefrolitíase.Visando a busca por tratamento

alternativo e complementar, que minimize os gastos de Saúde Pública e melhore a qualidade

de vida dos pacientes,optou-se utilizar o modelo experimental de indução á nefrolitíase com

etilenoglicol via oral em ratos,21,23,25devido a semelhança fisiológica com humanos e a

facilidade do procedimento, em comparação com as outras vias e métodos segundo a

literatura consultada.19-27Obteve-se sucesso na indução, pois todos os animais do grupo

controle etilenoglicol desenvolveram o cálculo renal, o que foi base para a etapa seguinte

deste trabalho, que foi avaliar o infuso, popularmente conhecido como chá, contendo partes

iguais das folhas das 04 plantas medicinais selecionadas: abacateiro,Persea americana Mill;

quebra-pedra,Phyllanthusniruri; assa-peixe,VernoniabeyrichiiLess, e chápeu-de-couro,

Echinodorusgrandiflorus (Chem e Schltdl) Micheli, objeto deste estudo.

Buscando conciliar o conhecimento empírico da população com a comprovação

científica, Leite e Marinho41, comprovaram que na população indígena do Município de Baía

da Traição – Pb, a parte mais utilizada da planta, para preparações caseiras são as folhas, 48%

dos usuários optam por esta parte da planta medicinal, porcentagem que se repete na

preferência de chá, como tratamento medicinal caseiro, Lopes e Pantoja12 em estudo da

população que consome plantas medicinais e dos erveiros de Santa Cruz – RJ confirmaram

que a forma de preparo mais relatadada população estudada é o chá com 62% das

citações,sendo as folhas as partes mais utilizadas também para as preparações caseiras, assim

também ocorreu nos estudos das comunidades rurais de Oeiras – PI42 e na comunidade de

Santa Bárbara –PR,43o que corrobora com a escolha de infuso das folhas para se fazer o

tratamento complementar da nefrolitíase.

As folhas de abacate, possuem como ação farmacológica a indução de diurese, devido

a apegenina e também funcionam como antisséptico das vias urinárias31,32 por a maior parte

dos óleos essenciais ser composta por terpenos, Marques,44 em seu trabalho sobre a família

Lauraceae, informa o uso das folhas de abacate para tratamento caseiro de problemas renais,

através do uso de chá, Lopes e Pantoja12 também constataram que os erveiros entrevistados

durante a pesquisa, também indicavam o infuso, das folhas de abacateiro como diurético e

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para doenças renais, ao compararem com a literatura, não acharam controvérsias, Entretanto

no levantamento Etnobotânico do município de Baía da Traição – Pb41 os indígenas utilizam

o infuso da folha de abacate como laxativo.

Scardelato, Legramandi e Sacramento13em seu levantamento bibliográfico também

citaram o infuso das folhas de abacate como diuréticos, e ainda salientaram a característica

das folhas apresentarem ráfides, areia cristalina e monocristais em células o que ainda não

estava descrito na literatura.

Esta característica de possuir cristais de cálcio no interior celular, comprovado na

literatura, foi demonstrado ainda neste trabalho supracitado para mais uma das outras 3

plantas que compõem o infuso objeto deste estudo o Phyllanthusniruri, e ainda salienta o

paradoxo de possuir oxalato de cálcio no interior celular e o mesmo, se bioacumular no tecido

renal humano e prejudicar o tratamento ao invés de colaborar com a melhora.O resultado

obtido com o uso do infuso concomitantemente ao indutor, (G III), talvez possa ser justificado

pelo uso das plantas que possuem os cristais de oxalato, e tenha se bioacumulado em

sinergismo com o indutor, uma vez que o número de cálculos de oxalato encontrados neste

grupo tenha sido menor, mas próximo ao número encontrado no grupo controle etilenoglicol

(G II).

A folha de quebra-pedra, Phyllanthusniruri e Phyllanthustenellus possuem drusas e

cristais prismáticos, sendo indicado o infuso das folhas para urolitíase e diurético

respectivamente,13,45 indica-se o infuso das raízes para pedra nos rins e o decocto para urina

ardida (infecção urinária)41, enquanto que o Echinodorussp, chapéu-de-couro, não apresenta

cristais de oxalato em suas células mas é indicado seu chá, para cólica e litíase renal, os

usuários de plantas medicinais do Rio de Janeiro,12 também citam o uso deste infuso para

infecção urinária e cálculo renal, enquanto que os erveiros deste mesmo estudo, indicam o

infuso da planta toda, como diurético, para cálculos renais além de combater hérnia e doenças

da pele, no Espírito Santo é oferecido como alternativa fitoterápica em 2 das unidades de

Saúde Pública como infuso das folhas, para problemas renais. Já na Vernoniabeyrichii, o assa-

peixe não foi constada a presença de cristais de oxalato em suas células,13 porém também é

indicado o infuso só que das raízes como diurético e para cálculo renal em dois municípios do

Espírito Santo.45

As quatro plantas medicinais deste trabalho possuem em comum como metabólito

secundário flavonóides, a apigenina indutora de diurese e o óleo essencial composto por

terpenos, que estão presentes na folha de abacate, enquanto as folhas das outras três plantas

supracitadas agem como anti-séptico devido a quercetina que possui ação comprovada de ser

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nefroprotetora,46o que foi comprovado por estudo in vitro que demonstrou um significativo

aumento na sobrevida celular na falência renal induzida, o resultado foi dose-dependente.47

A ação conjunta das plantas que originaram o infuso deste trabalho, devido o

sinergismo dos metabólitos, talvez possa explicar a redução do número de cristais de oxalato

de cálcio encontrado nos diferentes tempos de tratamento, justificando que o melhor

tratamento resultante deste experimento foi o de 30 dias, já que o infuso aumenta a diurese o

que facilita a eliminação dos cálculos.

O uso do infuso testado neste trabalho, levou a uma redução do número de cálculos de

oxalato de cálcio, confirmando ser uma alternativa de tratamento complementar para a

nefrolitíase, o que corrobora com o que o Sistema Único de Saúde (SUS) quer implantar.3-5

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6 CONCLUSÃO

O modelo experimental proposto para avaliar os efeitos do uso de infuso da mistura de

partes iguais de folhas de abacateiro, quebra-pedra, assa-peixe e chapéu-de-couro, indicados

tradicionalmente para o controle da litíase renal mostrou que:

• O uso do infuso não foi eficiente como preventivo na formação do cálculo renal;

• Também não foi efetivo como forma de tratamento em nenhuma das posologias

empregadas, porém,

• O infuso testado apresentou efeito redutor no número de depósitos de oxalato de cálcio

em função do tempo de tratamento, mostrando que

• Existe relação tempo dependência para a eficiência do tratamento, sugerindo que

• Este infuso pode ser usado como terapia complementar, atendendo à política nacional

para o Sistema Único de Saúde.

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