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Eliseu faz o ferro do machado flutuar Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! II Rs 2:11. Eliseu viu a manifestação de Deus em seu ministério. E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar para habitar. E disse ele: Ide. E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei. E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro. E disse: Levanta-o. Então ele estendeu a sua mão e o tomou. II Reis 6:1-7 Eliseu profetizou aos Reinos do Norte de Israel: Jorão , Jeú , Jeoacaz , e Jeoás (Joás). Era filho de Safate de Abel-Meolá , se tornou assistente e discípulo de Elias -1 Reis 19:16-19 - e depois que Elias foi levado ao céu em um redemoinho, foi aceito como o líder dos filhos de profetas. Ele possuía, de acordo com seu pedido, "uma porção dobrada" do espírito de Elias. Por sessenta anos (892-832 aC) ocupou o cargo de profeta em Israel. Seu nome significa "Meu Deus é a salvação". A escola de profetas, funcionava na casa de Elias, um lugar pequeno e modesto que já estava apertado para tantos seguidores. Estes então sugerem construir um outro lugar de reuniões, próximo ao Rio Jordão. Enquanto trabalham na construção, o machado usado por um dos profetas, solta-se de suas mãos indo afundar nas águas do Jordão. Eliseu é convocado para resolver o problema e resolve: corta um pedaço de madeira, lança nas águas e o machado flutua. A passagem diz: “flutuou o ferro” o que me leva a crer que o motivo da perda do machado foi a soltura do cabo. O destaque para o ferro também pode ter a intenção de evidenciar o milagre: já que é impossível ferro ( sem qualquer força motriz) flutuar na água. Segundo o entendimento que me foi dado pelo Espírito Santo, quero relacionar fatos dessa passagem com vida e ministério cristão. Construindo a casa

Eliseu Faz o Ferro Do Machado Flutuar

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Apostila Eliseu faz o ferro do Machado flutuar

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Eliseu faz o ferro do machado flutuar

 Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! II Rs 2:11. Eliseu viu a manifestação de Deus em seu ministério.

E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar para habitar. E disse ele: Ide.  E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei.  E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado.  E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.   E disse: Levanta-o. Então ele estendeu a sua mão e o tomou. II Reis 6:1-7

Eliseu profetizou aos Reinos do Norte de Israel: Jorão , Jeú , Jeoacaz , e Jeoás (Joás). Era filho de Safate de Abel-Meolá ,  se tornou  assistente e discípulo de Elias  -1 Reis 19:16-19 - e depois que Elias foi levado ao céu em  um redemoinho, foi aceito como o líder dos filhos de profetas. Ele possuía, de acordo com seu pedido, "uma porção dobrada" do espírito de Elias. Por sessenta anos (892-832 aC) ocupou o cargo de profeta em Israel. Seu nome significa "Meu Deus é a salvação".

A escola de profetas, funcionava na casa de Elias, um lugar pequeno e modesto que já estava apertado para tantos seguidores. Estes então  sugerem construir um outro lugar de reuniões,  próximo ao Rio Jordão. Enquanto trabalham na construção, o machado usado por um dos profetas, solta-se de suas mãos indo afundar nas águas do Jordão. Eliseu é convocado para resolver o problema e resolve: corta um pedaço de madeira, lança nas águas e o machado flutua. A passagem diz: “flutuou o ferro” o que me leva a crer que o motivo da perda do machado foi a soltura do cabo.  O destaque para o ferro também  pode ter a intenção de evidenciar o milagre: já que é impossível ferro ( sem qualquer força motriz) flutuar na água.

Segundo o entendimento que me foi dado pelo Espírito Santo, quero relacionar fatos dessa passagem com  vida e ministério cristão.

Construindo a casaA madeira usada na construção da casa para escola de profetas,  representa o homem que necessita ser moldado para exercer o ministério: “Cada um de nós, uma viga” (6:2). Jesus disse: “ Ao vencedor, fa- lo-ei coluna no santuário do meu Deus, daí jamais sairá” (Ap 3:12 a). Contudo, para se  alcançar o estágio de ser viga e coluna é preciso se deixar moldar pelo Machado que é a Palavra de Deus. Ele corta as arestas,   esmiúça a madeira bruta para torná-la em algo útil. No livro do profeta Isaías Deus diz: “Porventura se gloriar -se-á o machado contra o que corta com ele? Ou presumirá a serra contra o que corta com ele? Como se o bordão movesse aos que o levantam ou a vara levantasse o que não é um pedaço de madeira?” Is 10:15.

Nenhum homem pode se mover por si mesmo porque de Deus vem a força e providência para o viver. Ele corta com os que cortam com Ele. Ele opera através dos que O recebem no coração e mesmo os que se mantêm alheios a Ele, recebem de Sua Palavra estarem em pé . João 19:11: “Nenhum poder terias contra mim se do alto não te fosse dado” (Jesus para Pilatos). A palavra de Deus é esse Machado a moldar madeiras para Seu ministério e também para ceifar “os troncos, as vigas” que se negam a servir de benção escolhendo o caminho do mal: “E também agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bons frutos é cortada e lançada no fogo” Mt 3:10. Aqui vemos machado como juízo de Deus.

O machado caiu na água

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Por que teria caído? Faltou firmeza entre cabo e machado? O cabo teria ficado nas mãos do profeta e só o ferro teria ido parar na  água? Foi o machado inteiro (cabo e cabeça) que escapou para o rio? O fato é que em algum momento, o profeta deixou de ser instrumento de cortar. Ele parou enquanto os demais continuaram. Através da Providência Divina, e tão somente através dela, ele teve o machado de volta. Não fora a unção de Eliseu para fazer flutuar o machado, sem chances! O rio Jordão é de águas profundas e grande extensão, certamente o descuido do profeta iria acarretar um preço já que o machado era emprestado.

Em alguns momentos de nossas vidas, podemos nos encontrar como esse profeta que perdeu o machado. Distantes de Deus, sem nos deixar moldar, se negando a sermos instrumentos de benção, de trabalho para o reino. É quando perdemos a força e o vigor. “Eliseu cortou um pedaço de madeira e o lançou nas águas   e fez nadar o ferro” ( 6:6). Foi preciso que a madeira adentrasse o Jordão para que o machado flutuasse. A madeira no rio representou o restabelecimento da comunhão, o homem nascido novamente pelas águas do batismo, o homem lavado e colocado de pé após  ter  se desviado. Eliseu foi o intercessor, uma representação de Cristo Jesus que ouve o clamor dos corações e se dispõe a transformá-lo. 

Pedaço de madeira cortado, atirado nas águas do Jordão é o homem pecador, de coração quebrantado, disposto a iniciar uma nova vida pela fé em Cristo Jesus, Aquele que pode e quer “fazer o machado flutuar”.

O machado era emprestado

O Machado (Deus), molda a madeira (homem) para o serviço ministerial. Esse moldar inclui a capacitação através de dons e talentos. Cada servo de Deus recebe do que Lhe é próprio para exercer mordomia: “Cada um tem de Deus o seu próprio dom , um de uma maneira e outro de outra”I Cor 7:7. E outra vez diz apóstolo Paulo: “ ministro pelo dom da graça de Deus que me foi dado segundo a operação de seu poder” Ef 3:7. A igreja de Cristo é uma reunião de vigas que se mantêm firme pela força do Machado que trabalhou ( e trabalha) nelas de modo a capacitá-las para sustentação da casa (ministérios). O interessante disso tudo é que apesar da força cortante do machado, ele precisa de mãos para movê-lo. Deus deu ao homem esse imensurável chamado de propagar as Boas Novas do reino de Deus. De convidar seus irmãos para reunião solene, o banquete celestial preparado para os que vivem pela fé no Filho de Deus.

“Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro de que falamos; mas em certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituísse sobre as obras de suas mãos” Hb 2: 5-7 . O homem (madeira) precisa está ligado ao ferro do machado (Deus). Machado sem cabo, sem mãos para operar é igual vida sem Deus: infrutífera.

Machado nas mãos de falsos profetas

É instrumento de destruição. Essa  é uma realidade. Falsos profetas se utilizam da palavra de Deus de forma inescrupulosa para beneficio próprio e acabam causando tantos males que podem ser comparados a machados cortando madeiras para serem amontoadas em fogueiras. A boa notícia é: “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.  Jó 14:7. Ainda há esperança  para vitimas de falsos mestres, “é se deixar lançar no Jordão pelas mãos de Eliseu”.

E disse Eliseu: Levanta-te!

Então o homem estendeu a sua mão e tomou o machado (6:7). Ou glória! Comunhão restabelecida, pronto para ser instrumento de Deus nessa terra e cidadão do céu! Ele precisou ir até Eliseu para poder se levantar novamente. Jesus é o que ouve nosso pedido de socorro , homens aflitos, tal qual madeira quebrada lançada no Jordão. Ele É essa resposta que cura, acalenta, acalma e põe de pé novamente para uma nova vida.

Oro para que o Espírito Santo do Senhor tenha lhe falado através dessa ministração envolvendo o profeta Eliseu, um servo que foi um com Deus para cortar afiadamente na sociedade de sua época, influenciando

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nações e mesmo depois de morto, ainda contribuiu para trazer de volta a vida um cadáver que caíra em sua sepultura: “E caiu um homem morto na sepultura de Eliseu e tocando ele em seus ossos, reviveu e se levantou sobre seus pés” II Rs 13:21. O machado continuou cortando, operando através da vida do profeta, instrumento de Deus que firmou as mãos e se entregou  ao Carpinteiro Jesus para ser madeira excelente.

QUANDO TUDO DÁ ERRADO(2Reis 6.1-7)

Dois séculos depois de fundada a escola de profetas, eis que chega ela agora a uma boa situação. Ao tempo do reitor anterior, Elias, os tempos foram difíceis. Ser profeta se tornara uma atividade clandestina. Assim mesmo, a instituição prosseguiu. Agora, sob a liderança de Eliseu, o sucessor de Elias, a profecia era uma atividade livre e a cada dia chegavam mais alunos. O espaço disponível não mais comportava tantos estudantes. E é preciso construir mais salas num local mais apropriado, não num lugar escondido, mas às margens conhecidas do rio Jordão.Os próprios estudantes tomam a iniciativa da expansão, mas pedem a liderança do seu mestre principal. Animados, e na companhia do profeta-chefe, eles se põem ao trabalho. Todos deixaram suas leituras, suas orações, suas meditações e suas aulas para derrubar árvores, com os quais edificariam uma nova casa.Suas ferramentas não eram muitas, mas podiam contar com um machado. Então, acontece o inesperado. O machado com que um deles trabalha se solta do cabo e cai nas águas do rio. Isto não era incomum, uma vez que a tecnologia era rudimentar, se comparada às tecnologias posteriores. O próprio código legal dos judeus previa a possibilidade desta tragédia: Se um homem for com o seu amigo cortar lenha na floresta e, ao levantar o machado para derrubar uma árvore, o ferro escapar e atingir o seu amigo e mata, ele poderá fugir para uma daquelas cidades [de refúgio] para salvar a vida (Deuteronômio 19.5). Desta feita, isto aconteceu: o machado não atingiu em ninguém.

De qualquer modo, os profetas-trabalhadores não poderiam prosseguir na tarefa. O profeta-operário do machado ficou desesperado, porque a ferramenta não lhe pertencia. Não aconteceu o pior, porque não atingiu em ninguém. Naquela época aquele era uma ferramenta rara; além de cara, não era facilmente encontrada. A culpa era inevitável.Seu único recurso foi correr para o profeta e chorar. Foi um grito de desespero, não um pedido de ajuda. Não havia o que ser feito. Mas algo precisava ser feito: havia o impossível a ser feito. E o profeta Eliseu cortou um pau (um galho, uma parte da árvore), lançou-o na água e o machado flutuou como se fosse uma peça de madeira e foi resgatado pelo profeta-aprendiz. O que houve ali foi um milagre, não uma ação inteligente capaz de fazer o machado flutuar. O machado não tinha um furo por onde um galho pudesse entrar. O galho não tinha propriedades de atrair o ferro.

Esta é uma história que ilustra bem o que ocorre, ou pode ocorrer, conosco. Há duas experiências nesta história: a experiência da escassez e a experiência da tragédia.A escassez foi experimentada por causa do sucesso da missão empreendida. Essa foi uma crise de crescimento. O espaço ficou pequeno para a continuidade da vida. Também podemos passar por esta experiência, que vem quando nos dispomos a ampliar nossos horizontes, seguindo asortunidades. Os profetas-aprendizes, diante da escassez de espaço, resolveram construir uma outra escola. Pode ser o nosso caso, quando trocamos de emprego, para um melhor, quando decidimos nos casar, quando resolvemos ter um filho, quando escolhemos fazer um novo curso, quando mudamos para uma casa melhor.Há outras experiências de escassez, manifesta em tragédias, grandes ou pequenas, vivenciadas na falta de saúde, na falta de emprego, na falta de harmonia nos relacionamentos, na falta de sentido para a vida. No caso dos discípulos de Eliseu, tudo ia bem, mas o machado, que era emprestado, caiu no rio.As oportunidades percebidas nos acompanham, mas as tragédias também nos tocam. Tocamos a nossa vida, mas somos (ou alguém de nossa família o é) acometidos por uma doença grave, que muda tudo, pára tudo, entristece tudo. Estamos nos realizando no trabalho, quando somos (ou alguém que garante a subsistência de casa) demitidos; o mundo parece desabar, o futuro é incerto, a fome se torna uma ameaça. Vamos tocando nossa vida familiar, quando um dos seus membros deixa que o mal governe sua mente, dite suas reações; o convívio se torna

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insuportável, cada meia hora junto parece um mês inteiro, a vontade é ir cada um para o seu lado.Sentimos como se o nosso machado tivesse caído no rio. No contexto bíblico, perder o machado é perder o elemento essencial para continuar tocando o projeto tão sonhado. Perder o machado é perder a capacidade de avançar na vida. Ver o machado cair no rio é ver esvair-se a esperança, motora da vida. Uma vida com um machado perdido é uma vida sem força, sem alegria.

As atitudes dos aprendizes de profetas da Escola de Eliseu nos ensinam a desenvolver atitudes capazes de nos levar a superar os nossos problemas, para que todas as coisas venham a convergir para o nosso bem (Romanos 8.28).

1. Não aceite a estreiteza (verso 1).Os aprendizes poderiam ficar acomodados naquele lugar, acotovelados, tendo que chegar cedo para encontrar lugar. Eles poderiam transferir a responsabilidade pelo problema, aguardando uma solução por iniciativa de Eliseu ou esperando um milagre divino pelo qual não oravam. Ao contrário, eles não aceitaram a estreiteza da sua casa e desejaram mais e se puseram em ação para realizar mais.Diferentemente, muitas vezes recebemos as circunstâncias como senhoras de nossos destinos. Nossa atitude, entretanto, deve se inspirar na dos estudantes às margens do rio Jordão. Antes que uma tragédia acontecesse, como, por exemplo, ruir a casa onde estavam por excesso de lotação ou as pessoas começarem a deixar de participar das aulas pelo desconforto, eles decidiram tomar uma atitude positiva.O que é que tem sido estreito na sua vida? Até quando você vai se conformar com esta estreiteza? Se sua visão é estreita, alargue-a. A promessa bíblica continua válida para todos os que confiam em Deus: Cante, oh estéril, você que nunca teve um filho; irrompa em canto, grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto (...), diz o Senhor. Alargue o lugar de sua tenda, estenda bem as cortinas de sua tenda, não o impeça; estique suas cordas, firme suas estacas. Pois você se estenderá para a direita e para a esquerda; seus descendentes desapossarão nações e se instalarão em suas cidades abandonadas. Não tenha medo (Isaías 54.1-4a).Tal como os profetas-aprendizes, que "cortaram madeira" (verso 4), ponha-se em ação. Não sucumba a tentação de querer que Deus faça tudo por você. Peça a liderança dEle sobre os seus projetos. Imagine Eliseu em casa e os meninos no rio Jordão cortando a lenha e o machado mergulhando nas águas. Não é assim que, por vezes, agimos? Deixamos Deus do lado de fora dos nossos sonhos e só nos lembramos dEle quando a tragédia vem...A confiança em Deus não quer dizer que Deus terá que fazer tudo daí em diante. Para superar sua estreiteza, disponha-se a fazer a sua parte (verso 7). No início da história, eles saíram para cortar lenha. Eliseu não lançou mão de recursos sobrenaturais para construir a nova casa de profetas, deixando de lado a contribuição deles. Deus poderia fazer sozinho a nova casa, mas Eliseu não Lhe pede tal coisa. Antes, ele mesmo participa da construção junto com seus alunos. O que Deus providenciou foi uma ferramenta e mãos disponíveis para maneja. No final da história, a ação humana continua necessária: o homem que teve que indicar o lugar onde o machado caíra. Depois, teve que pegar o machado.

2. Não dispense quem pode lhe ajudar (verso 3).Temos a triste tendência de fazer as coisas sozinhos, mas há coisas que não podemos fazer sozinhos. A maior delas, na verdade. Os alunos de Eliseu fizeram questão que seu mestre fosse com eles. Eles tinham a força, mas o profeta-chefe tinha a sabedoria.Será que você não tem avançado porque tem querido avançar sozinho?Talvez você diga que jamais dispensaria a ajuda de um profeta como Eliseu, embora tenha dificuldade de querer arrolar as pessoas sem muitas credenciais. Saiba que todas as pessoas são importantes; cada uma pode fazer algo para que o projeto de sua vida avance.Não dispense quem possa, ou queira, lhe ajudar. Não se ache tão poderoso. Compartilhe com os outros as suas necessidades. Há casamentos que fracassam porque os cônjuges (ou um deles) não busca o apoio do outro ou apoio de outras pessoas para lhes ajudarem a entender o problema por que passam. Há projetos que não se realizam porque não são obra para uma pessoa só.Nossa atitude deve ser a descrita pelo profeta Isaías: Cada um ajuda o outro e diz a seu irmão: "Seja forte!" O

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artesão encoraja o ourives, e aquele que alisa com o martelo incentiva o que bate na bigorna. Ele diz acerca da soldagem: "Está boa!" (Isaías 41.6-7a).Saiba que há sempre alguém disposto a lhe emprestar um machado, alguém que, como Eliseu, não alega outros compromissos para não atender o seu pedido de ajuda. Há pessoas que são movidas pelo princípio da bondade e sempre têm um braço para se juntar ao nosso, uma lágrima para se misturar à nossa, um pé para caminhar conosco.

3. Não se ache imune à tragédia (verso 5).Nós não conseguimos nos livrar da teologia do mérito. Se nós estamos ligados em Deus, fazendo a Sua vontade, nada de ruim nos pode acontecer. Afinal, os anjos do Senhor não se acampam ao redor daqueles que O temem para os livrar de todo mal? (Salmo 34.7). Ele não dá ordens aos seus anjos para nos guardar em todos os nossos caminhos? (Salmo 91.11) Não é assim que lemos na Bíblia?No caso dos profetas, Eliseu representava a presença de Deus. O grande profeta estava com eles, mas isto não evitou que a tragédia acontecesse. No caso, como pode ocorrer com alguns de nós, eles estavam fazendo o bem.Por buscarmos servir ao Senhor, não estamos livres das vitórias temporárias do mal sobre nós. Jesus nos ensinou que Deus faz nascer o sol sobre maus e bons e faz chover sobre justos e injustos.Ser cristão não é ser imune das tragédias. Ser cristão é saber que, não importa o que acontecer, Deus é sábio, misericordioso e soberano. Ele sabe do que o cristão realmente precisa; Ele concede ao cristão o que ele realmente precisa; Ele decide o que é melhor para o cristão, baseado na Sua sabedoria e na Sua misericórdia. Deus cuida das circunstâncias da nossa vida. Ele sabe pelo que passamos. Ele tem o hábito de fazer pequenas coisas ajuda para pessoas aflitas e necessitadas.

4. Não procure culpados (verso 5).Eliseu não deu uma lição ao lenhador, exortando-o por sua falta de cuidado ao manejar ferramenta tão valiosa e que não lhe pertencia. Seus colegas também não gritaram para reprovar a sua aparente desatenção.Eles sabiam que encontrar um culpado não resolveria o problema. Eles continuariam sem o machado. A maioria de nossas palavras culpabilizadoras não representa um passo sequer para melhorar as coisas. É claro que devemos analisar o que nos ocorreu, não para desenvolver um inadequado sentimento de culpa, mas para aprender novos caminhos.Estamos cheios de amigos de Jó e, por vezes, nos comportamos como eles. Jó estava em desespero por causa das tragédias sobre a sua família, e seus amigos se dispuseram a explicar o que lhe sucedera, pondo em Jó toda a culpa. Já não lhe bastava sofrer; era preciso sofrer com a culpa pelo seu sofrimento...Deus age conosco de modo diferente. Tipificando-O, Eliseu não berrou contra o provavelmente descuidado usuário do machado. Antes, buscou uma solução para o problema. Deus não vocifera contra nós, mas nos recebe com carinho.Eliseu pediu que o homem que perdera o machado voltasse ao lugar onde acontecera o acidente. Se Deus lhe perguntar "onde caiu o seu machado", esteja atento e responda. Pode ser que tão somente ver a causa dos problemas em que nos atolamos já nos ajude a caminhar com mais segurança. Lembrarmo-nos quando foi que perdemos o controle sobre as coisas pode nos ajudar a retomar este controle. Se Deus nos pedir para voltar ao lugar onde o machado foi perdido, voltemos. Esta é a nossa ação obediente.

5. Não se entregue (verso 5).O lenhador do machado deu um grito que o salvou: "Ah! meu senhor!".Ele não se precipitou, mergulhando nas águas do rio, porque sabia que não encontraria seu valioso objeto. Ele não se desesperou, achando que tudo estava perdido, e não apenas o machado. Ele não se entregou diante da tragédia, como se a vida tivesse acabado.Ele se voltou para quem podia fazer diferença na sua vida. Ele correu para o profeta. Sua oração foi bem estranha, com apenas três palavras ("Ah! meu senhor!"). Ele parecia dizer: "agora, é com o senhor".Partindo do pressuposto que Eliseu representava a presença de Deus naquele projeto, podemos concluir que o lenhador buscou o poder de Deus para resolver o seu problema. Por confiar em Deus, o homem do machado pediu

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que Eliseu assumisse a liderança também naquele momento.Eis o que você também deve fazer: não se esqueça do poder de Deus. No Israel antigo, alguns diziam: "O Senhor me abandonou, o Senhor me desamparou". No entanto, Deus lhes respondeu e continua a lhe responder: "Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquece, eu não me esquecerei de você! Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos" (Isaías 49.14-16a)Entregue-se ao poder de Deus. O lenhador não tinha a menor idéia do que o seu mentor faria, mas assim mesmo recorreu a ele. Mesmo que você não saiba o que Ele pode fazer, recorra a Ele. Busque-O. Confie em Deus. Lance sobre o Senhor a sua dificuldade (1Pedro 5.7), como fez o homem que perdeu o machado, não importa o que você tenha perdido.Por confiar nEle, siga as suas instruções. Nossas ações mescladas com a vontade de Deus produzem resultados de valor eterno.