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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Eliseu Mezzomo da Silva MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS: ANÁLISE E TERAPIA SANTA MARIA, RS, BRASIL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Eliseu Mezzomo da Silva

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS: ANÁLISE E TERAPIA

SANTA MARIA, RS, BRASIL

2016

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Eliseu Mezzomo da Silva

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS: ANÁLISE E TERAPIA

Trabalho de conclusão, apresentado ao Curso de Engenharia Civil, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof(a). Évelyn Paniz

SANTA MARIA, RS, BRASIL 2016

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Eliseu Mezzomo da Silva

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS: ANÁLISE E TERAPIA

Trabalho de conclusão, apresentado ao Curso de Engenharia Civil, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aprovado em 20 de dezembro de 2016

COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________________ Prof(a). Évelyn Paniz

(Presidente/orientadora)

___________________________________ Prof. Rogerio Cattelan Antocheves de Lima

(Avaliador, UFSM)

__________________________________ Prof(a). Gabriela Meller

(Avaliadora, UFSM)

SANTA MARIA, RS, BRASIL 2016

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RESUMO

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS: ANÁLISE E TERAPIA

AUTOR: Eliseu Mezzomo da Silva

ORIENTADORA: Évelyn Paniz

Com a busca de maior rapidez e menor custo na construção civil houve uma

necessidade de evolução rápida nos métodos, materiais e cálculos empregados nas

edificações. Porém essas inovações e cálculos mais precisos, trouxeram maiores

riscos para o surgimento de defeitos, visto que trabalhar com um limite de segurança

baixo acarreta uma possibilidade mínima de erros. Então através de uma revisão

bibliográfica, foi feito a verificação de como são compostos e executados os

revestimentos atuais, como também analisado as principais manifestações

patológicas encontradas nesses revestimentos, abordando suas origens, causas e

características. Após a identificação, foi realizado um estudo sobre os tratamentos e

recuperações dessas manifestações patológicas. Em seguida foram feitos estudos de

casos obsevando, identificando e trazendo possíveis soluções para a restauração de

manifestações patológicas encontradas em revestimentos de fachadas na região

central de Santa Maria/RS. De maneira geral, foi verificado a importância de se

conhecer as características das manifestações patológicas, tanto os tratamentos

como as causas e danos que possam ser causados às estruturas e a necessidade de

um uso consciente das edificações. Averiguou-se, também, a relevância de se

trabalhar com profissionais qualificados, podendo evita grande parte das falhas

ocorridas nas edificações.

Palavras-chave: Revestimentos, Patologias, Identificação, Tratamento.

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ABSTRACT

PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS IN REVETMENT: ANALYSIS AND THERAPY

AUTHOR: Eliseu Mezzomo da Silva

ADVISOR: Évelyn Paniz

The search for greater speed and lower cost in civil construction had a need for

speed in the methods, materials and calculations used in the buildings.

But these innovations and more accurate calculations have brought greater risks to the

appearance of defects, since working with a low safety limit behind a minimal possibility

of errors. Through a bibliographic review, it was verified how they are composed and

executed in the current revetments, as well as analyzed as the main pathological

manifestations found in these revetments, locating their origins, causes and

characteristics. After the identification, a study was carried out on treatments and

recoveries of pathological manifestations. Next, a cases studies was accomplished,

identifying and mapping solutions for the restoration of pathological manifestations

found in facade coverings in the central region of Santa Maria / RS. In general, there

was a reference value, such as the characteristics of the pathological manifestations,

the treatments and the causes and damages that can be caused by the structures and

the need for a conscious use of the editions. It has also been shown a relevance to

work with skilled professionals, and they can avoid much of the manufacturing flaws.

Keywords: Revetments, Pathologies, Identification, treatment.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Composição do revestimento .................................................................... 15

Figura 2 - Chapisco tradicional .................................................................................. 17

Figura 3 - Chapisco industrializado ........................................................................... 17

Figura 4 - Chapisco rolado ........................................................................................ 18

Figura 5 - Sistema de revestimentos tradicional ........................................................ 19

Figura 6 - Sistema de revestimentos com emboço paulista ...................................... 20

Figura 7 - Origens das manifestações patológicas .................................................... 23

Figura 8 - Fissuras geométricas ................................................................................ 25

Figura 9 - Fissuras mapeadas ................................................................................... 26

Figura 10 - Vesículas ................................................................................................ 26

Figura 11 - Descolamento com pulverulência ........................................................... 29

Figura 12 - Descolamento com empolamento ........................................................... 30

Figura 13 - Descolamento de placas ......................................................................... 31

Figura 14 - Descolamento de placas ......................................................................... 31

Figura 15 – Composição química e provável fonte ................................................... 33

Figura 16 –Composição química e provável fonte .................................................... 34

Figura 17 - Eflorecências .......................................................................................... 35

Figura 18 - Bolor ........................................................................................................ 36

Figura 19 - Tratamento de fissura ............................................................................. 38

Figura 20 - Tratamento de fissura ............................................................................. 39

Figura 21 -Tratamento de fissura .............................................................................. 39

Figura 22 -Tratamento de fissura .............................................................................. 40

Figura 23 -Tratamento de fissura .............................................................................. 40

Figura 24 -Tratamento de fissura .............................................................................. 41

Figura 25 -Tratamento da vesícula ............................................................................ 42

Figura 26 - Remoção de revestimento ...................................................................... 43

Figura 27- Limpeza com escova de aço .................................................................... 44

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Figura 28 - Edificação 1 ............................................................................................ 47

Figura 29 – Edificação 1 ............................................................................................ 48

Figura 30 - Edificação 2 ............................................................................................ 49

Figura 31 - Edificação 2 ............................................................................................ 50

Figura 32 - Edificação 3 ............................................................................................ 51

Figura 33 – Edificação 3 ............................................................................................ 52

Figura 34 - Edificação 4 ............................................................................................ 53

Figura 35 - Edificação 4 ............................................................................................ 54

Figura 36 - Edificação 5 ............................................................................................ 55

Figura 37 - Edificação 6 ............................................................................................ 56

Figura 38 - Edificação 7 ............................................................................................ 57

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 11

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 11

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 12

1.4 METODOLOGIA .................................................................................................. 12

2 REVESTIMENTO ................................................................................................... 13

2.1 FUNÇÃO DO REVESTIMENTO .......................................................................... 14

2.2 COMPOSIÇÃO DO REVESTIMENTO ................................................................ 14

2.2.1 Base ................................................................................................................. 16

2.2.2 Chapisco .......................................................................................................... 16

2.2.3 Emboço ............................................................................................................ 18

2.2.4 Reboco ............................................................................................................. 19

2.2.5 Massa única ..................................................................................................... 19

2.2.6 Acabamento ..................................................................................................... 20

3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ...................................................................... 21

3.1 ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ........................................... 21

3.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS .............................................. 23

3.2.1 Fissuras ............................................................................................................ 23

3.2.2 Vesículas .......................................................................................................... 26

3.2.3 Descolamento .................................................................................................. 27

3.2.4 Eflorescências .................................................................................................. 32

3.2.5 Bolor ................................................................................................................. 35

4 TERAPIAS DOS REVESTIMENTOS ..................................................................... 38

4.1 Tratamento da Fissura ........................................................................................ 38

4.2 Tratamento da Vesícula ...................................................................................... 41

4.3 Tratamento do Descolamento ............................................................................. 42

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4.4 Tratamento da Eflorescência ............................................................................... 43

4.5 Tratamento do Bolor ............................................................................................ 44

5 ESTUDOS DE CASOS........................................................................................... 46

5.1 Caso 1 ................................................................................................................. 46

5.2 Caso 2 ................................................................................................................. 48

5.3 Caso 3 ................................................................................................................. 50

5.4 Caso 4 ................................................................................................................. 52

5.5 Caso 5 ................................................................................................................. 54

5.6 Caso 6 ................................................................................................................. 55

5.7 Caso 7 ................................................................................................................. 56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 59

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 60

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1 INTRODUÇÃO

A patologia na construção pode ser entendida, analogamente à Ciência Médica,

como o ramo da engenharia que estuda os sintomas, formas de manifestação, origens

e causas das doenças ou defeitos que ocorrem nas edificações (CARMO, 2000).

O termo patologia é utilizado em várias áreas da ciência, que significa um

defeito em certa área ou material. Então pode-se dizer que manifestação patológica,

dentro da construção civil, é a “doença” da edificação, uma anomalia causada por

algum fator que foi subestimado ou não previsto em projeto ou execução da obra,

podendo afetar fisicamente, esteticamente e/ou economicamente a construção.

Existem vários tipos de manifestações patologicas na construção civil, entre elas

podemos citar: fissuras, eflorescências, descolamento de placas, dentre outros.

Uma vez detectada um defeito devemos localizar o motivo desta falha.

Segundo Carmo (2000), é possível identificar a causa, natureza e origem das

manifestações patologicas conhecendo as características apresentada na anomalia

presente no materia de estudo. Há problemas patológicos que aparecem com mais

facilidade dentro da edificação, tanto por erro de projeto quanto por erro de execução,

por precisarem de cuidados que, muitas vezes, são desprezados. O quanto antes

forem identificados esses problemas, origens e causas, menor o custo de restauração

e mais eficaz o resultado, tanto estruturalmente quanto esteticamente.

Toda construção civil tem um tempo de projeto, a vida útil da obra. Este é o

tempo em que a edificação deveria se comportar perfeitamente e sem aparecimento

de manifestações patologicas, porém muitas vezes por escolha errada de materiais,

falha de projeto ou execução essas manifestações acontecem, provocando alguns

problemas antes do tempo estipulado em projeto. Não havendo uma intervenção isso

pode vir a danificar seriamente o imóvel em seu desempenho estrutural, estético e,

consequentemente, econômico.

“O crescimento acelerado da construção civil, provocou a necessidade de inovações que trouxeram, em si, a aceitação implícita de maiores riscos. Aceitos estes riscos, a progressão do desenvolvimento tecnológico aconteceu naturalmente, e, com ela, o aumento do conhecimento sobre estruturas e materiais, em particular através do estudo e análise dos erros acontecidos, que têm resultado em deterioração precoce ou em acidentes. Apesar disto tudo, tem sido constatado que algumas estruturas acabam por ter desempenho insatisfatório, confrontando-as com os objetivos as quais se propunham” (SOUZA E RIPPER, 1998).

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De acordo com Souza e Ripper (1998), com o crescimento da construção civil

vieram as inovações, porém elas trouxeram um maior risco ao surgimento de defeitos.

Com o avanço no conhecimento, métodos de utilização dos materiais e cálculos mais

precisos, pôde se trabalhar um menor custo para concepção das obras, porém é

permitido o mínimo de erros, visto que estão no limite da segurança. Em geral a

maioria desses materiais utilizados na construção têm qualidade e método de

aplicação previstos em norma, porém isso deve ser acompanhado de um bom controle

no recebimento e fiscalização no uso deles.

Deve se ter cuidado com todas as etapas da obra desde a concepção,

execução até o uso e manutenção dela. O projetista é responsável por definir

parâmetros mínimos para o desempenho da estrutura, o construtor é responsável pela

construção e uso de materiais adequados, conforme o projeto e, também, o cliente

que, de acordo com a NBR 5674 (ABNT, 2012), é reponsável pelo bom uso e

manutenção da estrutura. Portanto cuidados com a utilização e preservação da

edificação também necessitam de precauções.

O proprietário de uma edificação, responsável pela sua manutenção, deve

observar o estabelecido nas normas técnicas e no manual de operação, uso e

manutenção de sua edificação, se houver. O proprietário pode delegar a gestão da

manutenção de uma edificação para empresa ou profissional legalmente habilitado.

(NBR 5674 /2012).

Neste trabalho também será utilizado a NBR 14037 (ABNT, 1998) que

complementa o manual de operação, uso e manutenção de edificações trazendo

recomendações para sua elaboração e apresentação.

O estudo das manifestações patologicas em revestimentos faz-se de suma

importância, pois a falta dos cuidados necessários e manutenções nestas estruturas

faz com que a construção fique desagradável estéticamente e, caso venha a se

agravar, fraca estruturalmente. Como grande parte do valor da edificação está

relacionada à aparência do imóvel, o mesmo se torna insatisfatório economicamente

caso venha apresentar alguma inconformidade no revestimento, por exemplo.

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1.1 JUSTIFICATIVA

A escolha por este tema é justificada pelo grande número de anomalias

encontradas nas edificaçãos sem ter um tratamento adequado, podendo ser

consequência do despreparo dos profissionais ao longo de toda evolução da obra

(projeto, execução e manutenção).

Verificando o excesso de manifestações patológicas e uma falta de

conhecimento dos profissionais da área da construção civil, este trabalho busca

auxiliar na identificação, diagnóstico e solução dos problemas patológicos.

A identificação antecipada dessas manifestações faz com que o usuário do

imóvel tenha um maior sucesso em sua recuperação, tanto em questão de custo

quanto em questão de qualidade do material recuperado, visto que essas anomalias

tendem a se acentuar com o tempo. Portanto um tratamento prévio diminui a

possibilidade de uma maior deteriorização da estrutura, tempo de serviço e o valor

gasto na restauração.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar, através de uma revisão

bibliográfica, os principais problemas patológicos relacionados aos revestimentos

atualmente empregados na construção civil e realizar um estudo de caso em fachadas

de edificações na região central de Santa Maria/RS.

1.2.2 Objetivos específicos

De modo a atender os objetivos gerais este trabalho visa:

Revisar bibliograficamente os métodos de análise de problemas patológicos;

Pesquisar as principais causas dos problemas patológicos;

Abordar as principais incidências patológicas em revestimentos;

Propor algumas soluções/recomendações para a manutenção das edificações;

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Identificar e propor soluções e recomendações para o tratamento das manifestações

patológicas encontradas nos estudos de casos.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Na primeira parte será feito a introdução do trabalho, explicando os motivos de

ser feito e os objetivos em que propõe alcançar.

Na segunda será abordado o tema revestimento: descrição, como é formado e

as funções de cada etapa do revestimento.

Na terceira será mostrado algumas das principais manifestações patológicas

no que diz respeita à parte de revestimentos das edificações.

A quarta parte tratará de algumas técnicas para a terapia e restauração

relacionadas as manifestações abordadas anteriormente.

Logo após serão feitos estudos de caso, com edificações na região central de

Santa Maria - RS

Por último as considerações finais a respeito do que foi tratado esse trabalho.

1.4 METODOLOGIA

Nesse trabalho será feita uma revisão bibliográfica a respeito das

manifestações patologicas encontradas na construção civil e um posterior estudo de

caso. Será realizado uma análise sobre as causas mais recorrentes das

manifestações patológicas e seus tipos, tal como a forma mais adequada de

recuperação da parte afetada na edificação. Esta revisão bibliográfica terá um enfoque

voltado ao tratamento das manifestações patologicas em revestimentos. O estudo de

caso será feito a partir de observações de fachadas na região central de Santa Maria

– RS.

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2 REVESTIMENTO

Este capítulo se destina ao estudo do revestimento, sua descrição, como é

composto, além de quais funções deve cumprir.

De acordo com a NBR 13529 (ABNT, 2013) o sistema de revestimento é o

“Conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo,

compatível com a natureza da base, condições de exposição, acabamento final e

desempenho, previstos em projeto. ”

Assim, pode-se dizer que o revestimento é o agrupamento de uma ou mais

camadas sobrepostas, com espessura geralmente uniforme, a fim de proteger uma

superfície porosa, resultando em uma camada apta a receber uma decoração final

adequada.

Ainda de acordo com essa a norma NBR 13529 (ABNT, 2013) as argamassas

de revestimentos devem satisfazer as seguintes condições: dosagens e materiais

devem ser compatíveis com o acabamento e condições de exposição, ter uma

resistência mecânica para suportar o acabamento de decoração selecionado e, no

caso de revestimento com pintura, o pigmento deve resistir à radiação ultravioleta e à

alcalinidade das argamassas.

Geralmente, é definido o material de revestimento somente de acordo ao custo

que se está disposto a gastar dentre as alternativas possíveis no mercado, deixando

de lado critérios técnicos confiáveis. Usualmente é selecionado o material de

revestimento de fachadas considerando a beleza e custo da camada aparente,

qualidade estética desse material, não visando se ele terá ou não um bom

desempenho técnico. Porém um bom desempenho no revestimento só pode ser

conquistado através da qualidade técnica de materiais que compõem um sistema, no

qual é formado por um conjunto de camadas, e essas cumpram a função a qual são

destinadas. Tendo-se sempre em mente a necessidade da manutenção preventiva

nesse sistema, a fim de evitar a deteriorização da superfície pela ação de agentes

externos agressivos. (COSTA, 2013)

Muitas vezes o planejamento e detalhamento dessa estrutura é deixado em

segundo plano por parte de empreenderores, construtores e projetistas. Em resumo,

a concepção do processo de aplicação do revestimento não recebe uma atenção

devida fazendo com que surjam as manifestações patológicas.

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2.1 FUNÇÃO DO REVESTIMENTO

Os revestimentos compõem as camadas externa da alvenaria e, portanto, tem

a função de protejê-la.

Para Carasek (2010) um revestimento de argamassa de parede deve exercer

principalmente as seguintes funções:

● Proteção contra intemperismo, nos revestimentos externos a alvenaria deve

estar protegida contra a ação dos agentes da intempérie (chuva, sol, umidade, seca,

ventos fortes, entre outros);

● Isolamento térmico, isolar em torno de 30% da carga térmica que incide na

edificação;

● Isolamento acústico, em torno da metade da proteção sonora é obtida pelo

revestimento;

● Estanqueidade à água, impedir a passagem hídrica parcialmente ou total, de

70 a 100% de água;

● Resistência ao fogo e ao desgaste de abalos superficiais.

O manual de revestimentos da associação brasileira de cimento portland

(ABCP) (2002), além das já citadas, inclui estanqueidade aos gases e a função de

permitir uma base regular para o acabamento, adequando para o recebimento do

revestimento final que foi especificado no projeto arquitetônico.

2.2 COMPOSIÇÃO DO REVESTIMENTO

A argamassa é um material utilizado em grande escala pela construção civil.

Segundo Verçoza (1991) as argamassas são as misturas aglutinadas de um ou mais

aglomerantes, agregados miúdos e água. Além dos elementos básicos da argamassa

podem ser adicionados componentes a fim de melhorar suas propriedades. Então,

argamassas são uma mistura homogênea de agregado miúdo (areia), aglomerantes

inorgânicos (cal ou cimento) e água, podendo ter ou não a adição de aditivos especiais

para se obter certas propriedades ao conjunto. A trabalhabilidade, resistência,

compacidade, absorção de água, tempo de pega (retardar ou acelerar) e durabilidade

são exemplos de características que podem ser alteradas.

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De acordo com a NBR 13529 (ABNT, 2013), dependendo da proporção dos

materiais constituintes na argamassa, ela tem uma nomeclatura e tem uma utilização

variada. Os revestimentos são compostos por três camadas de argamassa

sobrepostas e um acabamento final decorativo: chapisco (argamassa de aderência),

emboço (argamassa de regularização) e reboco (argamassa de acabamento) seguido

de algum acabamento (cerâmica, pastilhas, pintura, entre outros). Porém, as camadas

de emboço e reboco algumas vezes são substituidas por uma camada única,

chamada de massa única ou emboço paulista.

A Figura 1 mostra as variadas camadas que podem compor o revestimento.

Figura 1 - Composição do revestimento

Fonte: NAKAMURA, 2013.

Os números da Figura 1 representam:

• 1 Base

• 2 Chapisco

• 3 Emboço

• 3.1 Reforço no emboço

• 4 Reboco

• 5 Acabamento

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2.2.1 Base

Superfície de concreto ou alvenaria apta a receber o revestimento, devem ser

tomadas algumas precauções para que essa base possa contribuir para o bom

desempenho do revestimento. Ela deve ter uma textura rugosa e a capacidade de

absorver água, para uma melhor aderência física, química e/ou mecânica da

argamassa que será aplicada a seguir. Além de estar limpa, seca e livre de pó ou

gordura.

2.2.2 Chapisco

Camada de aderência, tem a função de tornar a base adequada à receber o

emboço, criando uma camada rugosa e porosa, uniformizando a superfície conforme

à absorção e melhorando a aderência do revestimento. Isso faz com que o

revestimento ganhe resistência ao cisalhamento. Composta por cimento, areia e

aditivos, atualmente há 3 maneiras mais executadas: chapisco tradicional (manual ou

projetado), chapisco industrializado e chapisco rolado.

• Chapisco Tradicional

De acordo com o Manual de Revestimenos da ABCP (2002), o chapisco

convencional, ou tradicional, consiste em uma argamassa fluída, produzida com

cimento e areia grossa em proporcões que variam de 1:3 a 1:5 (em volume). Ela é

aplicada com a colher de pedreiro ou utilizando algum equipamento que faça a

projeção dessa argamassa, o arremesso deve ser de forma vigorosa sobre a base. O

resultado deve ser uma consistência rugosa e aderente preenchendo toda a superfície

da base. A Figura 2 ilustra o chapisco tradicional.

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Figura 2 - Chapisco tradicional

Fonte: ABCP, 2002.

• Chapisco Desempenado ou Industrializado

Para o Manual de Revestimentos da ABCP (2002) são argamassas não

produzidas no local, industrializadas. A mistura dos componentes secos é realizada

na industria, ficando somente a necessidade de adicionar água na obra para a

aplicação. Deve ser aplicada com a desempenadeira dentada e é um método

geralmente utilizado em estrutura de concreto. Para a aplicação de revestimentos

cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes e se apresentam, segundo a

NBR 14081 (ABNT, 2012), como: AC-I, AC-II, ACIII e E. A Figura 3 demonstra o

chapisco industrializado.

Figura 3 - Chapisco industrializado

Fonte: ABCP, 2002.

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• Chapisco Rolado

O Manual de Revestimentos da ABCP (2002) diz que o chapisco rolado é uma

argamassa fluída obtida através da mistura de cimento, areia e água, com adição de

um polímero usualmente de base PVAC. É aplicada com rolo de textura acrílica, e

devendo tomar cuidado com a homogeinização constante e durante a aplicação.

Geralmente é utilizada em revestimentos internos, podendo ser aplicado sobre

superfícies de concreto, alvenaria (concreto ou cerâmica) ou tetos de lajes pré-

moldadas(concreto, cerâmica e poliestireno expandido(eps). A Figura 4 ilustra o

chapisco rolado.

Figura 4 - Chapisco rolado

Fonte: ABCP, 2002.

2.2.3 Emboço

Camada de regularização, tem a função de vedação e regularização das

camadas anteriores, proporcionando a aderência necessária para a aplicação do

reboco ou acabamento decorativo final evitando o descolamento. Pode ser aplicada

sobre o chapisco ou diretamento sobre a base.

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• Reforço do emboço

No emboço pode ser adicionado uma tela metálica afim de reforçar a estrutura,

protegendo ou atenuando o aparecimento de fissuras originário de movimentações.

São geralmente localizados no centro da camada, devendo ser aplicado com o

cobrimento necessário. Indicado para o caso de revestimentos muito espessos.

2.2.4 Reboco

Camada que cobre o emboço, é aplicada com uma desempenadeira e tem a

função de impermeabilizar e deixar a parede com uma textura mais regular (lisa),

proporcionando uma superfície capaz de receber a camada de acabamento. Por

conter argamassa de areia e cal com uma granulometria mais fina o reboco também

é chamado de massa fina.

2.2.5 Massa única

Segundo o Manual de Revestimentos da ABCP (2002), massa única, conhecida

também como emboço paulista, é uma camada de argamassa em que é aplicada

sobre o chapisco de maneira que faça tanto a função do emboço quanto a do reboco.

As Figuras 5 e 6 demonstram dois métodos construtivos, o primeiro feito com emboso

e reboco e o segundo constituído com a massa única.

Figura 5 - Sistema de revestimentos tradicional

Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

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Figura 6 - Sistema de revestimentos com emboço paulista

Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

2.2.6 Acabamento

Última etapa do revestimento, camada com a função de decorar e adicionar

valor ao imóvel. É aplicada sobre a argamassa após sua cura e com a modernidade

existem os mais variados tipos de revestimento, como: a pintura, pastilhas, materiais

cerâmicos, pedras naturais, placas laminadas, têxteis e papel.

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3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Helene (1992) diz que a patologia na engenharia pode ser entendida como o

estudo das partes que integram o diagnóstico do problema, isto significa que é a parte

que estuda os sintomas, causas, origens e mecanismos dos efeitos das edificações

na construção civil.

Segundo a Redação do Fórum da Construção do Instituto Brasileiro de

Desenvolvimento da Arquitetura o termo patologia, a princípio utilizado na medicina

com o significado de anormalidade, estado enfermo, falta de saúde, foi analogamente

utilizado na construção tendo o sentido semelhante. No ramo da engenharia civil

ocorrem diversos tipos de anomalias indesejadas à quem projeta, execuça ou utiliza

a edificação, a esses defeitos começou-se a utilizar o termo manifestações

patológicas (termo atual no qual substituiu patologia).

As edificações têm como objetivo atender as necessidades dos indivíduos que

as adiquirirem. É possível dizer que o edifício apresenta uma manifestação patológica

quando uma ou mais dessas funcionalidades não são atendidas de forma adequada,

para o qual ele foi construído. Sendo assim, a manutenção ou terapia tem o objetivo

de recuperar esta função perdida. Elas têm origens de diversas maneiras, tais como:

projetos mal detalhados, execuções incorretas, materiais utilizados de forma errônea,

dentre outros. Isso faz com que aflorem, dependendo de sua origem, de variadas

formas: fissuras, descolamentos do revestimento, depósitos salinos na superfície,

bolores, entre outras (Redação do Fórum da Construção - IBDA, 2016).

3.1 ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Segundo Peres (2001), com um maior conhecimento busca-se racionalizar as

construções procurando o limite que os materiais podem alcançar com o mínimo de

gastos, isso faz que aumentem as probabilidades de ocorrência das manifestações

patológicas.

Souza e Ripper (1998) citam que as manifestações patologicas podem ser

geradas durante uma de três etapas da construção:

• Concepção da estrutura (projeto), quando o erro acontece durante o estudo

preliminar, execução do anteprojeto ou durante a elaboração do projeto de execução;

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• Execução da estrutura, após a conclusão da etapa de concepção e de todos

os estudos e projetos necessários deve ser tomado todos os cuidados para o bom

funcionamento da obra;

• Utilização da estrutura, pode vir a apresentar problemas patológicos mesmo

quando as etapas anteriores tenham sido corretamente executadas, causados pela

má utilização do usuário ou por uma falta de um programa de manutenção adequado.

Segundo Cavalheiro (1992 apud Silva, 2006) há quatro fatores responsáveis

pelo surgimento dos defeitos

• Evolução tecnológica dos materiais e sistemas construtivos, que faz da

estrutura mais flexível, podendo trabalhar mais, absorvendo melhor os movimentos

sem que haja o colapso;

• Velocidade no andamento das obras e falta ou pouco eficaz controle de

qualidade;

• Má qualificação de profissionais;

• Insuficiência das normas sobre o assunto e manutenção inadequada ou

também ausente.

Pode-se observar que, de acordo com a Figura 7, a maneira como Verçoza

(1991) classifica que os principais problemas relacionados à construção civil:

• 40% referem-se ao projeto;

• 28% referem-se à execução;

• 18% referem-se aos materiais utilizados;

• 10% referem-se ao mau uso;

• 4% referem-se ao mau planejamento.

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Figura 7 - Origens das manifestações patológicas

Fonte: VERÇOZA adaptado, 1991.

3.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Na construção civil existe inúmeros tipos de manisfestações patológicas, os

quais ocorrem por diversos fatores, podendo serem analisados e identificados através

de seus sintomas.

Neste capítulo será mostrado alguns dos principais defeitos encontrados em

revestimentos das edificações existentes.

Bauer (1997), em seu trabalho apresentado no simpósio Brasileiro de

Tecnologia das Argamassas, faz uma análise de algumas das principais

manifestações patológicas em revestimento. São elas: descolamentos, vesículas,

fissuras, eflorescências, falhas por umidade, contaminações atmosféricas e

contaminações ambientais por substâncias agressivas.

3.2.1 Fissuras

Neste tópico serão tratados os principais temas relacionados com a fissuração

dos revestimentos, quais sejam: a definição de fissura, classificação, suas origens e

causas.

Projeto40%

Execução28%

Materiais18%

Uso10%

Planejamento4%

ORIGEM DOS PROBLEMAS

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Na NBR 15575-2 (ABNT, 2013) diz que as fissuras são os seccionamentos na

superfície de um componente provocado por tensões normais ou tangenciais. As

fissuras podem variar constantemente (fissuras passivas), ou variar em função de

movimentações higrotérmicas ou outras (fissuras ativas).

Para Bauer (1997) a fissura ocorre por função de fatores internos ao

revestimento, como o consumo de cimento, granulometria (teor de finos),

porcentagem de água de amassamento presente, e outros fatores que podem ou não

contribuir na fissuração, como a resistência de aderência ao substrato, a quantidade

e dimensões das camadas, se as camadas tiveram tempo de pega respeitado antes

de ser aplicada a próxima, a perda de água de amassamento por sucção da base ou

pela evaporação.

Corsini (2010) cita que fissura é uma manifestação patológica causada pelo

alívio das tensões entre as partes de um mesmo elemento ou entre dois elementos

em contato, isto gera uma abertura fina e alongada. Essas tensões podem estar

ligadas a agentes externos (movimentações térmicas, higroscópicas, sobrecargas,

deformações de elementos de concreto armado e recalques diferenciais) ou, de

acordo com SAHADE, MACHADO e CAVANI (2013), ações internas (retração de

secagem do cimento e alterações químicas dos materiais), fazendo com que aumente

a porosidade e permeabilidade.

Na maioria dos casos as fissuras são superficiais e não trazem diminuição da

segurança dos componentes estruturais, porém podem interferir na durabilidade e

características estruturais da obra. Com o tempo esse dano não tratado irá

aumentando, acentuando os danos à estética e contribuindo para a penetração de

agentes nocivos à estrutura.

As fissuras podem ser classificadas em relação ao modo em que surgem, de

acordo com desenho que projetam na superfície da parede, podendo ser fissuras

geométricas ou mapeadas.

• Fissuras geométricas

Segundo a NBR 13749 (ABNT, 2013) são fissuras geométricas quando

acompanham o contorno do componente de base (bloco, tijolo, Entre outros). Podem

também, ser chamadas de fissuras isoladas.

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As prováveis causas são devido à retração da argamassa de assentamento,

retração higrotérmica do componente, interfaces de base constituida de materiais

diferentes ou locais onde deveriam ter sido previstas juntas de dilatação e não foram

executadas. A Figura 8 traz um exemplo de fissura geométrica.

Figura 8 - Fissuras geométricas

Fonte: MARIA, 2016.

• Fissuras mapeadas

Fissuras em forma de “mapa”, também chamadas de fissuras disseminadas,

não possuem um padrão comum, se apresentam de forma aleatória e geralmente são

aberturas superfíciais. As fissuras mapeadas são causadas pelo traço inadequado da

argamassa de revestimento, excesso de finos no traço, tanto de aglomerantes, como

de finos no agregado ou desempenamento inadequado causando a retração da

argamassa. (NBR 13749 ABNT, 2013)

A Figura 9 apresenta exemplo de fissuras mapeadas.

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Figura 9 - Fissuras mapeadas

Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

3.2.2 Vesículas

Constitui-se do empolamento da pintura, podendo ocorrer nas cores branca,

preta ou vermelha acastanhada (FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013). Bauer (1997)

aponta que na construção civil dá-se o nome de vesículas os materiais dispersos na

argamassa que manifestam posterior variação volumétrica, gerando bolhas no

revestimento. A Figura 10 ilusta o aparecimento de vesículas em revestimento de

parede.

Figura 10 - Vesículas

Fonte: SOTANA, BAMBERG E COSTA, 2012.

Bauer (1997) ainda menciona que as pincipais causas para o surgimento de

vesículas são:

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• Cal parcialmente extintas;

• Utilização de areia contendo matéria orgânica;

• Torrões de argila dispersos na argamassa;

• Impurezas na argamassa como a pirita e torrões ferruginosos.

• Contaminação da areia durante estocagem (inserção de algum material

estranho como, por exemplo, a serragem).

3.2.3 Descolamento

Descolamentos ocorrem quando uma ou mais camadas do revestimento de

argamassa são separadas, apresentando magnitudes variáveis, desde pequenas

áreas até grandes dimensões, podendo abrangir a totalidade de uma alvenaria. De

acordo com Bauer (1997) há três maneiras de se manifestarem: com empolamento,

em placas, ou com pulverulência. Apresentam som cavo ao estímulo de percurssão

(CINCOTTO, 1988). Poderão surgir descolamentos quando as tensões geradas

superam a capacidade de aderência, ocorrendo através do processo de falhas ou

rupturas na interface das camadas que compõem o revestimento (BARROS et al.,

1997).

Chimelo e Thomaz (2010) dizem que existem varias causas para o

descolamento, as mais comuns são:

• Proporcionamento incorreto da argamassa, com traço inadequado. O baixo

teor de aglomerante faz com que não haja aderência suficiente da argamassa no

substrato, enquanto que o excesso de cimento deixa a estrutura muito rígida,

impedindo a absorção dos movimentos da alvenaria;

• Alto teor de finos nos agregados, particularmente material siltoargiloso (saibro,

areia de estrada, arenoso ou caulim), isto faz com que a porosidade do revestimento

seja reduzido, prejudicando, assim, a carbonatação da cal;

• Cal hidratada adulterada e/ou baixa qualidade, onde, caso seja eliminada

parcialmente, há expansão e aumento do volume causado pelo atraso na hidratação;

• Retração elevada causada pelo emprego de aditivos plastificantes que não

substituem a propriedade de "retenção de água" da cal hidratada;

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• Aplicação da argamassa sobre superfície muito lisa, sem prévio

chapiscamento. A ausência do chapisco traz uma dificuldade para o revestimento

aderir-se à base;

• Aplicação da argamassa sobre base engordurada e/ou impermeabilizada,

causando a baixa penetração do revestimento no substrato e resultando na falta de

aderência;

• Aplicação de argamassa sobre material com elevado poder de absorção da

água, sem prévio umedecimento, causando grande nível de retração;

• Aplicação da argamassa em camada muito espessa, pela massa elevada da

camada o revestimento pode vir a descolar;

• Pintura precoce dos revestimentos à base de cal, inibindo a carbonatação da

cal, principalmente na interface com a parede;

O descolamento pode ocorrer a partir de um desses fatores ou da soma entre

alguns deles, com a combinação de duas ou mais dessas causas anteriores.

• Descolamento com pulverulência

Pode se observar desagregação e esfarelamento da argamassa com bastante

facilidade ao ser pressionada manualmente. Descolamento da película de tinta

juntamente com a argamassa que se decompõe com facilidade (BARROS et. al.,

1997). Apresenta som cavo ao estímulo de percurssão.

Bauer (1997) ainda cita as causas principais para ocorrência da pulverulência

no revestimento argamassado:

• pintura prematura da argamassa, sendo executada antes de ocorrer a

carbonatação da cal;

• falta de propriedades de aglomerante no emprego de adições substitutas da

cal hidratada;

• hidratação inadequada da fração de cimento;

• argamassa mau proporcionada (pobre em aglomerantes), traço da argamassa

inadequado para a situação em que atua;

• argamassa utilizada após prazo de utilização, deve ser observado o tempo de

pega para aplicação do cimento em data adequada, reduzindo a probabilidade de

formação da pulverulência;

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• Deve se ter cuidado no manuseio e estocagem das argamassas, observando

o local e tempo onde será depositada, uma estocagem inadequada pode comprometer

a qualidade da argamassa;

• a adição de gesso em uma argamassa contendo cimento pode causar a

formação de etringita através uma reação expansiva, sulfato que expande e deteriora

o revestimento. A Figura 11 representa este tipo de descolamento.

Figura 11 - Descolamento com pulverulência

Fonte: JÚNIOR, 2013.

• Descolamento com empolamento

Formação de bolhas que aumentam de diâmetro progressivamente causado

pelo descolamento da superfície do reboco ao emboso (CINCOTTO, 1988). Alguns

oxidos possuem hidratação muito lenta, em função disso, meses após a conclusão da

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obra, podem ocorrer expansões na argamassa endurecida devido a essa hidratação

posterior (BAUER, 1997). Apresenta som cavo ao estímulo de percurssão.

Para Cincotto (1988) a ocorrência desse fenômeno acontece, geralmente, pela

infiltração de água no interior do revestimento ou pela hidratação parcial da cal na

argamassa que se expande, aumentando seu volume. A Figura 12 traz um exemplo

deste descolamento.

Figura 12 - Descolamento com empolamento

Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

• Descolamento de placas

Aderência pobre das camadas de argamassa com a base ou entre elas

mesmas (BAUER, 1997). Isso faz com que ocorra o destacamento de placas do

revestimento. São endurecida e podem ter a característica de quebrar com dificuldade

(CINCOTTO, 1988). Algumas vezes aparecem de forma quebradíça desagragando

com facilidade e também apresentam som cavo ao estímulo da percurssão. As Figuras

13 e 14 são exemplos de descolamento de placas.

Para Bauer (1997) as causas possíveis do descolamento de placas são:

• preparação incorreta da base de concreto (presença de resíduos, pó e

materiail desmoldante);

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• molhagem insuficiente da base, prejudicando a hidratação do cimento da

argamassa;

• inexistência da camada de chapisco;

• chapisco preparado com granulometria fina;

• argamassa em camadas muito espessas;

• excesso de cimento nas argamassas;

• acabamento superficial inadequado de camada intermediária;

• resistência inadequadas das camadas.

Figura 13 - Descolamento de placas

Fonte: SILVA, 2006

Figura 14 - Descolamento de placas

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Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

3.2.4 Eflorescências

Comumente as manchas surgem a partir da infiltração de água no interior do

revestimento, este tópico abordará os casos do aparecimento de manchas por

eflorescência.

A eflorescência pode ser observada por um depósito branco na superfície do

revestimento, este defeito é bastante visível em cerâmica escura ou em revestimento

de tijolos vermelhos.

Pode ser superfícial, prejudicando, somente, a parte visual em que estão

localizados os depósitos de sais ou mais intensa e destrutiva podendo causar dano à

estrutura pelo depósito mais profundo desses sais (CARASEK, 2010).

Eflorescências, para Carasek (2010), são as preciptações de sais na superfície

do revestimento produzindo uma mancha. Isso faz com que, além do dano estético,

contribua para a deteriorização do material de revestimento.

Segundo Uemoto (1985), a exposição à intempéries causa a formação de

depósitos salinos na superfície das alvenarias, isso se denomina eflorescência. Para

Bauer (1997) esses depósitos provenientes de sais solúveis contido nos componentes

da alvenaria são principalmente alcalinos e alcalinos terrosos.

Essa natureza química das eflorescências de metais alcalinos (sódio e

potássio) e alcalino-terrosos (cálcio e magnésio) citada por Bauer (1997), pode ser

visto nas Figuras 15 e 16.

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Figura 15 – Composição química e provável fonte

Fonte: BAUER, 1997.

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Figura 16 – Composição química e provável fonte

Fonte: BAUER, 1997.

Carasek (2010) menciona três condições essenciais para haver a eflorescência

e estes devem existir simultaneamente:

• Quantidade de sais solúveis contidos nos materiais ou componentes do

revestimento;

• Presença de água;

• Pressão hidrostática.

Esses três fatores devem existir concomitantemente, sem algum desses fatores

o fenômeno não ocorre. A água (da chuva ou solo) é empurrada pela pressão

hidrostática para fora do revestimento carregando consigo os sais e, por evaporação,

a água sai, deixando o depósito salino na superfície.

Fatores externos também podem contribuir para a ocorrência dessa

manifestação patológica:

• Aumento de temperatura, reduzindo o tempo para evaporação da água

favorecendo a solubilização dos sais;

• Porosidade dos componentes, tornando o caminho mais facil para a solução

chegar até a superfície;

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• tempo de contato elevado atuando na solubilização de uma maior

concentração de sais.

A seguir, a Figura 17 demonstra exemplos de eflorecência.

Figura 17 - Eflorecências

Fonte: Site Odair Rosa, 2016.

3.2.5 Bolor

Para Shirakawa et. al.(1995), bolor pode ser descrito pela colonização de

diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substratos, pode

ser designado cientificamente como as manchas decorrentes do acúmulo desses

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fungos sobre um substrato qualquer. Esse acúmulo causa o aparecimento de

manchas escuras com cores de tonalidades pretas, marrons ou esverdeadas. Com

menor frequência aparecem manchas claras, amareladas ou esbranquiçadas,

decorrentes de outras espécies menos comuns.

Alucci (1988) diz que emboloramento é o termo usado para denominar o

desenvolvimento de microorganismos que constituem o grupo dos fungos, podendo

ser observado macroscópicamento na superfície dos materiais.

SHIRAKAWA et. al. (1995) ainda cita que o aparecimento, proliferação e

acúmulo de fungos nos revestimentos internos e fachadas alteram estéticamente o

local por suas manchas escuras e possivelmente prejudicam o valor do imóvel. Além

disso pode acarretar em problemas respiratórios nos moradores, pois a maioria dos

fungos filamentosos são conhecidos como alérgicos, contribuindo para o surgimento

de asma e rinite para aqueles que tem predisposição a essas disfunções respiratórias.

Ainda de acordo com SHIRAKAWA et. al. (1995) o fator condicionante para o

aparecimento, manutençao e extensão do bolor no revestimento é a água absorvida.

Isso quer dizer que a umidade do ambiente pode favorecer o aumento da umidade do

material, mas somente a água absorvida por este pode ser utilizada para seu

desenvolvimento, e mesmo tendo todos os nutrientes necessários para o

desenvolvimento dos fungos, sem a absorção da água eles não surgirão.

A Figura 18 demonstra uma edificação com manchas que indicam essa

manifestação patológica.

Figura 18 - Bolor

Fonte: FREITAS; FRANÇA; FRANÇA, 2013.

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Como os fungos necessitam de água para se criar e desenvolver, as principais

causas têm relação com a umidade (SHIRAKAWA et. al., 1995), são elas:

• alta umidade relativa do ar;

• umidade acidental (vazamentos);

• umidade ascendente por capilaridade;

• umidade de infiltração por fachada ou telhado;

• umidade de condensação de vapores em ambientes fechados.

• falta de exposição ao sol

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4 TERAPIAS DOS REVESTIMENTOS

Análogo à medicina, na construção civil o tratamento das manifestações

patologicas busca a recuperação de uma função perdida, reparar a saúde da

edificação.

Visto que este trabalho visa a apresentação de métodos para a correção das

principais manifestações patológicas, tendo como parâmetro o estudo feito, será

exibido a seguir às recomendações para o tratamento de fissuras, descolamentos,

bolores, eflorescências e vesículas.

4.1 Tratamento da Fissura

Corsini (2010) em seu artigo afirma que para o tratamento da fissura

primeiramente é necessário o preparo da superfície. Após feito o preparo do

revestimento pode-se começar o tratamento propriamente dito.

Sahade (2005) cita que, telas de poliéster absorvem a movimentação da fissura

em uma faixa de revestimento relativamente grande, portanto é importante que sejam

usadas para fazer a amarração do revestimento, diminuindo as tensões provocadas

no revestimento consequentemente a abertura de fissuras.

Para este preparo da base devem serem tomadas as seguintes medidas:

• Com um disco de corte, abrir a fissura em um perfil formando um “V” com,

aproximadamente, 1 cm de profundidade e 1 cm de largura. Como demonstrado na

Figura 19.

Figura 19 - Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

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• Remover o sistema de pintura existente no local, removendo o acabamento

até atingir o reboco, em uma faixa de cerca de 20 cm em torno da fissura (10 cm de

cada lado) conforme Figura 20.

Figura 20 - Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

• Para a conclusão do preparo do revestimento deve-se eliminar o pó da fissura.

• Finalizado o preparo da superfície, começa-se o tratamento com selante e

impermeabilizante obedecendo as etapas das Figuras 21, 22, 23 e 24.

• Aplicar selante acrílico preenchendo toda a fissura com duas demãos. Utilizar

aplicador para a boa compactação do material no interior da fissura. Na Figura 21 foi

usado uma espátula para a aplicação;

Figura 21 -Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

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• Aguardar a secagem do selante entre as demãos, deixar descansar por pelo

menos 48 horas e aguardar outras 24 horas para a secagem da ultima demão de

selante (Figura 22).

Figura 22 -Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

• Aplicar uma generosa camada de impermeabilizante acrílico sobre a fissura e

arredores como mostrado na Figura 23.

Figura 23 -Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

• Aguardar a secagem do impermeabilizante, em torno de seis horas

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• Aplicar uma segunda demão de impermeabilizante acrílico adicionando uma

tela de poliéster com 20 cm de largura sobre toda a estenção da fissura e no sentido

do eixo dessa abertura conforme Figura 24.

Figura 24 -Tratamento de fissura

Fonte: CORSINI, 2010.

• Aguardar mais seis horas para a secagem da segunda demão do

impermeabilizante.

4.2 Tratamento da Vesícula

Freitas (2013) diz que para o reparo do revestimento infectado com vesícula

deve ser feita a substituição do reboco e eliminação de qualquer foco de umidade.

- Primeiro remover o revestimento contaminado, conforme a Figura 25;

- Verificar uma provável penetração de umidade e eliminar;

- Fazer a limpeza do substrato;

- Aplicar o novo revestimento, utilizando chapisco, emboço, reboco.

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Figura 25 -Tratamento da vesícula

Fonte: SILVA, 2006.

4.3 Tratamento do Descolamento

De acordo com De Milito (2016) a possibilidade de reparo depende do tipo e

extensão do dano existente. Nem sempre a deterioração do revestimento acontece

em toda a edificação, mas em locais onde a manifestação patológica que os originou

é favorecida. O usuário tende a ignorar as causas do problema executando apenas

pequenos consertos, isso faz com que tenha a possibilidade de um aumento dessa

manifestação. Para o tratamento do descolamento deve ser feita a renovação do

revestimento: apicoamento da base, remoção da base hidrófuga e reaplicação de

chapisco.

Segundo Cincotto (1988) revestimentos onde manifestam os descolamentos,

em geral, contém infiltração de umidade em seu interior, e, para que não volte a

ocorrer, esta deve ser eliminada antes da renovação do revestimento.

Um aspecto que contribui bastante para o sugimento dessa manifestação

patológica é a presença de umidade ascencional, a Figura 26 mostra um revestimento

acometido de ascensão de umidade, o revestimento deve ser removido, acrescentar

um impermeabilizante e repor um outro revestimento para a correção desse problema.

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Figura 26 - Remoção de revestimento

Fonte: SAINT´S, 2013.

A solução mais eficiente para o estancamento da ascenção capilar de umidade

é a impermeabilização da fundação ou embasamento antes da execução da alvenaria.

Não havendo impermeabilização ocorrerá a ascenção capilar de água.

Usar um revestimento impermeável na superfície da parede pode elevar a

altura da mancha de umidade. A água pode subir pela fundação e ficar confinada no

interior da alvenaria causando a chance de formação de fissuras ou bolhas nesse

revestimento impermeável. Uma maneira de evitar essa ascenção pela fundação é a

injeção de produtos cristalizantes na base da parede. Pode também ser feita a

impermeabilização empregando o betume com elastômeros, incorporado a manta de

poliéster. (SILVA e ABRANTES, 2007 apud FERREIRA, 2010).

4.4 Tratamento da Eflorescência

Uemoto (1988) diz que, caso a eflorescência ocorra na alvenaria externa logo

após sua conclusão, geralmente irá desaparecer sem precisar de manutenção. Isto

ocorre porque as reações do revestimento ainda estão ocorrendo.

Carasek (2010) fala que para que ocorram as eflorescências é necessária a

presença de água, com isso, a medida principal para solução desse problema é a

eliminação da infiltração de umidade.

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Então, caso a eflorescência ocorra após um certo período de conclusão da

edificação, deve-se fazer a verificação se há ou nao vazamentos ou infiltrações. Em

caso positivo deve-se fazer a secagem, eliminando a umidade ou infiltração presente

no local. E então fazer a limpeza do local da ocorrência dessa manifestação com água

em abundância, aconcelha-se a usar uma escova de aço (mostrado na Figura 27)

e/ou algum produto químico, sempre tomando cuidado para esse produto não interagir

prejudicialmente no revestimento.

Após a recuperação da infiltração, ou caso ela não exista, retira-se a camada

de pintura e aplica-se um produto impermeabilizante no local.

Figura 27- Limpeza com escova de aço

Fonte: Site tintas e pinturas, 2012.

4.5 Tratamento do Bolor

Alucci (1998) afirma que é importante identificar o agente causador das

manchas preliminarmente para um tratamento adequado, pois apesar da aparência

de algas, bactérias e fungos ser semelhante elas têm ação bastante diversificadas.

E se caso identificado a presença de áreas afetadas por fungos, para o

tratamento, deve ser aplicado uma solução de fosfato trissódico, detergente,

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hipoclorito de sódio e água com uma escova de cerdas duras nas partes afetadas.

Posteriormente lavar essa área com água e secar com pano limpo.

Como na eflorecência, o bolor é causado basicamento pela incidência da

umidade. Então, segundo Freitas (2013) em sua correção faz-se necessária a

eliminação da infiltração de umidade na base do revestimento, e quando pulverulento,

fazer a lavagem com hipoclorito e reparo no revestimento.

Alucci (1988) ainda cita, como forma de prevenção, que a aplicação de

fungicidas na argamassa pode contribuir para a resistência aos fungos no

revestimento. Com uma quantidade adequada pode retardar, dificultar ou coibir o

surgimento e desenvolvimento de fungos.

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5 ESTUDOS DE CASOS

Baseado nas pesquisas realizadas nesse trabalho e de modo a enriquecer o

estudo acerca de manifestações patológicas em revestimentos, foram realizados

estudos de casos em sete edificações de Santa Maria/RS, no ano de 2016. Foram

escolhidas manifestações patológicas de acordo com o abordado no item 3.2 do

trabalho, ondem foram tratadas as principais manifestações patológicas nos

revestimentos. Estas edificações possuíam um ou mais tipos de manifestações

patológicas e foram propostas terapias para a reforma das edificações.

A seguir são comentados alguns exemplos das manifestações patológicas

encontradas na região central da cidade de Santa Maria e propostos tratamentos para

os defeitos detectados.

Vale ressaltar que, como não pôde serem feitos ensaios para uma investigação

mais detalhada, a qualificação do estado de conservação das fachadas e as terapias

propostas são subjetivas e baseadas apenas na observação, podendo conter outras

anomalias não identificadas no estudo.

5.1 Caso 1

A Figura 28 mostra o primeiro caso, trata-se do revestimento do muro em uma

residência unifamiliar na rua Floriano Peixoto, possui fachada voltada para o norte e

está apresentando descolamento de placas. Este defeito está, aparentemente, ligado

por problemas na execução do revestimento, chapisco não existente ou mal

executado (aplicado em base impermeável ou limpa de forma inadequada) e presença

de água em seu interior.

A Figura 29 mostra que parte do revestimento descolou-se da base, como visto

no item 3.2.3 deste trabalho, Bauer (1997), Chimelo e Thomaz (2010) dizem que os

descolamentos podem ocorrer por vários motivos, dentre eles: proporcionamento

incorreto da argamassa, alto teor de finos nos agregados, cal hidratada de baixa

qualidade, retração elevada, aplicação da argamassa sobre superfície muito lisa, sem

prévio chapiscamento, aplicação da argamassa sobre base engordurada e/ou

impermeabilizada, aplicação de argamassa sobre material com elevado poder de

absorção da água, sem prévio umedecimento, excesso de cimento nas argamassas,

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resistência inadequadas das camadas aplicação da argamassa em camada muito

espessa ou pintura precoce dos revestimentos à base de cal.

Para a provável recuperação dessa edificação primeiramente deve ser feito o

apicoamento da base, remoção da base hidrófuga, limpeza do substrato para a

aplicação de um novo chapiscamento, revestimento e acabamento adequado às

necessidades do usuário. Sempre lembrando que deve ser realizado a verificação da

presença de umidade no interior do revestimento, caso haja infiltração de água, deve-

se executar a impermeabilização do revestimento afim de evitar o reaparecimento

dessa umidade antes da renovação dessa fachada.

Figura 28 - Edificação 1

Fonte: Autor.

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Figura 29 – Edificação 1

Fonte: Autor.

5.2 Caso 2

O segundo caso se trata de uma edificação comercial de esquina localizada na

parte inferior da garagem em uma faculdade na região central de Santa Maria, contém

marcas de depósitos salinos e descolamento da pintura. Pôde se observar

eflorecência e descolamento de parte da pintura como mostra as Figuras 30 e 31.

No item 3.2.4 do trabalho foi visto que, para Carasek (2010), Uemoto (1985) e

Bauer (1997), a exposição às intempéries pode causar a formação de eflorecências

expressas através da preciptação de sais solúveis, em geral alcalinos ou alcalinos

terrosos, causando manchas brancas no exterior do revestimento. Esse fenômeno

pode causar dano estético ou deteriorar a estrutura.

Neste item Carasek (2010) ainda menciona que para haver eflorecência devem

existir três condições simultaneamente, grande quantidade de sais solúveis contidos

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nos materiais ou componentes do revestimento, presença de água e pressão

hidrostática. Fatores externos também podem contribuir para a ocorrência dessa

manifestação patológica.

Como o mais comum é a eflorecência surgir a partir da infiltração de água no

interior do revestimento, para a recuperação deve-se investigar a possibilidade da

presença de umidade no revestimento e fazer a recuperação dessa infiltração, realizar

a limpeza externa com água em abundância e escova de cerdas duras, aliado a um

produto químico que não interfira na qualidade do revestimento e, posteriormente,

efetuar a secagem do material para a eliminar a umidade no local. Por fim terminar o

acabamento com uma nova pintura.

Figura 30 - Edificação 2

Fonte: Autor.

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Figura 31 - Edificação 2

Fonte: Autor.

5.3 Caso 3

O edifiícação 3 é uma residência multifamiliar com dois pavimentos com a

fachada voltada para o norte, aparenta ser uma edificação um pouco antiga e foi

observado uma manifestação patológica coberta com pintura. Como mostrado nas

Figuras 32 e 33 há um descolamento com empolamento, inchamento do revestimento

e parte do reboco aparenta ter se descolado do emboço, esse revestimento também

apresentava som cavo ao estímulo.

Não se pode ter certeza qual foi a etapa responsável por essa manifestação

patológica (projeto, execução ou uso), mas provavelmente não houve um

acompanhamento preventivo adequado e também ocorreu uma mascaração do

defeito, caso a manifestação não for tratada adequadamente pode vir a se alastrar e

deteriorar a edificação.

Para Bauer (1997) a provável causa é a hidratação retardada de óxidos fazendo

com que a argamassa se expanda após endurecida, Cincotto (1988) ainda cita a

expansão da argamassa pela hidratação parcial da cal e a presença de água como

fatores contribuíntes para formação dessa manifestação patológica.

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Para a possível recuperação pode ser feita a raspagem do revestimento

afetado, limpeza e escovação com esvoca de cerdas rígidas para a aplicação de novo

acabamento. Caso a camada do emboço e chapisco também terem sido

comprometidas, não apresentando condições de suporte, fazer a retirada e

recolocação de um novo revestimento e acabamento.

Figura 32 - Edificação 3

Fonte: Autor.

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Figura 33 – Edificação 3

Fonte: Autor.

5.4 Caso 4

O próximo caso trata-se de uma edificação de esquina com cerca de seis

pavimentos situada na avenida Rio Branco, região central de Santa Maria. O primeiro

pavimento é contituído por um orgão do ministério da fazenda e os demais são de

residências multifamiliares (Figura 34).

Foram percebidas algumas manifestações patológicas, dentre elas pôde-se

reparar que parte do revestimento próximo ao solo descolou-se em quase a totalidade

do contorno da edificação, o prédio também contém fissuras em boa parte do

revestimento como pode ser visto na Figura 35.

Para o tratamento das fissuras Corsini (2010) diz que deve ser removido o

revestimento externo afetado, fazer o encunhamento ao longo das fissuras,

apicoamento e a limpeza adequada da base, aplicação de selante e

impermeabilizante na extensão da fissura, como também a colocação de uma manta

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de poliéster. Após o tratamento da fissura, e obedecendo os tempos de descanso do

selante e impermeabilizante, o novo revestimento poderá ser aplicado.

Como uma das prováveis causas do descolamento é a umidade ascensional,

deve ser investigado a presença de infiltração de água nesse revestimento. A base do

e fundações deve ser muito bem impermeabilizada e/ou usar produtos hidrófugos para

reduzir a passagem de água pelos capilares do revestimento.

Figura 34 - Edificação 4

Fonte: Autor.

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Figura 35 - Edificação 4

Fonte: Autor.

5.5 Caso 5

O quinto estudo de caso trata-se de uma edificação de esquina, ela é mista,

com comércio no primeiro pavimento e residências do segundo em diante. Aedificação

é bastante nova e a incidência de umidade aliada à provável falta de manutenção da

marquise veio a trazer as manifestações patologicas demonstradas na Figura 36.

Sem estudos mais significativos, o tratamento será para a recuperação externa

do revestimento, não podendo saber se há algum outro defeito inerente.

A marquise apresenta manchas de bolor e vesículas, como aparenta ser um

defeito superficial, o tratamento pode ser feito através da escovação com escova de

cerdas duras uma solução de fosfato trissódico, detergente, hipoclorito de sódio e

água. Em seguida lavar bem e fazer a secagem para retirar a umidade do

revestimento.

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Figura 36 - Edificação 5

Fonte: Autor.

5.6 Caso 6

A Figura 37 mostra a sexta edifícação, ela se trata de uma edificação unifamiliar

de 1 pavimento com fachada sul. Está com uma grande fissuração a partir do solo,

passando a janela e avançando até sua lateral. Deve ser verificado se a estrutura da

janela foi executada adequadamente.

Há uma grande fissura e deslocamento com pulverulência, o revestimento

bastante esfarelado e apresentando som cavo ao estímulo.

Recuperação: Remoção da parte danificada do revestimento, verificação da

existência de infiltração e contramarco da janela, limpeza e substituição por um novo

revestimento.

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Figura 37 - Edificação 6

Fonte: Autor.

5.7 Caso 7

A edificação 7 também é de uma edificação multifamiliar e possui fachada

voltada para o leste, possui três pavimentos contendo algumas manifestações

patologicas como demonstra a Figura 38.

Nesta fachada foram encontrados varios tipos de manifestações patológicas,

podem serem vistas fissuras, descolamentos e manchas de bolor. Aparentemente

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todas elas ligados diretamente à presença de umidade nessa edificação, então, antes

da recuperação do revestimento em si deve haver uma investigação para detectar as

causas e origens dessa umidade interna no revestimento e fazer recuperação desse

defeito.

Após tratada essa provável infiltração, como grande parte da fachada está

acometida de manifestações patológicas, deve ser limpo e raspado a totalidade da

fachada da edificação para uma melhor avaliação do estado das fissuras e

descolamentos. Caso não haja deterioração elevada na estrutura, pode ser feito a

apicoamento e limpeza da base, encunhamento das fissuras com aplicação de selante

e impermeabilizante e aplicação de um acabamento adequado. Caso a deterioração

do revestimento esteja elevada deve ser feita a remoção do mesmo, fazer a limpeza,

para a retirada de qualquer substância que prejudique a aderência e recolocação de

um novo revestimento, bem como um impermeabilizante.

Figura 38 - Edificação 7

Fonte: Autor.

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Como mensionado anteriormente, os estudos de casos tiveram apenas uma

análise visual, não foram realizados ensaios mais aprofundados para real avaliação

do estado da estrutura, deste modo, todas as propostas de recuperação ou tratamento

das estruturas foram baseadas somente no aspecto externo das fachadas.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve o objetivo de analisar as principais manifestações

patológicas encontradas em revestimentos através de pesquisas bibliográficas

realizadas, como também fazer um estudo de caso sobre essas manifestações.

Foram abordadas manifestações patológicas ocorridas em edificações

acabadas, após o término de sua construção, excluindo as manifestações ocorridas

durante a execução das edificações.

Ao longo do trabalho pode ser observado a importância da capacitação dos

profissionais na área da construção, desde os profissionais que projetam a edificação,

fazendo um detalhamento correto, até os que executam a obra, executando esse

projeto de forma adequada.

Durante a revisão bibliográfica foi verificado que, além de um bom projeto e

uma execução adequada, para não haver manifestações patológicas nem perda no

desempenho da edificação devem ser feitas vistorias periódicas e manutenções

corretivas.

No estudo de caso pode ser observado que as manifestações patológicas

acontecem com bastante frequência e muitas vezes são tratadas de forma

inadequada, geralmente havendo a recorrência, ou até mesmo ignoradas, podendo

causar deterioração da estrutura.

Ainda no estudo de caso, as edificações com manifestações patológicas

observadas no centro da cidade de Santa Maria – RS têm aparência de acordo com

o descrito anteriormente no trabalho, podendo ser descrito prováveis causas e

possíveis soluções para o tratamento.

Com a conclusão desse trabalho pode-se adquirir um conhecimento maior

acerca dos materiais e métodos construtivos de revestimentos usados atualmente,

suas principais manifestações patológicas e tratamentos dessas manifestações. Além

de trazer a atenção tanto para o trabalho com materiais de qualidade, quanto o de

pessoas qualificadas para realização de projeto e execução.

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