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1. Introdução Os antigos gestores acreditavam que uma boa gestão era feita a partir da alta eficiência pela centralização do poder, do alto grau de impessoalidade nas relações bem como com técnicas de gestão onde se priorizava a alta qualidade e um grande volume de produção por meio da racionalização do trabalho, e desprezavam o lado humano das suas empresas. Atualmente verifica-se que essa forma de administração vem sendo cada vez mais abandonada, apesar de em alguns casos ser o modelo ideal. Esse arquétipo de visualizar uma organização é denominado de molde burocrático de organização, delineado por Weber (1940 apud MORGAN, 2002, p.26): [...] uma forma de organização que caracteriza a precisão, a rapidez, a clareza, a regularidade, a confiabilidade e a eficiência, atingidas através da criação de uma divisão de tarefas fixas, supervisão hierárquica, regras detalhadas e regulamentos. Atualmente ainda existem empresas que não aderiram à tendência de modelo de gestão que existe no mercado global desde a década de 80, pois continuam com um alto grau de burocracia em sua estrutura empresarial. Essa nova tendência é a gestão com foco no empowerment, ou, segundo 1

Empowerment Uma Nova Abordagem

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1. Introdução

 

Os antigos gestores acreditavam que uma boa gestão era feita a partir da alta

eficiência pela centralização do poder, do alto grau de impessoalidade nas relações bem

como com técnicas de gestão onde se priorizava a alta qualidade e um grande volume de

produção por meio da racionalização do trabalho, e desprezavam o lado humano das

suas empresas. Atualmente verifica-se que essa forma de administração vem sendo cada

vez mais abandonada, apesar de em alguns casos ser o modelo ideal. Esse arquétipo de

visualizar uma organização é denominado de molde burocrático de organização,

delineado por Weber (1940 apud MORGAN, 2002, p.26):

 

[...] uma forma de organização que caracteriza a precisão, a rapidez, a

clareza, a regularidade, a confiabilidade e a eficiência, atingidas através da

criação de uma divisão de tarefas fixas, supervisão hierárquica, regras

detalhadas e regulamentos.

 

Atualmente ainda existem empresas que  não aderiram à tendência de modelo de

gestão que existe no mercado global desde a década de 80, pois continuam com um alto

grau de burocracia em sua estrutura empresarial. Essa nova tendência é a gestão com

foco no empowerment, ou, segundo Mills (1996), GEM (Goals, Empowerment,

Measurement – Metas, Empowerment, Avaliação), que constitui-se no novo modelo de

gestão no qual são estabelecidas metas, ou seja, objetivos a curto e médio prazo,

outorga-se a cada funcionário uma maior autonomia e flexibilidade para que as

referidas metas sejam cumpridas, estabelecendo-se os passos para que o

empoderamento ocorra e por último é feita a avaliação da gestão para que se forneça um

feedback aos gestores.

De acordo com o supracitado autor, 6 são os passos para que ocorra o

empowerment: 1.desenvolver a tolerância a erros; 2.desenvolver a confiança; 3.

desenvolver a visão; 4. fixar as metas; 5.avaliar e 6.motivar. Para Tracy (2004), os 10

princípios para o empowerment são: (1) Dizer aos funcionários quais são suas

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responsabilidades, (2) dar a eles autoridade correspondente às responsabilidades citadas,

(3) estabelecer padrões de excelência, (4) oferecer a eles o treinamento necessário para

atingir tais padrões, (5) fornecer aos mesmos conhecimento e informação, (6) fornecer

feedback, (7) dar o reconhecimento propício pelas realizações de cada pessoa, (8)

confiar nos funcionários, (9) dar-lhes permissão para errar e (10) tratar todos com

dignidade e respeito. Conforme a autora, cada um desses princípios é dividido em vários

outros subpassos. Verifica-se que as etapas embrionárias supracitadas são os pontos

básicos para que se possa abordar de forma peculiar o tema. Os autores abordam o

empowerment sob uma perspectiva gerencial. Devido à sua grande complexidade torna-

se impossível defini-lo de uma maneira unívoca. O conceito também pode ser aplicado a

todas as pessoas, sejam elas funcionárias de uma empresa ou não. O educador Paulo

Freire é peremptório ao afirmar que o empoderamento é um processo que permite aos

indivíduos aumentar a eficácia do exercício de sua cidadania, por meio da utilização de

recursos que proporcionam ao mesmo um acréscimo de poder psicológico, sócio-

cultural, político e econômico, visando a libertação do indivíduo de estruturas,

conjunturas e práticas sócio-culturais injustas, opressivas e discriminadoras, por meio de

um processo de reflexão sobre a realidade humana. Nesse sentido, para Paulo Freire

(1970 apud VALOURA, 2005) o empoderamento visa transformar a maneira de sentir,

de pensar e de agir de uma pessoa qualquer.

Serão transcritas as ferramentas ou os passos que devem ser seguidos para a

implementação da referida técnica de gestão: desenvolver a tolerância a erros, a

confiança, a visão, fixar metas, motivar os funcionários e trabalhar a auto-estima dos

mesmos, fazendo com que o modo de enxergar a realidade dos supervisionados seja

transformado. As peculiaridades de cada passo serão analisadas minudenciadamente.

Ao formular um compêndio sobre as abordagens de implementação do empowerment do

ponto de vista dos principais autores, partiu-se para uma pesquisa sobre as novas

alternativas de efetuar o termo. É importantíssimo informar que existem empresas que

se firmam de forma categórica no seu nicho mercadológico a partir de uma estrutura

tradicional e extremamente burocrática. Conforme acentua Morgan (2002, p.37):

 

 Os enfoques mecanicista da organização funcionam bem somente sob

condições nas quais as máquinas operam bem, ou seja: (a) quando existe uma

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tarefa contínua a ser desempenhada; (b) quando o ambiente é suficientemente

estável para assegurar que os produtos oferecidos sejam os apropriados; (c)

quando se quer produzir sempre exatamente o mesmo produto; (d) quando a

precisão é a meta; e (e) quando as partes humanas da “máquina” são

submissas e comportam-se como foi planejado que façam.

 

A presente obra não foi elaborada pensando-se em tais estruturas, mas sim para

sistemas que possuem como característica um  ambiente externo  instável e turbulento.

Para uma empresa que desempenha uma mesma tarefa, continuamente, que produz um

mesmo tipo de produtos, que possui um macroambiente estável e que, principalmente,

possui indivíduos que aceitam o controle rígido, fortemente centralizado, não é

interessante, a princípio, falar-se em empowerment. Só seria interessante abordar essa

técnica quando o ambiente sofresse mudanças. Na medida em que essas mudanças

acontecessem, a alta gestão perceberia, cada vez mais, a importância dessa  prática de

administração. Entretanto pode-se falar em empowerment, nesse tipo de organização,

somente no caso de ceder autoridade, autonomia e flexibilidade ao pessoal da alta

gerência.

Outra questão importantíssima são os aspectos culturais que muitas vezes são

incompatíveis com os princípios do empowerment. É comum que determinado grupo

pense que um administrador perde poder ao reparti-lo com seus supervisionados, pois

essa máxima perdurou por muito tempo na sociedade. Essa assertiva, que provém da

cultura de um povo, é extremamente prejudicial ao empoderamento.

 Procurou-se também delinear o empowerment, traçando sua trajetória histórica,

generalizando-o para além da ciência da administração de empresas, fornecendo ao

leitor as origens do mesmo e sua filosofia, propagando seu conteúdo lato sensu, de

extrema importância a todos.

1.1 Objetivo Geral:

  A pesquisa tem como objetivo geral elaborar uma nova maneira de

implementação do empowerment a partir do estudo detalhado do modelo burocrático de

organização e da análise de métodos de efetuação abordados por autores relevantes,

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Page 4: Empowerment Uma Nova Abordagem

bem como da averiguação das barreiras culturais que muitas vezes ofuscam o

empoderamento.

 

1.2 Objetivos Específicos:

1. Descrever como as organizações piramidais funcionam abordando conceitos como

administração científica e burocracia, para compreender o que deve ser mudado, tendo

como objetivo adequar as empresas ao empowerment;

2. Indicar as principais mudanças que devem ocorrer nas empresas burocratizadas, bem

como as transformações culturais para que ocorra a gestão com foco no empowerment;

3. Informar a história do empowerment;

4. Descrever métodos de implementação do empowerment elaborados por renomados

autores;

5. Formular um novo método de efetuação do empowerment.

1.3 Hipóteses

  Ao seguir à risca os passos para a inserção do empowerment tem-se como

resultado uma maior eficiência, autonomia, flexibilidade e autoridade por parte dos

funcionários, o que permite que a organização torne-se proativa, sendo capaz de

atualizar-se sempre. Todavia, o não cumprimento das referidas etapas faz com que os

funcionários tornem-se desinteressados e a produtividade, bem como o atendimento ao

cliente sejam prejudicados, acarretando uma baixa lucratividade por parte da empresa.

 

4

Page 5: Empowerment Uma Nova Abordagem

1.4 Justificativa

 

É de grande importância o estudo de organizações burocráticas, o conhecimento

de suas características, suas vantagens e desvantagens, pois elas muitas vezes sufocam a

criatividade dos membros de uma organização, impedindo que ela alcance a excelência

em suas diversas atividades. É também fundamental a pesquisa e o estudo de novas

formas de capacitação e empoderamento dos funcionários, para que eles tornem-se cada

vez mais proativos em face das transformações que vêm ocorrendo no mercado, bem

como também possui grande relevância para o desenvolvimento das organizações o

domínio das técnicas de implementação do empowerment.

  O presente trabalho é de grande valia, pois, qualquer empresa, ao entrar em

contato com a presente obra, tornar-se-á apta a efetuar o empowerment no seu ambiente

interno, baseando-se no modo de implementação inovador contido no mesmo. A

presente obra é destinada não só aos administradores, como também para qualquer

funcionário de uma empresa, já que, segundo Paulo Freire (1970 apud VALOURA,

2005), toda pessoa que encontra- se subordinada, numa situação de dependência, a algo

ou a alguém, pode conquistar a liberdade a partir do empoderamento.    

2.Referencial Teórico:

2.1 Diversas abordagens e definições do empowerment

Na literatura diversas são as definições do empowerment:

Para Slack (apud Santos, 2001, p.2) “empowerment significa dar ao pessoal a

autoridade para fazer mudanças no trabalho em si, assim como na forma como ele é

desempenhado”

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Page 6: Empowerment Uma Nova Abordagem

Segundo Randolph (apud Santos, 2001, p.2) “ empowerment é o reconhecimento

e liberação dentro da organização do poder que as pessoas já possuem na riqueza de

seus conhecimentos úteis e na motivação interna”

Para Herrenkohl, Judson e Heffner (apud Santos, 2001, p.2) “empowerment é um

conjunto de procedimentos que buscam a interação e o envolvimento das pessoas com o

trabalho e que as impulsionam a tomar iniciativas e a interferir com ações no processo

produtivo”

Segundo Cunninghamn e Hyman (apud Santos, 2001, p.3) “empowerment

significa conseguir o comprometimento dos empregados em contribuir para as decisões

estratégicas com o objetivo de melhorar o desempenho da organização”

De acordo com Wilkinson (apud Santos, 2001, p.3) “empowerment é uma

referência muito comum na década de 80 baseada na mudança de atitude voltada para o

envolvimento dos funcionários nos processos de inovação”

Conforme Pfeiffer e Dunlop (apud Santos, 2001, p.3) “empowerment consiste da

capacitação e da valorização do funcionário para contribuir em inovação e resolução de

problemas em seu local de trabalho”

O empowerment é uma técnica de gestão que envolve uma mudança radical do

comportamento dos funcionários, mudança essa que faz com que os mesmos participem

ativamente de todos os processos decisórios da empresa. Ele muitas vezes é confundido

com uma simples participação, quando na verdade é uma participação radical.A

tecnologia requer uma mudança também radical da mentalidade dos gestores, os quais

devem acreditar que só conseguirão poder ao dar poder aos seus subalternos.

2.2 As barreiras dos sistemas burocráticos à implementação do empowerment:

Os modelos burocráticos ou mecanicistas possuem características que podem se

tornar barreiras à implementação do empowerment, as quais devem ser analisadas

minudenciadamente. O excesso de regulamentos, a rotinização e padronização

excessiva do trabalho, o acúmulo de normas, se utilizadas em excesso podem tornar-se

6

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impedimentos ao empowerment.”Weber ignorou os aspectos informais das organizações

e, portanto, não soube prever as disfunções burocráticas.” (Bobbio, 2001, p.129) ele

ignorou que o aspecto humano de uma organização é mais importante do que o modelo

ou estrutura na qual ela está baseada e, por isso, não soube prever as disfunções de seu

modelo “ideal”, o qual deve ser analisado sociotecnicamente, de uma perspectiva

contigencial e humana.

Conforme Morgan(2002, p.38):

[...] apesar desses sucessos, enfoques mecanicistas da organização quase sempre têm severas limitações. Em particular, elas podem (a) criar formas organizacionais que tenham grande dificuldade em se adaptar a circunstâncias de mudança; (b) desembocar num tipo de burocracia sem significado e indesejável; (c) ter conseqüências imprevisíveis e indesejáveis à medida que os interesses daqueles que trabalham na organização ganhem precedências sobre os objetivos que foram planejados para serem atingidos pela organização; (d) ter um efeito desumanizante sobre os empregados, especialmente sobre aqueles posicionados em níveis mais baixos da hierarquia organizacional.

Portanto, as limitações da metáfora mecanicista provêm da referida assertiva, a

saber, a de que o arquétipo considera a parte humana previsível e “robótica”.O lado

humano é postergado e em lugar dele coloca-se a eficiência e o lucro em primeiro

lugar.A racionalização contribui para que os gestores estudassem como trabalhar da

maneira mais mecânica, “racional” para que se auferisse maiores lucros.Acreditou-se

que o potencial lucrativa advinha do estudo de tempos e movimentos proposto por

Taylor em sua administração científica.Para ele transferir toda a responsabilidade da

organização do trabalho do trabalhador para o gerente, usar métodos científicos,

selecionar, treinar e fiscalizar as pessoas constituem o modo mais eficiente para a

empresa.(MORGAN, 2002)Esse pensamento foi predominante durante décadas e

pensou-se moldar toda a organização aos princípios de Taylor, ou seja, não só os

aspectos da maneira de trabalhar, do estudo de tempos e movimentos, mas de toda a

estrutura organizacional seriam vistos de uma maneira científica.Com isso surgiu a

administração clássica, proposta por Fayol que constitui-se na adequação de todos os

aspectos da empresa sob o ponto de vista da administração científica.Segundo

Morgan(2002, p.30), “toda a crença básica da teoria da administração clássica e a sua

aplicação moderna é sugerir que as organizações podem ou devem ser sistemas

racionais que operam de maneira tão eficiente quanto possível”.Portanto toda a

organização, na administração clássica é vista como um sistema racional, como uma

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máquina.A idéia da máquina está presente também em na administração por

objetivos(APO), nos modernos sistemas de informações gerenciais(SIG´s) e no

PPBS(planning, programing, budgeting, system) e em várias outras técnicas da moderna

teoria da administração(MORGAN, 2002)

Todavia, paralelamente ao surgimento de vários modos de abordar a racionalização e a cientificação do trabalho e da organização, os administradorese perceberam que aos aspectos humanos devem ser também considerados.As organizações passaram a ser vistas como sistemas sociotécnicos , como estruturas que almejam adequar o lado humano à face técnica, e não o contrário, ou seja, são sistemas onde o ser humano é posto em primeiro lugar.Sistemas sociotécnicos buscam adequar os aspectos técnicos e sociais, pois “esses aspectos do trabalho são inseparáveis, devido à natureza de que um elemento nessa configuração sempre tem importantes conseqüências para o outro.”(Morgan,2002,p.46)Nesse sentido os aspectos técnicos influenciam o lado humano e vice-versa. Essa mentalidade foi desenvolvida com o passar dos anos, a partir da necessidade que os gestores sentiram de que a empresa deve voltar-se ao suprimento das necessidades dos seus membros para que eles possam atingir metas no trabalho nunca antes alcançadas, agregando valora à empresa.

Segundo Morgan (2002, p.36):

Ao considerar a organização como um processo racional e técnico a imagem macanicista tende não só a subvalorizar os aspectos humanos da organização, como também a ver superficialmente o fato de que as tarefas enfrentadas pelas organizações são, muito frequentemente, mais complexas, imprevisíveis e difíceis do que aquelas que podem ser desempenhadas pela maioria das máquinas

2.3. Passos para implementação do empowerment:

Para os autores o empowerment é implementado ao se seguir uma seqüência de passos específica.Essa seqüência de passos oferece diretrizes aos gestores e constituem uma maneira de orientá-los para averiguar qual ponto precisa ser melhorado para que a tecnologia seja implantada definitivamente. Mills (1996) aborda que são 6 os passos para o empowerment: 1.desenvolver a tolerância a erros; 2.desenvolver a confiança; 3. desenvolver a visão; 4. fixar as metas; 5.avaliar e 6.motivar.Para Tracy(2004) os 10 princípios para o empowerment são: 1. dizer às pessoas quais são suas responsabilidades; 2. dar-lhes autoridade correspondente ás suas responsabilidades; 3. estabelecer padrões de excelência; 4. oferecer-lhes o treinamento necessário à satisfação dos padrões; 5. fornece-lhes conhecimento e informação, 6. dar-lhes feedback sobre o seu desempenho; 7. reconhecê-las pelas suas realizações; 8. confiar nelas; 9. dar-lhes permissão para errar; 10. tratá-las com dignidade e respeito. Para Quinn e Spreitzer(1999 apud Santos, 2001), a implementação do empowerment é feita considerando-se as várias etapas de um ciclo, as quais são: 1.empowerment de si e dos outros, 2.novas experiências e perspectivas, 3.redefinição de papéis e atividades, 4.novos padrões de ação, 5.resultado da inovação, 6.reforço, 7.aprendizado e crescimento(é interessante notar que se o resultado da inovação for negativo, tem-se,

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Page 9: Empowerment Uma Nova Abordagem

logo após a referida etapa: punição, desencantamento e eliminação do empowerment).Portanto, partir-se-á dos supracitados modelos de inserção da tecnologia de gestão, procurando esquadrinhá-los ao máximo por meio de um estudo das obras dos autores.

2.4 As várias metáforas da organização.

As organizações podem ser vistas como (a) máquinas, (b) organismos, (c) cérebros, (d) centros culturais, (e) sistemas políticos, (f) prisões psíquicas, (g) fluxo e transformação e (h) instrumentos de dominação (MORGAN, 2002). O trabalho procurará imaginar ou imaginizar(termo criado pelo autor) uma organização a partir das formas ou metáforas supracitadas: modelo burocrático, orgânico ou contingencial, cerebral ou holográfico, cultural, político, da prisão psíquica, do fluxo e transformação e da face repugnante ou instrumentos de dominação.Essas formas de visualizar têm suas vantagens e limitações, cada uma, e são importantes para que se entenda como implementar o empowerment.

Na análise do modelo burocrático, pode-se enxergar a empresa dando ênfase ao modelo ODS(organizar, delegar e supervisionar) ou ao GEM(metas, empowerment, avaliação) (MILLS, 1996).Toda estrutura que têm características mecanicistas, burocráticas, divisionalizadas possui peculiaridades próprias do modelo ODS, todavia, as organizações mais contigencias, abertas e sociotécnicas equiparam-se ao GEM. Também serão abordadas as características da organização clássica, burocrática ou moderna e da organização pós-moderna delimitadas por Sykes, Simpson e Shipley (1997 apud Santos, 2001).

3.Metodologia:

A metodologia constitui-se do delineamento da pesquisa, definição da população e

amostra, plano de coleta dos dados e plano de análise dos dados. 

3.1 Delineamento da Pesquisa

 

No delineamento da pesquisa analisou-se o método da pesquisa, o nível e a estratégia.

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            O método da pesquisa  será o método qualitativo. Os dados utilizados serão

textos e a pesquisa será essencialmente interpretativa, ou seja, o enfoque será a

interpretação e não na quantificação. A pesquisa qualitativa evita números, pois baseia-

se em textos, os quais constituem os seus dados, possui como forma de análise dos

dados a interpretação.A pesquisa qualitativa é também denominada interpretativa e tem

como característica ser uma pesquisa soft.(Bauer;Gaskell, 2002)Muitos autores afirmam

que toda pesquisa é tanto qualitativa como quantitativa., já que “não existe importância

com relação à precisão das medidas, uma vez que o que é medido continua a ser uma

qualidade.”(Oliveira, 1999, p.116) Para mensurar algo a partir de técnicas estatísticas

deve-se primeiro qualificar ou seja fazer o levantamento baseado na qualidade dos

dados.Contudo, com relação ao enfoque, a essência da pesquisa pode ser ou qualitativa

ou quantitativa, apesar de que para quantificar deve-se primeiro qualificar.

Quanto ao nível da pesquisa, ela será caracterizada como explicativa e

descritiva. Ela é considerada descritiva porque o fenômeno e suas variáveis serão

pormenorizados, detalhados para que o leitor os compreenda.Segundo Acevedo e

Nohara(2004) a pesquisa descritiva pode ser utilizada quando o objetivo for descobrir

ou compreender as relações entre os constructos envolvidos no fenômeno,ou, conforme

salienta Gil (1987), as pesquisas descritivas narram as características de determinado

fenômeno.Primeiro procurou-se, portanto, caracterizar o fenômeno, detalhando-o,

descrevendo-o, analisando os constructos dos diversos autores, interligando as

diferentes formas de visualizar o assunto. Logo em seguida fez-se um levantamento das

características do fenômeno para se chegar a uma explicação do mesmo e das suas

variáveis.Por isso, a pesquisa também é classificada como explicativa, por tentar

devassar o conceito do empowerment e da burocracia, relacionando as diversas

variáveis, analisando os porquês que constituem a base de toda pesquisa científica, por

meio de indagações como ”qual a relação entre A e B”, “como a variável Y influencia

as variáveis X e Z”, ou seja, tentando dar respostas aos porquês a partir da análise

individual das variáveis e qual a influência que uma exerce sobre a outra.De acordo com

Acevedo e Nohara(2004, p.47) “a explicação implica necessariamente conhecer as

relações entre os eventos”.As respostas surgem, ao saber como os eventos estão

relacionados entre si e como o fenômeno que se deseja analisar. Conforme aborda Gil

(1987), esse é o tipo de pesquisa que procura conhecer a realidade, o porquê das coisas,

a razão ou os fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.É importante

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Page 11: Empowerment Uma Nova Abordagem

assinalar que quando o fenômeno foi suficientemente descrito e detalhado partiu-se para

a explicação do mesmo.

Quanto à estratégia de pesquisa que será utilizada, a pesquisa é considerada

bibliográfica, pois serão utilizados livros de leitura corrente  e de referência informativa.

Segundo Acevedo e Nohara(2004,p.48) “o levantamento bibliográfico consiste na busca

de estudos anteriores que já foram produzidos por outros cientistas e que geralmente são

publicados em livros ou artigos científicos”. Os livros de leitura corrente serão as obras

literárias e utilizar-se-á o dicionário como livro de referência informativa.

Empregar-se-á, nesse projeto de pesquisa, a técnica dedutiva, partindo da busca

de características gerais de como implementar o empowerment, para que toda empresa

possa efetuá-lo, ou seja, do geral para o particular. O método dedutivo, proposto por

Descartes, Leibiniz e Spinoza faz uso de silogismos e construções lógicas para se chegar

a uma verdade, a qual pode ser derrocada, ou não. Conforme assinala Cervo e Bervian

(2002, p. 34,35):

 

         A dedução é a argumentação que torna explícitas

verdades particulares contidas em verdades universais. O ponto

de partida é o antecedente, que afirma uma verdade universal, e

o ponto de chegada é o conseqüente, que afirma uma verdade

menos geral ou particular contida implicitamente no primeiro.

Com isso pode-se dizer que far-se-á uso do conhecimento científico, tratando

com racionalidade os métodos de implementação do empowerment, sendo esquemático

e metodológico, procurando descrever e explicar a relação das variáveis entre si e de

cada uma delas com o fenômeno, fazendo uso da razão.

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Page 12: Empowerment Uma Nova Abordagem

3.2 Definição da População e da Amostra

3.3 Plano de Coleta dos Dados

3.4 Plano de Análise dos Dados

 

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Page 13: Empowerment Uma Nova Abordagem

4. Cronograma e Orçamento

Cronograma

Mês/2010 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

1.escolha do

tema

2.levantamento

bibliográfico

3.elaboração

do projeto de

pesquisa

4.entrega do

projeto de

pesquisa

5. coleta de

dados

6. organização

do trabalho

7. redação do

trabalho

8. revisão final

9. entrega e

defesa da

monografia

Orçamento

Gasto com folha para impressão do trabalho: R$4,00;Gasto com passagens de ônibus: R$ 15,00;Gastos com cartucho para impressão: R$40,0Gastos com a aquisição de um livro: R$27,00Total: R$86,00

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Page 14: Empowerment Uma Nova Abordagem

5. Referências

Araújo, Luís Cesar Gonçalves. Organização, sistemas e métodos e as modernas ferramentas de gestão organizacional: arquitetura organizacional, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006

BÍBLIA. Português.Bíblia de Estudo de Genebra.São Paulo: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.1728 p.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola;PASQUINO, Giafranco. Dicionário de Política. 5. ed. São Paulo: Imprensa oficial do estado, 2001.

CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Científica. 5 .ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.

Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Mills, Daniel Quinn. Empowerment, um imperativo: seis passos para se estabelecer uma organização de alto desempenho. 1.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

Morgan, Gareth.Imagens da Organização. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Rodrigues, Claudia Heloisa Ribeiro; Santos, Fernando César Almada. Empowerment: ciclo de implementação, dimensões e tipologia. 5 mar. 2010. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2001000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 mar. 2010.

Tracy, Diane.10 Princípios para o Empowerment.1.ed.Rio de Janeiro:Campus/Elsevier, 2004.

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Page 15: Empowerment Uma Nova Abordagem

Vasconcelos, Eduardo Mourão. O Poder que brota da dor e da opressão: empowerment, sua história, teorias e estratégias. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2003.

Valoura, Leila de Castro. Paulo Freire, o educador brasileiro autor do termo empodermaneto, em seu sentido transformador. 5 mar. 2010.Disponível em: <http://www.paulofreire.org/twiki/pub/Crpf/CrpfAcervo000120/Paulo_Freire_e_o_conceito_de_empoderamento.pdf>.Acesso em 5 mar. 2010.

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