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Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 05 CURSO TÉCNICO EM PESCA Cadeia produtiva da pesca/aquicultura e Arranjos Produtivos Locais EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO

EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO - Ministério da …redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_rec_naturais/... · 2012-10-18 · Identifi car os diversos elos que com põem as

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Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva

05C U R S O T É C N I C O E M P E S C A

Cadeia produtiva da pesca/aquiculturae Arranjos Produtivos Locais

EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO

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Coordenadora da Produção dos Materias

Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco

Coordenador de Edição

Ary Sergio Braga Olinisky

Coordenadora de Revisão

Giovana Paiva de Oliveira

Design Gráfi co

Ivana Lima

Diagramação

Ivana LimaJosé Antônio Bezerra JúniorMariana Araújo de BritoVitor Gomes Pimentel

Arte e ilustração

Adauto HarleyCarolina CostaHeinkel Huguenin

Revisão Tipográfi ca

Adriana Rodrigues Gomes

Design Instrucional

Janio Gustavo BarbosaLuciane Almeida Mascarenhas de AndradeJeremias Alves A. SilvaMargareth Pereira Dias

Revisão de Linguagem

Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade

Revisão das Normas da ABNT

Verônica Pinheiro da Silva

Adaptação para o Módulo Matemático

Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho

Revisão Técnica

Rosilene Alves de Paiva

EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

Projeto Gráfi co

Secretaria de Educação a Distância – SEDIS

Governo Federal

Ministério da Educação

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Você verá

por aqui...

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Objetivo

Dando continuidade ao nosso conteúdo programático, nesta aula vamos aprofundar um pouco mais nosso entendimento sobre “cadeias produtivas”, mais especifi camente, as cadeias produtivas da pesca/aquicultura. Vamos

procurar entender porque é tão importante que cada um dos “elos“ dessa cadeiaesteja cumprindo o seu papel de forma adequada, identifi cando, ainda, oportunidades de atuação para o profi ssional técnico em aquicultura/pesca. Esta é a nossa última aula voltada para o aprendizado e discussão de conceitos teóricos, na qual teremos também a oportunidade de conhecer o conceito de “Arranjos Produtivos Locais”. E então, vamos começar?

Identifi car os diversos elos que compõem as cadeias produtivasda pesca/aquicultura.

Identifi car oportunidades de atuação nas cadeias produtivas da pesca/aquicultura, de acordo com a realidade da sua região.

Apresentar a sua própria defi nição para o conceito de “arranjosprodutivos locais”.

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Para começo

de conversa...

Na aula passada, entre outros assuntos, foi apresentado o conceito de “Cadeias Produtivas”, você lembra qual é?

A cadeia de produção como conjunto de operações técnicas constitui a defi nição mais imediata e mais conhecida do conceito. Este enfoque consiste em descrever as operações de produção responsáveis pela transformação da matéria-prima em produto acabado ou semi-acabado. Segundo esta lógica, uma cadeia de produção apresenta-se como uma sucessão linear de operações técnicas de produção (BATALHA, 2001, p. 40).

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Cadeia produtiva

Para entender melhor esse conceito, vamos tentar identifi car os principais elementos que compõem cada um dos elos dessa cadeia, utilizando como exemplo a cadeia produtiva da tilápia de cultivo.

1. “organizações supridoras de insumos básicos”: nesse item, estão inseridos todos os insumos necessários para que um produtor inicie a sua criação. Constituem os elos dessa cadeia:

a instituição de pesquisa que estuda o melhoramento genético da espécie;

o laboratório que fornece os alevinos;

o fabricante de ração;

a empresa que fornece os equipamentos e insumos necessários para o acompanhamento da qualidade da água nos viveiros;

a empresa especializada no transporte dos alevinos e assim por diante.

Esses componentes ou “elos” da cadeia produtiva também são identifi cados como “à montante”, ou seja, são operações realizadas antes de iniciar a atividade principal, que é o cultivo da tilápia.

2. “... as fazendas e agroindústrias com seus processos produtivos”: nesse item, inserem-se as atividades de produção propriamente ditas, esse é o elo de referênciana cadeia produtiva. É onde o produtor vai utilizar os insumos produzidos nas etapas anteriores e transformá-los em produto, ou seja, a combinação dos alevinos com a ração e a água monitorada nos viveiros, vai se transformar, pelo trabalho do produtor, em tilápias de 500g, prontas para a comercialização.

3. “... as unidades de comercialização atacadista e varejista e os consumidores fi nais”: nesse item, estão inseridas as atividades também conhecidas como “à jusante”, ouseja, após a realização da atividade principal, ou de produção. Constituem os elos dessa cadeia:

a empresa responsável pelo transporte dos peixes até os centros de distribuição;

a “distribuidora”, que colocará o produto nos pontos de venda;

o supermercado, responsável pela venda do produto ao consumidor fi nal;

a fábrica do gelo utilizado na conservação do produto e assim por diante.

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Observe que todos esses elos estão conectados, de alguma forma, por fl uxos de capital, materiais ou de informação. Assim, quando um dos elos deixa de cumprir seu papel, ele acaba infl uenciando outros.

[...] uma cadeia de produção agroindustrial pode ser segmentada, de jusante a montante, em três macrossegmentos. Em muitos casos práticos, os limites dessa divisão não são facilmente identifi cáveis. Além disso, essa divisão pode variar muito segundo o tipo de produto e segundo o objetivo da análise. Os três macrossegmentos propostos são:

a) Comercialização. Representa as empresas que estão em contato com o cliente fi nal da cadeia de produção e que viabilizam o comércio e o consumo de produtosfi nais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas, etc.). Podem ser incluídas nesse macrossegmento as empresas responsáveis somente pelalogística de distribuição.

b) Industrialização. Representa as fi rmas responsáveis pela transformação dasmatérias-primas em produtos fi nais destinados ao consumidor. O consumidor pode ser uma unidade familiar ou outra agroindústria.

c) Produção de matérias-primas. Reúne as fi rmas que fornecem as matérias-primas para que outras empresas avancem no processo de produção do produto fi nal(agricultura, pecuária, pesca, piscicultura, etc.) (BATALHA, 2001, p. 28 - 29).

Para entender melhor esse processo, preste bastante atenção nas situações a seguir, em seguida, responda à atividade abaixo:

Personagem 1 – Alípio é um profi ssional da área de aquicultura que resolveu investir naprodução de alevinos em sua propriedade. Hoje, Alípio possui um laboratório com boa infra-estrutura para reprodução e fornece alevinos de 5 espécies diferentes para mais de 30 produtores localizados na Região.

Personagem 2 – Matias é proprietário de uma casa de produtos agropecuários. Entre outros produtos, ele comercializa ração para peixes e outros animais. É o único representante das duas principais marcas de ração utilizadas pelos aquicultores da Região.

Personagem 3 – Alessandra é gerente de uma rede de supermercados que atende aRegião, com fi liais nos principais Municípios do Estado. Entre os produtos comercializados, os peixes de cultivo têm tido uma boa aceitação por parte dos consumidores, por isso Alessandra mantém contato direto com os produtores da Região, através da Associação dos Aquicultores da Região de Peixolândia.

Personagem 4 – Dona Josefa é proprietária de uma rede de restaurantes na Região, especializado em pratos à base de pescado. Também adquire os peixes de cultivo através da Associação.

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1Praticando...

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Personagem 5 – Fernando é recém-casado, gosta muito de pescado, mas sua jovemesposa não tem muita habilidade no preparo dos pratos. Por isso, pelo menos duasvezes ao mês eles costumam almoçar num dos restaurantes da Dona Josefa. Tambémcostumam comprar, semanalmente, o peixe oriundo do cultivo, num dos supermercadosdo Município.

Personagem 6 – Você é um dos 30 produtores que fornece o pescado para supermercadose restaurantes, através da Associação.

Todos os personagens descritos acima, inclusive você, estão inseridos, de alguma forma, na cadeia produtiva da aquicultura da região de Peixolândia, certo? Considerando apenas as informações descritas acima, o que vocêacha que aconteceria com os outros “elos” dessa cadeia se:

1. Matias resolvesse se aposentar, fechando a casa de produtosagropecuários? Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê?

2. Alípio ganhasse na loteria e resolvesse abandonar a Região,repentinamente, sem deixar vestígios? Quem seria afetado? E você,

como produtor, faria o quê?

3. Alessandra deixasse de negociar com a Associação, e a rede desupermercados passasse a importar o peixe de cultivo de outras Regiõespor um valor mais baixo? Quem seria afetado? E você, como produtor,faria o quê?

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4. E se Fernando, representando outras centenas de consumidores,resolvesse não comprar mais peixe fresco, passando a comprar apenasprodutos processados (nuggets, fi lé de peixe empanado, etc.), fazendocom que o consumo caísse de 500 kg/ mês para menos de 80 kg/mês?Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê?

Nas situações acima, de forma bastante resumida, você pode perceber o quanto cada “elo” de uma mesma cadeia produtiva pode ser afetado por outros. Se tivéssemos, nesse mesmo exemplo, 5 diferentes fornecedores de ração, o fato de um dos fornecedores desistir do negócio não teria o mesmo impacto para o produtor, do que o que ocorreu por se tratar de um único fornecedor, não é mesmo? Por outro lado, se você desistisse do negócio, em meio a outros 30 produtores, isso poderia acontecer sem grandes prejuízos para os demais.

Vejamos agora outro exemplo na área de pesca: para entender a forma como os diversos elos da cadeia interagem entre si, observemos o exemplo da cadeia produtivade um determinado tipo de pescado, onde o pescador vende sua produção para um atravessador a preços muito baixos e, muitas vezes, em troca de fi nanciamentos para adquirir materiais de pesca e/ou alimentos. Nesse caso, temos uma relação confl ituosa em que o pescador, considerado o elo mais fraco da cadeia, não recebe o valor justo pelo seu trabalho em função de outro componente da cadeia, a quem interessa que o pescador receba cada vez menos pelo produto para que ele possa lucrar cada vez mais. Essa mesma interação entre os diversos elos da cadeia pode ocorrer também de forma cooperativa, como no exemplo em que o comerciante de pescado, ao receber um percentual pelo seu trabalho, procura vender o produto pelo melhor preço, o que aumentaria a sua renda e também a renda do pescador.

É importante lembrar que essas relações não ocorrem de forma isolada, elas estão inseridas em diferentes ambientes, institucional e organizacional. Como ambiente

institucional, temos as leis, os costumes, etc., que infl uenciam na forma como os diferentes elos da cadeia se relacionam. Como ambiente organizacional, no exemplocitado acima, temos as instituições responsáveis pelas políticas públicas, assistência técnica e fomento à produção, as organizações sociais, etc., que poderiam intervir de forma que o pescador, ou seja, o elo mais fraco da cadeia, pudesse vir a se fortalecer, através do acesso a informações técnicas e/ou fi nanciamentos, entre outros.

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

E o empreendedor?

Entender o funcionamento da cadeia produtiva na qual pretende atuar é de grande importância para o futuro empreendedor, uma vez que a sua atividade irá depender, em maior ou menor escala, do desempenho dos outros “elos” dessa cadeia. Vejamos mais um exemplo:

Um empreendedor identifica uma excelente oportunidade de negócios, que é a transformação de resíduos da indústria do pescado em “farinha de peixe” para utilização no preparo de ração animal. Ele consegue o fi nanciamento para os equipamentos, ou seja, o ambiente organizacional lhe é favorável, também consegue uma licença de operação, já que o seu empreendimento pode ser considerado um “econegócio”, sendo que o ambiente institucional também lhe é favorável. Finalmente, ele está apto a assinar um contrato com uma fábrica de rações, que se compromete em comprar toda a sua produção. As projeções fi nanceiras apontam para o sucesso do empreendimento, e o nosso empreendedor também domina a tecnologia necessária para a realização de todo o processo de produção. Ainda assim, ele resolve não investir nessa empresa, pois não conseguiu entrar em acordo com um dos “elos”da cadeia produtiva, o que pode

inviabilizar seu empreendimento. E então, você consegue descobrir qual é?

E então, você lembrou-se dos fornecedores de matéria-prima? Isso mesmo, no exemplo citado, as indústrias de pesca, embora não utilizem os resíduos, que são descartados no meio ambiente, se recusaram a assinar um contrato de fornecimento com o nosso empreendedor. Logo, se ele investir nesse negócio, a qualquer momento uma dessas empresas pode se recusar a fornecer a matéria-prima, podendo, ela própria, passar a investir no aproveitamento desses resíduos. E sem matéria-prima, o empreendimento não funciona, certo?

2Praticando...

No item autoavaliação, da nossa terceira aula, você foi convidado a pesquisar na Internet ou nos materiais disponíveis nas outras disciplinas do Curso, quala situação atual do setor Pesqueiro/aquícola no cenário mundial, nacional e também na sua Região. De acordo com as informações obtidas, procure identifi car, no espaço abaixo, exemplos de empresas/instituições/pessoasinseridas na cadeia produtiva da pesca e/ou aquicultura da sua Região.

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

a) organizações supridoras de insumos básicos (à montante):

b) processos produtivos (atividade principal)

c) unidades de comercialização atacadista e varejista e os

consumidores fi nais

Na aula passada, você também foi convidado a escolher o “empreendimento” no qual irá investir nas próximas aulas. Como primeiro passo nessa tarefa, você identifi cou uma oportunidade. Agora, procure localizar a oportunidade identifi cada de acordo com asua posição na cadeia produtiva. Ou seja: ela faz parte da atividade principal, está “à montante” ou “à jusante”?

Não esqueça. Um bom empreendedor nem sempre precisa criar um novo produto ou serviço, ele pode encontrar formas de fazer o mesmo produto/serviço de forma mais rápida, mais barata ou com melhor qualidade. O importante é que o seu produto/serviço possua um diferencial no mercado.

Você também deve tomar o cuidado em escolher um produto ou serviço relativamente simples, uma vez que o objetivo maior é o aprendizado. Com exemplos mais simples você terá maior facilidade em acompanhar todas as aulas. E então?

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

O produto/serviço escolhido é :

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Muito bem! Ao concluir essa disciplina, esperamos contar com mais um exemplo de

empreendedorismo de sucesso!

Arranjos

Produtivos Locais

Bem, agora que já estamos familiarizados com termos como “empreendedorismo”; “agronegócio” e “cadeias produtivas”, vamos aprender um novo conceito: você já ouviu falar em “Arranjos Produtivos Locais”?

Arranjos Produtivos Locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específi co de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços fi nais até fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e fi nanciamento (BRITO; ALBAGLI, 2003, p. 3-4).

E tudo começou com a globalização...

Na nossa terceira aula, falamos sobre globalização e em como esse fenômeno tem afetado nossas vidas. Se considerarmos a Globalização como o resultado da integração cada vez maior entre mercados, meios de transporte e de comunicação, provocando uma interdependência comercial entre os países e interferindo nas suas diferentes culturas, alterando a forma como as pessoas se vestem, se divertem ou se alimentam; passemos a imaginar o papel e o poder das grandes empresas multinacionais, presentes, aomesmo tempo, nos mais longínquos lugares.

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Essas grandes empresas facilmente passam a dominar o mercado no segmento onde atuam, sendo favorecidas, entre outros fatores, pelo poder econômico e/ou domínio tecnológico. E as pequenas e médias empresas, qual será o seu papel num mundo globalizado? Como competir com a tecnologia e os preços da multinacionais?

Foi para atender a essa preocupação que surgiram as redes de cooperação, entre as quais estão inseridos os Arranjos Produtivos Locais, focados na cooperação e associaçãoentre as empresas. Essa cooperação ocorre através da união de conhecimentos, divisão de tarefas, compartilhamento de equipamentos, instalações e mão-de-obra, entre outros, trazendo muitas vantagens para essas empresas.

Conforme descrito no conceito acima, são aglomerações territoriais, representadas por um conjunto de profi ssionais, empresas e instituições localizados num mesmo território, ou seja, guardando uma certa proximidade em relação ao espaço geográfi co onde estão instalados.Um exemplo na área da pesca poderia ser um Município ou comunidade onde existem pescadores, empresas de pesca, empresas de benefi ciamento do pescado, agências de fomento, órgão de assistência técnica, exportadores, etc., de forma que a relação entre os mesmos seja cooperativa e não de competição, ou seja,todos cooperam entre si para que a atividade continue prosperando, o que faz desse Município ou comunidade uma referência quando se trata de produção pesqueira em um determinado Estado ou País.

No Brasil, tem-se discutido e estudado as redes de pequenas e médias empresas, pois desempenham papel fundamental na economia brasileira. Uma dessas iniciativas é a Redesist, “Uma rede de pesquisa interdisciplinar, formalizada desde 1997, sediada no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que conta com a participação de várias universidades e institutos de pesquisa no Brasil, além de manter parcerias com outras instituições da América Latina, Europa e Ásia”. Para saber mais sobre esse assunto, você vai encontrar o endereço da Redesist na Internet, nas nossas sugestões para leitura.

Hoje estamos concluindo a segunda Unidade de Conteúdo da nossa disciplina. A partir da próxima aula, passaremos a trabalhar com uma das principais ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor: a pesquisa de mercado, utilizando como exemplo o empreendimento que você escolheu.

Para reforçar o aprendizado de hoje, juntando “oportunidades na cadeia produtiva da pesca/aquicultura”, “empreendedorismo” e “arranjos produtivos locais”, vamos voltar, na Autoavaliação, ao exemplo do empreendedor que desistiu de montar uma empresa de aproveitamento de resíduos industriais de pescado, porque não contava com a colaboração de outro elo da cadeia, que eram as indústrias de pescado, fornecedoras da principal matéria-prima utilizada na fabricação do seu produto.

Por hoje é só, espero contar com você nas aulas seguintes. Não falte!

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Leitura complementar

REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS E ARRANJOS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS – RedeSist. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/>. Acesso em: 8 jan. 2009.

Sobre Arranjos Produtivos Locais, visite a página da Redesist, na Internet, disponível no endereço anterior.

E continue observando, no mundo real, detalhes da cadeia produtiva da pesca/aquicultura no seu Município. Converse com as pessoas, identifi que possíveis entraves e oportunidades. Quanto mais você se empenhar em conhecer a realidade do setor em que pretende atuar, melhor será o seu desempenho como profi ssional.

Na aula de hoje, reapresentamos o conceito de cadeias produtivas através de exemplos específi cos voltados para a área da pesca/aquicultura. Através desses exemplos, você pode identifi car, de forma concreta, os diversos “elos” que compõem essa cadeia, bem como fatores específi cos como a interdependência entre cada um deles, além da possível infl uência dos ambientes institucional e/ou organizacional. Mais uma vez, você foi chamado a escolher o produto e/ou serviço a partir do qual você acompanhará nossas próximas aulas, com foco nas ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor, após a apresentação de um novo conceito, o de “Arranjos Produtivos Locais”. Finalmente, fi zemos mais uma retrospectiva acerca dos principais temas abordados em aulas anteriores, mais especifi camente sobre as diferentes formas de empreender.

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Autoavaliação

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Utilizando o conceito de Arranjos Produtivos Locais, imagine uma situaçãoideal de colaboração entre os vários “elos” da cadeia produtiva apresentadaacima. Como as empresas de pesca agiriam? O que o empreendedor poderiafazer para provocar uma mudança nas atitudes dessas empresas? Comoos demais “elos” da cadeia poderiam participar? Pense um pouco e nãoesqueça de colocar sua resposta no espaço abaixo:

As empresas poderiam

O empreendedor

O Governo

A fábrica de ração

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Empreendedorismo no Agronegócio A05

Referências

BATALHA, Mário O. (Coord.). Gestão agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v 1.

BRITO, J.; ALBAGLI, S. Glossário de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais - REDESIST, Rio deJaneiro, 2003.

REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS E ARRANJOS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS – RedeSist. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/>. Acesso em: 8 jan. 2009.

SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 11. ed. São Paulo: Best Seller, 2003.

Anotações

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