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TEXTO: DORA TRONCÃO O Grupo Lúcia Piloto comemora 40 anos de existência, uma longevidade, que se explica por “um cunho de distinção e de diferenciação face à restante concorrência”, afirma Patrícia Piloto, CEO do grupo. “A marca foi iniciada pelos nossos pais há 40 anos e continua a ter este cunho, com uma escalada de sucesso, evoluindo, mudando conceitos dentro da mesma ati- vidade. Através do conceito ou modelo de negócio que vai além do ser um cabeleirei- ro, oferecemos hoje um serviço integrado de beleza global, comportando os serviços de manicura, estética, mas também o SPA, inaugurado em finais de 2007”, explica Patrícia Piloto. “Nascemos numa segunda cave de ho- tel e tudo aconteceu a partir de aí, conse- guindo sair e trazer o negócio para a rua, apenas com a publicidade de boca a boca”, lembra. E acrescenta: “fazemos sempre por abrir com algo diferente e aquilo que mais gosto de fazer é toda a estratégia que está por detrás de um conceito, não sendo ape- nas os clientes como também os parceiros como, por exemplo, a L’Oréal, com quem trabalhamos desde sempre, cujo interna- cional ‘board’ quando nos visita, fica sur- preendido com o nosso conceito”. O Grupo Lúcia Piloto foi criando es- paços específicos para cada público, para além das áreas masculinas, também dispo- nibiliza cuidados para as crianças, nomea- damente nos salões da Av. 5 de outubro e Av. Augusto Aguiar, dois dos oito salões que a marca disponibiliza, todos situados na zona da Grande Lisboa. Programa de descontos para clientes “São numerosos os clientes que seguem a marca desde há 40 anos e que trazem as novas gerações, os filhos, os netos, porque este é um negócio que fideliza muito os clientes e vamos fazendo esse acompanha- mento com conceitos, que temos aloca- dos a outros targets como, por exemplo, um programa para jovens que foi criado há quatro anos, em que oferecemos 50% nos serviços, até aos 25 anos de idade, para usufruírem dos nossos serviços com a mes- ma qualidade do preço de tabela e assim conseguimos atrair o público mais jovem e fidelizá-lo à marca”, afirma Patrícia Piloto. “O bolo maior dos nossos clientes tem entre os 30 anos e 65 anos, mas, desde que iniciámos este programa, temos cada vez mais jovens porque havia muitos que gos- tavam da marca, mas não tinham poder económico e esta foi a forma de lhes dar acesso à marca por um valor mais acessí- vel”, acrescenta. E frisa que “o mercado de beleza sempre foi muito apetecível, é um mercado que fatura milhões em todo o mundo, sendo natural essa evolução e crescimento por- que as novas gerações têm acesso a estes serviços e cada vez mais os ícones de cine- ma, da música servem de inspiração para as pessoas, que querem estar bonitas”. “A percentagem de clientes particulares é maior do que os clientes empresariais, pois os protocolos existentes com as empresas são pontuais”, revela ainda a CEO. Contu- do, Lúcia Piloto trabalha em parceria com canais de televisão e é responsável e cuida da imagem de numerosas figuras públi- cas, em várias áreas desde a representação (atores), apresentação (entretenimento), jornalistas e repórteres de informação, ao mundo da moda, música e mesmo da es- fera política. No festival Rock in Rio pen- teou cerca 2000 pessoas em cinco dias, entre público a colaboradores das várias marcas presentes no recinto. São recomen- dados por vários hotéis parceiros na área de cabelos e Spa. EMPRESA COMEMORA 40 ANOS DE EXISTÊNCIA Lúcia Piloto aposta no serviço integrado de beleza global O futuro digital do retalho O retalho é uma indústria em crescimento, não apresentando quaisquer sinais de retrocesso. As vendas mundiais a retalho cresceram 4,8% ao ano durante a última década, sendo que, em 2016, a atividade digital representava 9% do total das vendas, estimando-se que este indicador atinja os 20% em 2020, acompanhando a expansão global do acesso à internet por parte dos consumidores. Em economias avançadas (Alemanha, UK, Coreia do Sul), a taxa de penetração do acesso doméstico à internet encontra-se acima dos 80%. Outros países, como a Rússia e a Índia, contornaram a era do e-commerce, saltando diretamente para o m-commerce, tirando partido da facilidade, proximidade, flexibilidade e rapidez promovida pelos sistemas móveis tablets e smartphones. As pressões da era digital sobre a indústria do retalho estão a obrigar os retalhistas a adaptarem-se rapidamente a um novo paradigma de negócio cujas exigências de mudança se regem pela máxima darwiniana: adaptação ou morte. Incursões furtivas de novos concorrentes ameaçam territórios anteriormente exclusivos, conquistando quotas de mercado e apanhando os retalhistas tradicionais desprevenidos. Estes veem-se forçados a recuperar terreno num cenário de disrupção com o passado que não dominam. Guerras ferozes de preços são uma ameaça à manutenção das quotas de mercado do retalho tradicional, que falha na adaptação dos seus canais de distribuição aos desafios colocados pela era digital e enfrenta quedas nos lucros à medida que a ameaça tecnológica ganha terreno. Por outro lado, a eliminação de intermediários gera crescimento exponencial dos indicadores de desempenho mas também riscos para o retalhista. O relatório da Euler Hermes, Retail Disrupted, Pressure and Potential in the Digital Age, propõe um método de avaliação destes riscos relacionados com a rápida digitalização da indústria do retalho. O desenvolvimento de estratégias omnicanal, os custos da presença online e a mobilidade são identificados como os maiores desafios que os retalhistas enfrentarão nos próximos cinco anos, assumindo-se como os três principais fatores disruptivos desta indústria. Mas o Big Data e a Internet das Coisas têm também um papel fundamental nesta transformação: objetos conectados, plataformas digitais e visitas de clientes permitem dispor de uma quantidade enorme de informação cujo potencial assenta numa aposta forte no desenvolvimento de ferramentas analíticas que permitam caraterizar o comportamento do consumidor e proporcionar-lhe uma experiência de compra customizada e diferenciadora. O comércio físico não está ultrapassado. Apenas terá de adaptar-se à era digital. A necessidade de migração para soluções tecnológicas é uma imposição real do mercado que determinará a sobrevivência do negócio. A presença digital fortalece a marca internamente e a nível global. Facilita o acesso a mercados e ajuda a aumentar as vendas. Os retalhistas devem tratar a presença online como um meio e não como um fim. Uma ferramenta estratégica e não uma estratégia por si só. O acesso móvel, as soluções omnicanal, a globalização e o acesso à informação reforçam o poder negocial dos consumidores e conduzem o futuro digital da indústria do retalho. O SLab é um centro de competências da Católica Porto Business School que desenvolve projetos e investigação em conjunto com as empresas em diversas áreas da Gestão de Serviços. A Economia Digital PARCEIROS SLAB SLAB CATÓLICA.PORTO Os retalhistas devem tratar a presença online como um meio e não como um fim HELENA CORREIA Membro do SLab Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/why-indian-retailers-should-adopt-omni-channel-retail-amit-chaturvedi/ EMPRESAS 26 SEXTA-FEIRA, 26 DE JANEIRO 2018 Patrícia Piloto, CEO do Grupo Lúcia Piloto, com a diretora criativa e fundadora “partner”, Lúcia Piloto. No festival Rock in Rio a marca penteou cerca 2000 pessoas em cinco dias

EMPRESA COMEMORA 40 ANOS DE EXISTÊNCIA SLAB Lúcia … · (atores), apresentação (entretenimento), jornalistas e repórteres de informação, ao mundo da moda, música e mesmo

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Page 1: EMPRESA COMEMORA 40 ANOS DE EXISTÊNCIA SLAB Lúcia … · (atores), apresentação (entretenimento), jornalistas e repórteres de informação, ao mundo da moda, música e mesmo

TEXTO: DORA TRONCÃO

O Grupo Lúcia Piloto comemora 40 anos de existência, uma longevidade, que se explica por “um cunho de distinção e de diferenciação face à restante concorrência”, afi rma Patrícia Piloto, CEO do grupo.

“A marca foi iniciada pelos nossos pais há 40 anos e continua a ter este cunho, com uma escalada de sucesso, evoluindo, mudando conceitos dentro da mesma ati-vidade. Através do conceito ou modelo de negócio que vai além do ser um cabeleirei-ro, oferecemos hoje um serviço integrado de beleza global, comportando os serviços de manicura, estética, mas também o SPA, inaugurado em fi nais de 2007”, explica Patrícia Piloto.

“Nascemos numa segunda cave de ho-tel e tudo aconteceu a partir de aí, conse-guindo sair e trazer o negócio para a rua, apenas com a publicidade de boca a boca”, lembra. E acrescenta: “fazemos sempre por abrir com algo diferente e aquilo que mais gosto de fazer é toda a estratégia que está por detrás de um conceito, não sendo ape-nas os clientes como também os parceiros como, por exemplo, a L’Oréal, com quem trabalhamos desde sempre, cujo interna-cional ‘board’ quando nos visita, fi ca sur-preendido com o nosso conceito”.

O Grupo Lúcia Piloto foi criando es-paços específi cos para cada público, para além das áreas masculinas, também dispo-nibiliza cuidados para as crianças, nomea-damente nos salões da Av. 5 de outubro e Av. Augusto Aguiar, dois dos oito salões que a marca disponibiliza, todos situados na zona da Grande Lisboa.

Programa de descontos para clientes

“São numerosos os clientes que seguem a marca desde há 40 anos e que trazem as novas gerações, os fi lhos, os netos, porque este é um negócio que fi deliza muito os clientes e vamos fazendo esse acompanha-mento com conceitos, que temos aloca-dos a outros targets como, por exemplo,

um programa para jovens que foi criado há quatro anos, em que oferecemos 50% nos serviços, até aos 25 anos de idade, para usufruírem dos nossos serviços com a mes-ma qualidade do preço de tabela e assim conseguimos atrair o público mais jovem e fi delizá-lo à marca”, afi rma Patrícia Piloto.

“O bolo maior dos nossos clientes tem entre os 30 anos e 65 anos, mas, desde que iniciámos este programa, temos cada vez mais jovens porque havia muitos que gos-tavam da marca, mas não tinham poder económico e esta foi a forma de lhes dar acesso à marca por um valor mais acessí-vel”, acrescenta.

E frisa que “o mercado de beleza sempre foi muito apetecível, é um mercado que fatura milhões em todo o mundo, sendo natural essa evolução e crescimento por-que as novas gerações têm acesso a estes serviços e cada vez mais os ícones de cine-ma, da música servem de inspiração para as pessoas, que querem estar bonitas”.

“A percentagem de clientes particulares é maior do que os clientes empresariais, pois os protocolos existentes com as empresas são pontuais”, revela ainda a CEO. Contu-do, Lúcia Piloto trabalha em parceria com canais de televisão e é responsável e cuida da imagem de numerosas fi guras públi-cas, em várias áreas desde a representação (atores), apresentação (entretenimento), jornalistas e repórteres de informação, ao mundo da moda, música e mesmo da es-fera política. No festival Rock in Rio pen-teou cerca 2000 pessoas em cinco dias, entre público a colaboradores das várias marcas presentes no recinto. São recomen-dados por vários hotéis parceiros na área de cabelos e Spa.

EMPRESA COMEMORA 40 ANOS DE EXISTÊNCIA

Lúcia Piloto aposta no serviço integrado de beleza globalO futuro digital do retalho

O retalho é uma indústria em crescimento, não apresentando quaisquer sinais de retrocesso. As vendas mundiais a retalho cresceram 4,8% ao ano durante a última década, sendo que, em 2016, a atividade digital representava 9% do total das vendas, estimando-se que este indicador atinja os 20% em 2020, acompanhando a expansão global do acesso à internet por parte dos consumidores. Em economias avançadas (Alemanha, UK, Coreia do Sul), a taxa de penetração do acesso doméstico à internet encontra-se acima dos 80%. Outros países, como a Rússia e a Índia, contornaram a era do e-commerce, saltando diretamente para o m-commerce, tirando partido da facilidade, proximidade, fl exibilidade e rapidez promovida pelos sistemas móveis – tablets e smartphones.As pressões da era digital sobre a indústria do retalho estão a obrigar os retalhistas a adaptarem-se rapidamente a um novo paradigma de negócio cujas exigências de mudança se regem pela máxima darwiniana: adaptação ou morte. Incursões furtivas de novos concorrentes ameaçam territórios anteriormente exclusivos, conquistando quotas de mercado e apanhando os retalhistas tradicionais desprevenidos. Estes veem-se forçados a recuperar terreno num cenário de disrupção com o passado que não dominam.Guerras ferozes de preços são uma ameaça à manutenção das quotas de mercado do retalho tradicional, que falha na adaptação dos seus canais de distribuição aos desafi os colocados pela era digital e enfrenta quedas nos lucros à medida que a ameaça tecnológica ganha terreno. Por outro lado, a eliminação de intermediários gera crescimento exponencial dos indicadores de desempenho mas também riscos para o retalhista. O relatório da Euler Hermes, Retail Disrupted, Pressure and Potential in the Digital Age, propõe um método de avaliação destes riscos relacionados com a rápida

digitalização da indústria do retalho. O desenvolvimento de estratégias omnicanal, os custos da presença online e a mobilidade são identifi cados como os maiores desafi os que os retalhistas enfrentarão nos próximos cinco anos, assumindo-se como os três principais fatores disruptivos desta indústria. Mas o Big Data e a Internet das Coisas têm também um papel fundamental nesta transformação: objetos conectados, plataformas digitais e visitas de clientes permitem dispor de uma quantidade enorme de informação cujo

potencial assenta numa aposta forte no desenvolvimento de ferramentas analíticas que permitam caraterizar o comportamento do consumidor e proporcionar-lhe uma experiência de compra customizada e diferenciadora.O comércio físico não está ultrapassado. Apenas terá de adaptar-se à era digital. A necessidade de migração para soluções tecnológicas é uma imposição real do mercado que determinará a sobrevivência do negócio. A presença digital fortalece a marca internamente e a nível global. Facilita o acesso a mercados e ajuda a aumentar as vendas. Os retalhistas devem tratar a presença online como um meio e não como um fi m. Uma ferramenta estratégica e não uma estratégia por si só. O acesso móvel, as soluções omnicanal, a globalização e o acesso à informação reforçam o poder negocial dos consumidores e conduzem o futuro digital da indústria do retalho.

O SLab é um centro de competências da Católica Porto Business School que desenvolve projetos e investigação em conjunto com as empresas em diversas áreas da Gestão de Serviços. A Economia Digital

PARCEIROS SLAB

SLABCATÓLICA.PORTO

Os retalhistas devem tratar a presença online como um meio e não como um fi m

HELENA CORREIAMembro do SLab

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/why-indian-retailers-should-adopt-omni-channel-retail-amit-chaturvedi/

EMPRESAS

26 SEXTA-FEIRA, 26 DE JANEIRO 2018

Patrícia Piloto, CEO do Grupo Lúcia Piloto, com a diretora criativa e fundadora “partner”, Lúcia Piloto.

No festival Rock in Rio a marca penteou cerca 2000 pessoas em cinco dias