EMPRESAS ESTATAIS E A CONSOLIDAÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NAVAL BRASILEIRA ALCIDES GOULARTI FILHO

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    H-industri@Revista de historia de la industria,

    los servicios y las empresas en Amrica Latina

    ISSN 1851-703X

    Ao 7- Nro. 12, primer semestre de 2013

    Empresas estatais e a consolidao da indstriada construo naval brasileira

    Alcides Goularti FilhoUniversidade do Extremo Sul Catarinense, Brasil

    [email protected] presena da indstria naval no Brasil nos remete ao sculo !"!, #uando havia nas principais cidades do litoralpe#uenos estaleiros e arsenais da marinha. $as %oi a partir do &lano de $etas '()*+()+- #ue no /io de 0aneiroesta indstria se concentrou e desenvolveu um a1lomerado interrelacionado, pautado em 1randes estaleiros, comalta capacidade de di%undir e incorporar inova2es. Entre os anos de ()+- e ()3*, a indstria da constru4o navalpesada 5rasileira viveu um per6odo de prosperidade ancorado na renova4o da %rota mercante nacional %inanciadapela Superintend7ncia 8acional da $arinha $ercante 'SU8A$A$. 9 o5:etivo deste arti1o mostrar #ue asencomendas reali;adas pelas empresas de nave1a4o estatais sustentaram e impulsionaram a indstria naval5rasileira. Alm da introdu4o, o texto est< dividido em #uatro t=picos> inicialmente %aremos uma 5reve tra:et=riada marinha mercante e da constru4o naval 5rasileira do %inal do sculo !"!a ()+-, destacando as mudanasinstitucionais e %inanceiras #ue criaram as 5ases para a %orma4o do a1lomerado. Em se1uida, ser< apontada a

    rela4o entre o processo de industriali;a4o no Brasil e o papel das estatais. 8um terceiro momento,detalharemos as encomendas %eitas pela Companhia de 8ave1a4o ?lod Brasileiro, Frota 8acional de&etroleiros 'F/98A&E&E/9BAS e 9CE8AE'ale do /io oce :unto aos estaleiros 5rasileiros dentro dosv $A/"8E "8US/K 8A"98A?"S$ SAE 8A"GA"98 C/"S"S

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    Resumen?a presencia de la industria de la construcci=n naval en Brasil nos lleva de vuelta al si1lo !"!, cuando sere1istraron en las principales ciudades costeras de pe#ueLos astilleros arsenales $arina. &ero %ue a partir &lande $etas '()*+()+-, en /6o de 0aneiro #ue esta industria se ha en%ocado desarrollado un con:untointerrelacionado, so5re la 5ase de los 1randes sitios con alta capacidad de di%undir e incorporar innovaciones.

    Entre ()+- ()3*, la industria de la construcci=n naval pesado 5rasileLo experiment= un per6odo de prosperidadanclado en la renovaci=n de la %lota mercante nacional %inanciado por la Superintend7ncia 8acional da $arinha$ercante 'SU8A$A$. El o5:etivo de este tra5a:o es mostrar #ue los pedidos hechos por las compaL6as navieras aument= la %iscal6a ale1= 1rupo astillero en el pa6s. Adem el primero es una 5reve historia de la marina mercante naval 5rasileLa del si1lo !"! hasta ()+-,destacando los cam5ios econ=micos e institucionales #ue han creado la 5ase para la %ormaci=n de la a1rupaci=n.A continuaci=n, seLal= la relaci=n entre el proceso de industriali;aci=n en Brasil el papel del Estado. En tercerlu1ar, vo a detallar los pedidos reali;ados por el Frota 8acional de &etroleiros 'Fronape &E/9B/AS,Companhia de 8ave1a4o ?lod Brasileiro ocenave 'ale do /io oce :unto a astilleros 5rasileLos en losdiversos planes se centraron en la construcci=n naval. &or ltimo, vamos a destacar el inicio deldesmantelamiento parcial de la industria de la construcci=n naval, la r (* de octu5re de N-(NApro5ado>N( de noviem5re de N-(N

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    Introduo: Estado e industrializao

    A tra:et=ria da %orma4o do par#ue industrial 5rasileiro desde a se1unda metade do sculo !"!at os

    anos de ())-, com desta#ue maior para o per6odo ()O-()3-, sempre esteve associada P estreita

    rela4o entre o Estado e a indstria nacional. Em al1uns momentos, essa rela4o %oi mais pontual e, em

    outros, disseminouse para diversas

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    a vapor. Em 5oa medida, o sucesso dos pe#uenos estaleiros privados dependia das demandas do

    Arsenal da $arinha e da movimenta4o do porto do /io de 0aneiro, am5os so5 comando estatal.O

    e %orma indireta, a atua4o do Estado deuse 5asicamente por tr7s pol6ticas> tari%as

    al%ande1

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    en%o#ue nas encomendas de novas em5arca2es %eitas aos estaleiros nacionais instalados no Brasil p=s

    ()*). Essa rela4o re%lete uma parte da sim5iose #ue havia entre o Estado e a indstria dentro do

    pro:eto de industriali;a4o pesada posto em marcha p=s()*+. Em 5oa medida, essas encomendas

    %oram executadas dentro do plane:amento estatal #ue envolvia companhias de nave1a4o estatais e

    privadas, am5as %inanciadas com recursos p5licos.

    ra!et"ria da indstria da construo naval pesada

    A indstria da constru4o naval est< presente no Brasil desde o in6cio do sculo !"!, %oi se

    consolidando ao lon1o das dcadas e che1ou P &rimeira /ep5lica como um %orte a1lomerado de

    empresas locali;adas na cidade do /io de 0aneiro e 8iter=i. En#uanto a madeira %ormava a 5ase

    material dessa indstria, o Brasil rapidamente incorporou os adventos das novas tecnolo1ias n

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    it=ria, /eci%e e Belm, alm de outros dois no /io &aran< e no /io &ara1uai. 9s locali;ados na Ba6a da

    Guana5ara eram> Estaleiro "lha iana da 8ave1a4o Costeira, #ue %a;ia 5asicamente reparos para a

    %rota estatal Estaleiro $au

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    selecionados e a constru4o de tr7s 1randes di#ues, locali;ados no /io de 0aneiro, em Santos e no /io

    Grande. Em ()*3, a capacidade de produ4o era de *.--- &B anuais e o o5:etivo era ampliar para

    (O-.---&Bem ()+N, sendo #ue (--.--- &Bestariam so5 a responsa5ilidade dos dois novos estaleiros

    advindos do exterior, N-.--- &B, dos nacionais reaparelhados e (-.--- &B, da "lha iana. A parte

    reservada aos nacionais parecia pe#uena, mas si1ni%icava do5rar a sua capacidade instalada em #uatro

    anos.

    Uma 5atalha encampada pelo Geicon %oi a %ormula4o da proposta para cria4o do F$$ e do

    /$$. Ap=s de5ates no Con1resso, am5os %oram criados por meio da ?ei O.O3(, de NR de a5ril de

    ()*), com a %inalidade de prover recursos para a renova4o e a recupera4o da marinha mercante e a

    %orma4o de um par#ue industrial naval no &a6s. 9s recursos arrecadados seriam recolhidos ao Banco

    8acional de esenvolvimento EconZmico 'B8E, numa conta especial, P ordem da Comiss4o da

    $arinha $ercante 'C$$, =r14o criado em ()R( e deveriam ser destinados P renova4o da %rota

    mercante nacional e ao %inanciamento de empresas de reparos e de constru4o naval para melhorar e

    ampliar suas instala2es. Estavam criadas as condi2es institucionais e %inanceiras para %ormar no &a6s a

    nova indstria da constru4o naval pesada.

    &ara cumprir as metas de constru4o, elevadas para (+-.--- &B, %oram selecionados #uatro

    estaleiros nacionais 'dois mdios e dois pe#uenos e atra6do do exterior dois estaleiros #ue passaram a

    atuar como indstrias motri;es do setor naval. 9s nacionais %oram o Estaleiro $au< e as "ndstrias

    /eunidas Caneco, am5os de porte mediano, e o Estaleiro S= e o Estaleiro Ema# En1enharia e$

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    9s militares no poder deram um novo rumo P marinha mercante e P constru4o naval,

    %ortaleceram os aspectos privado e nacional com a trans%orma4o do ?lod Brasileiro e do Estaleiro da

    "lha iana em economia mista de capital a5erto, desonerando o esouro 8acional de %inanciar seus

    sucessivos d%icits.(N 9utra mudana si1ni%icativa %oi a trans%orma4o da C$$ em Superintend7ncia

    8acional da $arinha $ercante 'SU8A$A$, #ue centrali;ou e %ortaleceu as pol6ticas voltadas para o

    setor naval.

    A pol6tica econZmica dos primeiros anos da ditadura militar cristali;ouse no &ae1 '&lano de

    A4o EconZmica do Governo ()++()+3, #ue tinha como principal o5:etivo a elimina4o dos 1ar1alos

    econZmicos #ue impediam a retomada do crescimento. e imediato, reali;ouse uma re%orma 5anc

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    acentuada amplia4o da in%raestrutura de transportes e comunica2es. 8esse contexto de expectativas

    positivas, #ue %oi executado o" &C8.

    Com a economia 5rasileira crescendo (-,-T ao ano e para atender aos prop=sitos do "" &lano

    8acional de esenvolvimento, do 1overno Ernesto Geisel, a SU8A$A$ lanou o "" &lano da

    Constru4o 8aval ()Q*()Q) '"" &C8, #ue estava ancorado 5asicamente nas companhias estatais de

    nave1a4o> F/98A&E, 9CE8AE e ?lod Brasileiro. 9 "" &C8, #ue previa a contrata4o de *.O--.---

    &B, e concluir (.O--.---&Bencomendados no plano anterior.

    Com a desacelera4o da economia 5rasileira e as di%iculdades na li5era4o de recursos %inanceiros,

    as encomendas atrasaram e os estaleiros #ue haviam se preparado para o "" &C8comearam a operar

    com capacidade ociosa. 9 estaleiro Caneco entre1ou suas encomendas de ()QR apenas em ()3*, o

    $au

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    9 Brasil che1ou ao %inal dos anos de ()3- numa crise econZmica com pro%unda insta5ilidade nas

    %inanas p5licas e nos preos, sem capacidade para %inanciar a retomada do crescimento. 9 Estado

    estava politicamente desmorali;ado, en1essado numa crise %iscal e %inanceira, #ue imo5ili;ara os

    instrumentos de plane:amento. 9 endividamento externo crescia de %orma exponencial, esva;iando os

    canais de %inanciamento externo e interno, atro%iando as estatais, #ue, ao invs de auxiliarem na

    retomada do crescimento,pari pass! redu;iram seus investimentos.(Q[ nesse clima #ue a SU8A$A$%oi

    extinta, e a constru4o naval, parcialmente desmontada. &ara su5stituir a SU8A$A$, %oi criado, dentro

    do $inistrio do ransporte, o epartamento da $arinha $ercante '$$, =r14o respons

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    abela (: )esempenho da indstria da construo naval brasileira #*+,-#***

    Ano .avios entre&ues P' rabalhadores Ano .avios entre&ues P' rabalhadores

    ()+- (.RO- ()3- (.-N3.OR- OO.Q)N

    ()+( O.(-- *.3*- ()3( 3)3.*Q- OR.RQN()+N NR.3-- Q.O*- ()3N R+O.-N- OO.R+)()+O R*.)*- Q.+O- ()3O NOQ.N-- N+.(3-()+R **.Q-- (-.)-- ()3R *(R.QN- N(.---()+* (*.Q-- ((.+-- ()3* *R).QR- N(.R+O()++ 3*.NN- (N.*-- ()3+ NNR.)-- (3.Q)+()+Q )*.))- (O.*-- ()3Q 3N.*-- N-.R)O()+3 (3Q.*R- (*.--- ()33 R-.(-- ().NQQ()+) +3.+*- (+.*-- ()3) NQQ.+Q- (Q.)+*()Q- (N(.)*- (3.--- ())- OR-.))- (O.-)Q()Q( (OR.*)- (3.*-- ())( (-3.(-- (O.OO-

    ()QN N)).N)- ().N-- ())N )-.RN- (N.3**()QO N+R.+N- N-.--- ())O N((.RN- (R.NN*()QR O(N.*-- N(.*-- ())R (Q+.R*- (N.Q--()Q* R+(.--- NO.--- ())* N+R.--- ).N-+()Q+ R(-.)-- N*.--- ())+ (*).*-- *.*+N()QQ O)).)+- N3.Q-- ())Q Q*.QO- N.+R(()Q3 *O*.+R- O(.--- ())3 *O.)(- (.33-()Q) (.O-(.N-- O).(** ())) +*.)*- N.O--

    Fonte> /elat=rios da C$$]SU8A$A$]$$.

    As re%ormas econZmicas desnacionali;aram parte da marinha mercante e desmontaram

    parcialmente a indstria da constru4o naval. As 1randes companhias de nave1a4o multinacionais, #ue

    :< dominavam o comrcio mundial, passaram a atuar na ca5ota1em 5rasileira. A entrada dessas

    companhias %oi permitida em %un4o da re%orma da Constitui4o de ()33, iniciada em ())O, #ue alterou

    o Arti1o (Q3, cu:o par X8a ordena4o do transporte a#u

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    Armadores estatais e a indstria naval brasileira

    Com a instala4o dos dois 1randes estaleiros multinacionais em ()*), "shi5ras e erolme, e o apoio

    dado aos nacionais, todos %inanciados pela C$$, #ue operava os recursos do F$$, estavam dadas as

    condi2es para serem executadas as metas para a %orma4o, expans4o e consolida4o da indstria naval

    pesada 5rasileira. 8este t=pico analisaremos especi%icamente a rela4o entre os armadores estatais

    'F/98A&E, ?lod Brasileiro e ocenave e a indstria naval, destacando as encomendas de novas

    em5arca2es. &ara melhor compreendermos essa tra:et=ria, o texto est< dividido por empresa, iniciando

    em ()+-, se1uindo at a dcada de ())-.

    Frota Nacional de Petroleiros # FR$N%P&

    Amparado no C=di1o de $inas de ()OR e na Constitui4o de ()OQ, Getlio ar1as Xtendo em vista os

    elevados interesses da se1urana do pa6s e da economia nacionalY promul1ou o ecreto?ei O)*, de N)

    de a5ril de ()O3, #ue declarava de utilidade p5lica o comrcio importador e exportador, o transporte,

    o re%ino e a distri5ui4o do petr=leo e seus derivados em todo o territ=rio nacional. 8a mesma

    oportunidade, %oi criado o Conselho 8acional do &etr=leo 'C8&, um =r14o li1ado diretamente ao

    presidente da /ep5lica, cu:os amplos poderes %oram de%inidos no ecreto?ei *O3, de Q de :ulho de()O3. Com esses dois atos, ar1as dava in6cio a uma tra:et=ria de nacionali;a4o e estati;a4o das

    atividades petrol6%eras, #ue culminou em ()*O com a cria4o da&E/9B/AS.

    A &E/9B/AS, como sa5ido, %oi criada dentro de um movimento de nacionali;a4o de v

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    Em ()R), por meio da ?ei +*-, de (O de maro, o executivo %ederal autori;ou a a5ertura de

    crdito especial no valor de +R,((+ milh2es de d=lares para a a#uisi4o de locomotivas, re%inarias e

    navios petroleiros. o total, 3O,OQT dos recursos deveriam ser destinados ao C8& para o seu

    aparelhamento, #ue inclu6a a compra de navios petroleiros, totali;ando (3-.---&B. Com os recursos

    1arantidos, no ano se1uinte, ()*-, por meio do ecreto N3.-*-, de N* de a5ril, o 1overno Gaspar utra

    criou aF/98A&E, #ue tinha como uma de suas atri5ui2es ela5orar planos de explora4o e amplia4o da

    %rota de navios.

    A primeira em5arca4o incorporada ao patrimZnio da C8& %oi o naviotan#ue enus, de (+.N--

    &B, ad#uirido em ()R) da empresa sueca'ohson Line. Em :aneiro de ()*-, o navio che1ou ao porto do

    /io de 0aneiro e %oi re5ati;ado de X&residente utraY, na poca era o maior naviotan#ue sul

    americano(). entro da execu4o do &lano Salte 'Sade, Alimenta4o, ransporte e Ener1ia, aprovado

    pelo Con1resso 8acional em maio de ()*-, previase o investimento de Cr^ (,R)* 5ilh4o '3(,OO3

    milh2es de d=lares no setor petrol6%ero, #ue envolvia a %orma4o de uma %rota de navios. N-Entre ()*-

    e ()*N, cumpridas as metas do &lano, %oram incorporadas de; novas em5arca2es, totali;ando ().N*Q

    &B, sendo nove constru6das no estaleiro Ura1a, no 0ap4o, e uma no estaleiro Uddvallavavert, na

    SuciaN(. Em ()*+, a F/98A&E:< contava com uma %rota de N* em5arca2es, totali;ando NN).)*- &B

    'a5ela O, sendo #ue (+ eram petroleiros de lon1o curso.NN

    A expans4o da %rota estava condicionada ao aumento da produ4o de petr=leo e da constru4o

    de novas re%inarias, am5os resultados da consolida4o do pro:eto de industriali;a4o e da amplia4o domercado interno. Com a entrada em opera4o da /e%inaria &residente Bernardes, em ()**, com uma

    capacidade de re%ino de *-,-T do consumo nacional de com5ust6veis, necessariamente a F/98A&Eteve

    #ue ampliar a sua %rota.

    urante a execu4o do &lano de $etas, destacamse a incorpora4o e a a#uisi4o dos nove

    petroleiros destinados ao transporte de produtos escuros com capacidade mdia de OO.--- &B, #ue

    %ormaram a XClasse &residenteY. odos %oram constru6dos em estaleiros no exterior, sendo #uatro no

    erolme, na Volanda, e um no "shiJaIa:ima, no 0ap4o.NOA escolha desses dois estaleiros %a;ia parte das

    estrat1ias do 1overno 0uscelino Wu5itscheJ para atra6los ao Brasil com o o5:etivo de instalar no

    territ=rio nacional a moderna indstria da constru4o naval pesada.

    A primeira encomenda da F/98A&E%oi reali;ada ao Estaleiro $au< para a constru4o de #uatro

    petroleiros para transporte de produtos escuros de (-.Q-- &Bem mdia, todos entre1ues em ()++.

    am5m %oram %eitas duas encomendas ao erolme de dois petroleiros 'produtos escuros de (-.+--

    ()&ortos e 8avios '()QN.N-Brasil '()*-.N(

    &ortos e 8avios '()QN.NNBrasil '()*+.NO&etro5ras '()*Q()+N &ortos e 8avios '()QN.

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    &B 'Anexo (. Essas encomendas n4o si1ni%icaram #ue a F/98A&E tinha a5andonado a op4o de

    contratar estaleiros no exterior. entro dos o5:etivos do executivo %ederal em %ortalecer a indstria

    nacional, a &E/9B/AS5uscava cumprir as metas de nacionali;a4o, porm, #uando n4o havia o%erta no

    mercado interno, ela %a;ia suas encomendas no exterior, pois n4o podia pre:udicar seus novos pro:etos

    de prospec4o e produ4o de petr=leo. Em ()+O, che1aram do Estaleiro Fu1ina1ata, no 0ap4o, tr7s

    1aseiros com capacidade para transportar N.Q*) &B. Em ()+), che1aram os dois superpetroleiros

    'Vamilton ?opes e Vorta Bar5osa do Estaleiro 9dense]?indo da inamarca com capacidade de

    ((+.Q*- &B. Essas duas me1aencomendas da F/98A&E eram exemplos de #ue as estrat1ias da

    empresas estavam acima dos o5:etivos da nacionali;a4o da indstria naval, cu:a capacidade ainda era

    incapa; de atender a 1randes encomendas. 8ovas contra2es em estaleiros 5rasileiros ocorreram de

    %orma isolada em ()Q- e ()Q(, de #uatro novos petroleiros de NR.R-- &B, tr7s minriopetroleiros de

    (O(.---&Be dois naviostan#ues de (N.(--&B. 'Anexo (

    Em ()+3, ap=s amplas pes#uisas 1eol=1icas, a &E/9B/AS desco5re petr=leo na plata%orma

    continental, no Campo de Guaricema, em Ser1ipe. E na tra:et=ria constante da produ4o de petr=leo, a

    companhia che1ou em ()+) produ;indo (-.-NO mil m_, #uase o do5ro de cinco anos antes. oda essa

    estrutura produtiva da &E/9B/AS exi1ia #ue a F/98A&E tam5m ampliasse sua %rota, o #ue %e;,

    elevandoa para R- em5arca2es em ()+Q, totali;ando +-3.*R* &B 'a5ela O, transportando *,-

    milh2es de toneladas mtricas de petr=leo no lon1o curso e (- milh2es na ca5ota1em 'a5ela R.NR

    &ara iniciar os tra5alhos de per%ura4o, a &E/9B/ASencomendou, em ()+3, ao estaleiro $au

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    restante, das 5acias sedimentares. A partir dos resultados da Bacia de Campos e a desco5erta de novos

    campos, a produ4o extra6da do mar passou para R(,(T em ()3-.N+

    Com a Xcon#uista do marY na Bacia de Campos, #ue passou a %ornecer 3*,-T do petr=leo

    consumido no &a6s, a &E/9B/AS comeou a alu1ar, comprar e encomendar plata%ormas mar6timas

    autoelevat=rias de per%ura4o e prospec4o para extrair o =leo cru. Ap=s a constru4o da &E/9B/AS",

    #ue estava em opera4o no Ser1ipe, %oram compradas a &E/9B/AS"", no 0ap4o, a &E/9B/AS""", nos

    Estados Unidos, am5as em ()QN, e a &E/9B/AS", na /om7nia, em ()Q*. Atendendo aos o5:etivos

    do "" &8, a &E/9B/AS %oi encomendada ao estaleiro erolme, #ue iniciava suas atividades em

    o((shore.NQ

    Com uma %rota de *O em5arca2es, totali;ando R.(--.--- &B, transportando *Q,+ milh2es de

    toneladas mtricas no lon1o curso e (R,O milh2es na ca5ota1em, a F/98A&Eche1a, no %inal da dcada

    de ()Q-, como a maior %rota petroleira do hemis%rio sul, alm de ser uma das principais ncoras da

    indstria da constru4o naval 5rasileira. entro do "" &C8, a F/98A&E contratou oito minrio

    petroleiros totali;ando (.-QN---&B, sendo dois ao "shi5ras e seis ao erolme.

    8o comeo dos anos de ()3-, a F/98A&E rece5eu as encomendas reali;adas nos &lanos

    anteriores e %e; novos contratos para atender P expans4o da prospec4o em

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    a constru4o da &lata%orma &(3, com tecnolo1ia da &E/9B/AS, constru6da parte no Brasil, pela

    9de5recht, e parte em Cin1apura.N)

    8a se1unda metade dos anos de ()3-, %oram acrescidos mais nove unidades ao patrimZnio da

    F/98A&E, com desta#ue para tr7s petroleiros para produtos escuros constru6dos no "shi5ras. Essas

    %oram as ltimas 1randes encomendas reali;adas pela &E/9B/AS aos estaleiros 5rasileiros, antes da

    retomada p=sN--N. 8o %inal da dcada, em ()3), a %rota era de +Q navios, num total de *.-3).--- &B,

    transportando OQ,N milh2es de toneladas mtricas de petr=leo no lon1o curso e R3,) milh2es na

    ca5ota1em. Esses :< eram os resultados concretos da produ4o oriunda da plata%orma continental.O-

    Em ())Q, por meio da ?ei ).RQ3, de + de a1osto, a &E/9B/AS perdeu o monop=lio da

    prospec4o de petr=leo, #ue voltou a ser controlado pela Uni4o, cu:os leil2es dos lotes para novas

    explora2es passaram a ser administrados pela A17ncia 8acional do &etr=leo 'A8&. Como resultado, a

    &E/9B/AScomeou a concorrer no territ=rio nacional com 1randes empresas multinacionais do setor

    petrol6%ero. Esse novo cen

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    abela /: Evoluo da 0rota da 1R2.APE#*3*-#***

    Ano .avios P' Ano .avios P'()R) ( (+.-O- ()QO OQ (.*-+.ONO()*- R N(.)R- ()QR O) N.-)O.---

    ()*( (O +Q.))- ()Q* RO N.O-(.++-()*N NN NNR.NO* ()Q+ R3 N.+N3.O3N()*O NN NNR.NO* ()Q) *O R.(--.---()*R NN NNR.NO* ()3- *Q R.*)Q.*N+()** NN NNR.NO* ()3( +( R.3RO.))O()*+ N* NN).)*- ()3N +O R.3QQ.*))()*Q N+ NO-.)QO ()3O ++ R.)QQ.---()*3 N+ NO-.)QO ()3* 3Q *.()N.---()*) O( OQ-.--R ()3+ +) *.NR*.---()+- O) *(N.3RN ()3Q +) *.(-O.---()+( RN *RN.3RN ()33 +Q *.-3).---()+* R( *)*.Q-N ())- QN *.O--.---()++ RO +O*.R)3 ())( Q- *.O--.---()+Q R- +-3.*R* ())N QN *.R--.---()Q- ON 3N-.--- ())* QO *.N3-.---()Q( ON )(3.--- ())) +O O.Q(3.O(*

    Fonte> /elat=rios da&E/9B/AS, v

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    abela 3: ransporte realizado pela 1R2.APE#*+#-#**45 milh6es de toneladas m7tricas

    Ano 8on&o curso 9abota&em Ano 8on&o curso 9abota&em()+( 3,- R,Q ()Q3 *+,) (O,(()+N 3,+ Q,3 ()Q) *Q,+ (R,O

    ()+O 3,O Q,R ()3- *3,* (*,O()+R *,* Q,R ()3( *Q,* (*,*()+* *,( +,) ()3N *),N (3,*()++ R,) 3,* ()3O *(,3 NR,-()+Q *,- (-,- ()3R *(,) ON,*()Q- (N,( (-,* ()3* RR,N OQ,O()Q( (Q,( ((,( ()3+ RN,) O+,3()QN NR,O ),R ()3Q OQ,3 R+,)()QO O3,Q (-,R ()33 OQ,N R3,)()QR R*,* ((,) ())N O3,3 R+,Q()Q* R*,O (N,3 ())R RN,- R(,-()QQ *(,N (N,O ())* O),R R*,(

    Fonte> /elat=rios da&E/9B/AS, v

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    londrinos, Companhia 8acional de 8ave1a4o a apor e Companhia Brasileira de 8ave1a4o a

    apor.OR

    $esmo comeando com uma %rota de +* navios, somando R3.N3)&B, e a5sorvendo **,RNT do

    total das su5ven2es despendidas pelo Estado, o in6cio do ?lod Brasileiro n4o %oi dos melhores. 8o

    ano se1uinte a sua %unda4o, os pro5lemas %inanceiros e administrativos comearam a sur1ir, levando P

    primeira insolv7ncia da companhia. Com tentativa de evitar a #ue5ra da nascente companhia, no ano

    se1uinte, a mesma %oi encampada pela Empresa de 95ras &5licas do Brasil. Ap=s essa incorpora4o,

    at o ano de ()(O, #uando %oi declarado patrimZnio nacional, o ?lod Brasileiro teve oito re1imes

    administrativos di%erentes> passou por interven2es do 1overno %ederal e do Branco do Brasil, %oi

    trans%ormado em sociedade anZnima, so%reu uma li#uida4o %orada e seus 5ens vendidos em leil4o, %oi

    novamente reor1ani;ado nos moldes de uma empresa privada at ser de%initivamente encampado em

    ()(O. 8o entanto, no meio dessa tur5ul7ncia administrativa, o ?lod Brasileiro nunca parou seus

    servios no transporte de pessoas e mercadorias, servindo todo o litoral 5rasileiro e as principais 5acias

    hidro1r

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    o processo de distri5ui4o e circula4o das mercadorias.O) 9 limite produtivo do ?lod Brasileiro era

    amplamente conhecido e o acmulo de d%icit :< n4o assustava mais o executivo. $esmo assim seria

    imposs6vel parar uma %rota de +R navios, #ue em ()*+ representava O(,+OT da &B nacional, e

    transportava (.)--.--- toneladas, sendo #ue na ca5ota1em atendia todas as re1i2es 5rasileiras e, no

    lon1o curso, mantinha as ?inhas Americanas '8ova KorJ e 8ovas 9rleans, Europeias '8orte e

    $editerrneo e do /io da &rata.R-

    &ara cumprir a $eta N3 do &lano de $etas, o ?lod Brasileiro iniciou um ousado pro1rama de

    renova4o da %rota. Foram contratadas de; em5arca2es totali;ando 3N.Q+- &B distri5u6das nos

    principais estaleiros, incluindo o erolme e o "shi5ras, #ue %oram respons

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    investimentos reali;ados no in6cio da dcada. 9 setor naval era estrat1ico para os militares, #ue

    associavam sua expans4o P doutrina de se1urana nacional.RN

    8o " &C8, o ?lod Brasileiro %oi respons

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    ()3-. entro do "e "" &&C8%oram incorporadas as ltimas encomendas da XClasse ?lodY e iniciada a

    nova classe intitulada X/ios BrasileirosY. Entre ()3- e ()3N, #ue a5ran1e o %inal do "" &C8e a execu4o

    dos &&C8s %oram entre1ues oito novas em5arca2es totali;ando (+Q.R((&B. 8os anos #ue se1uiram

    at ()3Q, apesar de toda tur5ul7ncia dentro da SU8A$A$e o arre%ecimento do setor naval, o ?lod

    Brasileiro continuou sendo utili;ado para manter os estaleiros operando e %oram incorporadas P sua

    %rota seis em5arca2es. 'Anexo N

    Ao lon1o das tr7s dcadas p=s()*), o ?lod Brasileiro %oi o armado nacional #ue mais ad#uiriu

    novas em5arca2es dos estaleiros 5rasileiros. Ao $au< %oram contratados N( em5arca2es, totali;ando

    O*(.(R+&B, e %oi o estaleiro #ue mais atendeu Ps demandas do ?lod Brasileiro. Ao todo, os estaleiros

    nacionais representaram +N,-RT dos contratos reali;ados p=s()*). "sso demonstra #ue o ?lod

    Brasileiro era orientado para %ortalecer a indstria nacional. Contudo, isso n4o si1ni%icou #ue a

    companhia tenha encerrado suas encomendas no exterior. 8o mesmo per6odo analisado, %oram

    ad#uiridas nove em5arca2es em estaleiros no exterior oito na &olZnia '(R+.(R3&B e uma no 0ap4o

    'N+.N+*&B. 'Anexo N

    A se1unda metade dos anos de ()3- %oi de pro%unda a1onia para a empresa, #ue estava prestes a

    completar (-- anos, e #ue havia transportado mais de ((( milh2es de toneladas numa tra:et=ria de

    %ortalecimento do mercado interno. Alm disso, o ?lod Brasileiro era o instrumento da pol6tica da

    marinha mercante 5rasileira #ue participava ativamente nas Con%er7ncias de Fretes e #ue 1arantiu ao

    Brasil o critrio R-R-N- 'R-T do transporte de car1as por navios de 5andeira 5rasileira, R-T pornavios de 5andeira do parceiro comercial do Brasil e N-T por navios da chamada O\ 5andeira.

    $esmo se adaptando Ps novas tecnolo1ias do setor da nave1a4o, como a compra e a%retamento

    de navios(!ll cont*ineres, o volume da car1a ca6a sucessivamente, re1istrando em ())- o total de N(N.---

    toneladas 'a5ela *, o valor mdio dos anos de ()(-. Com o aumento da capacidade ociosa, %oram

    desativados N- navios e devolvidos tr7s navios estran1eiros. Em compensa4o, as d6vidas cresciam de

    %orma exponencial.R3

    8o %inal de ()3Q, no mesmo ano em #ue %oi rece5ido o navio /io Coari, de *(.R-+ &B,

    constru6do no estaleiro $au

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    Empresa de 8ave1a4o da Ama;Znia, a Companhia de 8ave1a4o do S4o Francisco, o Servio de

    8ave1a4o da Bacia do &rata e a Companhia de 8ave1a4o ?lod Brasileiro. $esmo com a revo1a4o

    desse decreto nos meses se1uintes, #ue anulou temporariamente o processo de privati;a4o, as

    coordenadas para o %uturo do ?lod Brasileiro :< estavam de%inidas. Era apenas uma #uest4o de tempo,

    ou melhor, de pouco tempo.

    Ap=s a pu5lica4o do decreto #ue previa a extin4o ou dissolu4o do ?lod Brasileiro,

    rapidamente a diretoria %e; uma ampla reestrutura4o #ue contou com o apoio de todos os

    %uncion

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    9 ecreto (.QR+, de (R de de;em5ro de ())*, dissolveu e extin1uiu por de%initivo a companhia,

    #ue entrou em processo de li#uida4o. A partir desse momento, com 5ase em outros decretos, a

    comiss4o encarre1ada da li#uida4o %oi reali;ando a venda dos ativos imo5ili;ados e dos navios, alm

    de %a;er os acertos das demiss2es volunt

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    mais modernas siderr1icas 5rasileiras #ue processava o minrio de %erro da C/e exportava parte da

    produ4o para o 0ap4o.*R

    9s rumos da C/ mudaram si1ni%icativamente com os acordos assinados com o 0ap4o e a

    Alemanha 9cidental, #ue estavam se recuperando do p=s1uerra e se tornaram os dois principais

    mercados consumidores do minrio 5rasileiro. Como a demanda prevista aumentaria de %orma

    exponencial, a C/teve #ue ampliar seus investimentos adaptandose Ps novas exi17ncias do mercado

    externo. A primeira iniciativa %oi a constru4o do &orto de u5ar4o, locali;ado na cidade de it=ria, de

    propriedade da C/para escoar toda sua produ4o mineral a se1unda %oi a constru4o da Usina de

    &eloti;a4o :unto ao &orto de u5ar4o, #ue seria respons

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    maior consumidor os Estados Unidos. Uma dcada ap=s, em ()+-, o volume total de exporta2es de

    minrio de %erro alcanava a ci%ra de R.N+).+(Ot. Ap=s os acordos assinados com siderr1icas :aponesas,

    as expectativas de triplicar a produ4o %oram con%irmadas, cu:as ci%ras alcanaram N(.3--.-N3t de

    minrio de %erro exportadas em ()Q- 'a5ela +, sendo ON,QT para o 0ap4o e N-,NT para a Alemanha

    9cidental.*)

    abela +: E Companhia ale do /io oce, ())N "BGE, Anu

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    ()3N, durante a execu4o do "e "" &C8 e do " &&C8, %oram acrescidas P %rota da 9CE8AE(+ novas

    em5arca2es, todas destinadas ao transporte de 1ranel s=lido. 9 desta#ue %oi o ocepolo, constru6do

    no erolme com (O(.RNO &B, uma das maiores em5arca2es constru6das no Brasil at a#uele

    momento.+(

    Com a desco5erta de :a;idas minerais na Serra dos Cara:

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    abela @: Evoluo da 0rota da )29E.A=E#*@,-#**@

    Ano &B 8avios()Q- R3-.3N* R

    ()Q( R3-.3N* R()QN *OQ.O() *()QO *OQ.O() *()QR )(*.(RQ 3()Q* (.-R+.*Q- )()Q+ (.(Q3.O3N (-()QQ (.O-).O3N ((()Q3 (.OR3.(3O (N()Q) (.OQ3.3Q- (O()3- (.*R+.*O3 (Q()3( (.QO*.Q+* N-()3N (.3(O.)+- NN()3O (.3(O.)+- NN()3R (.3(O.)+- NN()3* (.3(O.)+- NN()3+ (.+N-.+*R N-()3Q (.+R-.--N N-()33 N.-(R.--- NR()3) N.-3-.--- NR())- N.*3R.--- NN())( N.*3R.--- NN())N N.*3R.--- NN())O N.*Q(.--- N-

    ())R N.+--.--- N-())* N.O(+.+(+ (3())+ N.O(+.+(+ (3())Q N.O--.--- N-

    Fonte> Companhia ale do /io oce Anu

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    5uscava inte1rar os diversos elos da cadeia produtiva. Um dos o5:etivos desse pro:eto era ampliar a

    participa4o do Estado e do capital nacional no processo produtivo.

    9s tr7s 1randes armadores estatais, F/98A&E, ?lod Brasileiro e ocenave, %oram as ncoras

    para 1arantir a implanta4o e a consolida4o da indstria naval pesada, so5retudo com a vinda dos

    estaleiros "shi5ras e erolme. $as tam5m destacase o incentivo dado pela SU8A$A$para ampliar a

    capacidade produtiva dos estaleiros $au

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    abela *: Evoluo das encomendas entre&ues aos armadores estatais pelos estaleiros brasileiros

    1ronape8loyd

    'rasileiro)ocenave

    )7cada

    .avios P' .avios P' .avios P'

    otal denavios

    entre&uesas estatais

    otal P'adBuiridos

    pelasestatais A;

    otal P'constru%do

    ';

    A>'em

    ?;

    ()+- + +R.*(+ (Q (*3.)-- NO NNO.R(+ *3N.+*- O3,OR()Q- () N.((O.Q+3 N) R(N.-(* Q *)(.QQ- ** O.((Q.**O R.NR(.+*- QO,*-()3- N( (.OO).)*O (R R-R.)** NN N.(+N.+3) *Q O.)-Q.*)Q R.O(+.Q+- )-,*N())- N( )-N.)N3 ( (QO.ON) NN (.-Q+.N*Q (.*R+.RQ- +),*)

    otal +Q R.RN(.(+* +- )Q*.3Q- O- N.)NQ.Q33 (*Q 3.ONR.3NO (-.+3Q.*O- QQ,3)Fonte> /elat=rios da&E/9B/AS, C/, ?lod Brasileiro e SU8A$A8, v

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    Ane

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    Ane]]III.shipspottin1.com] http>]]III.navioseportos.com.5r http>]]III.histarmar.com.ar]

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    Ane /elat=rios daSU8A$A$, v]]navios5rasileiros.com.5r] http>]]III.shipspottin1.com]http>]]III.navioseportos.com.5r http>]]III.histarmar.com.ar]

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    'iblio&ra0ia

    Relat+rios e revistas

    Brasil '()NN Relat+rio apresentado ao Presidente da Rep/lica pelo 0inistro da Viao e $ras P/licas '1 Pires do

    Rio1/io de 0aneiro, "mprensa 8acional. ispon6vel em http>]]III.crl.edu]5ra;il]ministerial , acesso

    em maro de N-(N.

    Brasil '()*-0ensagem enviada ao Congresso Nacional pelo Presidente da Rep/lica 2rico 3aspar D!tra1/io de

    0aneiro, "mprensa 8acional. ispon6vel em http>]]III.crl.edu]5ra;il]presidente , acesso em maro de

    N-(N

    Brasil '()*+ 0ensagem enviada ao Congresso Nacional pelo Presidente da Rep/lica '!scelino 4!itsche. de

    $liveira1 /io de 0aneiro, "mprensa 8acional. ispon6vel em http>]]III.crl.edu]5ra;il]presidente ,

    acesso em maro de N-(N

    Comiss4o da $arinha $ercante '()*+()++ Srie incompleta Relat+rios das atividades da Comisso da

    0arinha 0ercante. /io de 0aneiro.

    Conselho de esenvolvimento '()*+ Reaparelhamento da marinha mercante. /io de 0aneiro, &resid7ncia da

    /ep5lica, doc. n. N.

    Conselho de esenvolvimento '()*3 Plano de 0etas. /io de 0aneiro, &resid7ncia da /ep5lica.

    Empresa Brasileira de &lane:amento e ransportes '())), Pol5tica governamental e competitividade daind/stria rasileira de constr!o naval6evol!o, estr!t!ra e diagn+stico. Bras6lia, $inistrio dos ransportes, v. N.

    ?lod Brasileiro '()(Q Relat+rio apresentado ao 0inistro da Fa-enda 'oo Pandi7 Calegeras relativo ao ano de

    898:. /io de 0aneiro, ipo1ra%ia $artins Ara:o.

    ?lod Brasileiro '()RN()++ srie completa Relat+rios apresentados ao 0inistro da Viao e $ras P/licas1

    /io de 0aneiro.

    ?lod Brasileiro '()Q-()3* srie completa%n!7rios do Lloyd Brasileiro. /io de 0aneiro.

    ?lod Brasileiro '()Q(()3* srie completa Plano gloal da empresa1 /io de 0aneiro.

    ?lod Brasileiro '())- $ Lloyd Brasileiro6 apresentao, lista de transpar*ncia, ane;os. /io de 0aneiro.

    ?lod Brasileiro '())( % crise econ

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    $inistrio do &lane:amento, 9ramento e Gest4o 'N--N%cervo da e;tinta Companhia de Navegao Lloyd

    Brasileiro # Lloydras.Bras6lia, Secretaria Executiva.

    &etro5ras '()*+())* srie completa Relat+rios an!ais. /io de 0aneiro.

    Con:untura EconZmica '()+-. Frota nacional de min>rios e carvo1/io de 0aneiro, a5ril, v. !", n. R.

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  • 7/25/2019 EMPRESAS ESTATAIS E A CONSOLIDAO DA INDSTRIA DA CONSTRUO NAVAL BRASILEIRA ALCIDES GOULARTI FIL

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