Emulsões - Definição

São formas farmacêuticas constituídas por duas fases

líquidas imiscíveis, em geral água e óleo, e que pode

apresentar consistência líquida ou semi-sólida.

Dispersão cuja fase dispersa é composta por gotículas de

um líquido, distribuídas num veículo no qual é imiscível.

Preparações obtidas pela dispersão de duas fases

líquidas imiscíveis ou praticamente imiscíveis (água e óleo).

São dispersões de dois líquidos não miscíveis entre si,

que com a ajuda de um emulsionante formam um sistema

homogêneo.

Emulsões - Terminologia

Fase dispersa Fase interna

Meio dispersante Fase externa ou contínua

Emulsões com fase interna oleosa e externa aquosa

Emulsões Óleo em água O/ A;

Emulsões com fase interna aquosa e externa oleosa

Emulsões Água em óleo A / O;

Emulsão estável necessário terceira fase

Emulsificante

Emulsões - Terminologia

Emulsões – Métodos de Identificação

Condutometria: apenas emulsões em que a fase

contínua é a aquosa conduzem corrente elétrica;

Uso de corantes: corantes hidrofílicos colorem de

maneira uniforme emulsões O/A, enquanto corantes

lipofílicos colorem emulsões A/O;

Adição de Veículo: a incorporação de veículo, seja

água ou óleo, só será fácil se este corresponder à fase

externa da emulsão.

1. Tamanho das Gotículas:

Microemulsões

Emulsões

2. Número de Fases:

Bifásica

Trifásica

Emulsões Múltiplas

3. Disposição da Fases:

Emulsões A/O

Emulsões O/A

Emulsões - Classificação

Emulsões - Vantagens

Aumento da estabilidade química em solução;

Possibilidade de solubilizar o fármaco na fase interna

ou externa;

Possibilidade de mascarar o sabor desagradável de

certos fármacos através de sua solubilização na fase

interna;

Possibilidade de otimizar a biodisponibilidade;

Boa biocompatibilidade com a pele humana;

Podem ser flavorizadas.

Emulsões - Desvantagens

São sistemas termodinamicamente instáveis,

cujas fases tendem a separar-se com o decorrer

do tempo;

Sedimentação;

Floculação;

Menor uniformidade;

Baixa estabilidade física ou físico – química.

Emulsão – Composição Básica

Fase aquosa:

A água é a matéria – prima mais utilizada no

preparo de Emulsões;

Deve ser deionizada, pois a presença de íons

desestabiliza a emulsão;

Nessa fase devem ser solubilizados os ingredientes

hidrossolúveis da formulação;

Deve apresentar carga microbiana baixa ou nula.

Emulsão – Composição Básica

Fase oleosa:

Constituída por óleos ou ceras;

Nesta fase serão acrescentados e solubilizados os

ingredientes lipossolúveis;

Responsável pela inerente ação emoliente das

emulsões;

Podem ser de origem: vegetal, semi-sintética,

sintéticas e minerais.

Emulsão – Composição Básica

Tensoativo:

Agente emulsionante dá estabilidade à Emulsão;

Reduz a tensão superficial entre o óleo e a água,

retardando a separação das fases;

Podem ser naturais (saponinas) e sintéticos os

quais se dividem em:

Aniônicos: estearato de sódio e laurilsulfato de sódio

Catiônicos: cloreto de benzalcônio

Não – iônicos: ésteres de sorbitano

Anfóteros: aminoácidos

Emulsão – Composição Básica

Outros coadjuvantes:

Conservantes: parabenos e bronopol;

Espessantes: álcool cetílico e estearílico;

Gelificantes: Carbopol e Gomas

Umectantes: propilenoglicol e sorbitol;

Antioxidantes: BHT e BHA;

Flavorizantes e corantes.

Emulsões – Bases Autoemulsionantes

Mistura de ingredientes usados parra preparar

emulsões estáveis;

Composição:

Emulsionante e agente de consistência de fase

oleosa, algumas contém emolientes;

Exemplos:

Xyliance

Crodabase CR2

Cosmowax

Quando uma Emulsão é considerada

fisicamente instável?

Em repouso, a fase dispersa ou interna, tende a

formar agregados de gotículas;

Grandes gotículas surgem na superfície ou se

depositam no fundo;

Todo o líquido ou parte dele, da fase interna, se

desemulsifica.

Estabilidade cinética – para retardar a quebra de

emulsão, é desejável :

1.Baixa tensão interfacial

2.Filme mecanicamente estável

3.Barreira eletrostática ou estérica

4.Baixa fração volumétrica de fase dispersa

5.Alta viscosidade da fase contínua

6.Gotas pequenas e uniformes

Estabilidade das Emulsões

Emulsões – Sistema EHL

Os emulsificantes possuem uma parte hidrofílica e uma

parte lipofílica, com predominância de uma ou outra, o que

influencia tipo de emulsão;

Método de classificação dos tensoativos com base na

composição química atribuindo um valor de EHL;

Produtos altamente polares ou hidrofílicos são atribuído

números mais elevados do que aos menos polares e mais

lipofílicos;

Tensoativos com EHL entre 3 a 6 Altamente lipofílicos

Emulsões A/O

Tensoativos com EHL entre 8 a 18 Emulsões O/A

Agentes antiespumante 1 – 3 (EHL Baixo)

Emulsificantes A/O 3 – 6

Agentes molhantes 7 – 9

Emulsificantes A/O 10 – 18

Detergentes 13 – 15

Agentes solubilizantes 15 – 20 (EHL Alto)

Emulsões – Tabela de Griffin

Óleo

Água

Loção Hidratante

Cera Branca 5,0g

Óleo Mineral 26,0g

Óleo de Amêndoas 18,0g

Lactato de amônio 4,0g

Emulsificante 5,0g

Água Destilada q.s.p. 100mL

Emulsões – Exemplos

Loção Hidratante

Cera Branca 5,0/ 49 x 11 = 1,12

Óleo Mineral 26,0/ 49 x 12 = 6,36

Óleo de Amêndoas 18,0/ 49 x 14 = 5,14

Lactato de amônio 4,0g

Emulsificante 5,0g

Água Destilada q.s.p. 100mL

FO = 5 + 26 + 18 = 49

EHL = 1,12 + 6,36 + 5,14 = 12,62

Emulsões – Exemplos

Emulsões – Método de Preparação

Método da Goma seca ou Continental

Adição da fase externa à fase interna contendo o agente

emulsivo;

Conhecido como 4:2:1 Óleo – Água – Goma.

Método da Goma Úmida ou Inglês

Adição da fase interna à fase externa contendo o agente

emulsivo;

Difere do anterior por empregar a goma previamente diluída

na água ao invés da goma seca utilizando as mesmas

proporções;

Emulsões – Método de Preparação

Método de Forbes

Útil para aviamento de prescrições de emulsões com óleos

voláteis ou substâncias oleosas de baixa viscosidade;

Esse método não se adapta a óleos viscosos, que não

podem ser adequadamente agitados no frasco quando

misturados com o emulsificante;

Sempre que a fase dispersa pretendida é uma mistura de

um óleo fixo com um volátil, costuma – se empregar o método

da goma seca para emulsificação;

Emulsões – Microemulsões

Misturas isotrópicas, termodinamicamente estáveis e

opticamente transparentes;

Diâmetro das gotículas pode situar – se na faixa de 100A a

1000 A;

Vantagens:

Absorção oral mais rápida e eficiente do que a de

formas farmacêuticas sólida;

Melhor absorção transdérmica por maior difusão da

substância ativa na pele;

Emulsões – Exemplos

Creme Emoliente

Cera Branca 40g

Lanolina 10g

Óleo de amendoim 57g

Óleo de rícino 4,0g

Emulsificante 3%

Água Destilada 20g

Calcule o EHL do agente emulsificante que deverá ser

utilizado?

Creme Emoliente

Cera Branca 40/ 111 x 4 = 1,44

Lanolina 10/ 111 x 8 = 0,72

Óleo de amendoim 57/ 111 x 6 = 3,08

Óleo de rícino 4 / 111 x 6 = 0,22

Emulsificante 3%

Água Destilada 20g

FO = 40 + 10 + 57 + 4 = 111

EHL = 1,44 + 0,72 + 3,08 + 0,22 = 5,46

Emulsões – Exemplos