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Pentecostes: Festa dos discípulos missionários Semanário da Arquidiocese de Goiânia – II Edição – 31 de maio de 2014 pág. 3 IGREJA DE GOIÂNIA No domingo, 24 de maio, teve início o Ano Mariano Missioná- rio, proposta da Igreja de Goiânia para que todas as comunidades acolham a Palavra de Deus e tes- temunhem o ardor missionário indo ao encontro do outro. pág. 2 PALAVRA DO ARCEBISPO Dom Washington Cruz escreve so- bre a viagem do papa Francisco à Terra Santa, que aconteceu de 24 a 26 de maio, aos países, Israel, Palestina e Jordânia. Segundo o arcebispo, foi uma peregrinação de oração, mas também de diálogo inter-religioso. pág. 6 FORMAÇÃO Na Formação Mariana desta sema- na, a irmã Marcevânia Procópio de Sousa, do Instituto Coração de Jesus, escreve artigo “Maria na presença de Deus (I) – União com Deus”. No tex- to ela relata a simplicidade, doação e amor de Maria ao projeto de Deus. Celebra-se no domingo, 8 de junho, a Festa de Pentecostes, Solenidade que marca o início da atividade missionária da Igreja pág. 4

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Pentecostes: Festa dos discípulos missionários

Semanário da Arquidiocese de Goiânia – II Edição – 31 de maio de 2014

pág. 3

IGREJA DE GOIÂNIA

No domingo, 24 de maio, teve início o Ano Mariano Missioná-rio, proposta da Igreja de Goiânia para que todas as comunidades acolham a Palavra de Deus e tes-temunhem o ardor missionário indo ao encontro do outro. pág. 2

PALAVRA DO ARCEBISPO

Dom Washington Cruz escreve so-bre a viagem do papa Francisco à Terra Santa, que aconteceu de 24 a 26 de maio, aos países, Israel, Palestina e Jordânia. Segundo o arcebispo, foi uma peregrinação de oração, mas também de diálogo inter-religioso. pág. 6

FORMAÇÃO

Na Formação Mariana desta sema-na, a irmã Marcevânia Procópio de Sousa, do Instituto Coração de Jesus, escreve artigo “Maria na presença de Deus (I) – União com Deus”. No tex-to ela relata a simplicidade, doação e amor de Maria ao projeto de Deus.

Celebra-se no domingo, 8 de junho, a Festa de Pentecostes, Solenidade que marca o início da atividade missionária da Igreja

pág. 4

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DOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo Metropolitano de Goiânia

De 24 a 26 maio, o papa Francis-co esteve em peregrinação à Terra Santa. Visitou Israel, a Palestina e a Jordânia. Foi uma peregrinação de oração, como ele mesmo disse, para comemorar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o pa-triarca Atenágoras. Três foram as

etapas: Amã, Belém e Jerusalém e, quando visitou a Igreja do Santo Sepulcro, celebrou um encontro ecumênico com o patriarca Bartolomeu de Constantinopla (Istambul) e com to-dos os representantes das Igrejas cristãs. Foram dias de forte espiritualidade e de intensas emoções. Todo o mundo esteve colado diante dos televisores para acompanhar aquela via-gem que terá provavelmente influência também no processo de paz do Oriente Médio.

A viagem do papa Francisco à Terra Santa tem também outra chave de leitura. Não foi apenas uma comemoração do histórico encontro entre o Patriarca Atenágoras e o Papa Paulo VI. Nem tão somente uma contribuição importante em favor da paz na Síria e em Israel, que o Santo Padre tem a for-ça de dar com o seu carisma e a popularidade de que goza, além da autoridade de sua missão. Esta viagem foi também o prosseguimento de um diálogo inter-religioso, em particular com o povo judeu. Um diálogo iniciado com São João XXIII quando, em 1959, deu ordem de que fosse suprimida da ora-ção pelos judeus - na liturgia da Sexta-feira Santa - o adjetivo humilhante que qualificava de “pérfidos” os Hebreus, um diálogo que foi realizado de maneira significativa por São João Paulo II.

Como declarou em entrevista recente o rabino argentino Abram Skorka – que conhece bem o papa Bergoglio, tendo trabalhado muito com ele para o diálogo entre os judeus e os católicos –, é preciso centrar esta relação sobre o binômio “conhecer-nos e amar-nos”. Em hebraico – explicou – os dois verbos são sinônimos. Em cada homem está Deus, respeitar Deus significa respeitar quem nos é próximo. Tanto mais se essa proximidade tem em comum a ascendência e a herança do Antigo Testamento.

Devemos pedir ao Senhor que nos ajude a superar pre-conceitos e a guiar os esforços entre Católicos e Hebreus e entre todos os homens e mulheres de boa vontade, para que trabalhemos juntos por um mundo de autêntico respeito à vida e à dignidade de cada ser humano, porque todos foram criados à imagem e semelhança de Deus.

Viagem do papa Francisco à Terra Santa

A fortíssima cena do homem vestido de branco, com a testa apoiada no chamado “muro da vergonha”, no domingo, 25 de maio, correu o mundo. A cena aconteceu em Belém, cidade natal de Jesus, quando o papa Francisco, mais uma vez quebrando protocolos, foi até o muro erguido por Israel e ali rezou por alguns instantes. Entre as várias frases pichadas naquela parede, uma, em inglês, foi direta: “Papa, precisamos de alguém que fale de justiça”. O que Francisco quis comunicar ao mundo, rezando também diante deste muro? Sem dúvidas, ele inovou. Até então nenhum peregrino ousou fazer esse gesto. Ao fazê-lo, o papa faz aquilo que o Espírito faz: comunica algo novo.

EDITORIALPALAVRA DO ARCEBISPO

“Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia, pela força do Espírito, seus discípulos em constante atitude de missão” (CNBB – Documento 94, n.30)

A festa da Ascensão coincide, a cada ano com o Dia Mundial das Co-municações Sociais. Isto porque Jesus é a via entre nós e o Pai. Diz Ele: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém vai ao Pai senão por mim (Jo 14,6). Portanto, o perfeito comunicador é Jesus, a quem o Pai confiou a mensa-gem divina, a boa notícia da libertação.

Não podemos deixar de mencionar que a comunicação também é feita por meio do silêncio, da escuta atenta da Palavra de Deus. Um bom co-municador é, antes de tudo, um bom ouvinte. Por isso, a Igreja, fiel à sua missão de anunciar o Senhor, é constituída pelos discípulos que ouvem seu Mestre e são chamados a ser missionários dessa mensagem.

Com a subida do Senhor aos céus, a Igreja não fica no desamparo. Ela recebe o Espírito Santo prometido. A edição que agora chega às suas mãos traz uma matéria sobre a Festa de Pentecostes tendo como perspectiva o Ano Mariano Missionário. É esta novidade do espírito que move a Igreja, adotando Maria por modelo.

O início oficial do Ano Mariano Missionário, na marcante celebração do último dia 24 de maio, “inundou” o coração de todos de alegria e espe-rança. A esperança de fazer da comunidade cristã uma comunidade mo-vida por uma constante ação missionária.

Comunicar nem sempre é usar palavras. Há imagens e gestos e sons que nos transmitem grandes notícias. Por isso, o ato de acolher e divulgar aos demais o jornal Encontro Semanal pode ser um belo gesto de anúncio.

Que o Divino Espírito Santo renove as energias de todos, impulsionando o mundo com gestos e palavras proféticas.

Publicação semanal da Arquidiocese de Goiânia cujo objetivo é informar e formar os nossos cristãos sobre as atividades e ações da Igreja no Brasil e no mundo. Sugira, dê suas opiniões ou sugestões de pauta pelo e-mail [email protected]

Responsável: Dom Waldemar Passini, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia e vigário episcopal para a Comunicação Coordenador: Pe. Elenivaldo Manoel SantosJornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8.674/DF) Redação: Fúlvio Costa, Lucas Dellamare Revisão: Jane Greco

Diagramação e planejamento gráfico: Ana Paula MotaTiragem: 50 mil exemplaresImpressão: Gráfica Scala Publicidade: Edmário da Silva e Kamila MendonçaContatos: [email protected]. Fone: (62) 3229-2683/2673

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ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO

Na manhã do domingo, 24 de maio, uma missa solene na Cate-dral, festejou Nossa Senhora Auxi-liadora, Padroeira da Arquidiocese de Goiânia. A celebração foi presi-dida pelo arcebispo Dom Washing-ton Cruz, concelebrada pelo bispo auxiliar Dom Waldemar Passini e todo o Clero. Com uma igreja lota-da, Dom Washington destacou que “o Senhor nos dá a graça de vene-rar a mãe de Deus e nossa, refúgio de todos” e que, como Jesus, “nós também devemos nos apresentar sensíveis a ela”.

Sobre o Ano Mariano, o arcebis-po declarou que será um período de “investir na missão, de ir ao encon-

tro do Povo de Deus através da Pala-vra, daqueles que ouviram e não ou-viram, para assim testemunharmos o Cristo vivo em nosso meio”. O ob-jetivo, segundo ele, é “sair, deixar a pastoral de manutenção e anunciar a Boa Nova de Jesus”.

Jornal Encontro SemanalNo encerramento da celebração,

Dom Waldemar aproveitou para anunciar o lançamento do Jornal Encontro Semanal. Trata-se de uma publicação da Arquidiocese de Goi-ânia, com tiragem semanal de 50 mil exemplares que circulará em todas as paróquias da nossa Igreja, nos do-mingos, após as missas.

Um estande foi montado na entrada da Catedral, onde foram distribuídos os jornais aos partici-pantes da celebração. “Leiam com calma e vejam como uma provoca-ção da nossa Igreja. Para dar certo, as paróquias e párocos precisam acolher esse projeto através de todos os grupos, pastorais, movi-

mentos”, disse o bispo se referindo ao jornal e ao Ano Mariano Missio-nário. “O papa nos convoca à cul-tura do encontro, por isso, nosso jornal se chama Encontro Semanal; é uma proposta de crescermos em comunhão, nos encontrarmos nas matérias presentes na publicação”, completou.

Aberto o Ano Mariano Missionário na Arquidiocese de Goiânia

No Distrito de Santa Maria, a Comunidade celebrou a festa em louvor a Nossa Senhora Auxiliadora, São Sebastião e Santo Antônio, com celebra-ções à noite. Nos dias 23 a 31 de maio houve quermesse após a celebração.

Paróquia Divino Pai Eterno

NotasNeste sábado, 7, a Paróquia Universitária São João Evangelista acolhe

o Encontro de Pentecostes para a juventude. Tem início às 14h30 com os jovens crismandos e crismados, com o tema “Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas”. Às 18h acon-tece a Missa da Vigília de Pentecostes, presidida pelo bispo auxiliar Dom Waldemar Passini, às 19h30, procissão luminosa até a Catedral onde haverá o Recital de Pentecostes com música, teatro e dança e, às 20h45, nightfever, momento de adoração e confissão.

Pentecostes com a juventude

Com o tema “Divina Misericórdia”, no dia 27 de abril foi realizada na Paró-quia Jesus de Nazaré uma missa com crianças. Na ocasião houve dinâmicas com catequistas e ministério de artes, envolvendo os participantes. A partir de agora, sempre no quarto domingo do mês, às 10h, serão realizados momentos como esse, com crianças.

Paróquia Jesus de Nazaré

A Paróquia Santa Luzia, do bairro Novo Horizonte, realiza neste sábado, 7, a partir das 22h, a Vigília de Pentecostes para que todos, reunidos, pos-sam celebrar com fé e alegria, a sempre atual e poderosa ação do Espírito Santo na Igreja.

Vigília de Pentecostes

Nos próximos dias 1º a 8 de junho acontecem as celebrações da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC). Trata-se de um movimento dos Focolares, Igreja Ortodoxa e Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

Para doar um lençol – R$ 13,00. As paróquias podem organizar seus próprios pontos de doações que devem ser repassados à coordenação de pastoral na Cúria Metropolitana, até 4 de junho. Nas diversas igrejas, ha-verá celebrações conjuntas no encerramento da SOUC, no dia 7, com a en-trega das doações.

Unidade dos cristãos

No domingo, 25 de maio, Dom Washington Cruz celebrou seu 68º aniver-sário natalício. Baiano de Itabuna, nasceu em 1946. Ele é o sexto filho de seis irmãos. Pertence à Congregação da Paixão (Passionistas). Foi ordenado sacer-dote em 25 de julho de 1971 e nomeado bispo de São Luís de Montes Belos (GO) em 1987, pelo então papa João Paulo II. Em 2002, foi nomeado arcebispo para a Arquidiocese de Goiânia, tomando posse no dia 14 do mesmo ano. Seu lema episcopal é “Anunciamos o crucificado”.

Parabéns, Dom Washington!

VianópolisNo dia 12 de maio o bispo auxiliar de Goiânia, Dom Waldemar Passini, celebrou a dedicação da Igreja Imaculada Conceição de Maria, em Vianópolis. O evento contou com a presença de diversos padres – entre eles o pároco, padre Sérgio Ricardo Rezende –, religiosos e a comunidade em geral.

Santa GenovevaDiversos padres, fiéis e autoridades civis participaram da celebração de dedicação do altar e da Igreja da Paróquia Santa Genoveva, na noite do dia 16 de maio. A solenidade foi presidida pelo arcebispo Dom Washington Cruz, que agradeceu o trabalho realizado e salientou a importância de uma igreja com características próprias de um templo católico.

DEDICAÇÃO DE IGREJAS

No 92° aniversário do município de Aparecida de Goiânia, celebrado no dia 11 de maio, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida também comemorou a data com a realização da “Festa de Maio”. O evento foi celebrado com a intenção de lembrar que o município nasceu sob a proteção e invocação de Nossa Senhora Aparecida.

92 anos de Aparecida de Goiânia

De 23 de maio a 1º de junho, aconteceu em Santa Bárbara de Goiás, a festa em louvor a Santa Bárbara e São Sebastião com celebrações à noite que reuniu todo o povo de Deus; houve programação especial para cada dia da festa.

Paróquia de Santa Bárbara

Celebrações e quermesses acontecem entre os dias 30 de maio e 8 de junho na paróquia. Todos estão convidados a fazer parte dos festejos e ce-lebrar esse momento especial para a comunidade.

Paróquia Santa Luzia em AragoiâniaDos dias 28 a 31 de maio, houve tríduo e celebrações à noite e, em se-

guida, quermesse. A Paróquia Divino Pai Eterno se prepara para a tradicional Festa Junina que acontece de 5 a 8 de junho.

Comunidade Sagrado Coração de Jesus

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CAPA

Para os cristãos, Pentecostes recorda aquela manhã em que os discípulos de Jesus, reunidos com Maria (Atos

1,14) no Cenáculo em Jerusalém, re-ceberam o Espírito Santo que veio como que em línguas de fogo (Cf Atos ...). A palavra pentecostes é uma palavra grega (pentekosté) e refere--se a cinquenta dias após a Páscoa.

No batismo, todos recebem o Espírito Santo, cujos dons são re-forçados no sacramento da confir-mação. E é precisamente aos fiéis batizados a quem se dirigem estas fortes palavras do Documento de Aparecida: “Todos os membros da comunidade paroquial são res-ponsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em cada am-biente (...). A tarefa missionária se abre às comunidades, assim como ocorreu em Pentecostes.” (Doc. de Aparecida n. 171).

O Ano Mariano Missionário, ini-ciado no dia 24 de maio, é um cha-mado a esta dimensão missionária de toda a comunidade, para que a Igreja esteja “em estado permanen-te de missão”.

Mas, o que as pessoas entendem quando se fala do Espírito Santo? Entrevistados pela reportagem do Encontro Semanal, alguns fiéis opi-naram: “É o dom de Deus, é o modo que encontramos para confiar Nele”, disse Maria Vilma Ferreira Silva, 63 anos, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, do Crimeia Leste. “É a concretização do amor de Deus que nos torna pessoas melhores e nos dá forças para termos esperança”, afirmou o jo-vem Erick Augusto Fernandes, da Paróquia Nossa Senhora Apareci-da, de Brasília (DF).

Festa do Espírito Santo, festa da Igreja

A visão do teólogoDe acordo com o teólogo, profes-

sor do Instituto de Filosofia e Teo-logia Santa Cruz, monsenhor João Daiber, Pentecostes não é uma festa qualquer da Igreja, pelo significado que tem para todo o Povo de Deus. “Ela celebra a vinda do Espírito Santo para a Igreja e a presença do Espírito na vida de cada cristão”. É com essa festa, segundo o sacerdo-te, “que Deus criou entre todos os povos a unidade para formarmos o Corpo de Cristo na terra”.

O monsenhor João Daiber tam-bém destacou que não cabe a nós tentar entender o que é o Espírito Santo, já que ninguém é capaz de al-cançar, em sua totalidade, os misté-rios da fé. “Como falou Jesus, ‘o Es-pírito sopra onde quer’ e ninguém sabe de onde vem e para onde vai,

porém, é o Espírito que nos ilumi-na, fortalece e guia de tal maneira que o Cristo pode viver em nós. O importante na vida do cristão não é tanto entender, mas corresponder àquilo que Ele nos sugere”.

Por fim, explicou o que é o Es-pírito Santo e sua contribuição na vivência cristã. “É o amor de Deus, o amor do Pai para o Filho e do Fi-lho para o Pai que é tão intenso e

tão abrangente que é uma Pessoa como o Pai e o Filho, e que se der-rama no universo para santificar e nos tornar possível participar da vida de Deus”.

Animados pelo EspíritoCom a experiência de Pentecostes

os discípulos missionários ganham força graças aos dons e carismas. “O Espírito na Igreja forja missionários decididos e valentes como Pedro e Paulo, indica os lugares que devem ser evangelizados e escolhe aqueles que devem fazê-lo”, dizem os bispos no Documento de Aparecida (D.A. n. 150) e, continuam eles, “necessi-tamos de um novo Pentecostes” (n. 548). Com isso, a Igreja poderá sair ao encontro de todos quantos são os destinatários da Boa Notícia que dá sentido à vida e traz esperança.

SEM O ESPÍRITO SANTO...

“Sem o Espírito Santo, Deus está longe, Cristo permanece no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é mera organiza-ção, a autoridade é dominação, a missão é propaganda, o culto é arcaísmo e o agir cristão obra de escravos. Mas, no Espírito Santo, o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o homem está em combate contra a carne, Cristo ressuscitado torna-se presente, o Evangelho se faz poder e vida, a Igreja realiza a co-munhão trinitária, a autoridade se transforma em serviço que liberta, a missão é Pentecostes, a liturgia é memorial e anteci-pação, o agir humano é deificado.”

Atenágoras, (1886–1972), patriarca ortodoxo de Constantinopla.

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“Assim como a farinha seca não pode, sem água, tornar-se uma só massa nem um só pão, nós também, que somos muitos, não po-

deríamos transformar-nos num só corpo, em Cristo Jesus, sem a água que vem do céu. E assim como a terra árida não produz fruto se não for

regada, também nós, que éramos antes como uma árvore ressequida, jamais daríamos frutos de vida, sem a chuva da graça enviada do alto.”

(Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo do Séc. II)

Monsenhor João Daiber

“O importante na vida do cristão não é tanto entender, mas corresponder àquilo que Ele nos sugere”

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ConfissãoSegunda a sexta-feira: 8h30 às 11h e 14h30 às 17h Terça, dia de novena: 8h às 20h

Missa Segunda a sexta-feira: 19h Terça-feira: 7h, 11h e 19h Sábado: 17h Domingo: 7h, 8h30, 10h, 16h (com novena perpétua), 18h e 19h30

NovenaHorários: a partir de 6h20, de hora em hora Domingo: 16h Novena transmitida pela Rádio Difusora: 7h, 15h e 20h

CapelaSanto Afonso, Setor Esplanada dos AnicunsCapela Santo Antônio, CampinasSão Clemente, Vila AbajáSão José, Setor AeroviárioSão Paulo Apóstolo, Setor São JoséSão Tiago, Vila SantanaCapela Mãe de Deus, Setor São José

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PARÓQUIA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES

Matriz de Campinas, Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro“Maria nos aponta Jesus: Caminho, Verdade e Vida” (Pe. Walmir Garcia)

A Igreja Católica no Brasil e no mundo

Você sabia que a Igreja Católica no mundo conta com 1,2 bilhão de fiéis? Desse total, a América Latina concentra 40%. Nos últimos anos o número de fiéis cresceu em todos os continentes com um incremento de 15 milhões de católicos. No Brasil são 123 milhões de fiéis, continu-ando a ser o maior país católico do mundo, cálculo este feito a partir do

número de batizados. O México é o segundo país com o maior número de católicos, com 93 milhões. Porém, esses são os dois países onde mais avançam as igrejas evangélicas.

Os sacerdotes, em todo o mun-do, já ultrapassam os 413 mil e bis-pos 5.132. Os diáconos permanentes também crescem globalmente: em 2001 eles eram 29 mil e hoje são mais de 41 mil. As religiosas, por sua vez, têm diminuído a cada ano: em 2001 elas eram 792 mil e agora são 713 mil. As quedas concentram-se prin-cipalmente na Europa, América e Oceania. Elas só aumentam na Áfri-ca e Ásia com um crescimento supe-rior a 28 e 18%, respectivamente.

Escolas maternais 70.544 (6.478.627 crianças)

Escolas primárias 92.847 (31.151.170 alunos)

Escolas secundárias 43.591 (17.793.559 crianças)

Universitários 3.338.455

Asilos 17.223

Hospitais 5.305

Expressão relevante na área social:

Fonte: Agência Fides/Anuário Pontifício 2013

A Paróquia Nossa Senho-ra da Conceição, ou Igreja Matriz de Campi-nas, como é mais conhe-

cida, tem em seus anos mais idade que a capital, Goiânia. Com regis-tros históricos que datam do ano de 1843, a pequena igreja do sertão brasileiro foi construída em “Cam-pininhas de Goiás”, conhecida tam-bém como “Campininhas das Flo-res”, lugarejo onde localiza-se hoje o atual bairro de Campinas.

Nas primeiras décadas, muitos sacerdotes passaram pela adminis-tração paroquial da Matriz de Cam-pinas, até que em 1895 o padre Iná-cio Antônio da Silva recebeu os mis-sionários redentoristas e lhes con-fiou a paróquia. Segundo o padre Leodônio Marques, pároco de 1965 a 1967, “eles (os redentoristas) vieram da Alemanha em 1894. Eram muito zelosos. Vieram a pedido do bispo de Goiás, Dom Eduardo da Silva”. A posse foi tomada sob as bênçãos de São Sebastião, uma vez que foi na festa de celebração do santo que a administração paroquial foi assumi-da por eles.

Desde sua fundação, a Matriz de Campinas era uma paróquia única, por isso compreendia um enorme território geográfico. De lá os missio-nários redentoristas recém-chegados da Alemanha saíam a cavalo evan-gelizando pelos lugarejos goianos. Dom Fernando Gomes dos Santos, primeiro arcebispo de Goiânia, as-sim se expressa acerca desses missio-nários: “Onde passo, o povo fala sempre dos missionários antigos: Pe. Pelágio, Pe. Sebastião...”

Atualmente, a Matriz de Cam-pinas é uma das maiores igrejas de Goiânia e tem capacidade para 930 pessoas sentadas e outras mais de pé. O prédio foi construído na déca-da de 1960 e hoje recebe cerca de 30 mil fiéis por semana. No ano 2000, a Matriz foi erigida Santuário Ar-quidiocesano de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com 15 horários de novena realizados, semanalmen-te, todas as terças-feiras, das seis da manhã às oito da noite. Segundo o padre Walmir Garcia, atual pároco, “a importância das novenas na evangeli-zação é que Maria nos aponta Jesus: Ca-minho, Verdade e Vida; nela (novena) podemos orientar as pessoas devotas a olhar para Maria e encontrar Jesus”.

Curiosidade O ícone de Nossa Senhora do

Perpétuo Socorro exposto na Ma-triz, apresenta Maria com Jesus no colo e com a mão direita toda aber-ta apontando para Ele, como que dizendo: “olhem para Ele, pois é Ele o Salvador, é nEle que encontra-se toda

a graça e redenção”. Os instrumentos da Paixão apresentados pelos Ar-canjos Miguel e Gabriel mostram

como se dará a Salvação, através da Cruz. O ícone é um evangelho espelhado através da pintura, que não é só uma imagem retratada, mas o Querigma do Evangelho.

A Matriz de Campinas sede, há mais de 170 anos, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição é, também, sede do Santuário de Nos-sa Senhora do Perpétuo Socorro, convivem essas duas realidades. A imagem de Nossa Senhora da Con-ceição venerada na Matriz é uma obra do escultor Veiga Vale, de Pi-renópolis, o mesmo que esculpiu a imagem semelhante ao medalhão encontrado nas proximidades do córrego de Barro Preto que deu ori-gem à devoção ao Divino Pai Eter-no e à romaria a Trindade.

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FORMAÇÃO MARIANA

IR. MARCEVÂNIA PROCÓPIO DE SOUSAIRMÃS DO INSTITUTO CORAÇÃO DE JESUS

Como na terra descansam as raízes do roseiral... Esta imagem nos é per-feitamente familiar. É só puxar na memória que logo o pensamento nos remete a uma variedade de ro-sas. Algumas de caule longo, rosas de canteiro, rosas rasteiras ou ar-bustivas, etc. Todas elas precisam de um local ensolarado e bem are-jado, mas é precisamente a profun-didade de suas raízes na terra, que permite à roseira crescer com vigor e resplandecer sua flor, à luz do sol.

A esta simplicidade singular de uma roseira se compara a pessoa da Virgem Maria. Sabemos que,

desde o primeiro instante de sua vida, Maria foi toda de Deus e vi-veu tão somente para Ele. Todo o seu ser estava profundamente enraizado no solo da Presença de Deus. Sua vida transcorreu no si-lêncio e na oração, tornando-se um reflexo luminoso da íntima comunhão com o Senhor. Total-mente imersa na Presença de Deus e entregue ao seu plano de amor, gerou em seu ventre o fruto bendi-to: Cristo Jesus.

Não somos também nós cha-mados a deixar crescer nossas ra-ízes no grande solo da Presença de Deus? Não é a nossa vida uma roseira sedenta da única fonte, que nos renova constantemente

em nosso caminho de fé? Sim, em Deus descansa nossa alma, quan-do nos vemos, por vezes, cansados das labutas e preocupações que a própria vida nos traz.

Os evangelhos nos contam que também a existência de Maria era marcada por diversas circunstân-cias. Na hora sublime da Anun-ciação, colocou-se como serva do Senhor, em total obediência à Sua vontade. Em Nazaré dedicou-se continuamente à adoração de Je-sus, o Verbo Encarnado em seu seio. Viveu intensamente a inti-midade com Jesus, em sua idade adulta. Como mãe, esteve presen-te junto a seu filho no caminho da paixão. Sob o cuidado do apóstolo

João, ela continuou unida a Jesus, amparando a Igreja nascente. A atividade exterior de Maria não a dificultou de permanecer fiel ao essencial, à procura íntima e silen-ciosa da “única coisa necessária”: a união com Deus.

A exemplo da Virgem Santa, deixemos nossa vida enraizar-se no solo fecundo da Presença de Deus, e, assim, colheremos bons e abundantes frutos de santidade. Se o nosso coração estiver bem an-corado em Deus, nada poderá nos desviar do constante cultivo do caminhar em Sua presença. Neste caminho espiritual, Maria, nossa mãe, está presente, nos toma pela mão conduzindo-nos a Jesus.

Maria na Presença de Deus (I) União com Deus“Como na terra descansam as raízes do roseiral, e como a beleza de sua flor resplandece à luz do sol, assim Maria, vosso ser descansa em Deus e mergulha na luz de sua verdade” (Pe. Guilherme Meyer)

CATEQUESE DO PAPA

Dom do Entendimento: a chave do conhecimento dos desígnios de Deus

O dom do Entendi-mento, “suscita no cristão a capacidade de ir além do aspecto

externo da realidade e perscrutar as profundezas do pensamento de Deus e do seu plano de salva-ção”. É assim que o papa Fran-cisco deu início à sua catequese, na Praça São Pedro, no Vaticano, no último dia 30 de abril. Leia, abaixo, na íntegra.

Depois de ter falado da sabedoria, como primeiro dos sete dons do Es-pírito Santo, hoje gostaria de colo-car a atenção sobre o segundo dom, isso é, o entendimento. Não se trata daquela inteligência humana, da capacidade intelectual de que po-demos ser mais ou menos dotados. É, em vez disso, uma graça que só o Espírito Santo pode infundir e que suscita no cristão a capacidade de ir além do aspecto externo da realida-de e perscrutar as profundezas do pensamento de Deus e do seu pla-no de salvação.O apóstolo Paulo, dirigindo-se à comunidade de Corinto, descreve bem os efeitos deste dom – isto é, o que faz o dom do entendimento

em nós – e Paulo diz isso: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64, 4) tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espí-rito” (1Cor 2,9-10). Isso obviamente não significa que um cristão possa compreender cada coisa e ter uma plena consciência dos planos de Deus: tudo isso permanece à espe-ra de manifestar-se em toda a sua clareza quando nos encontrarmos diante dos olhos de Deus e formos realmente uma só coisa com Ele. Porém, como sugere a própria pa-lavra, a inteligência permite “intus legere”, isso é, de “ler por dentro”: este dom nos faz entender as coisas como Deus as entende, com a inteli-gência de Deus. Porque uma pessoa pode entender uma situação com a inteligência humana, com prudên-cia, e tudo bem. Mas entender uma situação em profundidade, como a entende Deus, é o efeito deste dom. E Jesus quis enviar-nos o Espírito Santo para que nós tenhamos este dom, para que todos nós possa-mos entender as coisas como Deus as entende, com a inteligência de

Deus. É um belo presente que o Se-nhor deu a todos nós. É o dom com o qual o Espírito Santo nos introduz na intimidade com Deus e nos tor-na participantes do plano de amor que Ele tem conosco.É claro, então, que o dom da inteli-gência está estreitamente conectado à fé. Quando o Espírito Santo habi-ta o nosso coração e ilumina a nos-sa mente, faz-nos crescer dia após dia na compreensão daquilo que o Senhor disse e realizou. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: eu vos enviarei o Espírito Santo e Ele vos fará entender tudo aquilo que eu vos ensinei. Entender os ensi-namentos de Jesus, entender a sua Palavra, entender o Evangelho, en-tender a Palavra de Deus. Alguém pode ler o Evangelho e entender alguma coisa, mas se nós lemos o Evangelho com este dom do Espí-rito Santo podemos entender a pro-fundidade das palavras de Deus. E isto é um grande dom, um grande dom que todos nós devemos pedir e pedir juntos: Dai-nos, Senhor, o dom do entendimento.Há um episódio do Evangelho de Lucas que exprime muito bem a profundidade e a força deste dom.

Depois de ter visto a morte na cruz e o sepultamento de Jesus, dois de seus discípulos, desiludidos e tris-tes, vão a Jerusalém e retornam ao vilarejo de nome Emaús. Enquanto estão a caminho, Jesus ressuscitado se aproxima e começa a falar com eles, mas os seus olhos, velados pela tristeza e pelo desespero, não são capazes de reconhecê-Lo. Jesus ca-minha com eles, mas eles estão tão tristes, tão desesperados, que não O reconhecem. Quando, porém, o Senhor explica a eles as Escrituras, para que compreendessem que Ele deveria sofrer e morrer e depois res-suscitar, as suas mentes se abrem e nos seus corações se reacende a esperança (cf. Lc 24, 13-27). E isto é o que faz o Espírito Santo conos-co: abre-nos a mente, abre-nos para entender melhor, para entender melhor as coisas de Deus, as coisas humanas, as situações, todas as coi-sas. É importante o dom do enten-dimento para a nossa vida cristã. Peçamos esse dom ao Senhor, que nos dê, que dê a todos nós este dom para entender, como Ele entende, as coisas que acontecem e para enten-der, sobretudo, a Palavra de Deus no Evangelho.Obrigado.

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IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO

São Justino – dia 1º de junho

Intitulado o primeiro santo, padre, logo depois dos padres apostólicos. Nas-ceu na Palestina em uma família que não conheceu Jesus. Sempre buscou a verdade e um filósofo apresentou a ele os profetas, a fé, a verdade, os mis-térios de Deus e Jesus Cristo. Justino se tornou um grande filósofo cristão e sacerdote que buscou corresponder diariamente à sua fé. Por inveja e por não aceitar a verdade, um filósofo denunciou São Justino que foi julgado injustamente, flagelado e, por não renunciar a Jesus, foi decapitado. Isso no ano de 167.

São Crispim – dia 4 de junho

Nascido em Viterbo, Itália, em 1668, São Crispim recebeu formação jesuíta, mas

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depois entrou para a família franciscana, após ser despertado pela piedade dos noviços. Suas funções foram sempre as mais simples: na horta, na cozinha e em outros ambientes onde testemunhava o amor de Deus. “Quem ama a Deus com pureza de coração, vive feliz e morre contente”, era a frase que bus-cava viver todos os dias. Primeiro santo canonizado pelo papa São João Paulo II, foi um cristão que viveu com pureza de coração. Morreu em 1748.

São Bonifácio – dia 5 de junho

Considerado o apóstolo da Alemanha, São Bonifácio nasceu em 675 e recebeu o nome de batismo de Winfrido. Tornou-se monge beneditino. Mesmo com o coração sereno, era inquieto por causa do ardor missioná-rio. Ele se apresentou ao papa e recebeu a investidura de missionário, fato que mudou seu nome para Bonifácio, em memória de um grande mártir. Foi um grande evangelizador de seu país e do Norte da Europa. Ele foi no-meado bispo e, no fim da vida, ao evangelizar naquela região, aconteceu de ser atacado com outros cristãos e morto por pagãos em 754.

Mais uma vez a Igreja, traz uma mensagem calorosa por ocasião do Dia Mundial das

Comunicações Sociais, que cele-bra sua 48ª edição no domingo, 1º de junho, festa da Ascensão do Senhor. O tema deste ano, “Comu-nicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”, está intima-mente ligado à proposta da Arqui-diocese de Goiânia de fazer do am-biente comunicacional um espaço de encontro da nossa Igreja.

O Encontro Semanal traz em seu nome o objetivo maior desta publi-cação, em sintonia com toda a Igre-ja: a busca pela cultura do Encon-tro, conforme destaque do papa Francisco em sua mensagem, de que “os meios de comunicação po-dem ajudar a sentir-nos mais pró-ximos uns dos outros”. Por isso,

a cada semana, queremos marcar presença em sua família, em seu trabalho, em sua vida.

Na Mensagem, o pontífice faz diversos questionamentos e um deles remete justamente à essência da comunicação, de estar inserida na realidade em que vivemos. Esse é o encontro que a Igreja deve pro-porcionar, pelos meios de comu-nicação, aos seus membros, para que não caiamos no perigo de ficar só na “esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias” em vez de “ajudar-nos a crescer”. Sem esse engajamento, a comunicação pode fazer um papel contrário: “desorientar-nos”, adverte o papa.

Pode, também, tirar o foco da comunicação sedimentada na soli-dariedade e no compromisso para uma vida mais digna para todos,

“a velocidade da informação que supera a nossa capacidade de re-flexão e discernimento, e não per-mite uma expressão equilibrada e correta de si mesma”. As redes sociais são o modelo no qual mais se exprime esse problema e/ou so-lução. É uma conquista tecnológica e pode ser ou não uma conquista a serviço da humanidade, para al-cançarmos a cultura do encontro, como almeja a Igreja.

A mensagem alerta ainda para que seja construído um modelo de Igreja que abra as portas para o ambiente digital, para que as pes-soas se sintam em casa. Esse mo-delo, segundo a Mensagem, deve levar “calor, inflamar o coração” e deixa um questionamento: “Se-remos nós capazes de comunicar o rosto de uma Igreja assim?”. A resposta depende de todos.

Dia Mundial das Comunicações: papa escreve mensagem

SANTOS DA SEMANA

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DOM WALDEMAR PASSINI DALBELLOBispo Auxiliar de Goiânia

Recebemos uma nova se-mana como verdadeiro dom de Deus. Aliás, do amor e da bondade de

Deus podemos esperar sempre, pois Ele continuamente vem em nosso auxílio. Preparamo-nos para a grande solenidade de Pentecostes, a ser celebrada no próximo domin-go. Cinquenta dias depois da Pás-coa de Jesus, manifestou-se a comu-nidade-Igreja e, desde então, o Es-pírito Santo a anima no caminho do seguimento de Jesus. A Igreja vive um contínuo Pentecostes!

Escolha um dia dessa semana de graças para rezar com os textos da liturgia de Pentecostes. Nesse mo-mento de oração a presença da Bí-blia e a boa disposição para escutar

a voz de Deus são fundamentais. A leitura orante da Palavra servirá de ‘aperitivo’ para a grande refeição dominical, na Missa ou celebração da Palavra em sua comunidade.

Prepare o ambiente de oração num lugar e horário de relativa calma: a Bíblia e uma vela acesa, o Crucifixo diante dos olhos, ou ain-da uma imagem de Jesus, de Nossa Senhora (aquela que sempre aco-lheu o Verbo divino). Inicie com um canto, ou simplesmente faça o ‘sinal da Cruz’ sobre si, colocando--se na presença de Deus. Um tem-po em silêncio, ou um olhar para o objeto de devoção que você tem diante de si..., e então reze pedin-do a assistência do Espírito Santo, o entendimento das Escrituras.

Abra a Bíblia no Evangelho se-gundo João, Jo 20,19-23 (página 1338 – bíblia das Edições CNBB).

E agora, siga os três passos para a leitura orante:

1. Leia com tranquilidade o texto do evangelho, uma, duas, ou até três vezes. Observe bem o local onde tudo acontece, os gestos de Jesus e a reação dos discípulos (alegria!);

2. Volte ao texto valorizando as falas de Jesus Ressuscitado: - A paz...; - Como o Pai...; - Recebei o Espírito Santo. Permita que essas palavras sejam uma comunicação de Jesus a você, ouvindo-as dirigidas a si mesmo(a), uma a uma;

3. Conclua esse encontro com o Senhor agradecendo o dom que lhe faz e pedindo as graças que necessita para viver essa Palavra.

Dê um beijo respeitoso no texto bíblico, reverenciando a Palavra semeada em seu coração. Palavra de Deus bem acolhida dá muito fruto: trinta, sessenta e cem por um! (Mc 4,20).

(Solenidade de Pentecostes. Lit. da Palavra: At 2,1-11; Sl 103(104); 1Cor 13,3b-7.12-13; Jo 20,19-23)

Com uma vida dedicada à edu-cação, à justiça social e à promoção humana, a professora Mindé Ba-dauy de Menezes recebeu da PUC Goiás, no dia 28 de maio, o título de doutora honoris causa. Atuante profissionalmente como pedagoga, em sua trajetória de vida exerceu o ofício de ensinar sempre comba-tendo todas as formas de manifes-tação de uma sociedade excluden-te, machista e segregadora.

É graduada em Matemática e Pedagogia pela atual PUC Goiás e mestre pela Universidade Federal de Goiás. Na PUC Goiás, atuou como docente no Departamento de Educação, em uma trajetória sem-pre pautada pela defesa da educa-ção de qualidade e dedicada à for-mação dos professores.

Também foi pró-reitora de Gra-duação, informada e atualizada em relação às políticas do MEC, ligada

aos processos de avaliação institu-cional e cursos e sintonizada com os avanços pedagógicos no ensi-no superior. Teve papel central na elaboração do projeto do curso de Medicina. Suas ideias inovadoras, pautadas na Metodologia da Pro-blematização e fundamentos da teoria freireana, ajudaram a traçar um perfil de curso mais humano e preocupado com as questões da saúde pública.

Foi também professora e dire-tora da Faculdade de Educação da UFG. Em 1978, ajudou a fundar a Associação dos Docentes da UFG (Adufg), da qual foi a primeira pre-sidente. Integrou o Conselho Esta-dual de Educação. Apoiou e assu-miu a extensão do curso de Peda-gogia da universidade, na Cidade de Goiás, no início da década de 70.

Sua compreensão de gestão de-mocrática, participativa e popular

foi fundamental na formulação dos princípios e práticas que nortea-ram sua ação docente nestas insti-tuições. Entre 1993 e 1994, assumiu a Secretaria Municipal de Educa-ção de Goiânia. Com uma proposta democrática e popular, Mindé ins-tituiu um jeito próprio de ser ges-tora: acompanhar, dia a dia, in loco, no chão das escolas, suas dificulda-des e seus avanços.

Sua presença política e peda-gógica foi fundamental para que fosse convidada a trabalhar no Mi-nistério da Educação (MEC), cargo que a fez reconhecida internacio-nalmente pelos projetos inovado-res que defendia no campo da for-mação de professores e educação a distância em nosso país.

Resultado desse processo é o seu reconhecimento pela Organiza-ção das Nações Unidas para a Edu-cação, Ciência e Cultura (Unesco)

como uma das intelectuais brasilei-ras mais importantes no campo da democratização do conhecimento. Este reconhecimento se deu pelas importantes publicações do MEC, dentre as quais os livros da Coleção Proinfantil, a TV Escola e o Progra-ma Um salto para o futuro.

PUC Goiás concede honoris causa a Mindé Badauy

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