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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING ENDOMARKETING NA HOTELARIA: A VALORIZAÇÃO DO CLIENTE INTERNO Por: Danielle Verduc dos Santos de Oliveira Orientador: Professor Dr. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING

ENDOMARKETING NA HOTELARIA: A VALORIZAÇÃO

DO CLIENTE INTERNO

Por: Danielle Verduc dos Santos de Oliveira

Orientador:

Professor Dr. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING

ENDOMARKETING NA HOTELARIA: A VALORIZAÇÃO

DO CLIENTE INTERNO

Trabalho monográfico apresentado ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como condição

prévia para a conclusão do curso de Pós-

graduação “Lato Sensu”, em Marketing.

Por: Danielle Verduc dos Santos de Oliveira

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DEDICATÓRIA

A Deus, por permitir que eu superasse todas as dificuldades e vencesse a etapa da vida

acadêmica; por me dar saúde para continuar a caminhada e me presentear com uma

criança maravilhosa, que é o Henrique, formando junto ao Sandro, uma família linda e

muito almejada.

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AGRADECIMENTOS

A Estelemar Verduc dos Santos, minha mãe, por ensinar que somente o estudo e o

trabalho me permitiriam alçar o vôo da liberdade.

Ao meu filho Henrique, por ter modificado de forma plena a minha vida,

Ao Sandro de Oliveira, meu marido, com a minha gratidão e o meu reconhecimento por

seu indispensável e incansável apoio para a realização deste trabalho; pelos momentos

compartilhados, alicerçados no amor e na amizade.

Ao meu orientador Professor Marcelo Saldanha pelo incentivo e a forma profissional

como foi conduzida a minha orientação.

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RESUMO

OLIVEIRA, Danielle Verduc dos Santos de. Endomarketing na Hotelaria: A valorização do Cliente Interno. Rio de Janeiro, 2009. Monografia (Especialização Lato Sensu) - Pós-graduação em Marketing da Universidade Cândido Mendes.

As buscas por qualidade nos produtos e serviços têm sido constante no ramo hoteleiro na atualidade. Neste contexto, o endomarketing visa proporcionar satisfação das necessidades individuais dos clientes internos, proporcionando as condições necessárias para existir motivações. Pois o cliente interno se sentindo bem dentro da empresa em que trabalha, rende muito mais em suas atividades e proporciona um atendimento com mais qualidade aos clientes externos, gerando uma harmonia entre os trabalhos de marketing externo e interno. Um funcionário motivado, que recebe da empresa na qual trabalha, educação, carinho, atenção, torna-se bem preparado, bem informado, criativo, feliz e transmite essa paixão na hora do atendimento ao cliente. O clima organizacional refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. A comunicação é uma oportunidade de ir ao encontro a mente do colaborador, é através dessa comunicação que se consegue o entendimento, a coordenação, e a cooperação que possibilitam o crescimento e desenvolvimento das organizações. No final desse processo, o endomarketing é como o funcionário percebe a empresa, sua gestão, e a forma como ela está organizada. Desta forma buscamos demonstrar que o cliente interno motivado apresentam um padrão de comportamento de acordo com as expectativas geradas pela função que ele exerce na empresa, tais como: qualidade no serviço (através de um ótimo atendimento), atendimento às necessidades do cliente externo e conseqüentemente a fidelização desse cliente que percebe o trabalho de maneira positiva.

Palavra-chave: endomarketing, marketing, cliente interno, hotelaria.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 16

CAPÍTULO III 25

CONCLUSÃO 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

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INTRODUÇÃO

As buscas por qualidade nos produtos e serviços têm sido constante no ramo

hoteleiro na atualidade. Associado a este fato, encontram-se ainda, problemas

enfrentados devido às más condições de trabalho oferecidas ao cliente interno

(funcionários). Estes, vão desde prejuízos à saúde dos funcionários, intrigas,

desmotivação até um conseqüente descomprometimento do mesmo, com as atividades

pertinentes à sua função. Essa situação coloca em evidência a importância de se manter

um clima organizacional onde todos possam estar motivados e comprometidos com o

trabalho, para que assim os funcionários prestem um serviço de qualidade e possam

satisfazer os desejos e necessidades dos clientes.

O endomarketing vem de encontro com essa necessidade, uma vez que objetiva

elaborar estratégias de marketing voltadas aos clientes internos ou funcionários. Esse

trabalho tem por finalidade mostrar ao leitor a importância da implantação do

endomarketing, focando o caso da hotelaria, evidenciando quais os benefícios gerados

por essa prática organizacional.

A Hotelaria, assim como qualquer outra atividade econômica, depende das ações

do marketing para atingir seus objetivos de mercado. As ações de marketing externo

dependem basicamente das ações de marketing interno, o que nos leva a dizer que não

existe uma boa ação externo sem um bom trabalho interno.

Por isso é importante para o profissional do ramo hoteleiro, saber com clareza o

papel do cliente interno como ponto de ligação entre a empresa e o cliente externo.

Qualquer ação desenvolvida pelo hotel tem como ponto de partida o contato cliente

interno e cliente externo. Isto demarca a essência do trabalho da empresa turística,

determinando sua qualidade ou seu descomprometimento.

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A mudança do comportamento do cliente externo fez com que os hoteleiros

alterassem a estrutura dos hotéis, buscando a adequação a esta nova situação. Porém

somente uma adequação estrutural não é o bastante para atender às necessidades

diferentes e instáveis do nosso cliente externo, é preciso também, uma alteração

comportamental.

Essa alteração comportamental passa pela nova visão do mercado customizado,

atendendo de forma personalizada cada cliente externo. Mas se os dirigentes não

tiverem esta mesma visão ao olhar para dentro de sua empresa, de nada vai adiantar

esses esforços externos. O que se deve realmente ter é uma visão única do mercado, se a

empresa “olha” o seu cliente externo de uma forma, deve ter esta mesma visão para o

seu cliente interno.

O endomarketing visa proporcionar satisfação das necessidades individuais dos

clientes internos, proporcionando as condições necessárias para existir motivações. Pois

o cliente interno se sentindo bem dentro da empresa em que trabalha, rende muito mais

em suas atividades e proporciona um atendimento com mais qualidade aos clientes

externos, gerando uma harmonia entre os trabalhos de marketing externo e interno.

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CAPÍTULO 1

O CONCEITO DE ENDOMARKETING

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Para Brum (2003, p.39)1 o endomarketing “(...) é a percepção do funcionário

sobre a empresa e seus processos de gestão”.

Em endomarketing o importante é o que se faz para a mente do funcionário, por

exemplo, o posicionamento que a empresa adota e transmite ao funcionário, faz com

que ele tenha a empresa em uma posição de destaque em sua mente e lute para mantê-la

sempre nesse patamar. Esse posicionamento adotado deve ser sustentado por

posicionamentos reais, podendo ser também mais subjetivos baseados na gestão, no

ambiente ou em nível de benefícios, dependendo da posição real que a empresa ocupa

no mercado, isso criará uma relação de credibilidade entre a empresa e o funcionário.

Quando a comunicação interna é entendida como um processo de sedução isso garante

que esforços como esses tenham sucesso (BRUM, 2003). 2

(...) o marketing interno é uma preparação da empresa, e isso passa pela seleção,

treinamento, motivação e informação dos funcionários, com o objetivo bem definido de

mobilizar toda a organização para o atendimento às necessidades do cliente externo

(INKOTTE apud TÓFANI, 2007, p.27). 3

“O Endomarketing implica, pois, um conjunto de métodos e técnicas de gestão da

relação pessoal-organização que tem como objetivo que o pessoal adote voluntária e

espontaneamente a orientação frente à qualidade do serviço (...)” (BARBOSA, 2008,

p.7). 4

1 BRUM, Analisa de Medeiros. Um Olhar sobre o Marketing Interno. 3. ed. Porto Alegre: L & PM, 2003. 160 p.

2 Ibid nota1

3 TÓFANI, Flávio. Marketing Interno ou Endomarketing. Agosto de 2007.

4 BARBOSA, Maria de Fátima Nóbrega. Introdução ao marketing para empresa de pequeno porte.

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Para Menshhein (2007, p.2)5 “Atualmente algumas organizações estão mudando

a maneira de agir com relação ao Marketing realizado internamente, as estratégias são

específicas e não devem ser iguais as usadas com o consumidor”.

1.1 IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING

Uma série de questões relacionadas à economia e a própria relação

capital/trabalho levaram as empresas a mudar o foco para a conquista e conservação do

cliente através de um ótimo atendimento, e para que esse atendimento se torne perfeito

faze-se necessário pensar primeiro na mudança de comportamento do funcionário. Um

funcionário motivado, que recebe da empresa na qual trabalha, educação, carinho,

atenção, torna-se bem preparado, bem informado, criativo, feliz e transmite essa paixão

na hora do atendimento ao cliente. E é essa paixão que vai fazer a diferença, o resultado

da associação do ambiente com o diferencial humano que provoca no cliente uma boa

surpresa deles por parte da empresa (BRUM, 2003). 6

(...) num mercado extremamente competitivo, todos os produtos e serviços tornaram-se

commodities e a única coisa que os diferencia é o algo mais oferecido em cada

ambiente, alicerçado no diferencial estabelecido pelo contato humano (BRUM, 2003,

p.33). 7

5 MENSHHEIN, Rafael Maurício. Marketing Interno. Março. 2007. 6 Ibid nota 1 7 Ibid nota 1

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Grandes grupos empresariais e empresas de médio porte ainda hoje não se

preocupam em cuidar e conduzir bem da comunicação interna. Esquece-se de manter

todos os funcionários informados sobre os planos, projetos, sobre a cultura da própria

empresa, não se vendem para os seus próprios funcionários. E por não existir

investimento no marketing interno das empresas, esse descuido acaba por desmotivar o

funcionário, que se sente muitas vezes “traído”.

Menshhein (2007, p.3)8 relata que, “Saber conquistar o cliente interno é um dos

diferenciais de maior valor para as empresas, também demonstrando que o sucesso deve

ser iniciado dentro de casa”.

Entende-se que os primeiros clientes estão dentro da organização e que, por

exemplo, num lançamento de uma campanha, a idéia precisa ser vendida, primeiro ao

funcionário, porque é ele quem está diretamente envolvi do com a organização e

depois para as pessoas que estão do lado de fora, campanhas internas são importantes,

pois, os primeiros clientes, os funcionários podem passar informações para outras

pessoas, fora da empresa e permitir que os produtos cheguem aos consumidores

(MENSHHEIN, 2007). 9

1.2 PLANEJAMENTO DE ENDOMARKETING:

ESTRATÉGIA X FERRAMENTAS

8 Ibid nota 5

9 Ibid nota 5

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As empresas líderes de mercado possuem características em comum e uma

dessas características são as boas idéias, por exemplo, a idéia de trabalhar a imagem da

marca interna, concentrar esforços além da comunicação mercadológica, através de um

planejamento de endomarketing (BRUM, 2003). 10

“(...) para realizar uma campanha de endomarketing, o profissional de Marketing deve

elaborar um planejamento com a estratégia inclusa, para que os resultados sejam

mensurados e tragam benefícios as pessoas da organização” (MENSHHEIN, 2007, p.8). 11

Verifica-se que para um planejamento de endomarketing, estratégias como

seleção, treinamento, campanhas motivacionais, processos de comunicação interna

(informação para os colaboradores) são importantes para um desenvolvimento de

qualidade do processo, mas devem ser implementadas em conjunto com objetivos e

metas mais amplos, que envolvam toda a organização para que a conquista da satisfação

dos funcionários e clientes da empresa seja duradoura. E para essa atividade estratégica

que é o endomarketing todas as categorias de empregados, isso inclui a média e alta

gerência, precisam estar envolvidos.

Devem-se utilizar ferramentas como descrição de cargo, procedimentos de

recrutamento, plano de carreira, salário, prêmios e benefícios indiretos, incentivo à

iniciativa, atitude criativa, delegação de poderes assim como outras tantas, mas como

ferramentas ativas de marketing, fazendo isso às organizações contribuirão para

conquistar e manter o tipo adequado de funcionários, para que as metas do

endomarketing sejam atingidas (www.guiarh.com.br). 12

10 Ibid nota 1

11 Ibid nota 5

12 http//:www.guiarh.com.br

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1.3 CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

De acordo com Schein (2001, p. 36), 13 “A cultura (...) pode ser vista como os

modelos mentais compartilhados que os membros de uma organização adotaram e

admitiram como corretos”.

Cada empresa tem a sua cultura e não existe a certa ou a errada, o que existe são

valores que se adequam ou não ao mercado em que cada organização está focada, se o

ambiente em que ela opera permite o argumento adotado isso já é um pré-requisito para

o sucesso (SCHEIN, 2001). 14

Entendo a cultura organizacional primeiro como instrumento de poder; segundo,

como conjunto de representações imaginárias sociais que se constroem e reconstroem

nas relações cotidianas dentro da organização e que se expressam em termos de valores,

normas, significados e interpretações, visando um sentido de direção e unidade,

tornando a organização fonte de identidade e de reconhecimento para seus membros

(FREITAS, 2006). 15

O autor expõe que usando a cultura organizacional, os elementos culturais as

organizações conseguem fazer com que os seus colaboradores assimilem as

informações, sejam elas sobre missão, valores, virtudes, noções de comportamento, do

que é realização pessoal e as transformem em atitudes apropriadas, modos de pensar e

agir apropriados dentro e fora dela transmitindo ao mesmo tempo para os clientes, para

a sociedade o que a organização representa, a sua identidade.

13 SCHEIN, Edgar H. Guia de Sobrevivência da Cultura Corporativa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001. 191 p. 14 Ibid nota 13 15 FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional: identidade, sedução e carisma? 5 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 180 p.

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Schein (2001, p.36)16 afirma que “(...) a cultura é estável e difícil de mudar

porque representa o aprendizado acumulado de um grupo – as formas de pensar, de

sentir e de perceber o mundo que fizeram o sucesso do grupo”.

Conforme Schein (2001, p.37)17, a cultura organizacional pode ser dividida em

um nível visível, mais fácil de observar e outro invisível, mais profundo. “O nível mais

fácil de observar quando se entra em uma organização é o dos artefatos: o que se vê,

ouve e sente [...] nível mais profundo, você terá que pensar do ponto de vista histórico”.

Brum (2003)18 leva a compreender que a cultura nasce e cresce com a empresa e

não se muda, mas mesmo dentro de uma cultura corporativa e atrasada, ou seja,

fechada, pode-se estabelecer um contexto favorável a partir de pessoas positivas que

fazem o seu dia-a-dia.

A cultura organizacional é mais difícil de mudar, é mais profunda enquanto que

o clima percebe-se mais facilmente e devido a uma natureza transitória, a administração

tanto a curto quanto em médio prazo pode vir a ser possível.

O clima organizacional refere-se ao ambiente interno que existe entre os

participantes da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de

seus participantes. Em termos mais práticos, o clima organizacional depende das

condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizada, das políticas e

valores existentes, da estrutura organizacional, das características das pessoas que

participam da mesma, da natureza do negócio (ramo de atividade da empresa) e do

estágio de vida da empresa (www.geocites.com.br). 19

16 Ibid nota 13 17 Ibid nota 13 18 Ibid nota 1 19 http//: www.geocites.com.br

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CAPÍTULO 2

MOTIVAÇÃO

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2.1 DEFINIÇÕES DA MOTIVAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

De acordo com Bergamini (2006, p.31)20 “Motivação deriva originalmente da

palavra movere, que significa mover”.

As pessoas possuem interesses diversos, logo não se movem em direção a um

objetivo ou não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões, à motivação cobre uma

série de formas comportamentais (BERGAMINI, 2006). 21

Com base em Kondo (1994, p.13)22motivação é “O estímulo à vontade de

trabalhar das pessoas”.

O autor defende que não existe um saber fazer técnico para resolver o problema

da falta de motivação dos colaboradores, nem uma forma padronizada para se conseguir

a motivação no trabalho, mas podem ser utilizados estímulos que vão mexer com o

coração e a mente deles e provavelmente irão provocar reações.

Segundo Gade (2000, p.85)23 a motivação tem “(...) dois aspectos distinto:

1) Um estado motivador interno que impele o indivíduo em direção a algum

objetivo;

2) Um comportamento que visa alcançar este;

3) Objetivo e sua realização, (...)”.

20 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 214 p. 21 Ibid nota 20 22 KONDO, Yoshio. Motivação humana: um fator-chave para o gerenciamento. São Paulo: Editora Gente, 1994. 214 p. 23 GADE, Christiane. Psicologia do Consumidor e da Propaganda. ed. rev. e ampl. São Paulo: EPU, 2003. 269 p.

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Essas duas características da motivação juntas nos colaboradores beneficiam e

muito as empresas, pois representa a conquista da lealdade de muitos indivíduos e

direciona suas energias em prol das metas da empresa (VROOM, 2000).24

Steers e Porter (apud BERGAMINI, 2006):25

Propõem que a motivação seja uma cadeia de eventos baseada no desejo de reduzir um

estado interno de desequilíbrio tendo como base a crença de que certas ações deveriam

servir a esse propósito.

Conforme o autor quando se fala em motivação deve-se levar em conta que cada

indivíduo traz consigo características individuais e uma “bagagem” cultural própria e

essas diferenças podem levar a variadas interpretações de desejos e uma maneira

particular de cada pessoa na busca de seus objetivos, logo a motivação pode ser

considerada como um processo que vem de dentro das pessoas e dificilmente pode-se

motivar alguém. Entende-se que é possível diante de alguma expectativa que a pessoa já

tenha ativado um determinado tipo de busca de objetivos. Outro aspecto também

importante do ponto de vista do autor para o entendimento do comportamento

motivacional é que um indivíduo possui vários comportamentos motivacionais e à

medida que ele consegue suprir uma necessidade ele segue em busca de outros

objetivos, e isso acontece porque quando a pessoa atinge uma finalidade surge um

desequilíbrio interno.

2.2 MOTIVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

24 VROOM, Victor H. Gestão de pessoas, não de pessoal. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 274 p.

25 Ibid nota 20

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De acordo com Kondo (1994): 26

Algumas pessoas acreditam que existem especialistas e técnicas voltadas

especificamente à motivação, e que quando esses especialistas usam essas técnicas, eles

fazem com que os funcionários trabalhem melhor sem nenhum benefício para eles

próprios.

Mas o autor não acredita que existam tais especialistas e nem técnicas para

motivar pessoas, um procedimento de motivação que é conveniente para um indivíduo,

com características e hábitos próprios pode não o ser para outro e esse procedimento de

motivação se utilizado para várias pessoas pode não proporcionar o mesmo resultado.

Para ele a teoria da motivação existe, mas para ativá-la é necessário tratar as pessoas

com honestidade, de forma sincera e aberta, dando vida a algo que estava preso,

escondido, pode-se dizer que motivação é uma questão de disposição do espírito.

(...) fatores extrínsecos ao trabalhador tais como salário, segurança, políticas

organizacionais, relacionamento interpessoal, condições do ambiente de trabalho, fazem

apenas com que as pessoas se movimentem para buscá-los, ou se disponham a lutar por

eles quando os perderam. Não é sua presença que motiva (BERGAMINI, 2006, p.54). 27

Percebe-se com as idéias do autor que fatores de satisfação motivacional são

confundidos com a própria motivação em si nas organizações. As empresas muitas

vezes optam por utilizar tais fatores motivacionais que estão fora das pessoas como, por

exemplo, premiação em dinheiro ou outros tipos de premiações, esperando com isso o

aumento da satisfação motivacional e que essa satisfação perdure por um bom tempo.

Mas de acordo com o autor as organizações precisam ter em mente que tais fatores

extrínsecos vão causar um efeito imediato e depois podem causar efeitos desastrosos,

frustrantes, pois a atitude de motivação diante de metas e objetivos estimulada pelos

mesmos desaparecerá, esses estímulos “[...] surgem e perduram enquanto a necessidade

que os valoriza não estiver satisfeita”.

26 Ibid nota 22 27 Ibid nota 20

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O autor defenda que a motivação apresenta vários outros aspectos que podem ser

levados em consideração e não apenas aqueles que fazem com que os funcionários se

movimentem dentro das organizações, as pessoas querem ser valorizadas como pessoas

e não como objetos, utilizados como meio para se obter algo.

“(...) Queremos ser tomados por nós mesmos, sermos aceitos como indivíduos

completos e totais. Não nos agrada sermos percebidos como objetos úteis ou

instrumentos”. (MASLOW, 1970 apud BERGAMINI, 2006, p.61). 28

Conforme indicado por Vroom (2000, p.21)29 Do ponto de vista das empresas,

(...) a motivação para exercer o esforço é acionada pela perspectiva das recompensas

desejadas: dinheiro, reconhecimento, promoção e assim por diante.

Essas recompensas, como o autor diz, podem ser extrínsecas, por exemplo,

dinheiro, ou intrínsecas, recompensas. Mas a presença da primeira pode inevitavelmente

diminuir as segunda, o que leva uma consideração do uso das duas em conjunto.

Segundo Bergamini (2006)30 nas organizações o estilo de liderança adotado

também influencia na motivação humana, existe uma diferença entre o líder e o chefe. O

chefe de acordo com o autor acredita que possa motivar pessoas para conseguir os

resultados esperado manipulado-as através de premiações e punições, a última quando

seus subordinados não seguem os padrões de comportamento estipulados por ele, já o

líder dentro das organizações é aquele que consegue influenciar o comportamento dos

seus funcionários sem precisar usar dessa manipulação de variáveis extrínsecas.

28 Ibid nota 20 29 Ibid nota 24 30 Ibid nota 20

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Se os indivíduos estiverem motivados, seu desempenho estaria de acordo com o

nível de responsabilidade requerida pela função. Se o padrão de comportamento de uma

pessoa está conforme nossas expectativas a respeito da sua função, tendemos a dizer

que ela está motivada; se o padrão de comportamento não condiz com nossas

expectativas, tendemos a dizer que ela está pouco motivada (CONNELLAN apud

BERGAMINI, 2006). 31

O autor defende que essa forma de verificar a motivação dos colaboradores

proporciona o entendimento das possibilidades de mudança em relação as suas atitudes,

quais podem ser eliminadas e de acordo com os resultados positivos em relação a lucro

nas organizações quais devem ser intensificadas.

2.3 MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO

“O problema da motivação torna-se mais difícil na medida em que o padrão de vida e o

nível educacional das pessoas se elevam” (KONDO, 1994, p.13). 32

À medida que se têm estilos de vida diferentes e a sociedade amadurece, o valor

em relação ao trabalho muda e o trabalho irá se constituir em algo muito além de ganhar

dinheiro, por exemplo.

31 Ibid nota 20 32 Ibid nota 22

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Todos possuem necessidades que são comuns a sua natureza e também

valorizam alvos que podem ser muito semelhantes. [...]; no entanto, a forma pelo qual o

fazem e o tanto que valorizam esse objetivo a ser alcançado depende dos seus

organizadores de comportamento motivacional. Trata-se de uma via preferencial de

ação, ou seja, a forma pelo qual as pessoas escolhem lidar com as diferentes situações

que se apresentam no decorrer da vida (BERGAMINI, 2006, p.119).33

De acordo com Bergamini (2006)34 existem pessoas que são motivadas pela

participação, outras que são orientadas pela ação e a satisfação no trabalho, existem

aquelas que são orientadas pela segurança e por fim existem pessoas que são orientadas

pela conciliação.

Entende-se que para cada um desses tipos de pessoas existem situações que

proporcionam grande satisfação no trabalho. Que vão desde poder consultar colegas de

trabalho e ser consultado por elas, usar talentos pessoais para o crescimento,

desenvolvimento da organização até reconhecer-se importante dentro do grupo ou

desfrutar de uma convivência social agradável e harmônica.

Segundo Vroom (2000)35 o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho

está relacionado a dois conjuntos de necessidades, de um lado está o conjunto de

necessidades que proporcionam a satisfação no trabalho ou que evitam a insatisfação do

funcionário na empresa, fatores de higiene como: salários, benefícios, condições de

trabalho, segurança, relacionamento interpessoal supervisão e outros e do outro lado

está o conjunto de necessidades dos seres humanos que levam a motivação e que está

diretamente relacionada com a tarefa ou o trabalho, a capacidade do indivíduo de

executar determinada tarefa e experimentar o crescimento, desenvolvimento do seu

potencial e suas realizações. Os fatores que estimulam o crescimento são: liberdade,

criatividade, responsabilidade, inovação, reconhecimento pelas execuções.

33 Ibid nota 20 34 Ibid nota 20 35 Ibid nota 24

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Maslow (1970, apud GADE, 2003)36 expressa na sua teoria da motivação uma

abordagem diferente das descritas anteriormente, o ser humano é considerado na sua

totalidade, é altamente insatisfeito e possuidor de uma série de necessidades,

(necessidades biológicas, psicológicas e sociais) que se relacionam entre si por uma

escala hierárquica. E nessa escala uma necessidade de estar razoavelmente satisfeita,

por exemplo, a necessidade de segurança, antes que outras, como as necessidades

sociais, de estima e auto-realização se manifestem.

2.4 O ENDOMARKETING E A MOTIVAÇÃO: CONCEITOS

QUE SE COMPLEMENTAM

Conforme Brum (2003)37 o endomarketing é todo um processo realizado na

empresa que vai desde a seleção, motivação, treinamento; que são as condições

necessárias ao desenvolvimento do trabalho, estímulos; benefícios, planos de carreira,

até a construção e manutenção da comunicação interna, de modo a disseminar os

valores e objetivos da organização, ouvir sugestões e reclamações e não apenas vender

idéias e formas de trabalhar.

Para o autor a comunicação é uma oportunidade de ir ao encontro a mente do

colaborador, é através dessa comunicação que se consegue o entendimento, a

coordenação, e a cooperação que possibilitam o crescimento e desenvolvimento das

organizações. No final desse processo, o endomarketing é como o funcionário percebe a

empresa, sua gestão, e a forma como ela está organizada.

36 Ibid nota 23 37 Ibid nota 1

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Para Gade (2003, p.85)38 motivação é “(...) um estado ativado que gera

comportamento direcionado”.

A partir dessa reflexão, podemos dizer que cada colaborador possui interesses,

ou seja, necessidades e desejos internos ou externos, fisiológicos ou psicológicos que

são diferentes, pois as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões e

através de estímulos esses indivíduos se tornam motivados, se empenha em atividades

até alcançar um determinado objetivo.

Conforme a autora os responsáveis por empresas geralmente solicitam para o

quadro de funcionários, pessoas motivadas, como se isso fosse possível, esquecem que

não é uma qualidade permanente do indivíduo e que as pessoas possuem

comportamento motivacional diferentes.

Conforme Bergamini (2006)39 nas organizações existem orientações para

determinados grupos de pessoas, para incentivá-las a seguir um direcionamento em

busca da satisfação motivacional, mas os indivíduos são diferentes e alguns podem

achar difícil aceitar e compreender esse direcionamento, pois o seu estilo motivacional

também é diferente, logo se faz necessárias campanhas motivacionais, mas levando-se

em conta as situações que irão motivar cada indivíduo.

38 Ibid nota 23 39 Ibid nota 20

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CAPÍTULO 3

MARKETING DE SERVIÇOS

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3.1 O CONCEITO SOBRE MARKETING DE SERVIÇOS

Pode-se classificar os serviços como uma maneira de expressar a intenção da

empresa para solucionar certos tipos de problemas, de uma determinada forma. Isto

significa que o conceito de serviço tem que incluir informações sobre o que a empresa

intenciona fazer para certo segmento de clientes (GRONROOS, 1995).40

Serviços ao cliente envolvem o cuidado, consideração e atenção focados nos

clientes. Geralmente, serviço ao cliente é uma atenção e assistência não esperada pelos

clientes, que os ajuda a obter maior satisfação de um produto ou serviço (VAVRA,

1992).41 Os serviços devem ser percebidos pelos clientes como algo de sinceridade; de

outra forma, eles podem ser interpretados como apenas outro artifício de marketing para

aumentar vendas.

Os serviços devem atender plenamente às necessidades e expectativas dos

clientes. Para que eles sejam executados com qualidade, é necessário saber como as

expectativas são formuladas. “As expectativas de qualquer produto ou serviço

especifico são estabelecidas durantes o tempo de experiência. Oferecer produtos e

serviços que satisfaçam, exige conhecimento das expectativas dos clientes”

(BOGMANN, 2000, p.11 e 12). 42

3.2 COMUNICAÇÃO COM OS CLIENTES

40 GRÖNROOS, Christian. Marketing - Gerenciamento e Serviços: a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 406p. 41 VAVRA, Terry G. Marketing de Relacionamento: aftermarketing; Tradução Ailton Bonfim Brandão - São Paulo: Atlas,1993. 42 BOGMANN, Itzhak Meir. Marketing de Relacionamento – Estratégias de Fidelização e Suas Implicações Financeiras. São Paulo: Nobel, 2000.

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Como muitas atividades do Hotel, o sucesso de um programa de comunicações

com clientes depende da fixação de objetivos. Esses objetivos devem estar vinculados

com o posicionamento da empresa. Uma empresa pode usar a comunicação com

clientes para posicionar-se, identificar-se com os clientes específicos ou fortalecer sua

imagem global. O Hotel deve, também, informar os clientes sobre os serviços atuais e

educar os clientes. Os clientes necessitam saber da superioridade dos serviços de uma

empresa e precisam sentir que são importantes e que fazem parte grupo exclusivo ou

privilegiado do mesmo (VAVRA, 1992). 43

Segundo Mckenna (1992),44 a comunicação é um diálogo e, quando esse diálogo

é eficaz, as duas partes ganham à empresa e o cliente. No novo marketing, comunicar-se

com os clientes compreende tanto ouvir quanto falar. É através do diálogo que as

relações são construídas e os produtos são concebidos, adaptados e aceitos. As empresas

estão aprendendo o valor da comunicação direta.

Existem várias maneiras de fazer contatos informais com os clientes: telefônicos,

correspondência, contatos diretos no próprio local. Porém, é importante deixar claro que

o Hotel deve abrir um canal de comunicação que seja facilmente captado pelo cliente

externo.

As organizações têm que conscientizar de que ouvindo a voz do cliente

encontrarão as estratégias eficientes no processo de fidelização. Basta ter vontade e

pensar na maneira mais prática de facilitar o canal de comunicação entre clientes e

organização. Deve-se incentivar o cliente a reclamar, afinal, é a partir dele que a

empresa saberá sua real expectativa em relação ao produto e ao comportamento.

(BOGMANN, 2000). 45

43 Ibid nota 41

44 MCKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento. Estratégias bem sucedidas para a era do cliente. Tradução Outras Palavras Consultoria Lingüística e Serviços de Informática - Rio de Janeiro: Campus, 1992.

45 Ibid nota 42

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Existem quatro atitudes, que segundo Vavra (1992), 46 podem ser antecipadas

para melhorar o relacionamento da empresa com os clientes: Defensiva: significa

simplesmente reagir às reclamações procurando eliminar o confronto direto através de

panos quentes. Ouvinte: é um processo de reação, em que a empresa solicita o

“feedback” do cliente, mas não toma providências para resolver o problema.

Atendimento às reclamações: tomar providências é bom, mas é ainda reagir às

reclamações do cliente, não estimulando a comunicação. Pós-marketing: coloca a

empresa em um papel ativo estimulando as comunicações e corrigindo os problemas.

Qualquer que seja a estratégia de comunicação adotada pela organização, a

chave da realização bem sucedida da comunicação com o mercado está em como as

interações entre a organização e seus clientes tenham sido dirigidas às necessidades e

anseios desses clientes. (GRONROOS, 1995). 47

3.3 PREPARANDO O HOTEL PARA ATENDER AS

NECESSIDADES DOS CLIENTES

O primeiro papel do líder do marketing de relacionamento é assegurar que o

aprendizado seja absorvido corretamente pela organização. Os funcionários devem estar

bem treinados para que possam identificar de que modo os clientes podem ficar

emocionalmente envolvidos com o tratamento, de que maneira a marca e a fidelidade

dos clientes afetam as percepções de relacionamento deles, e o que esses clientes dizem

para você (STONE & WOODCOCK, 1998). 48

46 Ibid nota 41 47 Ibid nota 40 48 STONE, Merlin e WOODCOCK, Neil. Marketing de Relacionamento; Tradução Luiz Liske - São Paulo: Literatura Mundi, 1998.

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Por isso, é importante que o Hotel tenha consciência da importância do cliente,

incentivando seu pessoal de atendimento a valorizar as suas reclamações, além de

estabelecer os canais e processos para que as reclamações possam ser conduzidas de

forma adequada (PEPPERS & ROGERS, 2004). 49

Para ter qualidade no atendimento é necessário continuar desenvolvendo uma

parceria com os clientes, antecipar e atender às necessidades de mudanças sentidas

pelos clientes de modo que a empresa esteja sempre em primeiro lugar na mente dos

consumidores (FRANCES & ROLAND BEE, 1995). 50

Segundo Peppers & Rogers (2004), 51 o atendimento tem três pontos cruciais:

perfil do atendente (deve estar preparado para dar boas vindas ao cliente, mostrar boa

vontade, ser rápido, evitar atitudes negativas); o atendimento em si (evitar as demoras

ou qualquer barreira entre clientes e empresa); o ambiente de trabalho (deve ser

organizado de modo que reflita a qualidade da organização).

Quando uma empresa trabalha com qualidade e prioriza o atendimento aos

clientes, eles compreendem que o prestador de serviços possui o conhecimento e as

habilidades necessárias para solucionar seus problemas de forma profissional, sentem

que os funcionários de serviços estão preocupados com eles e se interessam por

solucionar seus problemas de uma forma espontânea e acreditam que as operações do

prestador de serviço merecem sua confiança (GRONROOS, 1995). 52

49 PEPPERS & ROGERS GROUP. CRM Series – Marketing 1 to 1. 3º. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

50 FRANCES & ROLAND BEE. Fidelizar o Cliente; Tradução Edite Sciulli . São Paulo: Nobel, 2000.

51 Ibid nota 49

52 Ibid nota 40

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Conhecendo cada um dos seus clientes, pode-se identificar suas necessidades e

tratá-los de forma individualizada. Os clientes são diferentes. Satisfação não traz

fidelidade. Clientes satisfeitos mudam-se desde que não haja custo nessa mudança

(PEPPERS & ROGERS, 2004). 53

53 Ibid nota 49

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CONCLUSÕES

Depois das pesquisas para a construção deste trabalho, percebe-se que a

importância da implantação do endomarketing como instrumento estratégico das

empresas, em especial os Hotéis, e principalmente a motivação conferem uma forte

estratégia nessa proposta do comprometimento dos funcionários. Através do estudo de

vários autores de livros técnicos específicos sobre marketing, endomarketing e

motivação.

Como objeto de estudo, pôde-se constatar que o endomarketing é uma

ferramenta poderosa para propiciar uma relação sadia, transparente e duradoura nessa

nova parceria que emerge dos tempos atuais. Atribuí-lo um alto grau de importância

como uma ferramenta de gestão e altamente estratégica para alinhar todos em uma só

visão, é imprescindível para obtenção do êxito na sua totalidade.

O Endomarketing passa a ser um recurso a favor dos hotéis que visam estreitar a

sua relação com o cliente interno visando à satisfação do cliente externo e a

consolidação de uma imagem positiva no mercado. Tornar este cliente interno peça

chave para o negócio, atendendo suas necessidades, munindo-o de todas as informações

essenciais para um bom desempenho, valorizando-o como ser humano e como parte

diretamente relacionada ao sucesso do negócio passa a ser o início de uma relação em

que os dois saem vitoriosos, onde os objetivos são alcançados por ambos. Por um lado

teremos um funcionário satisfeito em pertencer a uma empresa que lhe dê valor, e por

outro lado, a empresa atinge seus objetivos e se destaca no mundo competitivo de hoje.

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Neste contexto, a motivação, como foi tratada, é um fator chave para que o

cliente interno trabalhe em favor dos objetivos organizacionais, com o máximo

desempenho, com qualidade e ampliando o potencial da atuação grupal. Os funcionários

constituem o primeiro cliente de uma empresa. Devem ser valorizados como pessoas, e

não como instrumentos.

Observa-se com bastante ênfase, que para que os hotéis busquem o

comprometimento por parte dos indivíduos, precisam desenvolver uma cultura que leve

em conta o estilo de liderança, o estímulo à participação, a flexibilidade, a interação

humana, entre outros. Desta forma, se faz necessário o endomarketing, integrando todos

os departamentos, funcionários, por meio dos mais variados recursos tecnológicos,

estabelecendo um fluxo contínuo de informações.

Atendendo ao objetivo geral do estudo, constatou-se através do referencial

teórico, que Indivíduos motivados apresentam um padrão de comportamento de acordo

com as expectativas geradas pela função que ele exerce na empresa, tais como:

qualidade no serviço (através de um ótimo atendimento), atendimento às necessidades

do cliente externo e conseqüentemente a fidelização desse cliente que percebe o

trabalho de maneira positiva.

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ÍNDICE

SUMÁRIO 06

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO 1

O CONCEITO DE ENDOMARKETING 10

1.1 - A Importância do Endomarketing 11

1.2 - Planejamento de Endomarketing: Estratégia X Ferramentas 12

1.3 – Cultura e Clima Organizacional 14

CAPÍTULO 2

MOTIVAÇÃO 16

2.1 - Definições da Motivação e Características 17

2.2 – Motivação Como Estratégia Empresarial 18

2.3 - Motivação e Satisfação no Trabalho 21

2.4 – O Endomarketing e A Motivação: Conceitos Que Se Complementam

23

CAPÍTULO 3

MARKETING DE SERVIÇOS 25

3.1 – O Conceito Sobre Marketing de Serviços 26

3.2 – Comunicação Com os Clientes 26

3.3 - Preparando O Hotel Para Atender As Necessidades dos Clientes 28

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CONCLUSÃO 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Curso: Marketing

Título da Monografia:

Endomarketing Na Hotelaria: A Valorização do Cliente Interno

Por: Danielle Verduc dos Santos de Oliveira

Data de Entrega:__________________________________________________

Avaliado por:_____________________________________________________

Grau:___________________________________________________________

Rio de Janeiro, de de 2009.

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Coordenador do Curso