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barlavento | quinta-feira, 15 de agosto de 2013 ENTREVISTA 10 E Paulo Neves Fazer nascer soluções com inovação, fazendo bem com pouco Candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Faro Paulo Neves, em entrevista ao «barlavento», considera «frus- tadas» as expectativas da população face à autarquia, diz que «é preci- so um novo rumo» para o concelho e, em tempo de crise económica e social, promete «ajudar os pobres sem caridade pela caridade, mas pela solidariedade». Numa altura em que o social-democrata Rogério Bacalhau, seu principal adversário nesta corrida eleitoral na capital algarvia, tal como o presidente Macário Correia, continua a arrasar a anterior gestão socialista devido à situação financeira do município e acumulação de numerosas faturas por pagar aos fornecedores, Paulo Neves lembra que «a autarquia está, de há muito, endividada». E apro- veita para lançar um aviso: «estou certo de que no próximo ano com- preenderemos bem que a situação piora». Licenciado em Direito, com 46 anos (nasceu no dia 20 de abril de 1967), natural de Faro, casado e pai de dois filhos, Paulo Neves é ad- ministrador do grupo HPP Algarve SA , consultor, formador e empre- sário. Filiado há 29 anos no PS, já desempenhou os cargos de deputa- do na Assembleia da República (1995-1999) e presidente da Região de Turismo do Algarve (1999-2003), assumindo atualmente as funções de Cônsul Honorário da República Checa. Define-se como «tão volun- tarista como empenhado e teimoso», além de criativo, mas reconhece que é «de quando em vez vaidoso». Nos tempos livres, dedica-se à leitu- ra, e além de associado do Sporting Clube Farense, aponta o Sport Lis- boa e Benfica como o seu clube preferido, «da parte do avô», sendo ain- da «admirador da devoção dos Culatrenses e em memória pelo Grupo Desportivo de São Francisco da parte do irmão mais velho». barlavento - Deixou a gestão de um grupo de hospitais pri- vado no Algarve para se can- didatar à presidência da Câ- mara Municipal de Faro. Qual o motivo? Paulo Neves - Ainda não dei- xei. Foram seis anos com uma equipa-maravilha, se pudesse, ganhando, obrigava-os a ir co- migo. Troco um emprego por uma missão se merecer a es- colha dos meus conterrâneos. Acredito que a minha criativi- dade associada à influência das experiências que já desenvolvi podem ser úteis à minha terra num momento em que do or- çamento da Câmara nada mais se pode esperar. O limite será o bom senso no apoio às pessoas conseguindo projetar o que di- ferencia a capital da região em complemento às potencialida- des dos demais concelhos. b.- Macário Correia, primei- ro, e Rogério Bacalhau, mais recentemente, têm-se queixa- do do estado em que o PS dei- xou a Câmara de Faro, com um amontoado de dívidas por pagar a fornecedores? Como explica essa situação numa autarquia então liderada por um seu companheiro de par- tido, no caso José Apoliná- rio? E como reage às críticas do PSD? P.N. - A autarquia está, de há muito, endividada e estou cer- to de que no próximo ano com- preenderemos bem que a si- tuação piora, seja porque as transferências do Orçamento de Estado vão reduzir-se ain- da mais com a nova Lei das Finanças Locais; seja porque, para viabilizar o pagamento de dívidas por este executivo (ade- rindo ao empréstimo do PAEL - Plano de Apoio à Economia Local), acabámos (também agora o PS) por aceitar transfe- rir compromissos já assumidos deste mandato para 2014 (qua- se 6 milhões de euros), seja ain- da porque as receitas próprias não vão melhorar apreciando a crise do imobiliário e o desem- prego impondo, outro assim, maior apoio social às famílias. Também estou certo de que quem está fez o melhor possí- vel como quem antes esteve nas mesmas funções. Uns aumen- taram o património do municí- pio e incrementaram os apoios sociais às populações mais ca- renciadas; outros optaram por gerir o que tinham no contex- to de novas dificuldades. As ex- petativas dos farenses face à au- tarquia estão frustradas, o que associado à ideia que se faz dos políticos e à dimensão da cri- se nacional provoca este espíri- to de descrença nos tempos que se vivem. b.- Se vencer as próximas elei- ções autárquicas, como pensa pagar dívidas do município? P.N. - Cumprindo o serviço da dívida agora contratado com o PAEL, que transformará as dí- vidas vencidas em nova de lon- go prazo a juntar à divida ban- cária assumida. Há-de ser um exercício deveras complica- do com as receitas existentes a que ainda faltará resolver cerca de nove milhões de euros tam- bém já vencidos para os quais a autarquia não conseguiu ain- da encontrar enquadramento para a suprir transformando-a em novo empréstimo de longo prazo. b.- Qual o seu diagnóstico à situação em que se encontra o concelho de Faro? Que aspe- tos positivos e negativos des- taca? P.N. - Para conseguir suportar a amortização da(s) dívida(s) (novo PAEL mais banca já contratada) teremos que fa- zer acreditar que Faro tem po- tencialidades de investimento nas próprias soluções dos pro- blemas que até agora têm sido apontados como os seus li- mites. Exemplifico o caso do Bom João (ruínas industriais) face à Ria Formosa e Porto Co- mercial ou da Campina, assim como da linha de caminho-de- Texto: josé manuel oliveira ferro. Uns só apontam limites que justificam os problemas e eu vejo as oportunidades e for- mas de transformar, nas suas virtudes, tais ditos problemas que em si têm a solução para o futuro de Faro. Outra evidência é o que dife- rencia Faro no contexto regio- nal - centro histórico, zonas co- merciais, impacto da História e agora a depauperação urba- na que vem «fechando» as ca- sas e as ruas da cidade cada vez mais do centro para a perife- ria, fazendo-a desabitada, escu- ra, vazia de vida. Aplicando um programa de regeneração urba- na (2014-2020) com o apoio eu- ropeu fundado nas valias de co- nhecimento e tecnológicas da nossa Universidade em Mon- tenegro e na Penha, podere- mos dar novo caminho a este estado de coisas oferecendo a quem tem praia e golfe a his- tória, as compras, o cosmopo- litismo, a fixação de empresas, a dimensão humana na nossa cultura até Estoi e Santa Barba- ra, promovendo os produtos da campina, valorizando as suas produções junto dos mais de 5 milhões de pessoas que nos procuram e assim levando mais experiências e emoções, dei- xando recursos, melhorando a nossa imagem enquanto região destino turístico. b.- O que irá mudar em con- creto consigo na capital algar- via? P.N. - A atitude de acreditar, envolver todos e cada um na sua diversidade, projetando o que de melhor temos e ajudan- do os que têm maiores necessi- dades para se juntarem a este esforço. É preciso acreditar e fazer valer as nossas potenciali- dades, vendo o que há de posi- tivo nas realidades ao invés de olhar só para o problema des- culpando-nos com os outros. Há que assumir a região na sua plenitude sem disputas bairris- tas. Todos somos poucos e di- vididos ainda contamos menos em tempos de dificuldades. Sou de olhar para as soluções e não para me fixar nos problemas. Acredito que somos capazes. b. - E o que falta no concelho de Faro? P.N. - A atitude de acreditar. Olhamos demais para o que os outros oferecem e pouco para as nossas virtudes e diferenças que serão úteis a todos. Com tal atitude, a Câmara de Faro não vai ser um entrave para embir- rar com a inovação e com o ris- co, mas fará parte dessa atitude, locomotiva em vez de carrua- gem pesada, sorriso pelo «sim desde que» em vez do «não por- que não podemos». Temos o que faz falta, massa humana, património, gente que trabalha bem nos mais diversos domí- nios. Há que surpreender com as nossas potencialidades que contribuirão para as melhores soluções. b. - Mas com que obra preten- de marcar o seu mandato? E porquê? P.N. - As pessoas merecem ser felizes e não há razão para o serem menos. Normalidade e bom senso, apostando nas pes- soas, sejam empresários, de- sempregados, jovens e idosos, as pessoas encerram em si a maior obra que todos podemos construir. A dignidade da pes- soa a cada momento é o cimen- to que fará crescer a obra de ser- mos uma comunidade solidária e de progresso em cada realiza- ção que conseguirmos, seja a conclusão da variante, o revi- ver da nossa baixa ou a certifi- cação dos produtos da Ria e os da campina ou a valorização pa- trimonial. A marca que desejo é que as pessoas nos vejam como amigas das suas soluções de to- das juntas e de cada uma no seu caminho nesta vida. Não esque- cendo o voluntariado no domí- nio social que é marca das pes- soas de Faro e das instituições de solidariedade que merecem mais atenção para poderem dar melhor atenção ainda. b. - Neste tempo de crise eco- nómica e social, que priorida- des tem? P.N - Logo ajudar os mais po- bres, sem caridade pela carida- de, mas pela solidariedade ao mesmo tempo que ajudar os que têm as soluções a reconhe- ceram-nas desenvolvendo-as em seu benefício e no dos ou- tros. Acho que tenho esse perfil, fazer nascer soluções com ino- vação, fazendo bem com pouco. É a minha vida profissional de 29 anos que o demonstra, nos meus erros e virtudes de proje- tos e novos empreendimentos a que me dediquei com outros, por mim, pelos meus e por to- dos. Sinto-me realizado e capaz de ser útil. b. - O que lhe pede e diz a po- pulação nos contactos que tem mantido? P.N- -Emprego, emprego e em- prego. Respondo com emprego, emprego e emprego porque to- das as soluções que preconizo, sejam nas áreas sociais, nas áre- as ambientais, na cultura ou na reabilitação urbana, todas con- fluem na dignidade da pessoa humana pela sua realização pes- soal, pelo emprego. Outras pessoas, com maiores dificuldades ainda, falam em... emprego para quem não o tem porque será a forma de melho- rar a vida de todos mesmo dos que já não podem trabalhar ou pela segurança dos que dele não precisam. Claro que me falam de muitos outros pormenores, que são importantes sempre, como a limpeza, a ilumina- ção…mas sempre o emprego e a dignidade é o tema que está no fundo do problema. Há que assumir a região na sua plenitude sem disputas bairristas. Todos somos pou- cos e divididos ainda contamos menos em tempos de dificuldades. Sou de olhar para as soluções e não para me fixar nos problemas. Acredito que somos capazes.

Entrevista Paulo Neves

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Jornal Barlavento, Nº1871 de 15 de Agosto de 2013

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barlavento | quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ENTREV ISTA 10E

Paulo Neves

Fazer nascer soluções com inovação, fazendo bem com poucoCandidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Faro Paulo Neves, em entrevista ao «barlavento», considera «frus-tadas» as expectativas da população face à autarquia, diz que «é preci-so um novo rumo» para o concelho e, em tempo de crise económica e social, promete «ajudar os pobres sem caridade pela caridade, mas pela solidariedade». Numa altura em que o social-democrata Rogério Bacalhau, seu principal adversário nesta corrida eleitoral na capital algarvia, tal como o presidente Macário Correia, continua a arrasar a anterior gestão socialista devido à situação financeira do município e acumulação de numerosas faturas por pagar aos fornecedores, Paulo Neves lembra que «a autarquia está, de há muito, endividada». E apro-veita para lançar um aviso: «estou certo de que no próximo ano com-preenderemos bem que a situação piora».

Licenciado em Direito, com 46 anos (nasceu no dia 20 de abril de 1967), natural de Faro, casado e pai de dois filhos, Paulo Neves é ad-ministrador do grupo HPP Algarve SA , consultor, formador e empre-sário. Filiado há 29 anos no PS, já desempenhou os cargos de deputa-do na Assembleia da República (1995-1999) e presidente da Região de Turismo do Algarve (1999-2003), assumindo atualmente as funções de Cônsul Honorário da República Checa. Define-se como «tão volun-tarista como empenhado e teimoso», além de criativo, mas reconhece que é «de quando em vez vaidoso». Nos tempos livres, dedica-se à leitu-ra, e além de associado do Sporting Clube Farense, aponta o Sport Lis-boa e Benfica como o seu clube preferido, «da parte do avô», sendo ain-da «admirador da devoção dos Culatrenses e em memória pelo Grupo Desportivo de São Francisco da parte do irmão mais velho».

barlavento - Deixou a gestão

de um grupo de hospitais pri-

vado no Algarve para se can-

didatar à presidência da Câ-

mara Municipal de Faro. Qual

o motivo?

Paulo Neves - Ainda não dei-xei. Foram seis anos com uma equipa-maravilha, se pudesse, ganhando, obrigava-os a ir co-migo. Troco um emprego por uma missão se merecer a es-colha dos meus conterrâneos. Acredito que a minha criativi-dade associada à influência das experiências que já desenvolvi podem ser úteis à minha terra num momento em que do or-çamento da Câmara nada mais se pode esperar. O limite será o bom senso no apoio às pessoas conseguindo projetar o que di-ferencia a capital da região em complemento às potencialida-des dos demais concelhos.b.- Macário Correia, primei-

ro, e Rogério Bacalhau, mais

recentemente, têm-se queixa-

do do estado em que o PS dei-

xou a Câmara de Faro, com

um amontoado de dívidas por

pagar a fornecedores? Como

explica essa situação numa

autarquia então liderada por

um seu companheiro de par-

tido, no caso José Apoliná-

rio? E como reage às críticas

do PSD?

P.N. - A autarquia está, de há muito, endividada e estou cer-to de que no próximo ano com-preenderemos bem que a si-tuação piora, seja porque as transferências do Orçamento de Estado vão reduzir-se ain-da mais com a nova Lei das Finanças Locais; seja porque, para viabilizar o pagamento de dívidas por este executivo (ade-rindo ao empréstimo do PAEL - Plano de Apoio à Economia Local), acabámos (também agora o PS) por aceitar transfe-rir compromissos já assumidos deste mandato para 2014 (qua-se 6 milhões de euros), seja ain-da porque as receitas próprias não vão melhorar apreciando a

crise do imobiliário e o desem-prego impondo, outro assim, maior apoio social às famílias. Também estou certo de que quem está fez o melhor possí-vel como quem antes esteve nas mesmas funções. Uns aumen-taram o património do municí-pio e incrementaram os apoios sociais às populações mais ca-renciadas; outros optaram por gerir o que tinham no contex-to de novas dificuldades. As ex-petativas dos farenses face à au-tarquia estão frustradas, o que associado à ideia que se faz dos políticos e à dimensão da cri-se nacional provoca este espíri-to de descrença nos tempos que se vivem.b.- Se vencer as próximas elei-

ções autárquicas, como pensa

pagar dívidas do município?

P.N. - Cumprindo o serviço da dívida agora contratado com o PAEL, que transformará as dí-vidas vencidas em nova de lon-go prazo a juntar à divida ban-cária assumida. Há-de ser um exercício deveras complica-do com as receitas existentes a que ainda faltará resolver cerca de nove milhões de euros tam-bém já vencidos para os quais a autarquia não conseguiu ain-da encontrar enquadramento para a suprir transformando-a em novo empréstimo de longo prazo.b.- Qual o seu diagnóstico à

situação em que se encontra o

concelho de Faro? Que aspe-

tos positivos e negativos des-

taca?

P.N. - Para conseguir suportar a amortização da(s) dívida(s) (novo PAEL mais banca já contratada) teremos que fa-zer acreditar que Faro tem po-tencialidades de investimento nas próprias soluções dos pro-blemas que até agora têm sido apontados como os seus li-mites. Exemplifico o caso do Bom João (ruínas industriais) face à Ria Formosa e Porto Co-mercial ou da Campina, assim como da linha de caminho-de-

Texto: josé manuel oliveira

ferro. Uns só apontam limites que justificam os problemas e eu vejo as oportunidades e for-mas de transformar, nas suas virtudes, tais ditos problemas que em si têm a solução para o futuro de Faro. Outra evidência é o que dife-rencia Faro no contexto regio-nal - centro histórico, zonas co-merciais, impacto da História e agora a depauperação urba-na que vem «fechando» as ca-sas e as ruas da cidade cada vez mais do centro para a perife-ria, fazendo-a desabitada, escu-ra, vazia de vida. Aplicando um programa de regeneração urba-na (2014-2020) com o apoio eu-ropeu fundado nas valias de co-nhecimento e tecnológicas da nossa Universidade em Mon-tenegro e na Penha, podere-mos dar novo caminho a este

estado de coisas oferecendo a quem tem praia e golfe a his-tória, as compras, o cosmopo-litismo, a fixação de empresas, a dimensão humana na nossa cultura até Estoi e Santa Barba-ra, promovendo os produtos da campina, valorizando as suas produções junto dos mais de 5 milhões de pessoas que nos procuram e assim levando mais experiências e emoções, dei-xando recursos, melhorando a nossa imagem enquanto região destino turístico.b.- O que irá mudar em con-

creto consigo na capital algar-

via?

P.N. - A atitude de acreditar, envolver todos e cada um na sua diversidade, projetando o que de melhor temos e ajudan-do os que têm maiores necessi-dades para se juntarem a este

esforço. É preciso acreditar e fazer valer as nossas potenciali-dades, vendo o que há de posi-tivo nas realidades ao invés de olhar só para o problema des-culpando-nos com os outros. Há que assumir a região na sua plenitude sem disputas bairris-tas. Todos somos poucos e di-vididos ainda contamos menos em tempos de dificuldades. Sou de olhar para as soluções e não para me fixar nos problemas. Acredito que somos capazes.b. - E o que falta no concelho

de Faro?

P.N. - A atitude de acreditar. Olhamos demais para o que os outros oferecem e pouco para as nossas virtudes e diferenças que serão úteis a todos. Com tal atitude, a Câmara de Faro não vai ser um entrave para embir-rar com a inovação e com o ris-co, mas fará parte dessa atitude, locomotiva em vez de carrua-gem pesada, sorriso pelo «sim desde que» em vez do «não por-que não podemos». Temos o que faz falta, massa humana, património, gente que trabalha bem nos mais diversos domí-nios. Há que surpreender com as nossas potencialidades que contribuirão para as melhores soluções.b. - Mas com que obra preten-

de marcar o seu mandato? E

porquê?

P.N. - As pessoas merecem ser felizes e não há razão para o serem menos. Normalidade e bom senso, apostando nas pes-soas, sejam empresários, de-sempregados, jovens e idosos, as pessoas encerram em si a maior obra que todos podemos construir. A dignidade da pes-soa a cada momento é o cimen-to que fará crescer a obra de ser-mos uma comunidade solidária e de progresso em cada realiza-ção que conseguirmos, seja a conclusão da variante, o revi-ver da nossa baixa ou a certifi-cação dos produtos da Ria e os da campina ou a valorização pa-trimonial. A marca que desejo é

que as pessoas nos vejam como amigas das suas soluções de to-das juntas e de cada uma no seu caminho nesta vida. Não esque-cendo o voluntariado no domí-nio social que é marca das pes-soas de Faro e das instituições de solidariedade que merecem mais atenção para poderem dar melhor atenção ainda.b. - Neste tempo de crise eco-

nómica e social, que priorida-

des tem?

P.N - Logo ajudar os mais po-bres, sem caridade pela carida-de, mas pela solidariedade ao mesmo tempo que ajudar os que têm as soluções a reconhe-ceram-nas desenvolvendo-as em seu benefício e no dos ou-tros. Acho que tenho esse perfil, fazer nascer soluções com ino-vação, fazendo bem com pouco. É a minha vida profissional de 29 anos que o demonstra, nos meus erros e virtudes de proje-tos e novos empreendimentos a que me dediquei com outros, por mim, pelos meus e por to-dos. Sinto-me realizado e capaz de ser útil.b. - O que lhe pede e diz a po-

pulação nos contactos que

tem mantido?

P.N- -Emprego, emprego e em-prego. Respondo com emprego, emprego e emprego porque to-das as soluções que preconizo, sejam nas áreas sociais, nas áre-as ambientais, na cultura ou na reabilitação urbana, todas con-fluem na dignidade da pessoa humana pela sua realização pes-soal, pelo emprego.Outras pessoas, com maiores dificuldades ainda, falam em...emprego para quem não o tem porque será a forma de melho-rar a vida de todos mesmo dos que já não podem trabalhar ou pela segurança dos que dele não precisam. Claro que me falam de muitos outros pormenores, que são importantes sempre, como a limpeza, a ilumina-ção…mas sempre o emprego e a dignidade é o tema que está no fundo do problema.

Há que assumir a região na sua plenitude sem disputas bairristas. Todos somos pou-cos e divididos ainda contamos menos em tempos de dificuldades. Sou de olhar para

as soluções e não para me fixar nos problemas. Acredito que somos capazes.