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Prof. Gleidson R. Ferreira Contabilidade Societária II RELACIONAMENTOS ENTRE INVESTIDORES E INVESTIDOS: Pouca ou nenhuma influência sobre a investida Nesse caso, não existe relação específica entre as empresas ou o principal benefício que se espera do ativo é sua valorização, tratando-se de uma ativo financeiro - Avaliação de acordo com o CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. Influência significativa sobre a investida Trata-se de uma coligada do investidor e essa participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 18 – Investimentos em Coligadas, cuja avaliação será pela aplicação do método da equivalência patrimonial. Controle Conjunto sobre a Investida Trata-se de um empreendimento conjunto (Joint Venture) do investidor e essa participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 19 – Participações em Empreendimentos Conjuntos, cuja avaliação será pela consolidação proporcional. Nos balanços individuais a avaliação é pela Equivalência Patrimonial. Controlada em conjunto (Joint Venture) é quando duas ou mais investidoras detêm, em conjunto, o controle dessa entidade, sem que nenhum dos investidores consiga esse controle individualmente. Controle sobre a investida Trata-se de uma controlada do investidor e essa participação, quando da obtenção do controle, deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 15 – Combinações de Negócios e, subseqüente, de acordo com o CPC 36 – Demonstrações Contábeis Consolidadas, cuja avaliação será pela consolidação. Nos balanços individuais a avaliação é pela Equivalência Patrimonial. Controlada é quando uma controladora possui a condição de “mandar” na outra empresa. Pelo disposto na Lei nº 6.44/76, nas demonstrações contábeis individuais do controlador, os investimentos em coligadas, em

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RELACIONAMENTOS ENTRE INVESTIDORES E INVESTIDOS:

Pouca ou nenhuma influência sobre a investida

Nesse caso, não existe relação específica entre as empresas ou o principal benefício que se espera do ativo é sua valorização, tratando-se de uma ativo financeiro - Avaliação de acordo com o CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Influência significativa sobre a investida

Trata-se de uma coligada do investidor e essa participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 18 – Investimentos em Coligadas, cuja avaliação será pela aplicação do método da equivalência patrimonial.

Controle Conjunto sobre a Investida

Trata-se de um empreendimento conjunto (Joint Venture) do investidor e essa participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 19 – Participações em Empreendimentos Conjuntos, cuja avaliação será pela consolidação proporcional. Nos balanços individuais a avaliação é pela Equivalência Patrimonial.

Controlada em conjunto (Joint Venture) é quando duas ou mais investidoras detêm, em conjunto, o controle dessa entidade, sem que nenhum dos investidores consiga esse controle individualmente.

Controle sobre a investida

Trata-se de uma controlada do investidor e essa participação, quando da obtenção do controle, deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 15 – Combinações de Negócios e, subseqüente, de acordo com o CPC 36 – Demonstrações Contábeis Consolidadas, cuja avaliação será pela consolidação. Nos balanços individuais a avaliação é pela Equivalência Patrimonial.

Controlada é quando uma controladora possui a condição de “mandar” na outra empresa.

Pelo disposto na Lei nº 6.44/76, nas demonstrações contábeis individuais do controlador, os investimentos em coligadas, em controladas e em controladas em conjunto devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial.

O método da equivalência patrimonial acompanha o fato econômico, que é a geração dos resultados e não a formalidade da distribuição de tal resultado.

Comparação com o método do custo

a) Método do Custo -> os investimentos são avaliados pelo custo, deduzidos das perdas estimadas, quando necessário. Esse método baseia-se no fato de que a investidora registra somente as operações ou transações baseada em atos formais, pois, de fato, os dividendos são registrados com receita no momento em que são declarados e distribuídos, ou reconhecidos pela empresa investida.

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b) Método da Equivalência Patrimonial -> (os resultados e quaisquer outras variações patrimoniais da investida sejam reconhecidos (contabilizados) na investidora no momento de sua geração na investida, independentemente de serem ou não distribuídos por esta.

As diferenças podem ser substanciais, afetando relevantemente os lucros e o patrimônio da empresa e, conseqüentemente, o valor patrimonial de suas ações e os lucros e reservas disponíveis para distribuição.

Pelo método da equivalência patrimonial, os lucros ou prejuízos são reconhecidos na investidora, na parte que lhe cabe, conforme vão sendo gerados na investida.

Caso em que se aplica

O art. 248 da Lei nº 6.404/76 estabelece para as Sociedades por Ações a obrigatoriedade da adoção do método da equivalência patrimonial na avaliação de investimentos em coligadas, controladas e em sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob o controle comum.

Quando um grupo empresarial composto por diversas controladas que detenham participações pequenas (menores de 10% do capital votante, por exemplo), independente de essas participações conferirem aos seus detentores influências significativa, ou não, pelo texto legal, como são controladas da controladora comum, o método de equivalência patrimonial deve ser aplicado.

Nessa situação, por serem todas do mesmo grupo e sob o controle acionário comum., inclusive por força do dispositivo legal (art. 248 da Lei nº 6.404/76), as empresas B, C e D devem avaliar seus investimentos na Empresa E pela equivalência patrimonial.

A Legislação Fiscal (art. 384 do RIR/99) determina que serão avaliados pelo valor do patrimônio líquido das investidas, os investimentos relevantes em (i) sociedades controladas; e (ii) sociedades coligadas sobre cuja administração o investidor tenha influência ou de que participe com vinte por cento ou mais do capital social. OS conceitos não são exatamente os mesmo.

COLIGADAS

A lei das Sociedades por Ações define coligada como “as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) e

“considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la.”  (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Cabe notar que a lei, na definição de coligada, não especifica o tipo de sociedade, o tipo de título patrimonial ou ainda a proporção da participação na investida (exceto pelo conceito presumido de influência), abrangendo todos os tipos de sociedades, bem

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como não faz menção sobre participações indiretas, concluindo-se qye as empresas são coligadas somente por participações diretas.

Quando da ausência de outras evidências de influência, a relação de propriedade torna-se preponderante para determinar a influência significativa sobre a investida. Por conseqüência, somente títulos patrimoniais com direito a voto ou outros direitos políticos é que podem conferir poderes para a investidora participar do processo decisório da investida. Esse entendimento é corroborado na medida em que o conceito presumido de influência menciona uma participação de pelo menos 20% no capital votante.

A participação de 20% ou mais no capital votante constitui um conceito presumido de influência, indicando que essa premissa pode ser refutável.

Isso implica que uma empresa pode possuir 5% do capital votante de outra companhia e concluir (e poder provar) que possui influência significativa, considerando sua relação de propriedade em conjunto com outras evidências de influência. Ou ainda, uma empresa pode possuir 25% do capital votante de outra companhia e concluir (provar) que não possui influência significativa, dado que não participa, nem tem condições de participar do processo decisório de sua investida (principalmente se não for uma Sociedade Anônima).

O Pronunciamento Técnico CPC 18 – Investimentos em Coligadas define influência significativa como “o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais de uma entidade, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas”.

O CPC 18 (item 7) indica de forma não exaustiva as seguintes evidência de influência significativa:

a) Representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;

b) Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições;

c) Operações materiais entre o investidor e a investida;

d) Intercâmbio de diretores e gerentes; ou

e) Provimento de informação técnica essencial.

Exemplo:

Uma empresa A, que possui diretamente uma participação de 10% no capital votante da Empresa B, bem como possui opções de compras de ação, as quais, na data da análise, são prontamente exercíveis (sem restrições ou impedimentos) e permitirão à Empresa A obter adicionalmente mais 15% de participação no capital votante da Empresa B. Esse fato, em conjunto com outras evidências, permite aos administradores da Empresa A concluírem que já existe influência significativa sobre

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as políticas financeiras da Empresa B, a qual passa então a ser considerada como uma coligada.

CPC 18 – Um investidor não aplica o método da equivalência patrimonial quando:

O investidor possuir investimentos em controladas e estiver dispensado de apresentar suas demonstrações consolidadas, nos termos do CPC 36 – Demonstrações Consolidadas

O investidor que não é uma empresa aberta mas é uma controlada de outra entidade, a qual em conjunto com os demais acionistas, não fazem objeções quanto à não aplicação do método de equivalência patrimonial, bem como a entidade controladora final (ou intermediária) do investidor disponibiliza ao público suas demonstrações consolidadas em conformidade com os pronunciamentos do CPC. Além de não ser uma empresa aberta, para fazer uso dessa dispensa não teve ter instrumentos patrimoniais ou de dívidas negociados em um mercado aberto (doméstico ou estrangeiro), ou não registrou e não está em processo de registro de suas demonstrações contábeis em uma comissão de valores mobiliários ou outro órgão regulador, visando a emissão de algum tipo ou classe de instrumento em um mercado aberto; ou

O investidor perder a influência significativa sobre a coligada.

A essência do método da equivalência patrimonial

“Equivalência Patrimonial” se origina de algo como “que equivale a parte do patrimôni o líquido da investida”.

Sua aplicação se dá quando do reconhecimento inicial de uma participação em coligada, controlada ou controlada em conjunto (joint venture).

“É o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo conhecimento da parte do investidor nas alterações dos ativo líquidos da investida”. (CPC -18)

Art. 248.  No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

        I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas;

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        II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada;

        III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício:

        a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;

        b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;

        c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Como se observa pela Lei nº 6.404/76, qualquer mutação ocorrida nesse patrimônio líquido corresponderá a um ajuste no saldo contábil do investimento, na contabilidade do investidor, mas somente as mutações provenientes de lucro ou prejuízo apurado pela coligada (ou controlada) é que serão reconhecidas no resultado do período do investidor.

As demais mutações de patrimônio líquido serão reconhecidas no saldo contábil do investimento, mas terão como contrapartida o próprio patrimônio líquido do investidor, em conta reflexa da mesma natureza daquela verificada na coligada (ou controlada).

Segregação Inicial do Investimento

De acordo com o CPC 18, um investimento em outra sociedade é contabilizado pelo MEP a partir da data em que ela se torna sua coligada, controlada ou controlada em conjunto e esse investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e subseqüentemente ajustado (aumentado ou diminuído) pelo reconhecimento da parte do investidor nos lucros ou prejuízos do período gerados pela investida, bem como pela parte do investidor nas variações de saldo dos demais componentes do patrimônio líquido da coligada.

Os fatores que implicam no surgimento de pagamento por valor maior que o patrimonial são basicamente dois: (a) os ativos da investida, líquido dos passivos, mensurados a valor justo individualmente, valem mais do que o valor contábil; e/ou (b) paga-se mais até do que o valor justo dos ativos líquidos da investida, porque se esperam lucros acima do normal dessa investida, ou seja, paga-se por expectativa de rentabilidade futura, o que também se chama de fundo de comércio ou goodwill.

Como regra, não se paga por uma empresa ou parte dela menos do que valem seus ativos e passivos mensurados a valor justo individualmente. Todavia, se ocorrer, tem-se o que se denomina de ganho por compra vantajosa (“deságio”).

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Exemplo:

Supondo-se que se tenha comprado, por R$ 5.000.000, 30% do patrimônio líquido de uma investida que tenha patrimônio líquido contábil de R$ 12.000.000; pagou-se então R$1.400.000 a mais do que a parte proporcional do patrimônio contábil adquirida (R$ 12 milhões x 30% = R$ 3.600.000). Suponha-se que se pague isso por dois motivos:

- olhando-se os valores justos dos ativos e passivos da investida, nota-se que o imobilizado vale R$1.000000 mais do que seu valor líquido contabilizado, bem como há uma patente criada pela própria empresa e por isso não contabilizada, que pode ser negociada normalmente no mercado por R$500.000. Assim, o patrimônio líquido da investida, a valores justos, é de R$ 13.500.00; 30% dessa importância correspondem a R$ 4.050.000; vê-se então que se pagou R$ 450.000 por mais-valia dos ativos líquidos (R$ 4.050.000-R$ 3.600.000 de valor contábil).

-o excedente a esses R$ 4.050.000 (ou seja, R$950.000) é pagamento por conta de expectativa de rentabilidade futura, ou seja, por goodwill.

Essas parcelas terão tratamento contábil separadamente. Na aquisição se terá:

INVESTIMENTOS EM COLIGADAS (conta)

Equivalência Patrimonial em X (subconta) R$ 3.600.000; Mais-valia de Ativos Líquidos de X - R$ 450.000 Fundo de Comércio pago - R$ 950.000 A Bancos - R$5.000000

CONTABILIZAÇÃO – CONTRAPARTIDAS DOS LANÇAMENTOS NA CONTA DE INVESTIMENTOS

1 – Lucro ou Prejuízo

Lançamento

D - Investimentos em ColigadasC - Receita de Equivalência PatrimonialOu

D – Despesa de Equivalência PatrimonialC - Investimentos em Coligadas

2 – Dividendos Distribuídos

Os dividendos recebidos em dinheiro representam uma realização parcial do investimento

D – BancosC – Investimentos em Coligadas

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Obs.: No caso de a coligada distribuir dividendos sobre o resultado de exercício a ser encerrado, o procedimento na controlada será o de registrar somente a parcela já formalmente deliberada (não enquanto proposta apenas) pela investida. Ou seja, os dividendos devem ser reconhecidos quando estiver estabelecido o direito do investidor de recebê-los.

3 – Integralização de Capital

D – Investimento em ColigadasC – Bancos

4 – Variação na participação relativa

No caso de aumentos de capital por subscrição, pode ocorrer de o valor aumentado na conta de investimento, que será p valor da subscrição integralizada, não corresponder ao valor proporcional do aumento no patrimônio líquido da investida. Pode inclusive ocorrer de a investidora nada subscrever, e os outros sócios o fazerem, o que dilui também sua participação. Dessa forma, o valor do investimento deve ser ajustado considerando sua nova participação relativa.

O aumento ou diminuição da participação irá provocar um aumento ou diminuição do valor do investimento pela equivalência patrimonial. Essa diferença não deve não deve ser creditada na investidora com resultado do período, mas como um resultado abrangente reconhecido diretamente no patrimônio líquido da investidora.

Exemplo:

Suponha que, quando da constituição da empresa B, um de seus acionistas, a empresa A, tenha integralizado 900 ações ordinárias, o que representa 30% do capital realizado da empresa B no valor de R$ 3.000, formado apenas por ações ordinárias. Na constituição não há mais-valia, nem goodwill. Considere ainda que, a empresa A possui influência significativa sobre a empresa B e que, em 31-12-X0, o Patrimônio Líquido da empresa B tenha o valor total de R$ 5.500, por lucro não distribuído.

A empresa A avalia seu investimento por equivalência patrimonial e sua conta de investimentos em Coligadas, nessa mesma data, estaria com saldo de R$ 1.650, ou seja, 30% de R$ 5.500.

Suponha, agora, que durante X1 a empresa B faça um aumento de capital por subscrição de 1.000 novas ações no valor de R$1.000, e que seja totalmente subscrita pela empresa A, já que os demais acionistas que detinham os outros 70% não exerceram o seu direito de preferência. Assim,o capital da empresa B estaria então com 4.000 ações, das quais 1.900 (900 + 1.000) são pertencentes à empresa A, eu passa, agora, a ter 47,5% do Capital de B, em vez dos 30% anteriores.

Dessa formam, a conta de Investimentos em Coligadas, na empresa A, pela equivalência patrimonial, passa de um saldo de R$ 1.650 para R$ 3.087,50. O acréscimo de R$ 1.437,50 corresponde a:

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a) R$ 1.000,00 – aumento de capital subscrito (contabilizado diretamente ao custo);

b) R$ 437,50 – acréscimo nos investimentos pela maior participação nas reservas e lucros na data do aumento de capital.

A empresa A deve registrar os R$ 437,50 a débito da conta de Investimentos em Coligadas e a crédito de seu Patrimônio Líquido, na conta de Outros Resultados Abrangentes – Ganho por variação de Participação no Capital da Coligada.

Esse valor representa efetivamente um ganho, mas que irá se realizar, para fins de sua transferência para o resultado do período, somente quando da alienação parcial do investimento ao valor justo, e não mais pela equivalência, o que pode se dar se houver a perda da influência.

5 - Ajustes de exercícios anteriores (CPC 23)

A Lei 6.404/76 determina que se contabilize diretamente na conta Lucros Acumulados, sem transitar pela Demonstração de Resultado do Exercício, os ajustes de exercícios anteriores decorrentes de efeitos de mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinação do exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

Se a coligada (ou controlada) efetuar um ajuste dessa natureza, aumentando ou reduzindo seu patrimônio, o ajuste proporcional na conta de Investimentos em da investidora, por esse acréscimo ou diminuição, será lançado de forma reflexa em Lucros Acumulados.

Reavaliação de Bens

Atualmente a reavaliação de ativos do imobilizado não é permitida pela Legislação Societária, mas foi no passado. Portanto, se a coligada (ou controlada) efetuar e contabilizar uma reavaliação de ativos, a contrapartida será um patrimônio líquido, em conta específica de Reserva de Reavaliação.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO DAS INVESTIDAS

O valor do patrimônio líquido da investida, que é a base para a determinação do valor patrimonial do investimento pela equivalência patrimonial, deve ser extraídos de balanços dessa empresas elaborados dentro dos critérios contábeis e de apresentação das demonstrações contábeis da Lei das Sociedades por Ações e dos Pronunciamentos do CPC.

Na hipótese de a investida também ter investimentos em outras investidas, seu balanço já deve refletir a atualização de tais investimentos pela equivalência patrimonial.

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As investidas devem adotar critérios contábeis uniformes em relação aos da empresa investidora.

Cabe a investidora apurar a influência de eventuais diferenças de critérios e políticas contábeis e ajustar os balanços recebidos das coligadas, extracontabilmente, para então apurar os respectivos valores patrimoniais dos investimentos em coligadas por meio da equivalência patrimonial, guardando todas as memórias de cálculos e documentos utilizados.

DEFASAGEM NA DATA DO ENCERRAMENTO DA COLIGADA

O Item 1º do art. 248 da Lei 6.404/76 determina que “o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base no balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia”.

No caso de trabalhar com balanços defasados em até dois meses, deve-se manter os mesmos períodos uniformes de um ano para o outro, para não distorcer os resultados das operações da investidora em sua participação nos resultados da coligada, e para permitir a comparabilidade das demonstrações contábeis.

Observação: A existência de defasagem gera também algumas dificuldades no que tange às informações que devem ser divulgadas em notas explicativas. Como os períodos não são coincidentes, deve-se, nesse caso, divulgar tais saldos e transações relativos à data de encerramento do exercício da investidora.

- Dividendos no período da defasagem

O investidor deve ajustar as demonstrações das investidas quando estas forem diferentes daquelas do investidor por eventos relevantes que podem ocorrer entre a data das demonstrações da coligada em relação às do investidor.