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ARTES Universidade Metodista de São Paulo • Ano 8 • número 93 • Maio de 2011 Gustavo Carneiro A Escola Livre de Teatro (ELT) surgiu em 1990, sob a coordenação da professora-doutora Maria Thaís Lima Santos, como parte de um pro- jeto da Prefeitura de Santo André pa- ra ensinar técnicas de atuação em tea- tro para atores principiantes. Na épo- ca, a cidade tinha o objetivo de criar espaços de formação artística confor- me modelos alternativos de pedago- gia e de criação teatral europeus, nos quais a escola se inspirou. Segundo o dramaturgo Antônio Rogério Toscano, coordenador peda- gógico da Escola Livre de Teatro e professor de Teorias e Práticas do Teatro na EAD (USP), a ELT tem o foco na formação de jovens atores, mas não dispensa pessoas mais expe- rientes que desejam aprimorar sua atuação. “A ideia é que, a longo pra- zo, essas pessoas possam atritar seus pontos de vista com o senso comum vigente, originando respiradouros intelectuais e conceituais que possam ajudar a desestruturar o que parece ter se tornado natural através de arti- fícios sociais”, afirma Toscano. A escola teve duas fases ao longo de sua história. Depois da inaugura- ção em 1990, fechou as portas em 1994. Retomou suas atividades em 1997 e, atualmente, é uma referência na formação teatral. “A instituição é reconhecida internacionalmente. Seus métodos de trabalho são pioneiros e eficazes”, diz o coordenador. Dentre eles, há a pedagogia da autonomia, a gestão coletiva e o processo de cria- ção colaborativo, fatores que influen- ciaram diretamente no modo de tra- balho do “Teatro de Grupo”, como são chamados grupos de teatro pau- lista. 11 NÚCLEOS DE TRABALHO Hoje as atividades são desenvol- vidas no prédio criado para sediar a escola, o Teatro Conchita de Moraes, e nos anexos para abrigar as salas de aulas e os 11 núcleos de trabalho que abordam atividades como composi- ção cênica, sonoridades, máscaras e história do teatro. “São aproximada- mente 200 alunos matriculados em diversos cursos diferentes”. A escola não tem separação por faixa etária, mas os aprendizes devem ser maiores de 18 anos, com exceção do Núcleo de Iniciação Teatral, que permite matrículas para maiores de 16 anos com autorização dos pais. Serviço: A ELT fica na Praça Rui Barbosa, 12, Santa Terezinha, Santo André-SP Tel.: 11 4996 2164. Site: escolalivredeteatro.blogspot.com.br A arte como uma ferramenta não apenas de inserção, mas de transformação social. Este é o tema desta edição do Espaço Cidadania, que apresenta di- versas iniciativas de projetos que trilham este caminho. Nestas páginas você encontra- rá exemplos como o da Escola Livre de Teatro, de Santo André, da Ação Cultural nos Bairros, de São Bernardo, do Todo o Canto da Cidade, de Mauá, Jardim Lim- pão, também de São Bernardo e a Filarmônica Jovem Camargo Guarnieri, da Universidade Meto- dista de São Paulo. Os alunos e as comunidades beneficiados por esses projetos não estão apenas usufruindo a arte. Por meio dessas iniciati- vas, estão todos ampliando seus horizontes, formando seu senso crítico e colocando em prática sua cidadania. Ciente de que a arte deve ca- minhar junto com à formação pedagógica, a Metodista esti- mula o gosto pela arte desde cedo, entre os alunos do Colégio Metodista, que têm contato com museus e espaços artísticos, por exemplo, até a graduação, com as ações do Núcleo de Arte e Cul- tura, que promove intervenções artísticas em eventos da Univer- sidade, além de peças, shows e projetos como os Intervalos Mu- sicais e a Orquestra Filarmônica Jovem. A arte extrapola um sentido pu- ramente estético, ela agrega co- nhecimento e auxilia para uma formação cidadã, funcionando como um instrumento de trans- formação social. Prof. Dr. Marcio de Moraes Reitor EDITORIAL Universidade Metodista de São Paulo Ano 9 número 99 Julho de 2012 Apresentação da Escola Livre de Teatro de Santo André, no ABC paulista Escola Livre de Teatro prepara atores com método inovador no ABC Objetivo da ELT é auxiliar na formação de jovens profissionais Divulgação – ELT

Espaço Cidadania - Julho/2012

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A arte como uma ferramenta não apenas de inserção, mas de transformação social. Este é o tema desta edição do Espaço Cidadania, que apresenta diversas iniciativas de projetos que trilham este caminho.

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ARTES

Universidade Metodista de São Paulo • Ano 8 • número 93 • Maio de 2011

Gustavo Carneiro

A Escola Livre de Teatro (ELT)sur giu em 1990, sob a coordenaçãoda professora-doutora Maria ThaísLi ma Santos, como parte de um pro-je t o da Prefeitura de Santo André pa -ra ensinar técnicas de atuação em tea- tro para atores principiantes. Na épo -ca, a cidade tinha o objetivo de criares paços de formação artística confor -me modelos alternativos de pedago- gia e de criação teatral europeus, nosquais a escola se inspirou.Segundo o dramaturgo Antônio

Ro gério Toscano, coordenador peda- gó gico da Escola Livre de Teatro epro fessor de Teorias e Práticas doTea tro na EAD (USP), a ELT tem ofoco na formação de jovens atores,mas não dispensa pessoas mais expe-rien tes que desejam aprimorar suaatua ção. “A ideia é que, a longo pra -

zo, es sas pessoas possam atritar seuspon tos de vista com o senso comumvi gen te, originando respiradourosinte lec tuais e conceituais que possamajudar a desestruturar o que pareceter se tornado natural através de arti-fícios sociais”, afirma Toscano. A escola teve duas fases ao longo

de sua história. Depois da inaugura- ção em 1990, fechou as portas em1994. Retomou suas atividades em1997 e, atualmente, é uma re fe rênciana formação teatral. “A institui ção éreconhecida internacionalmen te. Seusmétodos de trabalho são pioneiros eeficazes”, diz o coorde nador. Dentreeles, há a pedagogia da autonomia, agestão coletiva e o pro cesso de cria-ção colaborativo, fa to res que influen-ciaram diretamente no mo do de tra-balho do “Teatro de Gru po”, comosão chamados grupos de teatro pau-lista.

11 NÚCLEOS DE TRABALHOHoje as atividades são desenvol-

vi das no prédio criado para sediar aes cola, o Teatro Conchita de Moraes,e nos anexos para abrigar as salas deau las e os 11 núcleos de trabalho queabor dam atividades como compo si- ção cên ica, sonoridades, máscaras ehis tó ria do teatro. “São aproximada-men te 200 alunos matriculados emdi versos cursos diferentes”. A escola não tem separação por

fai xa etária, mas os aprendizes de vemser maiores de 18 anos, com ex ceçãodo Núcleo de Iniciação Tea tral, quepermite matrículas para maio res de16 anos com autorização dos pais.

Serviço: A ELT fica na Praça RuiBarbosa, 12, Santa Terezinha, SantoAndré-SP Tel.: 11 4996 2164. Site:escolalivredeteatro.blogspot.com.br

A arte como uma ferramentanão apenas de inserção, masde transformação social. Este éo tema desta edição do EspaçoCidadania, que apresenta di-versas iniciativas de projetosque trilham este caminho. Nestas páginas você encon tra -

rá exemplos como o da Esco laLivre de Teatro, de Santo An dré,da Ação Cultural nos Bairros, deSão Bernardo, do Todo o Canto daCi dade, de Mauá, Jardim Lim- pão, também de São Ber nar do e a Filarmônica Jovem Camar goGuar nieri, da Universidade Me to- dis ta de São Paulo. Os alunos e as comunidades

be neficiados por esses projetosnão estão apenas usufruindo aar te. Por meio dessas iniciati-vas, estão todos ampliando seushorizon tes, formando seu sensocrítico e co locando em práticasua ci da da nia.Ciente de que a arte deve ca-

mi nhar junto com à formaçãope da gógica, a Metodista esti-mula o gos to pela arte desdecedo, entre os alunos do ColégioMetodista, que têm contato commuseus e es paços artísticos, porexemplo, até a graduação, comas ações do Núcleo de Arte e Cul-tura, que pro move intervençõesartísticas em eventos da Univer-sidade, além de peças, shows epro jetos como os Intervalos Mu-si cais e a Orquestra FilarmônicaJo vem.A arte extrapola um sentido pu-

ra mente estético, ela agrega co- nhe cimento e auxilia para umafor mação cidadã, funcionandoco mo um instrumento de trans-forma ção social.

Prof. Dr. Marcio de MoraesReitor

EDITORIAL

Universidade Metodista de São Paulo • Ano 9 • número 99 • Julho de 2012

Apresentação da Escola Livre de Teatro de Santo André, no ABC paulista

Escola Livre de Teatro preparaatores com método inovador no ABC

Objetivo da ELT é auxiliar na formação de jovens profissionais

Divulgação – ELT

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Bruna Cravo

São Bernardo do Campo e Mauá,duas ci da des do ABC paulista, pro-movem a ções que incentivam a cul-tura e a arte. Além de levar atraçõespara a popula ç ão, os projetos fa zemvaler o direito ao lazer. O objetivo édescentra li zar a cultura e levá-la abair ros mais dis tan tes, e a todo tipode pú bli co.Em São Bernardo, há desde 2009

o Progra ma “Ação Cultural nosBairros”, com ativida des como teatro,literatura, cinema, mú sica e dança.Essas ações são rea li zadas tanto emespaços públicos, co mo praças e par-ques, como em institui ções parceiras.Neste ano, houve uma mudança noforma to da escolha da programação,

que é de finida em conjunto com aslideran ças dos bairros e grupos artís-ticos lo cais. Desta forma, a comuni-dade tem uma oferta de atrações maispróxima de seus interesses.Já em Mauá, a Secretaria de

Cultura, Esportes e Lazer criou opro jeto “Todo o Canto da Cidade”,que propõe jogos e brincadeiras a to -da a comunidade. Iniciado neste ano,oferece ati vidades como brincadeirasem ca ma elástica e parede de esca-lada, ponto de leitura e apresentaçõesde tea tro com crianças. Esse formatocos tuma dar espaço para os artistaslo cais mostrarem seu talento. O artista plástico e ex-metalúrgi -

co Daniel Melim, de São Bernardo,con corda que a descentralização daar te e da cultura é necessária. “Acho

Arte e cultura ao Além de levar diversão ao público, as iniciativas de

FÉ E CIDADANIA

Arte & cidadania

Gustavo Carneiro

Ping-pong com Luiz Carlos Ramos, professor de Teologia na Universi-dade Metodista de São Paulo e Doutor em Ciências da Religião

Espaço Cidadania: Como define a arte? Luiz Carlos Ramos: Observo a arte como ideal de beleza e harmonia,como a expressão mais elevada da subjetividade humana. Para oschineses, arte é a combinação precisa entre conhecimento e beleza. Oescritor italiano Umberto Eco, como esteta, diz algo parecido: “Arte équando a forma comenta o conteúdo e o conteúdo comenta a forma”.Em outras palavras, a arte é sempre intencional. Para que algo sejaconsiderado legitimamente como obra de arte, é preciso que seja in-tencionalmente belo.

Espaço Cidadania: Qual é a importância da arte na vida das pessoas?Luiz Carlos Ramos: A experiência artística é a experiência da trans-cendência. É ir além do útil e entrar no universo do deleite. A arteeleva o espírito humano, ajuda-o a transcender, a ver, a ouvir, a sen-tir, enfim, a ser mais, a situar-se para lá de, a transpor os seus limi-tes. A experiência estética da arte talvez seja o que mais se aproximeda experiência de Deus. Sabemos que estamos diante de uma “obrade arte” quando ela nos faz transcender, nos arrebata e nos leva paraalém da sua dimensão utilitária. As ferramentas nos tornam máqui-nas produtivas mais eficientes. A arte nos torna mais humanos e porisso mesmo nos leva para mais perto de Deus.

Espaço Cidadania: Você acredita que a arteajuda a formar um cidadão? Luiz Carlos Ramos: Sem dúvida. O cidadão precisa ter saciadas suasnecessidades básicas, mas também aprendemos com Jesus de Na-zaré que “nem só de pão vive o homem”. São dois, portanto, os ele-mentos básicos das quais depende a vida humana: o pão e a palavra.A vida humana depende daquilo que o faz transcender. O pão contri-bui para que haja cidadania digna e a arte contribui para que hajacidadãos felizes. Quando o cidadão tem acesso à arte, ele deixa desimplesmente existir e passa a ser.

Projeto Jardim Limpão, promovido pelo artista Daniel Melim no Jardim Regina, em São Bernardo do

“A experiência artística é a experiência da transcendência”, acredita o profes-sor Luiz Carlos Ramos

Divulgção Universidade Metodista

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ENTREVISTA

A arte que educae vai às ruas

Trabalhar com arte oferece a oportunidade de concretizar algo,expressar-se de modo significativo, ser criativo e respeitado

AMPLIANDO O

CONHECIMENTO

alcance de todos duas cidades do ABC fazem valer o direito ao lazer

BRUNA CRAVO

Historiadora Social da Arte e professo -ra de História da Arte e de Metodologiada Pesquisa da Escola de Música e Be-las Artes do Paraná, Elisabeth Prosseracre dita que o trabalho com arte au-men ta a satisfação e o crescimento pes-so al, junto com o autoconhecimento.Um dos seus temas de pesquisa é A

Ar te-educação como ferramenta de for-ma ção do cidadão integral e crítico. Apar tir desse assunto, a professora falaso bre a relação existente entre arte e ci- da dania.Espaço Cidadania: Como você ob-

serva a relação entre arte e cidadania? Elisabeth Prosser: Considero a arte o

meio pelo qual o ser humano elabora ere presenta a sua realidade, sua vida,suas angústias, suas alegrias e vitórias,suas tristezas e derrotas, suas dúvidase questionamentos. Assim, estudar artena escola permite que o aluno conheçaou tras realidades e momentos históricos,preocupações de outras pessoas, ou trasculturas, outras épocas. Ao fazê-lo, éconfrontado com questões ineren tes nãoapenas a outras culturas e concep çõesde mundo, mas é levado a e xa mi nar a simesmo perante essas situações e a po-sicionar-se. Para mim, a forma ção doci da dão integral e crítico pas sa pela re-fle xão, discussão e tomada de atitudeante es sas questões.Espaço Cidadania: Quais ações po-

deriam ser criadas para ampliar essarelação?Elisabeth Prosser: No ensino de arte,

téc nicas e os elementos formais são im-por tantes e não devem ser deixados dela do, pois instrumentalizam o aluno tan -

to para fazer, quanto para apreciar arte.Po rém, o ensino de arte deve ser maisvol tado à compreensão das realidades alirepresentadas e à leitura da obra de ar -te no seu contexto social, cultural, po lí- tico, ideológico e antropológico, pois maisimportante que a forma e a técni ca, é acarga de significados que veicu la.Espaço Cidadania: Você acredita na

re inserção social por meio da arte?De que maneira?Elisabeth Prosser: Sim, pois arte é vi -

da, reflexão, autoconhecimento e tam-bém instrumentalização para o trabalho.Um pré-adolescente pichador pode a pri- morar-se e se descobrir grafiteiro. E de- pois, como é o caso de inúmeros jo vens,estudar arte, design, publicidade, ar te-educação, qualificando-se para o mer- cado de trabalho. Um rapper e um DJque começam no fundo do quintal comequi pamentos improvisados e precáriosmui tas vezes se profissionalizam. Assu -mem o papel de líderes de outros jo-vens, de vido à sua ação em bares, fes-tas priva das ou públicas. Muitos aca-bam se en volvendo com ONGs que tra-balham com outros adolescentes e jo-vens em si tuação de risco, como é ocaso de vá rios artistas urbanos (grafi-teiros, rappers, DJs e breakers) contra-tados pela ONG IDDHEA (Instituto deDefesa dos Di reitos Humanos, em Curi-tiba). É o ca so, também, de diversos in-tegrantes da CU FA (Central Única dasFavelas), que le vam educação, infor-mação e cidadania para crianças, ado-lescentes e jovens das favelas mediantea arte e o esporte.Espaço Cidadania: Você pode citar

alguns projetos de sucesso sobre artee educação?Elisabeth Prosser: Qualquer projeto

que leve em conta a concepção de AnaMae Barbosa (fazer, fruir, refletir) e deSwanwick (ensino em espiral, revisitan -do cada conteúdo, aprofundando-o cadavez mais) certamente te rá sucesso.Também é importante considerar o am-biente sociocultural do alu no (PauloFreire), partindo dele para le var o alunoa outros patamares de expe riência e co-nhecimento. Dois exemplos são os tra-balhos com hip-hop realizados por gru-pos liderados por Jusamara Sou za, daUFRGS, e o de percussão, feito por PauloDemarchi, em Curitiba.

LivrosArte Pública e Cidadania: NovasLeituras da CidadeVários autores, Editora CaleidoscópioA Arte Pública engloba um tipode arte associada à cidadania,li gada à cultura e práticas deum povo, de uma comunidadeou de um grupo. Manifesta-sefo ra dos museus através dosgra fites, das performances dedan ça e música apresentadasna rua e nas instalações espa- lhadas pela cidade.

Pichação não é PixaçãoGustavo Lassala, Altamira EditorialO grafite e a pixação fazem parteda intervenção urbana e passama dividir as atenções e o espaçopúblico com diferentes artistasde rua. O livro pretende oferecerum diferente ângulo acercadesta manifestação visual pre-sente na paisagem urbana. Oautor classifica a variedade deestilos visando esclarecer ao pú-blico as variadas formas de in-tervenção urbana e o seu con-junto específico de regras.

SiteCatraca Livrewww.catracalivre.folha.uol.com.brO site oferece informações sobreexposições, shows e outros even-tos culturais gratuitos ou popu-lares na cidade de São Paulo.

Arquivo Pessoal

Daniel Melim/divulgacao

Campo

que é importante a população teraces so a tudo o que tem direito den-tro do conhecimento humano, comoas di versas manifestações artísticas.Ela po de servir como uma forma dela zer, mas também pode ter a funçãode criticar e questionar”, diz.Em seu trabalho, Melim mistura

vá rias técnicas: pintura livre, estêncil ecolagem sobre texturas. No currí cu lodo artista há a exposição “Novo Mu -ralismo Latino-Americano”, no Me -morial da América Latina, a Bie nal deValência, uma turnê na França e naInglaterra, em 2007 e 2008. Em 2009,ele participou da coletiva “De Dentropara Fo ra”, no Masp, em São Paulo,que recebeu mais de 100 mil vi si tantes.Melim utiliza suas criações como

fer ramentas em projetos sociais e

acre dita que, além de sensibilizar aspes soas, a arte tem o poder de trans-for mar o pensamento e as atitudes daso ciedade. Participou do Projeto Jar -dim Limpão, uma ação voluntária ein dependente na região do JardimRe gina e Jardim Limpão, no bairrode Ferrazópolis, em São Bernardo. “Aideia é garantir acesso a cultura, lazere esporte às crianças e adolescentesde bairros carente dessas ações”, diz. Ele acredita que o in centivo à arte

por meio do poder pú blico gera cida-dania. “Além de ga ran tir ao muní-cipe o direito ao lazer e à cultura, adifusão do conhecimen to e das lin-guagens culturais para to dos os can-tos da cidade é capaz de con tribuirpara o desenvolvimento de ci da dãosmelhores e mais conscientes”, finaliza.

Page 4: Espaço Cidadania - Julho/2012

Espaço Cidadania é uma publicação mensal do Instituto Metodista de Ensino Su pe rior. Tiragem: 3.000 exemplares

Conselho Diretor: Paulo Roberto Lima Bruhn (Presidente), Nelson Custodio Ferr (Vice – Presidente), Aureo Lidio

Moreira Ribeiro, Kátia Santos, Augusto Campos De Rezende, Carlos Alberto Ribeiro, Osvaldo Elias de Almeida, Marcos

Sptizer, Ademir Aires Clavel, Oscar Francisco Alves, Regina Magna Araujo (Suplente), Valdecir Barreros (Suplente).

Diretor Geral/Reitor: Marcio de Mo ra es. Diretor de Comunicação: Paulo Roberto Sal les Gar cia. Coordenação

Editorial: Gerência de Comu ni ca ção do IMS e Agência de Comunicação da Fa cul dade de Comu nica ção Conselho

Editorial: Clovis Pinto de Cas tro (pre sidente), Elena Al ves Sil va, Lu iz Roberto Al ves, Paulo Ro ber to Sal les Gar cia, Dag -

mar Sil va Pin to de Cas tro, Paulo Bes sa da Sil va, Ni ca nor Lopes, Léia de Souza. Re dação: Bruna Cravo e Gustavo

Carneiro (alunos da Facul dade de Co mu nicação). Edição: Alexandra Martin (MTb 26.264) e Israel Bumajny (MTb

60.545)

Projeto Gráfico e Editoração Ele trô ni ca: Tim bre Consultoria em Marca e Design.

Redação: Rua Alfeu Tavares, 149 • Edi fí cio Ró • Rud ge Ramos • 09640-000 • São Ber nar do do Cam po • SP

Telefone: (11) 4366-5599 E-mail: [email protected] Versão Online: www.metodista.br/cidadania

Os textos podem ser reproduzidos, des de que ci tada a fon te e seus autores.

Gustavo Carneiro

Quem visita a Universidade Me -to dista de São Pau lo no último do -min go de cada mês encontra um tipodi ferente de aula: uma aula de mú -sica. É quando se apresenta a Fi lar -mô nica Jovem Camargo Guar nie ri. A formação da orquestra foi uma

ideia do maestro Daniel Cesar Mar -tins, que começou como voluntário,em São Ber nar do do Campo, e estáhá cinco anos tra balhando com essepro jeto, levando mú sica e cultura pa -ra pessoas de todas as idades.De acordo com o maestro, a ini-

cia tiva foi uma espécie de extensão deum proje to do governo chamado“Gu ri”, mas es te programa atendia jo -vens de até 18 anos. “Quando umado l escente completas se essa idadepar ticipando da or ques tra, ele teriaque sair e dificilmente pros seguiacom a prática musical”, con ta. Observando o desperdício de mui -

tos ta lentos do “Guri”, o maestro

Daniel resol veu dar a essas pessoasuma oportunidade de continuar coma música e, sem ajuda de parceiros,criou a Orquestra Filarmônica JovemCa margo Guar nie ri. “Um dia o Da -niel ligou perguntan do se nós tínha- mos algum espaço para ce der e expli-cou o projeto. Foi então, em 2010, quecomeçou o namoro entre a Uni ver -sidade Metodista de São Paulo e aorquestra”, con ta Claudia César daSilva, co or dena do ra do Núcleo deArte e Cul tu ra da Universidade. “Há dois anos aco lhemos mesmo

o proje to. Ho je, além do espaço, ofe-recemos uma bol sa-au xi lio para osjovens. A Fi lar mô nica conta com 57jo vens mú sicos vindos de diversas re -giões do ABC e de São Paulo, que têma oportu nidade de mostrar o seu va -lor so cial e profissional. Com a infra- es tru tu ra e divulgação da Uni ver si da -de Me todista de São Paulo, os “Con -cer tos Abertos” es tão dis po ní veis, gra-tui tamente, para to do o pú bli co queaprecia a música erudita.

“Acredito que a orquestra tem umva lor so cial muito grande, por ser umre flexo de união e cooperativismo.Afi nal, os mú sicos têm que aprendera respeitar o maes tro, prestar atençãoem suas ações e na dos outros músi-cos, ter disciplina, con centração e en -tro samento. São lições que eles po -dem levar para a vida toda e não so -mente para a música”, comentou omaes tro Daniel.

HOMENAGEM ACAMARGO GUARNIERIO maestro Mozart Camargo

Guar nieri nas ceu no dia 1º de fe ve- rei ro de 1907, na ci dade de Tietê, noin te rior de São Paulo. Fi lho de ummú si co italiano, iniciou seus es tudosmu si cais aos 10 anos. Em 1923 suafa mí lia mudou-se para São Paulo e,no ano se guinte, o jovem Guarnieripassou a estudar piano com AntônioSá Pe rei ra e Ernani Braga. Mas foi no ano de 1928 que Guar -

nie ri des pontou no cenário mu si cal,

sendo reconhecido como “uma es -plên dida afirmação da música bra si lei -ra” pelo pia nis ta e professor Sá Pe rei -ra. Teve em seu currículo o conví viocom o escritor, mu sicólogo e poe tamo dernista Mário de Andrade, queviu no rapaz alguém que “poderia de -finir os rumos da música bra si lei ra”.Além de lhe oferecer sua ami za de eorientação, emprestou-lhe o pres tígiopara impulsionar sua carrei ra.“Para batizar nossa orquestra, tí -

nha mos a ideia de homenagear al -gum compositor nacional importante.Resolvemos pres tigiar alguém comuma importância tão grande quan to,mas que fosse pou co citado, entãopen samos no Ca mar go Guarnieri”,comple ta Daniel Martins.

Saiba mais sobre a Filarmônicae acompanhe o calendário dasapresentações pelo site:www.metodista.br/orquestra.

A chegada do grupo proporciona um diferencial no papel educacional da Universidade Metodistae trabalha a formação de público apreciador da música erudita

Filarmônica Jovem Camargo Guarnieridesenvolve talento de jovens no ABC

Mônica Rodrigues

Filarmônica Jovem Camargo Guarnieri durante apresentação na Universidade Metodista de São Paulo